Governo Eletrônico e Transparência

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Administração com Giovanna Carranza

GOVERNO ELETRÔNICO E TRANSPARÊNCIA


Infovia Brasil
O projeto Infovia Brasil consiste na obtenção de uma rede de comunicação de voz, dados e
imagens de alta velocidade, com abrangência nacional, o que irá per-mitir a integração de todos
os órgãos da Administração Pública federal no país.
Benefícios da Infovia
O primeiro ponto a ser levado em conta para a implementação do projeto é a redução e um
melhor controle de gastos, além de contribuir para a padronização e aumentar a confiança e a
segurança das informações governamentais que trafegam nas redes.
Padrões de interoperabilidade de governo eletrônico (e-PING)
A arquitetura e-PING define um conjunto mínimo de premissas, políticas e padrões que
regulamentam a utilização da Tecnologia de Informação e Comu-nicação (TIC) no governo federal,
estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e esferas de governo e com a
sociedade em geral. Em outras palavras, significa fazer com que os diferentes sistemas de
informação existentes nas diferentes esferas de governo consigam “falar entre si”, o que não
acontece hoje em dia.
Alguns dos benefícios que a arquitetura e-PING pode trazer ao governo e à sociedade em geral
são a unificação dos cadastros sociais, a unificação dos sistemas de segurança, a unificação dos
Detrans, entre outros.
Para que se estabeleçam os objetivos da e-PING, é fundamental que se defina claramente o
que se entende por interoperabilidade. A seguir alguns conceitos:
• habilidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e eficiente entre várias
organizações e sistemas de informações (governo da Austrália);
• intercâmbio coerente de informações entre serviços e sistemas. Deve possibilitar a
substituição de qualquer componente ou produto usado nos pontos de interligação por outro
de especificação similar, sem compro-meter as funcionalidades do sistema (governo do Reino
Unido);
• habilidade de dois ou mais sistemas (computadores, meios de comuni-cação, redes e outros
componentes de TI) de interagir e intercambiar dados de acordo com um método definido, de
forma a obter os resultados esperados (ISO).
Diretrizes gerais para o governo eletrônico
A seguir são apresentadas as diretrizes gerais de implantação e operação do governo
eletrônico no âmbito dos comitês técnicos de governo eletrônico e de toda a Administração
Pública federal. Essas diretrizes devem servir como referência geral para estruturar as estratégias
de intervenção, adotadas como orientações para todas as ações de governo eletrônico, gestão do
conhecimento e gestão da TI no governo federal.
1 – A prioridade do governo eletrônico é a promoção da cidadania
A política de governo eletrônico do governo brasileiro abandona a visão que vinha sendo
adotada, que apresentava o cidadão-usuário antes de mais nada como “cliente” dos serviços
públicos, em uma perspectiva de provisão de inspiração neoliberal. O deslocamento não é
somente semântico. Significa que o governo eletrô-nico tem como referência os direitos coletivos
e uma visão de cidadania que não se restringe à somatória dos direitos dos indivíduos. Assim,
forçosamente incorpora a promoção da participação e do controle social e a indissociabilidade
entre a prestação de serviços e sua afirmação como direito dos indivíduos e da sociedade. Essa
visão, evidentemente, não abandona a preocupação em atender às necessidades e demandas dos
cidadãos individualmente, mas a vincula aos princípios da universalidade, da igualdade perante a
lei e da equidade na oferta de serviços e informações.
Administração com Giovanna Carranza

