Caderno GO
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• Conceito
o Puberdade é a transição da infância para o menacme (período reprodutivo da
vida da mulher);
o Não é um evento súbito
o Dura, em geral, 4,5 anos
o Manifestada pelo aparecimento dos caracteres secundários e primários sendo
a menacme;
o Resultado do amadurecimento do hipotálamo e das supra renais;
amadurecimento do eixo hipotálamo, hipófise, gônada e endométrio;
• Cronologia do desenvolvimento puberal normal
o 1° telarca – 90% - estimulo estrogênico sobre a mama
o 2° pubarca (adrenarca) – 10% em 1% - raramente pode anteceder a telarca e
culminar com a menarca;
o 3° menarca
o Sequência ‘’TPM’’
o Estirão do crescimento – com início da puberdade -> desaceleração após
menarca;
o Estrogênio estimula a atividade osteoblástica, sendo o mesmo que estimula o
crescimento é o mesmo que une a diáfise a epífise e finaliza o crescimento;
• Fatores que afetam a época de inicio da puberdade
o Genético – principal, tendência familiar, mãe menstruou com 12 anos filha
também;
o Estado nutricional – melhora das condições nutricionais proporcionou o
adiantamento da puberdade (acima do peso – mais cedo, abaixo do peso –
mais tarde), mas também, por outro lado, aumentou-se a obesidade,
o O aumento de IMC pode gerar conversão de androgênio em estrogênio pela
aromatase (que se concentra no subcutâneo);
o Saúde geral – melhora da assistência médica, antibiótico, vacinação;
o Região geográfica – áreas urbanas e mais próximas à linha do Equador,
glândula pineal;
o Exposição à luz – cegas mais tardio – estimulo da glândula pineal;
o Estado psicológico
o Desde a telarca a menarca pode-se passar 2 anos – sequência fisiológica;
• Telarca
o Primeiro sinal clínico percebido da puberdade
o Pode haver um crescimento inicial assimétrico
o Efeito do aumento de secreção dos estrógenos
• Adrenarca
o Maturação da zona reticular do córtex supra-renal
Ginecologia –1° aula Laura Tanos;
• Estadiamento de Tanner
o Estágios do desenvolvimento puberal em que a mulher se encontra
Ginecologia –1° aula Laura Tanos;
• Endocrinologia
o Só ovula quem tem pico de LH;
o Perda da sensibilidade do hipotálamo aos efeitos inibitórios dos
esteróides gonadais em baixa dosagem => aumento do FSH
o Amadurecimento da resposta de feedback positivo ou
estimulatório ao estrogênio pico de LH (ovulação);
o Inibição central dos pulsos de GnRH
o Leptina? - produzida pelos adipócitos
o Aumento inicial dos níveis de gonadotrofinas, durante o sono
o Maturação da zona reticular do córtex supra-renal => aumento da
secreção de androgênios (androstenediona, DHEA e DHEAS) – 2
anos antes da pubarca
• Conceitos:
o Além dos problemas da própria puberdade precoce precisa ter o
olhar clínico para perceber que existe outros problemas que
devem ser tratados, por ex um problema na hipófise pode ser um
tumor que gera HIC;
o Aparecimento de caracteres sexuais secundários, antes dos 8 anos
de idade.
o Deve-se a fontes exógenas ou endógenas de esteróides sexuais
o Exógenas: cremes com esteróides, pílulas, esteróides
anabolizantes
Ginecologia –1° aula Laura Tanos;
o Endógenas:
- ovários
- supra-renais
• Procurar onde está a fonte de estrogênio, por isso classifica-se
o Central, verdadeira ou isossexual completa
▪ depende do eixo de ativação hipotálamo, hipófise, ...,
endométrio;
▪ Dependente de GnRH
▪ Ativação prematura do eixo hipotalâmico-hipofisário
▪ Familiar ou constitucional (90% dos casos): - 50% entre
6/7 anos; 25% entre 2/6 anos; 18% antes dos 2 anos.
Antecedentes familiares em 90% dos casos. Idade óssea
normal
▪ Secundária a lesões encefálicas (10% dos casos): displasia
do septo ótico, TCE, radiação, tumores, cistos,
hidrocefalia, infecções
▪ Idiopática: sem HF ou lesão do SNC
▪ Hemartoma
▪ Síndrome de McCune-Albright
Infertilidade
1. Introdução:
- Conceito: incapacidade de conceber após um ano (dois anos, segundo a FIGO) de coito desprotegido.
Obs.: 85% dos casais que tem atividade sexual regular sem o uso de nenhum método contraceptivo, estarão grávidos
ao final de 1 ano.
Ex. 1: Mulher que parou de tomar ACO há 6 meses -> aguardar o tempo.
Ex. 2: Mulher de 39 anos que, evidentemente, tem uma irregularidade menstrual sugestiva de anovulação -> não
espera o tempo.
- Infertilidade primária X secundária:
Infertilidade primária: ocorre em casais que nunca engravidaram;
Infertilidade secundária: ocorre com casais que já tiveram um filho e depois têm dificuldade para ter outro.
- Conceito X início de investigação: todo o contexto deve ser levado em consideração -> às vezes a idade avançou,
às vezes houve mudança de parceiro.
- Prevalência: 10-15% dos casais.
Obs.: Mulheres com > 37 anos de idade ou com > 3 anos de tentativas -> pior prognóstico.
Obs.: A taxa de sucesso dos melhores centros de fertilização é de cerca de apenas 30% -> mostrando que a
infertilidade é um problema importante.
- Principais fatores prognósticos: idade da mulher e tempo de infertilidade.
- Tempo de exposição e taxa de gravidez:
Um ciclo: 20-25%;
3 meses: 57%;
6 meses: 72%;
1 ano: 85% -> apenas 15% das pessoas precisarão de investigação;
2 anos: 93%.
- Fertilidade:
Para que ocorra a fertilização, todos esses fatores precisam funcionar sincronicamente:
Testículo e sistema canalicular pérveos;
Deposição do sêmen na vagina;
Muco cervical adequado e colo pérveo;
Obs.: A interação muco-sêmen é extremamente importante; não é a principal causa de infertilidade, mas é sempre
muito considerada.
Obs.: O sêmen coagula (devido à profibrinolisina) próximo ao colo e depois é dissolvido, permitindo a ascensão dos
espermatozoides.
Trompas pérveas;
Ovário funcionante e com reserva folicular;
Obs.: Até aqui, os fatores são responsáveis pela fertilização. Os outros dois fatores devem ocorrer após a
fertilização.
Endométrio receptivo;
Útero em condições de manter a gravidez.
2. Fator Masculino - 35-40%:
- Causas pré-testiculares:
Diminuição do nº de relações sexuais;
Hipogonadismo (hiperprolactinemia, TCE, tumores hipofisários, cirurgias, esteroides anabolizantes, tumores
Ginecologia
Ginecologia e
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
testiculares e suprarrenais);
Disfunção erétil.
- Causas testiculares:
Congênitas:
Criptorquidia*;
Cromossômica (Klinefelter);
Síndrome dos cílios imóveis.
Infecciosa:
Caxumba*
Vascular:
Torção;
Varicocele*
Outras causas:
Quimioterapia;
Sulfasalazina - efeito reversível;
Calor;
Irradiação;
Anticorpos anti-espermáticos.
- Causas pós-testiculares:
Obstrutivas:
Congênita: ausência de vasos deferentes;
Inflamatória: epididimite;
Cirúrgica: vasectomia.
Obs.: Indicação de vasectomia deve ser muito responsável, pois o contexto de uma pessoa pode mudar (ex. filho
morrer, mudar de parceira) -> não se deve indicar vasectomia, pensando na possibilidade de reversão.
Infecção das glândulas acessórias -> prostatite por Chlamydia, ex.;
Distúrbios ejaculatórios.
Obs.: Na maioria das vezes, essas causas pós-testiculares são sequelas de IST's (ex.: epididimite, prostatite).
- Investigação do fator masculino:
Anamnese:
Hábitos sexuais do casal;
Uso de drogas;
HPP: trauma, torção, caxumba, tumores, quimio/radioterapia, infecções, fibrose cística (associada a
agenesia de deferentes ou epidídimo);
Puberdade: quando se iniciou?.
Exame físico:
Peso, distribuição de pelos;
Pênis: tamanho, hipospádias;
Testículos: volume, consistência, nódulos, ductos deferentes, epidídimos;
Varicocele;
Corrimento uretral.
Espermograma - recomendado pela OMS:
Volume: 2-5mL;
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Obstetrícia
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pH: 7,2-8,0;
Contagem: > 20.000.000/mL (pelo menos 15.000.000);
Motilidade: > 25% categoria A ou > 50% categoria A+B;
Morfologia: > 30% de formas normais (segundo Krueger > 14%);
Obs.: Em sequelas de IST ou de caxumba, pode ocorrer até a azoospermia (contagem -> 0 espermatozoides/mL).
Obs.: É importante saber a morfologia dos espermatozoides pois, aqueles que são mal formados, tem dificuldade na
motilidade.
Obs.: Fatores abaixo -> são menos importantes, mas também são avaliados no espermograma.
Vitalidade: > 50% vivos, > 75% mortos -> necrozoospermia;
Leucócitos: < 1.000.000/mL;
Ácido cítrico (próstata): > 54mmol/ejaculado;
Frutose (vesículas seminais): > 13 mmol/ejaculado.
