Artigo o Brasil No Conselho de Direitos Humanos Da ONU
Artigo o Brasil No Conselho de Direitos Humanos Da ONU
Artigo o Brasil No Conselho de Direitos Humanos Da ONU
Brasil
Human Rights Council
2024-2026
Candidato al Consejo de
Derechos Humanos
2024-2026
Capa
Ilustração vetorial
Maria Luiza Rodrigues dos Anjos
Compromissos voluntários do
Brasil para candidatura ao CDH
(2024-2026)
I. Introdução
É com grande honra e sentido de responsabilidade que o Brasil apresenta sua candi-
datura ao Conselho de Direitos Humanos (CDH) para o mandato 2024-2026. Estamos
comprometidos com a promoção e a proteção dos mais altos padrões de direitos
humanos. Nossa candidatura ao CDH reflete a absoluta centralidade dos direitos hu-
manos em nossa inserção no mundo, como um país democrático e plural, alicerçado
na garantia de dignidade e direitos para todas e todos.
O Brasil tem feito relevantes contribuições ao Conselho de Direitos Humanos, no qual,
ao longo dos seus dezessete anos de história, exerceu cinco mandatos. Acreditamos
que o sistema internacional de direitos humanos pode ser fortalecido através da
efetiva promoção e proteção de todos os direitos humanos, para todas e todos,
sem discriminação, e com base nos princípios da universalidade, da indivisibilidade,
da imparcialidade, da objetividade e da não seletividade, assim como do diálogo
construtivo e da cooperação internacional.
Pretendemos, caso eleitos, aprofundar nossa contribuição à efetividade do Conselho de
Direitos Humanos e fortalecer seu papel na prevenção e no enfrentamento das causas
estruturais conducentes a situações de graves violações dos direitos humanos, fazendo
uso de todas as ferramentas à disposição do órgão, com particular ênfase no diálogo
e na cooperação. Queremos manter nosso alto nível de interlocução com o Escritório
do Alto Comissário e o nosso irrestrito apoio ao mecanismo de Revisão Periódica Uni-
versal (RPU). Honraremos, igualmente, nosso convite permanente a visitas de titulares
3
de procedimentos especiais, estendido desde 2001, prova de nosso compromisso em
enfrentar com seriedade nossos próprios desafios, certos de que assim contribuímos
para a construção de um Brasil – e de um mundo – mais livre, justo e solidário.
4
e testemunhas ameaçadas e outros grupos cuja situação de vulnerabilidade requeira a
atenção especial do Estado.
Com renovada determinação, o Brasil está decidido a enfrentar seriamente seus desafios
no campo dos direitos humanos, o que implica atuar nas três dimensões do tempo:
passado, presente e futuro, que estão entremeadas e são indissociáveis.
Começamos pelas lutas por memória, verdade e justiça, relacionadas não apenas
a violações ocorridas durante o regime militar, mas também ao triste capítulo da
escravidão e de suas consequências.
Reforçamos nosso compromisso com a democracia, a participação social e a luta de
grupos vítimas de injustiças e de opressões, em favor da realização efetiva dos direitos
econômicos, sociais e culturais; do combate à tortura e aos problemas estruturais da
violência; da luta contra o racismo, a discriminação racial e a LGBTQIA+fobia; do com-
bate à fome e à pobreza, bem como a toda forma de desigualdade, discriminação e
violência baseadas no gênero; do enfrentamento da letalidade juvenil e do trabalho
infantil; da retomada do papel proeminente já ocupado pelo país no campo da vaci-
nação infantil e do oferecimento de proteção a crianças e adolescentes órfãos e órfãs
em decorrência da pandemia da COVID-19; do apoio à luta de defensores e defensoras
de direitos humanos, com particular atenção a ambientalistas; da adoção de medidas
efetivas para a prevenção e o enfrentamento do trabalho forçado ou em condições
análogas à escravidão, inclusive por meio da instalação de processos de devida diligên-
cia em direitos humanos por empresas.
Olhando para o futuro, reafirmamos o direito ao desenvolvimento como um direito
humano e estamos comprometidos com a inter-relação entre direitos humanos e mu-
dança do clima.
Esse esforço contará com a participação de toda a sociedade. A formulação, imple-
mentação e avaliação de políticas públicas contará com ativa participação popular,
da sociedade civil e de organizações não governamentais, por meio de conselhos e
mecanismos específicos, em vários níveis de governo e com o apoio das assessorias de
participação social e diversidade, recém-criadas em todos os ministérios do Governo
Federal.
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III. O Brasil e o sistema internacional dos direitos humanos
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IV. Compromissos voluntários
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a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, da Convenção Interamericana
contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância e da Convenção Internacional
sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de suas
Famílias.
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º Apoiar e copatrocinar iniciativas de combate a todas as formas de violência,
preconceito, discriminação e intolerância.
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de mecanismos efetivos de consulta e participação, em plena observância
dos direitos dos povos indígenas e conforme estabelecido pela Constituição
Federal.
º Reforçar e elevar o nível do engajamento com o tema no CDH e promover
eventos como diálogos e o compartilhamento de melhores práticas e lições
aprendidas, assegurando-se o protagonismo dos povos indígenas/originários
das diversas partes do globo.
º Apoiar resoluções e iniciativas sobre direitos dos povos indígenas e sobre o
mandato do relator especial.
º Aumentar o engajamento em discussões sobre a participação dos povos in-
dígenas no CDH.
º Apoiar iniciativas que reconheçam o papel exercido pelos povos indígenas
em favor da proteção do meio ambiente e da biodiversidade e no combate à
exploração ilegal ou predatória de suas terras.
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º Apoiar o trabalho dos mecanismos de seguimento da Conferência de Durban
e do Fórum Permanente sobre Afrodescendentes.
º Promover a troca de experiências e a cooperação com os demais países do
hemisfério em favor da implementação da Convenção Interamericana contra
o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância.
11
CDH e em outras instâncias das Nações Unidas, bem como apoiar esforços
em favor do aumento dessa representação junto a outras delegações.
º Apoiar medidas voltadas para garantir o acesso efetivo e a permanência de
crianças, adolescentes e jovens negros, ao longo de todo o ciclo educacional,
inclusive no ensino superior.
º Promover e apoiar iniciativas voltadas para a redução da violência letal e das
vulnerabilidades sociais sofridas pela juventude negra, bem como para o en-
frentamento do racismo estrutural.
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• Direitos das pessoas com deficiência
º Avançar iniciativas, resoluções e eventos voltados para pessoas com deficiên-
cia, em linha com o marco legal e a política nacional dedicados ao tema.
º Assegurar o protagonismo, a inclusão e a plena participação de pessoas com
deficiência na formulação e implementação de iniciativas no CDH e demais
atividades da ONU.
º Apoiar a aplicação de perspectiva transversal e interseccional sobre os direi-
tos das pessoas com deficiência, em todos os temas tratados pelo CDH.
