Apontamentos - ICPS
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Ciências Políticas
Carolina Mascarenhas
Relações Internacionais
Ano Letivo
2017-2018
1. Ciência Humana: tem como objeto de estudo o Ser Humano, numa lógica holística.
Logo, todas as ciências que incorporam o Homem como objeto de estudo.
Ex: Medicina
2. Ciência Social: tem como objeto de estudo os fenómenos do Ser Humano onde se
inseriam as relações com a sociedade, segundo tradições académicas e meios utilizados
para a investigação.
Ex: relações pais-filhos; conjugues
Subdivide-se em:
Ciências sociais que estudam a vida social como um todo (ex: História)
Ciências sociais que se especificam (ex: Economia, Demografia)
3. Ciência Política: tem como objeto o estudo do facto político. Estuda tudo relacionado
com o funcionamento do Estado. É a automização/especialização grande das Ciências
Políticas, o que faz com que as Ciências Políticas criem uma autonomia dentro das
Ciências Sociais.
Portando, as Ciências Humanas são um conceito mais abrangente que as Ciências Sociais, que,
por sua vez, é um conceito mais abrangente do que o de Ciências Políticas.
Mas, interessa-nos o conceito de Ciência Política, o que significa que se tenha de ir buscar temas
à História, à Antropologia Cultural, à Sociologia Política, ao Direito Público, à Geopolítica, à
Ecologia, à Psicologia Social.
Poder: é todo o conjunto de meios capazes de coagir os outros a um determinado comportamento. Baseia-
se na ameaça de repressão. Pode nem haver razão para tal. (Poder ≠ Autoridade (Legitimação de
obediência. Aceitação da ordem mesmo que não haja represálias. Obediência por consentimento)).
Assim, sociedade imperfeita, na lógica escolástica, é a sociedade menos que não está
completa, à qual falta qualquer parte, não estando acabado. São sociedades formais em que
as pessoas singulares se inserem, tem um poder, uma hierarquia, uns que mandam e outros que
obedecem segundo uma determinada lógica, um enquadramento de regras, segundo uma
determinada articulação.
O poder político é exclusivo do Estado e das Sociedades maiores. Só há poder político a partir
dos Estados. No entanto, o poder político não significa o mesmo que soberania, porque há
poder político não soberano. Assim, o poder político, é um poder único na ordem interna do
Estado. Enquanto no seio de um Estado há vários poderes sociais (Ex: empresas, sindicatos,
universidades), só há um poder político que em termos de comparação externa pode revestir
várias configurações.
NOTA: Numa situação de anarquia pode não haver um Poder Político, mas é algo provisório.
Soberano
Semi-soberano (para ser semi-soberano basta ter uma das características diminuída, não excluída)
Não soberano
Características da Soberania
Jus Belli Jus Tractum Jus Legationem
Soberano direito de fazer a soberano direito de celebrar Soberano direito de
guerra, de celebrar a paz, tratados para pertencer a representação diplomática
poder de fortalecer a organizações ou convenções. consular, ou seja, é-lhes
organização militar. Direito de representação reconhecida a permissão de
diplomática e/ou consular. se fazerem representar
Ex: direito a ter uma embaixada internacionalmente.
e consulares nos outros países.
NOTA: O Estado depende do seu tipo de soberania, e essa soberania vai levar a um tipo de poder político.
Existem vários poderes sociais num Estado (empresas, universidades) mas só um poder político.
O povo;
O território;
O Poder Político;
1. O Povo
O povo é o conjunto dos cidadãos que residem num determinado Estado. Portanto, trata-se de
um conjunto diverso, constituído pelos que têm a “cidadania” desses Estado. É o elemento
humano do Estado.
a. Aquisição de Cidadania
Jus Solis (Direito do Solo): pessoas que adquirem nacionalidade por
terem nascido no território do Estado (território nacional).
Ex: embaixadas; território nacional; embarcação/avião com bandeira de um
país…
Jus Sanguinis (Direito de Sangue): pessoas que adquirem nacionalidade
Nascimento
por serem descendentes de cidadãos nacionais. Logo, devido à sua
ascendência podem adquirir a nacionalidade de um ou dos 2 pais (isso
depende das regras de cada país).
