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Ciências Políticas

Internacional Relations (Universidade de Lisboa)

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Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas Ciência Política


Docente: Professor Catedrático António de Sousa Lara

Introdução às Ciências Políticas e Sociais

Carolina Mascarenhas
Relações Internacionais

Ano Letivo
2017-2018

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I. As Ciências Sociais dos Fenómenos Políticos (pp.19 -35)


a. A diferença entre Ciências Humanos, Ciências Sociais e Ciências Políticas
Existe uma divisão territorial das Ciências Políticas. Todavia, elas estão todas unidas entre si
pelo objeto genérico de estudo que é constituído pelo universo dos fenómenos políticos.
Fenómeno Políticos: é todo o acontecimento implicado na luta pela aquisição, manutenção, exercício,
controlo e subversão do Poder na Sociedade.

A interpretação da palavra luta remete para a potencialidade de qualquer processo social,


derivado dissociativo que todos os fenómenos políticos encerram essencialmente.

1. Ciência Humana: tem como objeto de estudo o Ser Humano, numa lógica holística.
Logo, todas as ciências que incorporam o Homem como objeto de estudo.
Ex: Medicina
2. Ciência Social: tem como objeto de estudo os fenómenos do Ser Humano onde se
inseriam as relações com a sociedade, segundo tradições académicas e meios utilizados
para a investigação.
Ex: relações pais-filhos; conjugues
Subdivide-se em:
 Ciências sociais que estudam a vida social como um todo (ex: História)
 Ciências sociais que se especificam (ex: Economia, Demografia)
3. Ciência Política: tem como objeto o estudo do facto político. Estuda tudo relacionado
com o funcionamento do Estado. É a automização/especialização grande das Ciências
Políticas, o que faz com que as Ciências Políticas criem uma autonomia dentro das
Ciências Sociais.

Portando, as Ciências Humanas são um conceito mais abrangente que as Ciências Sociais, que,
por sua vez, é um conceito mais abrangente do que o de Ciências Políticas.

Mas, interessa-nos o conceito de Ciência Política, o que significa que se tenha de ir buscar temas
à História, à Antropologia Cultural, à Sociologia Política, ao Direito Público, à Geopolítica, à
Ecologia, à Psicologia Social.

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b. O que caracteriza as Ciências Políticas


As ciências políticas têm como objeto comum o estudo do Facto Político. Logo, estuda a relação,
mas com o facto político que envolva o poder (conceito central das Ciências Políticas).
Facto Político: é todo o acontecimento envolvido na luta pela conquista ou aquisição, manutenção e
exercício de poder.

Ex: campanha eleitoral

Poder: é todo o conjunto de meios capazes de coagir os outros a um determinado comportamento. Baseia-
se na ameaça de repressão. Pode nem haver razão para tal. (Poder ≠ Autoridade (Legitimação de
obediência. Aceitação da ordem mesmo que não haja represálias. Obediência por consentimento)).

Podem haver vários tipos de poder.

c. Diferença entre Poder Social e Poder Político


Poder Social: é a força, a coação, a hierarquia, a organização, ou seja, o tal conjunto de meios
capazes de coagir outros a um determinado comportamento, indispensável para o
funcionamento das sociedades menores (imperfeitas), que têm como vocação assegurar os fins
dessas mesmas sociedades. Existe manipulação.
Ex: Igrejas, clube desportivo, universidade

Assim, sociedade imperfeita, na lógica escolástica, é a sociedade menos que não está
completa, à qual falta qualquer parte, não estando acabado. São sociedades formais em que
as pessoas singulares se inserem, tem um poder, uma hierarquia, uns que mandam e outros que
obedecem segundo uma determinada lógica, um enquadramento de regras, segundo uma
determinada articulação.

 Sociedades maiores – há uma pluralidade de objetivos.


 Sociedades menores – têm um só objetivo ou vários objetivos menores. Neste tipo de
sociedades, o poder tem uma formatação própria para os objetivos estabelecidos,
havendo, todavia, um poder superior ao primeiro, consagrado na Constituição.
Ex: escola, orquestra

Poder Político: o poder político é essencialmente idêntico, mas relativo ao Estado ou às


sociedades maiores.

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Ex: para-Estados, Sociedades Internacionais ou Supranacionais

O poder político é exclusivo do Estado e das Sociedades maiores. Só há poder político a partir
dos Estados. No entanto, o poder político não significa o mesmo que soberania, porque há
poder político não soberano. Assim, o poder político, é um poder único na ordem interna do
Estado. Enquanto no seio de um Estado há vários poderes sociais (Ex: empresas, sindicatos,
universidades), só há um poder político que em termos de comparação externa pode revestir
várias configurações.
NOTA: Numa situação de anarquia pode não haver um Poder Político, mas é algo provisório.

O poder político pode ser:

 Soberano
 Semi-soberano (para ser semi-soberano basta ter uma das características diminuída, não excluída)
 Não soberano

Soberania – o Estado é a identidade máxima de cada sociedade. Estado não reconhece


identidade igual ou superior a si.

Características da Soberania
Jus Belli Jus Tractum Jus Legationem
Soberano direito de fazer a soberano direito de celebrar Soberano direito de
guerra, de celebrar a paz, tratados para pertencer a representação diplomática
poder de fortalecer a organizações ou convenções. consular, ou seja, é-lhes
organização militar. Direito de representação reconhecida a permissão de
diplomática e/ou consular. se fazerem representar
Ex: direito a ter uma embaixada internacionalmente.
e consulares nos outros países.

NOTA: O Estado depende do seu tipo de soberania, e essa soberania vai levar a um tipo de poder político.
Existem vários poderes sociais num Estado (empresas, universidades) mas só um poder político.

I. Elementos do Estado (pp.154-163)

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Para que um Estado exista é necessária a convergência e concertação de 3 elementos


fundamentais:

 O povo;
 O território;
 O Poder Político;

1. O Povo
O povo é o conjunto dos cidadãos que residem num determinado Estado. Portanto, trata-se de
um conjunto diverso, constituído pelos que têm a “cidadania” desses Estado. É o elemento
humano do Estado.

Distingue-se de “população” (conjunto de indivíduos que residem num determinado Estado) e


de “Nação” (conceito objetivo/subjetivo, ou seja, existem duas correntes.) – (três conceitos
diferentes)

a. Aquisição de Cidadania
 Jus Solis (Direito do Solo): pessoas que adquirem nacionalidade por
terem nascido no território do Estado (território nacional).
Ex: embaixadas; território nacional; embarcação/avião com bandeira de um
país…
 Jus Sanguinis (Direito de Sangue): pessoas que adquirem nacionalidade
Nascimento
por serem descendentes de cidadãos nacionais. Logo, devido à sua
ascendência podem adquirir a nacionalidade de um ou dos 2 pais (isso
depende das regras de cada país).

Os países de imigração, como o Brasil, favorecem o Jus Solis. Países, como


Portugal, promovem o Jus Sanguinis, como forma de não perder a
nacionalidade portuguesa nos países onde portugueses emigraram.
Conceção dos direitos de estatuto de um filho biológico a um não
biológico. Tipos de adoção:
Adoção  Adoção Plena: confere todos os direitos de um filho biológico. Logo,
não há distinção entre filho adotado e biológico;
 Adoção Restrita: restringe os direitos do filho adotado (ex: direito de
herdar; direito ao nome);
Casamento Aquisição de nacionalidade através do Casamento.
Naturalização (≠ nacionalização – diz respeito a empresas e objetos)
A naturalização é um processo voluntário, administrativo e longo, onde é
Naturalização preciso uma conjugação de fatores. Para pessoas singulares e com
consentimento expresso. É um ato solene às instituições do Estado.
Ex: Autorização de residência no Estado para que passe a dar início; Meio de
subsistência (Contrato de Trabalho); provar que se tem conta bancária; Critério
Prova de Língua; têm que aderir voluntariamente à Constituição da República
Portuguesa e a todas as outras Leis;
b. Perda da Nacionalidade

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Renúncia Ato unilateral, formal e voluntário, pelo qual um individuo


abdica (desiste definitivamente) de uma determinada
nacionalidade. Fica apátrida.
Cassação Retirada da nacionalidade por parte do Estado. A maioria
das cassações são atos políticos.
Ex: judeus na II Guerra Mundial; Humberto II de Itália;
Incompatibilidade de Tal significa que uma das nacionalidades tem de
acumulação de cidadanias (ou “desaparecer”. Porque:
estatutos nacionais)  Não pode ter + de 2 nacionalidades;
 Estado só permite 1 cidadania;
 Estado não reconhece o outro;
Extinção do Estado A extinção do Estado (por invasão ou separação) põe fim
e elimina a nacionalidade.
Ex: RDA e RFA; Jugoslávia; Checoslováquia
NOTA: a ausência de nacionalidade pode ser suprida pelo estatuto de apátrida tutelado
pela ONU.

2. Território
O território é elemento físico e geográfico, pois corresponde a uma parte da crosta terreste
apropriada por um povo. Inclui:

 O Território Aquático;

 O Território Terreste;

 O Território Aéreo;

a. Território Aquático
O território aquático envolve parcelas da superfície mar e a respetiva área subaquática,
normalmente adjacentes, para espécie humana, a um território terreste, e bem assim, a
superfície e profundidade dos lagos, canais, e rios, o seu solo subaquático e subsolo. (faixa
imaginária, paralela à costa, de 12 milhas no máximo, mais todos os seus recursos,
minérios/algas).

O território aquático envolve:

 O mar territorial ou território marítimo (até 12 milhas marítimas contadas a partir da


linha de costa) - águas nacionais. O poder do Estado é igual tanto em Lisboa como até
às doze milhas marítimas, a contar da linha de costa;

 Os rios interiores e a parte dos rios internacionais;

 Os lagos interiores e parte dos lagos internacionais;

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Sobre a Zona Económica Exclusiva (ZEE) será apenas de fiscalização e policiamento (direitos
especiais), pois não é soberania do Estado. Máximo até 200 milhas. Não quer com isto dizer que
se tem direito às duzentas milhas, devido a encontrar-se território de outro Estado.

Quando um rio, lago, faz fronteira ele é dividido por dois métodos:

 Equidistância – Linha equitativa/simétrica de distâncias;

 Talvegue – Possibilidade de linha de navegabilidade devido aos bancos de areia


existentes. É a linha variável ao longo do percurso, que se encontra no meio da maior
profundidade de um vale/rio.

Estados Ribeirinhos - território soberano do Estado, desde a linha de costa até às 12 milhas
marítimas. Na Z.E.E. o país ribeiro tem direito a fiscalizar, policiar e extração económica sobre
as 200 milhas, desde a linha de costa. (Não podem, por exemplo, pescar à-vontade, porque há
quotas, tal como em mar território).

b. Território Aéreo
Abrange o espaço aéreo superior a dado território terreste ou aquático e que, para as

sociedades humanas, se estende visualmente até às verticais dos limites dos territórios
referidos e até uma altitude convencional, que abrange a atmosfera.