º Promover, tanto domesticamente quanto no âmbito de organismos multilate-
rais, campanhas contra o capacitismo.
º Promover a implementação de um sistema unificado de avaliação da defi-
ciência, sob a perspectiva biopsicossocial, e apoiar iniciativas de cooperação
técnica e de criação de capacidades voltadas para esse fim.
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• Direitos das pessoas migrantes, refugiadas e apátridas
º Apoiar e promover iniciativas no plano internacional de proteção e promoção
dos direitos da população migrante, refugiada e apátrida, em linha com as
prioridades nacionais sobre a matéria.
º Apoiar iniciativas de combate a todas as formas de violência, de preconceito,
de discriminação e de intolerância.
º Promover os princípios e diretrizes previstos no Pacto Global para a Migração
e no Pacto Global sobre Refugiados.
º Favorecer enfoque transversal e interseccional sobre os direitos das pessoas
migrantes e deslocadas internas no âmbito da CDH.
• Direito ao desenvolvimento
º Apoiar debates e iniciativas relacionadas ao direito ao desenvolvimento, in-
clusive no que se refere à reflexão sobre a elaboração de documento juridica-
mente vinculante sobre a matéria, assim como no marco da implementação
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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º Promover o direito humano à alimentação adequada, tendo presente o im-
perativo de superar a insegurança alimentar e nutricional no mundo.
º Mobilizar o governo em todos os níveis (federal, estadual e municipal), bem
como a sociedade brasileira, no enfrentamento da fome e da má-nutrição
em todas as suas formas, por meio de um conjunto de políticas públicas e
iniciativas que promovam o direito humano a uma alimentação adequada e
saudável, com especial atenção aos grupos e pessoas mais vulneráveis.
• Direito à saúde
º Promover iniciativas internacionais de promoção e proteção do direito hu-
mano ao mais elevado nível de saúde física e mental, baseadas na ciência,
no diálogo com a sociedade civil e no trabalho colaborativo, em linha com
princípios que informam o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
º Promover o fortalecimento da atenção à saúde dos povos indígenas, da saú-
de da população negra e do combate ao racismo estrutural no acesso à
saúde.
º No contexto de recuperação pós-pandemia de COVID-19, continuar a apre-
sentar e apoiar projetos de resolução com vistas a reforçar o tratamento das
temáticas de acesso a vacinas e medicamentos como componente do direito
humano à saúde; direitos humanos e saúde mental; e redução do estigma e
da discriminação a pessoas vivendo com HIV/AIDS.
º Cooperar com o procedimento especial sobre o direito humano à saúde e
definir, conjuntamente, possíveis datas para a realização de visita ao Brasil.
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º Incentivar programas esportivos voltados para comunidades instaladas em
condições desfavoráveis ou que ocupem as periferias de centros urbanos,
seja no âmbito de escolas ou de equipamentos comunitários criados com
esse fim.
º Propor seguimento, no âmbito do CDH, à resolução sobre esporte, estilos
de vida saudáveis e direito à saúde, com vistas a mobilizar maior atenção à
contribuição positiva da promoção de atividades físicas sobre a saúde e o
bem-estar de todos.
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º Promover o estabelecimento de uma Política Nacional de Proteção aos De-
fensores e Defensoras de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas
e o fortalecimento normativo do Programa;
º Monitorar, com especial atenção, a situação de defensores ambientalistas,
indígenas e quilombolas, e desenhar medidas para sua proteção.
º Apoiar o diálogo com procedimentos especiais e mecanismos internacionais
e receber a possível visita da relatora especial sobre defensores dos direitos
humanos.
• Cooperação internacional
º Priorizar iniciativas de cooperação, assistência técnica e diálogo entre países
no CDH, com base nos princípios fundadores do órgão (resolução 60/251).
º Favorecer o monitoramento não seletivo de situações de países, com base
na cooperação internacional, na construção de capacidades nacionais e no
diálogo construtivo com o país concernido.
º Apoiar e propor iniciativas no âmbito do grupo de países coautores da reso-
lução sobre cooperação técnica em direitos humanos, integrado pelo Brasil.
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• Combate ao trabalho escravo
º Desenvolver o 3º Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo
(III PNETE), com recorte de gênero e raça.
º Fortalecer a implementação do Fluxo Nacional de Atendimento às Vítimas de
Trabalho Escravo.
º Contribuir para o debate sobre estratégias de enfrentamento e erradicação
do trabalho escravo doméstico.
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º Elaborar e fomentar a criação e a instauração de mecanismos e comitês esta-
duais de prevenção e combate à tortura.
º Aperfeiçoar a legislação existente nos estados que implementaram os comitês e
mecanismos estaduais, nos termos do Protocolo Opcional à Convenção contra
a Tortura e a Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes.
º Apoiar o aperfeiçoamento dos órgãos e mecanismos internacionais dedicados
à prevenção e ao combate à tortura.
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Voluntary Commitments of Brazil for its
candidature to the UN Human Rights Council
(2024-2026)
I. Introduction
With great honor and sense of responsibility, Brazil presents its candidature to the Unit-
ed Nations Human Rights Council (UNHRC) for the 2024-2026 term. We are committed
to promoting and protecting the highest standards of human rights. Our candidacy re-
flects the absolute centrality of human rights in our country’s international insertion as a
democratic and pluralistic nation, founded on the guarantee of dignity and rights for all.
Brazil has made significant contributions to the UNHRC. In the Council’s 17-year history,
Brazil has served five terms. We believe that the international human rights system can
be strengthened through the effective promotion and protection of all human rights
for all, without discrimination, based on the principles of universality, indivisibility, im-
partiality, objectivity, non-selectivity, as well as constructive dialogue and international
cooperation.
If elected, we intend to deepen our contribution to the effectiveness of the UNHRC and
strengthen its role in preventing and addressing the structural causes of serious human
rights violations, using all tools available to the council, especially dialogue and coop-
eration. We want to maintain a high degree of interaction with the Office of the High
Commissioner and our unrestricted support for the Universal Periodic Review (UPR)
mechanism. Also, we will honor our standing invitation to special procedures mandate
holders, extended since 2001, a proof of our commitment to seriously address our own
challenges, in order to build a freer, more just and solidary Brazil—and also the world.
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II. Past, Present and Future: Human Rights in Brazil
Brazil’s commitment to democracy, the rule of law, human rights, and sustainable de-
velopment is unwavering. Preserving democracy, respecting human rights, ensuring the
rule of law, and promoting sustainable development are fundamental principles of our
Federal Constitution. Our history and evolution as a nation were forged by struggles
for rights, equality, and democracy. Recent attacks on democracy in many parts of the
world serve as a warning and reinforce our commitment to strengthening democratic
values and promoting dignity for the present generation and future ones.
Our Federal Constitution paves the way, by establishing human dignity and citizenship
as the foundations of the Republic (Article 1); the well-being of all, without discrimina-
tion, as one of its objectives (Article 3); and the prevalence of human rights and the
repudiation of racism among the principles of Brazilian foreign policy (Article 4). In ad-
dition to the wide range of fundamental rights and guarantees established in the con-
stitutional text (Articles 5, 6, and 7), international human rights treaties ratified by Brazil
have the status of supra-legal norms or constitutional amendments (Article 5, § 2).
