Gramática

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FUNÇÕES SINTÁTICAS

 sujeito —> quem? + verbo


 predicado —> verbo (+compl.)
 c. direto —> verbo + o quê? / quem?
 predicativo do sujeito —> com verbos copulativos (ser, estar, ficar, parecer, permanecer…)
 c. indireto —> verbo + a quem?
 c. agente da passiva —> verbo + por quem?
 c. oblíquo —> não pode sair da frase, exigido pelo verbo
 vocativo —> chamamento (entre vírgulas, ou no início/fim da frase)
 modificador —> pode mudar de lugar na frase ou até ser retirado da frase
o nome apositivo —> com vírgulas
o nome restritivo —> sem vírgulas
o grupo verbal —> ideia de tempo, espaço, modo…
o frase —> valor opinativo

ORAÇÕES COORDENATIVAS
 Copulativa —> e; não só…como também…
 Adversativa —> mas; porém; …
 Disjuntiva —> ou (…ou); ora (…ora); …
 Explicativa —> pois; …
 Conclusiva —> logo; portanto; …

ORAÇÕES SUBORDINADAS
 adverbiais
o causal —> porque; uma vez que; já que; visto que; como; …
o condicional —> se; caso; …
o concessiva—> embora; apesar de; ainda que; …
o consecutiva —> tanto que; de tal maneira/forma…que; …
o comparativa —> como; assim/tal como; …
o temporal —> quando; mal; logo que; …
o final —> para; para que; a fim de; …
 adjetivas relativas (ligada a nomes) (f. sintática — modificar)
o restritiva —> que (não tem vírgulas)
o explicativa —> que (tem vírgulas)
 substantivas
o relativa —> que; onde; qual; … (f. sintática — sujeito)
o completiva —> que; (ligada a um verbo) (f. sintática — compl. direto)

ALTERAÇÃO

 Sonorização (P-B / T-D / C-G) (PATACA—BODEGA)


o felicitate —> felicidade
o amicus —> amigos
 Assimilação (diferentes—iguais)
o ipsu —> isso
 Dissimilação (iguais—diferentes)
o liliu —> lírio
 Palatalização (fl/l/li/ni/nt—ch/nh/lh)
o flama —> chama
 Crase (apenas vogais iguais)
o seer —> ser
 Metátese (mesmas letras trocam de sítio)
o semper —> sempre
 Sinérese (fazer ditongos) (ai/au/oi/…)
o ego —> eo —> eu
 Redução Vocálica
o casa, casota
 Vocalização
o lacte —> leite

QUANDO (u —> o) e (a —> e) — não é nada

RECURSOS EXPRESSIVOS
 adjetivação —> uso literário de adjetivos para qualificar um nome de forma particularmente expressiva.
 aliteração —> repetição de sons consonânticos numa frase ou em frases sucessivas.
 anáfora —> repetição de palavra ou expressão em início de versos ou de frases sucessivas
 anástrofe —> alteração da ordem das palavras numa frase
 antítese —> combinação de ideias contrárias, originando um contraste
 apóstrofe —> chamamento ou interpelação de alguém, de um ser ou de uma ideia
 comparação —> associação de dois elementos de realidades diferentes, através de uma palavra de ligação
(como, assemelhar-se, parecer)
 enumeração —> sequência de palavras, expressões ou orações, preparada para produzir um efeito
expressivo
 eufemismo —> expressão que suaviza, ou torna menos pesada, uma ideia desagradável, trágica ou
indecorosa
 hipérbole —> exagero da realidade
 interrogação retórica —> pergunta que não visa obter resposta
 ironia —> afirmação deve ser entendida no sentido contrário ao seu significado literal
 metáfora —> associação de dois elementos, por comparação, em que é omitido o termo comparativo
 onomatopeia —> palavras que representam sons
 perífrase —> utilização de várias palavras para exprimir

PROCESSOS ANAFÓRICOS
 Sempre que a expressão anafórica se encontra à esquerda do antecedente designa-se catáfora.
Ex: Ele era muito querido pelo povo; O Mestre de Avis era o preferido.
catáfora antecedente
 A anáfora retoma total ou parcialmente uma entidade específica do discurso.
À entidade a que se refere chamamos antecedente.
Ex: O Mestre de Avis liderava o povo; a população adorava-o.
antecedente anáfora
Anáfora por repetição (retoma
total ou parcial) O Mestre de Avis tornou-se um líder. O povo amava o Mestre de Avis.