Mede-se a partir das verticais dos limites maiores do território aquático e terreste, até ao
limite de atmosfera. Se ultrapassar é considerado Espaço Aéreo Internacional, que não tem
soberania.

c. Território Terreste
É composto por uma parte da crosta terreste, quer ao nível da sua superfície, quer ao nível do
subsolo. Inclui:

 Solo;

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 Subsolo (mas não nas dimensões diplomáticas);

 Tudo o que lá está (minas, estradas…);

Parte da crosta contida dentro das fronteiras políticas de um Estado está referida na
constituição.

As embaixadas no país são extraterritoriais por onde se inserem.

c. Poder Político
Poder político é um poder holístico, ou seja, só existe um em cada Estado, porque é um poder
que não pode ter igual em ordem interna. É obrigatório para haver Estados. Difere de soberania.
Pode ser representado a nível externo ou a nível interno.
Soberania: um Estado não reconhece igual na ordem interna, nem superior na ordem externa.

a. A nível externo
A nível externo, um Estado pode ser:

Quando consolida integralmente 3 características:


 Jus Belli - Direito de fazer guerra, de celebrar a paz, poder de
fortalecer a organização militar.
 Jus Tractum – Direito de celebrar tratados internacionais para
pertencer a organizações ou convenções.
Soberano  Jus Legationem – Direito de representação diplomática, consular, ou
seja, é-lhes reconhecida a permissão de se fazerem representar
internacionalmente.
Ex: direito a ter uma embaixada e consulares nos outros países
Embaixada: apresentação diplomática extraterritorial
Consulado: quem trata das burocracias. Não é dada a mesma dignidade que às
representações diplomáticas.
Quanto têm apenas alguns dos poderes ou os 3 reduzidos. Os Estados
semi-soberanos podem ser:
 Exíguo/Microestado;
Semi-Soberano  Neutralizado;
 Confederado;
 Vassalo;
 Protegido;
Não tem qualquer dos 3 poderes. Podem ser:
 Estados Federados – Estados membros de um Estado
composto/Federação. Tem poder político próprio e federado.
Não soberano Ex: os estados membros dos EUA, da Alemanha, do México ou do Brasil
 Estados membros de Uniões Reais – a União Real é uma associação
de Estados na qual os seus membros mantém autonomia
constitucional, mas perdem a personalidade jurídica nacional em
favor da União.
Ex: Reino Unido

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Estados Semi-Soberanos
Estado pequeno, em que o direito internacional (comunidade
Exíguo/Microestados internacional) não lhes reconhece o Jus Belli. Têm parte diminuída
do Jus Tractum e do Jus Legationem.
Ex: Mónaco, São Marino, Vaticano
O Estado perde o Jus Belli por imposição externa (ex: Japão e
Alemanha após a II Guerra Mundial) ou por opção própria (ex: Suíça,
Finlândia). Estes tipos de Estados não se podem envolver em
Neutralizado conflitos armados nem em organizações militares ou defensivas
ou intervir em pactos da mesma natureza. Todavia, continuam
detentores da capacidade de defesa dentro dos limites do seu
próprio território.
NOTA: neutral tem jus Belli, mas por vontade própria decide não
participar num conflito (ex: Portugal durante a II Guerra Mundial)
Confederado Estados membros de associações de Estados Internacionais (ou
seja, de uma Confederação), nos quais os Estados membros
delegam parte da soberania externa para cogestão. Isto acontece
através de, no mínimo, um tratado que determina as tarefas
comuns a todos os intervenientes que se regem, em certos
assuntos, por políticas comuns. As competências acedidas são
governadas pelos órgãos comuns criados com o consentimento de
todos por via de Tratado.
Ex: Estados membros pertencentes à UE; à Nato
Vassalo Estados que pagam tributo e dependem da vontade institucional
de outros Estados.
Ex: Andorra
Protetorado entre 2 Estados, em que o Estado forte (protetor) se
Protegido compromete a proteger o Estado Fraco, e este permite ao Estado
forte controle da sua vida interna (economia, comunicações)
Ex: Kosovo, Coreia do Sul com os EUA, Polinésia com a Austrália e a Nova
Zelândia.

b. Nível Interno

Estado Unitário
Para um povo/território só existe um núcleo de órgãos governativos.
Estado Unitário Só há 1 Governo Central.
Simples Ex: Luxemburgo; Angola
Apenas uma parte do território está regionalizada. Existe um
Estado Unitário com governo regional que elege o seu próprio parlamento. Não tem
regiões direito de cessação (de sair). Acontece devido ao afastamento
demográfico.
Ex: Portugal com as ilhas
Estado Unitário Todo o território está abrangido por regiões autónomas, que
regionalizado têm competências políticas e administrativas, delegadas pelo
poder central e garantidas pela lei.
Ex: Espanha; Itália; França

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Dentro do Estado existem vários Estados com órgãos


governativos, ou seja, dentro de um Estado há um conjunto de
Estados para além do central (1 Governo central + Estados com
Governos Centrais). É constituído através de uma constituição
federal.
Ex: Estados dentro dos EUA, do Brasil, da Alemanha, da Bélgica;
Tem 2 níveis de poder político:
 Poder Político Central (federal) – Diz respeito a tudo o que
Estado compete a competências externas (jus belli, jus tractum,
Composto/Federações emitir moeda, leis/impostos federais…). Tem as 3
componentes do poder político.
o Poder Legislativo (congresso)
o Poder Judicial (tribunais)
o Poder executivo (presidente)

 Poder Político Estadual ou Federado – Trata das leis


estaduais. Tem as 3 componentes do poder político, mas ao
nível local.
o Poder Legislativo (congresso estadual)
o Poder Judicial (tribunais estaduais)
o Poder executivo (governador)

NOTA: as competências políticas do Estado


Federado/Composto são próprias e originárias, enquanto as
competências da Região Autónoma são delegadas pelo Estado
Central.
Associações de Estados
(só acontece em monarquias)
Associação de Estados monárquicos que delegam todas as suas
competências internas na União, ou seja, o Estado perde
soberania para uma União.
União Real (mais Tem um chefe comum. Tem direito de cessação. Os poderes
externos não são conservados por nenhum dos Estados membros
integração)
da União. Delegam funções nacionais.
Os Estados perdem personalidade jurídica internacional e a sua
representação externa não tem qualquer das três competências
externa (Jus Belli, Jus Tractum e Jus Legationem).
Ex: Reino Unido
União Pessoal (menos Associação de Estados independentes (cada Estado tem a sua
integração) constituição) que mantém um chefe de Estado comum.
Tem direito de cessação.
Ex: em Portugal na Dinastia Filipina, Austrália, Nova Zelândia, Canadá
Confederações Vários Estados independentes celebram um tratado e delegam
(menos integração) competências de soberania, ou seja, transferem competências
para gestão comum (cogestão). Tem direito de cessação.
Ex: UE, NATO, moeda única, Política Agrícola Comum
Independência (não Os que saíram do Império. Cada Estado para seu lado.
há integração) Ex: República da Irlanda

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d. Desconcentração ≠ Descentralização

Desconcentração Descentralização
O poder central coloca representantes no O poder central delega algumas
território para governar de acordo com as competências para serem exercidas
suas ordens, ou seja, o poder político é localmente por entidades eleitas pela
exercido localmente, em nome do poder população local. Têm autonomia para gerir
central. essas competências que lhe foram delegadas.
Portanto, o poder central vai colocar os seus Ex: autarquias, freguesias
representantes (agente local do Governo
Central) em diferentes partes do território NOTA: todo o poder delegado pode ser
para governarem, mas têm de estar sempre retirado, seja ele interno ou externo.
em consonância com o Governo Central – não
têm autonomia central.
Ex: Governador Civil

NOTA: dentro do Estado Unitário Simples


há maioritariamente desconcentração.

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II. Teorias do Nascimento do Estado (pp.195-224)


Podem-se identificar diferentes perspetivas que tentam procurar uma linha de
explicação/entendimento deste fenómeno, que é o nascimento do Estado.

1. Teoria Evolucionista
Visão determinista e tendencialmente uniforme do processo histórico.

As sociedades passariam, pelo menos, pelos mesmos patamares típicos da evolução, numa
sucessão encerrada de fases características que se sucederiam no tempo, da mesma forma que
a idade no Homem avança implacavelmente (evolucionismo unilinear) – esta comparação
organicista mostra que muitos dos teóricos eram evolucionistas e organicistas.

Teóricos: L.H. Morgan, Herbert Spencer, E.B. Taylor.

Sociedade Sem Estado Recolhedores/caçadores;


Nómadas;
Bandos
Fixação territorial Período Neolítico;
(sedentarização) Sedentarização;
Agricultura/domesticação de gado;
Construção de casas;
Sociedades Sedentárias Esclavagismo é a consequência de escolher 1 território;
(Esclavagismo Primitivo) Estratificação horizontal – escravo é uma coisa (não tem
personalidade jurídica);
1ª Grande distinção: pessoas com direitos ≠ pessoas sem
direitos;
Feudalização Consequência da divisão da sociedade em 3 ordens:
 Clero;
 Nobreza;
 Povo/Terceiro Estado;
Marcado pelo Cristianismo;
Sociedade sem classes É a teoria marxista que encerra a explicação evolucionista de
(comunismo) forma mais completa.

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a. Teoria Marxista
A análise marxista tem implícito o evolucionismo, assentando na teoria de que existem
transformações sociais escalonáveis (pode ser colocado em etapas/níveis), num ponto de vista
transformista/desenvolvimentista.

Defende o materialismo histórico, ou seja, a ciência das formações sociais.

A teoria de Marx é a explicação evolucionista mais completa.

Inicialmente há uma divisão horizontal (não hierárquica) entre as funções do homem e da


mulher – começa quando o Homem se sedentariza devido à agricultura. Esta fixação leva a
disputas sobre a posse do território, que leva ao surgimento da Economia Esclavagista, e
consequentemente, a uma divisão vertical (hierárquica) entre Homens-Livres e Escravos
(povos conquistados/subjugados). Após o surgimento do Feudalismo e mais tarde do
Mercantilismo, há uma divisão da sociedade em 3 grupos: Clero, Nobreza e Povo (sendo que
este começa também a dividir-se, surgindo a Burguesia, que ao enriquecer vai formar,
juntamente com o Clero e a Nobreza, a Classe Alta. A Classe Alta contrasta com a classe baixa
do Povo – o Proletariado. Este vai subverter esta tendência através de uma Revolução
Socialista.

A teoria de Marx e o Comunismo, que nunca se realizou, defendem que eventualmente haverá
um Estado sem divisão de classes.

A História da sociedade humana é a história da evolução da sua base material: os modos de


produção. Características:

 Evolucionismo estar implícito;

 Intensidade funcional predeterminada;

 Determinismo económico;

o Vem da aplicação do princípio marxista-englesiano de que o modo de produção


de bens materiais é a base económica, que determina toda a vida social (ex: poder
do Estado; Consciência Social), ou seja, história da sociedade humana = história da
evolução da base material dessa sociedade.

2. Teoria Difusionista
O Estado nasce da difusão cultural, esta importante na divulgação das instituições dos
procedimentos.

Os produtos políticos do século XXI devem-se muito ao contacto de culturas e do imperialismo


cultural e político, do que propriamente dos processos evolutivos próprios e originais.

Afirma que as sociedades não passam pelas mesmas etapas (≠ evolucionista).