To implement these constitutional and international commitments, Brazil has a wide
range of institutions in legal, political, and social spheres. At the federal level, new min-
istries have been created for implementing human rights policies. In addition to the
Ministry of Human Rights and Citizenship, since January 2023, Brazil has the Ministries
of Women; of Racial Equality; and of Indigenous Peoples. With an unprecedented struc-
ture and expanded authority, these ministries are responsible for making human rights
the axis of all public policies, which means looking first to people in vulnerable situations
and giving a voice and place to those who, for historical reasons, have seen their rights
denied or restricted. In this sense, priority is given to women, Black people, Indigenous
peoples, persons with disabilities, LGBTQIA+ people, children, adolescents and older
persons, people in situation of homelessness, human rights defenders, victims and wit-
nesses under threat, and other groups whose situation of vulnerability requires special
attention from the State.
With renewed determination, Brazil is committed to seriously address its human rights
challenges, which implies acting in the three dimensions of time: past, present, and fu-
ture, intertwined and inseparable.
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We start with the struggle for memory, truth, and justice, related not only to violations
that occurred during the military regime but also to the sad history of slavery and its
consequences.
We emphasize our commitment to democracy, social participation, and the struggle
of groups victimized by injustices and oppression, in favor of effectively realizing eco-
nomic, social, and cultural rights; combating torture and structural violence problems;
fighting racism, racial discrimination, and LGBTQIA+ phobia; combating hunger and
poverty, as well as all forms of gender-based inequality, discrimination, and violence;
addressing violence against youth and child labor; resuming the prominent role the
country has already played in the field of child vaccination and providing protection to
orphaned children and adolescents as a result of the COVID-19 pandemic; supporting
the struggle of human rights defenders, especially environmentalists; adopting effec-
tive measures to prevent and combat forced labor or slavery-like conditions, including
through the establishment of due diligence processes on human rights by businesses.
Looking forward, we reaffirm the right to development as a human right and we re-
main committed to recognizing the interrelationship between human rights and climate
change.
This effort will involve the participation of the whole society. The formulation, imple-
mentation, and evaluation of public policies will have active popular participation from
civil society and non-governmental organizations to councils and specific mechanisms,
at various levels of government and with the support of social participation and diver-
sity advisors, recently created in all ministries of the federal government.
In the international arena, Brazil’s commitment to the promotion of human rights dates
to the very foundation of the UN. Brazil, represented by Bertha Lutz, and along with
other Latin American partners, was responsible for the inclusion of women in the UN
Charter. We also played a significant role in the negotiation of the Universal Declara-
tion of Human Rights. Brazil played a prominent role in the working group that drafted
the Convention on the Rights of the Child in 1989, and led efforts that resulted in the
approval of the UN Guidelines for the Alternative Care of Children in 2009. We played
an important role in the negotiation of the Declaration and Programme of Action of
23
the International Conference on Human Rights held in Vienna, in 1993. We are one of
the 23 countries that ratified, in 2002, ILO Convention No. 169 on Indigenous and Tribal
Peoples. Our participation in the Durban Conference in 2001 encouraged the creation
of legislation and public policies to combat racism and racial discrimination. The United
Nations Convention and Optional Protocol on the Rights of Persons with Disabilities
were incorporated into Brazilian law in 2008, with the status of a constitutional amend-
ment.
At the regional level, we have expanded our engagement with the Inter-American Court
and Commission on Human Rights. In August 2022, at the invitation of the Brazilian
government, we hosted, in Brasília, the ordinary session of the Inter-American Court,
whose mandatory jurisdiction we recognize since 1998.
Brazil also supports the strengthening of multilateralism and advocates for an effective,
legitimate, and impartial Human Rights Council (HRC). In addition to being a founding
member of the HRC, we take part in several groups of countries co-authoring resolu-
tions adopted by the body on varied topics, such as the human right to health, respect
for the right to privacy, the incompatibility between democracy and racism, and the
promotion of technical cooperation in human rights, among others.
Therefore, our candidature for the Council reflects the absolute centrality of human
rights in our Constitution, as well as our political commitment, as a democratic and
pluralistic country, to guaranteeing dignity and rights for all.
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º Prioritize a preventive and cooperative approach in the HRC, favoring dia-
logue and international cooperation, technical assistance, and capacity build-
ing instead of instrumentalization, polarization, and selectivity.
º Support the Universal Periodic Review (UPR) mechanism, special procedures,
and the Office of the High Commissioner for Human Rights (OHCHR).
º Support treaty bodies and maintain the commitment to submit timely period-
ic reports, participate constructively and with a high level delegation in their
reviews, and monitor and implement their recommendations.
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on the Internet, respect for freedom of expression and opinion, and the pro-
tection of journalists, among others.
º Promote initiatives that encourage greater participation of Black people, wom-
en, Indigenous people, LGBTQIA+ individuals and other marginalized groups
in decision-making functions and processes.
º Support initiatives and resolutions to prevent and combat torture within inter-
national human rights forums and mechanisms.
º Advance the online protection of the same rights protected offline.
º Support resolutions dedicated to promoting and protecting freedom of reli-
gion or belief, in light of the rich diversity of traditions, beliefs, religions, and
cultures that exist in Brazil.
º Advance the establishment of mechanisms to combat political violence mo-
tivated by gender and race factors against populations historically excluded
from positions of power.
º Promote actions to prevent and address the dissemination of fake news and
human rights violations perpetrated through robots and artificial intelligence
tools.
º Support and co-sponsor initiatives to combat all forms of violence, prejudice,
discrimination, and intolerance.
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º Redouble international efforts aimed at combating all forms of violence
against women and girls, with emphasis on the prevention and fight against
feminicide and political violence, as well as the protection of women in vul-
nerable situations.
º Apply a cross-cutting and intersectional approach to gender equality in all
initiatives within the HRC.
º Promote and protect women’s rights, including through actions related to
promoting the right to health and sexual and reproductive rights.
º Seek to increase women’s participation in Brazilian delegations, as well as in all
instances of the HRC and the UN.
º Support, co-sponsor, and organize events, seminars, joint declarations, and
resolutions for the promotion of gender equality in the HRC.
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• Racial equality and fight against racism
º Prioritize initiatives to combat structural racism and police violence, both do-
mestically and internationally.
º Ensure the effective implementation of the Durban Declaration and Program
of Action against racism, racial discrimination, xenophobia, and related intol-
erance (DDPA), both domestically and internationally.
º Contribute to and promote actions for the effective implementation of the
Program of Activities of the International Decade for People of African De-
scent (2015-2024).
º Propose and support initiatives, resolutions, and events dedicated to combat-
ing all forms of racism, racial discrimination, xenophobia, and related intoler-
ance within the HRC.