2. Território
O território é elemento físico e geográfico, pois corresponde a uma parte da crosta terreste
apropriada por um povo. Inclui:
O Território Aquático;
O Território Terreste;
O Território Aéreo;
a. Território Aquático
O território aquático envolve parcelas da superfície mar e a respetiva área subaquática,
normalmente adjacentes, para espécie humana, a um território terreste, e bem assim, a
superfície e profundidade dos lagos, canais, e rios, o seu solo subaquático e subsolo. (faixa
imaginária, paralela à costa, de 12 milhas no máximo, mais todos os seus recursos,
minérios/algas).
Sobre a Zona Económica Exclusiva (ZEE) será apenas de fiscalização e policiamento (direitos
especiais), pois não é soberania do Estado. Máximo até 200 milhas. Não quer com isto dizer que
se tem direito às duzentas milhas, devido a encontrar-se território de outro Estado.
Quando um rio, lago, faz fronteira ele é dividido por dois métodos:
Estados Ribeirinhos - território soberano do Estado, desde a linha de costa até às 12 milhas
marítimas. Na Z.E.E. o país ribeiro tem direito a fiscalizar, policiar e extração económica sobre
as 200 milhas, desde a linha de costa. (Não podem, por exemplo, pescar à-vontade, porque há
quotas, tal como em mar território).
b. Território Aéreo
Abrange o espaço aéreo superior a dado território terreste ou aquático e que, para as
sociedades humanas, se estende visualmente até às verticais dos limites dos territórios
referidos e até uma altitude convencional, que abrange a atmosfera.
Mede-se a partir das verticais dos limites maiores do território aquático e terreste, até ao
limite de atmosfera. Se ultrapassar é considerado Espaço Aéreo Internacional, que não tem
soberania.
c. Território Terreste
É composto por uma parte da crosta terreste, quer ao nível da sua superfície, quer ao nível do
subsolo. Inclui:
Solo;
Parte da crosta contida dentro das fronteiras políticas de um Estado está referida na
constituição.
c. Poder Político
Poder político é um poder holístico, ou seja, só existe um em cada Estado, porque é um poder
que não pode ter igual em ordem interna. É obrigatório para haver Estados. Difere de soberania.
Pode ser representado a nível externo ou a nível interno.
Soberania: um Estado não reconhece igual na ordem interna, nem superior na ordem externa.
a. A nível externo
A nível externo, um Estado pode ser:
Estados Semi-Soberanos
Estado pequeno, em que o direito internacional (comunidade
Exíguo/Microestados internacional) não lhes reconhece o Jus Belli. Têm parte diminuída
do Jus Tractum e do Jus Legationem.
Ex: Mónaco, São Marino, Vaticano
O Estado perde o Jus Belli por imposição externa (ex: Japão e
Alemanha após a II Guerra Mundial) ou por opção própria (ex: Suíça,
Finlândia). Estes tipos de Estados não se podem envolver em
Neutralizado conflitos armados nem em organizações militares ou defensivas
ou intervir em pactos da mesma natureza. Todavia, continuam
detentores da capacidade de defesa dentro dos limites do seu
próprio território.
NOTA: neutral tem jus Belli, mas por vontade própria decide não
participar num conflito (ex: Portugal durante a II Guerra Mundial)
Confederado Estados membros de associações de Estados Internacionais (ou
seja, de uma Confederação), nos quais os Estados membros
delegam parte da soberania externa para cogestão. Isto acontece
através de, no mínimo, um tratado que determina as tarefas
comuns a todos os intervenientes que se regem, em certos
assuntos, por políticas comuns. As competências acedidas são
governadas pelos órgãos comuns criados com o consentimento de
todos por via de Tratado.
Ex: Estados membros pertencentes à UE; à Nato
Vassalo Estados que pagam tributo e dependem da vontade institucional
de outros Estados.
Ex: Andorra
Protetorado entre 2 Estados, em que o Estado forte (protetor) se
Protegido compromete a proteger o Estado Fraco, e este permite ao Estado
forte controle da sua vida interna (economia, comunicações)
Ex: Kosovo, Coreia do Sul com os EUA, Polinésia com a Austrália e a Nova
Zelândia.
b. Nível Interno
Estado Unitário
Para um povo/território só existe um núcleo de órgãos governativos.