Ex: o estado foi levado para a Madeira, Açores e Cabo Verde pelos portugueses – sítios que antes disso
eram desertos. Portanto, as sociedades não têm obrigatoriamente de passar pelos estágios ou fases da
Teoria Evolucionista. Não implica, no entanto, que as outras teorias estejam erradas.

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Teóricos: Margaret Meud, Ruth Benedict

3. Teoria Conceptualista
De origem positivista. Só existe Estado quando e enquanto:

 As características que lhe dão origem se conjugarem (Povo + Território + Poder


Político);

 Existe a consciência do conceito “Estado”;

Antes só existia “pronto-Estados”, mas depois existiram “sucedâneos-Estados”.

Teóricos: Jean Bodin/Maquiavel

4. Teoria Contratualista
É evolucionista simplificada e homogénea em que os Estados/Sociedades passam por 2
fases/estádios:

1. Estádio da Natureza/da Selvajaria

2. Estádio da Sociedade

Estes são intermediados pela criação do Estado e pela renúncia/deposição nele das liberdades
pertencentes ao indivíduo, naturalmente.

Teóricos: J.J Rosseau (otimista); Thomas Hobbes (pessimista); John Locke (entre ambos)

Estádio de Natureza/da Contrato Social Estádio da Sociedade


Selvajaria
Não há Estado; Contrato/acordo final feito Só com poder absoluto é que
Rege-se sobre a lei do mais entre os Homens para criar o pode haver ordem;
forte; Estado. Há Estado;
Caos, desordem; Transferência de Direitos dos
Homens para o Estado;

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a. Thomas Hobbes (pessimista)


Para Hobbes existem na História da Humanidade 2 grandes estádios:

Estádio da Natureza Estádio da Sociedade


 Ausência de poder politico forte;  Existência de um pacto social gerador de
 Conflitualidade endémica entre os um poder político forte;
homens (“O Homem é o lobo do  Renúncia em favor do Estado de parte
Homem”); dos seus Direitos em favor da
 Desrespeito pela paz, pela segurança das salvaguarda efetiva da outra parte;
pessoas e bens e pela justiça;  A renúncia é permanente e sustentada
pelo referido pacto “sine qua non”;
 Estado assegura a paz;
 O Poder do Estado é supremo, ilimitado e
indivisível;

Hobbes defende um Estado absoluto (absoluto das suas próprias leis), essencial e
funcionalmente totalitário.

Hobbes é um pessimista naturalista e antropológico porque, para ele, a Natureza é


sistematicamente negativa.

É um contratualista pacífico, pois a ética de Hobbes valoriza a paz e desvaloriza a discórdia. A


Paz e a Razão permitem estabelecer os “pactos” entre os Homens, os quais revestem vários
níveis e formas.

b. J.J. Rosseau (otimista)


Para Rosseau, a sua crença no progresso da Humanidade não é otimista, uma vez que se por
um lado o Homem é naturalmente bom, a sociedade, enquanto organização encerra sempre
perversidade, deficiências e injustiças, dada a sua natureza artificial. A ciência, a arte e as
instituições eram causadoras da corrupção dos seres humanos.

O estádio da Natureza é moralmente superior ao estádio da Sociedade.

Opção pela via democrática, pela via da liberdade e da igualdade ideais, da alienação dos
indivíduos de cada um a favor da vontade coletiva e da soberania popular.

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IV. Os Fins do Estado (pp.241-245/pp.263-264)


Os fins do Estado são um conjunto de matérias e de desempenhos que dão fundamento e
razão à sua existência.

O Estado serve para desenvolver e pôr em marcha um conjunto de tarefas de interesse geral,
que não podem residir ao nível quer dos indivíduos que o constituem ou que nele vivem, nem
tão-pouco ao das pessoas coletivas nas quais aquelas se organizam em termos de atividades.
Estas são as missões que justificam o Estado.

São um serviço exclusivo do Estado, visto que este nasce em função dos fins que a doutrina
classicamente lhe atribui. Assim, os fins são:

Para as pessoas para os valores que as sociedades políticas constituem. Diz


respeito há:
 Defesa externa do Estado;
Segurança  Garantia da ordem internamente, abrangendo as pessoas singulares e
coletivas que o constituam;
É na segurança que se baseiam os povos bárbaros feudais. Relações de
vassalagem e de suserania.
A paz entre pessoas e grupos sociais primários por elas constituídos só será
firma durável se assentar em relações de mútuo respeito e equidade.
É condição indispensável para garantir a paz social.
Foi expropriada (retirada) da Igreja Católica, das Universidades e das
autarquias locais. Há monopólio estatal.
Durante a Idade Média e no Renascimento o poder judicial estava repartido
formalmente entre diversas instâncias, nem todas de afetação nacional
exclusiva:
 Justiça do Rei – com várias instâncias e que correspondia à justiça do
“Estado” (coroa);
 Justiça Religiosa – correspondia à Igreja, com a criação do Tribunal do
Justiça Santo Ofício (depende em última instância da Santa Sé). Era um órgão
superior e soberano, pelo que não tinha de apelar à Coroa, ao rei ou aos
outros tribunais. Tratava de crimes religiosos (heresia, feitiçaria) e morais
(bigamia);
 Justiça corporativa/profissional – relativa às diferentes profissões e
ofícios e no seu contexto, ou seja, cada emprego manual tinha uma
corporação que julgava os delitos e dizia quem era mestre, companheiro
ou aprendiz. A Universidade de Coimbra teve foro próprio e a justiça
militar foi a última a ter foro próprio em Portugal;
 Justiça autárquica – com a instituição dos juízes ordinários (pela
ordenação) dos municípios ou juízes de paz;
 Justiça privada – para lá do instituto da legítima defesa, como a regulação
e permissão do duelo.
A tendência foi a da progressiva nacionalização e monopolização desse
mesmo poder, verificável na existência das instâncias judiciais do Estado, hoje
em dia.
Bem-Estar Bem-estar Material e Espiritual porque os indivíduos e os grupos sociais
primários são importantes para isoladamente satisfazer todas as
necessidades complexas da cultura e da economia (…), pelo que o poder

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político tem de, em maior ou menor escala, prover total ou parcialmente à


satisfação delas.
Só muito mais tarde devido à Revolução Bolchevista e a Crash de 29, é que
Estado contemporâneo assumiu permanente lógica do bem-estar (welfare
state) como prioridade absoluta, é o Estado Intervencionista.
Aparecimento do fim de Bem-Estar:
 Começa com instituições privadas criadas pelos reis (Hospitais
privados da Igreja Católica e, posteriormente, as misericórdias);
 Revolução Bolchevista, em 1917;
 Crash da Bolsa de Nova Iorque e Crise de 29, em 1929;
 New Deal, Roosevelt 1930;
 Início da 2ª Guerra Mundial, em 1939;
 Fim da 2ª Guerra Mundial, em 1945;
 Reconstrução do Mundo e o Wellfair State (Altos Impostos para
financiar o serviço social do estado);
 Colapso do Wellfair State com o fim da Guerra Fria. Ronald Regan e
Margaret Thatcher ganham a guerra fria, queda da URSS, tornou a
direita liberal. Privatização de tudo e teoria do utilizador pagador.

Os fins tradicionais parece, pela crescente complexidade da vida quotidiana, ultrapassar as


próprias possibilidades do Estado para os realizar de maneira efetiva e suficiente.

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V. Tipologia dos Estados modernos e contemporâneos (pp.264 -


274)
Um Estado é soberano quando detém na plenitude três competências:

 O soberano direito de fazer a guerra (jus belli);


 O soberano direito de celebrar tratados internacionais (jus tractum);
 O soberano direito de representação diplomática e consular (jus legationem);

Alguns autores consideram também o soberano direito de reclamação internacional e de ser


parte a esse nível (jus representationem).

Na ausência completa destas competências o Estado será um Estado não soberano. Em termos
intermédios, designam-se Estados semissoberanos, ou seja, estados em que alguma das
competências se encontra reduzida ou inexistente. Portanto, bastará uma diminuição jurídica
menos, mas tecnicamente efetiva, numa dessas competências para que em rigor doutrinário se
possa classificar o Estado como de semissoberano.

Comparação entre Estado Unitário Regionalizado, Federação e Confederação


Estado Uni. Regionalizado Federação Confederação
 Estado unitário;  Estado composto;  Associação de estados;
 Reversível na  Irreversível;  Reversível;
descentralização;  Estados membros = não  Estados membros =
 Regiões autónomas =\= soberanos; semissoberanos;
(Estado);  Poderes diferenciados;  Delegação para cogestão
 Delegação para gestão (para cima);
autonómica (para baixo);

I. Estados falhados
Um Estado é conjunturalmente falhado quando não consegue, por meios próprios e
autonomamente assegurar a sua soberania em todo o respetivo território e sobre toda a sua
população.
Ex: Nigéria

O facto de um Estado ser um Estado falhados, ou seja, incapaz, incompetente e insuficiente não
se relaciona com questões de pobreza.

Logo, Estado exíguo, Estado derrotado ou ocupada e Estado Falhado não são sinónimos, nem se
confundem.

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VI. Nação e o Estado (pp.225-235)

a. Correntes sobre o conceito de Nação


Existem duas correntes, filosoficamente diversas e historicamente opostas, para definir o
conceito de Nação.

Diz respeito à Nação à qual o individuo pertence de forma involuntária


(nasce naquela Nação, não tendo opção de escolha), cujas
características, estas impostas aos indivíduos, são:
 Objetivas;
 Exteriores;
 Hereditárias;
Os caracteres comuns que definem uma Nação são:
Corrente  A raça/etnia;
objetiva  A língua;
 O território;
 Os costumes;
 A religião;
Estes caracteres alheiam o nível de consciencialização e qualquer atitude
voluntária por parte das populações. A Nação é algo que acontece às
pessoas.
Alguns autores relacionados com esta corrente poderão ser o conde J. A.
Gobineau e os seus discípulos Otto Ammon e Vacher de Lapouge,
Auguste Thierry e H. Stewart Chamberlain.
Definida por uma atitude quase contratual do individuo que aceita ou
recusa pertencer a uma dada experiencia histórica com todas as
consequências que esta possa envolver no presente e no futuro, tanto
para o individuo como para a experiência em questão.
Está situada ao nível da vontade e dos sentimentos íntimos dos
Corrente
indivíduos, daí esta atitude subjetiva e de personalista.
subjetiva
Esta corrente pressupõe:
 Um passado comum;
 Um sentimento de pertença;
 Um património comum;
Alguns autores relacionados com esta corrente poderão ser Ernest
Renan, Jacques Maritain e Max Weber.

b. Relação entre Nação e Poder Político (Estado)


Numa perspetiva sincrónica e estruturalista é possível identificar cinco principais modelos de
relação entre Nação e Estado:

Estado-nacional O território do Estado coincide com o da Nação. Existe uma tendência


para a convergência.
Ex: Portugal

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Estado com varias Sobre o mesmo modelo político (poder político) convivem varias
nações nações ou fragmentos de nação, existindo, por isso, uma tendência
para a divergência.
Ex: Espanha, Bélgica, República da África do Sul
A Nação repartida Esta situação, usualmente, deriva de razões políticas.
por vários Estados Ex: Nação Árabe
A Nação sem Ex: nação judaica, nação polaca, curdos, ciganos da orla mediterrânica
Estado
O Estado sem Existe a entidade jurídica e politica, sujeito de direito internacional,
Nação sem cultura própria subjacente.
Ex: novos países da África Negra

Em qualquer uma destas situações existe uma dupla tensão:


 Por um lado, se manifesta a tendência individualizante que tende de fazer reivindicar
para toda a nação um território próprio;
 Por outro lado, apresenta-se a tendência para a unificação cultural como resultado
da convivência continuada sob as estruturas próprias de um mesmo Estado.
A situação de não coincidência entre o Estado e a Nação pode ser ela próprio fator de
subversão, ou ao menos geradora de tensões latentes, exploráveis por ideologias subversivas.

c. Nação, população e povo


O Prof. Marcello Caetano refere os termos nação, população e povo como:

Povo Nação População


Elemento humano do Estado. Comunidade cultural de base Significado vulgar abrange o
Designa o conjunto de à qual pertencem todos conjunto de pessoas
indivíduos que para a quantos nascem num certo residentes num território
realização de interesses ambiente cultural feito de quer se trate de nacionais,
comuns se constitui em tradições e costumes, quer de estrangeiros.
comunidade politica, sob a geralmente expresso numa
égide de leis próprias e a língua comum atualizado
direção de um mesmo poder. num idêntico conceito da
vida, dinamizado pelas
mesmas aspirações de futuro
e os mesmos ideias coletivas.

