Resumo Parto e Disto
Resumo Parto e Disto
Resumo Parto e Disto
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OBSTETRÍCIA Prof. Ana Souza|Distocia e Partograma 2
APRESENTAÇÃO
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Doc, você está prestes a
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começar o estudo de um dos temas
mais relevantes para sua prova de
Obstetrícia. Sabe aquele que não
pode faltar na sua programação de
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revisão? Partograma e distocia são
temas assim. Você perceberá que o
diagnóstico das distocias pode ser feito pela interpretação do
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Distocia.
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@profa.anasouza
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Prof. Ana Souza|Distocia e Partograma 3
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Antes de começar, quero alertá-lo que muitas questões sobre partograma e distocia associam conceitos de bacia obstétrica,
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mecanismo de parto, estática fetal e fases clínicas do parto. Por isso, sugiro que, antes de continuar, você estude esses temas nos livros
sobre bacia obstétrica, pelvimetria, estática fetal, mecanismo de parto e fases clínicas do parto. Agora, uma vez que já os tenha estudado,
é momento de prosseguirmos no entendimento da evolução do trabalho de parto e como registrá-la adequadamente.
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Ao concluir esse estudo, você deve ser capaz de:
Estratégia
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OBSTETRÍCIA Distocia e Partograma Estratégia
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SUMÁRIO
1.0 PARTOGRAMA 5
2.0 DISTOCIA 11
3.0 LISTA DE QUESTÕES 23
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 24
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CAPÍTULO
1.0 PARTOGRAMA
• O QUE É O PARTOGRAMA?
É a forma de representar graficamente o trabalho de parto, permitindo que seja adequadamente acompanhado,
avaliado e documentado.
• QUAIS SÃO OS PARÂMETROS DO TRABALHO DE PARTO QUE PODEM SER REGISTRADOS NO PARTOGRAMA?
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O partograma permite o registro de informações, como:
•
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Dilatação cervical.
Altura da apresentação fetal.
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• Variedade de posição fetal.
• Frequência cardíaca fetal.
• Número e intensidade das contrações.
• Características da bolsa e do líquido amniótico.
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• Intervenções realizadas durante assistência ao trabalho de parto, como orientação de banho, uso de ocitocina e analgesia.
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de Residência Médica, inclusive podendo aparecer sozinho, sem o restante do DE OLHO NA PROVA PRÁTICA
documento. Nele, as linhas associam-se ao registro da dilatação e da altura da apresentação
Esse é um tema importante tanto
fetal.
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A dilatação cervical é representada classicamente por um triângulo ( ) ou por um xe para sua prova teórica quanto para
sua prova prática. O examinador
registrada segundo uma escala de um a dez centímetros, localizada à esquerda do partograma.
pode solicitar que você preencha o
Já a altura da apresentação fetal é representada por uma circunferência ( ), determinada
partograma ou que o interprete.
segundo a escala dos planos de De Lee ou de Hodge, que, em geral, fica à direita do partograma.
PLANOS DA BACIA
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semelhante aos planos de De Lee, mas pouco usados na
prática clínica. É importante que você saiba que o terceiro
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plano de Hodge corresponde ao plano zero de De Lee.
A variedade de posição fetal é representada graficamente pelo ponto de referência da apresentação fetal dentro da circunferência que
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indica a altura da apresentação. O ponto de referência fetal deve ser posicionado para a direção correspondente ao ponto de referência da
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pelve materna. Perceba que, ao conhecer a variedade de posição, você também conhece a variedade da apresentação fetal.
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Por exemplo, o ponto de referência das apresentações cefálicas fletidas é o lambda, que é representado por um Y, enquanto o bregma,
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representado por um losango ( ), se relaciona à apresentação cefálica defletida de primeiro grau. Observe abaixo os pontos de referência
da pelve materna e um exemplo da representação gráfica usada no partograma para simbolizar as variedades de posição occípito-esquerda
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Na figura abaixo, observe os pontos de referência da pelve materna. Note que as variedades posteriores estão
voltadas para os pontos próximos ao sacro e as anteriores, aos pontos próximos à pube. Cuidado para não
confundir direita e esquerda. Considere sempre que a gestante está em posição ginecológica a sua frente e você é
seu examinador. Esquerda e direita, anterior e posterior, sempre em relação à gestante!
ATENÇÃO, sua perspectiva do corte da bacia será o contrário ao apresentado na figura abaixo com relação aos
pontos anteriores e posteriores.