º Support the renewal of the mandates of special rapporteurs and experts, as
well as promote the visit of special procedures dedicated to the topic.
º Actively participate in the negotiation of the United Nations Declaration on the
promotion and full respect of the human rights of People of African Descent.
º Support the work of the Follow-up Mechanisms of the Durban Conference
and of the Permanent Forum on People of African Descent.
º Promote the exchange of experiences and cooperation with other countries in
the hemisphere to further the implementation of the Inter-American Conven-
tion against Racism, Racial Discrimination, and Related Forms of Intolerance.
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º Give absolute priority to the rights of children, adolescents, and youth, in-
cluding in the digital sphere, through public policies and budget resources
compatible with this recognition.
º Support initiatives aimed at combating violence and sexual exploitation of
children and adolescents.
º Promote comprehensive initiatives to promote food and nutritional security
and the comprehensive health of children and adolescents, especially to re-
duce malnutrition and infant mortality.
º Support and participate in initiatives and strategies aimed at eradicating child
labor and promoting decent work for youth.
º Support strategies that increase real opportunities for full, effective, and con-
structive participation of young people in Brazilian society and at the interna-
tional level, including within the UN.
º Promote the application of a cross-cutting and intersectional approach to
public policies dedicated to children, adolescents, and youth.
º Increase the participation of Brazilian children, adolescents, and youth in rel-
evant events, including official delegations, at the HRC and other UN bodies,
as well as support efforts to increase this representation among other dele-
gations.
º Support measures aimed at ensuring effective access and retention of Black
children, adolescents, and youth throughout the education cycle, including
higher education.
º Promote and support initiatives aimed at reducing lethal violence and social
vulnerabilities suffered by Black youth, as well as confronting structural racism.
29
º Promote initiatives to combat all forms of discrimination and violence against
the elderly, favoring their autonomy and full and effective participation in eco-
nomic, political, and social life, as well as the implementation of cross-cutting,
intersectoral, and local policies for healthy aging.
º Present and support initiatives and resolutions pertaining to this topic, and
participate in the Group of Friends of the elderly, including with regard to re-
newing the term of the independent expert.
º Promote actions to support the implementation of the Program of Activities
for the Decade of Healthy Aging (2021 to 2030), declared by the UN General
Assembly.
º Support the negotiation of a legally binding instrument on the rights of older
persons within the UN.
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º Join the Group of Friends on Sexual Orientation and Gender Identity (SOGI) in
Geneva, as well as the “Equal Rights Coalition” initiative.
º Propose and support initiatives within the group of co-authoring countries of
the resolution on combating violence and discrimination based on sexual ori-
entation and gender identity, including with regard to renewing the mandate
of the independent expert, as well as in similar initiatives, formed together
with other UN and the Organization of American States bodies.
º Support the activities of the independent expert on the subject and promote
a possible visit to Brazil.
• Right to development
º Support debates and initiatives related to the right to development, including
with regard to reflecting on the drafting of a legally binding document on the
subject, as well as in the framework of implementing the Sustainable Devel-
opment Goals (SDGs).
31
• Economic, social, and cultural rights
º Promote the equitable realization of economic, social, and cultural rights, par-
ticularly those related to inclusion and social justice, the fight against hunger
and poverty, as well as the guarantee of human rights to education, health,
food, and adequate housing.
º Continue to present, support, and co-sponsor draft resolutions regarding
economic, social, and cultural rights, such as the right to adequate housing
and on technical cooperation in human rights.
º Support initiatives and resolutions related to promoting the human right to
decent work, especially with regard to the prevention and combating of child
labor and forced labor.
º Promote the right to adequate food, bearing in mind the need to overcome
food and nutritional insecurity around the word.
º Mobilize government, at all levels (federal, state, and local), as well as Brazilian
society to confront hunger and all forms of malnutrition, through public poli-
cies and initiatives that promote the right to adequate and healthy food, with
special attention given to the most vulnerable groups and people.
• Right to health
º Promote international initiatives to promote and protect the human right to
the highest attainable standard of physical and mental health, based on sci-
ence, dialogue with civil society, and collaborative work, in line with principles
that inform Brazil’s Unified Health System (SUS).
º Promote the strengthening of health care for Indigenous peoples, the health
of the Black population, and the fight against structural racism in access to
health.
º In the context of post-COVID-19 recovery, continue to present and support
draft resolutions aimed at strengthening the treatment of topics such as ac-
cess to vaccines and medicines as a component of the human right to health;
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human rights and mental health; and reduction of stigma and discrimination
against people living with HIV/AIDS.
º Cooperate with the special procedure on the human right to health and jointly
define possible dates for a visit to Brazil.
33
º Support initiatives aimed at combating illegal or predatory exploitation of na-
ture, as well as the impacts on human rights resulting from these processes.
• International cooperation
º Prioritize initiatives for cooperation, technical assistance, and dialogue be-
tween countries in the HRC, based on the founding principles of the body
(resolution 60/251).
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º Favor non-selective monitoring of country situations, based on international
cooperation, national capacity building, and constructive dialogue with the
concerned country.
º Support and propose initiatives within the group of co-author countries of
the resolution on technical cooperation in human rights, of which Brazil is a
member.
35
º Monitor and provide support for initiatives to search for and identify victims
of enforced disappearance, including through international cooperation ini-
tiatives.
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• Engagement with civil society
º Organize events, promote contacts, and establish permanent dialogue and
consultation with representatives of civil society, in line with strengthening Na-
tional Councils and the National System of Civil Participation.
º Support the activities of the National Council for Human Rights (CNDH) and of
other relevant national collegial bodies for monitoring, evaluation, formulation,
and follow-up of measures dedicated to the promotion and protection of hu-
man rights.
º Review initiatives that favor the establishment of a National Human Rights Insti-
tution, in accordance with the Paris Principles.
37
Engagements volontaires du
Brésil en vue de sa candidature au CDH
(2024-2026)
I. Introduction
C’est avec grand honneur et sens des responsabilités que le Brésil présente sa candida-
ture au Conseil des droits de l’homme (CDH) pour le mandat 2024-2026. Nous sommes
engagés en faveur de la promotion et de la protection des plus hauts standards en
matière de droits humains. Notre candidature au CDH reflète la centralité absolue de la
question des droits de l’homme dans notre insertion dans le monde, en tant que pays
démocratique et pluriel, fondé sur la garantie de la dignité et des droits pour toutes et
tous.
Le Brésil a apporté d’importantes contributions au Conseil des droits de l’homme, au
sein duquel il a exercé cinq mandats, au long des dix-sept ans d’existence. Nous sommes
convaincus que le système international des droits de l’homme peut être renforcé par
la promotion et de la protection effectives de tous les droits humains, pour toutes et
tous, sans discrimination, et sur la base des principes d’universalité, d’indivisibilité, d’im-
partialité, d’objectivité et de non sélectivité, ainsi que du dialogue constructif et de la
coopération internationale.