Estado Unitário Só há 1 Governo Central.
Simples Ex: Luxemburgo; Angola
Apenas uma parte do território está regionalizada. Existe um
Estado Unitário com governo regional que elege o seu próprio parlamento. Não tem
regiões direito de cessação (de sair). Acontece devido ao afastamento
demográfico.
Ex: Portugal com as ilhas
Estado Unitário Todo o território está abrangido por regiões autónomas, que
regionalizado têm competências políticas e administrativas, delegadas pelo
poder central e garantidas pela lei.
Ex: Espanha; Itália; França
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d. Desconcentração ≠ Descentralização
Desconcentração Descentralização
O poder central coloca representantes no O poder central delega algumas
território para governar de acordo com as competências para serem exercidas
suas ordens, ou seja, o poder político é localmente por entidades eleitas pela
exercido localmente, em nome do poder população local. Têm autonomia para gerir
central. essas competências que lhe foram delegadas.
Portanto, o poder central vai colocar os seus Ex: autarquias, freguesias
representantes (agente local do Governo
Central) em diferentes partes do território NOTA: todo o poder delegado pode ser
para governarem, mas têm de estar sempre retirado, seja ele interno ou externo.
em consonância com o Governo Central – não
têm autonomia central.
Ex: Governador Civil
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1. Teoria Evolucionista
Visão determinista e tendencialmente uniforme do processo histórico.
As sociedades passariam, pelo menos, pelos mesmos patamares típicos da evolução, numa
sucessão encerrada de fases características que se sucederiam no tempo, da mesma forma que
a idade no Homem avança implacavelmente (evolucionismo unilinear) – esta comparação
organicista mostra que muitos dos teóricos eram evolucionistas e organicistas.
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a. Teoria Marxista
A análise marxista tem implícito o evolucionismo, assentando na teoria de que existem
transformações sociais escalonáveis (pode ser colocado em etapas/níveis), num ponto de vista
transformista/desenvolvimentista.
A teoria de Marx e o Comunismo, que nunca se realizou, defendem que eventualmente haverá
um Estado sem divisão de classes.
Determinismo económico;
2. Teoria Difusionista
O Estado nasce da difusão cultural, esta importante na divulgação das instituições dos
procedimentos.
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3. Teoria Conceptualista
De origem positivista. Só existe Estado quando e enquanto:
4. Teoria Contratualista
É evolucionista simplificada e homogénea em que os Estados/Sociedades passam por 2
fases/estádios:
2. Estádio da Sociedade
Estes são intermediados pela criação do Estado e pela renúncia/deposição nele das liberdades
pertencentes ao indivíduo, naturalmente.
Teóricos: J.J Rosseau (otimista); Thomas Hobbes (pessimista); John Locke (entre ambos)
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Hobbes defende um Estado absoluto (absoluto das suas próprias leis), essencial e
funcionalmente totalitário.
Opção pela via democrática, pela via da liberdade e da igualdade ideais, da alienação dos
indivíduos de cada um a favor da vontade coletiva e da soberania popular.
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O Estado serve para desenvolver e pôr em marcha um conjunto de tarefas de interesse geral,
que não podem residir ao nível quer dos indivíduos que o constituem ou que nele vivem, nem
tão-pouco ao das pessoas coletivas nas quais aquelas se organizam em termos de atividades.
Estas são as missões que justificam o Estado.
São um serviço exclusivo do Estado, visto que este nasce em função dos fins que a doutrina
classicamente lhe atribui. Assim, os fins são:
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Na ausência completa destas competências o Estado será um Estado não soberano. Em termos
intermédios, designam-se Estados semissoberanos, ou seja, estados em que alguma das
competências se encontra reduzida ou inexistente. Portanto, bastará uma diminuição jurídica
menos, mas tecnicamente efetiva, numa dessas competências para que em rigor doutrinário se
possa classificar o Estado como de semissoberano.
I. Estados falhados
Um Estado é conjunturalmente falhado quando não consegue, por meios próprios e
autonomamente assegurar a sua soberania em todo o respetivo território e sobre toda a sua
população.
