Aula - Manejo Do Solo e Água de Viveiros 2020.1 - Parte 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 36

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

UNIDADE 6. – Parte 2
MANEJO DO SOLO E CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA NA PISCICULTURA
Objetivo: Conhecer as técnicas de manejo do solo e controle da
qualidade da água em viveiros e tanques de cultivo de peixes.
Finalizado o preparo dos viveiros, é hora de abastece-los para iniciar o
cultivo. Seguindo-se ao abastecimento e povoamento, é necessário fazer
o monitoramento da qualidade da água e, caso não esteja dentro do que
se recomenda para o cultivo da espécie, deve-se adotar as medidas
cabíveis para corrigí-la.

• Etapas preparação viveiro


• Esvaziamento e secagem;
• Desinfecção;
• Oxidação da matéria orgânica;
• Remoção de sedimentos finos;
• Calagem;
• Aração;
• Fertilização.
O conjunto de variáveis físicas, químicas, biológicas e tecnológicas determinam
a qualidade da água em aqüicultura.

FÍSICAS QUÍMICAS

Luz (qualidade e quantidade) Gases dissolvidos


Temperatura pH e alcalinidade
Transparência
Turbidez Nutrientes
Sólidos em suspensão Compostos orgânicos
Cor da água Compostos inorgânicos
Salinidade Poluentes

BIOLÓGICAS TECNOLÓGICAS

Vírus Densidade (no/unidade de


Bactérias volume ou superfície = uvs)
Fungos Taxa de renovação (%/uvs)
Protozoários Biomassa (peso vivo/uvs)
Fitoplâncton Carga (massa/fluxo de água)
Flora e fauna Alimentação
Chegou a hora de moniotrar e controlar a qualidade da água
Principais parâmetros físicos e químicos da água de Equipamentos para monitoramento
cultivo de peixes tropicais
Variável Frequên Limite
cia
Temperatura Diária 26 – 28 ºC
Transparência Diária 30 – 50 cm
Oxigênio Diária 5 – 6 mg/L
pH Diária 6–9 Oxímetro e termômetro pHmetro Condutivímetro

Alcalinidade total Semanal > 20 mg/L


Dureza total Semanal > 10 mg/L
Sólidos totais Semanal < 30 mg/L
Turbidez Semanal 25 – 30 UNT
Nitrogênio total Semanal 5-6 mg/L Garrafa de Van Dorn

Nitrogênio amoniacal Semanal 2 – 3 mg/L Turbidímetro Disco de Secchi

Amônia Semanal 0,05 mg/L


Nitrito Semanal < 0,5 mg/L
Fósforo total Mensal < 0,5 mg/L
Fósforo solúvel Mensal < 0,05 mg/L
Condutividade Mensal < 1.000 uSm/cm
elétrica
Sonda multiparamétrica
-Temperatura (oC) - 26 a 28 ºC - Atua sobre:
- Qualidade da água; -Crescimento dos organismos;
- Metabolismo dos organismos; - Conversão alimentar;
- Ingestão de alimento; - Produtividade, etc.

- Controle: Praticado quando a quantidade de água é pequena

- Baixa: Usar estufa /aquecedores


Alta: Aumentar a circulação de
água
Transparência - 30 a 50 cm Turbidez da água - 25 – 30 UNT

• Transparência (cm) - Capacidade de


penetração da luz na coluna d`água;

•Dependem da quantidade
de materiais em suspensão
e dissolvidos na água.
• Turbidez (NTU) – É a medida da
capacidade da água em dispersar a
radiação.
Transparência total
Transparência - 70 cm

Transparência - 30 cm
30 cm - argila
Figura 3. a) Ilustração do uso dos valores de
transparência da água (medida com o disco de
Sechi) no controle da adubação de tanques e na
prevenção de baixo oxigênio na criação de
peixes; b) Viveiro usado na engorda de tilápias
com uma população de fitoplâncton adequada.