 O Mestre dirigiu-se à multidão.


 Retoma por um pronome (pessoal, Aparentemente, ele estava calmo.
demonstrativo, possessivo, o Mestre falou. As suas palavras foram
indefinido) ouvidas com emoção
 Retoma por um determinante
(possessivo)
 Os moços esgravatavam a terá; os
jovens até choravam.
 Retoma por um nome ou  Todos pegavam em armas:
Anáfora por substituição (retoma expressão nominal, estabelecendo punhais, bestas ou paus serviam
que evita a repetição) uma relação de: de defesa.
- sinonímia Os pais e as mães choravam a morte
- hiperonímia/hiponímia dos filhos, derramando lágrimas sobre
- holonímia/meronímia as suas faces e peitos.
 Lisboa foi palco de grande
 Retoma por um advérbio ou sofrimento; aí se passou muita
expressão adverbial (com valor fome.
temporal ou espacial) Em abril de 1384, o rei de Castela
invadiu Portugal; viveu-se nesse tempo
grandes privações.
 O Mestre saiu. [-] Foi ao Paço.
Anáfora por elipse (retoma que Sob determinadas condições sintáticas, ([-] sujeito = O Mestre)
não se realiza lexicalmente) os processos anafóricos traduzem-se em  - Gostei de ler a crónica.
construções de elipse. - Eu também gostei de ler [-].
([-] CD = a crónica.)
Anáfora conceptual (retoma de A retoma é de uma situação ou evento e  O Mestre de Avis mandou
uma oração frase ou conceito) não de uma entidade. expulsar da cidade de Lisboa
aqueles que não serviam para
combater. A sua decisão levantou
muita polémica.
PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO ANAFÓRICA

VALOR MODAL
1. Modalidade
A modalidade é uma forma de exprimir, por meios linguísticos, atitudes e opiniões dos falantes ou das
entidades referidas pelo sujeito sobre o conteúdo dos enunciados que produzem.
2. Domínios da modalidade

Modalidade Valor Molal Exemplos


 Gil Vicente é considerado o pai do teatro
português.
Epistémica  Valor de certeza  Estou certo de que as suas obras nos
exprime o grau de certeza obrigam a refletir sobre a vida.
acerca da verdade de uma  Os alunos não leram a obra.
proposição  Talvez esta matéria seja interessante.
 Valor de probabilidade  É provável que os alunos gostem da obra.
 O teu livro deve estar na sala.
 É obrigatória a leitura da obra.
Deôntica  Valor de obrigação  Temos de entregar o trabalho.
exprime imposições ou  Não escrevas no livro!
autorizações.  Valor de permissão  Quem acabou o teste já pode sair.
 Deixo-os ouvir música na aula.
Apreciativa Infelizmente, perdi o meu livro preferido.
exprime uma opinião, positiva ou negativa, sobre uma Seria bom que dramatizássemos a Farsa de Inês
situação. Pereira.
Enfrentar o público será um pesadelo!