Ex: Nigéria
O facto de um Estado ser um Estado falhados, ou seja, incapaz, incompetente e insuficiente não
se relaciona com questões de pobreza.
Logo, Estado exíguo, Estado derrotado ou ocupada e Estado Falhado não são sinónimos, nem se
confundem.
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Estado com varias Sobre o mesmo modelo político (poder político) convivem varias
nações nações ou fragmentos de nação, existindo, por isso, uma tendência
para a divergência.
Ex: Espanha, Bélgica, República da África do Sul
A Nação repartida Esta situação, usualmente, deriva de razões políticas.
por vários Estados Ex: Nação Árabe
A Nação sem Ex: nação judaica, nação polaca, curdos, ciganos da orla mediterrânica
Estado
O Estado sem Existe a entidade jurídica e politica, sujeito de direito internacional,
Nação sem cultura própria subjacente.
Ex: novos países da África Negra
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nomeados
pelo
presidente
Poder Executivo
Chefe de Estado é o Presidente da República;
Chefe de Estado pode dissolver o Parlamento e demitir o Primeiro-
Ministro;
Eleito por sufrágio universal direto, por 5 anos e 2 vezes consecutivas no
máximo;
Conselho de Estado (órgão Consultivo do P.R.). Pertencem a ele:
o O Presidente da República;
o Antigos Presidentes da República;
o Primeiro-Ministro;
Semipresidencialismo o Provedor de Justiça;
(Portugal) o Presidentes das Regiões Autónomas;
o Presidente do Tribunal Constitucional;
o Presidente da Assembleia da República;
o 5 Cidadãos escolhidos pelo Presidente da República;
o 5 Cidadãos escolhidos pelos partidos da Assembleia República, tendo
em conta a proporcionalidade representada desses mesmos partidos
na Assembleia;
Chefe do Executivo é o Primeiro-Ministro;
Chefe do Executivo é politicamente responsável perante o Parlamento e
o Chefe de Estado;
O Primeiro-Ministro não é eleito pelo povo. Eleitorado vota para a
Assembleia a República e o Presidente da República nomeia o Primeiro-
Ministro em função da constituição da Assembleia da República;
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Poder Executivo
O Chefe de Estado é o Rei.
Chefe de Estado pode dissolver o Parlamento, de facto, a pedido do
Primeiro-ministro. Pode, também, demitir o Primeiro-ministro, embora
não use essa faculdade (costume constitucional). Nomeia o Primeiro-
ministro; - convocar novas eleições
Parlamentar (Reino Chefe do Executivo é o Primeiro-ministro e é o chefe da maioria
parlamentar;
Unido)
Poder Legislativo
Câmara dos Comuns→ Aprova leis→ sufragio
Eleição por círculos uninominais;
universal direto para mandato de 5 anos
O governo faz parte do parlamento, são deputados da câmara dos
um deles vai se tornar primeiro ministtro
comuns;
Câmara dos Lordes→ Comissões Especializadas→ Pessoas especializadas
em determinadas áreas que reúnem em comissões;
A função da Câmara dos Lordes é de opinar obrigatoriamente sobre as leis
e têm direito a veto suspensivo;
Poder Judicial
Supremo Tribunal de Justiça→ 9 Lords of Appeal→ Comissão de Justiça
dos Lords.
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Uma inconstitucionalidade é uma oposição à Constituição – quer seja uma norma (lei), um ato
ou uma omissão.
Ex: o Presidente tem um prazo para promulgar ou vetar uma lei. Se não o cumprir, é considerada uma
omissão.
a. Classificação da Constituição
Consuetudinária (ou Histórica)
Não existe um documento único e unificado que tenha a constituição
escrita.
Podem existir partes dela escrita. Uma lei é constitucional se no seu
objeto tratar sobre assuntos constitucionais. Há, por vezes, costumes
constitucionais;
Em Portugal, a primeira Constituição escrita data do século XIX. Antes
disso era consuetudinária, ou seja, havia um conjunto de leis que
regulamentavam os pontos escritos na constituição (ex: povo,
território…) mas estas leis eram ordinárias. Além de ordinárias e não
compiladas, é característico deste tipo de constituição dar bastante
importância ao Costume.