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VII. Sistemas de Governo (pp.250-251)


Poder Executivo
 O Chefe de Estado (Presidente) é o chefe do executivo (governo). É
quem determina o governo federal; -eleitores
sufragio universal indireto pq os eleitores elegem 1o grandes
que elegem o presidente
 Não há Primeiro-Ministro; - só pode fazer 2 mandatos
 O Parlamento (Congresso – Senado + Câmara dos Representantes) não
destituir
pode demitir o chefe do Executivo (Presidente), a não ser julgado por
impeachment;
 O Presidente pode deslocar o dinheiro dos orçamentos das agências
federais para outros fins;
 Detém o poder de veto→ Poder absoluto. Se for vetada não pode ser
aprovada de novo pelo Congresso; sobre a legislação que vem do congresso
 O Presidente é quem elege os seus ministros (Secretary of State);
 Tem uma função regulamentária, pode fazer pequenas legislações;
 O Chefe de Estado não pode dissolver o Parlamento (Congresso);
 Para alterar a constituição:
o Maioria qualificada do Senado e da Câmara dos Representantes;
o Maioria qualificada dos Estados;
Presidencialista
(Estados Unidos da Poder Legislativo
América) Parlamento bilateral, ou seja, dividido em 2 câmaras: (congresso)
 Senado: vice presidente do eua é o presidente do senado, que é eleito de 4 em 4 anos
o Câmara alta→ Poder legislativo→ Fazer as leis;
o 100 Senadores (2 por cada Estado);- têm mandato de 6 anos
o Alteram de 2 em 2 anos, mas apenas muda 1/3 do Senado
rotativamente;
 Câmara dos Representantes: eleita de 2 em 2 anos
o Cada estado tem um nº variável de representantes. (depende do
tamanho do Estado);
o Aprova tudo o que envolve dinheiro.
o Único órgão que pode travar o presidente utilizando o poder que
possui sobre o dinheiro.- única que pode iniciar legislação no que toca assuntos fiscais
Poder Judicial a nivel federal

 É independente e tem 3 instâncias;


 O Presidente nomeia os juízes do Supremo Tribunal de Justiça; são vitalicios e independentes
só nomeia juízes devido a morte ou renúncia
 Qualquer juiz corresponde a 4 “I”:
o Independência;
o Inamovibilidade;
o Imparcialidade;
o Irresponsabilidade;
 O Juiz do Supremo Tribunal de Justiça é entrevistado no Senado;
+ poder moderador

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nomeados
pelo
presidente

Poder Executivo
 Chefe de Estado é o Presidente da República;
 Chefe de Estado pode dissolver o Parlamento e demitir o Primeiro-
Ministro;
 Eleito por sufrágio universal direto, por 5 anos e 2 vezes consecutivas no
máximo;
 Conselho de Estado (órgão Consultivo do P.R.). Pertencem a ele:
o O Presidente da República;
o Antigos Presidentes da República;
o Primeiro-Ministro;
Semipresidencialismo o Provedor de Justiça;
(Portugal) o Presidentes das Regiões Autónomas;
o Presidente do Tribunal Constitucional;
o Presidente da Assembleia da República;
o 5 Cidadãos escolhidos pelo Presidente da República;
o 5 Cidadãos escolhidos pelos partidos da Assembleia República, tendo
em conta a proporcionalidade representada desses mesmos partidos
na Assembleia;
 Chefe do Executivo é o Primeiro-Ministro;
 Chefe do Executivo é politicamente responsável perante o Parlamento e
o Chefe de Estado;
 O Primeiro-Ministro não é eleito pelo povo. Eleitorado vota para a
Assembleia a República e o Presidente da República nomeia o Primeiro-
Ministro em função da constituição da Assembleia da República;

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 O Governo não faz parte do Parlamento, ou seja, os governantes não são


deputados;

Poder Executivo
 O Chefe de Estado é o Rei.
 Chefe de Estado pode dissolver o Parlamento, de facto, a pedido do
Primeiro-ministro. Pode, também, demitir o Primeiro-ministro, embora
não use essa faculdade (costume constitucional). Nomeia o Primeiro-
ministro; - convocar novas eleições
Parlamentar (Reino  Chefe do Executivo é o Primeiro-ministro e é o chefe da maioria
parlamentar;
Unido)
Poder Legislativo
 Câmara dos Comuns→ Aprova leis→ sufragio
Eleição por círculos uninominais;
universal direto para mandato de 5 anos
 O governo faz parte do parlamento, são deputados da câmara dos
um deles vai se tornar primeiro ministtro
comuns;
 Câmara dos Lordes→ Comissões Especializadas→ Pessoas especializadas
em determinadas áreas que reúnem em comissões;
 A função da Câmara dos Lordes é de opinar obrigatoriamente sobre as leis
e têm direito a veto suspensivo;

Poder Judicial
 Supremo Tribunal de Justiça→ 9 Lords of Appeal→ Comissão de Justiça
dos Lords.

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NOTA: Exceções a Chefes de Estado Individual

 Monarquia Dual: Andorra;

 República Dual: San Marino;

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 Conselho Presidium Soviético (URSS);

VIII. Constituição e Órgãos do Estado (pp.262-263)


Na esmagadora maioria dos casos a Constituição é a lei suprema do país, de hierarquia mais
elevada, à qual todas as outras se devem submeter. A Constituição, na maioria dos casos, não
tem nenhuma outra lei ao seu nível a nível interno.

Uma inconstitucionalidade é uma oposição à Constituição – quer seja uma norma (lei), um ato
ou uma omissão.
Ex: o Presidente tem um prazo para promulgar ou vetar uma lei. Se não o cumprir, é considerada uma
omissão.

Quanto à Forma Quanto ao Conteúdo Quando à Revisão


Histórica (sentido material) Liberal Rígida
Escrita (sentido formal) Programática Flexível

a. Classificação da Constituição
 Consuetudinária (ou Histórica)
Não existe um documento único e unificado que tenha a constituição
escrita.
Podem existir partes dela escrita. Uma lei é constitucional se no seu
objeto tratar sobre assuntos constitucionais. Há, por vezes, costumes
constitucionais;
Em Portugal, a primeira Constituição escrita data do século XIX. Antes
disso era consuetudinária, ou seja, havia um conjunto de leis que
regulamentavam os pontos escritos na constituição (ex: povo,
território…) mas estas leis eram ordinárias. Além de ordinárias e não
compiladas, é característico deste tipo de constituição dar bastante
importância ao Costume.
Quanto à forma Ex: atualmente existe no Reino Unido, Israel, Nova Zelandia (Magna Carta, Bill
of Rights)

 Escrita
Documento único e identificado, de hierarquia superior a quaisquer
outras leis, onde se definem os elementos do Estado em concreto, a
estrutura dos órgãos de soberania, estipulam-se os direitos, liberdades
e garantias dos cidadãos, e eventualmente consideram-se algumas
diretrizes de natureza economia, social e cultural.
Assim, define o Estado:
 Define o território;
 Define o poder político;
 Define a cidadania;
Há um “caderninho que começa com a palavra constituição”, ou seja,
um conjunto organizado e único de leis que cobrem todos esses pontos.

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Quanto ao  Liberais
conteúdo Limitam-se a definir Estado através dos seus elementos concretos, a
tipificar os órgãos de soberania, as respetivas funções e conexões, a
definir órgãos políticos de nível central, regional e local.
A Administração Publica nas suas múltiplas vertentes, respetivas
atribuições, os direitos, liberdades, garantias dos cidadãos e ainda
matérias relativas à revisão constitucional, limites da mesma quer em
sentido formal quer em material, quer outro.
Questões de território, poder político, cidadania, direitos e liberdades.
Só têm a definição de território, povo e poder político, e os direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos.

 Programáticas
Para além de englobar todos os assuntos abordados pela liberal,
enquadra, ainda, um programa político de Estados nos domínios
económicos e sociais, ou seja, um programa político concreto e por essa
via, uma ideologia mais explícita.
Para além dos pontos referidos nas Constituições Liberais incluem um
programa politico, económico e social
Ex: Constituições Fascistas, Constituição Bolchevista; Constituição portuguesa
de 33;
Quanto à revisão  Rígida
Muito difícil ou quase impossível de rever;
 Flexível
É possível rever com facilidade a constituição;

Conforme a maior ou menos dificuldade da sua alteração por via


pacífica e formal.
Esta classificação depende dos fatores como a exigência dos limites
materiais de revisão, da dificuldade de concretização dos limites
formais, temporais, circunstanciais impostos e da prática
demonstração dessa exequibilidade.

b. Limites à Constituição (quantos mais limites e mais graves forem os limites, mais rígida é a
revisão)

Parâmetros anteriormente definidos que a revisão constitucional deve


Limites materiais respeitar.
Matérias que não podem ser alteradas.
Ex: Artigo 288º da Constituição Portuguesa
Forma como se faz a revisão: impostos pelo próprio processo de revisão
Limites formais – só os deputados individualmente podem apresentar a revisão como
projeto coletivo//vai ser votado por 2/3 da Assembleia. Isto para que
nenhum partido faça a revisão sozinho;
Ex: Assembleia da República, em Lisboa no caso português.
Limites Apenas é possível rever a constituição de x em x anos. Quanto maior
temporais for o intervalo, mais rígida é a constituição.
Tempo de revisão: Varia consoante o prazo;

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A revisão da Constituição Britânica pode ser feita quando se quiser


(flexível). A revisão da Constituição Portuguesa pode ser feita a cada 5
anos (rígida).
Uma revisão extraordinária pode ser feita em caso de emergência, se
necessário (mas precisa de aprovação de ¾ do Parlamento).
Limites Sobre certas circunstâncias existe um impedimento ou não de se
circunstanciais realizar uma revisão constitucional;
Depende do local onde se realiza a revisão: Não se pode por fazer
qualquer revisão constitucional em estado de sítio ou emergência;
Ex: Em Portugal não pode ser feita se for declarado estado de sítio ou de
emergência.