Alguns recursos linguísticos de expressão da modalidade

 Epistémica
— certeza, possibilidade, probabilidade
— verdadeiro, falso, possível, provável
— possivelmente, provavelmente, certamente, talvez, sem dúvida, de certeza
— crer, saber, achar
— poder, dever
 Deôntica
— obrigação, necessidade
— obrigatório, proibido, necessário
— obrigatoriamente, necessariamente, com certeza
— autorizar, proibir, obrigar, permitir, deixar
— ter de, poder, dever
 Apreciativa
— maravilha, horror, pesadelo
— bom, mau, agradável, desagradável, horrível
— felizmente, infelizmente, lamentavelmente
— Graças a Deus!
— lamentar, alegrar-se

Tipos de Cómico
 de situação — resulta das circunstâncias da atuação da personagem que provocam o riso, existindo uma
inadequação entre a ação da personagem e a realidade em que se encontra
(situações de mal-entendidos, ignorância sobre certos preceitos sociais e regras de convivência).

 de caráter — resulta da inadequação da personagem ao contexto em que se encontra que decorre da sua
personalidade e que provoca o riso.

 de linguagem — corresponde ao vocabulário usado e ao próprio discurso da personagem que provocam o


riso, existindo uma inadequação entre o código linguístico e o contexto em que este se realiza (uso de registos
de língua desajustados, ironia, trocadilhos, calão…)

o recurso a personagens-tipo (representantes de uma classe social, profissional ou de um tipo psicológico) concorre para a
sátira e para a comicidade do teatro vicentino.

Atos de Fala
O ato de fala é um enunciado produzido num determinado contexto de interação comunicativa, com um determinado
objetivo, como informar, afirmar, avisar, prometer, desculpar-se, lamentar, ordenar ou agradecer, entre outros.
1. Atos de diretos e indiretos
Atos de fala Explicitação Exemplos
O locutor diz diretamente o que pretende realmente O professor dirige-se ao último aluno a entrar
Direto transmitir (o interlocutor compreende o ato de fala, na sala:
baseando-se no que é explicado) - Fecha a porta, se faz favor.
O locutor diz algo, visando um objetivo que não é O professor dirige-se ao último aluno a entrar
direta nem explicitamente apresentado no enunciado na sala:
Indireto (o interlocutor faz uma interpretação a partir do ato - Não achas que está frio? Está afazer uma
de fala, inferindo o objetivo pretendido.) corrente de ar…

2. Atos Ilocutórios
Atos Ilocutórios Características Exemplos
 responsabilizam o locutor relativamente à realização de  Prometo que trago o manual na
uma ação futura (promessas, juramentos, ameaças…) próxima aula.
Compromissivos Verbos Ilocutórios  Se conseguires ler o texto todo até
assegurar, comprometer-se, garantir, jurar… à próxima aula, dou-te uma boa
nota.
 assinalam a posição do locutor relativamente à  Gil Vicente é considerado o «pai»
verdade do que diz (descrições, constatações, do teatro português.
Assertivos explicações…)  Inês Pereira tinha um quotidiano
Verbos Ilocutórios entediante: costurava, bordava e
achar, admitir, afirmar, assegurar, dizer, informar… fiava.
 exprimem o desejo, por parte do locutor, de que o  O que pensas deste texto?
Diretivos ouvinte pratique uma ação (ordens, pedidos, convites,  Aconselho-os a lerem o texto com
sugestões…) atenção.
Verbos Ilocutórios  Quantas vezes te disse para
aconselhar, avisar, convidar, desafiar, pedir, permitir, trazeres o manual?
Diretivos mandar, exigir, querer, proibir… (ato de fala indireto = Traz o manual!)
 exprimem uma atitude ou estado psicológico  Lamento o atraso, professora.
(sentimentos) relativamente ao que se diz  Parabéns!
(agradecimentos, desculpas, condolências,  Gosto muito das obras de Gil
Expressivos congratulações) Vicente
Verbos Ilocutórios  Não achas esta obra fantástica?
adorar, agradecer, gostar, lamentar, odiar… (ato ilocutório indireto = Esta obra é
fantástica!)
Declarativos  o locutor, mediante a realização com êxito de um ato  Está despedido!
de fala, modifica o estado das coisas do mundo ou  Declaro-vos marido e mulher.
cria um novo estado das coisas (casamentos,  Condeno o réu ao pagamento de
nomeações, demissões, condenações…) uma coima.
Verbos Ilocutórios  Está encerrada a reunião
Batizar, condenar, declarar, despedir, nomear…

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