Nous avons l’intention, si nous sommes élus, d’approfondir notre contribution à l’effica-
cité du Conseil des droits de l’homme et de renforcer son rôle dans la prévention et le
traitement des causes structurelles conduisant à des situations de graves violations des
droits de l’homme, en employant tous les outils dont dispose cet organisme, en par-
ticulier le dialogue et la coopération. Nous voulons conserver notre dialogue de haut
niveau avec le Bureau du Haut-Commissaire et notre soutien total au mécanisme d’Exa-
39
men Périodique Universel (EPU). Nous honorerons, également, notre invitation perma-
nente adressée aux titulaires de mandat au titre des procédures spéciales depuis 2001,
preuve de notre compromis de faire face avec sérieux à nos propres défis, convaincus
que nous contribuons ainsi à la construction d’un Brésil – et d’un monde – plus libre,
plus juste et plus solidaire.
L’engagement du Brésil envers la démocratie, l’État de droit, les droits humains et le dé-
veloppement durable est inébranlable. Préserver la démocratie, respecter les droits hu-
mains, garantir l’État de droit et promouvoir le développement de manière durable sont
des principes fondamentaux de notre Constitution fédérale. Notre histoire et notre for-
mation ont été forgés par les luttes pour les droits, l’égalité et la démocratie. Les récents
assauts contre la démocratie constatés dans divers endroits du monde constituent un
avertissement et renforcent notre détermination à consolider les valeurs démocratiques
et à promouvoir la dignité pour les générations présentes et à venir.
Notre Constitution fédérale en indique le chemin, en établissant la dignité de la per-
sonne humaine et la citoyenneté comme fondements de la République (article pre-
mier), le bien de tous sans discrimination comme l’un de ses objectifs (article 3), et la
primauté des droits humains et le refus du racisme parmi les principes de la politique
étrangère brésilienne (article 4). À la longue liste des droits et garanties fondamentaux
inscrits dans le texte constitutionnel (articles 5, 6 et 7), les traités internationaux relatifs
aux droits de l’homme ratifiés par le Brésil ont le statut de normes supra-légales ou
d’amendement constitutionnel (article 5, paragraphe 2).
Pour mettre en œuvre ces engagements constitutionnels et internationaux, le Brésil
s’appuie sur une large palette d’institutions dans les sphères juridique, politique et
sociale. La création, au niveau fédéral, de nouveaux ministères destinés à la mise en
œuvre de politiques visant à la réalisation des droits de l’homme est à souligner. Outre
le ministère des Droits humains et de la Citoyenneté, le Brésil dispose désormais, depuis
janvier 2023, du ministère des Femmes, du ministère de l’Égalité Raciale et du ministère
des Peuples Autochtones. Dotés d’une structure inédite et de compétences élargies,
ces portefeuilles ont pour responsabilité de faire des droits humains l’axe de la politique
gouvernementale, ce qui signifie se tourner d’abord vers les personnes en situation
de vulnérabilité et donner la parole et place à ceux qui, pour des raisons historiques,
ont vu leurs droits niés ou limités. De ce point de vue, sont prioritaires les femmes, les
40
personnes noires, les peuples autochtones, les personnes handicapées, les personnes
LGBTQIA+, les enfants, adolescents et personnes âgées, les personnes sans-abri, les
défenseurs des droits de l’homme, les victimes et témoins menacés et d’autres groupes
dont la situation de vulnérabilité exige une attention particulière de la part de l’État.
C’est avec une volonté renouvelée que le Brésil est déterminé à affronter avec sérieux
ses défis dans le domaine des droits de l’homme, ce qui implique d’agir sur les trois
dimensions du temps : passé, présent et avenir, qui sont entremêlées et indissociables.
Nous commençons par les luttes pour le travail de mémoire, la vérité et la justice, en
rapport non seulement avec des violations ayant eu lieu au cours du régime militaire
mais également lors du triste chapitre de l’esclavage et de ses conséquences.
Nous renforçons notre engagement envers la démocratie, la participation sociale et
la lutte des groupes victimes d’injustices et d’oppressions, en faveur de la réalisation
effective des droits économiques, sociaux et culturels, de la lutte contre la torture et
les problèmes structurels de la violence, de la lutte contre le racisme, la discrimination
raciale et la LGBTQIA+phobie, de la lutte contre la faim et la pauvreté, ainsi que de
toute forme d’inégalité, de discrimination et de violence fondée sur le genre, de la lutte
contre la mort violente chez les jeunes et le travail des enfants, de la reprise du rôle de
premier plan qu’occupait le pays en matière de vaccination des enfants et de l’offre de
protection aux enfants et adolescents orphelins et orphelines en raison de la pandémie
de COVID-19, du soutien à la lutte des défenseuses et défenseurs des droits humains,
avec une attention particulière accordée aux environnementalistes, et de l’adoption de
mesures concrètes pour la prévention et la lutte contre le travail forcé ou en situation
analogue à l’esclavage, y compris à travers l’instauration de processus de diligence rai-
sonnable en matière de droits de l’homme par les entreprises.
En nous tournant vers l’avenir, nous réaffirmons le droit au développement en tant que
droit humain et sommes engagés envers la question de l’interrelation entre droits de
l’homme et changement climatique.
Cet effort reposera sur la participation de la société dans son ensemble. La formulation,
la mise en œuvre et l’évaluation de politiques publiques s’appuieront sur une partici-
pation populaire active, de la part de la société civile et d’organisations non gouver-
nementales, par le biais de conseils et de mécanismes spécifiques, à divers niveaux de
gouvernement et avec le soutien des bureaux de la participation sociale et de la diver-
sité, récemment créés au sein de tous les ministères du gouvernement fédéral.
41
III. Le Brésil et le système international des droits de l'homme
42
IV. Engagements volontaires
43
tion interaméricaine sur la protection des droits fondamentaux des personnes
âgées, la Convention interaméricaine contre toutes les formes de discrimina-
tion et intolérance et la Convention internationale sur la protection des droits
de tous les travailleurs migrants et des membres de leur famille.
44
• Droits des femmes et des filles
º Soutenir les initiatives et les résolutions consacrées à la promotion de l’égalité
de genre, notamment concernant la garantie de l’égalité salariale et du ren-
forcement de la participation active des femmes dans toutes les instances de
pouvoir et de prise de décision, ainsi que le renouvellement du mandat de la
rapporteuse spéciale.
º Promouvoir, défendre et soutenir les politiques qui prennent en compte, de
manière coordonnée, la lutte contre toute forme de discrimination fondée sur
la race et le genre, en vue d’améliorer les conditions de vie et l’insertion des
filles et des femmes noires au Brésil et dans le monde.
º Redoubler les efforts internationaux déployés pour lutter contre toutes les
formes de violence à l’égard des femmes et des filles, en mettant l’accent sur
la prévention et la lutte contre le féminicide et la violence politique, ainsi que
sur la protection des femmes en situation de vulnérabilité.
º Appliquer une approche transversale et intersectionnelle de l’égalité de genre
à toutes les initiatives au sein du CDH.
