Solos Amazônicos
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Resumo
A pesquisa tem como objetivo geral estimar os custos de produção do milho cultivado sob
diferentes sistemas de plantios, tais como: plantio direto, plantio direto alternativo (com
subsolagem a cada quatro anos), preparo tradicional e preparo reduzido em Rolim de
Moura/RO, identificando e avaliando os indicadores econômicos e financeiros que mais afetam
a decisão do produtor rural no seu processo produtivo. O estudo foi conduzido na Fazenda
Experimental da Universidade Federal de Rondônia, na RO 479 distante 15 km da cidade de
Rolim de Moura/RO. A condução do estudo ocorreu numa área de experimentação agrícola
implantada como parte do Projeto de pesquisa de longa duração CT/Amazônia. Foram
estudados quatro diferentes sistemas de manejo do solo, que representam diferentes níveis de
mobilização do solo, sendo chamados de preparo tradicional (PRT), preparo alternativo (PRA),
plantio direto contínuo (PDC) e plantio direto alternativo (PDA). Os componentes do custo
foram agrupados, de acordo com a sua função no processo produtivo, constituindo-se de
categorias de custos variáveis (operações mecanizadas e manuais, insumos como fertilizantes,
sementes, herbicidas e/ou inseticidas; despesas diretas), custos fixos (depreciação de máquinas,
equipamentos, benfeitorias e instalações) e custo total. Os resultados apontam os custos totais
do milho cultivado nos sistemas PDC em R$ 4.532,83 ha, PDA R$ 6.282,87 ha, PRT R$
6.275,09 ha-1 e PRA em R$ 6.348,96 ha e as receitas não foram estimadas.
1 INTRODUÇÃO
na região Centro-oeste do país e a adoção e difusão das inovações tecnológicas (ARTUZO et al.,
2018).
Em toda Região Norte, a área destinada ao cultivo de grãos passou de 3,644 milhões de
hectares para 4,080 milhões de hectares, um aumento de 12%. A produtividade média também
aumentou se comparada à safra anterior e passou de 3.360 quilos por hectare em 2020/2021 para
3.463 quilos por hectare em 2021/2022.
Em Rondônia, a produção de grãos na safra 2021/2022 foi estimada em quase três
milhões de toneladas, 14,7% maior do que a da safra 2020/2021. A área plantada com os
principais grãos produzidos no estado – arroz, caroço de algodão, feijão, milho e soja – cresceu
20,2%, alcançando 789,9 mil hectares (EMBRAPA, 2022).
O cultivo do milho em diferentes sistemas vem se destacando no estado de Rondônia
como alternativa de renda para o empresário rural demandando um grau de conhecimento
técnico, econômico e administrativo que garantam melhores resultados e competitividade ao
mesmo. Á vista disso é de suma importância conhecer sobre os manejos do solo e seus relativos
custos de produção para melhor escolha do manejo a ser adotado.
O manejo, a proteção e uso do solo devem-se basear, primeiramente, no seu potencial
produtivo. Sendo que para um manejo adequado do solo é necessário considerar suas
propriedades físicas (aeração, retenção de água, compactação, estruturação), químicas (reação do
solo, disponibilidade de nutrientes, interações entre estes) e biológicas (teor de matéria orgânica,
respiração, biomassa de carbono, biomassa de nitrogênio, taxa de colonização e espécies de
microrganismos).
Um bom manejo do solo é aquele que propicia boa produtividade no tempo presente e
que, também, possibilita a manutenção de sua fertilidade, garantindo a produção agrícola no
futuro. Entre os fatores a considerar na escolha do sistema de manejo do solo estão a
conservação ou o aumento do teor e qualidade da matéria orgânica, a proteção do solo contra o
impacto das gotas de chuva e a economia da água nele armazenada.