Fitoplâncton

Zooplâncton

Obs.: O fitoplâncton oxigena a água, remove a


amônia, dificulta o estabelecimento de plantas
e algas filamentosas no fundo dos viveiros e
serve como alimento direto a alguns peixes
(em particular as tilápias). Fonte:
http://panoramadaaquicultura.com/paginas/Revistas/110/ManejoKub110
.asp
Controle da transparência em sistema semi-intensivo

Transparência total

•Retirar a vegetação do fundo (?);


•Fazer calagem se necessário;
•Fazer adubação

Turbidez alta (>1.500 UNT)- Transparência Baixa (30 cm )

Verificar origem do material em suspensão


Externa: Fazer contenção para enxurradas; Usar filtros.
Interna: Verificar espécie criada- diminuir densidade ou eliminá-la;
- Aplicar estercos  500 - 1.000 kg/ha;
- Aplicar gesso [sulfato de cálcio (CaSO4.2H2O)]  250-500 g/m3;
- Aplicar sulfato de alumínio  25-50 g/m3.
Controle da transparência, sólidos em suspensão (SST), turbidez (NTU)
Externa
•Fazer sistema de contenção para as águas de chuva;
•Usar filtros.
•interna
•Verificar espécie criada e se for o caso diminuir a densidade ou eliminá-la;
•Aplicar gesso (sulfato de cálcio CaSO4  250-500 g/m3);
•Aplicar estercos  500 - 1.000 kg/ha;
•Aplicar sulfato de alumínio  15 a 25g/m3 (se a alcalinidade estiver entre 25-
50 mg/L).
•Obs. É preciso 0,4 g de cal hidratada - Ca(OH)2 para neutralizar a acidez de 1g
de sulfato de alumínio.

Transparência total
•Retirar a vegetação do fundo (?);
•Fazer calagem se necessário;
•Fazer adubação.
Recomendação de fertilização para um viveiro de 1000 m2
Dia do cultivo Dose adubo químico Dose adubo orgânico*
1º dia enchimento 3-5 kg ureia 10 kg
2º ao dia 5º - 5 kg/dia
6º ao 7º dia 3-5 kg ureia -
Se transparência >70 cm
* Farelo arroz - umedecido até a consistência de mingau

▪ Procure manter o nível de água no viveiro abaixo de 70cm durante os dois primeiros dias de
enchimento.
▪ As pós-larvas geralmente são estocadas no 2º ou 3º dia do início.
▪ No 5º dia de aplicação de farelo, pode ocorrer redução no oxigênio dissolvido, água mais
transparente – presença de zooplâncton(rotíferos, cladóceros, copépodos e outros) ;
▪ Quando o oxigênio nas 1ª horas da manhã se aproximar de 3mg/L, a aplicação de farelo deve ser
interrompida.
▪ A aplicação de farelo também deve ser interrompida quando for iniciado o fornecimento de ração.

Controle da transparência em
sistema semi-intensivo
- pH - potencial de hidrogénio iónico - indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio - 6 a 9

BÁSICO (OH-) Concentração


Al3+, Fe3+, H+ Máxima Ca2+, OH-
14 disponibilidade

13
Fosfato
12
pH
11 4 5 6 7 8 9
pH letal
10
Pouco crescimento
9

8
Faixa ótima de
Neutro produção
7

6
Diminuição do
crescimento
5
Pára a reprodução
4 pH letal

2 pHmetro

ÁCIDO (H+)
ALCALINIDADE E DUREZA
A alcalinidade - é a soma das bases tituláveis [bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO3-
2), amoníaco (NH ), hidroxilas (OH-), fosfatos e silicatos] presentes, capazes de
4
neutralizar os cátions de hidrogênio.

