Exame Físico Do Abdomen

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EXAME FÍSICO DO

ABDOME:
APARELHO DIGESTÓRIO
NIS II
Profa Patrícia Garcia
2020.1
EXAME FÍSICO DO ABDOME:
APARELHO DIGESTÓRIO
EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO
INTRODUÇÃO
A instalação de um processo patológico em qualquer parte
do aparelho pode gerar problemas diversos.

• Determina problemas relacionados à ingestão, digestão e


absorção de água, nutrientes, eletrólitos e eliminação de
substâncias não aproveitadas;
• Problemas manifestam-se por sinais e sintomas
detectados por meio da anamnese, exame físico,
complementados de exames diversos.
• Respeitar os medos, os anseios e os valores do paciente
e adotar uma atitude que gere confiança.
EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO
PLANEJAMENTO DO EXAME FÍSICO
Preparando o ambiente: mobiliário, iluminação,
ventilação, garantir a privacidade do paciente, etc.
Preparando o material: balança antropométrica,
estetoscópio, régua milimetrada (20 cm), fita métrica,
caneta marcadora, travesseiros pequenos, relógio com
marcador de segundos e luvas de procedimento se
necessário;
Preparando o paciente: Decúbito dorsal com os braços
estendidos ao longo do corpo, bexiga vazia, travesseiro sob
a cabeça e o outro sob os joelhos, expor toda a área do
abdome poupando os genitais. Região posterior sentado.
*EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO

ENTREVISTA
• Hábitos sobre funcionamento do trato digestório;

• Sinais e sintomas a este relacionados;

• Queixa atual; Início, duração e intensidade;

• Investigar sinais e sintomas graves como icterícia,


prurido, febre, adinamia (fraqueza muscular), caquexia
(extremo de enfraquecimento), descoloração de mucosas.
*EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO

ENTREVISTA
Roteiro para orientação na coleta de dados
• Hábito alimentar • Eructação (arroto)
• Alteração do peso • Dispepsia (sensação de
• Sialorréia ou ptialismo (produção excessiva desconforto digestivo /pesado)
de saliva) • Hábitos intestinais
• Soluço • Anorexia (perda do apetite)
• Disfagia (dificuldade de deglutir) • Hematêmase (vômito de
• Pirose (sensação de dor epigástrica semelhante sangue)
a uma queimadura) • Dor
• Flatulência (emissão de gás pelo ânus)
• Plenitude abdominal
• Náuseas e vômitos
• Constipação ou Diarréia
*EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO
Topografia
Fígado
• Apêndice xifóide

Aorta
Cólon Ascendente
Cólon transverso

Cólon descendente
e sigmóide
Útero gravídico
Artéria ilíaca

Bexiga
Sigmóide
*EXAMINANDO O ABDOME - Topografia

• São utilizados dois métodos de divisão do abdome:


em quatro quadrantes e em nove regiões.

Epigástrio
Ou Hipocôndrio
Hipocôndrio E
D
Mesogástrio Flanco
Flanco ou
E
D

Fossa Fossa
Ilíaca D Ilíaca E
Quadrante Superior Direito Quadrante Superior Esquerdo

• Lobo direito do fígado • Lobo esquerdo do fígado


• Vesícula biliar • Estômago
• Piloro • Corpo do pâncreas
• Duodeno • Flexura esplênica do colo
• Cabeça do pâncreas • Parte do colo transverso e
• Flexura Hepática do colo descendente
• Parte de colo ascendente e Quadrante Inferior Esquerdo
transverso
• Cólon descendente
• Parte do cólon sigmóide

Quadrante Inferior Direito

• Ceco
• Apêndice vermiforme
• Cólon Ascendente
*EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO

Devemos considerar:
• Deve-se investigar queixa dolorosa em qualquer
região, pois será examinada por último;
• Deve-se acompanhar as reações do paciente
manifestadas por sinais faciais de dor ou de
desconforto;
• Durante o exame, deve-se associar os achados
aos possíveis órgãos em cada quadrante ou região.

•Ordem dos Métodos Propedêuticos: Inspeção;


Ausculta; Percussão; Palpação.
1. INSPEÇÃO

•Pele: cicatrizes (formato e localização)/


estrias/ veias dilatadas / circulação
colateral /erupções, lesões e fístulas;
•Cicatriz umbilical / hérnias: hérnias
(umbilical, incisional);
•Forma ou Contorno do abdome;
•Simetria do abdome
•Visceromegalias?
•Massas abdominais (pulsáteis?)
•Peristalse visível?
•Pulsação de aorta visível?
1. INSPEÇÃO

