Imunidade Do Bebê - Imunologia - Maria Clara Galdino

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Faculdade de Ciências Médicas IDOR

Maria Clara dos Santos Galdino

Aspectos Imunitários Relacionados à Imunidade Passiva e Ativa do Bebê até 1 Ano


de Vida

Niterói

2023
1. Importância da imunidade para a saúde do bebê

A imunidade é de extrema importância para a saúde do bebê, pois desempenha um papel


fundamental na proteção contra doenças e na promoção do desenvolvimento saudável.
Durante o primeiro ano de vida, o sistema imunológico do bebê está em fase de
desenvolvimento e ainda não está totalmente maduro. Portanto, a imunidade desempenha
um papel crucial na prevenção de infecções e no combate a patógenos que podem afetar
negativamente a saúde do bebê.

2. Desenvolvimento do sistema imunológico no primeiro ano de vida

O sistema imune é essencial para a defesa e manutenção da integridade do organismo.


Sua principal função é proteger contra agentes infecciosos e parasitários. Atua, também,
no controle do desenvolvimento de neoplasias malignas, no processo de tolerância
imunológica e na homeostase de órgãos e tecidos
O sistema imune fetal e neonatal está associado à proteção contra infecções, impedimento
da nocividade de células T helper 1 (Th1) pró inflamatórias, cujas repostas induzem
reações aloimunes materno-fetal. Além disso, realiza a mediação da transição entre o
meio intra-uterino estéril e o meio externo rico em antígenos. Esta resposta imune
geralmente é avaliada em termos de idade gestacional, tendo seu início a partir do segundo
trimestre de desenvolvimento e maturação gradual a qual se completa na adolescência.
O desenvolvimento do sistema imunológico na criança inclui o amadurecimento da
resposta imune inata, a indução da resposta antígeno-específica e memória imunológica
para patógenos, em paralelo ao desenvolvimento e à manutenção de tolerância aos
antígenos próprios, à microbiota saprófita e aos antígenos alimentares.
Frente ao estímulo antigênico, o sistema imune (inespecífico e específico) do recém-
nascido e de crianças mostra diferenças quantitativas e funcionais em relação ao
adulto. Além disso, há diferenças também no que se refere a recém-nascidos a termo e
pré-termo.
Destaca-se, ainda, que infecções e exposição a micro-organismos não patogênicos
presentes no meio ambiente podem direcionar a maturação do sistema imune neonatal.
Menor exposição a micro-organismos patogênicos do meio ambiente e menor ocorrência
de infecções no início da vida podem reduzir a atividade estimulatória T celular,
aumentando o risco de desenvolver doenças alérgicas na vida adulta.

3. Imunidade Passiva
A imunização passiva é aquela que decorre da administração ou transferência de
anticorpos contra antígenos ou agentes infecciosos específicos. Por não haver o
reconhecimento do antígeno, não ocorre a ativação de célula de memória. Algumas
semanas após, o nível de anticorpos diminui, o que dá a esse tipo de imunidade um caráter
temporário.

Utiliza-se a imunidade passiva quando há necessidade de uma resposta imediata e não se


pode aguardar o tempo para a produção de anticorpos em quantidade adequada, como em
casos de acidentes com animais peçonhentos e exposição à toxina tetânica em indivíduo
não vacinado ou com esquema vacinal incompleto.

A imunização passiva pode ser natural, através da passagem de imunoglobulinas da


classe IgG via placenta e da classe IgA pelo leite materno.

3.1.Transferência placentária de anticorpos

A transferência placentária de anticorpos é um processo vital que ocorre durante a


gestação, no qual a mãe passa anticorpos para o feto através da placenta. Essa
transferência é essencial para conferir proteção imunológica ao bebê durante os
primeiros meses de vida, quando seu próprio sistema imunológico ainda está em
desenvolvimento.

A principal classe de anticorpos transferidos da mãe para o feto é a imunoglobulina G


(IgG). A IgG é capaz de atravessar a barreira placentária, garantindo a imunidade
passiva ao bebê. Esses anticorpos são produzidos pela mãe em resposta à exposição a
antígenos patogênicos ao longo de sua vida, o que resulta na formação de memória
imunológica.

Durante a gestação, os anticorpos IgG presentes na circulação materna atravessam a


placenta e alcançam a circulação fetal. Essa transferência ocorre principalmente no
terceiro trimestre da gravidez, quando a permeabilidade da barreira placentária aumenta.
Os anticorpos IgG transferidos fornecem ao feto uma proteção imunológica contra uma
ampla gama de agentes infecciosos aos quais a mãe foi exposta.