A dureza - é a soma dos íons metálicos (cálcio e magnésio, principalmente, além de


ferro, manganês, estrôncio, zinco, alumínio, hidrogênio, etc, associados a ânions
carbonato (mais propriamente bicarbonato, que é mais solúvel) e sulfato, principalmente,
além de outros ânions como nitrato, silicato e cloreto. São quatro os principais
compostos que conferem dureza às águas: bicarbonato de cálcio, bicarbonato de
magnésio, sulfato de cálcio e sulfato de magnésio.

pH
Os níveis de alcalinidade variam de 5 a 500 Baixa alcalinidade (<20 mg/l)
mg/L de CaCO3. 9,0
A alcalinidade de um líquido determina seu
poder tampão (“buffer”). 8,0
Alcalinidade
7,0
moderada
Concentração (mg/L CaCO3) Grau de dureza (50 - 120 mg/l)
0 - 75 Branda ou mole 06:0 12:0 18:0 24:0 06:0 Hor
0 0 0 0 0 a
75 - 150 Moderadamente dura
Oscilações do pH em viveiros de cultivo em
150 - 300 Dura
função da alcalinidade da água (Boyd, 1995).
> 300 Muito dura
QUANTO?
A quantidade de calcário a ser aplicado em viveiros já abastecidos,
considerando o pH ou a alcalinidade da água.

pH da Quantidade de calcário
água (kg/ha/ano)
4,0 6.000 12.000
4,5 4.800 9.000
4,5 - 5,0 3.600 7.200
5,0 - 6,0 1.600 3.000 Fonte:
http://panoramadaaquicultura.com/paginas/Revistas/110/Manej
6,0 - 6,5 1.400 1.600 oKub110.asp

Após o abastecimento:
Se o produtor não dispor de meios para medir o
pH da mistura solo:água ou a alcalinidade total
da água, recomenda-se aplicar 200 kg de
calcário agrícola/1.000m2

Caso venha usar cal hidratada ou cal virgem


as doses não devem exceder 10
kg/1.000m2/dia.
Compostos Nitrogenados
“Amônia” - forma não ionizada (NH3) - forma mais tóxica
Íon amônio, forma ionizada (NH4+);
Amônia total, ou nitrogênio amoniacal = soma das duas primeiras formas (NH3+ NH4+);
Nitrito - NO2- - Nitrossomonas – oxidam amônio a nitrito (NH4+ + 1½ O2 NO2- + H2O)
Nitrato - NO3- Nitrobacter – oxidam nitrito a nitrato (NO2- + ½ O2 NO3)

Composto Limites Desnitrificação - redução do nitrato a nitrogênio


Nitrogênio total (N2) <5 – 6 mg/L molecular: 10{H} + 2H+ + 2NO3- N2 + 6H2O
Nitrogênio Amoniacal total (NH4) 2 – 3 mg/L
Amonificação do nitrato - redução do nitrato a
Amonia (NH3) <0,05 mg/L íon amônio: 8{H} + H+ + NO3 - NH4 + + 2OH - +
Nitrito (NO2) <0,05 mg/L 2H2O
Kits para análise de
compostos nitrogenados)

Fonte: Lima et al., (2013). Embrapa P.A.

O método para determinação de:


Nitrato é o espectrofotômetro do ácido fenoldissulfônico . Leitura a 410 nm (até 2 mg/L de NO3-) ou a 480 nm (até 12 mg/L de NO3-).
Nitrito – é o colorimétrico pela formação de um composto púrpura – avermelhado a pH entre 2,0 a 2,5 pelo acoplamento de
sulfanilamida diazotizado com N-(1-naftil)-etilenodiamina dihidroclorídrico (NED dihidroclorídrico).
Formas de controle da amônia
➢Suspensão de adubação e fornecimento de ração;
➢Realização de troca de água;
➢Diminuição da densidade de estocagem;
➢Redução do pH da água - reduz a amônia não ionizada (NH3 -forma tóxica).

➢ Redução do pH da água - reduz a amônia não ionizada (NH3 -forma tóxica).