Com o aumento da produção de grãos, deve-se se atentar a relação custo/produção, onde
o custo de produção é uma ferramenta auxiliar na gestão financeira agrícola. As tomadas de
decisões com um custo de produção elaborado tornam-se menos complexa e com maior
possibilidade de acerto nas escolhas presentes e futuras. Ao identificar gargalos nos custos é
possível intervir no ponto específico com eficiência, em vista da descrição das variáveis do custo
de produção.
Com isso a pesquisa teve por objetivo geral estimar os custos de produção do milho
cultivado sob diferentes sistemas de plantios: plantio direto, plantio direto alternativo (com
subsolagem a cada quatro anos), preparo tradicional e preparo reduzido em Rolim de Moura/RO,
identificando e avaliando os indicadores econômicos e financeiros que mais afetam a decisão do
produtor rural no seu processo produtivo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
produção da cultura de soja no caso deste estudo. A principal divisão na metodologia de custos é
a diferença entre custo fixo e custo variável. O custo fixo contempla os fatores que não se
alteram em curto prazo, isto é, não dependem do volume produzido. Enquanto, o custo variável é
dependente direto da produção, ou seja, conforme área e quantidade produzida de grãos o custo
aumenta ou diminui.
Obtendo-se o custo variável e fixo da propriedade rural, para realização da safra de
milho, obtêm-se o custo operacional, ou seja, o valor gasto para operar no campo. Se considerar
o valor da terra, nesse caso considerando o valor do rendimento esperado sobre o capital por
hectare, e adicionar ao valor operacional, tem-se o custo total de produção (SILVA; DOBASHI,
2021).
A administração financeira das propriedades rurais é um elemento muito importante para
o planejamento, desenvolvimento e lucratividade dessas propriedades. Uma das tarefas do
produtor rural é monitorar todas as etapas do processo produtivo das suas terras, sendo que o
gerenciamento financeiro da propriedade acaba muitas vezes sendo relegados em segundo plano.
Apesar dos avanços tecnológicos hoje disponíveis para as atividades agropecuárias que otimizam
a produtividade, esses exigem um gerenciamento eficiente dos recursos (OLESCOWICZ, et al.,
2023).
3 METODOLOGIA
sucessões de culturas, cultivadas de setembro a março (safra) e de abril a junho (safrinha), com
48 subparcelas com 59,4 m2 cada uma. Procurando diminuir a acidez do solo e fornecer cálcio e
magnésio para as plantas foi feita a calagem no dia 23/10/2021 com as seguintes recomendações:
no preparo tradicional 2520 kg ha -1 de calcário, no preparo tradicional alternativo 2908 kg ha -1 de
calcário, no plantio direto 3030 kg ha-1de calcário e no plantio direto alternativo 2564 kg ha -1
calcário, procurando elevar a saturação de bases para 60%.
Uma pré-dessecação para o plantio ocorreu no dia 23/10/2021, foi utilizado os seguintes
herbicidas 2,4D e Glifosato, com as respectivas dosagens 1,0 L ha -1 e 2,0 L ha-1. Dessecação essa
feita com trator agrícola do modelo BDY-7540S de potência igual a 75 CV.
O preparo do solo nos manejos informados ocorreu no dia 28/10/2021, nos tratamentos
PRT e PRA preparado utilizando dois implementos: uma grade aradora e um arado subsolador.
No tratamento PDC não houve preparo do solo e no tratamento PDA foi feita uma subsolagem
antes da semeadura.
A implantação da safra foi iniciada assim que as chuvas se tornarem constantes no
segundo semestre de 2021, logo após a dessecação de plantas daninhas da área utilizando
herbicidas e, após as operações de preparo do solo.
A semeadura da soja ocorreu no dia 10/12/2021, já a do milho no dia 21/12/2021 e de
forma manual para se evitar o pisoteio da soja. A semeadura da safra aconteceu da seguinte
forma: 24 subparcelas foram semeadas com soja (Glycine max (L.) Merr) e 24 subparcelas com
milho (Zea mays L.), porém ocorreu má germinação e algumas subparcelas do PDC e PDA
ficaram sem a cultura do milho, por tanto descoberto. Já a semeadura da safrinha, foram
implantadas as 48 parcelas com mix de milheto (Pennisetum glaucum), brachiaria ruziziensis
(Brachiaria ruziziensis) e capim piatã (Megathyrsus maximus), plantio feito a lanço.