Essa transferência placentária de anticorpos é especialmente importante porque o


sistema imunológico do feto ainda não está totalmente maduro e não é capaz de
produzir anticorpos próprios em quantidades adequadas. Os anticorpos maternos
fornecem ao bebê uma defesa temporária contra infecções, ajudando a prevenir doenças
graves e reduzindo a vulnerabilidade do bebê a patógenos.

Após o nascimento, a proteção imunológica continua por um período variável,


dependendo da meia-vida dos anticorpos IgG específicos presentes no bebê. Essa
proteção é importante durante os primeiros meses de vida, quando o sistema
imunológico do bebê está em desenvolvimento e ainda não é capaz de responder
eficientemente a infecções.

A amamentação também desempenha um na imunidade passiva do bebê. O leite


materno contém uma variedade de anticorpos, incluindo IgA, IgG e IgM, que são
transferidos para o bebê durante a amamentação. Esses anticorpos fornecem proteção
adicional contra infecções gastrointestinais e respiratórias, ajudando a fortalecer o
sistema imunológico do bebê.

3.2.Transferência de IgG da mãe para o feto

A transferência de IgG ocorre principalmente no terceiro trimestre da gravidez, quando a


placenta desenvolve um transporte seletivo que permite a passagem desses anticorpos. A
IgG é transportada ativamente através das células da placenta, chamadas de trofoblastos,
por meio de receptores específicos chamados de FcRn (receptor neonatal Fc).

Essa transferência de IgG da mãe para o feto fornece ao bebê uma proteção imunológica
contra uma ampla variedade de patógenos aos quais a mãe foi exposta. Os anticorpos IgG
específicos presentes na circulação materna são capazes de reconhecer e neutralizar esses
patógenos, prevenindo infecções e reduzindo a gravidade das doenças.

A quantidade de IgG transferida para o feto depende da concentração desses anticorpos


na circulação materna, bem como da afinidade do FcRn pelos anticorpos.

Os anticorpos IgG transferidos fornecem ao feto proteção imediata contra doenças


infecciosas, prevenindo complicações graves durante os primeiros meses de vida, quando
o sistema imunológico do bebê ainda está em desenvolvimento. Essa imunidade passiva
desempenha um papel crucial na proteção contra patógenos, incluindo vírus, bactérias e
parasitas. A transferência de IgG da mãe para o feto é específica e temporária. Os
anticorpos transferidos possuem uma meia-vida limitada no organismo do bebê e
gradualmente diminuem à medida que o sistema imunológico do bebê começa a produzir
seus próprios anticorpos. Além da transferência placentária de IgG, a amamentação
também desempenha um papel na imunidade passiva, pois o leite materno contém
anticorpos IgA, IgM e IgG que são transferidos para o bebê durante a amamentação. Esses
anticorpos fornecem proteção adicional contra infecções gastrointestinais e respiratórias,
complementando a imunidade passiva adquirida durante a gestação.

3.3.Papel dos anticorpos maternos na proteção do bebê

Durante a gestação, a mãe produz uma variedade de anticorpos em resposta a infecções e


imunizações anteriores. Esses anticorpos são transferidos para o feto durante a gestação
(transferência placentária de anticorpos) e são transmitidos por meio do leite materno
durante a amamentação. A presença dos anticorpos maternos no organismo do bebê
fornece uma imunidade passiva, ou seja, uma proteção imediata contra infecções
causadas por patógenos aos quais a mãe tenha sido exposta. Esses anticorpos podem
reconhecer e neutralizar os patógenos, impedindo sua entrada e disseminação no
organismo do bebê.

Os anticorpos maternos são particularmente importantes nos primeiros meses de vida,


quando o sistema imunológico do bebê ainda está em desenvolvimento e é menos capaz
de combater efetivamente infecções. Eles oferecem proteção contra uma ampla gama de
doenças, incluindo infecções virais, bacterianas e parasitárias.

A presença de anticorpos maternos pode reduzir a gravidade das doenças caso o bebê seja
exposto a patógenos. Mesmo que a infecção ocorra, os anticorpos maternos podem ajudar
a controlar a disseminação do patógeno e diminuir o risco de complicações graves. A
proteção conferida pelos anticorpos maternos é temporária. Aos poucos, os anticorpos
maternos são eliminados do organismo do bebê à medida que seu próprio sistema
imunológico começa a se desenvolver e a produzir anticorpos. Esse processo é gradual e
ocorre ao longo dos primeiros meses de vida.