• Observar: forma, contorno, simetria,


características da pele, presença de
circulação colateral e à ocorrência de
movimentos visíveis da parede;
• Posição do enfermeira:
- Em pé e a direita do paciente;
- Ou sentado ou abaixado – melhor
visualização do contorno da parede
abdominal e peristalse visível.
• O abdome normal deve manter-se
liso e simétrico na inspiração.
FORMA
• Plano e simétrico (em pessoas eutróficas);
• Globoso: obesidade, ascite, distendido (gases dentro das
vísceras ocas (meteorismo);
• Escavado;

PLANO
ASCITE

DISTENSÃO

GLOBOSO
ESCAVADO
FORMA
• Dentre as pessoas obesas, podem-se encontrar ainda:
- abdome pendular ou avental;
- abdome em ventre de batráquio (flacidez muscular, um lado projetado);
• Ascite, Distensão abdominal ou gestante recomenda-se a medida da
circunferência abdominal (linha da cicatriz umbilical - referência);
• gestação, ascite ou alguma massa vizinha podem causar a protrusão
do umbigo

PENDULAR OU AVENTAL VENTRE BATRÁQUIO

GESTAÇÃO
OUTROS ACHADOS

ABAULAMENTOS OU RETRAÇÕES LOCALIZADAS

Hérnia Incisional Lipoma

Tumor

Retrações Abdominais
OUTROS ACHADOS -> hérnias
2. Ausculta
Realizada ANTES da palpação e percussão para não haver alteração
dos ruídos intestinais.
• Ruídos hidroaéreos (RHA) constitui a principal finalidade da ausculta
abdominal - É a consequência dos movimentos peristálticos e do
deslocamento de ar e líquidos ao longo dos intestinos

Técnica
•Utiliza estetoscópio (diafragma) iniciando
no QID, identificando a presença e qualidade
dos ruídos intestinais.
• Podem ser necessários até 5 minutos de
ausculta contínua antes que se possa determinar a ausência de ruídos
hidroaéreos - Sons tipo gargarejo ou borbulhar;
Devido a mistura de ar e líquidos, em movimento, podem variar de 5 a
34 vezes por minutos
• Quando presentes, os RHA devem ser descritos
quanto a frequência e intensidade;

A intensidade é descrita em:

- RHA presentes (especificar os quadrantes)


- RHA Hipoativos: isquemia de cólon, pós
operatório de cirurgia abdominal;
- RHA Hiperativos: diarréia, uso de laxantes.
Técnicas de Exame do Abdome - Ausculta

B C

A D
3. Percussão
Direta ou indireta do abdome, auxilia na:
- Determinação do tamanho e localização de vísceras sólidas;
- Avaliação da presença e distribuição de gases, líquidos e
massas.

Percussão direta é realizada


utilizando-se uma das mãos ou
os dedos, afim de estimular
diretamente a parede
abdominal por meio de tapas.
Percussão indireta, utiliza-se a mão não dominante espalmada
sobre o abdome e o dedo médio da mão dominante flexionado
como se fosse um martelo, percute-se o dedo da outra mão.

Inicia-se a percussão no QID, prosseguindo-se pelos demais, até


percorrer toda a área abdominal.
PERCUSSÃO

• Os sons produzidos pela percussão são descritos como:

-Timpânicos / Hipertimpânicos: sons claros e de timbre baixo,


semelhantes a batida de um tambor, devido ao conteúdo de gás das
vísceras ocas do trato gastrintestinal (estômago vazio ou intestinos);
o grau de timpanismo depende da quantidade de ar e da intensidade
de distensão desses órgãos;

-Macicez ou Submacicez: sons breves, com timbre alto, são


percebidos sobre órgãos sólidos como o fígado o baço ou vísceras
preenchidas por líquido ou fezes.

Em geral, predominam: sons timpânicos, definidos como sons claros


e de timbre baixo, semelhantes à batida de tambor devido ao
conteúdo de gás das vísceras ocas do trato gastrintestinal
Percussão do Fígado

Auxilia na delimitação do fígado, pela avaliação da área de macicez a


este correspondente;
Inicia-se percutindo suavemente
a linha hemiclavicular à D em
direção superior, a partir de um
ponto de timpanismo no .
abdome, próximo a cicatriz
umbilical, até perceber a
mudança de som timpânico para
maciço, o que identifica a borda
inferior do fígado, próximo ao
rebordo costal direito;

Vamos assistir: https://www.youtube.com/watch?v=-O5V458Mj9Q


Percussão do Fígado
• A borda superior é
identificada percutindo-se
a mesma linha clavicular
em sentido contrário,
desde a área de
ressonância pulmonar até
encontrar a macicez
hepática, em geral, entre
o 5º e 7º espaços
intercostais;
• Deve-se marcar os dois
pontos, determinando a
envergadura da macicez
hepática (entre 6 e 12 cm).
4. Palpação
•Auxiliam na determinação do tamanho, forma, posição e
sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais além da
identificação de massas e acúmulo de fluídos.