Obs.: Diante de um espermograma alterado, depois de quanto tempo deve-se repetir o exame (após o tratamento)?
60 dias.
Dosagens hormonais:
Indicação: oligo ou azoospermia;
FSH, LH, testosterona e prolactina.
Cariótipo:
Suspeita de Klinefelter - testículos pequenos, testosterona baixa, FSH e LH altos.
Testes imunológicos:
Aglutinação;
Immunobead ou MAR-test;
Penetração no muco cervical.
Doppler: varicocele;
US: próstata e vesículas seminais;
Biópsia testicular: azoospermia;
Deferentografia.
- Tratamento do fator masculino: TRATAR SEMPRE QUE POSSÍVEL!
Infecção;
Fator imunológico: corticoides;
Hiperprolactinemia: agonistas dopaminérgicos;
Hipogonadismo hipogonadotrófico: gonadotrofinas;
Varicocele: cirurgia;
Reversão de vasectomia: gravidez em 50-60% dos casos;
Inseminação intra-uterina: > 1.500.000/mL tipo A após preparo;
FIV-TE (Fertilização in vitro com transferência de embriões), ICSI (Injeção intracitoplasmática de
espermatozoides);
Punção de epidídimo ou biópsia;
Sêmen de doador (banco de sêmen).
3. Fator Cervical - 3%:
- Etiologia:
Cirurgias: ex. conização para tratar NIC III;
Fatores obstrutivos: pólipos, miomas, sinéquias, estenoses -> facilmente identificados no exame ginecológico;
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Obstetrícia
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Infecções;
Imunológicos;
Citrato de Clomifeno.
- Diagnóstico:
Anamnese:
Cirurgias e cauterizações;
Dismenorreia;
Corrimentos.
Exame especular:
Escore cervical de Insler: normal > 8 pontos.
- Diagnóstico:
Histerossalpingografia: é um RX com contraste -> facilita visualização de pólipos;
US;
Histerosonografia;
Histeroscopia**: diagnóstica e terapêutica;
Biópsia endometrial;
Cultura de secreção endometrial?
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- Tratamento:
Antibioticoterapia: endometrites;
Histeroscopia cirúrgica:
Pólipos;
Miomas;
Sinéquias;
Septos.
5. Fator Tubo-peritoneal - 35%:
- Etiologia:
DIP -> sequelas;
Endometriose;
Cirurgias;
Tuberculose;
Malformações Müllerianas.
Obs.: As tubas uterinas precisam ser móveis para possibilitar o processo de fertilização. Tubas com muitas
aderências ou ''pelve congelada'' que podem ocorrer pós DIP, cirurgias ou DST's são causas de infertilidade.
- Diagnóstico:
Histerossalpingografia*;
Obs.: Paciente diz que só engravida depois que faz esse exame -> quando injeta o contraste, a pressão que ele faz
pode desobstruir as tubas, permitindo a passagem dos espermatozoides e a fertilização.
Laparoscopia.
- Tratamento:
Laparoscopia:
Lise de aderências;
Endometriose.
Microcirurgia:
Reanastomose tubária: não é tão boa quanto a reversão da vasectomia;
Obs.: A maioria das pacientes que fizeram ligadura tubária são candidatas à FIV-TE.
Plástica tubária.
FIV-TE.
6. Fator Ovariano - 15%:
- Etiologia:
Causas hipotalâmicas;
Causas hipofisárias;
Hiperprolactinemia;
Hipotireoidismo;
Anovulação hiperandrogênica: SOP*;
Fatores ovarianos locais: ooforites, disgenesias gonadais, falência, tumores, endometriomas.
- Diagnóstico:
Clínico:
Ciclos menstruais, sintomas perimenstruais e periovulatórios.
Muco cervical:
Cristalização;
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Filância.
Curva de temperatura basal: em desuso
Aumento de 0,3ºC por 11-14 dias.
Progesterona sérica:
> 5ng/mL em dosagem única ou > 10ng/mL em 2 dosagens.
Monitorização ultrassonográfica: faz 4-5 acessos ultrassonográficos por ciclo, para verificar se há anovulação;
Biópsia de endométrio;
Testes para reserva ovariana:
FSH;
FSH + estradiol;
Teste do Clomifeno;
Hormônio anti-Mülleriano (AMH):
Marcador da população folicular;
Glicoproteína dimérica da superfamília dos fatores de crescimento tumoral beta;
Produzido pelas céls da granulosa dos folículos ovarianos com diâmetro até 8mm quando a dominância
estabelece relação exclusiva com o potencial de fertilidade feminina;
Deve ser dosado preferencialmente na fase folicular precoce (até 5º dia do ciclo) e repetido quando o
valor obtido for inconsistente com a avaliação clínica;
Tem correlação positiva com a resposta ovariana ao estímulo exógeno (ex. gonadotrofina) em ciclos de
reprodução.
Dosagem de inibina B;
Contagem de folículos antrais ao US:
CFA > 11 folículos com até 10mm na soma de ambos os ovários confere à mulher maior chance de
obter um nascimento vivo;
CFA < 11 folículos - devem ser considerados como de prognóstico reprodutivo menos favorável.
Obs.: Climatério - hipogonadismo hipergonadotrófico.
Obs.: Em caso de anovulação: TSH, prolactina, extremos de peso?, FSH e estradiol, 17-OH-progesterona.
- Tratamento:
Casos específicos: hiperprolactinemia, hipotireoidismo, obesidade, HCSR.
Indução de ovulação: citrato de Clomifeno, HCG, gonadotrofinas.
Falência ovariana: doação de oócitos.
Obs.: Citrato de Clomifeno e gonadotrofinas - modo de uso: 50 mg/dia do 5º ao 9º dia, do 4º ao 8º dia, do 3º ou 7º
dia ou do 2º ao 6º dia -> costuma causar superovulação e gemelaridade (principalmente se for 100mg do 2º ao 6º
dia).
7. Investigação Básica:
- Fator masculino: espermograma;
- Fator cervical: teste pós-coito;
- Fatores uterino e tubo-peritoneais: hissterossalpingografia;
- Fator ovariano: clínico + progesterona sérica ou biópsia de endométrio.
Obs.: ISCA: infertilidade sem causa aparente -> na verdade tem uma causa, mas não conseguimos diagnosticar.
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O crescimento se completa com a fusão das epífises ósseas, cerca de 1-2 anos após a menarca.
- Outras modificações:
Distribuição feminina de gordura em coxas, nádegas e quadris (contorno típico feminino);
Útero - proporção corpo/colo: 2:1;
Corrimento e acidez vaginal;
Leucorreia fisiológica: alterações no muco cervical e epitélio vaginal;
Vulva: gordura, pigmentação.
- Estadiamento de Tanner:
- Endocrinologia:
Perda da sensibilidade do hipotálamo aos efeitos inibitórios dos esteroides gonadais em baixa dosagem ->
aumento do FSH;
Amadurecimento da resposta de feedback positivo ou estimulatório ao estrógeno -> pico de LH;
Inibição central dos pulsos de GnRH;
Leptina? - produzida pelos adipócitos -> estimula produção de estrógenos;
Aumento inicial dos níveis de gonadotrofinas, durante o sono (crianças e adolescentes dormem muito);
Maturação da zona reticular do córtex suprarrenal -> aumento de secreção de andrógenos (androstenediona,
DHEA e DHEAS) -> 2 anos antes da pubarca.
2. Puberdade Precoce:
- Aparecimento de caracteres sexuais secundários, antes dos 8 anos de idade;
- Deve-se a fontes exógenas ou endógenas de esteroides sexuais;
- Exógenas: cremes com esteroides, pílulas, esteroides anabolizantes;
- Endógenas: ovários e suprarrenais;
- Classificação:
Central, verdadeira ou isossexual completa;
Periférica, pseudopuberdade precoce ou isossexual incompleta;
Formas isoladas de desenvolvimento precoce;
Precocidade heterossexual ou contra-sexual.
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- Puberdade precoce central ou verdadeira:
Dependente de GnRH;
Ativação prematura do eixo hipotalâmico-hipofisário;
Familiar ou constitucional (90% dos casos):
50% entre 6-7 anos;
25% entre 2/6 anos;
18% antes dos 2 anos;
Antecedentes familiares em 90% dos casos;
Idade óssea normal.
Secundária a lesões encefálicas (10% dos casos):
Displasia do septo óptico;
TCE;
Radiação;
Tumores: ex. hamartoma (causa HIC e pode levar a óbito);
Cistos;
Hidrocefalia;
Infecções.
Idiopática: sem HF ou lesão do SNC.
- Pseudopuberdade precoce:
Secreção de esteroides ovarianos ou suprarrenais, independente de estímulos hipofisários;
LH e FSH em níveis pré-puberais ou suprimidos;
Fontes exógenas, tumores e cistos ovarianos, tumores feminilizantes de suprarrenal (raros), síndrome de
McCune-Albright (displasia óssea, manchas café-com-leite -> cistos ovarianos funcionantes);
Secreção extra-hipofisária de gonadotrofinas:
Pinealoma;
Coriocarcinoma;
Teratoma;
Hepatoblastoma.
Obs.: Criança com amenorreia, distensão abdominal e HCG + sem histórico de relação sexual -> coriocarcinoma.
- Formas isoladas:
Telarca precoce:
Forma mais comum de desenvolvimento sexual precoce;
Mais comum, antes dos 2 anos de idade;
Idade óssea normal, sem estirão;
Condição benigna e, frequentemente, associada a cistos foliculares -> investigar.
