TCC Final Mayara

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E MEIO AMBIENTE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

MAYARA JANUÁRIO TAVARES

PRÁTICAS DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO


IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA

RIO DE JANEIRO

2018
MAYARA JANUÁRIO TAVARES

PRÁTICAS DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO


IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA

Trabalho de conclusão de curso de graduação


apresentado à Universidade Castelo Branco
como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profª Ms Ana Claudia Lopes Almeida

RIO DE JANEIRO

2018
T197c

Tavares, Mayara Januário.

Práticas de cuidados de enfermagem em pacientes no pós-


operatório imediato de cirurgia cardíaca. / Mayara Januário Tavares. -
2018.
19f.

Monografia (graduação) – Universidade Castelo Branco – UCB.


Enfermagem.

1. Cuidados de enfermagem. 2. Tecnologia em enfermagem. 3.


Pós-operatório imediato. 4. Cirurgia cardíaca. I. Título.
CDD – 610
MAYARA JANUÁRIO TAVARES

PRÁTICAS DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO


IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA

Trabalho de conclusão de curso de graduação


apresentado à Universidade Castelo Branco
como requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Enfermagem.

Data de aprovação: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________
Prof° Enfª. Ms. Ana Cláudia Lopes Almeida
Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro

______________________________________________________________
Profº. Enfº. Ms. Daniel Ribeiro Soares de Souza
Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro

______________________________________________________________
Profª. Enf. Ms. Bruno da Silva Lourenço
Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro
AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente à Deus, onde me deu fôlego de vida para o dia a dia
e à minha família que me encorajou para conquistar meu objetivo. Gostaria de expressar em
especial meu agradecimento à pessoas que estiveram presentes na minha vida ao longo desses
cinco anos, onde sem elas não teria conseguido: aos meus pais Rosangela e Paulo e minha avó
Inês que não mediram esforços para me ajudar a cada dificuldade que surgiram ao longo dos
anos, minhas amigas de graduação Thuane e Rafaela que desde o primeiro período viemos
somando conhecimento e ajudando umas as outras nos momentos difíceis. Que seja o
primeiro passo para uma vida de sucesso e realizações.

Mayara Januário Tavares


“As grandes conquistas da humanidade
foram obtidas conversando,
e as grandes falhas pela falta de diálogo.”
(Stephen Hawking)
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Demonstrativo das publicações relativas ao ano de publicação,


descritores e bases de dados...................................................................................10

Quadro 2 - Síntese dos artigos selecionados na revisão sistemática


da literatura Brasileira............................................................................................10
SUMÁRIO

Resumo............................................................................................................................07
Abstract...........................................................................................................................08
INTRODUÇÃO..............................................................................................................09
METODOLOGIA...........................................................................................................10
RESULTADOS................................................................................................................11
DISCUSSÃO....................................................................................................................13
CONCLUSÃO.................................................................................................................16
REFERÊNCIAS..............................................................................................................16
8

PRÁTICAS DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES NO PÓS-OPERATÓRIO


IMEDIATO DE CIRURGIA CARDÍACA

NURSING CARE PRACTICES IN PATIENTS IN THE IMMEDIATE POST-OPERATIVE CARDIAC


SURGERY

Mayara Januário Tavares1, Ana Claudia Lopes Almeida2

[1] Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Castelo Branco, Campus Realengo, CEP:
21710-255, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected]
[3] Doutorado em Enfermagem (UERJ) e Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Castelo Branco/RJ.. E-mail: [email protected]