1) aplicação de ácidos inorgânicos (ácido clorídrico e ácido sulfúrico) - efeito de curta
duração;
2) Controle da população fitoplanctônica: - efeito mais duradouro;
▪ Controle de nutrientes (Ortofosfato solúveis) – suspensão de adubação e uso de gesso
agrícola (250 a 500 g/m3) ou sulfato de alumínio (15 a 25 g/m3) .
▪ O uso de algicidas - simazine (0,25 g/m3) ou sulfato de cobre (CuSO4)- deve ser
praticado com cautela.
- Ambos podem levar a redução no fitoplâncton e nas concentrações de oxigênio.
- O sulfato de cobre é extremamente tóxico aos peixes e não deve ser aplicado quando a
alcalinidade total for < 40mg CaCO3/L.
Calculo da dose de sulfato de cobre de acordo com a alcalinidade:
Dose de sulfato de cobre (g/m3) = Alcalinidade total (mg CaCO3 L-1)/100
Exemplo: Alcalinidade total = 80 mg CaCO3/L 80/100 = 0,8g de sulfato de cobre/m3.

➢Aplicar em áreas restritas do


viveiro e ficar atento para a
necessidade de aeração e
emergência
Composto Limites
Nitrogênio total (N2) <5 – 6 mg/L
Nitrogênio Amoniacal total (NH4) 2 – 3 mg/L
Amonia (NH3) <0,05 mg/L
Nitrito (NO2) <0,5 mg/L
Formas de controle do Nitrito:

➢Aumento na concentração de íons cloreto na água - aplicação de sal (cloreto de sódio);

- Quantidade de sal a ser aplicada:


- Deve ser suficiente para manter uma proporção de 6 mols de íons Cl- para cada um mol de íon
NO2-;
- A concentração de íons Cl- na água deve ser considerada no cálculo da dose de sal a ser
aplicada.

-Calculo da dose de cloreto de sódio em função da concentração de íons cloreto

Dose de sal (g/m3) = [(6 x NO2- mg/L) - (Cl- na água mg/L)]/0,6


Exemplo: Concentração de nitrito na água = 0,8 mg/L
Concentração de íons cloreto originalmente na água = 0,1 mg/L1 .
Dose de sal (g m-3) = [(6 x 0,8) - (0,1)]/0,6 = 7,8 g/m3.

Viveiro com 5.000 m2 de espelho d’água e profundidade média de 1,2m, ou seja, um volume de
água de 6.000m3, dose de sal: 6.000 x 7,8 = 46,8kg.
Gás carbônico, o dióxido de carbono (CO2) - composto químico gasoso, sendo um dos principais
compostos usados para a fotossíntese. Nesse processo ele é utilizado como fonte de carbono para
as plantas).
Proporções (%) de CO2, HCO3- e CO3-2 da água em
função de diferentes valores de pH (Fonte:
Wetzel, 1975)
pH CO2 total HCO3- CO3-2 Variação circadiana de pH e gás
livre (bicarbonato) (carbonato) carbônico
4 0,996 0,004 1,25 x 10-9
9.5
5 0,962 0,038 1,20 x 10-7 9.0
CO2

6 0,725 0,275 0,91 x 10-5


pH 8.5

7 0,208 0,792 2,60 x 10-4


8.0
pH
8 0,025 0,972 3,20 x 10-3
7.5
06 12 18 24 06 12 18 24
9 0,003 0,966 0,031
Tempo (h)
10 0,0002 0,757 0,243

Concentrações recomendadas de CO2 < 5 mg/L


▪ Em níveis adequadas de oxigênio dissolvido os peixes podem tolerar níveis de CO2 acima de 10 mg/L, valores
comumente observados ao amanhecer em viveiros de alta produção.
▪ CO2 acima de 25 mg/L, aliadas a baixa concentração de oxigênio dissolvido, podem afetar o desempenho
produtivo e, até mesmo, causar asfixia nos peixes.
▪ Sistemas de aeração que promovem agitação na superfície da água (i.e. aeradores de pás) facilitam a difusão do
gás carbônico para o ar, reduzindo a concentração deste gás na água.
▪ A manutenção de um adequado sistema tampão contribui para impedir o aumento excessivo no CO2.
O gás sulfídrico (também chamado sulfeto de hidrogênio – H2S) é formado a partir da
decomposição dos resíduos orgânicos (fezes, sobras de ração, algas mortas, entre outros
materiais) em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio).