Quanto à forma Ex: atualmente existe no Reino Unido, Israel, Nova Zelandia (Magna Carta, Bill
of Rights)
Escrita
Documento único e identificado, de hierarquia superior a quaisquer
outras leis, onde se definem os elementos do Estado em concreto, a
estrutura dos órgãos de soberania, estipulam-se os direitos, liberdades
e garantias dos cidadãos, e eventualmente consideram-se algumas
diretrizes de natureza economia, social e cultural.
Assim, define o Estado:
Define o território;
Define o poder político;
Define a cidadania;
Há um “caderninho que começa com a palavra constituição”, ou seja,
um conjunto organizado e único de leis que cobrem todos esses pontos.
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Quanto ao Liberais
conteúdo Limitam-se a definir Estado através dos seus elementos concretos, a
tipificar os órgãos de soberania, as respetivas funções e conexões, a
definir órgãos políticos de nível central, regional e local.
A Administração Publica nas suas múltiplas vertentes, respetivas
atribuições, os direitos, liberdades, garantias dos cidadãos e ainda
matérias relativas à revisão constitucional, limites da mesma quer em
sentido formal quer em material, quer outro.
Questões de território, poder político, cidadania, direitos e liberdades.
Só têm a definição de território, povo e poder político, e os direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos.
Programáticas
Para além de englobar todos os assuntos abordados pela liberal,
enquadra, ainda, um programa político de Estados nos domínios
económicos e sociais, ou seja, um programa político concreto e por essa
via, uma ideologia mais explícita.
Para além dos pontos referidos nas Constituições Liberais incluem um
programa politico, económico e social
Ex: Constituições Fascistas, Constituição Bolchevista; Constituição portuguesa
de 33;
Quanto à revisão Rígida
Muito difícil ou quase impossível de rever;
Flexível
É possível rever com facilidade a constituição;
b. Limites à Constituição (quantos mais limites e mais graves forem os limites, mais rígida é a
revisão)
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Aparelhos repressivos;
Aparelhos ideológicos;
A função dominante é aquela que caracteriza o aparelho. Todavia, o Estado precisa de uma
harmonização da função dos 2 aparelhos do Estado de maneira convergente e funcional.
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De Massas
Querem grande massa associativa.
o Num sistema democrático pluralista têm uma dimensão média e
encontram-se na periferia do exercício de poder.
o Num sistema monista (que só permite um partido, normalmente
ditaduras) têm uma grande dimensão e ocupam um local mais
central no exercício do poder.
Ex: partidos comunistas (trabalhadores e operários) e fascistas.
Têm várias organizações para agradar a toda a classe trabalhadora.
Ex: sindicatos, associações de cultura, de juventude
Uniões Políticas
Formam-se em torno de uma pessoa singular e não em redor de um
programa ou ideologia (como no caso dos partidos).
Ex: Partido Peronista surgiu devido ao Presidente Argentino Juan Perón.
Associação Politica
Organizações que se formam normalmente em situações em que o
regime só permite uma doutrina e que apesar de alegarem um
interesse cultural ou cientifico têm principalmente uma função política
“oculta” do regime.
Ex: Festa do Avante.
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o Restrito
Capacitário – voto exclusivo de quem tem certa capacidade.
Ex: eleições para o Conselho Cientifico do ISCSP só podem votar os professores
que têm doutoramentos; nalguns países so pode votar quem tem a 4ª classe
Censitário – só pode votar quem paga certo imposto.
Ex: empresas privadas
Racial
Ex: na África do Sul antes do governo de Mandela o parlamento tinha 3 camaras,
uma para brancos, uma para mestiços e uma para asiáticos. Os negros só
votavam num representante da sua tribo.
Masculino
Ex: na Arábia Saudita só em 2015 acabou este tipo de sufrágio. Nas monarquias
do Golfo só os homens podem votar.
Aberto vs Secreto:
o Aberto – possível conhecer o voto e a tendência de voto.
o Secreto
Direto vs Indireto:
o Direto – o eleitor escolhe quem vai exercer o cargo.
o Indireto – o eleitor escolhe um representante, que por sua vez
escolhe quem exercerá o cargo
A 1 volta vs a 2 voltas:
o A 1 volta – ganha quem tem maioria relativa.