A duração da proteção conferida pelos anticorpos maternos pode variar dependendo do


tipo de infecção e dos anticorpos envolvidos. Alguns anticorpos podem persistir por um
período mais longo, enquanto outros diminuem mais rapidamente. Além da proteção
contra infecções, os anticorpos maternos também podem desempenhar um papel
importante na programação do sistema imunológico do bebê. A exposição aos anticorpos
maternos pode ajudar a modular a resposta imunológica do bebê, influenciando o
desenvolvimento de células e moléculas envolvidas na imunidade.

4. Aleitamento Materno

A principal classe de anticorpos transmitidos através do leite materno é a imunoglobulina


A (IgA). A IgA é produzida nas glândulas mamárias e é encontrada em grande quantidade
no colostro, o primeiro leite produzido após o parto, e também no leite maduro. A IgA
desempenha um papel fundamental na proteção das mucosas, como as presentes no trato
gastrointestinal, respiratório e urinário, que são os principais pontos de entrada de
patógenos. A presença de IgA no leite materno fornece uma proteção local para o bebê,
ajudando a prevenir a colonização e infecção por patógenos. Esses anticorpos podem se
ligar aos patógenos presentes no trato gastrointestinal do bebê, neutralizando-os e
impedindo sua adesão às células epiteliais. Isso reduz o risco de infecções
gastrointestinais, como diarreia e gastroenterite.

Além da IgA, o leite materno também contém outros anticorpos, como IgG e IgM, embora
em menor quantidade. Esses anticorpos podem fornecer proteção sistêmica, ajudando a
combater infecções que possam ocorrer em outras partes do corpo do bebê. O leite
materno contém células imunes, como linfócitos T e células natural killer (NK), que
desempenham um papel na defesa imunológica do bebê. Essas células imunes podem
ajudar a combater infecções e modular a resposta imunológica do bebê.

Os fatores de crescimento presentes no leite materno também desempenham um papel


importante no desenvolvimento do sistema imunológico do bebê. Eles ajudam a regular
a maturação e o funcionamento das células imunes, promovendo um sistema imunológico
saudável. Além da proteção imunológica, o aleitamento materno também está associado
a outros benefícios para a saúde do bebê, como redução do risco de alergias, asma,
obesidade e doenças crônicas. O contato íntimo durante a amamentação também fortalece
o vínculo entre mãe e bebê, proporcionando conforto emocional e segurança.
É importante ressaltar que a duração e a frequência do aleitamento materno podem afetar
a quantidade de substâncias imunológicas transmitidas para o bebê. A amamentação
exclusiva nos primeiros seis meses e a continuação do aleitamento materno juntamente
com a introdução gradual de alimentos complementares até pelo menos dois anos de idade
são recomendadas pela OMS para garantir os benefícios imunológicos e nutricionais
adequados.

4.1.Transferência de anticorpos através do aleitamento materno

A transferência de anticorpos através do leite materno é uma das principais formas de


imunidade passiva durante os primeiros meses de vida do bebê. Essa transferência ocorre
porque a mãe produz anticorpos em resposta a infecções e exposições a patógenos ao
longo de sua vida, e esses anticorpos são transmitidos para o bebê através do leite
materno.

Essa transferência de anticorpos é especialmente importante porque o sistema


imunológico do bebê ainda está em desenvolvimento e é menos capaz de produzir seus
próprios anticorpos de forma eficiente. Os anticorpos maternos presentes no leite materno
ajudam a proteger o bebê contra uma variedade de infecções, incluindo infecções
respiratórias, gastrointestinais e bacterianas.

Os anticorpos presentes no leite materno, principalmente a imunoglobulina A (IgA),


atuam como uma primeira linha de defesa nas mucosas do bebê, como os presentes no
trato gastrointestinal e respiratório. Eles ajudam a neutralizar patógenos, impedindo sua
adesão e invasão das células epiteliais, e estimulam a eliminação dos patógenos através
do trato digestivo. Além da IgA, outros tipos de imunoglobulinas, como IgG e IgM,
também podem ser transferidos para o bebê através do leite materno, fornecendo uma
proteção mais ampla. Esses anticorpos auxiliam na neutralização de patógenos circulantes
e ajudam a modular a resposta imunológica do bebê.

4.2. Importância do aleitamento materno na imunidade do bebê

A transferência de anticorpos através do leite materno não apenas protege o bebê contra
infecções, mas também contribui para o desenvolvimento adequado do seu sistema
imunológico. A exposição aos antígenos presentes no leite materno estimula o sistema
imunológico do bebê, promovendo a maturação e o fortalecimento das suas próprias
respostas imunológicas. Além dos anticorpos, o leite materno também contém outros
componentes imunológicos, como células imunes, enzimas antimicrobianas e fatores de
crescimento, que auxiliam na proteção e no desenvolvimento do sistema imunológico do
bebê.