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Figura 2. Pontos de referência da pelve materna.
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Lembre-se, ainda, de que os espaços em branco são preenchidos pelas letras que simbolizam os pontos de
referência da apresentação fetal. Observe os exemplos de variedade de posição abaixo:
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Figura 3. Representação gráfica utilizada no partograma para indicar as variedades de posição occípito-esquerda anterior (OEA) e bregma
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Nos blocos seguintes do partograma, é possível registrar a frequência cardíaca fetal e o número e a intensidade das
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contrações. Vale ressaltar que os batimentos cardíacos fetais devem variar entre 110 e 160 bpm para serem considerados
normais. Quanto ao registro das contrações, quadrado totalmente preenchido ( ) representa contração forte, meio quadrado
preenchido ( ) simboliza contração moderada e apenas um traço diagonal sem preenchimento ( ) indica que a contração
é fraca.
Durante a fase de dilatação, espera-se, em média, a presença de duas a três contrações moderadas, enquanto, no período expulsivo,
a dinâmica uterina esperada é de quatro a cinco contrações fortes.
Informações, como se a bolsa das águas está íntegra, ou não, e o aspecto do líquido amniótico, também podem ser registradas no
partograma. Familiarize-se com as siglas utilizadas para registro dessas características:
• BI – bolsa íntegra.
• BRE – bolsa rota espontânea.
• BRA – bolsa rota artificialmente (realizada amniotomia).
• LC – líquido claro.
• MEC – líquido com aspecto meconial. Pode sugerir sofrimento fetal.
No último grande quadrado, caso a parturiente esteja em uso de ocitocina e analgesia, é possível descrever a dosagem de ocitocina
utilizada e o tipo de analgesia.
Doc, esses são os elementos que compõem o partograma e permitem que informações importantes sobre a evolução de trabalho de
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parto sejam registradas e transmitidas. Observe a figura abaixo. Nela, estão destacados cada um dos parâmetros descritos até aqui. Atente-se
para o local de registro e os símbolos utilizados para cada um dos componentes avaliados no partograma.
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As duas linhas diagonais, paralelas uma à outra, no campo de registro da dilatação cervical e da altura da apresentação fetal são a linha
de alerta e a linha de ação. Elas têm a função de permitir que as distocias sejam prontamente identificadas, mesmo por examinadores com
pouca experiência obstétrica.
As linhas de alerta e de ação são desenhadas no partograma quando se inicia o registro da dilatação cervical. A linha de alerta é traçada
a partir da hora seguinte ao registro do primeiro toque vaginal e a linha de ação é traçada quatro horas após, ou seja, na quarta coluna à
direita da linha de alerta.
ATENÇÃO: as linhas de alerta e de ação referem-se sempre à dilatação cervical, não à altura da apresentação. De maneira prática: esteja
de olho nos triângulos (não nas circunferências) até a dilatação cervical atingir dez centímetros. Caso os triângulos ultrapassem a linha de
alerta, desconfie de parto distócico.
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ZONAS DO PARTOGRAMA
A partir das linhas de alerta e de ação, o partograma pode ser dividido em três zonas. Esse conceito raramente é
cobrado nas provas de Residência Médica, mas pode ser seu diferencial para acertar uma questão. As zonas são:
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• Zona I ou A – antes de atingir a linha de alerta.
• Zona II ou B – entre a linha de alerta e a linha de ação.
• Zona III ou C – após ultrapassar a linha de ação.
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Doc, sempre que você for avaliar um partograma, a primeira coisa que deve ter em mente é definir se é de um parto eutócico ou de
um parto distócico. Quando o parto evolui da maneira fisiológica esperada, ele é denominado de eutócico. Porém, caso a dilatação cervical,
a descida ou o desprendimento fetal não ocorram como o esperado, denomina-se parto distócico.
Nesse ponto, você deve ter percebido que avaliar a evolução do trabalho de parto registrado no partograma, assim como fazer o
diagnóstico de distocias, depende de você ter clareza sobre a evolução fisiológica do primeiro e segundo períodos do parto. Lembre-se de
que eles estão detalhados no livro digital Fases clínicas do parto, juntamente ao terceiro e quarto períodos. No quadro a seguir, destaco as
principais características de cada um deles para facilitar sua memorização.
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1º E 2º PERÍODOS DO PARTO
• O primeiro período do trabalho de parto é a fase de dilatação – espera-se dinâmica uterina de duas a três
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contrações moderadas a cada dez minutos e que a dilatação cervical ocorra na velocidade de cerca de um
centímetro por hora.