Algumas concentrações tóxicas letais e subletais


de ácido sulfídrico (H2S) para diferentes espécies
de peixes e crustáceos (Segundo Morales et al,
1992),

ppb (“partes por bilhão” ou micrograma/L).


5 ppb equivale a 5.000 ppm (“parte por milhão”) ou 5
mg de H2S/m3 de água).

Fatores que favorecem o surgimento de H2S: Prejuízos causados por H2S


• Altas densidades de estocagem; • Aumento na incidência de doenças;
• Altas taxas de alimentação e rações com baixa • Redução nos índices de desempenho e
digestibildiade; de produtividade;
• Morte súbita do fitoplâncton; • Perdas de animais,
• Acúmulo de matéria orgânica no fundo;
• Decomposição anaeróbica;
• Aplicações de gesso agrícola - sulfato de cálcio
(CaSO4.2H2O) ou de sulfato de Alumínio [Al2(SO4)3].
Oxigênio Dissolvido – (mg/L ou % de saturação) - é um gás essencial à
vida dos organismos aquáticos
pequenos letal em peixes sobrevivem em
peixes exposição regime de baixo
sobrevivem prolongada desempenho
por curtos
períodos faixa ótima

0 0,3 1 2 3 4 5

Pouco oxigênio Nem muito nem pouco oxigênio Muito oxigênio


(subsaturado) (equilíbrio de saturação) (supersaturado)

Em equilíbrio com a atmosfera, a solubilidade do oxigênio na água reduz com o


aumento da temperatura e salinidade da água e com a redução na pressão
barométrica (aumento da altitude) do local.
Salinidade (‰)
Solubilidade do Temp. -----------------------------------------------------------------
oxigênio (mg/L) em (oC) 0 05 10 15 20 25 30 35 40
função da temperatura
e da salinidade (Boyd, 0 14,6 14,1 13,6 13,2 12,7 12,3 11,9 11,5 11,1
1989). 1 14,2 13,7 13,2 12,8 12,4 11,9 11,5 11,2 10,8
2 13,8 13,3 12,9 12,4 12,0 11,6 11,2 10,9 10,5
3 13,4 13,0 12,5 12,1 11,7 11,3 11,0 10,6 10,2
4 13,0 12,6 12,2 11,8 11,4 11,0 10,7 10,3 10,0
5 12,7 12,3 11,9 11,5 11,1 10,8 10,4 10,1 9,8
6 12,4 12,0 11,6 11,2 10,9 10,5 10,2 9,8 9,5
7 12,1 11,7 11,3 11,0 10,6 10,3 9,9 9,6 9,3
8 11,8 11,4 11,0 10,7 10,4 10,0 9,7 9,4 9,1
9 11,5 11,1 10,8 10,4 10,1 9,8 9,5 9,2 8,9
10 11,2 10,9 10,5 10,2 9,9 9,6 9,3 9,0 8,7
11 11,0 10,6 10,3 10,0 9,7 9,4 9,1 8,8 8,5
12 10,7 10,4 10,1 9,8 9,5 9,2 8,9 8,6 8,3
13 10,5 10,2 9,8 9,5 9,2 9,0 8,7 8,4 8,2
14 10,2 9,9 9,6 9,3 9,1 8,8 8,5 8,2 8,0
15 10,0 9,7 9,4 9,1 8,9 8,6 8,3 8,1 7,8
16 9,8 9,5 9,2 9,0 8,7 8,1 8,2 7,9 7,7
17 9,6 9,3 9,0 8,8 8,5 8,3 8,0 7,8 7,5
18 9,4 9,1 8,9 8,6 8,3 8,1 7,9 7,6 7,4
Oxímetro, com 19 9,2 8,9 8,7 8,4 8,2 7,9 7,7 7,5 7,3
termômetro 20 9,0 8,8 8,5 8,3 8,0 7,8 7,6 7,3 7,1
Salinidade (‰)
O2 medido Temp. ------------------------------------------------------------------
% = ------------------ x 100 (oC) 0 05 10 15 20 25 30 35 40
O2 tabelado 21 8,9 8,6 8,3 8,1 7,9 7,6 7,4 7,2 7,0
22 8,7 8,4 8,2 8,0 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9
23 8,5 8,3 8,0 7,8 7,6 7,4 7,2 6,9 6,7
24 8,4 8,1 7,9 7,7 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6
25 8,2 8,0 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5
26 8,0 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4
27 7,9 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5 6,3
28 7,8 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,6 6,4 6,2
29 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,5 6,3 6,1
30 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5 6,3 6,2 6,0
26 =8,0 31 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9
32 7,2 7,0 6,9 6,7 6,5 6,3 6,1 6,0 5,8
Ca ou O2 medido = 5,4
33 7,1 6,9 6,7 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9 5,7
Cs ou O2 tabelado = 8,0 34 7,0 6,8 6,6 6,5 6,3 6,1 6,0 5,8 5,6
% Sat. = (5,4/8,0)x100 = 72,5 35 6,9 6,7 6,5 6,4 6,2 6,0 5,9 5,7 5,6
36 6,8 6,6 6,4 6,3 6,1 5,9 5,8 5,6 5,5
26 = 9,0 37 6,7 6,5 6,3 6,2 6,0 5,8 5,7 5,5 5,4
Ca ou O2 medido = 9,0 38 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9 5,8 5,6 5,5 5,3
Cs ou O2 tabelado = 8,0 39 Ca>CS
6,5 = difusão
6,3 6,1 de
6,0O25,8
da água5,5
5,7 para
5,4o ar
5,3
% Sat. = (9,0/8,0)x100 = 112,5 40 6,4 6,2 6,0 5,9 5,7 5,6 5,5 5,3 5,2
Ca<Cs = difusão de O2 do ar para a água
Saturação do
oxigênio (%) % Saturação O2= (Ca/Cs)X100
Fotossíntese Fotossíntese Ca = Concentração de O2 na água
200
Cs = Concentração de saturação

