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A pecuária leiteira brasileira é um setor de grande importância econômica e social para o país. A cadeia produtiva de
leite e seus derivados têm um papel muito importante na economia brasileira. De acordo com o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, tendo uma produção de mais de
34 bilhões de litros por ano. Nossa produção é predominante em pequenas e médias propriedades, trazendo renda para
cerca de 4 milhões de pessoas.
O Sul continua na vanguarda da inovação tecnológica da pecuária leiteira, mas agora é seguido de perto por outras
importantes macrobacias, como Minas Gerais e Nordeste Oriental. Portanto, há indicativos de concentração
tecnificada da produção leiteira em regiões do território nacional, ou seja, pode estar surgindo uma perspectiva de
competitividade territorial, com formação de mão de obra, assistência técnica e todos os serviços necessários para o
desenvolvimento da produção leiteira.
De maneira geral, as raças de bovinos de leite são divididas em Taurinas e Zebuínas. As raças Taurinas são animais
provenientes da Europa, apresentam alta produtividade e desempenho, porém são animais com baixa rusticidade, ou seja,
animais mais sensíveis às condições climáticas e de manejo. Portanto, são animais mais adaptados a regiões onde as
temperaturas são mais amenas, como a região Sul.
As raças Taurinas mais comuns no Brasil são a Holandesa, Jersey e a Pardo Suíça. As vacas holandesas, por exemplo, são
reconhecidas pelo seu alto potencial produtivo, porém sua produção diminui significativamente nos dias mais quentes do
ano, mesmo em regiões de clima mais ameno como a região sul. A zona termoneutra (temperatura ideal), para vacas
holandesas, situa-se entre 5 e 26oC. Por esse motivo, o uso de ferramentas como ventilação e aspersão são
imprescindíveis para manter a produção de leite/animal/dia estável.
Temos também a Raça brasileira Girolando, a qual foi formada através do cruzamento entre uma raça Taurina
(Holandesa) e uma raça Zebuína (Gir), com objetivo de aliar as características produtivas e precoces da raça
Holandesa com a rusticidade e adaptação a climas mais quentes da raça Gir. É uma raça que se adapta bem a
praticamente todas as regiões brasileiras.
Por esses motivos, antes de iniciar a criação de gado de leite, é importante que o pecuarista saiba e seja muito bem
orientado por um técnico da área, sobre qual é a melhor raça para o seu sistema de produção e para as
características ambientais ao qual sua propriedade está inserida. No Brasil, as raças mais utilizadas nos sistemas de
produção leiteira são a Holandesa e a Girolanda.
Serem animais longevos e saudáveis, pois permanecem na propriedade por no mínimo 5 lactações.
No Brasil, é bastante utilizada na região sul do país (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Por ser uma raça
originalmente de regiões frias, tem baixa tolerância a climas mais quentes. No entanto, como já mencionado
anteriormente, é uma raça muito utilizada em cruzamentos, melhorando os índices de produção leiteira do país como
um todo.
A produção de leite de animais da raça Holandesa varia conforme o sistema de produção e o manejo adotados na
propriedade. No Rio Grande do Sul existem registros de controle leiteiro em fazendas acompanhadas, com produção
média do rebanho de 30 a 40 litros/animal/dia.
Classificação, Raças e panorama produtivo e manejo nutricional de bovinos de Leite.
Raça Jersey
A Jersey é uma raça europeia mais rústica, adaptando-se facilmente com boa produção de leite, alta fertilidade e grande longevidade.
Ela é a segunda melhor raça leiteira. Os animais são de pequeno porte, com pelagem parda variando de pardo escuro ao amarelo claro. O
leite apresenta elevados teores de proteína e gordura. A primeira parição pode ocorrer entre 15 e 18 meses de idade, e a produção média
de leite é de 3.500 a 5.500 kg em 305 dias de lactação.
De origem europeia, essa raça é mais rústica, ou seja, se adapta com mais facilidade. Igualmente, o gado Jersey é eleito a segunda
melhor raça leiteira, pois, possui boa produção de leite, alta fertilidade e grande longevidade.
Essa raça é uma das mais antigas do mundo e é conhecida por sua
adaptação a climas quentes. A idade das novilhas ao primeiro parto é
de 30 meses. Originadas na Europa, as vacas dessa raça podem ser
usadas para produção de carne, porém a raça é predominantemente
usada na produção leiteira. Possui uma pelagem parda clara a
cinzenta escura, são animais rústicos e com alta fertilidade e
longevidade. A princípio, a parição inicia-se a partir dos 30 meses. A
produção média de leite é de cerca de 2.500 litros em 200 dias de
lactação.