RESUMO

Introdução: As doenças cardiovasculares tornam-se um número significativo de


morbimortalidade mundial, fazendo-se responsáveis por um terço do total de óbitos do
planeta. Sendo um grande problema de saúde pública no Brasil e a principal causa de morte.
O Tratamento das doenças cardíacas podem ser clínico ou cirúrgico. A cirurgia cardíaca ainda
é a principal intervenção de escolha em muitos casos de cardiopatias, apesar do avanço no
tratamento clínico da doença nos últimos anos e do advento da abordagem minimamente
invasiva. Diante dessas características, todos os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca são
encaminhados para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no pós-operatório imediato
(POI). Objetivos: analisar as evidências científicas mais recentes sobre o cuidado do
profissional nessa especificidade e propor estratégias para mobilização das competências
mínimas do enfermeiro ao lidar com o aparato tecnológico e o cuidado humano necessário na
unidade de POI de cirurgia cardíaca. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa,
método que tem como finalidade sintetizar as pesquisas publicadas, para obter novas
conclusões a partir de um tema de interesse. Foram percorridas etapas através de
levantamento bibliográfico, coletados entre 2012 à 2017. Resultados: Foram evidenciadas
9

dificuldades na humanização do cuidado em terapia intensiva e dificuldades na ligação do


cuidado de enfermagem com o aparato tecnológico. Conclusão: conclui-se que a ligação do
cuidado humano com a tecnologia acarretaria um cuidado ideal ao paciente em POI de
cirurgia cardíaca.

Descritores: Cuidados de enfermagem. Tecnologia em enfermagem. Pós-operatório


imediato de cirurgia cardíaca

ABSTRACT

Introduction: Cardiovascular diseases become a significant number of worldwide morbidity


and mortality, accounting for one-third of all deaths on the planet. Being a major public health
problem in Brazil and the main cause of death. The treatment of heart disease can be clinical
or surgical. Cardiac surgery is still the primary intervention of choice in many cases of heart
disease, despite advances in clinical treatment of the disease in recent years and the advent of
a minimally invasive approach. In view of these characteristics, all patients undergoing
cardiac surgery are referred to an Intensive Care Unit (ICU) in the immediate postoperative
period (POI). Objectives: to analyze the latest scientific evidence on the care of the
professional in this specificity and to propose strategies to mobilize the minimum
competencies of the nurse in dealing with the technological apparatus and the human care
required in the POI unit of cardiac surgery. Methodology: This is an integrative review, a
method whose purpose is to synthesize the published researches, to obtain new conclusions
from a topic of interest. Results were obtained through a bibliographic survey, collected
between 2012 and 2017. Results: There were difficulties in the humanization of care in
intensive care and difficulties in the connection of nursing care with the technological
apparatus. Conclusion: it is concluded that the connection of human care with technology
would lead to an ideal care for the patient in cardiac surgery POI.
Keywords: Nursing care. Technology in nursing. Post-operative immediate cardiac
surgery
10

INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares tornam-se um número significativo de


morbimortalidade mundial, fazendo-se responsáveis por um terço do total de óbitos do
planeta. Sendo um grande problema de saúde pública no Brasil e a principal causa de morte.
Semelhante agravamento decorre dos maus hábitos de vida da população, incluindo hábitos
alimentares desfavoráveis, sedentarismo, tabagismo, diabetes, hipertensão, alcoolismo, entre
outros fatores que aumentam o risco para seu desenvolvimento.1

A Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Complexidade, que foi


instituída pela Portaria nº 1.169/GM, de 15 de Junho de 2004, tem como um dos seus
princípios atender integralmente aos portadores de patologias cardiovasculares no Sistema
Único de Saúde (SUS), organizar a assistência em serviços hierarquizados e regionalizados e
garantir a assitência nos vários níveis de complexidade.2

O Tratamento das doenças cardíacas podem ser clínico ou cirúrgico. As cirurgias


cardíacas podem ser: corretoras, reconstrutoras e substitutivas. O procedimento mais usado é
o de reconstrução. Ela é considera uma cirurgia de alta complexidade, e para a sua realização,
na maioria das vezes, faz-se necessária a utilização da circulação extracorpórea. Diante dessas
características, todos os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca são encaminhados para uma
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no pós-operatório imediato (POI). A cirurgia cardíaca
ainda é a principal intervenção de escolha em muitos casos de cardiopatias, apesar do avanço
no tratamento clínico da doença nos últimos anos e do advento da abordagem minimamente
invasiva. A mesma exige da equipe de saúde ações que visem garantir ao paciente uma
assistência de qualidade resultando numa rápida recuperação e desospitalização precoce. Por
isso, cabe ao enfermeiro planejar e organizar uma assistência individualizada atendendo às
necessidades tanto no período pré-operatório, quanto no pós-operatório: imediato, mediato e
tardio.2,3