Ex: 4 pessoas: 14%, 13%, 12%, 11% - ganha o 14%
o A 2 voltas – é necessária maioria absoluta. Logo, numa situação
como a anterior haveria uma segunda volta entre os dois
candidatos mais votados.
Obrigatório vs Facultativo:
o Obrigatório – é necessária uma justificação para não votar.
Quem não justifica paga uma multa.
o Facultativo
Inerência Designação de um titular de um cargo público ou politico que é um
“acessório”, ou seja, está inerente a outro título principal. Portanto,
está conexo com outro cargo principal e por efeito apenas do
preenchimento do cargo principal.
Ex: Presidente da Republica é também Comandante e Chefe das Forças Armadas
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Status Particulares
Status É independente da capacidade do indivíduo. É lhe atribuído mesmo contra a
Herdado sua vontade, em vertido do seu nascimento.
Ex: status famílias; status étnico;
Depende do esforço, da imagem criada, e do aperfeiçoamento pessoal. Por
Status mais rígida que seja a estratificação de uma sociedade e os numerosos status
Adquirido atribuídos, há sempre a possibilidade de o indivíduo alterar o seu status através
de habilidade, do conhecimento e da capacidade pessoal. Esta conquista do
status deriva, portanto, da competição entre pessoas e grupos, e constitui
vitória sobre os demais.
Ex: status adquirido pelo emprego, pela formação escolar;
a. Mobilidade Social
A mobilidade social é a faculdade dos indivíduos ou grupos se moverem na estrutura social
vigente, mudando o status. Pode ser:
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Platão deixou a obra “A República” onde seguia como regime ideal o domínio dos sábios ou do
Rei-Filósofo no topo de uma sociedade sem propriedade privada, regida pelo princípio
comunista, sem famílias e baseada numa educação socializada, geral e rígida.
b. Aristóteles
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1. Pareto
Para Pareto a sociedade é um sistema e é preciso compreender as ações humanas nesse
sistema. Parte da análise das ações humanas que podem dividir-se em:
Ações lógicas – existe um ajustamento racional e causal entre os meios e os fins que se
visam atingir;
Ações não lógicas – os meios utilizados não têm relação nacional e causal com os fins;
O que condiciona as ações e omissões dos indivíduos na sociedade são os instintos, a que Pareto
chama de resíduos. O comportamento dos seres humanos tem por base impulsos psíquicos,
sentimentais, desejos ou instintos. Para a política os mais importantes são:
Resíduo das O instinto inovador visa a mudança, a invenção. Este instinto é raro na
combinações sociedade. É o instinto maioritário na elite que constitui uma minoria
na sociedade. Subdivide-se em:
Combinações em geral;
Combinações de coisas parecidas e díspares;
Poder misterioso atribuído a certas coisas e a certos atos;
Impulso para combinar resíduos;
Impulso para procurar explicações lógicas;
Crença na eficácia das combinações;
Persistência dos instinto conservador, defensivo (evolução na continuidade), e leva à
agregados rejeição do risco, da mudança, à tendência para manter determinados
“valores” adquiridos. Este instinto é maioritário nas massas. Subdivide-
se em:
Persistência das relações dos indivíduos com outros indivíduos ou
lugares;
o Relações com a família ou a comunidade;
o Relações com lugares;
o Relações com classes sociais;
Persistência de relações entre vivos e os mortos;
Persistência de relações entre os mortos e as coisas que possuíram
em vida;
Persistência de uma abstração;
Persistência de uniformidades;
Sentimentos transformados em realidades objetivas;
Personificação;
Necessidades de novas abstrações;
O poder nunca sai das elites e a circulação faz-se dentro da elite e por cooptação de e
para as massas;
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A circulação das elites dá-se sempre dentro da própria elite. Faz-se por rotação, por
causa da perda da capacidade renovadora de quem exerce o poder conjunturalmente;
A Elite
A elite está sujeita a um constante processo de renovação por cooptação individual de novos
elementos da massa para a elite.
As elites diferenciam-se das não-elites pelo tipo de resíduos que as caracterizam.
A elite governante é substituída quando perde o ímpeto renovados e passa a conversador.
Opera-se uma “rotação” dentro da elite.
Relativamente às elites:
Apresentam-se como estratos sociais que apenas parcialmente recobrem as classes ou
grupos de status.