Adrenarca precoce:
Aparecimento isolado de pelos pubianos e, ocasionalmente axilares;
Sem evidência de virilização ou exposição à estrógenos;
Maturação precoce das suprarrenais;
Desenvolvimento normal posterior dos outros caracteres secundários;
Descartar HCSR.
- Precocidade heterossexual:
Aumento de andrógenos:
Causas tumorais (ovários ou suprarrenais);
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3. Puberdade Tardia:
- Conceito: ausência de desenvolvimento puberal até os 14 anos.
- Causas: constitucional, desnutrição, deficiência de secreção gonadal ou de secreção de
gonadotrofinas.
- Constitucional:
Sem causa patológica detectável;
Desenvolvimento de caracteres sexuais tardiamente, sem necessidade de intervenção;
Idade óssea retardada;
Geralmente, HF + para puberdade tardia.
- Hipogonadismo hipogonadotrófico:
Problemas no SNC ou na hipófise;
Deficiência na secreção de gonadotrofinas;
Síndrome de Kallmann;
Síndromes genéticas (raras): Prader-Willi (hipotonia, obesidade, retardo mental, dificuldade de deglutição,
baixa estatura), Laurence-Moon-Biedl (degeneração espinocerebelar, retardo mental, retinite pigmentosa,
obesidade);
Problemas no SNC: TCE, tumores, infecções, radiação, sarcoidose;
Hipotireoidismo, hiperprolactinemia, distúrbios alimentares (bulimia), exercício intenso, doenças crônicas (DM,
hipotireoidismo, doenças respiratórias, leucemia).
- Hipogonadismo hipergonadotrófico:
Problema nos ovários;
FSH está elevado;
Disgenesia gonadal (Turner ou pura);
Doença autoimune, radiação, quimioterapia, genética, cirurgica;
Síndrome dos ovários resistentes.
Obs.: Síndrome de Turner: ''ovários em fita'' -> esclerotróficos e pequenos.
- Avaliação clínica:
Padrão familiar de desenvolvimento puberal;
História pregressa (cirurgias, doenças, traumatismos, infecções, radio e quimioterapia);
Uso de medicações (hiperprolactinemia);
Ginecologia
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Obstetrícia
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à macroscopia. Ao exame: colo pérvio, sangramento moderado e útero menor que o esperado para IG.
- O aborto incompleto é caracterizado por:
História de sangramento genital intenso;
Eliminação do embrião/feto e anexos de forma incompleta, mantém-se
restos intrautero. A paciente pode relatar eliminação de ''pedaços'' por ela
não identificados;
Obs.: Dependendo da IG, o médico consegue identificar o embrião ou o feto
nesses ''pedaços''.
Ao exame: colo pérvio, útero menor que o esperado para IG (porque ela
já eliminou o embrião/feto), restos placentários intrautero. O diagnóstico é
clínico, a US só evidencia a presença de restos placentários intrautero.
- Conduta: curetagem uterina/AMIU.
Obs.: Conduta expectante NÃO é para todos, nem todo mundo tem acesso a médicos facilmente e a paciente pode ir
à óbito. Conduta expectante apenas nos casos em que temos CERTEZA de que se aquela hemorragia virar uma
emergência, a paciente terá atendimento imediato.
4. Aborto Infectado:
- Resultante de manipulação intrauterina:
Abortos criminosos;
Infecção intrauterina.
- Classificação:
Grau I: útero;
Grau II: pelve;
Grau III: sepse.
- Ao exame: colo pérvio, útero amolecido e menor que o esperado para IG,
sangramento com secreção purulenta, febre, dor à mobilização do útero.
- Se não tratar -> sepse e morte.
- Conduta:
Esvaziamento uterino;
Antibioticoterapia: Gentamicina + Metronidazol OU Clindamicina associado ou não aos beta-lactâmicos
(Penicilina, Ampicilina, Cefalosporina);
Obs.: Fazer esquema tríplice (Genta + Metro + Clindamicina) ou esquema duplo (Genta + Metronidazol).
Após 72h, se afebril: suspende ATB;
Piora clínica = abscesso pélvico -> drenagem ou a panhisterectomia.
Obs.: Acompanhar a paciente com hemograma (leucocitose com desvio à esquerda), curva térmica.
5. Abortamento de Repetição:
- Conceito: perda de 3 ou mais gestações, < 20 semanas.
Obs.: Juliana prefere o termo perda gestacional de repetição pois não limita à IG. Podemos ter uma aborto com 12
semanas, outro com 18 e uma perda gestacional com 26 semanas -> isso não é considerado aborto de repetição mas
são 3 perdas gestacionais de repetição. E isso é importante.
- Causas: insuficiência do corpo lúteo (determina abortos precoces), malformações uterinas, incompetência istmo-
cervical (determina abortos tardios), etc. PROVA!
Ginecologia
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Obs.: Insuficiência de corpo lúteo -> corpo lúteo: produz progesterona + estrógeno até 8ª semana, depois a
placenta que assume esse papel. Tratamento: progesterona natural micronizada? progesterona sintética?
Obs.: A progesterona é um hormônio esteroide produzido pelo corpo lúteo e pela placenta, essencial para a
implantação e a manutenção da gestação.
Obs.: A partir da ovulação, a progesterona é secretada pelo corpo lúteo para decidualizar o endométrio, tornando-o
propício à implantação do embrião. Se ocorrer a implantação, continuará sendo secretada pelo corpo lúteo e pela
placenta, que assume toda a sua produção após 8-12 semanas de gestação.
Obs.: Qual progesterona usar no tto? Natural micronizada X Didrogesterona? Alguns estudos afirmam que
Didrogesterona é melhor que a progesterona natural micronizada. Porém, o que devemos saber é que temos que
repor progesterona em pacientes com insuficiência de corpo lúteo, independente de qual tipo de progesterona.
Obs.: A incompetência istmo-cervical é a incompetência do colo do útero em se manter fechado. Dessa forma, ele
acaba abrindo e leva à perda gestacional (às vezes até sem dor). O tratamento dessa patologia é a cerclagem uterina
(sutura em bolsa ao redor do colo uterino - técnica recomendada é a de Mc Donald), que é mantida até 36 semanas
de gestação. Condições da cerclagem: vitalidade embrionária/fetal comprovada, IG entre 10-14 semanas, colo com
até 4cm, bolsa íntegra, ausência de infecções intrauterinas. Suspeita de insuficiência istmo-cervical fora da gravidez
-> histerossalpingografia (evidencia o orifício interno com diâmetro ≥ 1cm ou com uma imagem típica em funil ou
Ginecologia
Ginecologia e
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Obstetrícia
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de saco invertido), teste da vela de Hegar - é um dilatador do colo (pode ser considerado sugestivo de insuficiência
cervical se o orifício interno do colo uterino estiver pérvio, pelo menos, para a vela de nº 8). Suspeita de
insuficiência cervical na gravidez -> esvaecimento ou dilatação prematura do colo na ausência de trabalho de parto
antes da IG 28 OU evidência sonográfica de afunilamento cervical orifício interno dilatado em relação ao externo)
em uma paciente com HP de TPP no 2º trimestre.
Obs.: Técnicas de cerclagem: simples (em bolsa), dupla ou definitiva
(bem mais alta -> via transabdominal).
Obs.: Outras técnicas: Aquino Salles - pontos em U; Lash - fora da gravidez: sutura do istmo (em desuso); técnicas
abdominais - falha da vaginal.
6. Aborto Completo:
- Conceito: eliminação total do embrião/feto e anexos;
- Ao exame: colo fechado, útero menor que o esperado para IG,
sangramento discreto ou ausente;
- US: cavidade vazia.
7. Aborto Retido:
- Conceito: é a morte embrionária com < 20 semanas de gestação, com retenção por período superior a 4 semanas;
- Ao exame: colo fechado, útero menor que o esperado para IG, involução dos sintomas gravídicos;
- Tratamento:
> 12 semanas: eliminação fetal;
≤ 12 semanas: curetagem uterina.
Obs.: Curetagem uterina: é um procedimento em que se passa a cureta (''colher vazada'') e vai retirando o feto. Só se
faz até 12 semanas de IG (> 12 semanas já tem calota craniana, pode causar lesão uterina durante a curetagem).
Obs.: AMIU - Aspiração Manual Intrauterina: é um procedimento médico rápido, simples e seguro de esvaziamento
uterino para o tratamento do aborto incompleto e para biópsia endometrial. Vantagens -> dilatação cervical
requerida apenas ocasionalmente, menor necessidade de recursos para controle da dor, habilitação profissional
simplificada, possibilidade de realização fora do centro cirúrgico, menor tempo de permanência hospitalar, alta
eficácia no esvaziamento uterino, menor incidência de complicações. Não dói e não tem chance de perfurar o útero.
Ginecologia
Ginecologia e
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Obstetrícia
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Climatério
1. Introdução:
- A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando, desta forma, a expectativa de vida mulher de
classe econômica alta é de, aproximadamente, 80 anos. Os ganhos de saúde pública (vacinação, antibiótico, cirurgia,
transfusão, anestesia) aumentaram a expectativa de vida das pacientes.
- Para as mulheres atingirem a senilidade, da maneira mais saudável possível, elas precisam passar pela fase de
climatério.