• O segundo período é a fase de expulsão ou período expulsivo – inicia quando a dilatação cervical é completa
(dez centímetros) e termina quando o feto se desprende do corpo materno.
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• Intervalo de tempo tolerado para o período expulsivo:
• Parturiente NÃO analgesiada – uma hora nas multíparas e até duas horas em primíparas;
• Parturiente ANALGESIADA – duas horas nas multíparas e três horas em primíparas.
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partograma abaixo, uma vez que identificar o que está alterado é mais simples
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É comum o avaliador apresentar um partograma de parto eutócico esperando que você fique inseguro em interpretá-lo como tal.
Cuidado com a pegadinha!
Muito bem, agora que você sabe o que é partograma e como a evolução do trabalho de parto é registrada nele, vamos iniciar o estudo
do diagnóstico das distocias e associá-lo à interpretação do partograma.
CAPÍTULO
2.0 DISTOCIA
• O QUE É DISTOCIA E POR QUE ELA ACONTECE?
Chamamos de distocia toda evolução do trabalho de parto que ocorre de forma diferente da esperada.
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Entender por que ocorre o parto distócico fica mais fácil quando se percebe que a evolução do trabalho de parto
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depende da harmonia de três fatores:
Assim sendo, as alterações na evolução do parto podem ocorrer por alterações nessas três esferas e qualificar tipos diferentes de
distocia. É isso que explicarei nos próximos itens desta leitura.
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O canal de parto é caracterizado tanto pelas peculiaridades das partes moles da pelve materna quanto pelas características da bacia
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óssea. A distocia de trajeto caracteriza-se por alterações em qualquer um desses componentes do trajeto do parto que impeçam a passagem
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do feto.
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Causas de distocia de trajeto relacionadas a alterações de partes moles que compõem o canal de parto e acarretem a obstrução da
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passagem fetal são: miomas cervicais, estenose ou edema de colo, septos vaginais e condilomas acuminados gigantes.
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Quanto às causas relacionadas às partes ósseas, elas geralmente são abordadas na sua prova relacionadas às características da
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completado plenamente seu desenvolvimento, e que impossibilita o parto vaginal. Sendo assim, se esse for o diagnóstico da avaliação da
gestante, deve-se indicar parto via alta, ou seja, cesariana.
Observe na tabela abaixo os achados que sugerem que a pelve seja desfavorável ao parto vaginal e aproveite para relembrar quais são
os parâmetros da pelvimetria pesquisados na avaliação do estreito superior, médio e inferior da bacia materna:
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Quanto aos diferentes tipos de bacia obstétrica, que, de acordo com suas características, podem favorecer ou não a insinuação e
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progressão do feto pelo canal de parto, observe na tabela abaixo sua classificação segundo Caldwell e Moloy e, em destaque, sua relação com
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possíveis distocias:
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Tabela 2. Tipos de bacia obstétrica pela classificação de Caldwell e Moloy e sua relação com partos distócicos.
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• Tamanho fetal
• Apresentação fetal
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(figura 9). Isso porque, nessas apresentações, os diâmetros fetais apresentados
ao canal de parto são muito grandes para permitir sua progressão pela pelve
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Figura 8. Apresentação córmica.
materna.
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Mais uma vez, a resolução da gestação nessas situações deve seguir a indicação de
parto cesáreo, já que o feto não tem condições de progredir pelo canal de parto.
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Figura 11. Desprendimento cefálico.
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Observe na figura 12 um exemplo de partograma com o registro
dessa distocia. Note que a descida da apresentação fetal evoluiu
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• O QUE É DISTOCIA DE MOTOR?
A distocia de motor ou distocia funcional está relacionada a alterações na contratilidade uterina, seja por excesso
ou por falta/incoordenação de contrações. A classificação de Goffi para distocias funcionais propõe que sejam divididas em:
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• Distocia por hipoatividade
• Distocia por hiperatividade.
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• Distocia de dilatação
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Distocia funcional por hipoatividade é aquela em que as de cinco contrações uterinas ou mais durante o intervalo de dez
contrações uterinas são insuficientes em número ou intensidade minutos e pode ocorrer com ou sem obstrução.