O cliente submetido à cirurgia cardíaca e sua instabilidade hemodinâmica são fatores


primordiais para uma observação contínua do enfermeiro e sua equipe, pois o POI começa no
centro cirúrgico sob cuidados do anestesista e continua na UTI, as ações rápidas e
sincronizadas são realizadas desde a instalação da ventilação mecânica (VM), monitorização
11

cardíaca, aquecimento do cliente, conexão dos drenos torácicos aos frascos de drenagem,
controle da diurese, pressão arterial (PA), administração de líquidos infundidos, avaliação
permanente do nível de consciência e de dor.3

A relevância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), cuja ajuda o


enfermeiro a organizar, sistematizar e conceituar a prática de enfermagem, fazendo-se
possível a prática de uma abordagem dos cuidados ao cliente. A essência da enfermagem é o
cuidar. Podemos aproveitar a prescrição de enfermagem como um instrumento de auxílio para
fundamentar as ações realizadas, a favor de um ser que, em determinado momento, necessita
da enfermagem para auxiliá-lo a assumir suas necessidades vitais.4,3

No POI de cardíaca, o enfermeiro que recebe o paciente realiza cuidados diretos de


rotina, cuidados indiretos e atividades relacionadas à organização da unidade. Podendo ser
duas ou mais atividades geralmente realizadas concomitantemente. Nessa situação, o
profissional deverá preferir a vigilância de enfermagem, considerando os pacientes de maior
risco.5

O tema proposto teve motivação a partir de experiências na prática profissional, onde


há preocupação com a necessidade de manutenção dos parâmetros vitais do paciente pelos
enfermeiros torna-se clara. A cirurgia altera a homeostase do organismo, o equilíbrio
hidroeletrolítico, os sinais vitais e a temperatura corporal. Mediante estas alterações, alguns
aparatos tecnológicos são indispensáveis para controle desses parâmetros. Devido à esta
observação na realidade, o presente estudo busca compreender o cuidado prestado ao paciente
mediante a tecnologia dura que permeia nessa fase e o como o enfermeiro atua na dualidade
do cuidado real e o cuidado ideal estando atento ao lado biopsicossocial desse paciente.

O presente estudo buscou responder as seguintes questões norteadoras: Qual o papel


do Enfermeiro no POI de cirurgia cardíaca e quais as dificuldades na aliança da tecnologia
presente nesse ambiente com a humanização no cuidado do paciente em POI de cirurgia
cardíaca? Para responder estas questões estabelecemos os objetivos de analisar as evidências
científicas mais recentes sobre o cuidado do profissional nessa especificidade e propor
estratégias para mobilização das competências mínimas do enfermeiro ao lidar com o aparato
tecnológico e o cuidado humano necessário na unidade de POI de cirurgia cardíaca.
12

METODOLOGIA

Consiste em uma revisão de integrativa, método que possibilita sintetizar estudos


concluídos e obter conclusões sobre um específico tema de interesse. Foram realizadas as
etapas: identificação do tema, estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de
estudos/amostragem ou busca na literatura, extração dos dados dos estudos
selecionados/categorização, avaliação dos estudos incluídos, interpretação dos resultados e
síntese do conhecimento ou apresentação da revisão integrativa.5

Em geral, o trajeto para percorrer uma revisão integrativa passa por seis etapas
distintas. A primeira foi à identificação do tema e a seleção da questão de pesquisa. Na
segunda etapa, se estabeleceram critérios para a inclusão e exclusão dos estudos. Foram
considerados como critérios de inclusão: publicações que apresentassem resumos, disponíveis
online, na íntegra, de acesso gratuito, em português e inglês. E como critérios de exclusão:
estudos de revisão, editoriais, opiniões e comentários. O recorte temporal utilizado foi nos
últimos 5 anos para acesso às pesquisas mais recentes.