- A partir de uma certa idade, tanto homens quanto mulheres vão ter osteoporose, a atividade osteoclástica passa a
dominar sobre a atividade osteoblástica. Isso é mais marcante no sexo feminino pois a perda de massa óssea
(começa com osteopenia -> osteoporose) ocorre devido a queda abrupta dos hormônios sexuais.
- A incidência de cardiopatia isquêmica no sexo masculino, na faixa de 40-50 anos, costuma ser maior que no sexo
feminino mas, após os 50 anos, a incidência tende a se igualar (claro que há fatores ambientais também envolvidos
no processo, que contribuem para ambos os sexos). O estrogênio endógeno tem propriedades protetoras
cardiovasculares, por isso, quando ele cai abruptamente, a incidência de cardiopatia aumenta.
- Climatério: transição do período reprodutivo (menacme) para o não-reprodutivo (pós-menopausa);
- Menopausa: última menstruação (média 48-52 anos) - determinada geneticamente (não existe um gene específico,
mas existe correlações familiares);
Obs.: Uma mulher ''menopausada'' deve ter ficado, pelo menos, 1 ano sem menstruar.
Obs.: Qualquer sangramento após a menopausa DEVE ser investigado.
Obs.: Insuficiência ovariana prematura (ou menopausa precoce) -> pacientes < 40 anos que apresentam sintomas
vasomotores e irregularidades menstruais -> investigação e tratamento (inclusive sob o ponto de vista de
fertilidade).
- Mitos:
Perda do papel feminino;
Fim da vida sexual -> NÃO, é apenas o fim da vida reprodutiva;
Parada de funcionamento do útero -> NÃO, apenas o ovário que perde sua função estrogênica.
2. Fisiopatologia:
- Dinâmica ovariana (Baker, 1963):
6ª semana: início da mitose das células germinativas (10.000);
16ª-20ª semana: pico (6-7 milhões) - a partir daí inicia o declínio do número;
Nascimento: 1-2 milhões;
Infância: crescimento e atresia contínuos;
Puberdade: 300.000;
37-38 anos: 25.000.
- Pré-menopausa:
Diminuição significativa do nº de folículos;
Folículos mais resistentes às gonadotrofinas (LH e FSH);
Obs.: Ocorre um hipogonadismo hipergonadotrófico (mecansmo de
compensação). O diagnóstico do climatério é puramente clínico, NÃO há necessidade de dosar o perfil hormonal da
mulher.
Ciclos anovulatórios mais frequentes (começa com oligomenorreia ou amenorreia, depois pode ter
hipermenorreia e/ou menorragia);
Diminuição de inibina, aumento de FSH;
Ginecologia
Ginecologia e
e Obstetrícia
Obstetrícia
Marcela Oliveira
LH e estradiol normais (estradiol demora a abaixar, por conta da conversão periférica - principalmente em
pacientes mais obesas);
Obs.: Aromatase é uma enzima abundante no tecido subcutâneo que converte androgênios em estrogênios. Não atoa,
esse padrão de distúrbio menstrual é maior nas pacientes com IMC mais altos.
Após exaustão folicular: aumento do FSH 10-20x mais e do LH 3x mais e, diminuição do estradiol;
Estroma ovariano: produz androgênios (androstenediona e testosterona);
Suprarrenal: produz androstenediona;
Conversão periférica:
Androstenediona -> estrona;
Androstenediona -> testosterona;
Testosterona -> estradiol;
Estrona -> estradiol.
- No início, pode haver hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, alopécia, oleosidade) e hiperestrogenismo (HUD,
hiperplasia e adenocarcinoma endometriais);
- Após alguns anos: exaustão do estroma ovariano e das suprarrenais -> HIPOestrogenismo.
3. Quadro Clínico:
- Alterações menstruais: ciclos mais longos, irregularidades, atraso seguido de hemorragia;
- Fogachos:
80% das mulheres no climatério;
10% antes da menopausa;
Rubor da pele do tórax, pescoço e face -> sensação de calor -> sudorese;
Duração dos fogachos: segundos a minutos;
Mais frequentes e intensos à noite e estresse;
Menos intensos e duradouros no frio;
Duram 4-5 anos, em média;
Ligado à queda do estrogênio;
Coincide com pico de LH;
Centro termorregulador no hipotálamo;
Pode ser ativado por ativação noradrenérgica, serotoninérgica ou dopaminérgica;
DD:
Feocromocitoma, carcinóide, leucemia, tumores pancreáticos, disfunção tireoidiana;
Frequentemente psicossomático (51% de resposta ao placebo na 1ª semana).
- Atrofia urogenital e de pele:
Vagina: atrofia genital, prurido, estenose, dispareunia, sinusiorragia (sangramento após ato sexual);
Bexiga e uretra: disúria, polaciúria, maior predisposição a ITU, urgência miccional, diminuição da pressão
uretral;
Prolapsos genitais: devido a alterações do colágeno -> cistoceles, retoceles;
Pele: diminuição do colágeno e espessura.
- Sintomas psicológicos:
Associação não bem estabelecida com o hipoestrogenismo;
Fadiga, nervosismo, cefaleia, insônia, depressão, tonturas, palpitações, ''síndrome do ninho vazio'';
Sono? Irritabilidade? X fogachos;
SNC: Doença de Alzheimer?
Ginecologia
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
- Alterações osteoarticulares:
Articulações: diminuição do colágeno e da força muscular (sobrecarga das articulações) -> artralgia;
Perda de 50% do osso trabecular e 30% do osso cortical nos primeiros 20 anos;
Obs.: Pacientes que foram ooforectomizadas vão ter o processo de perda óssea ainda mais cedo, pela falta do
estrogênio.
Fratura de coluna por colapso vertebral: demonstração radiológica em 25% das mulheres > 75 anos;
Aumento da atividade de osteoclastos;
Diminuição da absorção de vit. D;
Diminuição dos receptores de vit. D nos osteoblastos;
Diminui a absorção de cálcio;
Osteoporose:
FR não modificáveis:
Idade;
Etnia (caucasiana e asiática);
Pequena estrutura corporal;
Menopausa precoce;
Fratura prévia;
HF +.
FR modificáveis:
Consumo inadequado de cálcio e vit. D;
Tabagismo;
Baixo peso corporal;
Consumo excessivo de álcool;
Estilo de vida sedentário.
Distúrbios clínicos associados:
Hipertireoidismo;
Hiperparatireoidismo;
DRC;
Uso sistêmico de corticoides ou heparina.
Diagnóstico:
Clínico: fratura ao mínimo trauma, perda de estatura;
Imagem: RX simples de coluna, densitometria óssea (coluna lombar e fêmur).
Prevenção e tratamento da osteoporose:
Osteoporose ou osteopenia + FR;
Desestimular o tabagismo;
Exercícios físicos;
Dieta;
Exposição solar;
Cálcio: 1-1,5 g/dia;
Vit. D: 400-800 UI/dia;
Estrogenioterapia;
Bisfosfonados (Alendronato, Risedronato): inibem a reabsorção óssea;
SERMs: Raloxifeno 60mg/dia;
Calcitonina: spray nasal (para doença já estabelecida);
Ginecologia
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Marcela Oliveira
Hormônio paratireoidiano recombinante (Teriparitida): estimula neosteogênese (para paciente com alto
risco de fraturas).
- Aparelho cardiovascular:
RR de 3,5 para DCV em homens;
RR diminui após a menopausa;
Efeitos (hipotéticos) do estrogênio:
Aumento de HDL, diminuição do LDL e CT;
Efeito anti-aterosclerótico direto;
Aumento do NO (efeito vasodilatador);
Aumento da prostaciclina (efeito vasodilatador);
Aumento do inotropismo cardíaco.
A terapia hormonal NÃO deve ser empregada com o objetivo de prevenção primária ou secundária de DCV;
Aumento do risco de AVC, IAM, TEP, TVP;
Janela de oportunidade? Faltam ensaios clínicos controlados e randomizados.
Obs.: Cronologia do climatério:
4. Propedêutica:
- Anamnese:
Sintomas vasomotores, geniturinários, menstruais, psicológicos e sexuais;
Impacto dos sintomas na qualidade de vida;
FR para DCV, osteoporose, tromboembolismo e câncer (ex. tabagismo, dislipidemia, obesidade, sedentarismo);
HPP: hepatopatias, doenças intestinais, trombofilia;
HF +: CA de mama, CA de cólon e CA de endométrio.
- Exame físico:
Mucosas, tireóide, varizes, obesidade, cifose;
Palpação mamária;
Ausculta cardíaca e medida da PA;
Palpação abdominal;
Exame de vulva, trofismo vaginal;
Toque: útero e anexos;
Ginecologia
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Obstetrícia
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Megestrol;
Acetato de Ciproterona.
Derivados da 19 nor-testosterona:
Nomegestrol;
Noretisterona;
Norgestimato;
Levonorgestrel.
- Androgênios:
Melhora do bem-estar psíquico e da libido com doses altas;
Efeitos adversos: acne, hirsutismo, alopécia, alteração na voz, mudança no perfil lipídico;
Utilizar em casos de diminuição da libido não explicada por outras causas (ansiedade, depressão,
relacionamento, medicamentos, atrofia vaginal, outras causas de dispareunia, hiperprolactinemia).
- Vias de administração:
Oral;
Transdérmica;
Percutânea;
Intramuscular;
Nasal;
Implante;
Vaginal: bom para reverter atrofia genital -> Estriol, Promestriene.