2 – A inclusão digital é indissociável do governo eletrônico


A inclusão digital deve ser tratada como um elemento constituinte da política de governo
eletrônico, para que esta possa configurar-se como política universal. Esta visão funda-se no
entendimento da inclusão digital como direito de cidadania e, portanto, objeto de políticas públicas
para sua promoção. Entre-tanto, a articulação à política de governo eletrônico não pode levar a uma
visão instrumental da inclusão digital. Esta deve ser vista como estratégia para cons-trução e
afirmação de novos direitos e consolidação de outros pela facilitação de acesso a eles. Não se trata,
portanto, de contar com iniciativas de inclusão digital somente como recurso para ampliar a base de
usuários (e, portanto, justificar os investimentos em governo eletrônico), nem de reduzi-la a
elemento de aumento da empregabilidade de indivíduos ou de formação de consumidores para
novos tipos ou canais de distribuição de bens e serviços. Além disso, enquanto a inclusão digital
concentra-se apenas em indivíduos, ela cria benefícios individuais, mas não transforma as práticas
políticas. Não é possível falar destas sem que se fale também da utilização da tecnologia da
informação pelas organizações da sociedade civil em suas interações com os governos, o que
evidencia o papel relevante da transformação dessas mesmas organizações pelo uso de recursos
tecnológicos.
3 – O software livre é um recurso estratégico para a implementação do go-verno eletrônico
O software livre deve ser entendido como opção tecnológica do governo federal. Onde
possível, deve ser promovida sua utilização. Para tanto, deve-se prio-rizar soluções, programas e
serviços baseados em softwares livres que promovam a otimização de recursos e investimentos
em tecnologia da informação. Entretanto, a opção pelo software livre não pode ser entendida
somente como motivada por aspectos econômicos, mas pelas possibilidades que abre no campo
da produção e circulação de conhecimento, no acesso a novas tecnologias e no estímulo ao
desenvolvimento de software em ambientes colaborativos e ao desenvolvimento de software
nacional. A escolha do software livre como opção prioritária onde cabível encontra suporte
também na preocupação em garantir ao cidadão o direito de acesso aos serviços públicos sem
obrigá-lo a usar plataformas específicas.
4 – A gestão do conhecimento é um instrumento estratégico de articulação e gestão das
políticas públicas do governo eletrônico
A gestão do conhecimento é compreendida, no âmbito das políticas de governo eletrônico,
como um conjunto de processos sistematizados, articulados e intencionais, capazes de assegurar
a habilidade de criar, coletar, organizar, transferir e compartilhar conhecimentos estratégicos que
podem servir para a tomada de decisões, para a gestão de políticas públicas e para inclusão do
cidadão como produtor de conhecimento coletivo.
5 – O governo eletrônico deve racionalizar o uso de recursos
O governo eletrônico não deve significar aumento dos dispêndios do governo federal na
prestação de serviços e em tecnologia da informação. Ain-da que seus benefícios não possam ficar
restritos a este aspecto, é inegável que deve produzir redução de custos unitários e racionalização
do uso de recursos. Grande parte das iniciativas de governo eletrônico pode ser realizada através
do compartilhamento de recursos entre órgãos públicos. Este compartilhamento pode se dar
tanto no desenvolvimento quanto na operação de soluções, inclusive através do
compartilhamento de equipamentos e recursos humanos. Destaque especial deve merecer o
desenvolvimento compartilhado em ambiente colaborativo, envolvendo múltiplas organizações.
6 – O governo eletrônico deve contar com um arcabouço integrado de polí-ticas, sistemas,
padrões e normas
O sucesso da política de governo eletrônico depende da definição e pu-blicação de políticas,
padrões, normas e métodos para sustentar as ações de implantação e operação do governo
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eletrônico que cubram uma série de fatores críticos para o sucesso das iniciativas.
7 – Integração das ações de governo eletrônico com outros níveis de governo e outros
Poderes
A implantação do governo eletrônico não pode ser vista como um conjunto de iniciativas de
diferentes atores governamentais que podem manter-se isoladas entre si. Pela própria natureza
do governo eletrônico, este não pode prescindir da integração de ações e de informações. A
natureza federativa do Estado brasileiro e a divisão dos Poderes não pode significar obstáculo para
a integração das ações de governo eletrônico. Cabe ao governo federal um papel de destaque
nesse pro-cesso, garantindo um conjunto de políticas, padrões e iniciativas que garantam a
integração das ações dos vários níveis de governo e dos três Poderes.
A presença do governo eletrônico na prática da cidadania inclui a trans-parência nos assuntos
de:
– orçamento;
– fiscalização e controle;
– prevenção e combate à corrupção;
– prestação de contas;
– denúncias.
O Programa de Governo Eletrônico brasileiro conta com um comitê executivo e oito comitês
técnicos responsáveis pelo desenvolvimento das políticas e ações definidas nos princípios e
diretrizes estabelecidas para toda a Adminis-tração Pública federal.
O comitê executivo foi criado no âmbito do Conselho de Governo pelo Decreto de 18 de
outubro de 2000. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão exerce as atribuições de
Secretaria-Executiva e garante o apoio técnico-administrativo necessário ao funcionamento do
comitê.
Já os comitês técnicos foram criados pelo Decreto não numerado de 29 de outubro de 2003
para atuar nos seguintes segmentos:
• implementação do software livre;
• inclusão digital;
• integração de sistemas;
• sistemas legados e licenças de software;
• gestão de sítios e serviços on-line;
• infraestrutura de rede;
• governo para governo; e

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