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para promover a dilatação cervical esperada de um centímetro por No caso das distocias por hiperatividade sem obstrução, o
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hora. Pode ser primária, quando desde o início o trabalho de parto parto evolui muito rapidamente e é chamado de taquitócito. Esse
se desenvolve de forma lenta, ou secundária, quando o trabalho de conceito será abordado detalhadamente a seguir.
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do processo. materna, que, ao não progredir pelo canal de parto, pode acarretar
Para corrigi-la, utilizam-se medidas que estimulem a atividade intensas contrações uterinas que buscam impulsioná-lo pela pelve.
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uterina, desde medidas mecânicas, como estimular a deambulação A presença de tumores cervicais, como um mioma volumoso
da parturiente, quanto intervenções, como amniotomia ou próximo ao colo uterino, pode resultar em parto obstruído também.
prescrição de ocitocina endovenosa. Caso essa situação não seja diagnosticada e seja realizado o parto
Já a distocia funcional por hiperatividade se caracteriza por via alta, pode haver rotura uterina, especialmente em mulheres
atividade uterina maior do que a esperada para fase do trabalho com cicatriz uterina anterior.
de parto, isto é, por taquissistolia, que é definida como a presença
Distocia por hipertonia relaciona-se ao aumento do de dinâmica uterina adequada ao primeiro período do parto, a
tônus uterino, seja por contrações uterinas tão frequentes que dilatação cervical deixa de evoluir ou passa a ocorrer lentamente.
não permitem o relaxamento adequado do útero, seja por Abordaremos melhor essa distocia a seguir.
superdistensão uterina, como nos casos de gestações múltiplas ou Doc, a classificação de Goffi não é a que geralmente aparece
polidrâmnio, ou, ainda, por descolamento prematuro de placenta, nas provas de Residência Médica. É mais comum que as questões
que classicamente se associa à hipertonia uterina e sempre deve abordem a classificação das distocias a partir da interpretação do
ser aventado diante da percepção do aumento do tônus uterino. A partograma. Porém, apresentei essa classificação a você, porque
hipertonia uterina pode acarretar sofrimento fetal por redução do esses conceitos podem ajudá-lo a compreender melhor o que
aporte de oxigênio e pode estar associada ao uso inadequado de estudaremos a seguir.
ocitocina. Antes de prosseguirmos, quero dar uma dica, acredito que
Quanto à distocia de dilatação, ocorre quando, apesar irá ajudá-lo no entendimento dos próximos itens deste livro.
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A avaliação do partograma permite identificar rapidamente se o trabalho de parto não está evoluindo como o esperado e, a partir
dessa interpretação, as distocias podem ser classificadas em:
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Essa é a classificação adotada pelo Ministério da Saúde. É com ela que você se deparará, mais frequentemente, ao resolver questões
sobre esse tema.
A seguir, apresentarei cada uma dessas distocias associadas a seus respectivos exemplos de representação gráfica no partograma.
Considero importante que você esteja familiarizado com o “jeitão” de cada um deles para resolver com mais facilidade as questões que
encontrar sobre esse tema na sua prova.
Vamos lá?
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O parto taquitócito é mais comum em multíparas e está relacionado a complicações,
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como hipotonia uterina, lesão de trajeto do canal de parto e hemorragia ventricular no
recém-nascido, por não haver tempo para acomodação dos tecidos maternos e fetais
devido ao rápido desprendimento fetal.
Diante do diagnóstico de partos taquitócitos, é importante assumir condutas que
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minimizem os riscos maternos e fetais e que permitam tratar precocemente possíveis
complicações. Entre elas, podemos citar:
uterina;
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as contrações uterinas;
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houver lesões.
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Quando você se deparar com partogramas em que a linha de dilatação, ou seja, a linha dos triângulos está
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muito verticalizada à esquerda da linha de alerta, desconfie de que se trata de um parto taquitócito. Confirme
sua suspeita diagnóstica verificando se o parto ocorreu em um intervalo de até quatro horas.
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Como você já sabe, a distocia de dilatação caracteriza-se por, apesar de haver contrações uterinas em número e intensidade adequadas
para a fase do trabalho de parto, não ocorrer progressão da dilatação cervical. Acredita-se que contrações uterinas incoordenadas sejam
responsáveis por esse tipo de distocia. Vale ressaltar que alterações na contratilidade uterina podem também ser chamadas de discinesia
uterina.
A distocia de dilatação pode ser classificada em fase ativa prolongada ou em parada secundária da descida.