- Esquemas:
Estrogênio isolado contínuo: para pacientes histerectomizadas (não precisa proteger o endométrio);
Estrogênio isolado cíclico: para pacientes que tem alguma restrição relativa ao uso dele;
Combinados cíclicos: para pacientes com útero que tem indicação e não tem contraindicações;
Combinado contínuo: para pacientes com útero que tem indicação e não tem contraindicações.
- Progestágenos após histerectomia: NÃO precisa, porque não tem endométrio para proteger
Endometriose;
CA de endométrio;
Osteoporose?
- Riscos da TRH:
DCV:
NÃO indicar como prevenção primária ou secundária;
Janela de oportunidade (endotélio são) -> individualizar tratamento.
Tromboembolismo venoso: maior risco nos 2 primeiros anos;
CA de mama: maior risco de se associar ao progestágeno;
CA de ovário?
CA colorretal?
- Alternativas:
Tibolona:
Derivado progestagênico do noretinodrel;
Efeito estrogênico, progestogênico e androgênico;
Sem ação confirmada sobre o perfil lipídico;
Boa escolha em diabéticas (pode melhorar a resistência insulina).
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Fogachos:
IRSS - Fluoxetina, Paroxetina, Venlafaxina;
Isoflavonas;
Gabapentina - análogo do GABA;
Clonidina - alfa-adrenérgico.
Atrofia vaginal:
Promestriene;
Estriol;
Estradiol.
A TRH deve ser individualizada para cada paciente, avaliando os riscos e benefícios, escolhendo o medicamento, a
dose e a via de administração de acordo com o perfil de cada uma.
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Marcela Oliveira
- Etiologia:
Multiparidade;
Endometrite anterior;
Idade materna avançada;
Curetagens anteriores;
Cesareanas anteriores.
- Classificação:
Total ou completa: recobre totalmente a área do OI do colo;
Parcial: a obstrução do OI é parcial;
Marginal: a margem placentária aproxima-se do OI, porém não o ultrapassa;
Baixa: placenta estende-se ao segmento uterino, porém não se aproxima do OI.
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- Diagnóstico:
Sinais e sintomas:
Sangramento vermelho, vivo e rutilante. É intermitente, indolor, imotivado e progressivo;
BCF sem alterações;
Tônus uterino normal.
US: confirma a posição da placenta.
RNM: acretismo?
- Tratamento:
Dependerá da IG;
Fatores de decisão na conduta:
Intensidade da hemorragia;
IG;
Vitabilidade fetal;
Paridade;
Apresentação, situação e altura fetal - colo uterino;
Classificação da PP;
Trabalho de parto ou não.
Prematuro:
Internação: avaliar sangramento, condições do colo e início do TP;
Repouso relativo;
Ureolíticos se TPP;
Corticoterapia: Dexametasona 4mg de 8/8h por 2 dias; Betametasona - Celestone Soluspan 6mg (2 ampolas
de 24/24h) = 2 dias;
Dieta rica em ferro e ácido fólico;
Alta individualizada, de acordo com a IG, volume de sangramento, condições sociais.
Obs.: Conduta na PP:
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À termo:
Estabilidade hemodinâmica;
Resolução da gravidez: cesárea ou parto vaginal.
3. Acretismo Placentário:
- Conceito: a placenta acreta é definida como a implantação anormal da placenta na parede uterina, ultrapassando o
endométrio, invadindo o miométrio, podendo chegar a serosa ou invadir outros órgãos, como a bexiga.
- Incidência: 1:2500 gestações.
- Fatores de risco:
PP: incidência de 9,3% em gestantes com PP e 0,004% em gestantes sem PP;
Idade materna avançada;
Multiparidade e cirurgia uterina prévia (incluindo cesárea).
- Classificação:
Pode ser classificada segundo o grau de profundidade da implantação em:
Placenta acreta Simples: invade miométrio somente até um terço de sua parede, com ausência da decídua
basal;
Placenta increta: penetra profundamente no miométrio;
Placenta percreta: atinge a serosa ou até outros órgão adjacentes.
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Marcela Oliveira
- Diagnóstico:
O diagnóstico pré-natal de placenta acreta permite abordagem planejada com possibilidade de tratamento sob
melhores condições, podendo reduzir a morbidade materna.
Exames de imagem como US e RNM.
- Tratamento:
Cesariana associada à histerectomia periparto;
Cesariana, juntamente com conduta conservadora em que a placenta é deixada in situ, com abordagem
expectante.
Nesse caso ,deve-se ter segurança quanto à hemostasia bem realizada, podendo ser associada à embolização
de artéria uterina ou a uso de drogas como o Metotrexato, para auxiliar na reabsorção placentária. As
complicações DESSA CONDUTA mais comuns são febre, endometrite e coagulação intravascular
disseminada, formação de fístulas e fracasso da reabsorção placentária.
O tratamento conservador é indicado quando a perda de sangue é mínima, há desejo de preservar a fertilidade,
há técnicas de surporte adequados e serviço de vigilância rigoroso à puérpera.
A cesariana associada ao tratamento cirúrgico conservador é realizada pela remoção da placenta e pode
associar-se com a oclusão de ramos das artérias ilíacas comuns por catéter-balão e pela embolização de artérias
uterinas. A taxa de sucesso é, em geral, inferior a 50%.
- Complicações:
A complicação mais comum associada a essa condição é o sangramento pós-parto, que é potencialmente fatal.
Outras complicações frequentes e graves são: perfuração ou inversão uterina e ruptura da bexiga.
4. Descolamento Prematuro da Placenta:
- Consiste na separação intempestiva e prematura da placenta normalmente inserida no corpo uterino, após a
20ª-22ªsem de gestação e antes da expulsão fetal.
- Acarreta sangramento uterino e reduz o aporte de O2 e de nutrientes ao feto /sofrimento fetal agudo.
- Incidência: varia muito em razão de numerosas variáveis -> cerca de 1-2%.
- É a principal causa de sangramento no 3º trimestre.
- Causas:
Traumáticas : trauma abdominal;
Não-traumáticas: pré-eclâmpsia, hipertensão
arterial crônica, tabagismo, cocaína.
Obs.: As síndromes hipertensivas são extrema-
mente importantes na etiologia.
Obs.: História de DPP em gestação anterior,
aumenta a chance em 15 a 20 vezes de DPP na
gestação atual.
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
- Fisiopatologia:
Alterações uterinas: hipertonia e apoplexia miometrial.
Hipertonia uterina:
Aumento da pressão venosa intrauterina;
Estase sanguínea e ruptura dos vasos útero-placentários;
Aumento e agravamento da área de descolamento.
Apoplexia miometrial:
Dissociação e necrose isquêmica das fibras uterinas, devido a infiltração sanguínea.
Alterações da coagulação:
Passagem de tromboplastina para a circulação materna -> hipercoa-
gulabilidade -> CIVD -> diminuição dos fatores de coagulação
-> coagulopatia por consumo.
Alterações renais: representados pela necrose tubular aguda e necrose
cortical (reflexo isquêmico uterorrenal);
Alterações hipofisárias: são de natureza necrótico-isquêmica e
atribuídas ao prolongado estado de choque circulatório ou a CIVD.
- Quadro clínico:
Sangramento vaginal;
Dor abdominal (taquissistolia ou hipertonia uterina);
Comprometimento hemodinâmico;
Sinais de sofrimento agudo do feto;
Hemoamnio;
Sangramento oculto e hemorragia externa.
- Tratamento:
Medidas gerais:
Tratamento do choque: acesso venoso calibroso; reposição volêmica; oxigenoterapia; monitorização de PA,
FC e diurese; hemotransfusão (concentrado de hemáceas + plasma fresco);
Exames laboratoriais: hemoglobina, hematócrito, plaquetas, teste do coágulo (Weiner), coagulograma,
fibrinogênio, função renal, gasometria.
Conduta obstétrica:
Parto mais rápido sempre;
Feto vivo e viável -> resolução imediata do parto.
Feto morto ou inviável -> se condições hemodinâmicas maternas permitirem: amniotomia (reduz a
compressão da cava, dificulta a ampliação da área de descolamento, melhora a hipertonia, evidencia o
hemoamnio, diminui incidência de coagulopatia, acelera a evolução do parto.
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
5. Casos Clínicos:
- Caso clínico 1: Ana Lúcia comparece a maternidade com queixa de sangramento genital iniciado há duas horas.
Estava deitada, vendo televisão. Ig 32 semanas. Sem pré-natal até o momento. Disse ter tido problemas para aceitar
a gravidez, mas está preocupada com esse sangramento. Relata que acha que agora quer muito o bebê. G1P0A0. Ao
exame: corada, hidratada, anictérica, acianótica. PA 120/80 mmHg, UF 30 cm; BCF 144 bpm. DU neg.
Sangramento vaginal vermelho, em quantidade moderada.
Quais as suas hipóteses diagnósticas?
Qual o melhor exame para avaliar suas hipóteses?
- Caso clínico 2: Ana Carolina, médica, recém formada, chega na sala de atendimento e ao ver a paciente sangrando,
faz um toque obstétrico. Identifica colo com 1 cm e o sangramento de moderado passa a ser intenso. Em 10 min a
paciente encontra-se com intenso volume de sangramento, tônus abdominal normal, BCF +. PA 90/40 mmHg, FC
120 bpm. Paciente sudoreica. O que aconteceu? Conduta para o caso.