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IX. Legitimidade e Legalidade (pp. 239-240)


Legitimidade ≠ Legalidade
Relação da conformidade de uma determinada ação ou omissão com um
determinado código moral/ético (Subjetividade no pensamento).
Legitimidade  Legitimidade de Gozo ou Inicial: Relação de competência entre a
pessoa ou órgão atuante e o poder que através deles se manifesta;
 Legitimidade de Função de Eficácia ou de Exercício: Relação de
conformidade entre o poder em causa e o fim ou fins a que se
destina;
Relação de conformidade entre a origem e a conduta do poder e o
disposto nas regras jurídicas em vigor. É uma conformidade entre uma
ação ou uma omissão com o que está estipulado nas normas jurídicas.
 Inconstitucionalidade – violação de uma norma constitucional;
Legalidade o Material (a matéria em si é inconstitucional);
o Orgânica (quando um órgão desempenha uma função que não
lhe compete);
o Omissão;
 Ilegalidade – atuar contra o estipulado na lei;
 Contravenção – desrespeito de um regulamento;

Max Weber concluiu que a obediência segue 3 fatores de legitimidade:

 Legitimidade Legal-Racional – fundada na legalidade e na razoabilidade da autoridade


e das suas decisões, que adquirem uma apresentação institucional geral, abstrata e
tendencialmente burocratizada;
Ex.: António Costa porque é Primeiro-ministro por lei e está a fazê-lo de forma razoável.
 Legitimidade Carismática – fundada nas características transcendentes de uma chefia,
detentora de dons extraordinários/transcendentes, de origem sobrenatural ou de
reconhecidos de forma afetiva ou coletiva (Carisma).

Ex.: Papa Francisco; Dalai Lama; Buda; Madre Tereza de Calcutá.


 Legitimidade Tradicional – legitimidade associada a um costume histórico que é visto
como uma regra. Fundada no historicismo dos costumes tornados indiscutíveis e
exercida de forma mais totalitária e isolada ou mais comparticipada.

NOTA: A rainha de Inglaterra detém estes 3 tipos de legitimidade.

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X. Teoria dos Aparelhos do Estado (pp.166 e 215-216)


a. Louis Althusser (Teoria dos Aparelhos do Estado)
O Estado pode ser considerado, e é-o frequentemente, como uma superstrutura, ou seja, um
conjunto integrado de instituições de constituição e objetivos imediatos diversos, mas com a
finalidade imediata de manter a coerência e identidade do conjunto referido (de se manter a si
próprio), atuando quer por via coerciva quer pela persuasão.

Controlo social – conjunto de pressões de conformação socialmente atuantes, que


condicionam os comportamentos dos indivíduos, no contexto da sociedade.

Louis Althusser (marxista) defende que o Estado é um conjunto de aparelhos distintos em 2


grandes grupos:

 Aparelhos repressivos;

 Aparelhos ideológicos;

A função dominante é aquela que caracteriza o aparelho. Todavia, o Estado precisa de uma
harmonização da função dos 2 aparelhos do Estado de maneira convergente e funcional.

Aparelhos Funcionam sobretudo através da violência ou da ameaça da violência.


repressivos Ex: Forças Armadas; Polícias; Sistemas Judiciário; Aparelho Fiscal.
Funcionam sobretudo através da inculcação ideológica (transmissão de
Aparelhos ideologia de forma a que o individuo não tenha escolha). Portanto,
ideológicos mecanismo preponderante de atuação ou inculcação ideológica, quer
direta quer indireta.
Ex.: Media; Moda; Arte; Família; Religião; Escola; Movimentos Políticos.

Na lógica marxista, o Estado é transitório, deve desaparecer e é mau porque representa o


domínio de uma classe sobre o resto da sociedade, dentro de um esquema de evolução
dialética, gerada:

 Pelas contradições sucessivas dos modos de produção;


 Pelos antagonismos das relações de produção;
 Pelo processo que desembocará definitivamente numa situação de rutura, na qual
as forças produtivas existentes, conducentes à vitória da classe dependente
(proletariado) sobre a classe dominante (burguesia), o que por sua vez, levará ao
desaparecimento das classes sociais e do Estado, por perda de função.

Logo, é um instrumento de opressão e domínio.

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XI. Instrumentos legais das Ideologias (pp.247-249)


Grupos de Associações/grupos informais que se constituem para defender um
Interesse interesse comum legalmente tutelado na lei (defendem algo que já está
juridicamente estabelecido).
Ex: liga para a proteção da natureza, liga de proteção de monumento
Grupos de Grupo formar/Associação ou informal que resolve intervir na defesa de
Pressão um interesse comum que não está legalmente tutelado, através de
influências sobre a autoridade – defendem algo que ainda não está
juridicamente estabelecido.
Ex: touradas em Barrancos, casamento homossexual
Partidos Políticos Grupos formais cuja função é conquistar, manter e exercer o poder. Há
diversos tipos:
 De Quadros (de enquadramento ou de elite)
Pequenos, sem massa associativa, tem apenas candidatos para colocar
nos círculos eleitorais em nome do partido.
Tem grande vinculação doutrinária. Tem uma relação normalmente
periférica com o exercício do poder, ou seja, normalmente encontram-
se coligados com um outro partido.
São caracterizados por uma hipertrofia do núcleo central – pessoas de
classe média com formação superior.
Ex: partido Ecologista – “Os Verdes”

 De Massas
Querem grande massa associativa.
o Num sistema democrático pluralista têm uma dimensão média e
encontram-se na periferia do exercício de poder.
o Num sistema monista (que só permite um partido, normalmente
ditaduras) têm uma grande dimensão e ocupam um local mais
central no exercício do poder.
Ex: partidos comunistas (trabalhadores e operários) e fascistas.
Têm várias organizações para agradar a toda a classe trabalhadora.
Ex: sindicatos, associações de cultura, de juventude

 Catch All Parties


União de vários partidos mais ao centro (“arco da governação”) para
obter maiorias absolutas. Não tem doutrina nem vinculação
doutrinária para “servir” a todas as classes.
São caracterizados por um programa flexível e pela utilização de
Marketing Político.

 Uniões Políticas
Formam-se em torno de uma pessoa singular e não em redor de um
programa ou ideologia (como no caso dos partidos).
Ex: Partido Peronista surgiu devido ao Presidente Argentino Juan Perón.

 Associação Politica
Organizações que se formam normalmente em situações em que o
regime só permite uma doutrina e que apesar de alegarem um
interesse cultural ou cientifico têm principalmente uma função política
“oculta” do regime.
Ex: Festa do Avante.

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XII. Formas de Seleção Pacífica de Titulares de Ca rgos Públicos e


Políticos (pp.277-278) - (as formas ilegais são as de subversão)
Designação de um titular de um cargo público ou político por sucessão
Herança familiar. Herança diferente de hereditariedade. Herança diz respeito a
fator cultural, enquanto hereditariedade está relacionada com fatores
biológicos.
Ex: a maioria das monarquias (Reino Unido, Espanha, Mónaco).
Designação de um titular de um cargo público ou politico devido ao
número de anos num outro cargo. Portanto, em consequência da mais
recuada data de provimento em determinado estatuto, função ou
Antiguidade situação hierárquica;
Ex: no exército, num teatro de operações, se só houver um major e esse for
abatido quem o substitui é o Capitão (posição hierárquica inferior) com mais
anos de serviço; na assembleia das 18 faculdades da ULisboa é presidida pelo
professor mais antigo (decano)
Sorteio Designação de um titular de um cargo público ou politico através de
seleção aleatória.
Ex: jurados de um julgamento
Concurso Designação de um titular de um cargo público ou político através de
concurso. Portanto, da seleção publica de candidatos realizada em
função da qualificação curricular. Termina normalmente numa
nomeação, com base no mérito próprio.
Ex: admissão de funcionários públicos num sistema democrático – é publicado
um editar sobra a vacatura de um determinado cargo público, e aceitam se
candidaturas para esse cargo com determinados requisitos. Nesse edital tem de
ser publicado o júri que analisara as candidaturas. As pessoas que não são
escolhidas têm direito a ver a ata que justifica a escolha da pessoa que vai
assumir o cargo.
Rotação Designação de um titular de um cargo público ou político de forma
alternada e sucessiva.
Ex: Presidência da EU roda de 6 em 6 meses, passando pelos diferentes países.
Nomeação Designação de um titular de um cargo público ou politico por um titular
de outro cargo de hierarquia superior.
Ex: Presidente da Republica nomeia o Primeiro-ministro
Cooptação Designação de um titular de um cargo público ou politico pelo titular
ou titulares desse mesmo cargo público ou político. Existe:
 Cooptação sucessiva – o titular designa quem o vai suceder.
Ex: Generalíssimo Franco designou rei Juan Carlos como seu sucessor
 Cooptação simultânea – titulares vão escolher pessoas que vão
exercer o mesmo cargo ao mesmo tempo.
Ex: novos juízes do Tribunal Constitucional são escolhidos por juízes que já detêm
o cargo
Sufrágio/Eleição Designação de um titular de um cargo público ou politico por via do voto.
Há vários tipos:
 Universal vs Restrito:
o Universal (cidadão maior de 18 anos, cidadão português, que
esteja na plena capacidade mental)

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o Restrito
 Capacitário – voto exclusivo de quem tem certa capacidade.
Ex: eleições para o Conselho Cientifico do ISCSP só podem votar os professores
que têm doutoramentos; nalguns países so pode votar quem tem a 4ª classe
 Censitário – só pode votar quem paga certo imposto.
Ex: empresas privadas
 Racial
Ex: na África do Sul antes do governo de Mandela o parlamento tinha 3 camaras,
uma para brancos, uma para mestiços e uma para asiáticos. Os negros só
votavam num representante da sua tribo.
 Masculino
Ex: na Arábia Saudita só em 2015 acabou este tipo de sufrágio. Nas monarquias
do Golfo só os homens podem votar.
 Aberto vs Secreto:
o Aberto – possível conhecer o voto e a tendência de voto.
o Secreto
 Direto vs Indireto:
o Direto – o eleitor escolhe quem vai exercer o cargo.
o Indireto – o eleitor escolhe um representante, que por sua vez
escolhe quem exercerá o cargo
 A 1 volta vs a 2 voltas:
o A 1 volta – ganha quem tem maioria relativa.
Ex: 4 pessoas: 14%, 13%, 12%, 11% - ganha o 14%
o A 2 voltas – é necessária maioria absoluta. Logo, numa situação
como a anterior haveria uma segunda volta entre os dois
candidatos mais votados.
 Obrigatório vs Facultativo:
o Obrigatório – é necessária uma justificação para não votar.
Quem não justifica paga uma multa.
o Facultativo
Inerência Designação de um titular de um cargo público ou politico que é um
“acessório”, ou seja, está inerente a outro título principal. Portanto,
está conexo com outro cargo principal e por efeito apenas do
preenchimento do cargo principal.
Ex: Presidente da Republica é também Comandante e Chefe das Forças Armadas

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XIII. Status Social (pág. 165)


Status Social – é a posição que a pessoa ocupa na estrutura social, de acordo com o julgamento coletivo
ou consenso de opinião do grupo, que se caracteriza pelo conjunto de deveres e direitos sociais que
aquela posição nos atribui. É a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade.