º Promouvoir et protéger les droits des femmes, notamment par le biais d’ac-
tions en rapport avec la promotion du droit à la santé et des droits sexuels et
reproductifs.
º Veiller à augmenter la participation féminine dans les délégations brésiliennes,
ainsi que dans toutes les instances du CDH et de l’ONU.
º Soutenir, coparrainer et organiser des événements, des séminaires, des décla-
rations conjointes et des résolutions pour la promotion de l’égalité de genre
au sein du CDH.
45
º Renforcer et élever le niveau d’engagement envers cette question au sein
du CDH et promouvoir des événements tels que des dialogues et le partage
des meilleures pratiques et des enseignements tirés, en veillant à ce que les
peuples indigènes/autochtones de différentes parties du monde soient par-
ties prenantes.
º Soutenir les résolutions et les initiatives concernant les peuples autochtones et
le mandat du rapporteur spécial.
º Augmenter l’engagement dans les discussions sur la participation des peuples
autochtones au CDH.
º Soutenir les initiatives qui reconnaissent le rôle des peuples autochtones dans
la protection de l’environnement et de la biodiversité et dans la lutte contre
l’exploitation illégale ou prédatrice de leurs terres.
46
º Soutenir le travail des mécanismes de suivi de la Conférence de Durban et de
l’Instance permanente pour les personnes d’ascendance africaine.
º Promouvoir l’échange d’expériences et la coopération avec les autres pays de
l’hémisphère en faveur de la mise en œuvre de la Convention interaméricaine
contre le racisme, la discrimination raciale et les formes connexes d’intolé-
rance.
47
º Contribuer à accroître la participation des enfants, des adolescents et des
jeunes brésiliens aux événements pertinents – y compris au sein des déléga-
tions officielles – au Conseil des droits de l’homme et d’autres instances des
Nations Unies, et soutenir les efforts visant à augmenetr cette représentation
auprès d’autres délégations.
º Soutenir les mesures ayant pour objectif de garantir l’accès effectif et la per-
manence des enfants, des adolescents et des jeunes noirs, tout au long du
cycle éducatif, y compris dans l’enseignement supérieur.
º Promouvoir et soutenir les initiatives destinées à réduire la violence létale et
les vulnérabilités sociales dont souffre la jeunesse noire, ainsi qu’à lutter contre
le racisme structurel.
48
• Droits des personnes handicapées
º Proposer des initiatives, des résolutions et des événements destinés aux per-
sonnes handicapées, conformément au cadre législatif et à la politique natio-
nale consacrés à ce sujet.
º Garantir le rôle, l’inclusion et la pleine participation des personnes handica-
pées dans la formulation et la mise en place d’initiatives au CDH et autres
activités de l’ONU.
º Soutenir l’application d’une vision transversale et intersectionnelle des droits
des personnes handicapées, à tous les sujets abordés par le CDH.
º Promouvoir, tant au niveau national que dans le cadre des organismes multi-
latéraux, des campagnes contre le validisme.
º Promouvoir la mise en œuvre d’un système unifié d’évaluation du handicap,
dans une perspective biopsychosociale, et soutenir les initiatives de coopéra-
tion technique et de création de capacités à cette fin.
49
• Droit des personnes migrantes, réfugiées et apatrides
º Soutenir et promouvoir les initiatives sur le plan international visant à protéger
et à promouvoir les droits des migrants, des réfugiés et des apatrides, confor-
mément aux priorités nationales en la matière.
º Soutenir les initiatives visant à lutter contre toutes les formes de violence, de
préjugés, de discrimination et d’intolérance.
º Promouvoir les principes et les lignes directrices prévus dans le Pacte mondial
sur les migrations et le Pacte mondial sur les réfugiés.
º Favoriser une approche transversale et intersectionnelle des droits des mi-
grants et des déplacés internes dans le cadre du CDH.
• Droit au développement
º Soutenir les débats et les initiatives relatives au droit au développement, no-
tamment en ce qui concerne la réflexion sur l’élaboration d’un document ju-
ridiquement contraignant sur ce sujet, ainsi que dans le cadre de la mise en
œuvre des Objectifs de développment durable (ODD).
50
º Promouvoir le droit humain à une alimentation adéquate, en gardant à l’es-
prit l’impératif de surmonter l’insécurité alimentaire et nutritionnelle dans le
monde.
º Mobiliser le gouvernement à tous les niveaux (fédéral, des États fédérés et
municipal), ainsi que la société brésilienne dans la lutte contre la faim et la
malnutrion dans toutes ses formes, au moyen d’un ensemble de politiques
publiques et d’initiatives qui promeuvent le droit humain à une alimentation
adéquate et saine, avec une attention particulière portée aux groupes et per-
sonnes les plus vulnérables.
• Droit à la santé
º Promouvoir les initiatives internationales visant à la promotion et à la protec-
tion du doit humain à jouir de la meilleure santé physique et mentale possible,
fondées sur la science, le dialogue avec la société civile et le travail collaboratif,
conformément aux principes qui sous-tendent le Système Unique de Santé
(SUS) du Brésil.
º Promouvoir le renforcement de l’attention portée à la santé des peuples au-
tochtones, à la santé de la population noire et à la lutte contre le racisme
structurel dans l’accès à la santé.
º Dans le contexte de la reprise post-pandémie de COVID-19, continuer à pré-
senter et à soutenir des projets de résolution visant à renforcer le traitement
de thèmes tels que l’accès aux vaccins et aux médicaments en tant qu’élément
du droit humain à la santé, les droits humains et la santé mentale, et la ré-
duction de la stigmatisation et de la discrimination à l’encontre des personnes
vivant avec le VIH/SIDA.
º Coopérer avec la procédure spéciale sur le droit humain à la santé et convenir
de possibles dates pour la réalisation d’une visite au Brésil.
52
º Suivre, avec une attention particulière, la situation des défenseurs de l’envi-
ronnement, des autochtones et des habitants des quilombos, et concevoir des
mesures pour leur protection.
º Soutenir le dialogue avec les procédures spéciales et les mécanismes interna-
tionaux et recevoir la visite éventuelle du rapporteur spécial sur les défenseurs
des droits de l’homme.
• Coopération internationale
º Donner la priorité aux initiatives relatives à la coopération, à l’assistance tech-
nique et au dialogue entre les pays au sein du CDH, sur la base des principes
fondateurs de l’organisme (résolution 60/251).
º Favoriser le suivi non sélectif des situations des pays, fondé sur la coopération
internationale, la construction de capacités nationales et le dialogue construc-
tif avec le pays concerné.
º Soutenir et proposer des initiatives dans le cadre du groupe des pays coau-
teurs de la résolution sur la coopération technique en matière de droits de
l’homme, dont le Brésil fait partie.
53
º Renforcer la mise en œuvre du Flux National d´Assistance aux Victimes de
l’Esclavage Moderne.
º Contribuer au débat sur les stratégies visant à lutter contre le travail domes-
tique forcé et à l’éradiquer.
