15501416022012geomorfologia Estrutural Aula 6
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MOVIMENTOS DE MASSA
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META
Compreender os processos controladores dos movimentos de massa, avaliando a estabilidade das
encostas.
OBJETIVOS
Ao final desta aula, o aluno deverá:
Identificar os diferentes tipos de movimentos gravitacionais de massa associando aos principais
fatores que o afetam;
Distinguir os movimentos gravitacionais de massa de acordo com suas próprias características.
PRÉ-REQUISITOS
Além dos conhecimentos básicos de climatologia sistemática e geologia geral, é indispensável à
apreensão dos conteúdos: Propriedades geomorfológicas das rochas e vertentes.
Geomorfologia Estrutural
INTRODUÇÃO
Os movimentos de massa são fenômenos erosivos de larga envergadura
que ocorrem no regolito, provocados basicamente pela ação da gravidade,
períodos de intensa precipitação pluvial e, inclusive, atividade vulcânica. Es-
ses movimentos acontecem em quase todas as zonas climáticas do planeta,
mas na região tropical úmida, as vertentes estão mais sujeitas a esse processo
de erosão. Fato esse justificado pela abundância de chuvas e existência de
mantos de intemperismo profundos.
Os geólogos usam o termo escorregamento, em um sentido mais geral,
para cobrir uma ampla variedade de movimentos de massa na superfície da
terra, sob a influência direta da gravidade. Tais movimentos podem causar
perdas de vida, danos civis ou uma interrupção geral das atividades huma-
nas. O que torna esses movimentos gravitacionais de massa tão terríveis,
ainda que muito fascinantes, é que eles quase sempre ocorrem com pouco
ou nenhum aviso e cessam em um espaço de tempo muito curto, deixando
atrás de si um legado de morte e destruição.
De acordo com a ONU (1993), um dos fenômenos naturais que mais
causam prejuízos financeiros e mortes no mundo são os movimentos de
massa. Apesar desses fenômenos serem de suma importância na evolução
do relevo, nas cidades,eles assumem, em geral, proporções catastróficas
em decorrência da ocupação irregular das encostas, com o conseqüente
desmatamento e o corte de taludes, propiciando uma maior suscetibilidade
à sua ocorrência.
Assim, como esses fenômenos acabam afetando regiões as mais diversas
do planeta, acarretando conseqüências muitas vezes irreversíveis, acabam
sendo objetos de interesses de pesquisadores, planejadores e administradores
públicos, uma vez que sem conhecimento da forma e extensão, bem como
das causas desencadeadoras, nunca se chegará a uma medida preventiva
ou mesmo corretiva que implique na maior segurança para a população
(FERNANDES; AMARAL, 1996).
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Movimentos de massa
Aula
DECLIVIDADE DA ENCOSTA
Segundo os especialistas, a declividade da encosta é,provavelmente,
a maior causa da movimentação gravitacional de massa. De modo geral,
quanto mais íngreme é a encosta, menos estável ela é, apresentando maio-
res probabilidades de experimentar a movimentação de massa do que as
encostas mais suaves.
A ação das ondas ao longo das margens oceânicas e grandes lagos ou das
correntes fluviais em suas margens, resulta, muitas vezes, em movimentos
de massa, além de escavações para construções de rodovias e edificações.
Geralmente esse fenômeno se manifesta em função do aumento abrupto
da declividade, ou escavação dos lados das encostas, que em conseqüência
aumenta a tensão na rocha e no solo reduzindo a resistência para sustentar
a declividade mais elevada.
INTEMPERISMO E CLIMA
Tão logo as rochas se exponham à superfície terrestre, o intemperismo
começa a desintegrá-las e decompô-las, reduzindo sua resistência ao cisalha-
mento e aumentando sua suscetibilidade à movimentação de massa, na pro-
porção do aprofundamento de sua zona de extensão.
Nos trópicos, onde as temperaturas são mais elevadas e o volume de
chuva é considerável, os efeitos do intemperismo se estendem a várias deze-
nas de metros de profundidade. Em regiões áridas e semi-áridas, a zona de
intemperismo é normalmente mais superficial. Mas aguaceiros intensos e
localizados com grandes volumes de água podem cair nessas áreas em um
curto espaço de tempo. Por terem pouca vegetação, para absorver essa água,
o escoamento é rápido e, freqüentemente, se transforma em fluxo de lama.
CONTEÚDO DE ÁGUA
Grandes quantidades de água originárias de neve derretida, ou de
pesadas tempestades, aumentam a probabilidade de desmoronamento
da encosta, através do acréscimo do seu peso adicional, sendo às vezes
suficiente para causar o movimento de massa. Por outro lado, a água ao
infiltrar-se através do material da encosta, diminui o atrito entre os grãos,
contribuindo para a perda de coesão do material. As encostas compostas
de argila seca são geralmente bem estáveis, mas quando molhadas, perdem
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Geomorfologia Estrutural
VEGETAÇÃO
A remoção natural da vegetação, ou pela atividade antrópica, é a maior
causa de muitos movimentos de massa. Os roçados e incêndios nas florestas
deixam as encostas montanhosas, freqüentemente, sem vegetação. Tem-
pestades saturam o solo, facilitando as corridas de lama, que representam
um enorme dano e grandes custos para recuperação das áreas afetadas. De
outro modo, a vegetação afeta a estabilidade da encosta seja diminuindo a
saturação de água do material enfraquecendo a resistência ao cisalhamento
ou até mesmo através do sistema de raízes pela junção das partículas do
solo, promovendo a sua estruturação de sustentação no substrato rochoso,
conferindo-lhe uma maior resistência ao cisalhamento.