100

0
Respiração Respiração

Noite Dia Noite Dia Noite


Tabela 4. Processos relacionados à entrada e saída de oxigênio
nos sistemas aquaculturais.
Processos relacionados com o oxigênio dissolvido Oxigênio (mg L-1)
Processos de saída do oxigênio
Respiração do plâncton 5 a 15
Respiração dos peixes 2a6
Respiração dos organismos no lodo 1a3
Difusão água-atmosfera 1a5
Processos de entrada do oxigênio
Fotossíntese 5 a 20
Difusão atmosfera-água 1a5
Fonte: Boyd e Lichtkoppler (1985)
Consumo de O2D – mg/L

O consumo de O2 é duplicado a
cada 10 oC de aumento na
temperatura

Sob condições iguais de


biomassa peixes pequenos
consomem mais O2 que peixes
grandes

O consumo de O2 aumenta
após as refeições

O consumo de O2 aumenta com


a atividade dos peixes
Aumentar oxigênio dissolvido via trocas de água

CONTROLE DA QUALIDADE DA
ÁGUA NA PISCICULTURA

Efeitos indesejáveis das trocas de água


•Transporte dos excessos (nutrientes, plâncton e amônia);
•Aumento dos custos de produção e da poluição ambiental;
•Impede a assimilação dos aportes de C, N e P.
USAR AERADORES

5 HP/ha
Aumentar oxigênio dissolvido via aeração mecânica

5 HP/ha
Observar:
Taxa Padrão de Transferência de Oxigênio (SOTR, kg O2/h): Quantidade de O2 que um aerador pode
transferir para um corpo de água limpa, em uma hora, a 20oC e com 0 mg O2/litro.
Eficiência Padrão do Aerador (SAE, kg O2/kwh): SOTR/Potência (HP, CV)

B-209 Taxa padrão de transferência de oxigênio B-203


(SOTR, "standard oxygen transfer rate")
ppmil
0 5 10 15 20 25 30 35 40
4
KgO2/h

3,5
3
2,5 Aeradores Bernauer
2
1,5 B-209 B-203
1
2,18 2,28 2,69 3,53 3,7 3,75 3,79 3,71 3,55

1,24 1,61 2,28 3,16 3,28 3,51 3,58 3,43 3,15


Valores de SOTR e SAE para diferentes marcas e tipos de aeradores de pás.