A paciente do caso anterior foi encaminhada imediatamente ao CC. Submetida a cesariana de urgência, com
extração de feto vivo, único, sexo masculino, assistido pelo pediatra e encaminhado à UTI neonatal. A extração
placentária foi difícil, com área aderente à mucosa uterina. O que pode ter acontecido? Qual a melhor conduta?
- Explique o que é útero de Couvelaire?
- Caso clínico 4: Marta, 34 anos, com ciclos menstruais regulares e amenorreia de 12 semanas, inicia o pré-natal em
que são solicitados exames laboratoriais de rotina e US transvaginal. Antes de fazer os exames, apresenta vômitos
incoercíveis e sangramento transvaginal de moderada intensidade, com sangue vermelho vivo, de odor
desagradável, acompanhado por material de aspecto esponjoso, vesiculoso e claro. Ao ser examinada, pelo médico
plantonista na maternidade, a paciente encontra-se hipocorada (2+/4+), hidratada, anictérica, acianótica, eupneica,
afebril, PA = 160 x 90 mmHg e edema bimaleolar. O exame pélvico revelou fundo de útero = 24 cm e cervix
amolecida. Dada a descrição do quadro clínico, a hipótese diagnóstica e o tratamento mais adequados são:
(A) abortamento espontâneo de 1o trimestre com sinais de toxemia gravídica e indicação de esvaziamento uterino
por curetagem.
(B) prenhez ectópica sem sinais de toxemia gravídica e com indicação de videolaparoscopia e salpingectomia.
(C) placenta prévia com sinais de toxemia gravídica e com indicação de esvaziamento do útero, independente da
idade gestacional.
(D) doença trofoblástica gestacional, com indicação de dilatação e esvaziamento por vácuo-aspiração e seguimento
pós-molar com dosagem de hCG.
(E) coriocarcinoma, com indicação de quimioterapia simples, por se tratar de doença não metastática.
Ginecologia
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Obstetrícia
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- Caso clínico 5: Primigesta de 16 anos e na 36ª semana de gestação procura a maternidade com queixa de dor
abdominal, de início agudo e sangramento transvaginal de pequena intensidade, há, aproximadamente, 3 horas. Ao
exame físico, apresenta-se hipocorada (3+/4+), hidratada, pressão arterial de 90 x 40 mmHg, fundo uterino de 34 cm
com tônus aumentado, frequência cardíaca fetal de 90 bpm. O diagnóstico mais provável e a conduta a ser adotada
são:
(A) rotura uterina e parto cesárea com posterior histerorrafia.
(B) rotura de vasa prévia e interrupção da gestação pela via de parto mais adequada.
(C) descolamento prematuro de placenta e parto cesárea.
(D) placenta prévia e tratamento expectante com 72 horas de observação hospitalar.
(E) placenta prévia total e interrupção da gestação por parto cesárea.
Ginecologia
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
Prolapsos Genitais
1. Introdução:
- Às vezes é queixa da paciente, às vezes é achado de exame físico.
- O termo prolapso tem como sinônimo distopia = um ou mais órgãos fora do lugar.
- Conceito: ''Processo no qual o conteúdo pélvico se hernia através das paredes vaginais devido a um defeito no
sistema de suporte dos órgãos pélvicos'' -> existem estruturas musculares, ligamentares, vasculares, nervosas que
dão suporte aos órgãos pélvicos e, se não tem suporte -> prolapsa.
Obs.: Índice de recorrência é comum = não fez o estudo anatômico correto para identificar as estruturas anatõmicas
comprometidas.
Obs.: Incontinência urinária pode existir isolada ou associada com prolapsos genitais (os prolapsos também podem
ser isolados, sem incontinência urinária). Para prolapso genital, 99% dos casos vão precisar apenas do exame
clínico. O prolapso com incontinência associada (ou só a incontinência) necessitam de exames complementares
(padrão-ouro -> estudo urodinâmico, US, TC).
- O prolapso genital pode resultar em mal funcionamento do aparelho reprodutor, do trato urinário (incontinência
urinária) e da porção final do tubo digestivo (incontinência fecal) e na deteriorização da imagem corporal ->
prejudica a autoestima da paciente.
Obs.: Se a paciente não está desconfortável com a condição, não precisa forçar a correção também.
- O prolapso genital é muito associado ao envelhecimento (pessoas vivendo mais e, consequentemente, mais sujeitas
a prolapso). O que tem mudado é a paridade, consequentemente, diminuindo os nº de prolapsos genitais.
- 11% das mulheres com até 80 anos, nos EUA, são submetidas a correção cirúrgica de prolapso genital, sendo que,
quase 1/3 dos procedimentos consiste em repetição (Olsen et. al. 1997).
Obs.: Às vezes é um procedimento de repetição -> fator predisponente NÃO foi corrigido ou a técnica utilizada foi
errada.
2. Estática Pélvica:
- Aparelho de suspensão (Retináculo uterino de Martin): predominantemente conjuntivo (ligamentar).
2 feixes anteriores: ligamentos pubo-vésico-uterinos;
2 feixes laterais: ligamentos cardinais;
2 feixes posteriores: ligamentos útero-sacros.
Obs.: Níveis de sustentação vaginal: nível 1 (ligamento
cardinal e uterossacros -> defeitos apicais); nível 2 (liga-
mentos paravaginais -> defeitos paravaginais); nível 3
(corpo perineal, Mm. perineais e tecido fibromuscular ->
prolapsos de parede anterior (vagina), posterior, introito
alargado e rotura perineal.
- Aparelho de sustentação (assoalho pélvico): predominantemente muscular, mas tem um pouco de conjuntivo.
Diafragma pélvico principal:
M. elevador do ânus: pubo-retais, pubo-coccígeos e íleo-coccígeos;
M. coccígeo (ou ísquio-coccígeo).
Diafragma urogenital:
M. transverso profundo do períneo;
M. transverso superficial do períneo;
M. bulbo-cavernoso;
M. ísquio-cavernoso;
Ginecologia
Ginecologia e
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Obstetrícia
Marcela Oliveira
Obs.: Nova classificação de prolapsos: atribuir 0-3 positivos ou negativos para cada ponto -> usado mais para
cirurgia. Estadiamento: Utilizando o sistema de avaliação descrito, os estádios de prolapsos dos órgãos
pélvicos são definidos pelas posições de cada ponto, esses pontos são colocados em um diagrama 3x3, e a paciente
é estadiada em graus I, II, III, IV. Cinco estádios de suporte de órgãos pélvicos podem ser definidos, como a
seguir: 1) estádio 0: ausência de prolapso. Os pontos Aa, Ap, Ba e Bp estão em -3 cm, e os pontos C e D estão entre
o CVT e o CVT -2 cm; 2) estádio I: ponto de maior prolapso está localizado até 1 cm para dentro do hímen (-1 cm);
3) estádio II: o ponto de maior prolapso está localizado entre -1 cm e +1 cm (entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do
hímen); 4) estádio III: o ponto de maior prolapso está a mais de 1 cm para fora do hímen, porém sem ocorrer
eversão total; 5) estádio IV: eversão total do órgão prolapsado. O ponto de maior prolapso fica, no mínimo, no
comprimento vaginal menos 2 cm. NÃO PRECISA DECORAR!
7. Quadro Clínico:
- Assintomáticas (sem incontinência urinária ou fecal);
- Sensação de corpo estranho na vagina;
- Sensação de peso na pelve;
- Dor pélvica, lombar e dispareunia;
- Incontinência urinária;
- Retenção urinária, alto volume residual -> ITU;
- Dificuldade de evacuação -> ordenha retal;
- Incontinência fecal;
- Corrimento sanguinolento;
- Ulcerações do órgão prolapsado;
- Encarceramento uterino;
- Encarceramento de alça intestinal.
8. Diagnóstico:
- Eminentemente clínico.
- Anamnese: idade, paridade, via dos partos, idade da menopausa, cirurgias sobre os genitais, doenças pregressas,
tabagismo, uso de TRH.
- Exame físico:
Inspeção dos genitais em litotomia, sentada, em ortostatismo;
Manobra de Valsalva;
Trofismo genital;
Toque vaginal e retal;
Histerometria;
Grau do prolapso -> diagnóstico definitivo só com exame sob anestesia.
Ginecologia
Ginecologia e
e Obstetrícia
Obstetrícia
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- Exames complementares:
Papel no planejamento terapêutico;
US:
Posição do colo vesical no repouso e no esforço;
Volume uterino.
Estudo urodinâmico: pacientes idosas com sintomas de incontinência mista e com prolapso da parede anterior
que atinja a rima vulvar e na hipermobilidade uretral -> quando tem incontinência urinária associada.
9. Tratamento:
- Objetivos:
Eliminação de sintomas;
Restauração da anatomia e da função;
Melhora da qualidade de vida, por um longo prazo.
- Considerar:
Idade;
Risco cirúrgico;
Paridade;
Desejo de concepção futura;
Vida sexual do casal;
Sintomatologia;
Grau e tipo do prolapso;
Doenças agravantes.
- Conduta expectante:
Paciente assintomática, com grau discreto de prolapso;
Cautela com queixas sexuais associadas ao prolapso.
- Tratamento não-cirúrgico:
Indicações:
Risco cirúrgico proibitivo;
Recusa à cirurgia;
Adjuvante à cirurgia;
Na conduta expectante.
Exercícios de Kegel (fisioterapeuta):
Fortalecem a musculatura do aparelho de sustentação;
Fazer 20-30 contrações voluntárias, por 3 segundos, 2-3x/dia;
1-2 dedos na vagina: para avaliar melhor a eficácia das contrações;
Evitar a contração de outros músculos: Mm. reto abdominais, Mm. adutores da coxa e Mm. glúteos
máximos).