Após a definição do objetivo de estudo, prosseguiu sua busca na base de dados da


Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), onde se incluem a Coordenação de Aperfeiçoamento
Pessoal de Nível Superior (CAPES), Banco de Dados da Enfermagem (BDENF), Sistema
Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Scientific Electronic Library
Online (SciELO). Foram selecionados artigos no mês de agosto de 2017 a partir da busca
pelos descritores: “cuidados de enfermagem”, “tecnologia em enfermagem” e “pós-operatório
imediato de cirurgia cardíaca”, entre os anos de 2012 à 2017.

O estudo foi realizado de modo qualitativo, que buscou questões muito específicas e
pormenorizadas, preocupando-se com um nível da realidade que não pode ser mensurado e
quantificado. Atua com base em significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes,
e outras características subjetivas próprias do humano e do social que correspondem às
relações, processos ou fenômenos e não podem ser reduzidas à variáveis numéricas.7
13

RESULTADOS

Após a seleção dos artigos, foram lidos os títulos e respectivos resumos onde foram
aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Assim para uma segunda pré-seleção foram
elegíveis 15 trabalhos. Observou-se que a maioria dos trabalhos foram publicados entre os
anos 2012 a 2016; atribui-se este fato pela temática ainda ser recente em discussões por
acadêmicos de enfermagem. Os autores dos trabalhos apresentados têm a seguinte formação:
Acadêmicos de enfermagem, Professores Mestres em Enfermagem, Enfermeiros e Médicos
cardiologistas.

Quadro 1 – Gráfico demonstrativo das publicações relativas ao ano de publicação,


descritores e bases de dados.

2017
Cuidados de
2016 Enfermagem
Tecnologia em
2015
Enfermagem
2014 POI de Cirurgia
Cardíaca
2013

2012
CAPES BDENF MEDLINE SciELO

Diante de uma segunda leitura dos títulos e resumos dos trabalhos pré-selecionados,
e aplicando os critérios de exclusão e inclusão, foram selecionados para análise e síntese final
10 artigos que foram ordenados em um quadro descrito a seguir. (Quadro 2).
5

Quadro 2 – Síntese dos artigos selecionados na revisão sistemática da literatura


Brasileira. Rio de Janeiro, maio de 2018. (Continua)

Autores Ano Título Periódico Resultados


O tempo de CEC
e a Sistematização
Pós-operatório em cirurgia Revista Online da Assistência de
Barreta JC, et al. 2017 cardíaca: refletindo sobre o De Enfermagem Cuidado Enfermagem como
cuidado de enfermagem é Fundamental fatores importantes
para recuperação do
paciente em POI.

A importância da
implantação da
Sistematização da assistência de Revista Online Assistência
Carvalho IM, et al.
2016 enfermagem no pós-operatório de Pesquisa Cuidado é de Enfermagem
mediato de cirurgia cardíaca Fundamental para o paciente que se
submeteu à cirurgia
cardíaca.

Quadro 2 – Síntese dos artigos selecionados na revisão sistemática da literatura


Brasileira. Rio de Janeiro, maio de 2018. (Continua)

Práticas do cuidado de Dificuldades dos enfermeiros


Sauthier M,
enfermagem na terapia Escola Anna de refletir e expressar os
Apostolidis T,
2016 intensiva: análise Nery Revista valores éticos-profissionais em
Ferreira MA e
segundo a ética da de Enfermagem suas condutas fortemente
Silva RC
responsabilidade captadas na UTI.