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parto se registrava três contrações moderadas, há apenas contrações uterinas fracas na
última hora de avaliação, caracterizando a discinesia uterina associada ao quadro.
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A conduta diante desse diagnóstico deve ser assumir medidas para otimizar
a contratilidade uterina, como estimular deambulação, amniotomia e prescrição de
ocitocina. A conduta diante de dinâmica uterina ineficiente durante o trabalho de parto
está detalhada no livro digital Assistência ao trabalho de parto.
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Figura 15. Fase ativa prolongada.
• O QUE É PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO?
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cervical que não evolui em pelo menos dois toques vaginais consecutivos
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com intervalo de ao menos duas horas entre eles com dinâmica uterina
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adequada.
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que as contrações uterinas são adequadas para a fase de dilatação, não se tratando
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Até aqui, estudamos as distocias de dilatação. Perceba que são distocias, portanto, que ocorrem durante o primeiro período do parto,
a fase de dilatação. Nos próximos itens, estudaremos as distocias de descida.
Distocias de descida caracterizam-se por partos que não evoluem como o esperado após a dilatação cervical ser total, portanto são
distocias que se relacionam ao período expulsivo. A distocia de descida pode ser classificada em parada secundária da descida ou em período
expulsivo prolongado.
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• O QUE É PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA?
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A parada secundária da descida caracteriza-se por parada
da progressão da apresentação fetal pelo canal vaginal por mais
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de duas horas quando a dilatação cervical é total, ou seja, é de dez
centímetros.
Note no partograma da figura 17 que, nos casos de
parada secundária da descida, se observa a horizontalização das
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A causa mais comum desse tipo de distocia, frequentemente abordada nas provas de Residência
Médica, é a desproporção cefalopélvica. Nesses casos, o feto não progride pelo canal de parto devido à
incompatibilidade entre os diâmetros da pelve para adequada acomodação dos diâmetros fetais, seja por
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tamanho do feto, apresentação fetal, variedade de posição ou características da bacia obstétrica. A parada
da descida da apresentação fetal costuma ocorrer próxima do plano zero de De Lee, uma vez que esse é o
ponto mais estreito da pelve materna relacionado às espinhas isquiáticas.
Vale ressaltar que, por se tratar de um parto obstruído, muitas vezes se nota hiperatividade uterina associada, como já estudamos em
itens anteriores. O tratamento é sempre o parto cesáreo, uma vez que se trata de uma distocia não corrigível em que o feto não progride pelo
canal de parto.
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contribuindo para a descida lentificada da apresentação fetal e que, se presente,
deve ser corrigida com uso de medidas, como amniotomia ou ocitocina, para
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otimizar a dinâmica uterina de forma que o feto seja impulsionado adequadamente
pelo canal de parto.
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Figura 18. Período pélvico prolongado.
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Condições fetais também podem contribuir para que o período pélvico prolongado ocorra. Fetos
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macrossômicos tendem a descer mais lentamente pelo canal de parto, assim como fetos em apresentação
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cefálica defletida de terceiro grau (figura 19) ou ainda em variedades de posição posteriores (figura 20),
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por terem maior dificuldade de acomodação à pelve materna, podem relacionar-se a maiores intervalos
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Figura 20. Variedades de posição posteriores da apresentação cefálica fletida. Occípito-direita posterior (ODP), occipitosacra (OS), occípito-esquerda posterior (OEP).
O assinclitismo persistente também pode dificultar a progressão fetal do estreito superior ao inferior da bacia materna. Você estudou
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esse conceito no livro sobre Mecanismo de parto. Observe, na figura 21, a representação do assinclitismo posterior e anterior e do sinclitismo
para ajudá-lo a memorizá-los.
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Quanto à conduta, diante do diagnóstico de período expulsivo prolongado, comumente, é mais indicado o uso do fórcipe, desde que
haja condições para sua aplicabilidade, visando auxiliar no desprendimento fetal.
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CAPÍTULO
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CAPÍTULO
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5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Doc,
Concluímos o estudo dos principais aspectos sobre partograma e distocias. Espero que este material tenha sido útil para fortalecer seus
s.
conhecimentos sobre o assunto. A chave para acertar as questões sobre esses temas é habituar-se ao “jeitão” de cada partograma e treinar!
Resolver as questões vai ajudá-lo a sedimentar esse conhecimento.
Aguardo seus comentários e possíveis questionamentos. Não subestime nenhuma dúvida, todas podem ser importantes para seu
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Até a próxima!
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@profa.anasouza
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