É a atividade humana constituída pelas pessoas que pelas suas atividades se distinguem
muito do comum
Dentro da elite existe
Uma primeira classe constituída por aqueles que participam no poder.
Uma segunda classe constituída pelo resto da elite que não participa no poder.
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Em termos políticos verifica-se uma alternância entre a Elite das Raposas (habilidade) e a Elite
dos Leões (recurso à força), pois a certa altura as pessoas cansam-se do excesso de diálogo e
começam a considerar os “governos das raposas” inoperantes. Começa a surgir uma apetência
de autoridade. Assim, a elite dá lugar à Elite dos Leões. Esta situação dura até surgir novamente
uma necessidade dominante de diálogo, pelo que a Elite das Raposas sobe de novo ao poder, e
assim sucessivamente, nunca saído o poder da elite.
Elite das Raposas – não usa da força para impor as ordens do governo, e prefere a via
da negociação.
Para Pareto esta rotação das elites resulta da alteração dos sentimentos das massas.
Pareto entende que quem manda é quem tem capacidade de inovação, de arriscar e esses é que
são os “chamáveis” à elite governante.
2. R. Michels
R. Michels formulou a lei de Ferro da Oligarquia
3. G. Mosca
Mosca explica a supremacia da classe política: “Cem que agem sempre concertadamente e
entendidos uns com os outros, triunfarão sobre mil, tomados um a um, e sem acordo entre
si…” e ainda “Todas as classes políticas têm a tendência para se tornarem de facto, se não
de direito, hereditárias.” Ou seja, as classes políticas renovam-se por cooptação, sucessiva
e simultânea, a qual tem um dos seus fundamentos parentesco.”
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A subversão é sempre considerada transitória, uma fase passageira, um mal necessário ou não,
instrumento fundamental de ação, fatalidade insuperável, ou de outro qualquer sentido, mas
sempre numa linha de instrumentalidade e de precariedade.
O fenómeno “subversão” será considerado como o processo social conducente a uma rutura,
total ou parcial, de uma dada ordem conjunturalmente e caracterizado pela informalidade ou
marginalidade de atuações e pela incompatibilidade de projetos relativamente aos valores e
ordem jurídica instituídos, com vista à substituição dessa ordem por outra.
Tipos de Subversão:
a. Formas de Subversão
A guerra é um conflito bélico armado e reciprocamente violento entre, pelo menos, 2 grupos
políticos organizados (governos ou não).
Guerra total Pelo menos um dos governos em conflito deseja a destruição do outro e
utiliza quaisquer meios ao seu dispor para o fazer. Não há limites
impostos. “Vale tudo”.
Ex.: 1º e 2º Guerra Mundial;
Guerra geral Existe a mesma intenção de destruição, de pelo menos um governo
envolvido no conflito, mas em que não é feito recurso à totalidade dos
meios à sua disposição. Apenas alguns meios são utilizados, há limites
para a escalada do conflito. Guerra feita “passo a passo” e observando a
reação do inimigo aos meios utilizados.
Ex: Guerra do Vietname; Guerra das Coreias – (Guerras da Guerra Fria);
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Guerra limitada Que seria “uma luta entre grandes e pequenas potências, na qual uma
tem uma finalidade restrita, e na qual cada uma emprega apenas
parcialmente os seus recursos, geralmente dentro de uma área
geograficamente definida”.
Utilização de apenas alguns meios de maneira a causar o prejuízo mínimo
para facilitar a ocupação posterior. Não há destruição total do outro pois,
após a vitória, é necessário reconstruir.
Ex.: Guerra do Iraque.
Guerra Cirúrgica – utilização de armamento inteligente e destruição
de alvos específicos, armas de precisão.
2. Guerra Civil
A guerra civil é um conflito armado clássico e intraestadual, que obedece às “regras da guerra
clássica”, quando se opõem militarmente, pelo menos 2 exércitos convencionais (geralmente 2
exércitos-estado e Opositores). Dois exércitos que representam um mesmo poder político ou
entre um exército oficial e uma entidade extragovernamental (ilegal). Não pode ser considerada
uma guerra pois não ocorre entre 2 estados.