Além disso, o gado zebu destaca-se por ter eficiência produtiva mesmo com alimentos de baixa qualidade
nutricional.
A raça Girolando é responsável por 80% do leite produzido no Brasil. Um dos benefícios das raças mestiças é a
questão do preço comparado às raças puras, no caso do Girolando o valor é menor e a média de produção de leite é
ótima, aproximadamente 5.061 kg em 283 dias.
Por essas características, a raça Girolando é, atualmente, referência em produção de leite para países do clima
tropical e subtropical.
Classificação, Raças e panorama produtivo e manejo nutricional de bovinos de Leite.
Raça Girolando A raça Guzolando tem origem do cruzamento entre o
Guzerá e o Holandês, é um dos cruzamentos mais indicados
para o gado leiteiro. Esses animais conseguem se manter
férteis e produzir leite por um longo período. Unindo as
vantagens das duas raças, a forte aptidão à produção de
leite é característica do Holandês, e a sua rusticidade e
aptidão à produção de carne vêm do Guzerá.
Segundo a Associação dos criadores de Guzerá e Guzolando
do Brasil, uma Guzolando tem condições de produzir cerca
de 25 a 30kg de leite por dia quando em confinamento e
até 10 kg quando criados exclusivamente no pasto.
As fêmeas Guzolando produzem por 10 anos ou mais, com
aumento progressivo da produtividade desde a primeira
lactação. Parte dessa longevidade do Guzolando vem do
úbere herdado do Guzerá.
Outra característica transmitida pela raça zebuína é a rusticidade, garantindo um manejo mais fácil do Guzolando nas
mais diversas regiões do Brasil e custos menores de produção relacionados à sanidade e à alimentação.
Existem várias opções de raças e cruzamentos para produção de leite. As principais são:
A. Raça europeia pura, especialmente selecionada para produção de leite, como a Holandesa (H), a Pardo-Suíça ou
Schwyz, a Jersey, a Guernsey e a Ayrshire. Dessas a mais conhecida e difundida é a Holandesa;
B. Raça europeia de dupla-aptidão (produção de leite e de carne), como a Simental, Dinamarquesa, Red Poll. Dessas a
mais conhecida é a Simental;
C. Raças Zebu Leiteiras (Gir; Guzerá; Sindi etc.) e
D. Vacas mestiças, derivadas do cruzamento de raça europeia com uma raça zebuína, em vários graus de sangue.
Uma ou a outra opção depende de vários fatores, como: sistema de produção, clima, topografia do terreno
(localização da propriedade) etc., bem como da preferência pessoal do produtor. Sem dúvida nenhuma, o sistema de
produção a ser empregado na propriedade é o item mais importante a ser considerado na escolha da raça ou do
cruzamento.
Classificação, Raças e panorama produtivo e manejo nutricional de bovinos de Leite.
Panorama da pecuária leiteira do Brasil
Atuante no país há muitas décadas, a cadeia produtiva do leite e seus derivados possui grande representatividade
para o agronegócio brasileiro.
Com 34 bilhões de litros por ano, com produção em 98% dos municípios brasileiros, a pecuária leiteira tem sua
predominância em pequenas e médias propriedades que empregam cerca de 4 milhões de pessoas.
As projeções do agronegócio da Secretaria de Política Agrícola, estimam que, para 2030, irão permanecer os produtores
mais eficientes, que se adaptarem à nova realidade de adoção de tecnologia, melhorias na gestão e maior eficiência
técnica e econômica.
O sistema de produção a ser adotado é decorrente do desempenho dos animais existentes e das práticas de manejo
utilizadas na propriedade. Este desempenho pode ser estimado pela média da produção de leite por lactação, produção
de leite diária, dentre outros.
Na escolha do recurso genético mais adequado para a propriedade em questão, de acordo com o nível de criação e
produção, deve-se considerar:
Em propriedades com médias de produção de leite acima de 4.200 kg por lactação, devem ser empregadas as raças
europeias especializadas, sendo a Holandesa a mais difundida;
Em propriedades com produções de leite entre 2.800 e 4.200 kg por lactação, têm-se como opção o cruzamento
alternado com repetição do europeu, o uso de fêmeas F1 ou o uso de vacas 3/4 Holandês x Zebu;
- para fazendas com produções de leite inferiores a 2.800 kg por lactação, deve ser adotado o cruzamento alternado
simples (Europeu x Zebu); como opção existe a raça Girolando (5/8 Holandês + 3/8 Gir) e as raças Zebu leiteiras.
