FFHC LT - PCD Acessivel
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Índice
Introdução 03
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Introdução
No Brasil, o movimento das pessoas com deficiência vem lutando por mudanças
de paradigma e perspectivas acerca da deficiência. Essa luta percorre o campo
da assistência social, passando pelo chamado “modelo médico”, no qual essas
pessoas são “pacientes” e devem ter uma melhora de suas condições para
cumprir as exigências da sociedade, até o “modelo social”, que reconhece que
a exclusão de alguém com deficiência da sociedade se deve principalmente a
barreiras sociais e ambientais.
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Questão de nomenclatura
Para os movimentos sociais e políticos de identidade, mesmo as palavras usadas
para nomear determinado grupo têm forte conteúdo simbólico. O movimento
das pessoas com deficiência buscou, ao longo das décadas, refinar a expressão
que denomina seu grupo social.
A expressão que utilizamos hoje foi consagrada em 2006, pela Convenção sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas
(ONU). “Pessoa com deficiência” transmite a ideia de que a deficiência integra o
corpo de alguém que é, antes de tudo, uma pessoa humana.
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Governo Sarney
1985 • 1990
A década de 1980 é marcada por uma inédita visibilidade para a temática dos
direitos das pessoas com deficiência, em decorrência do Ano Internacional
das Pessoas Deficientes (AIPD), proclamado pela ONU em 1981. No Brasil,
destacam-se, no período, a criação da Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoas Portadora de Deficiência (CORDE), a fundação dos
primeiros Centros de Vida Independente (CVI) e as Leis n° 7.853 – que dispõe
sobre o apoio às pessoas com deficiência – e n° 8.069 – que institui o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA).
1985
28 de junho
Convocada a Assembleia Nacional Constituinte
(Lanna Júnior, Mário Cléber Martins - Comp. História do Movimento Político das Pessoas com
Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010. p. 76)
1987
1 de fevereiro
Início do Congresso Nacional Constituinte
“Uma das principais reivindicações das pessoas com deficiência discutida nos
encontros era que o texto constitucional não consolidasse a tutela, e, sim, a
autonomia. (...) O movimento não queria as tutelas especiais, mas, sim, direitos
iguais garantidos juntamente com os de todas as pessoas. A separação, na
visão do movimento, era discriminatória. Desde o início da década de 1980, a
principal demanda do movimento era a igualdade de direitos, e, nesse sentido,
reivindicavam que os dispositivos constitucionais voltados para as pessoas com
deficiência deveriam integrar os capítulos dirigidos a todos os cidadãos.
O movimento vislumbrava, portanto, que o tema deficiência fosse transversal
no texto constitucional.”
(Lanna Júnior, Mário Cléber Martins - Comp. História do Movimento Político das Pessoas com
Deficiência no Brasil. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção
dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010. Pg. 65)
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16 de maio
Fundada a Federação Nacional de Educação
e Integração do Surdo (FENEIS)
Dez anos após a sua criação, em 16 de maio de 1987, em uma Assembleia Geral
que contou com a presença de representantes de associações de pessoas surdas
de vários estados brasileiros, a Federação Nacional de Educação e Integração
do Deficiente Auditivo (Feneida) foi reestruturada e renomeada, tornando-se a
Federação Nacional de Educação e Integração do Surdo (FENEIS).
20 de maio
Emenda Popular n° PE00086-5
1988
20 de maio
Emenda Popular n° PE00086-5
14 de dezembro
Primeiro Centro de Vida Independente (CVI) do Brasil
1989
24 de outubro
Lei nº 7.853 dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras
de deficiência
1990
13 de julho
Estatuto da Criança e do Adolescente
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Governo Collor
1990 • 1992
Durante esse período, após a promulgação da Lei nº 7.853, de 1989, que tornou
obrigatória a inclusão de itens específicos sobre as pessoas com deficiência nos censos
nacionais, o Censo Demográfico de 1991 atesta a presença de 2.198.988 pessoas
com deficiência, 1,49% da população nacional. É promulgada a Convenção nº 159,
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “sobre Reabilitação Profissional e
Emprego de Pessoas Deficientes” e a Lei nº 8.213, que dispõe sobre os Planos de
Benefício da Previdência Social. Também institui ação afirmativa, em relação ao
direito ao trabalho, que ficou conhecida como “Lei de Cotas”, pois estabelece uma
porcentagem de vagas nas empresas que deveriam ser preenchidas por pessoas com
deficiência ou reabilitadas pelo INSS.
