PENSAMENTO CRITICO o Poder Da Logica e D

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Ciências & Cognição 2010; Vol 15 (1): 296-297 <http://www.cienciasecognicao.

org> © Ciências & Cognição


Submetido em 07/01/2010 | Aceito em 12/02/2010 | ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 20 de abril de 2010

Resenha

Pensamento Crítico: o poder da lógica e da argumentação


Critical Thinking: the power of logic and reasoning

Glaucio Aranha

Organização Ciências e Cognição (OCC), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Instituto de
Ciências Cognitivas (ICC), Três Rios, Rio de Janeiro, Brasil

A obra Pensamento Crítico: o poder da lógica e da argumentação


apresenta uma versão adaptada ao contexto brasileiro do livro Critical
Thinking. Trata-se de um estudo introdutório de Lógica, focado na
questão técnica sobre argumentações e persuasão. Os autores Richard L.
Epistein (Advanced Reasonig Forum) e Walter Carnielli (Centro de
Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp) abordam
questões sobre o Pensamento Crítico.
Os autores partem do princípio de que é necessário promover o
acesso às bases da boa argumentação, sem as quais o sujeito pode vir a se
tornar alvo fácil de instâncias como a propaganda, os discursos políticos e outros. Neste
sentido, o texto apresenta um estudo sobre as técnicas de construção de um discurso lógico e
coerente, o qual serviria também para identificar as falhas nos discursos alheios, uma espécie
ferramenta para a “defesa intelectual”. Como destacam os autores: “O estudo do pensamento
crítico é uma ótima introdução ao estudo da lógica, e pode servir como uma primeira
aproximação à filosofia” (p. XI).
Na primeira parte do livro (“As bases fundamentais”), composta por cinco capítulos,
são levantados pontos acerca dos fundamentos básicos do Pensamento Crítico, elucidando
aspectos terminológicos e expondo didaticamente os conceitos principais, sempre
acompanhados de farta exemplificação. Adota o uso de seções de “Estudo Complementar”
apontando para universos de leitura que podem ampliar e aprofundar os conhecimentos do
leitor. Dentre os tópicos abordados neste capítulo inicial estão a diferença entre frases vagas e
frases ambíguas, qualidade na construção de um argumento, possibilidades de reparação de
argumentos, avaliação de premissas, critérios para aceitação, rejeição e suspensão de juízos,
dentre outros.
A partir do capítulo seis, o estudo avança em direção à análise da “Estrutura dos
Argumentos”, compondo, até o Capítulo 8, a segunda parte da obra. Neste momento, é
colocado foco sobre as formas de organização das afirmações. São abordadas as afirmações
compostas desdobrando o pensamento em relação às alternativas e condicionantes. No
capítulo sete, discorre sobre os argumentos complexos, destacando a questão das objeções,
refutação de argumentos, argumentos encaixados, premissas conectadas e desconectadas e
análise de argumentos complexos.
A tercei ra parte do livro, “Como evitar os maus argumentos”, volta-se para o estudo
das maneiras de se evitar os maus argumentos. Assim, do nono ao décimo primeiro capítulos

- E-mail para correspondência: [email protected].

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Ciências & Cognição 2010; Vol 15 (1): 296-297 <http://www.cienciasecognicao.org> © Ciências & Cognição
Submetido em 07/01/2010 | Aceito em 12/02/2010 | ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 20 de abril de 2010

temos um cuidadoso levantamento dos “maus argumentos”, sendo abordadas questões como
eufemismos, disfemismos, minimização, maximização, insinuações e outros aspectos. Neste
momento, entra em discussão também a questão da interferência da emoção na elaboração de
argumentos, destacando-se aspectos negativos como a fundamentação pautada nos apelos à
misericórdia, medo, respeito e outros estados emocionais. Por fim, é analisado o uso da
“falácia” na elaboração de argumentações, enquanto maus argumentos.
A última parte do livro é dedicada aos “Argumentos com base na experiência”. Ao
longo dos sete capítulos que compõem esta parte são desenvolvidos aspectos sobre a
argumentação por analogia, as generalizações pautadas na experiência e o uso da noção de
causa e efeito com sustentação argumentativa. No décimo sexto capítulo, os autores trazem
para a obra aspectos relacionados com o papel da argumentação na tomada de decisões,
evidenciando, por exemplo, os perigosos labirintos cognitivos que o uso descuidado da
argumentação podem promover na tomada de decisões. A obra é concluída apresentando um
guia de falácias famosas (estruturais e de conteúdo), retoma a discussão de pontos já
trabalhados no capítulo onze, mas avança no sentido de estabelecer um rol das “falácias
famosas”, explicando-as caso a caso.
Nesta “versão nacional”, publicada pela Rideel, são feitas adaptações do exemplo, que
premiam a leitura com a melhor contextualização dos exemplos. A exposição das idéias é
clara e bastante didática, servindo estudo introdutório, o que corresponde ao escopo apontado
pelos autores. Par facilitar a compreensão o livro apresenta farta quantidade de recursos
gráficos, tais como cartoons, imagens e tabelas, facilitando a apreensão e assimilação do
conteúdo. A obra se destina ao público leigo e neste sentido cumpre adequadamente seu
papel.

Pensamento Crítico – O poder da lógica e da argumentação.


Walter Carnielli e Richard L. Epstein.
Editora: Ridell.

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