O marco conceitual para a


clínica do cuidado de
enfermagem na
terapia intensiva compõe-se de
Silva RC, Ferreira Um marco conceitual da clínica Revista Latino-
elementos que se organizam
MA, Apostolidis 2015 do cuidado de enfermagem na Americana de
em torno dos saberes
T, Brandão MAG terapia intensiva Enfermagem
especializados, atividades,
assistências, tecnologia,
interação, contexto do trabalho
e tipo do paciente.
O enfermeiro frente ao
cuidado ao paciente pós-
O trabalho da enfermagem no Arquivos
Santos APA, Laus cirúrgico, organizando a
2015 pós-operatório de cirurgia Brasileiros de
AM, Camelo SHH unidade e direcionando a
cardíaca: uma revisão integrativa Ciências da Saúde
equipe de enfermagem para
eficácia do prognóstico.
A tecnologia aplicada no
cuidado em saúde se
Tecnologia no cuidado de constitui objeto de
Revista
enfermagem: uma análise a conhecimento psicossocial,
Ferreira MA e Silva Brasileira de
2014 partir do pois sua incorporação, pela
FC Enfermagem
marco conceitual da complexidade e demandas
Enfermagem Fundamental diferenciadas fazem com
que os profissionais pensem
nos modos do cuidado.
6

À luz dos dados, evidencia-se


que a partir do modo como o
profissional integra os aparatos
Práticas de cuidado dos
tecnológicos, na sua prática
Enfermeiros Texto &
Silva FC, Ferreira cotidiana, estes podem
2014 Intensivistas face às tecnologias: Contexto
MA e Apostlidis T influenciar de forma positiva
análise à luz das representações Enfermagem
ou negativa no contexto do
sociais.
cuidado, o que leva a pensar
na maneira como lidam com a
tecnologia.
O aspecto humano do cuidado
é desconsiderado durante a
Medidas de conforto e
Pott FS, Stahlhoefer Revista assistência dispensado ao
comunicação
T, Felix JVC, 2013 Brasileira de indivíduo, o que pode estar
nas ações de cuidado de
Meier MJ Enfermagem relacionado às altas tecnologias
enfermagem ao paciente crítico
que permeiam os ambientes
críticos.

Quadro 2 – Síntese dos artigos selecionados na revisão sistemática da literatura


Brasileira. Rio de Janeiro, maio de 2018. (Conclusão)

Grande parte dos conteúdos


expressos nos discursos dos
Silva FD, Escola Anna
Discursos de Enfermeiros sobre enfermeiros sobre a prática,
Chernicharo IM, Nery Revista
2012 humanização na unidade de destacam o papel fundamental
SilvaRC e de
terapia intensiva da tecnologia com variáveis
Ferreira MA Enfermagem
que estão relacionadas no
processo de assistência.
Necessidades identificadas
no paciente de PO de
cirurgia cardíaca pelos
Escola Anna
Duarte SCM, Stipp O cuidado de enfermagem no enfermeiros e discussão do
Nery Revista
MAC, Mesquita 2012 pós- operatório de cirurgia cuidado pautado pelo
De
MGR e Silva MM cardíaca: um estudo de caso método científico, por meio
Enfermagem
das etapas metodológicas
do processo de
enfermagem.

ANÁLISE DE DADOS

A tecnologia e o ambiente do cuidado de enfermagem em POI de cirurgia cardíaca

O ambiente de cuidados em UTI, é destinado à assistir pacientes graves e instáveis


que, geralmente, fica no meio hospitalar, e é considerado de alta complexidade, por contar
com aparato tecnológico e informatizado de ponta, que apresenta ritmo acelerado, no qual são
realizados procedimentos agressivos e invasivos, e onde o duelo entre a vida e a morte está
7

bem presente, sendo que a morte, muitas vezes, é iminente. A UTI também é vista como um
ambiente que gera mitos, sensações e sentimentos contraditórios, tais como angústia, medo,
tristeza, dor e sofrimento, segurança e insegurança, tanto nos pacientes e familiares como nos
profissionais.8-9