1991
22 de maio
Convenção nº 159 da Organização Internacional
do Trabalho (OIT)
11
24 de julho
Lei de Cotas
12
Governo Itamar Franco
1992 • 1995
1992
Fim da Década Internacional das Pessoas
com Deficiência
O ano de 1981 foi proclamado, pela Organização das Nações Unidas (ONU),
como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes (AIPD), sendo o seu tema
“Participação plena e igualdade”. As discussões do AIPD começaram ainda na
década anterior. No Brasil, uma Comissão Nacional do AIPD foi instalada pelos
Decretos n° 84.919 e n° 85.123, de 15 de julho e 10 de setembro de 1980.
Foto: Selo do “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”, Arte: Martha Poppe, Brasil, 1981
1994
Declaração de Salamanca
Em junho, ocorre a Conferência Mundial em Educação Especial em Salamanca,
organizada pelo governo da Espanha em cooperação com a UNESCO. Neste
encontro, é elaborado um documento com o objetivo de fornecer diretrizes
básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais, de
acordo com o movimento de inclusão social.
1995 • 2003
1996
13 de maio
Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH)
O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é instituído por meio do
Decreto nº 1.904. O Programa tem sua origem a partir da Conferência Mundial
de Direitos Humanos, realizada em Viena em 1993. O PNDH enfatizou a
garantia de proteção dos direitos civis. Em 13 de maio de 2002, mediante o
Decreto nº 4.229, é instituído o PNDH II – considerado um marco na promoção
e proteção dos direitos humanos ao igualar direitos econômicos, sociais e
culturais ao mesmo patamar de importância dos direitos civis e políticos.
15
20 de dezembro
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
1999
26 de fevereiro
Comissão Brasileira do Braille
2000
8 de novembro e 19 de dezembro
Acessibilidade: Leis nº 10.048 e nº 10.098
2002
24 de abril
Libras é reconhecida como língua oficial
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Governo Lula
2003 • 2011
2004
2 de dezembro
Decreto da Acessibilidade
20
2005
27 de junho
Lei do Cão Guia
2006 e 2008
21
2007
24 de julho
Regulamentação da pensão especial às pessoas
com hanseníase
A pensão foi criada com o objetivo de garantir a inserção social das pessoas
com hanseníase e que passaram pela chamada “profilaxia da lepra”. O Brasil
foi o primeiro país do ocidente a reconhecer essa ação como uma violação dos
direitos humanos.
26 de setembro
Regulamentação do Benefício de Prestação Continuada
22
2008
9 de julho
Aprova-se o texto da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência (ONU)
2009
13 de outubro
Mudanças na CORDE
2010
2 de dezembro
Plano Nacional de Cultura (PNC)
A Lei nº 12.343 institui o Plano Nacional de Cultura (PNC). O PNC tem vigência
de 10 anos e foi alterado pela Lei nº 14.156, de 2021, prorrogando a validade até
dezembro de 2022.
24
Governo Dilma
2011 • 2016
2011
17 de novembro
Plano Viver sem Limite
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2012
27 de dezembro
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista
A lei foi batizada de “Lei Berenice Piana”— ativista que, desde que recebeu
o diagnóstico de seu filho, luta pelos direitos das pessoas com autismo. O uso
da expressão “pessoa com transtorno do espectro autista” abrange várias
síndromes como Asperger, Kanner, Heller e, ainda, o Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento sem outra especificação.
2015
6 de julho
Instituição do Estatuto da Pessoa com Deficiência
A Lei nº 13.146, de 6 de julho, institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, ou Estatuto da Pessoa com Deficiência. A lei é destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e
das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando sua inclusão
social e cidadania. A lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso
Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
O Estatuto, em seu artigo 2º, apresenta uma nova definição de deficiência, como
um produto da interação dos impedimentos da pessoa com deficiência com o
meio no qual ela está inserida: “Considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas”.
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Governo Temer
2016 • 2018
2004
1 de março - 11 de junho - 26 de julho
Avanços de Acessibilidade
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