Status Particulares
Status É independente da capacidade do indivíduo. É lhe atribuído mesmo contra a
Herdado sua vontade, em vertido do seu nascimento.
Ex: status famílias; status étnico;
Depende do esforço, da imagem criada, e do aperfeiçoamento pessoal. Por
Status mais rígida que seja a estratificação de uma sociedade e os numerosos status
Adquirido atribuídos, há sempre a possibilidade de o indivíduo alterar o seu status através
de habilidade, do conhecimento e da capacidade pessoal. Esta conquista do
status deriva, portanto, da competição entre pessoas e grupos, e constitui
vitória sobre os demais.
Ex: status adquirido pelo emprego, pela formação escolar;

a. Mobilidade Social
A mobilidade social é a faculdade dos indivíduos ou grupos se moverem na estrutura social
vigente, mudando o status. Pode ser:

Quando não se assiste a uma mudança quantitativa de status, mas sim


Horizontal qualitativa.
Ex: camponês para operário
Quando se assiste a uma grande mudança de status quantitativo,
Vertical ascendente ou descendente.
Ex: plebeu a nobre

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XIV. Estratificação Social (pág. 175 a 181)


As desigualdades sociais, individuais e coletivas derivam de fatores quer sejam relacionados com
o status herdado ou o status adquirido. Para descrever as desigualdades entre conjuntos
significativos de indivíduos de uma sociedade fala-se de estratificação social.

Estratificação social - é a hierarquização da sociedade em camadas sobrepostas. A


hierarquização é definida através do status social.

As sociedades constituem-se em estratos ou camadas horizontais que se organizam


hierarquicamente dentro do sistema, aparecendo assim os mais privilegiados no topo da escala
e os menos privilegiamos na base da mesma.

Sistemas de Estratificação Social


É a forma mais extrema de desigualdade, em que alguns são literalmente
propriedade de outros.
Os escravos são desprovidos de direitos, liberdades, garantias e comparados
Escravatura social e juridicamente a coisas. Não lhes é reconhecido personalidade jurídica.
Das primeiras estratificações sociais distingue homens e mulheres livres de
escravos. Todavia, dentro dessa categoria social houve variação de status:
status escravo doméstico era superior ao status do escravo de trabalho
agrícola ou industrial.
Está associado às culturas do subcontinente indiano. É extremamente
elaborado e varia de região para região. Crê-se que a sua origem esteja
relacionada com a sucessão de invasões diferentes e sucessivas do Indostão
que estabeleceram uma ideologia dominante sob a forma de crença religiosa
ultraconservadora.
Divide-se em 4 grandes grupos (varnas):
 Brâmanes: Casta dos sacerdotes que se afirma descender da cabeça da
divindade (mito fundacional);
Castas  Xátiras: Casta composta por nobres e guerreiros, rajás e marajás.
Descendentes dos braços da divindade.
 Vaisias: Casta dos comerciantes. Descendestes das coxas da divindade.
 Sudras: Camponeses e trabalhadores braçais. Descendentes dos pés da
divindade.
Depois, os Párias ou Intocáveis, são considerados impuros, menos humanos.
Estão fora do sistema de castas. Realizam trabalhos considerados indignos e
sujos. Não têm direitos tradicionais.
Se houver da parte do indivíduo um comportamento digno da sua casta, se
cumprir todas as prescrições que a pertença a determinada casta exige,
quando “renascer” passa a uma categoria superior até se dissolver ou fundir
na própria divindade. O contrário implica reencarnar num patamar inferior,
num animal ou numa pedra (Conservadorismo ideológico do sistema).
Casamento é endogâmico absoluto, casamente entre pessoas da mesma
casta. A mobilidade social ascendente é nula e descendente só é possível pela
perda da casta e a respetiva redução à condição de pária. As castas não têm
nada a ver com questões monetárias. A atribuição de castas é hereditária.
As ordens, estamentos ou “estados medievais” consistem na estruturação de
grupos com diferentes direitos, com obrigações distintas, e com diferentes
Ordens relações com o Poder
O aparecimento deste sistema não resulta da difusão social, é uma reação
social normal. Assim:

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 Clero (Oradores): faziam parte dos aparelhos ideológicos do Estado;


 Nobreza (Defensores): têm a função de segurança. Tendência a serem a
classe indispensável, possuem armamento;
 Povo (Trabalhadores): os que produzem riqueza. São o único estrato que
paga impostos;
 Escravos (Sem honra);
Existe mobilidade vertical ascendente e descendente, contudo, esta é
excecional. Possível mais propriamente através de Casamentos mistos, e
perda ou ganho de títulos.
O status social herdado é muito mais importante que o adquirido.
Este tipo de sociedades é imobilista e conservador. O sistema de ordens ou
de estamentos coexistiu com o da escravatura.
As classes não são estabelecidas por orientação legal ou religiosa. Nem por
herança, mas sim no desempenho individual.
É um sistema mais fluido do que os outros sistemas e a linha de delimitação
de classes nunca é bem definida. Não há restrições formais aos casamentos
entre os indivíduos de classes diferentes.
A classe a que cada indivíduo pertence é conseguida ou alterada por mérito
ou demérito desse indivíduo. A mobilidade social é comum e fácil.
Classes As classes dependem da diferenciação económica e de estatutos adquiridos
ao longo da vida entre grupos ou indivíduos.
O sistema de classes baseia-se nas desigualdades fundadas na diferença de
remuneração e de categoria ocupacional dos indivíduos, ou seja, constrói-se
com base nas circunstâncias profissionais, financeiras e nos papéis sociais,
entendidos como um todo.
 Classe Alta;
 Classe Média;
 Classe Baixa;

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XIV. Regimes Políticos (pág. 256-257)


1. Formas de Poder de Governos Dinâmicos
a. Platão

Platão deixou a obra “A República” onde seguia como regime ideal o domínio dos sábios ou do
Rei-Filósofo no topo de uma sociedade sem propriedade privada, regida pelo princípio
comunista, sem famílias e baseada numa educação socializada, geral e rígida.

b. Aristóteles

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XV. Teoria das Elites (pág. 166 a 170)


Esta teoria foi sobretudo desenvolvida na Escola Italiana, onde se destacam autores como V.
Pareto, G. Mosca, R. Michels e D. José Ortega.

1. Pareto
Para Pareto a sociedade é um sistema e é preciso compreender as ações humanas nesse
sistema. Parte da análise das ações humanas que podem dividir-se em:

 Ações lógicas – existe um ajustamento racional e causal entre os meios e os fins que se
visam atingir;

 Ações não lógicas – os meios utilizados não têm relação nacional e causal com os fins;

O que condiciona as ações e omissões dos indivíduos na sociedade são os instintos, a que Pareto
chama de resíduos. O comportamento dos seres humanos tem por base impulsos psíquicos,
sentimentais, desejos ou instintos. Para a política os mais importantes são:

Resíduo das O instinto inovador visa a mudança, a invenção. Este instinto é raro na
combinações sociedade. É o instinto maioritário na elite que constitui uma minoria
na sociedade. Subdivide-se em:
 Combinações em geral;
 Combinações de coisas parecidas e díspares;
 Poder misterioso atribuído a certas coisas e a certos atos;
 Impulso para combinar resíduos;
 Impulso para procurar explicações lógicas;
 Crença na eficácia das combinações;
Persistência dos instinto conservador, defensivo (evolução na continuidade), e leva à
agregados rejeição do risco, da mudança, à tendência para manter determinados
“valores” adquiridos. Este instinto é maioritário nas massas. Subdivide-
se em:
 Persistência das relações dos indivíduos com outros indivíduos ou
lugares;
o Relações com a família ou a comunidade;
o Relações com lugares;
o Relações com classes sociais;
 Persistência de relações entre vivos e os mortos;
 Persistência de relações entre os mortos e as coisas que possuíram
em vida;
 Persistência de uma abstração;
 Persistência de uniformidades;
 Sentimentos transformados em realidades objetivas;
 Personificação;
 Necessidades de novas abstrações;

Na Teoria das Elites:

 O poder nunca sai das elites e a circulação faz-se dentro da elite e por cooptação de e
para as massas;

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 A circulação do poder é o fenómeno da alternância do poder por parte da elite


governantes e não-governantes;

 A circulação das elites dá-se sempre dentro da própria elite. Faz-se por rotação, por
causa da perda da capacidade renovadora de quem exerce o poder conjunturalmente;

 O poder não é exercido pelas massas;

Pareto faz a estratificação da população:

A elite que possui o resíduo das combinações. Subdivide-se em:


 Elite governante – conjunto de pessoas que se dedicam ao
exercício do poder. É constituída pelas pessoas que em cada
Estrato alto época têm as aptidões adequadas para exercerem o Poder, para
se sobreporem ao resto da elite e à massa.
 Elite não governante – conjunto de pessoas que
conjunturalmente não ocupa o poder, mas podem vir a ocupá-
lo;
Estrato baixo As massas que possuem o resíduo da persistência. Constituída pelo
conjunto de pessoas que não desempenham qualquer poder
político e que só por cooptação da elite a poderão integrar.

A Elite
A elite está sujeita a um constante processo de renovação por cooptação individual de novos
elementos da massa para a elite.
As elites diferenciam-se das não-elites pelo tipo de resíduos que as caracterizam.
A elite governante é substituída quando perde o ímpeto renovados e passa a conversador.
Opera-se uma “rotação” dentro da elite.
Relativamente às elites:
 Apresentam-se como estratos sociais que apenas parcialmente recobrem as classes ou
grupos de status.
É a atividade humana constituída pelas pessoas que pelas suas atividades se distinguem
muito do comum
Dentro da elite existe
Uma primeira classe constituída por aqueles que participam no poder.
Uma segunda classe constituída pelo resto da elite que não participa no poder.

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Em termos políticos verifica-se uma alternância entre a Elite das Raposas (habilidade) e a Elite
dos Leões (recurso à força), pois a certa altura as pessoas cansam-se do excesso de diálogo e
começam a considerar os “governos das raposas” inoperantes. Começa a surgir uma apetência
de autoridade. Assim, a elite dá lugar à Elite dos Leões. Esta situação dura até surgir novamente
uma necessidade dominante de diálogo, pelo que a Elite das Raposas sobe de novo ao poder, e
assim sucessivamente, nunca saído o poder da elite.

 Elite das Raposas – não usa da força para impor as ordens do governo, e prefere a via
da negociação.

 Elite dos Leões – elite autoritária que governa pela força.

Para Pareto esta rotação das elites resulta da alteração dos sentimentos das massas.

Pareto entende que quem manda é quem tem capacidade de inovação, de arriscar e esses é que
são os “chamáveis” à elite governante.

2. R. Michels
R. Michels formulou a lei de Ferro da Oligarquia

Oligarquia – Forma de governo em que o poder está nas mãos de um pequeno nº de


indivíduos e estes governam em e para próprio benefício.