É importante ressaltar que a transferência de anticorpos através do leite materno não é


permanente. Conforme o tempo passa, os anticorpos maternos presentes no organismo do
bebê vão diminuindo gradualmente, e o sistema imunológico do bebê começa a produzir
seus próprios anticorpos de forma mais eficiente.

5. Imunidade Ativa

A imunidade ativa refere-se à resposta imunológica do próprio organismo, na qual o


sistema imunológico reconhece e combate patógenos ou agentes estranhos, resultando na
produção de anticorpos e células de defesa específicas.

Existem dois tipos principais de imunidade ativa: imunidade ativa natural e imunidade
ativa adquirida.

Imunidade ativa natural: Refere-se à imunidade desenvolvida como resultado da


exposição natural a patógenos no ambiente. Por exemplo, quando uma pessoa é infectada
por um vírus, o sistema imunológico reconhece o patógeno, inicia uma resposta
imunológica e produz anticorpos específicos para combater o vírus. A imunidade
adquirida dessa maneira pode ser de longa duração e conferir proteção duradoura contra
futuras infecções pelo mesmo patógeno.

Imunidade ativa adquirida: Refere-se à imunidade desenvolvida através da administração


de vacinas ou imunizações. As vacinas contêm antígenos inativados, atenuados ou partes
específicas de um patógeno que são incapazes de causar a doença, mas são reconhecidos
pelo sistema imunológico como estranhos. Isso estimula uma resposta imunológica
semelhante à resposta natural, levando à produção de anticorpos e células de memória.
Essa imunidade adquirida por meio de vacinas pode ser de longa duração e proporcionar
proteção eficaz contra a infecção por patógenos específicos.
A imunidade ativa é importante para a saúde do indivíduo, pois permite que o sistema
imunológico responda eficientemente a patógenos e os elimine do organismo. A produção
de anticorpos e a ativação das células de defesa, como os linfócitos, desempenham um
papel fundamental na proteção contra infecções e no controle de doenças. A imunidade
ativa também é essencial para o desenvolvimento de uma memória imunológica, ou seja,
a capacidade do sistema imunológico de reconhecer rapidamente e responder de forma
mais eficaz a um patógeno previamente encontrado, conferindo proteção duradoura.

A vacinação é um exemplo importante de imunidade ativa adquirida e desempenha um


papel crucial na prevenção de doenças infecciosas. As vacinas estimulam uma resposta
imunológica específica, permitindo que o sistema imunológico desenvolva proteção
contra patógenos específicos antes mesmo da exposição real. Isso ajuda a prevenir
doenças graves, reduzir a disseminação de patógenos na comunidade e proteger os
indivíduos vulneráveis, como bebês e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.

5.1.Desenvolvimento do sistema imune do bebê e vacinação

O sistema imunológico de um bebê passa por um processo de desenvolvimento e


maturação durante o primeiro ano de vida. No nascimento, o sistema imunológico do bebê
ainda está em estágio de desenvolvimento e depende inicialmente da imunidade passiva
adquirida através da transferência de anticorpos maternos durante a gestação e o
aleitamento materno.

Conforme o bebê cresce, seu sistema imunológico começa a amadurecer e a produzir suas
próprias células e moléculas imunes. Os órgãos linfoides, como o timo e a medula óssea,
desempenham um papel fundamental na produção e maturação dessas células. Os
linfócitos, incluindo os linfócitos B e os linfócitos T, são células importantes do sistema
imunológico que são responsáveis pela produção de anticorpos e pela resposta imune
específica.

A vacinação desempenha um papel crucial na estimulação da imunidade ativa e no


desenvolvimento do sistema imunológico do bebê. As vacinas contêm antígenos
específicos de patógenos, que são reconhecidos pelo sistema imunológico como
estranhos. Quando o bebê é vacinado, seu sistema imunológico responde à vacina,
produzindo anticorpos e células de memória específicas para aquele patógeno. Essa
resposta imune induzida pela vacinação ajuda a proteger o bebê contra infecções futuras
pelo patógeno-alvo.

O programa de vacinação recomendado no primeiro ano de vida é projetado para fornecer


proteção contra doenças graves e potencialmente fatais que são mais comuns nessa faixa
etária. As vacinas são administradas em diferentes idades para garantir uma proteção
eficaz ao longo do tempo. Alguns exemplos de vacinas comumente administradas durante
o primeiro ano de vida incluem as vacinas contra difteria, tétano, coqueluche,
poliomielite, Haemophilus influenzae tipo b, hepatite B, pneumococo, rotavírus e
sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral).