Lutar pela vida é a meta da UTI. Dessa forma, são priorizados os tratamentos que
mantêm a vida e promovem a melhor recuperação possível dos pacientes. Os profissionais da
UTI procuram ter o maior cuidado e atenção redobrada para recuperar a saúde dos pacientes e
ficam atentos aos detalhes que interferem diretamente com a vida, sendo ágeis, fazendo o
máximo possível e evitando atrasos no cuidado para não perder a vida dos pacientes, porque
querem que os pacientes melhorem para saírem bem da UTI e, muitas vezes, aumentam os
recursos para manter a vida por mais tempo.10

A tecnologia tem uma linguagem própria, com códigos específicos e manipulação,


que necessitam de ser decifrados para seu adequado uso. Além do que a emissão de sons e a
mudança de cores nos sinais emitidos pelas máquinas devem ser interpretadas pelos usuários.
Assim, a tecnologia se comunica através de uma linguagem peculiar, que precisa ser
compreendida pela equipe de tal modo a aplicar tais informações no cuidado ao cliente. O uso
da tecnologia no cuidado facilita o trabalho de enfermagem, na medida em que agiliza, traz
maior precisão e rapidez nas ações, propicia um maior tempo para a equipe de enfermagem se
dedicar ao cuidado, melhorando a qualidade da assistência.11

Dificuldades na humanização do cuidado em terapia intensiva

A equipe de enfermagem que atua na UTI costuma pensar na tecnologia como


“máquinas que parecem ser a alma, a espinha dorsal das unidades”. Isso se justifica
principalmente pelo fato de as UTIs possuírem uma especificidade própria, diferente das
demais áreas hospitalares. Neste sentido é necessário refletir em que medida a tecnologia se
constitui no verdadeiro problema que se encontra na UTI. Isso porque se observa, em diversas
circunstâncias, aspectos que denotam a ausência do cuidado de enfermagem e que acabam
desviando as atenções para a tecnologia como principal responsável.12
8

Um dos aspectos que emerge no contexto da prática de cuidar dos enfermeiros na


UTI, na interface com a humanização, é a relação que tais profissionais mantêm com os
usuários nas suas ações de cuidar. Neste sentido, o cotidiano de assistir traz demarcada a
dinâmica que o enfermeiro confere ao seu trabalho diário, bem como as prioridades que
estabelece no âmbito do seu fazer. Ao contrastar o usuário capaz de interagir e a prática de
cuidar dos enfermeiros, aparecem alguns contornos desta assistência, os quais revelam um
sentimento de isolamento vivenciado pelo usuário.13 Portanto, não raramente, associa-se a
ideia de impessoalidade, insensibilidade, automatização e mecanização ao entendimento de
desumanização nas UTIs.14

Contudo, apesar destes requisitos, o foco de atenção não pode ser somente a
máquina, relegando o cliente a segundo plano. A utilização de aparatos tecnológicos que
facilitam a assistência ao cliente crítico e que requerem vários cuidados, os quais exigem
atenção e zelo dos profissionais para garantir a fidedignidade dos dados, não deve invalidar
uma compreensão acerca dos cuidados de enfermagem, considerando o uso de tecnologias
como uma ação humana.15

Correlacionando o cuidado possível e o cuidado necessário em face às competências


mínimas do enfermeiro em POI de cirurgia cardíaca

Um dos objetivos que gera preocupações no âmbito da saúde situa-se na interface da


ideia de tecnologia associada aos equipamentos médicos com o cuidado de enfermagem.
Neste sentido, observam-se esforços na problematização do saber necessário para manejar tais
maquinários articulados à assistência, e também uma enorme arena de debates se delineia em
torno dos modos de agir do enfermeiro junto ao cliente em uso de aparelhagens, com foco na
humanização do cuidado. Tais aspectos se configuram como grandes desafios aos
enfermeiros, na tentativa de manter o equilíbrio entre a dimensão objetiva e subjetiva do
cuidado de enfermagem mediado pela tecnologia.16

