Aprendendo A Estudar
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INTRODUÇÃO
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Conceito utilizado na Neurociência.
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Conceito utilizado na Neurociência.
Fluxograma 1 – Fatores intrínsecos e extrínsecos no Processo de Aprendizagem
Tendo isso em vista, métodos de estudo que envolvam o descanso são de extrema
valia para os estudantes. O método pomodoro3 é uma boa opção, consiste em estudar em
um período determinado, divido em blocos, onde parte do tempo de cada bloco é gasto
estudando, e uma pequena parte é dedicada ao descanso. No método original, 25 minutos
são dedicados as atividades e 5 ao descanso, contudo, esse tempo pode ser alterado de
acordo com a necessidade pessoal, podendo ser 40 ou 50 minutos de atividade, desde que
o descanso seja breve (não mais que 20 minutos, se o tempo de trabalho for muito
extenso), e que em sua execução não sejam realizadas atividades que tirem o foco do
estudante, como a utilização de aparelhos eletrônicos.
Técnicas que seguem esse princípio são de grande ajuda para aqueles que possuem
tempo escasso e horas vagas fracionadas ao longo do dia, bem como para os distraídos e
dispersos, pois permitem a flexibilidade e a concentração total durante os minutos de
estudo.
Entretanto, o que concerne os estudantes não são apenas os mecanismos do
processo de estudo em si, mas também fatores externos que influenciam no trabalho
intelectual. Mesmo após planejar-se de maneira correta, são muitos os relatos de: fadiga,
desatenção, tédio, frouxidão e fraqueza. São essas as consequências do descaso com os
fatores extrínsecos ao processo de aprendizagem, a tríade alimentação, sono e atividade
física. Ignora-las significa muitas vezes estar fadado ao fracasso, não dá para ter uma
rotina de estudos ordenada com uma vida desordenada.
Segundo o GSI Teaching & Resource Center sono adequado, boa nutrição e
exercícios regulares: esses hábitos saudáveis de bom senso promovem um ótimo
desempenho de aprendizado de duas maneiras. Primeiro, eles promovem a
neuroplasticidade e a neurogênese. Em segundo lugar, eles mantêm o cortisol e a
dopamina (hormônios do estresse e da felicidade, respectivamente) em níveis adequados.
Por outro lado, má qualidade do sono, má alimentação e falta exercícios podem realmente
reduzir a capacidade do cérebro para o desempenho acadêmico.
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Técnica criada nos anos 1980 por Francesco Cirillo.
A alimentação é responsável por dar energia ao corpo humano, para que este
resista aos esforços diários, ela é portanto, de extrema importância para o bom rendimento
nos estudos, por outro lado, a má alimentação contribui para a defasagem no desempenho
do estudante. Nos dias de hoje, a grande parte da alimentação, principalmente dos jovens,
baseia-se em carboidratos simples4 e alimentos industrializados ricos em frutose. Uma
pesquisa realizada por Jennifer R. Pharr (2010), no Jornal de Saúde Pública de Nevada,
demonstrou que há uma relação significativa entre o consumo de carboidratos simples e
a fadiga5. Uma pesquisa da UCLA Health System (UCLA Health) mostrou que uma dieta
constantemente rica em frutose retarda o cérebro, dificultando a memória e o aprendizado.
O sono por sua vez, é um mecanismo de extrema importância para o aprendizado,
senão o mais importante, é durante o sono onde as memórias são consolidadas. Através
do sonho, a informação que foi armazenadas no sistema límbico costuma ser esquecida
(a memória de curto prazo), já as informações armazenadas no córtex, se transformam
em conhecimento e dificilmente são esquecidas (a tão importante para o estudante,
memória de longo prazo) (PIAZZI, 2015). Por isso, é importante cultivar um bom sono,
sua duração ideal varia de pessoa para pessoa, contudo, não deve ser de menos de 7 horas
por noite.
A atividade física, o terceiro fator extrínseco, produz novas células cerebrais no
hipocampo, que aumentam seu volume e auxiliam na memória de longo prazo. De
acordo com o National Center for Biotechnology Information (NCBI) as funções
cognitivas básicas relacionadas à atenção e à memória são aprimoradas pela atividade
física e maior condicionamento aeróbico. Sessões únicas e participação prolongada em
atividades físicas melhoram o desempenho cognitivo e a saúde do cérebro. Além disso,
a prática regular de exercícios aumentam a energia, o que é indispensável para o
estudante, e aliviam os estresses ocasionados pelo trabalho intelectual.
Considerando a discussão teórica apresentada e a hipótese da pesquisa, parte-se
para o estudo investigativo, com o objetivo de buscar comprovação empírica e apontar
possíveis soluções para o problemas apresentado, sendo assim um meio de auxiliar os
estudantes a alcançar a autossuficiência no trabalho intelectual.
METODOLOGIA
4
Os carboidratos devem ser classificados como simples (alto índice glicêmico/alta carga glicêmica) ou
complexo (baixo índice glicêmico/baixa carga glicêmica) (PHARR, 2010).
5
Fadiga é a sensação de falta de energia física ou mental, que resulta na incapacidade do indivíduo para
completar um atividade desejada (O’Conner, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADLER, Mortimer. J.; DOREN, Charles Van. Como ler livros: o guia clássico para leitura
inteligente. Rio de Janeiro: E Realizações. 2014.
COÉFFÉ, Michel. Guia dos métodos de estudo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
GSI Teaching & Resource Center. Neuroscience and How Students Learn. Disponível
em: https://gsi.berkeley.edu/gsi-guide-contents/learning-theory-research/neuroscience/.
Acesso em 08/04/2023.
MEC. Ministério da Educação. Pisa 2018 revela baixo desempenho escolar em Leitura,
Matemática e Ciências no Brasil. http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-
218175739/83191-pisa-2018-revela-baixo-desempenho-escolar-em-leitura-matematica-
e-ciencias-no-brasil. Acesso em 07/04/2023.
O’CONNER, Patrick. Evaluation of Four Highly Cited Energy and Fatigue Mood
Measures. Journal of Psychosomatic Research, 2004.
UCLA Health System. This is your brain on sugar: UCLA study shows high-fructose diet
sabotages learning, memory. Disponível em: https://www.uclahealth.org/news/high-
fructose-diet-sabotages-learning-memory. Acesso em 08/04/2023.