54
º Améliorer la législation existante dans les États fédérés qui ont mis en place
leurs comités et mécanismes, dans le cadre du Protocole facultatif se rapportant
à la Convention contre la torture et autres peines ou traitements cruels, inhu-
mains ou dégradants.
º Soutenir l’amélioration des organismes et mécanismes internationaux consacrés
à la prévention et à la lutte contre la torture.
55
Compromisos voluntarios del
Brasil para la candidatura al CDH
(2024-2026)
I. Introducción
57
nuestra invitación permanente a visitas de titulares de procedimientos especiales, pre-
sentada en 2001, prueba de nuestro compromiso en enfrentar con seriedad nuestros
propios desafíos, seguros de que así contribuimos a la construcción de un Brasil – y de
un mundo – más libre, justo y solidario.
El compromiso del Brasil con la democracia, el estado de derecho, los derechos huma-
nos y el desarrollo sostenible es inquebrantable. Preservar la democracia, respetar los
derechos humanos, garantizar el estado de derecho y promover el desarrollo de ma-
nera sostenible son principios básicos de nuestra Constitución Federal. Nuestra historia
y formación están forjadas por las luchas por los derechos, la igualdad y la democracia.
Los recientes ataques a la democracia sucedidos en diferentes partes del mundo repre-
sentan un alerta y refuerzan nuestro compromiso de fortalecer los valores democráti-
cos y de promover la dignidad para las generaciones presentes y futuras.
Nuestra Constitución Federal fija el camino al establecer la dignidad de la persona hu-
mana y la ciudadanía como fundamentos de la República (artículo 1º); el bien de todos,
sin discriminación, como uno de sus objetivos (artículo 3º); y la prevalencia de los de-
rechos humanos y el repudio del racismo entre los principios de la política exterior bra-
sileña (artículo 4º). A la amplia lista de derechos y garantías fundamentales asentados
en el texto constitucional (artículos 5º, 6º y 7º), los tratados internacionales de derechos
humanos ratificados por el país tienen estatus de normas supralegales o de enmienda
constitucional (artículo 5º, § 2º).
Para implementar esos compromisos constitucionales e internacionales, Brasil cuenta
con una amplia gama de instituciones en la esfera jurídica, política y social. A nivel
federal se destaca la creación de nuevos ministerios para implementar políticas relacio-
nadas con la realización de los derechos humanos. Además del Ministerio de Derechos
Humanos y Ciudadanía, el país cuenta, desde enero de 2023, con los Ministerios: de las
Mujeres; de la Igualdad Racial y de los Pueblos Indígenas. Con una estructura inédita
y competencias ampliadas, estas carteras son responsables de hacer de los derechos
humanos el eje de la política gubernamental, lo que significa mirar primero a las perso-
nas en situación de vulnerabilidad y darle voz a quien, por razones históricas, ha visto
sus derechos negados o restringidos. Bajo esa mirada, tienen prioridad las mujeres, las
personas negras, los pueblos indígenas, las personas con discapacidad, las personas
58
LGBTQIA+, los niños, adolescentes y ancianos, personas en situación de calle, defen-
sores de los derechos humanos, víctimas y testigos amenazados y otros grupos cuya
situación de vulnerabilidad requiera especial atención por parte del Estado.
Con renovada determinación, el Brasil está decidido a enfrentar con seriedad sus desa-
fíos en el campo de los derechos humanos, lo que implica actuar en las tres dimensio-
nes del tiempo: pasado, presente y futuro, que están entrelazadas y son indisociables.
Comenzamos con las luchas por memoria, verdad y justicia, relacionadas no sólo con
las violaciones ocurridas durante el régimen militar, sino también con el triste capítulo
de la esclavitud y sus consecuencias.
Reforzamos nuestro compromiso con la democracia, la participación social y la lucha
de los grupos víctimas de injusticias y opresiones, a favor del cumplimiento efectivo de
los derechos económicos, sociales y culturales; del combate a la tortura y a los proble-
mas estructurales de la violencia; de la lucha contra el racismo, la discriminación racial
y la LGBTQIA+fobia; del combate al hambre y a la pobreza, así como a toda forma de
desigualdad, discriminación y violencia por motivos de género; del enfrentamiento de
la letalidad juvenil y del trabajo infantil; de retomar el papel preeminente ya ocupado
por el país en el campo de la vacunación infantil y del ofrecimiento de protección a
niños y adolescentes huérfanas y huérfanos como consecuencia de la pandemia de
COVID-19; del apoyo a la lucha de defensoras y defensores de los derechos humanos,
con particular atención a los ambientalistas; de la adopción de medidas efectivas para
la prevención y el enfrentamiento del trabajo forzado o en condiciones análogas a la
esclavitud, inclusive mediante la instalación de procesos de debida diligencia en mate-
ria de derechos humanos por parte de las empresas.
Mirando hacia el futuro, reafirmamos el derecho al desarrollo como un derecho hu-
mano y estamos comprometidos con la interrelación entre los derechos humanos y el
cambio climático.
Ese esfuerzo contará con la participación de toda la sociedad. La formulación, imple-
mentación y evaluación de las políticas públicas contará con la activa participación
popular, de la sociedad civil y de las organizaciones no gubernamentales, a través de
consejos y mecanismos específicos, en los distintos niveles de gobierno y con el apoyo
de las asesorías de participación social y diversidad, recientemente creadas en todos los
ministerios del Gobierno Federal.
59
III. El Brasil y el sistema internacional de derechos humanos
60
IV. Compromisos voluntarios
61
ción Interamericana sobre la Protección de los Derechos Humanos de las
Personas Mayores, la Convención Interamericana contra Toda Forma de Dis-
criminación e Intolerancia y la Convención Internacional sobre la Protección
de los Derechos de los Trabajadores Migrantes y de sus Familiares.
62
º Apoyar y copatrocinar iniciativas para combatir todas las formas de violencia,
prejuicio, discriminación e intolerancia.
63
ambiental, y de mecanismos efectivos de consulta y participación, en pleno
cumplimiento de los derechos de los pueblos indígenas y según lo estableci-
do por la Constitución Federal.
º Reforzar y elevar el nivel de compromiso con el tema en el CDH y promo-
ver eventos como diálogos y el intercambio de mejores prácticas y lecciones
aprendidas, asegurándose el protagonismo de los pueblos indígenas/origina-
rios de diferentes partes del mundo.
º Apoyar resoluciones e iniciativas sobre los derechos de los pueblos indígenas
y sobre el mandato del relator especial.
º Aumentar la participación en los debates sobre la participación de los pue-
blos indígenas en el CDH.
º Apoyar iniciativas que reconozcan el papel que juegan los pueblos indígenas
a favor de la protección del medio ambiente y la biodiversidad y en el com-
bate a la explotación ilegal o depredadora de sus tierras.
64
º Participar activamente en la negociación de la Declaración de las Naciones
Unidas para la Promoción y el Pleno Respeto de los Derechos Humanos de
las Personas Afrodescendientes.
