FR 3

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Diferença entre livre-arbítrio e determinismo

Livre-arbítrio : É a liberdade da vontade. Ter livre-arbítrio é ter possibilidade de escolha: poder optar entre
fazer uma coisa ou outra.

Determinismo : É a ideia de que todos os acontecimentos, incluindo as ações humanas, são determinadas
por causas anteriores e pelas leis da natureza.

Incompatibilismo : Determinismo radical

Ideias a Reter:

•As decisões (volições) são meros efeitos de causas anteriores, que por sua vez são meros efeitos de causas
anteriores, e assim por diante sem parar.

•Existem ações que parecem livres, mas não o são de facto.

•As pessoas pensam ser livres só porque têm consciência do que fazem, mas não têm consciência das causas
que as levaram a agir da maneira que agiram.

Argumento da Ilusão da Escolha

1.Todos os eventos do universo são determinados, isto é, têm na sua origem outros fenómenos que os
causam e explicam.

2.Agir é um evento do universo.

3.Logo, o agir tem de ter uma causa.

Argumento da Causalidade Universal (argumento a favor)

Determinismo radical: Esta posição defende que o livre-arbítrio humano é incompatível


com um mundo regido por leis, onde os acontecimentos (incluindo as ações) se sucedem
em cadeias causais tais que da ocorrência de uma certa causa se segue necessariamente a
ocorrência de um dado efeito, sem que possamos interferir nessas ocorrências (mesmo que
tenhamos consciência delas) e sem que as leis que regem as relações causais estejam
minimamente na nossa dependência.

Objeções ao determinismo radical

O determinismo radical parece incompatível com a responsabilidade moral. Se as nossas ações são
meros efeitos de causas anteriores, então não somos moralmente responsáveis pelo que fazemos na medida
em que as nossas ações são efeitos de determinadas causas que não podemos evitar.

Não existem boas provas de que todos os acontecimentos são, de facto, efeitos de causas anteriores.
Apesar desta ideia harmonizar com o desenvolvimento científico, conseguimos identificar alguns fenómenos
que não estão inteiramente determinados. O princípio da incerteza de Heisenberg indica que não
podemos determinar simultaneamente, com precisão arbitrária, a energia de uma partícula e o instante de
tempo no qual ela tem essa energia.

Ideias a Reter:

•As leis da natureza e os acontecimentos de um passado remoto, tal como o nosso nascimento, não
dependem de nós e, por isso, os efeitos desses acontecimentos também poderiam não depender de nós.

•Porém, uma vez lançado no mundo, o homem é livre, pois, mesmo que tenha de considerar vários aspetos
da vida na sua deliberação, em última análise pode escolher o curso da sua ação.

Argumentos a favor do libertismo

Argumento da sensação liberdade/responsabilidade:


A experiência da liberdade é um sentimento presente durante a vida humana, sentimos que podemos
escolher o curso dos acontecimentos e, por isso, ponderamos sobre os diferentes cursos de ação antes de
escolhermos o modo como queremos agir.

Argumento da responsabilidade moral:


Nós organizamos a nossa sociedade num sistema de responsabilização, moral e legal, que pressupõe a
existência de liberdade. Se não formos livres, não somos responsáveis pelos nossos atos e não faz sentido
elogiar/punir as pessoas pelas suas escolhas. Mas faz sentido que essa responsabilização exista.

Objeções ao libertismo

Argumento da Insuficiência da Experiência da Liberdade:


Do facto de termos um sentimento de que poderíamos ter agido de maneira diferente caso a nossa vontade
assim o determinasse não implica que sejamos de facto livres de exercer a nossa vontade. Podemos achar que
sim porque desconhecemos as causas que nos levaram a agir .

Argumento do Risco do Indeterminismo:


Se as ações/decisões não causadas, então são o resultado do acaso, e não o resultado do que o ser humano
quer (não são livres).
O indeterminismo quântico não fornece nenhum apoio à crença no livre arbítrio porque se baseia no acaso.

NOTA: Tanto o determinismo radical quanto o libertismo conduzem ao resultado de que não somos
responsáveis pelas nossas ações, pois:

1 - Ou as nossas ações são consequências necessárias de causas anteriores -» determinismo radical


2- Ou as nossas ações não são consequências necessárias de causas anteriores →
libertismo
3- Logo, não somos responsáveis pelas nossas ações .

Ideias a Reter:
•O livre-arbítrio não é agir de maneira totalmente independente dos motivos, inclinações e circunstâncias da
pessoa. É a capacidade para agir consoante os objetivos que se pretende alcançar.

•As ações que resultam dos motivos, inclinações e circunstâncias da pessoa são livres.

•Só não temos livre-arbítrio quando estamos presos ou somos impedidos de fazer o que que queremos (=agir
consoante os nossos objetivos).

DETERMINISMO MODERADO

Argumentos a favor do determinismo moderado

Argumento de Frankfurt (argumento da rejeição do princípio das alternativas possíveis):


Este argumento defende que o livre-arbítrio não exige que o agente tenha reais alternativas de escolha, mas
apenas que tenha o controle sobre a sua decisão.

Argumento das Razões e Orientação:


Ser livre implica ser capaz de agir por razões e ser capaz de responder apropriadamente por essas razões,
independentemente de o fazermos ou não
O livre-arbítrio consiste em ser capaz de responder pela orientação que damos às nossas ações, apesar delas
serem determinadas.

Objeções face ao determinismo moderado

Objeção aos Casos de Frankfurt:


Os casos imaginados por Frankfurt são sequências causais deterministas, pelo que não provam nada acerca
da definição de livre-arbítrio.
Em última análise, a escolha de Beyoncé seria ilusória.

Objeção do Determinismo “Envergonhado”:


O Argumento das Razões e Orientação implica a alteração da definição de livre-arbítrio, contornando o
problema e não o resolvendo.
O controlo de uma decisão que não foi “criada” por nós não é um verdadeiro controlo, é apenas a execução
de eventos que as cadeias causais que governam o Universo determinam.

Você também pode gostar