SOBRECARGA
A sobrecarga é, quase sempre, o resultado da atividade antrópica e resul-
ta, geralmente, do despejo, aterro ou empilhamento de material desagregado.
Sob condições naturais, a carga do material é mantida por contatos grão a
grão, com o atrito entre os grãos sustentando a encosta. O peso adicional
criado pela sobrecarga aumenta a pressão da água interna ao material que,
por sua vez, diminui a resistência ao cisalhamento, enfraquecendo, desse
modo, a encosta. Se a quantidade de material acrescentado for suficiente, a
encosta irá ruir, algumas vezes, com conseqüências trágicas.
RASTEJAMENTO
São movimentos muito lentos, contínuos e imperceptíveis, que ocorrem
nas vertentes, sem limites definidos. A sua velocidade é maior na superfície e
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Movimentos de massa
Aula
Figura 6.1 – (A) Vertente sem movimento de rastejo (quase nulo); (B) Vertente com movimento de
rastejo. (Fonte: Guimarães, et. al., 2008).
CORRIDAS DE MASSA
a) Fluxos de Lama – são os mais fluídos e mais rápidos (alcançam velo-
cidades de até 80 Km/h). Esses movimentos consistem em uma mistura
de silte e argila (no mínimo, 50%), hidratada com até 30% de água. São
comuns em ambientes áridos ou semi-áridos, onde são provocados por
fortes aguaceiros que, rapidamente, saturam o regolito, transformando-se
em fluxo de lama. Ocorrem também em regiões montanhosas e em áreas
cobertas por cinzas vulcânicas.
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Geomorfologia Estrutural
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Movimentos de massa
Aula
QUEDAS DE BLOCOS
São movimentos extremamente rápidos, no qual as rochas de qualquer
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tamanho, desagregadas das vertentes caem em queda livre pela ação da
gravidade sendo típicos de áreas muito íngremes. Nas áreas onde esse tipo
de movimento ocorre, geralmente existe a presença de fraturas nos paredões
rochosos ou há um desgaste na base da encosta, provocando a queda da
parte superior (GUIMARÃES et. al. 2008). Além disso, descontinuidades
e/ou alívios de tensão poderão ocasionar quedas. Ocorrência desse fenô-
meno no Brasil registra-se no estado do Rio de Janeiro ao longo da estrada
Rio - Petrópolis e em áreas de favelas como a do Morro São João, entre
outras localidades (Figura 6.3).
ESCORREGAMENTOS
São processos que ocorrem de forma rápida, com um plano de ruptura
definido, separando o material escorregado do não movimentado. O corpo
escorregado pode se esfacelar durante o movimento ou permanecer intacto
(WICANDER; MONROE, 2009). A velocidade de um escorregamento
pode variar de extremamente lenta a muito rápida. Dois tipos de escor-
regamentos são reconhecidos, conforme segue:
a) Escorregamentos Rotacionais (designados de desmoronamentos) – são
aqueles em que a ruptura do material rochoso se verifica através de su-
perfícies curvas, geralmente ocorrendo em áreas pouco fraturadas e com
formações superficiais uniformes (JATOBÁ; LINS, 2008). Caracteriza-se
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Geomorfologia Estrutural
AVALANCHE(A)
É classificado como movimento gravitacional complexo que ocorre
freqüentemente em cadeias montanhosas muito íngremes. Por isso, é
considerado o fluxo coletivo do regolito mais rápido que se conhece,
movimentando enormes volumes de materiais. Em termos de composição,
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Movimentos de massa
Aula
CONCLUSÃO
Os desastres naturais, entre eles, os movimentos de massa constituem
atualmente um dos grandes problemas socioeconômicos que afligem o
planeta. A ferramenta mais importante para eliminar ou minimizar seus
efeitos prejudiciais à população aponta-se na realização de uma investiga-
ção geológica da região em questão, onde os planejadores possam adotar
medidas que minimizem os efeitos dessas ocorrências avaliando os riscos
de possíveis movimentações antes de começar uma construção e conse-
qüentes ocupações, uma vez que os diferentes tipos de movimentos de
massa existentes dependem das condições locais, com: estrutura geológica,
tipo dos materiais, declividade, orientação e forma das vertentes, área de
contribuição, intensidade e distribuição das precipitações.
RESUMO
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Geomorfologia Estrutural
ATIVIDADES
1. Comentar sobre os principais fatores que afetam a movimentação gravi-
tacional de massa.
2. Classifique os movimentos gravitacionais de massa, apresentando suas
características fundamentais.
3. Embora os grandes movimentos de massa não possam ser normalmente
impedidos, os geólogos e os Engenheiros podem empregar vários métodos
para minimizar o perigo e os danos resultantes. Identifique alguns desses
métodos, tecendo comentários sumários a respeito.
PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, abordaremos o papel da estrutura na evolução mor-
fológica, onde você conhecerá os tipos de relevos derivados em estruturas
das bacias sedimentares.
REFERÊNCIAS
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