Ex: Guerra da Secessão norte-americana; Lutas entre miguelistas e liberais; Guerra Civil Espanhola;
Algumas ideias de Malaparte, demonstradas na sua obra “Técnica do Golpe de Estado” acerca
do Golpe de Estado:
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A Revolução é um processo plurifásico (é composto por várias fases), podendo, com o passar
do tempo, tornar-se legal. É mais espontânea e menos preparada que o Golpe de Estado.
Ex: Em Portugal, a Revolução burguesa de 1820; Em França, a Revolução burguesa de 1889; Na Rússia, a
Revolução socialista de 1917;
Tipos de Revolução
Revolução As revoluções burguesas aproximam-se do materialismo histórico e
Burguesa dialético. Limitam-se a substituir um grupo de exploradores por outro
no assento do Poder. Não tem necessidade de destruir o sistema
vigente.
Ex: Revoluções burguesas em França, em 1789, ou na América, em 1776.
Revolução As revoluções socialistas ou proletárias suprimem todos os grupos de
Socialista exploradores no Poder e colocam nele o Chefe de todos os
trabalhadores e exploradores da classe operária. Destrói o sistema
vigente e substitui-o.
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5. Guerrilha (pp.348-407)
“Guerra pequena” interna. É sempre apoiada pela população (por vontade própria ou por
obrigação). Começou nos meios rurais e, normalmente, atrai pessoas das classes mais baixas
(trabalhadores rurais, operários, lúmpen, marginais) mas também estudantes, intelectuais e ex-
militares.
Tem um método “toca e foge”: ataca e recua e utiliza meios clandestinos, psicológicos ou
violentos. O elo mais fraco surge para se libertar de uma ocupação; via evoluindo no sentido de
modificação da sociedade (guerrilha de transformação); há guerrilha rural e guerrilha urbana. A
guerrilha urbana é a “ponte” para o terrorismo.
Ex: guerrilha chinesa e guerrilha vietnamita. Um dos maiores doutrinadores foi Che Guevara.
Em termos de estrutura, a guerrilha, tal como uma guerra subversiva, tem uma estrutura
complexa que resulta sobretudo de uma pluralidade de instrumentos e de esquemas de atuação
utilizados.
Fases da Guerrilha:
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exílio”, ou seja, um governo dos rebeldes que se estabelece no estrangeiro, este por
vezes reconhecido por parte de alguns Estados soberanos.
Fase da Insurreição Geral – transformação da guerrilha em guerra convencional.
6. Terrorismo (pp.409-435)
Terrorismo vem de “terror”, provocar o pânico é um meio para alcançar um fim político de
forma aos governos tomarem medidas que vão de acordo aos seus objetivos.
No entanto, nunca nenhum governo caiu devido ao terrorismo. Daí que a forma “mais
subversiva de subversão” é a guerra.
Para que o fenómeno subversivo possa ser classificado como de terrorista é fundamental que
as suas ações tenham como objetivo central a difusão generalizada do medo na população
alvejada. Pode também ter outros objetivos centrais como sejam a eliminação de personagens
chave ou de alcançar objetivos propagandistas.
Tipos de Terrorismo:
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O agente;
O paciente;
O meio;
A justificação;
O âmbito geopolítico;
O plano estratégico prioritário;
Quanto a
proeminência com
forma de subversão
ou de combate
Super-terrorismo;
Quanto ao meio Terrorismo químico ou biológico;
empregue Ciberterrorismo;
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Super-Terrorismo
Refere-se a uma nova fase da avançada terrorista abrangendo meios cada vez mais poderosos
e letais, de natureza biológica, química e nuclear, de conceção e execução transnacional,
correspondendo à época final do século XX e ao início do século XXI, portanto, ao período que
sucede à guerra fria.
Os incidentes e ataques terroristas que marcam esta nova era, acontecem em teatros de
operações invulgares e vão assumir proporções alarmantes com efeitos psicológicos
devastadores.
A sua ocorrência provocou um profundo trauma nas multidões, nas elites, e nos sistemas de
segurança norte-americanos, bem como nos universos afins, com estes intimamente
relacionados, ligados e deles apoiantes. Destacam-se os principais atentados que deram origem
à nova fase do Super-Terrorismo:
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