A importância da vacinação no primeiro ano de vida reside na proteção que ela oferece
ao bebê contra doenças infecciosas graves. Essas doenças podem ter complicações graves
e até mesmo levar à morte em bebês com sistemas imunológicos imaturos. A vacinação
ajuda a fortalecer o sistema imunológico do bebê, estimulando a produção de anticorpos
e células de memória que fornecem proteção duradoura contra os patógenos alvo. Além
de proteger o bebê individualmente, a vacinação também contribui para a proteção da
comunidade como um todo, através da redução da disseminação de doenças infecciosas.
A imunidade coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho, ocorre quando
uma porcentagem suficiente da população é vacinada, tornando mais difícil para os
patógenos se espalharem e infectarem pessoas não vacinadas ou com sistemas
imunológicos comprometidos.

Portanto, o programa de vacinação no primeiro ano de vida é essencial para estimular a


imunidade ativa, proteger o bebê contra doenças infecciosas e contribuir para a saúde
pública geral. É importante seguir as recomendações do calendário de vacinação
fornecido pelos órgãos de saúde, garantindo que o bebê receba todas as vacinas
necessárias para uma proteção eficaz.
5.2. A imunidade passiva e ativa

A imunidade passiva e ativa é crucial para o desenvolvimento e proteção do sistema


imunológico do bebê. Embora sejam dois tipos distintos de imunidade, eles se
complementam e atuam em sinergia para fornecer uma defesa eficaz contra infecções.

A imunidade passiva, adquirida por meio da transferência de anticorpos maternos durante


a gestação e o aleitamento materno, fornece uma proteção imediata ao bebê. Os anticorpos
maternos, principalmente do tipo IgG, são transmitidos através da placenta durante a
gestação e também por meio do colostro e do leite materno. Esses anticorpos oferecem
proteção contra uma variedade de patógenos aos quais a mãe foi exposta.

Enquanto a imunidade passiva é de curta duração, ela desempenha um papel fundamental


durante os primeiros meses de vida do bebê, quando seu próprio sistema imunológico está
em desenvolvimento. Os anticorpos maternos fornecem proteção imediata contra
infecções, prevenindo doenças graves e auxiliando o bebê a combater os patógenos até
que seu próprio sistema imunológico se torne totalmente funcional.

No entanto, à medida que os anticorpos maternos são gradualmente eliminados do


organismo do bebê, ocorre uma transição para a imunidade ativa. O sistema imunológico
do bebê começa a produzir seus próprios anticorpos em resposta à exposição a antígenos
estranhos, como aqueles presentes em vacinas ou encontrados no ambiente. Essa é a
imunidade ativa, na qual o bebê desenvolve sua própria resposta imune específica.

A transição da imunidade passiva para a imunidade ativa ocorre gradualmente e varia de


acordo com o indivíduo. Geralmente, por volta dos 6 meses de idade, os níveis de
anticorpos maternos diminuem significativamente, permitindo que o sistema imunológico
do bebê assuma um papel mais ativo na defesa contra patógenos. É nesse momento que a
vacinação desempenha um papel crucial, estimulando a produção de anticorpos e a
memória imunológica específica para proteger o bebê contra infecções.

É importante destacar que a imunidade passiva e ativa não são mutuamente exclusivas,
mas sim complementares. Enquanto a imunidade passiva fornece uma proteção imediata,
a imunidade ativa promove a formação de uma resposta imunológica duradoura e
adaptativa. A combinação dos dois tipos de imunidade garante uma proteção abrangente
e eficiente contra uma ampla gama de patógenos.
6. Referências bibliográficas
1. https://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1604
2. https://www.sanarmed.com/resumo-de-imunizacao-ativa-passiva-e-mais
3. https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/12_-
_AMAMENTACAO_E_IMUNIZACAO.pdf
4. http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=564
5. https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sul/husm-
ufsm/area-do-paciente/cartilha-aleitamento-materno.pdf
6. https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Aleitamento-
Materno#:~:text=O%20aleitamento%20materno%20%C3%A9%20a,send
o%20de%20mais%20f%C3%A1cil%20digest%C3%A3o.
7. https://www.sanarmed.com/aleitamento-materno-definicoes-beneficios-e-
principais-desafios-enfrentados-na-atencao-basica-colunistas
8. https://newslab.com.br/e-assim-que-anticorpos-atravessam-a-barreira-
placentaria/#:~:text=Todos%20os%204%20tipos%20de,receptores%20Fc
%20neonatais%20(FcRn).

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