Biofeedback (mecanismo de recompensa):
Acrescenta um estímulo auditivo e/ou visual para identificar as contrações efetivas do assoalho pélvico;
Provoca uma motivação extra na paciente.
Eletroestimulação:
Estímulo elétrico nas estruturas neuromusculares do assoalho pélvico;
N. pudendo: fortalecimento das fibras do M. elevador do ânus e da musculatura estriada peri-uretral;
Corrente intermitente evita fadiga;
Duração: 8-12 semanas.
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Anemia na Gestação
1. Introdução:
- A anemia é a condição na qual o número de células vermelhas do sangue e a sua capacidade de transporte de
oxigênio são insuficientes para atender às necessidades fisiológicas, que variam de acordo com idade, sexo, altura,
fumo e gravidez.
- Causas de anemia:
Adquiridas:
Anemia por deficiência de ferro (ferropriva);
Anemia causada por perda sanguínea aguda;
Anemia por inflamação ou malignidade;
Anemia megaloblástica;
Anemia hemolítica adquirida;
Anemia aplásica ou hipoplásica.
Hereditárias:
Talassemias;
Hemoglobinopatias de células falciformes;
Outras hemoglobinopatias;
Anemias hemolíticas hereditárias.
- Anemia fisiológica da gravidez - a hipervolemia:
Importância da hipervolemia para mãe e feto:
Responder às demandas metabólicas do útero aumentado;
Prover nutrientes e elementos em abundância para dar suporte
ao rápido crescimento da placenta e do feto;
Proteger a mãe e, consequentemente, o feto, contra os efeitos
deletérios das posições supina e ereta sobre o retorno venoso;
Salvaguardar a gestante contra efeitos adversos da perda
sanguínea associada ao parto.
Deficiência de ferro e folato;
Diminuição na concentração de hemoglobina, ferro
sérico, folato sérico e folato nas hemácias.
- Classificação morfológica das anemias:
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2. Anemia Ferropriva:
- Estima-se que a anemia não fisiológica acometa 20% a 80% das gestações. Destas, a anemia por deficiência de
ferro é a mais comum. Estima-se, ainda, que aproximadamente 50% das grávidas em todo o mundo são anêmicas,
sendo que 52% encontram-se em países não industrializados e 23% em países industrializados.
- Causas:
Ingesta insuficiente de ferro;
Intervalo interpartal curto;
Parto complicado com hemorragia.
- Diagnóstico:
Clínico: sintomas inespecíficos -> gravidez;
Laboratorial:
Ferritina:
A ferritina sérica tem sido referida como a medida mais sensível para detectar a depleção do ferro
armazenado, na ausência de infecção ou inflamação, e tem sido também um critério útil para o
diagnóstico da anemia por deficiência de ferro.
Hemograma:
Avaliar a Hb;
Reticulócitos;
Hemácias - microcítica.
- Classificação:
- Complicações:
Anemias moderadas a graves são associadas com índices aumentados de mortalidade materno-fetal e doenças
infecciosas;
Hemoglobina abaixo de 9,5 g/dl próximo a termo podem estar relacionadas a RN baixo peso, prematuridade e
mortalidade perinatal.
- Tratamento:
VO:
A terapia por VO é a 1ª opção de tratamento;
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Anemia leve:
Solicitar EPF;
Prescrever dose de tratamento de sulfato ferroso (120 a 180 mg/d de ferro elementar);
Efeitos adversos GI. Reavaliar em 60 dias;
Meta: Hb 11 g/dL, após manter 60mg/d de Fe.
Anemia grave:
Hemoglobina < 7 - 8 g/dL;
Deve ser investigada e tratada em serviço terciário;
Encaminhar ao hematologista;
Noripurum venoso.
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Tratamento parenteral:
A terapia com ferro parenteral constitui uma alternativa eficaz para os casos de intolerância ao tratamento
oral, quer seja por dificuldade de ingestão ou absorção, onde a reposição oral mostra-se insuficiente para
suprir as necessidades orgânicas;
Em situações em que a deficiência de ferro é grave (hemoglobina inferior a 8,0g/dL), após a 14ª semana, e
também quando se pretende resposta mais rápida para diminuir as chances de transfusão de hemácias.
Tratamento na gravidez:
Noripurum EV ou IM:
Sacarato de Fe;
Dose máx. diária: 200mg;
Dose máx. semanal: 500mg;
Ampolas contendo 2mL e 10mg
de Fe elementar para uso via IM;
Ampolas contendo 5mL e 100mg
de Fe elementar para uso via EV.
- Profilaxia na gravidez:
Após o tratamento, manter a profilaxia por
durante a gravidez;
A OMS recomenda, de modo geral, suplemen-
tação com 60mg de Fe elementar para toda ges-
tante a partir da 20ª semana de gravidez, o que
corresponde à suplementação com 300mg de
sulfato ferroso, visto que a quantidade de Fe elementar corresponde a 20% da dose total do sal.
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Tanto os folatos como a vit. b12 são indispensáveis para a síntese de timidina, um dos nucleotídeos que
compõem o DA e, a carência de um deles tem como consequência menor síntese de DNA.
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Fatores da eritropoiese:
- Anemia perniciosa: é caracterizada pela falta de vitamina B12 no organismo pelo comprometimento da absorção
dessa vitamina devido à deficiência de fator intrínseco, que é uma proteína na qual a vitamina B12 se liga para ser
absorvida pelo organismo.
- Causas da deficiência de folato:
As causas comuns incluem má absorção, medicamentos e toxinas, estados de aumento da demanda e deficiência
dietética;
A má absorção hereditária de folato e outros defeitos congênitos no metabolismo de folato são causas raras.
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- Clínica da deficiência de vit. b12:
De uma maneira geral, é uma desordem que se manifesta por um quadro clássico caracterizado por anemia
megaloblástica associada a sintomas neurológicos(, com frequente aparecimento da tríade fraqueza, glossite e
parestesias;
Porém, danos neurológicos podem ocorrer mesmo na ausência de anemia numa parcela considerável de
pacientes;
As manifestações neurológicas devem-se a danos progressivos dos sistemas nervosos central e periférico(99), e
tipicamente manifestam-se com polineurites, principalmente sensoriais, nas extremidades distais, ataxia e
reflexo de Babinski;
Além disso, são comuns relatos de déficits de memória, disfunções cognitivas, demência) e transtornos
depressivos.
- Clínica do déficit de ácido fólico:
Anemia;
Sem sinais neurológicos.
- Diagnóstico:
A investigação inicia-se pela dosagem de ácido fólico e vitamina B12;
Neutrófilos plurissegmentados no sangue periférico;
A deficiência de vitamina B12 pode cursar com pancitopenia;
As dosagens séricas de ácido metilmalônico e homocisteina são usadas para confirmação diagnóstica.
- Tratamento:
Déficit de ácido fólico:
Ácido fólico: 1mg de ácido fólico/dia (previne e trata deficiência).
Resposta: melhora da anemia em 1 semana;
Reticulocitose seguida de recuperação da hemoglobina;
Htc deve aumentar 1% por dia após uma semana de tratamento;
Sem melhora após 1 semana: considerar anemia ferropriva associada.
O ácido fólico não possui uma conversão tão satisfatória em vitamina B9 no sistema digestivo quanto
imaginado, o que não acontece com os folatos;
Uma dose pequena de 200-400mcg/dia pode não ser eficiente, o que torna o ácido fólico menos
funcional do que o folato;
Em uma conclusão prematura, o ácido fólico não se mostra capaz de ser detectado no sangue de
indivíduos que o consumam, mesmo que estes estejam em jejum;
Vitamina B1 (nitrato de tiamina) - 100mg;
Vitamina B6 (cloridrato de piridoxina) - 100mg;
Vitamina B12 (cianocobalamina) 5.000mcg.
Déficit de vit. b12:
Citoneurim 1000 e 5000: 2 ampolas;
Citoneurin® 1.000;
Cada ampola I (1 ml) contém:
Cloridrato de tiamina (vitamina B1) 100 mg
Cloridrato de piridoxina (vitamina B6) 100 mg
Cada ampola II (1 ml) contém:
Cianocobalamina (vitamina B12) 1000 mcg.
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Intramuscular profundo;
Intervalo mínimo de 3 dias.
- Tratamento de anemia macrocítica por déficit de vit. b12:
Assintomáticos: 1000 mcg de vitamina B12, IM, 1x/ semana, até que a deficiência seja corrigida (em geral 6-8
semanas);
Casos com indicação de reposição por toda a vida, 1x/mês (cianocobalamina) ou 1x a cada 2 meses
(hidroxicobalamina). A dose oral de 1000 mcg, 1x/dia, é igualmente efetiva;
Sintomáticos: 1000 mcg de vitamina B12 em dias alternados, por 2 semanas, seguido de 1x/mês
(cianocobalamina) ou 1x a cada 2 meses (hidroxicobalamina).
- Tratamento de nemia macrocítica por déficit de ácido fólico:
•Metilfolato 1 cp/ao dia.
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Incontinência Urinária
1. Introdução:
- Continência:
Pressão vesical < Pressão uretral;
Pressão vesical = pressão abdominal + pressão do M. detrusor;
Manutenção da pressão vesical:
Complacência vesical;
Inibição voluntária do M. detrusor.