A cadeia produtiva do leite é uma das principais atividades econômicas do Brasil, com forte efeito na geração de
emprego e renda. Presente em quase todos os municípios brasileiros, a produção de leite envolve mais de um milhão de
produtores no campo, além de gerar outros milhões de empregos nos demais segmentos da cadeia.
Graças a adoção de novas tecnologias foi possível um aumento significativo da produtividade dos animais, da terra e
da mão de obra e consequentemente da escala de produção das fazendas. Dessa forma, o Brasil se tornou o terceiro
maior produtor de leite do mundo, mas ainda com um grande potencial a ser explorado, principalmente em termos de
ganhos de produtividade, de modo a se tornar também um dos principais players do mercado global de leite e derivados.
Assim como ocorreu com outros segmentos do agronegócio brasileiro, os avanços tecnológicos foram, e continuam
sendo, essenciais para elevar a produtividade e o bem-estar dos animais.
Muitas são as tecnologias que vêm consolidando gradativamente o importante papel do setor leiteiro no agronegócio
nacional, com atuação em diferentes etapas da cadeia produtiva.
Essas tecnologias são muito além dos softwares de gestão da fazenda ou ordenhadeiras cada dia mais eficientes.
Englobam também diferentes biotecnologias e nutrição cada dia mais eficientes, o que proporciona um melhor
desempenho e crescimento do setor como um todo.
Medidores de atividades dos animais como colares, melhorando reprodução, saúde, controle de doenças, bem-estar.
Adoção das ordenhas canalizadas, com extratores e lavagem automática para melhor precisão dos procedimentos e
agilidade no tempo. Hoje já existem vários tipos de ordenha, como, as tradicionais, robotizada e carrossel, com cada uma
atendendo um tipo de necessidade;
No entanto, o manejo nutricional não se resume apenas à dieta. Outros fatores também são importantes, como a qualidade da água. A água limpa e fresca é essencial para
o consumo adequado de alimentos pelos animais, afetando a quantidade e a qualidade do leite produzido. A água também é crucial para o funcionamento adequado do
sistema digestório e outras funções vitais dos animais.
A qualidade da ração e dos suplementos também desempenha um papel importante no desempenho produtivo e reprodutivo dos animais, além de melhorar o
sistema imunológico. O espaço disponível no cocho também afeta a ingestão de alimentos, sendo importante observar se a dieta formulada está sendo
efetivamente consumida pelos animais.
Qualidade da ração: rações e suplementos de qualidade contribuem para um bom desempenho produtivo e reprodutivo, além de
melhorar o sistema imune.
Espaço de cocho: limitações de espaço no cocho reduzem a ingestão de alimentos. É importante observar os lotes para adequar a
dieta formulada com a dieta que efetivamente está sendo consumida pelos animais.
Conforto animal: animais sob estresse térmico reduzem o consumo de alimentos e afeta a produção de leite e a reprodução.
Saúde animal: animais doentes ou debilitados não ingerem quantidades suficientes de alimento, prejudicando o seu desempenho.
Alimento volumoso — rico em fibras, importante para o bom funcionamento do rúmen, escolha a espécie de forrageira
que mais se adapta à sua região (que seja resistente à seca, encharcamento de solo ou geadas) e faça o manejo das
pastagens. O pastejo rotacionado garante a qualidade do pasto e a limitação do acesso do gado em determinados locais,
durante certa época, assegura o desenvolvimento do pasto;
sal mineral, que fornece os macros e microminerais essenciais para o funcionamento do metabolismo;
alimento concentrado, que provê a quantidade de proteína e energia necessárias para atender os requerimentos da
produção.
Além disso, os suplementos contêm nutrientes que estão em sua forma mais digerível e aditivos que mantêm a saúde
do epitélio do trato digestivo. Isso faz com que os animais absorvam melhor os nutrientes, elevando a eficiência
alimentar e evitando o desperdício. Portanto, estabeleça as suas metas produtivas e procure orientação de profissionais
especializados em nutrição animal para que, juntos, cheguem à fórmula ideal para o seu rebanho. Procure fornecedores
idôneos e que tenham produção de excelência em suplementos.
Uma vez entendido que e como os fatores externos influenciam a produção do gado leiteiro, é possível traçar estratégias
para manter ou aumentar a produtividade.