º Apoyar el trabajo de los mecanismos de seguimiento de la Conferencia de
Durban y el Foro Permanente de los Afrodescendientes.
º Promover el intercambio de experiencias y la cooperación con los demás
países del hemisferio a favor de la implementación de la Convención Inte-
ramericana contra el Racismo, la Discriminación Racial y Formas Conexas de
Intolerancia.
65
º Fomentar la aplicación de un enfoque transversal e interseccional de las polí-
ticas públicas dedicadas a la niñez, la adolescencia y la juventud.
º Contribuir para aumentar la participación de niños, adolescentes y jóvenes
brasileños en eventos relevantes, incluso en delegaciones oficiales, en el CDH
y en otras instancias de las Naciones Unidas, así como apoyar los esfuerzos
para aumentar esa representación en otras delegaciones.
º Apoyar medidas encaminadas a garantizar el efectivo acceso y la permanen-
cia de niños, adolescentes y jóvenes negros a lo largo de todo el ciclo educa-
tivo, inclusive en el nivel superior.
º Promover y apoyar iniciativas dirigidas a reducir la violencia letal y las vulnera-
bilidades sociales que sufren los jóvenes negros, así como enfrentar el racismo
estructural.
66
º Apoyar la negociación de un instrumento legalmente vinculante sobre los
derechos de las personas mayores en el ámbito de la ONU.
67
renovación del mandato del Experto Independiente, así como en iniciativas
similares puestas en marcha con otros organismos de la ONU y la OEA.
º Apoyar las actividades del Experto Independiente en el tema y promover una
posible visita al Brasil.
• Derecho al desarrollo
º Apoyar debates e iniciativas relacionadas con el derecho al desarrollo, incluso
en lo que respecta a la reflexión sobre la elaboración de un documento jurí-
dicamente vinculante sobre la materia, así como en el marco de la implemen-
tación de los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS).
68
recho a la vivienda adecuada y sobre cooperación técnica en derechos hu-
manos.
º Apoyar iniciativas y resoluciones relacionadas con la promoción del derecho
humano al trabajo digno, especialmente en lo que se refiere a la prevención
y lucha contra el trabajo infantil y el trabajo forzoso.
º Promover el derecho humano a la alimentación adecuada, teniendo presente
el imperativo de superar la inseguridad alimentaria y nutricional en el mundo.
º Movilizar al gobierno en todos los niveles (federal, estadual y municipal), así
como a la sociedad brasileña, en el enfrentamiento del hambre y de la mal-
nutrición en todas sus formas, mediante un conjunto de políticas públicas e
iniciativas que promuevan el derecho humano a una alimentación adecuada
y saludable, con especial atención a los grupos y personas más vulnerables.
• Derecho a la salud
º Promover iniciativas internacionales de promoción y protección del derecho
humano al más elevado nivel de salud física y mental, basadas en la ciencia,
en el diálogo con la sociedad civil y en el trabajo conjunto, en sintonía con los
principios del Sistema Único de Salud (SUS) del Brasil.
º Promover el fortalecimiento de la atención de la salud de los pueblos indíge-
nas, la salud de la población negra y la lucha contra el racismo estructural en
el acceso a la salud.
º En el contexto de la recuperación post pandemia de COVID-19, continuar
presentando y apoyando proyectos de resolución con miras a reforzar el tra-
tamiento del acceso a vacunas y medicamentos como un componente del
derecho humano a la salud; derechos humanos y salud mental; y reducir el
estigma y la discriminación contra las personas que viven con el VIH/SIDA.
º Cooperar con el procedimiento especial sobre el derecho humano a la salud
y definir, conjuntamente, posibles fechas para la realización de una visita al
Brasil.
69
• Deporte y Derechos Humanos
º Apoyar la optimización de las mejores prácticas internacionales y promover
la prevención y la lucha contra el racismo y cualquier tipo de discriminación
en las distintas modalidades deportivas, especialmente en eventos deportivos
de gran difusión.
º Fomentar programas deportivos dirigidos a comunidades instaladas en con-
diciones desfavorables o que ocupen la periferia de los centros urbanos, ya
sea en el ámbito de escuelas o de equipamientos comunitarios creados para
tal efecto.
º Proponer el seguimiento, en el ámbito del CDH, de la resolución sobre depor-
te, estilos de vida saludables y derecho a la salud, con miras a movilizar una
mayor atención sobre la contribución positiva de la promoción de actividades
físicas en la salud y el bienestar de todos.
70
• Defensores de los derechos humanos
º Fortalecer el Programa Nacional para la Protección de los Defensores de los
Derechos Humanos, Comunicadores y Ambientalistas (PPDDH), con el res-
tablecimiento de su Consejo Deliberante, integrado de forma paritaria, por
representantes de los organismos públicos y de la sociedad civil.
º Promover el establecimiento de una Política Nacional para la Protección de
los Defensores y Defensoras de Derechos Humanos, Comunicadores y Am-
bientalistas y el fortalecimiento normativo del Programa.
º Monitorear, con especial atención, la situación de los defensores ambientalis-
tas, indígenas y «quilombolas», y diseñar medidas para su protección.
º Apoyar el diálogo con procedimientos especiales y mecanismos internacio-
nales y recibir la posible visita de la Relatora Especial sobre la situación de los
defensores de los derechos humanos.
• Cooperación internacional
º Priorizar iniciativas de cooperación, asistencia técnica y diálogo entre países en el
CDH, con base en los principios fundacionales del organismo (resolución 60/251).
º Favorecer el seguimiento no selectivo de las situaciones de los países, con base
en la cooperación internacional, la construcción de capacidades nacionales y el
diálogo constructivo con el país involucrado.
71
º Apoyar y proponer iniciativas en el ámbito del grupo de países coautores de la
resolución sobre cooperación técnica en derechos humanos, que integra el Brasil.
72
• Lucha contra la tortura y las graves violaciones de los derechos humanos
º Desarrollar y asegurar la implementación efectiva del II Pacto Federativo para
la Prevención y el Combate a la Tortura.
º Desarrollar y promover la creación y establecimiento de mecanismos y comi-
tés estatales para prevenir y combatir la tortura.
º Mejorar la legislación existente en los estados que implementaron comités y
mecanismos estatales, bajo los términos del Protocolo Facultativo de la Con-
vención contra la Tortura y Otros Tratos o Penas Crueles, Inhumanos o De-
gradantes.
º Apoyar la mejora de los organismos y mecanismos internacionales dedicados
a prevenir y combatir la tortura.
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º Apoyar las actividades del Consejo Nacional de Derechos Humanos (CNDH)
y demás órganos colegiados nacionales pertinentes para la supervisión, eva-
luación, formulación y seguimiento de las medidas destinadas a la promoción
y protección de los derechos humanos.
º Evaluar iniciativas a favor del establecimiento de Institución Nacional de Dere-
chos Humanos, en conformidad con los Principios de París.
74