Com as culturas instaladas, deu-se início aos tratos fitossanitários de acordo com MIP
feito na área, tais como aplicações de inseticidas e fungicidas. Especialmente contra a cigarrinha
do milho (Dalbulus maidis) que é vetor de molicutes e viros causadores de enfezamentos.
A infecção por molicutes ocorre nos estádios iniciais do desenvolvimento da plântula de
milho, e os sintomas dos enfezamentos, caracteristicamente, aparecem na fase reprodutiva, sendo
o dano que causam na produção de grãos da planta doente tanto maior quanto mais jovem a
plântula de milho for infectada (Massola Júnior et al., 1999; Oliveira et al., 2002a, 2002b).
A redução na produção de grãos da planta doente pode ser superior a 70%, sendo a
redução total na produção de grãos de uma lavoura diretamente proporcional ao percentual de
plantas com enfezamentos, para cultivar de milho susceptível a essas doenças (Sabato et al.,
2013; Coelho et al., 2017).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Culturais com valor de R$ 636,00 (10,12%), englobando as Operações Mecanizadas com valor
de R$ 524,00 (8,34%) e Operações Manuais com R$ 112,00 (1,78%). As despesas com custeio
do milho totalizaram R$ 5.772,13 (91,87%).
IV - DEPRECIAÇÃO (F)
Depreciação de Máquinas R$ 21,00 0,45 21,00 0,33 21,00 0,33 21,00 0,33
Depreciação de
Equipamentos R$ 27,97 0,60 27,97 0,44 27,97 0,44 27,97 0,44
TOTAL - IV
DEPRECIAÇÕES (F) 48,97 1,05 48,97 0,77 48,97 0,77 48,97 0,76
CUSTO FIXO (G): 48,97 1,05 48,97 0,77 48,97 0,77 48,97 0,76
CUSTO OPERACIONAL TOTAL
(H): E+G 5778,53 100 6048,49 100 6070,87 100 6344,07 100
5 CONCLUSÕES
Destaca-se que não foi avaliada a produtividade de grãos de milho oriunda de quatro
manejos do solo com diferentes intensidades de revolvimento devido ao ataque de pragas e
invasores na lavoura e consequentemente, não foi possível aferir as receitas, bem como
identificar e avaliar os indicadores econômicos e financeiros que mais afetam a decisão do
produtor rural no seu processo produtivo.
REFERÊNCIAS
ARTUZO, F.D., FOGUESATTO, C.R., SOUZA, A., SILVA. L.X. Gestão de custos na produção
de milho e soja. Rev bras gest neg [Internet]. 2018Apr;20(2):273–94. Available from:
https://doi.org/10.7819/rbgn.v20i2.3192
MASSOLA, N. S.; BEDENDO, I. P.; AMORIM, L.; LOPES, J. R. S. Quantificação dos danos
causado pelo enfezamento vermelho e enfezamento pálido do milho em condições de campo.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 2, p. 136-142, 1999.
MATSUNAGA, M., et al. Metodologia de custo de produção utilizado pelo IEA. Agricultura
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Paul, v. 86, n. 9, p. 945-949, set. 2002ª.
SABATO, E. O.; LANDAU, E. C.; COELHO, A. M. Effect of the corn stunt spiroplasma
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ROCHA, L.G., et al. Estudo econômico da produção de milho de silagem no Sudeste de Goiás.
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SILVA, R.F.F.; DOBASHI, A.F. Análise do custo de produção da safra 2021 de milho no
Mato Grosso do Sul: caracterização do custo de produção. 2021. Disponível em:
https://aprosojams.org.br/sites/default/files/boletins/CUSTO%20DE%20PRODU
%C3%87%C3%83O%20-%20MILHO%202021_3.pdf. Acesso em: 9 set. 2023.