Potência SOTR SAE


AERADOR (kg O2/h) (kg O2/kwh)1
Bernauer B-209 2,0 HP 3,60 (s) 2,42
Bernauer B-213 2,0 HP 3,78 (s) 2,54
Trevisan de 44 pás 2,0 HP 3,34 2,25
Nan Rong, Pioneer, Advance 1,0 HP 0,89 (s) 1,19
Team 1,0 HP 1,18 (s) 1,57
Nan Rong, Pioneer, Advance 2,0 HP 1,98 (s) 1,33
Team 2,0 HP 3,01 (s) 2,02
Paddlewheel (Taiwan) 2,0 HP 2,40 1,14
Paddlewheel (House) 15,0 HP 23,30 2,20
Paddlewheel (Geddie) 12,0 HP 18,80 2,30
Paddlewheel (Dan) 8,5 HP 10,20 1,82
Paddlewheel (Martar) 11,5 HP 18,10 2,33
Paddlewheel (S&N) 11,5 HP 19,10 2,22
Paddlewheel (Beaver Tail) 12,0 HP 9,30 0,98
Paddlewheel (Rogers) 10,0 HP 7,50 1,04
Paddlewheel (Spree) 13,4 HP 8,80 0,89
(1): 1kw = 1,34 HP. (s): Prova realizada em água de mar com 32 ‰ de salinidade.
Diâmetro do rotor
Tamanho e formato do viveiro
91 cm: aeradores de 2 kW hora
(disposição dos aeradores)
60 cm: aeradores de potencia menor
PARALELO DIAGONAL

91 cm

400 m

Profundidade de imersão

200 m 200 m
Incorpora menos Incorpora mais
oxigênio) oxigênio)
Estratégias de aeração de tanques e viveiros

Aeração Contínua – uso ininterrupto


dos aeradores, durante todo o cultivo ou
nas fases de manutenção de altas
biomassas. Muito usada em tanques com
cultivo intensivo.

Aeração Suplementar – acionamento diário dos aeradores, durante o


período noturno, independente da projeção dos níveis críticos de oxigênio
Estratégias de aeração de tanques e viveiros

Aeração de emergência – ligar aeradores 1 a 2 horas antes do O2


atingir 2 a 3 mg/L, mantendo-os ligados até 1 a 2 horas após o
nascer do sol;
Previsão de déficit de oxigênio em viveiros
• Método das duas leituras feitas no horário noturno em
intervalos de 2 a 3 horas:

• 1a leitura: 20:00 h = 12 mg/L


• 2a leitura: 22:00 h = 10 mg/L
• Diferença = 2 mg/L – queda de 1 mg/L/hora

Hora mg/L
• Das 22 as 07 horas são 09 horas e 9 mg/L
22:00 10
23:00 9 de redução;
00:00 8 • Previsão de 02D às 07:00 h = 10mg/L –
01:00 7
02:00 6 9mg/L= 1mg/L;
03:00 5
04:00 4
05:00 3 Aeração de emergência – ligar aeradores 1 a 2 horas antes do
06:00 2 O2 atingir 2 a 3 mg/L, mantendo-os ligados até 1 a 2 horas após
o nascer do sol.
07:00 1
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA MANTER A ÁGUA DE BOA QUALIDADE

• Tratar de manter constante a concentração de fitoplâncton


• Usar alimento de alta qualidade, que não tenha mais proteína do que a necessária
• Secar e pulverizar o fundo dos viveiros, com CaO para facilitar a perda de amônia
• Drenar, continua e periodicamente, a água do fundo e substituí-la com água de
melhor qualidade
• Diminuir ao máximo o uso de fertilizantes nitrogenados
• Em altas concentrações de NH3 diminuir o pH
• Controlar sempre a amônia para prevenir problemas potenciais

Você também pode gostar