Lei de Ferro da Oligarquia:

 Todos os partidos e os seus regimes, em última análise, são conservadores e configuram


uma oligarquia. O poder está sempre na mão efetiva de um pequeno grupo autónomo.
 A renovação das elites faz-se por cooptação e as massas ou não têm papel relevante no
exercício do poder ou têm um papel ativo que é meramente referendário, não têm
capacidade decisiva para determinar o poder.

Sucessiva – um titular de cargo público ou político designa quem o


Cooptação vai suceder;
Simultânea – é designado um indivíduo para exercer o mesmo cargo
ao mesmo tempo que o próprio designante ou designantes;
Oligarquia Timocracia – o poder pertence aos militares;
(Forma de governo em que Plutocracia – o poder pertence aos ricos;
o poder está nas mãos de Gerontocracia – o poder pertence aos velhos;
um pequeno número de
indivíduos)
Teocracia – o poder pertence à elite religiosa;
Nobiliarquia – o poder pertence aos nobres;

3. G. Mosca
Mosca explica a supremacia da classe política: “Cem que agem sempre concertadamente e
entendidos uns com os outros, triunfarão sobre mil, tomados um a um, e sem acordo entre
si…” e ainda “Todas as classes políticas têm a tendência para se tornarem de facto, se não
de direito, hereditárias.” Ou seja, as classes políticas renovam-se por cooptação, sucessiva
e simultânea, a qual tem um dos seus fundamentos parentesco.”

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XVI. Subversão e o Estado (pp.283 a 290)


Subversão significa corretamente revolver, voltar de baixo para cima, destruir, submergir,
perverter, arruinar, revolucionar, pôr em estado de desordem. É “o ato ou efeito de subverter”.
Existe a ideia marcante de uma ordem prévia, um statu quo ante, que, por via de uma
determinada causa, mais ou menos complexo, entra num processo de rutura, mudando brusca
e profundamente para uma nova situação, pior do que a anterior.

A subversão é sempre considerada transitória, uma fase passageira, um mal necessário ou não,
instrumento fundamental de ação, fatalidade insuperável, ou de outro qualquer sentido, mas
sempre numa linha de instrumentalidade e de precariedade.

O fenómeno “subversão” será considerado como o processo social conducente a uma rutura,
total ou parcial, de uma dada ordem conjunturalmente e caracterizado pela informalidade ou
marginalidade de atuações e pela incompatibilidade de projetos relativamente aos valores e
ordem jurídica instituídos, com vista à substituição dessa ordem por outra.

Tipos de Subversão:

 Subversão direta – quando a causa do início do processo de subversão decorre da


vontade humana, ou seja, de uma organização/indivíduo.
Ex: Revolução francesa; Criação da Rússia Bolchevique;

 Subversão indireta – quando a causa do início do processo de subversão não decorre


de uma vontade premeditada de uma organização/indivíduo.

a. Formas de Subversão

1. A Guerra (p.302 a 305)


É a forma mais subversiva de todas, mas nem todas as guerras são subversivas. Só são
qualificáveis como tal as que objetivamente visam a alteração radical e violenta da sede e da
ideologia do poder do inimigo.

A guerra é um conflito bélico armado e reciprocamente violento entre, pelo menos, 2 grupos
políticos organizados (governos ou não).

Samuel P. Huntington distingui três tipos diferentes de conflitos, considerados subtipos da


guerra formal/de facto:

Guerra total Pelo menos um dos governos em conflito deseja a destruição do outro e
utiliza quaisquer meios ao seu dispor para o fazer. Não há limites
impostos. “Vale tudo”.
Ex.: 1º e 2º Guerra Mundial;
Guerra geral Existe a mesma intenção de destruição, de pelo menos um governo
envolvido no conflito, mas em que não é feito recurso à totalidade dos
meios à sua disposição. Apenas alguns meios são utilizados, há limites
para a escalada do conflito. Guerra feita “passo a passo” e observando a
reação do inimigo aos meios utilizados.
Ex: Guerra do Vietname; Guerra das Coreias – (Guerras da Guerra Fria);

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Guerra limitada Que seria “uma luta entre grandes e pequenas potências, na qual uma
tem uma finalidade restrita, e na qual cada uma emprega apenas
parcialmente os seus recursos, geralmente dentro de uma área
geograficamente definida”.
Utilização de apenas alguns meios de maneira a causar o prejuízo mínimo
para facilitar a ocupação posterior. Não há destruição total do outro pois,
após a vitória, é necessário reconstruir.
Ex.: Guerra do Iraque.
 Guerra Cirúrgica – utilização de armamento inteligente e destruição
de alvos específicos, armas de precisão.

2. Guerra Civil
A guerra civil é um conflito armado clássico e intraestadual, que obedece às “regras da guerra
clássica”, quando se opõem militarmente, pelo menos 2 exércitos convencionais (geralmente 2
exércitos-estado e Opositores). Dois exércitos que representam um mesmo poder político ou
entre um exército oficial e uma entidade extragovernamental (ilegal). Não pode ser considerada
uma guerra pois não ocorre entre 2 estados.
Ex: Guerra da Secessão norte-americana; Lutas entre miguelistas e liberais; Guerra Civil Espanhola;

Características das Guerras Civis


É um conflito Envolve dois exércitos convencionais.
armado clássico
Intranacional Desenvolve-se no seio de um Estado soberano, apenas, opondo uma
parte dos cidadãos do mesmo contra a outra.
É de âmbito Envolve a generalidade dos cidadãos, do Estado e das sociedades
geral menores desse Estado. Por norma, não admite neutros.
Tem incidências Apoio de potências estrangeiras a um dos lados. Os fundamentos das
internacionais guerras civis são sempre dispersos.
Ex: interesses económicos regionais, diferenças culturais profundas, vontade de
prosseguir a política por outros meios…

3. Golpe de Estado (pp.307 a 325)


É um ato subversivo de curta duração, normalmente monofásico, completamente clandestino e
ilegal, em que o agente é uma parte da elite governamental ou não-governamental e visa a
substituição da sede, sem que isto signifique a mudança das estruturas sociais, políticas,
jurídicas e económicas.
Ex: 25 de Abril (duração de um dia, clandestino, ilegal, unidade do exército português que é agente do
poder político); 1 de dezembro de 1640. O termo Revolução tem um sentido de esperança, daí que, nos
dois exemplos acima e em muitos outros, se utilize este termo em vez do conceito correto de Golpe de
Estado (este termo tem um sentido pejorativo).

Algumas ideias de Malaparte, demonstradas na sua obra “Técnica do Golpe de Estado” acerca
do Golpe de Estado:

 Identificação dos pontos fracos do Estado moderno – o Golpe de Estado não é


generalista, só ataca os pontos fracos do Estado moderno (ex: aeroportos, rádio, TV).
Assim, um governo, governo para fazer frente a uma tentativa sediciosa, deve defender
estes pontos como os da sede do Poder, pois eles serão igualmente alvo dos revoltosos.

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 Princípio da insuficiência dos sistemas de polícia para garantir a segurança do Estado


– no Estado moderno, a polícia não chega para combater o Golpe de Estado, porque
este se apoia nos militares.
 Fórmula de Bauer – a defesa do Estado moderno é regulada pelos mesmos princípios
que regulam a arte de atacar o Estado. Se não for assim, o Golpe de Estado sai sempre
vencedor.
 Nova Tática insurrecional de Trotsky – é preciso haver condições subjetivas e objetivas.
O Golpe de Estado não precisa de multidão e confusão, mas sim de uma elite
disciplinada que atue em silêncio, pela calada, e que ataque cirurgicamente as fraquezas
do Estado (meticuloso planeamento do Golpe de Estado).

Tipos de Golpe de Estado


Golpe de Estado Governamental Mudança de pessoas no governo, mas não introduz
(≠ Golpe de Estado Revolucionário) qualquer mudança em termos de estrutura social e
de base social de apoio do governo.
Golpe de Estado Revolucionário Modificações fundamentais que afetam a situação do
(≠ Golpe de Estado Governamental) poder difuso, introduzindo reformas de relevo na
estrutura social e económica.
Situa-se entre os outros 2 tipos, resulta de uma
Golpe de Estado Reformista formação de civis e militares que tomam o poder para
levar a cabo mudanças importantes nas estruturas
políticas, económicas e sociais.

4. Revolução (pp. 325-348)


É um ato subversivo que necessita de uma agitação prévia, contando, para isso, com o apoio
da população – são, efetivamente, as massas populares que levam a cabo as revoluções.

O objetivo da Revolução é destronar elite governante e alterar as estruturas sociais,


económicas, jurídicas e políticas.
Exemplo: com a queda do Estado Novo, o novo Governo procedeu à realização de uma reforma agrária, à
nacionalização da banca, dos seguros e da indústria pesada – profunda alteração das estruturas
económicas.

A Revolução é um processo plurifásico (é composto por várias fases), podendo, com o passar
do tempo, tornar-se legal. É mais espontânea e menos preparada que o Golpe de Estado.
Ex: Em Portugal, a Revolução burguesa de 1820; Em França, a Revolução burguesa de 1889; Na Rússia, a
Revolução socialista de 1917;

Tipos de Revolução
Revolução As revoluções burguesas aproximam-se do materialismo histórico e
Burguesa dialético. Limitam-se a substituir um grupo de exploradores por outro
no assento do Poder. Não tem necessidade de destruir o sistema
vigente.
Ex: Revoluções burguesas em França, em 1789, ou na América, em 1776.
Revolução As revoluções socialistas ou proletárias suprimem todos os grupos de
Socialista exploradores no Poder e colocam nele o Chefe de todos os
trabalhadores e exploradores da classe operária. Destrói o sistema
vigente e substitui-o.

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Ex: Revoluções Russas, em 1917


Surge definida por antinomia. É o negativo da revolução. Contraria
objetiva e/ou subjetivamente o caminho e a concretização da
Contrarrevolução revolução. Define-se pela defesa de uma constituição que reproduza,
constantemente e em todos os pontos discutidos, um estádio anterior
do processo revolucionário.
Ex: Processo contra a socialização de Portugal; Guerra Civil Russa com a
contrarrevolução menchevique;
Esta ideia de revolução foi criada por Lenine devido ao processo de
descolonização, especialmente em África. Este processo de
Revolução de transformação da luta anti-imperialista contra o capitalismo, previsto
libertação por Lenine, é dirigido, em muitos países que se libertaram pelas forças
e partidos democrático-revolucionários. Como não tem na sua origem
nacional
uma força proletária nem burguesa, a democracia-revolucionária tem
origens no campesinato trabalhador, nos ativistas na cidade e na
intelectualidade patriótica.
Ex: guerras de independência nas colónias Africanas ou Asiáticas que
conjugaram nas vagas de descolonização, após a 2ª Guerra Mundial .

Golpe de Estado ≠ Revolução (p. 348)

Golpe de Estado Revolução

Agente Uma parte da elite contra a Uma vanguarda com o apoio do


outra no poder povo contra o poder político.

Objetivos Substituir a elite governante Substituir a elite governante e as


mantendo o sistema estruturas políticas, económicas,
sociais e jurídicas.