Manutenção da pressão uretral:
Musculatura lisa da parede;
Mucosa;
Vascularização (plexo de Klutke);
Tecido conjuntivo de suporte;
Musculatura estriada periuretral (Mm. esfíncter externo da uretra e elevador do ânus);
Tônus da musculatura lisa: alfa-adrenérgico.
Continência no esforço:
Colo vesical em posição superior à borda inferior da sínfise púbica;
Transmissão do aumento da pressão abdominal para o colo vesical.
- Micção:
Cessa a inibição voluntária do M. detrusor;
Relaxamento da musculatura do assoalho pélvico -> descida do colo vesical;
Aumento da pressão abdominal não transmitido para o colo vesical: PV > PU.
- Incontinência urinária:
Definição (Sociedade Internacional de Incontinência): perda involuntária de urina, clinicamente demonstrável,
que cause problema social ou higiênico.
Incontinência urinária de esforço genuína: perda de urina através do meato uretral externo, quando a pressão
vesical excede a pressão uretral, na ausência de contração do M. detrusor.
2. Fisiopatologia da IUE:
- Problema na manutenção da pressão uretral;
- Hipermobilidade uretral:
Posição do colo vesical X suporte uretral;
Lesão do assoalho pélvico (M. elevador do ânus, fáscia vésico-vaginal, ligamento pubo-uretral): trauma
obstétrico, cirurgias, deficiências do colágeno.
Insuficiência esfincteriana uretral intrínseca (mucosa, musculatura lisa, vascularização, tecido conjuntivo):
Cirurgias prévias (especialmente para IUE);
Hipoestrogenismo;
Irradiação;
Trauma.
- Fatores de risco:
Gravidez e parto transpélvico;
Idade;
Obesidade;
Comprometimento funcional e cognitivo;
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- Exame físico:
Obesidade;
Trofismo genital;
Prolapsos em repouso e esforço;
Sensibilidade cutânea perianal;
Reflexo cutâneo-anal e bulbocavernoso;
Teste de esforço e/ou ''Pad test'';
Tônus do assoalho pélvico;
Exame especular -> fístulas;
Teste de Booney: consiste em verificar a perda de urina durante manobra de esforço, com paciente com bexiga
cheia, com elevação digital do colo vesical e, consequente supressão da perda de urina.
Teste do cotonete (''Q-tip test''): consiste na colocação do cotonete na uretra da paciente e durante a manobra de
esforço observa-se o grau de mobilidade do colo vesical (ângulo da junção uretrovesical).
Normal: 10-15º;
Fibrose peri-uretral: < 10º;
Hipermobilidade uretral: > 15º.
5. Exames Complementares:
- Urinálise e urocultura;
- US do colo vesical;
- Uretrocistoscopia:
Descartar tumores, cálculos, cistite intersticial, divertículos, fístulas vesicais;
Dinâmica: avalia o colo vesical durante o enchimento.
- Estudo urodinâmico: registro das pressões vesical, abdominal e uretral.
Tempos do exame:
Urofluxometria:
Volume urinado/tempo;
Distúrbios do esvaziamento, especialmente, obstrutivos (valor nas hipertrofias prostáticas);
Padrão de alto fluxo: baixa pressão uretral OU urgência miccional.
Medida do volume residual (VR):
Normal: até 50mL em jovens, até 100mL em idosos e
até 10-20% do volume urinado.
Aumentado: cistocele acentuada; bexiga neurogênica.
Cistometria:
Mede a atividade do detrusor, durante o enchimento; a
capacidade vesical; a sensibilidade vesical e a compla-
cência vesical;
É o principal termo do estudo urodinâmico;
Diferencia a incontinência urinária de esforço genuína
da instabilidade vesical e da incontinência mista.
Procede-se o enchimento e verifica-se: 1ª vontade de micção (± 150mL), capacidade vesical máxima
(400-550mL), aumentos da pressão do detrusor em repouso e após manobras provocativas, perdas
urinárias, momento das perdas em relação aos aumentos da pressão do detrusor.
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Obs.: Pressão de perda -> durante a cistometria; com cerca de 200-300mL; orientar a paciente a realizar aumento
progressivo da pressão abdominal. Pressão de perca < 60 cm H2O -> insuficiência esfincteriana uretral.
Perfil pressórico uretral:
Vem sendo substituído pela pressão de perda;
Representação gráfica da pressão uretral em toda a extensão da uretra;
Pressão uretral máxima (> 20 cm H2O);
Pressão máxima de fechamento uretral (PUM - PV);
Comprimento funcional da uretra (extensão da uretra em que a pressão uretral excede a pressão
vesical);
Índice de transmissão (transmissão do aumento da PA para a uretra).
Indicações:
Incerteza diagnóstica;
Aumento do VR;
Distúrbio neurológico (ex. esclerose múltiplas);
Prolapsos acentuados;
Cirurgias para incontinência ou prolapso prévias.
6. Tratamento:
- Clínico:
Indicações:
Recusa ao tratamento cirúrgico;
Adjuvante ao tratamento cirúrgico;
Incontinência mista, inicialmente;
Risco cirúrgico aumentado;
Instabilidade vesical;
IUEG leve a moderada.
Princípios:
Atenuação dos fatores de agravamento:
Desestímulo ao tabagismo;
Controle de DPOC, insuficiência vascular;
Troca de drogas que interferem com o mecanismo de continência;
Ingestão hídrica controlada;
Micção programada;
Treinamento vesical.
Melhora da capacidade da musculatura do assoalho pélvico:
Exercícios de Kegel;
Cones vaginais;
Eletroestimulação;
Biofeedback (monitorização eletromiográfica).
Melhora do mecanismo esfincteriano intrínseco:
Estrogenioterapia (tópica ou sistêmica):
Melhora do trofismo da mucosa uretral;
Melhora da vascularização local;
Atua no tecido conjuntivo.
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Drogas:
Parassimpático (acetilcolina):
Contração do M. detrusor;
Relaxamento da musculatura lisa da uretra.
Simpático:
Bexiga: predomínio de receptores beta -> relaxamento do M. detrusor;
Uretra: predomínio de receptores alfa -> contração do colo vesical.
Anticolinérgicos:
Incontinência de urgência;
Relaxam o M. detrusor;
Exemplos: Imipramina, Brometo de Emeprônio;
Efeitos colaterais: boca seca, visão turva, constipação, taquicardia.
Antiespasmódicos/anticolinérgicos: ex. Oxibutinina, Tolterodina, Escopolamina, Diclomina.
Bloqueadores dos canais de cálcio:
Em estudo;
Exemplos: Terodilina (parada cardíaca) -> efeito anticolinérgico.
Alfa-adrenérgicos:
Aumentam o tônus da musculatura lisa uretral;
Exemplos: Efedrina, Pseudoefedrina, Fenilefrina, Fenilpropanolamina, Imipramina, Duloxetina
(IRSSN).
Dispositivos mecânicos:
Intravaginais (pessários);
Intrauretrais;
Tampão adesivo;
Esfíncteres artificiais.
- Cirúrgico:
Indicações:
IUEG;
Incontinência mista após controle da instabilidade vesical.
Princípio: suporte da uretra média posterior, sem tensão.
Fatores de influência na escolha da cirurgia:
Prolapsos genitais associados;
Patologias uterinas e anexiais;
Cirurgias prévias;
Experiência do cirurgião com a técnica;
Elasticidade vaginal;
Risco cirúrgico:
Mobilidade uretral;
Pressão de perda.
Hipermobilidade uretral + função uretral preservada:
Reposicionar o colo uretral (suspender);
Colpossuspensão à Burch (82% de taxa de cura em 5 anos);
Suspensões endoscópicas (Pereyra, Raz, Stamey) - em desuso -> resultados inferiores uretropexia retro-
púbica; via vaginal ou combinada.
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5. Diagnóstico:
Clínico:
Sintomas e sinais clínicos;
Exames subsidiários:
EAS;
Gram de gota urinária;
Urocultura;
Outros exames: US das vias urinárias, teste de função renal.
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6. Tratamento:
- ITU baixa/BA: tratamento por VO.
- Pielonefrite: internação.
Obs.: Cefuroxima, Nitrofurantoína e Amox+Clav -> preconizados pelo MS. SMZ+TMP: não usar no 1º e no 3º
trimestre; Nitrofurantoína: não usar no 3º trimestre. EV -> Ceftriaxona 2g DU/dia ou 1g 12/12h.
- Os parâmetros de melhora incluem:
Curva térmica afebril, DU e função renal satisfatórios;
Melhora dos sintomas;
Sinais vitais normais;
Ausência de complicações obstrutivas e infecciosas, como abscessos;
Com evolução favorável, a alta é programada para completar a antibioticoterapia por VO ou IM, perfazendo 10-
14 dias de tratamento.
Obs.: Sepse, mesmo leve, em grávidas -> UTI.
Obs.: 72h afebril -> mandar para casa com ATB IM -> não mudar o remédio.
7. Profilaxia:
- Indicações:
> 2 episódios de infecção na gravidez;
Outras doenças do TU.
- Como fazer?
Nitrofurantoína 100mg/noite (suspender com 36 semanas -> bebês com
deficiência de glicose-6-fosfato -> problema) OU Cefalexina 250-500mg/dia OU Amoxicilina 250mg.
Obs.: Outras possibilidades -> Cranberry, Vitamina C 100mg/dia -> uso por, pelo menos, 6 meses.