O distanciamento entre tecnologia e humanização pauta-se em argumentos que


colocam o desenvolvimento tecnológico sobreposto à dimensão humana do cuidar. Dessa
forma, nesse ambiente, as atenções se voltariam para a tecnologia, priorizando o
9

funcionamento do aparelho em detrimento do ser humano.17 A enfermagem, ao acompanhar o


avanço tecnológico, necessitou a aprender a trabalhar com muito mais aparelhos. Contudo,
atividades realizadas por máquinas, exemplo do controle preciso do número de gotas, não
dispensa a presença do ser humano, capaz de detectar através de sua sensibilidade e perícia
técnica, que algo não está bem com o cliente ou com o maquinário. Portanto, no uso das
máquinas para cuidar é fundamental o cuidado dirigido também à elas.14

Assim, mesmo em um setor repleto de tecnologias deve haver expressões de cuidado


humano, centrando o processo de tomada de tomada de decisões nas condições fisiológicas e
psicológicas do paciente.18 Conclui-se que a tecnologia impacta no cuidado de enfermagem,
na medida em que demanda conhecimento e sua aplicação prática no domínio das máquinas,
ao mesmo tempo em que suscita considerações em relação aos elementos do cuidado
humano.16

CONCLUSÃO

Conclui-se que há dificuldades por parte do enfermeiro em interligar a prática do


cuidado com a tecnologia. Mediante o papel importante deste profissional em POI de cirurgia
cardíaca, seja atuando na organização do setor, no controle de sinais vitais e alterações
hemodinâmicas, o aparato tecnológico está amplamente atrelado a esse tipo de cuidado,
surgindo então a dificuldade de atuar frente às máquinas e não deixar a humanização de lado.
Contudo, o uso da tecnologia não deve ultrapassar as esferas objetivas e subjetivas do
cuidado, logo que é utilizada pelo cliente de forma técnica e sensível, abrindo espaço para a
humanização sendo realizada de forma ética, qualificada, fortalecendo assim o marco da
Enfermagem Fundamental.
10

REFERÊNCIAS

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pós-operatório de cirurgia cardíaca: um estudo de caso. Esc Anna Nery. 2012.
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RDC nº 7, de 24 de Fevereiro de 2010.
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associado à prescrição de enfermagem em uma unidade de cirurgia cardíaca. Revista de
Pesquisa de Cuidado Fundamental (Online). 2012.
4. Lira ALBC, Araújo WN, Souza NTC, Frazão CMQF, Medeiros ABA. Mapeamento dos
cuidados de enfermagem para pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev
Rene. 2012; 13(5):1171-81.
5. Blum JM, Stentz MJ, Dechert R, et al; Preoperative and Intraoperative Predictors of
Postoperative Acute Respiratory Distress Syndrome in a General Surgical Population.
Anesthesiology. 2013;118(1):19-29. doi: 10.1097/ ALN.0b013e3182794975.
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RJ: Vozes, 2010. (Coleção temas sociais). Resenha.
8. Pina RZ, Lapchinsk LF, Pupulim JSL. Percepção de pacientes sobre o período de
internação em unidade de terapia intensiva. Cienc Cuid Saude. 2008;7(4):503-8.
9. Fernandes HS, Pulzi Junior AS, Costa Filho R. Qualidade em terapia intensiva. Rev Bras
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10. Backes MTS, Erdmann AL, Buscher A. O ambiente vivo, dinâmico e complexo de
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11. Silva RC, Ferreira MA. Tecnologia na terapia intensiva e suas influências nas ações do
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12. Silva RCL, Figueiredo NMA, Porto IS, Jacinto TDE, Oliveira S, Vieira C. Humanização
em terapia intensiva: analisando a ideia de desumanização na perspectiva ético-legal do
11

cuidado de enfermagem. Ver. Enferm UFPE. [on-line]. 2009 jul/set; [citado 2012 abr
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13. Silva FD, Chernicharo IM, Silva RC, Ferreira MS. Discursos dos enfermeiros sobre
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14. Silva RCL, Kaczmarkiewiz CC, Cunha JJSA, Meira IC, Figueiredo NMA, Porto IS. O
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2009;22(4): 210-8.
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