Duração Curta (menos de 24h) Longa

Fase Monofásico Plurifásico

Legalidade Ilegal (porque existe uma norma Inicialmente ilegal e


e uma estrutura jurídica posteriormente gerador de Auto
(1º Golpe de Estado --»
2º Suspensão --» 3º contrária ao Golpe de Estado) legalização
Decreto revolucionário
que legaliza)

Meio empregue Mais do que proporcionais Menos do que proporcionais


relativamente à violência criada relativamente à violência criada
(tem picos temporais de violência)

Preparação Muito planeado e clandestino Pouco planeado, mais sujeito a


espontaneísmos e imprevistos

Frequência Mais frequentes Menos frequente

Conotação Mais desfavorável Menos favorável


Genérica

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5. Guerrilha (pp.348-407)
“Guerra pequena” interna. É sempre apoiada pela população (por vontade própria ou por
obrigação). Começou nos meios rurais e, normalmente, atrai pessoas das classes mais baixas
(trabalhadores rurais, operários, lúmpen, marginais) mas também estudantes, intelectuais e ex-
militares.

Tem um método “toca e foge”: ataca e recua e utiliza meios clandestinos, psicológicos ou
violentos. O elo mais fraco surge para se libertar de uma ocupação; via evoluindo no sentido de
modificação da sociedade (guerrilha de transformação); há guerrilha rural e guerrilha urbana. A
guerrilha urbana é a “ponte” para o terrorismo.
Ex: guerrilha chinesa e guerrilha vietnamita. Um dos maiores doutrinadores foi Che Guevara.

Em termos de estrutura, a guerrilha, tal como uma guerra subversiva, tem uma estrutura
complexa que resulta sobretudo de uma pluralidade de instrumentos e de esquemas de atuação
utilizados.

A nível interno A nível externo

 Ações clandestinas – constituição de  Diplomáticas – semelhantes às


uma estrutura político-administrativa e instituições diplomáticas dos Estados
militar, com a finalidade de enquadrar a soberanos, sobretudo na atuação por
população em causa. elas desenvolvidas, e com estas
 Ações psicológicas – obtenção de uma dialogantes e negociantes.
opinião favorável, indiferente ou pelo  Económico-sociais – angariadoras e
menos não-hostil, por parte dos canalizadoras do apoio financeiro,
indivíduos e dos grupos sociais do interior médico, farmacêutico, escolar e
do território em causa, em relação à assistencial em geral, para a guerrilha.
guerrilha, sua atuação e objetivos.  Propagandísticas – difusoras da
 Ações violentes – visam complementar propaganda de apoio à guerrilha para o
as anteriores no sentido da obtenção de território onde esta se desenvolve e para
participação ativa das populações “pelo o exterior.
cansaço físico e pelo medo”.  Militares – fornecedoras de treino
pessoal e material bélico à guerrilha.

Fases da Guerrilha:

 Fase Preparatória – desenvolvida em sigilo, preparação de estruturas político-


administrativas e de propaganda, e consolidação dos primeiros apoios externos.
 Fase de Agitação – ainda em sigilo, amplificação e consolidação da propaganda e da
estrutura político-administrativa. Criação de um ambiente de agitação e provocação
face à autoridade legal por meio de massas que têm opinião favorável à guerrilha.
 Fase da Violência (ou da guerrilha) – a estrutura político-administrativa guerrilheira
começa-se a tornar do domínio geral. Intensificação as ações violentas e surgem bandos
armados e militarizados e “santuários”, ou seja, bases ocultas e de difícil acesso
normalmente em territórios interiores ou em território vizinhos do exterior. Aumenta
cada vez mais aderentes à ideologia da guerrilha, a nível interno e externo.
 Fase do Estado subversivo – aumenta o número de bases no interior do território e de
“forças regulares” guerrilheiras. Surge também um autodenominado “governo no

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exílio”, ou seja, um governo dos rebeldes que se estabelece no estrangeiro, este por
vezes reconhecido por parte de alguns Estados soberanos.
 Fase da Insurreição Geral – transformação da guerrilha em guerra convencional.

6. Terrorismo (pp.409-435)
Terrorismo vem de “terror”, provocar o pânico é um meio para alcançar um fim político de
forma aos governos tomarem medidas que vão de acordo aos seus objetivos.

No entanto, nunca nenhum governo caiu devido ao terrorismo. Daí que a forma “mais
subversiva de subversão” é a guerra.

O terrorismo tem como características:

 Todo o terrorismo é um ato político;


 O terrorismo é instrumental, ou seja, é um meio e não um objeto final;
 Os seus propósitos imediatos dos mediados, partindo do princípio que estes últimos
nem sempre se apresentam evidentes;
 O critério do beneficio objetivo é fundamental para a definição da lógica do terrorismo;
O terrorismo apresenta-se geralmente uma tática montada contra a sociedade liberal primeiro-
mundista contra o capitalismo, que se manifesta pelo Globo.

Para que o fenómeno subversivo possa ser classificado como de terrorista é fundamental que
as suas ações tenham como objetivo central a difusão generalizada do medo na população
alvejada. Pode também ter outros objetivos centrais como sejam a eliminação de personagens
chave ou de alcançar objetivos propagandistas.

Sendo uma forma de subversão, as ações terroristas são necessariamente violentas,


destrutivas, empregando meios extraordinários, ilegais, clandestinamente preparadas,
intencionais, geralmente de curta duração, mas podendo ser repetitivas, e de ampliação
percetível.

Tipos de Terrorismo:

Os atentados visam a criação de um dano a um agente


Indiscriminado paciente indefinido ou irrelevante. Na 1ª década do séc. XXI,
o objetivo é matar o maior número de pessoas para causar
muito impacto independentemente da raça/religião/etc.
Ex: colocação de bombas em cafés, metropolitanos…;
Seletivo Os atentados visam atingir primordial e diretamente uma
(generalizado/indiferenciado) entidade determinada. É a utilização de uma ação violenta,
geralmente mortífera, contra uma personalidade chave,
havendo uma escolha prévia da(s) vítima(s). Por vezes, este
tipo de terrorismo é suficiente para por termo a um sistema.
Com a morte desse alguém ou de um grupo de pessoas,
consegue corromper-se o objeto pretendido.
 Magnicídio – morte de alguém supremo, superior;
 Regicídio – o atentado a D. Carlos teria posto fim à
monarquia se o seu filho mais novo não tivesse
sobrevivido;

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A questão da classificação do terrorismo pode compreender 5 aspetos categóricos que


permitam distinguir:

 O agente;
 O paciente;
 O meio;
 A justificação;
 O âmbito geopolítico;
 O plano estratégico prioritário;

Assim, o fenómeno do terrorismo poderá ser classificado de diversas formas:

Quanto a
proeminência com
forma de subversão
ou de combate
 Super-terrorismo;
Quanto ao meio  Terrorismo químico ou biológico;
empregue  Ciberterrorismo;

 Terrorismo como forma de subversão direta – causada por


circunstâncias exteriores à vontade humana;
Quanto ao agente  Terrorismo como forma de subversão indireta – decorre da
ativo vontade humana, em que podemos subdistinguir os agentes
que vão desde os “lobos solitários”, aos grupos armados, às
organizações internacionais…
Quanto à vítima Terrorismo seletivo ≠ terrorismo indiscriminado;
 Terrorismo psicológico – formas de constrangimento mental.
Divisão entre lado “bom” e lado “mau”, não tem medo de
morrer porque isso vai agradar a uma divindade.
Ex: religião; magia;
 Terrorismo de guerra – conflito militar efetivo no âmbito de um
equilíbrio de terror;
Ex: Guerra Fria
 Terrorismo político – compreende o terrorismo revolucionário,
o terrorismo sub-revolucionário e o terrorismo repressivo ou de
Estado;
 O contraterrorismo – anulação dos efeitos da ação terrorista
pelas mesmas vias;
O apoio multifacetado que certos estados concediam e continuam
a conceder ao treino, abrigo, santuário, financiamento, promoção
Terrorismo de de atividades terroristas. “O príncipe não pode pedir o amor dos
Estado seus súbditos, mas pode impor-lhes o medo”.
Ex: Filme “O Ultimo Rei da Escócia” e documentário “3 dias na Vida de um
Ditador”.

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Super-Terrorismo
Refere-se a uma nova fase da avançada terrorista abrangendo meios cada vez mais poderosos
e letais, de natureza biológica, química e nuclear, de conceção e execução transnacional,
correspondendo à época final do século XX e ao início do século XXI, portanto, ao período que
sucede à guerra fria.

Os incidentes e ataques terroristas que marcam esta nova era, acontecem em teatros de
operações invulgares e vão assumir proporções alarmantes com efeitos psicológicos
devastadores.

A sua ocorrência provocou um profundo trauma nas multidões, nas elites, e nos sistemas de
segurança norte-americanos, bem como nos universos afins, com estes intimamente
relacionados, ligados e deles apoiantes. Destacam-se os principais atentados que deram origem
à nova fase do Super-Terrorismo:

 Os atentados ao World Trace Center, em Nova Iorque, no ano de 1993;


 Os atentados ao edifício federal, em Ocklahoma, em 1995;
 A destruição das torres gémeas do World Trace Center, pela Al Qaeda, em 11 de
setembro de 2001;
 Ataque ao metropolitano de Tóquio com gás Sarin, em março de 1995;

Tipos de super-terrorismo e novos métodos terroristas


Forma mais barata de terrorismo, permite alterações de última hora, não
Ações suicidas necessita de resgaste e pode-se deslocar. Este sistema já é antigo, mas
de larga escala foi adaptado, atualmente, no terrorismo indiscriminado, em especial,
promovido pelo fundamentalismo islâmico, em virtude das promessas do
mesmo sistema de ação;
Exemplo, “lobo solitário”, pessoas sem aparente ligação a uma organização com
formação feita à distância.
Terrorismo Opta-se pelas armas químicas em prol das armas nucleares, pois estas
químico e são mais baratas e mais fáceis de arranjar. As biológicas implicam
biológico laboratórios para manutenção e para a criação de um antidoto, mas as
consequências são incontroláveis.
Ex: ataque ao metropolitano de Tóquio com Gás Sarin; o Iraque de Saddam
Hussein (conhecido por “Ali o químico”, que usou gás de nervos letal VX contra
minorias étnicas do seu próprio país;
Terrorismo Miniaturização do armamento nuclear. Todavia, esta é deixada para
nuclear segundo plano para o terrorismo químico e biológico.
A internet serve objetivamente os interesses mundiais do terrorismo
como:
 Fórum para terroristas e sites para fornecer formação específica e
Ciberterrorismo instruções concretas para a construção semiprofissional ou artesanal
de bombas, de explosivos o de outras fórmulas terroristas de atuação
concreta (formação terrorista à distância);
 Meio de ataque a redes de informática que suportam sistemas vitais
de países e de organizações internacionais;
 Sistema financeiro;
Informação terrorismo clássico da propaganda terrorista, onde um dos objetivos
quase primordiais a atingir é o do combate psicológico sobre a moral da
instantânea e o

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“terrorismo- retaguarda dos adversários. Normalmente a propaganda era insidiosa e


espetáculo” originariamente identificável.
Ex: os grandes meios de comunicação social são cadeias de informação
insuspeitas, orientadas pelo profissionalismo jornalístico e pela autenticidade
factual, mas que objetivamente colaboram com as intenções dos terroristas no
seu combate psicológico.

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