• Com o paciente respirando pela boca, a parede abdominal é


deprimida em profundidade a cada expiração, procurando-se
perceber, com maior pressão dos dedos, tamanho, forma,
consistência, localização, sensibilidade, mobilidade e pulsações de
órgãos ou massas;

• Em pacientes obesos a palpação profunda pode ser facilitada


usando-se as duas mãos, uma sobre a outra. A mão, em contato com
a pele percebe os achados e a outra exerce a pressão;
PALPAÇÃO
•Atentar as expressões do paciente e registrá-las;

•Realizada por meio das palpações superficiais e profundas;

•Auxiliam na determinação do tamanho, forma, da posição e


sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais, bem como a
identificação de massas e acúmulos de fluídos;

• A palpação profunda auxilia na identificação de visceromegalias


(aumento do tamanho dos órgãos internos do abdome: fígado, baço,
estômago, rins e pâncreas)

•Os 4 quadrantes devem ser palpáveis em sentido horário,


reservando para o final, as áreas previamente sinalizadas como
dolorosas ou sensíveis.
Palpação Superficial: dedos de uma das mãos estendidos,
fechados entre si e com a palma da mão e o antebraço em plano
horizontal; pressiona-se de forma delicada, aproximadamente 1
cm, com movimentos suaves.
Palpação Profunda: usada para delimitar mais
precisamente os órgãos abdominais e detectar massas
menos visíveis.

-Paciente respirando pela boca e entreaberta;


-Parede abdominal deprimida em profundidade +/- 5 cm a cada expiração
-Obeso – pode utilizar as duas mãos
Procedimentos Especiais
• Sinal de descompressão brusca dolorosa (DB):
• De grande valor diagnóstico;
• Se detectar área de sensibilidade dolorosa, evitando
áreas mais dolorosas, aplica-se com os dedos uma
compressão lenta e profunda no abdome para,
então, subitamente suspender a mão, soltando a
parede abdominal;
• A DB pode ser acompanhada de dor intensa e aguda,
descrita como lancinante ou em facada (devida ao
rebote das estruturas contra um peritôneo inflamado
- apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite,
diverticulite ou lesão peritoneal).
Palpação do Fígado

O fígado pode ser palpável por 2 técnicas:

Palpação Bimanual:
• Examinador à direita do paciente, com a mão esquerda debaixo
do paciente, sob o tórax posterior direito, na altura da 11ª e 12ª
costelas.
• A mão direita é colocada sobre o abdome, com os dedos
estendidos apontando para a cabeça, na linha média clavicular,
abaixo do rebordo costal direito;
• Mão direita comprimi para dentro e para frente, enquanto a mão
esquerda pressiona o tórax posterior para cima e o paciente
inspira profundamente, deslocando o fígado para baixo, tentando-
se sentir sua borda (fina, cortante ou romba, firme, macia e lisa)
Palpação do Fígado

Palpação Bimanual:
Palpação do Fígado

Palpação em Garra:

• Posiciona-se próximo ao tórax superior direito do


paciente, voltado na direção de seus pés, palpando o
abdome na linha do rebordo costal direito com os
dedos das duas mãos curvados;

• Solicita ao paciente que inspire profundamente ao


mesmo tempo em que pressiona-se a parede abdominal
para dentro e para cima;

OBS: Fígado aumentado – Hepatomegalia.


Palpação em Garra:
Palpação do Baço
Palpação do Baço:
• O Baço normal raramente pode ser palpado;
• Quando aumentado - percebido pela parede abdominal;
• Mesma técnica bimanual como na palpação do fígado;
• Se o contorno do baço for sentido – esplenomegalia;
• Não é recomendado persistir na palpação – risco de ruptura do
baço.
Avaliação da Ascite
• Ascite: acúmulo de fluídos na cavidade peritoneal–
doença hepática avançada, insuficiência cardíaca,
pancreatite ou câncer: determinam um abdome
proeminente com aumento na circunferência abdominal;

• Na percussão o som é
de submacicez à
percussão dos flancos.
Técnica para avaliação da Ascite:
Percussão Abdominal

1- Decúbito lateral: diferença entre o som timpânico e maciço devido


o deslocamento gravitacional do conteúdo líquido para a parte mais
baixa da cavidade peritoneal;

2- A outra técnica exige que uma terceira pessoa, ou o próprio


paciente, coloque a borda lateral externa das mãos sobre a linha
média do abdome, exercendo pressão moderada, porém firme. A
enfermeira aplica golpes rápidos com a ponta dos dedos de uma mão
sobre um dos flancos, enquanto com a outra mão espalmada sobre o
flanco oposto, palpa o impulso da onda líquida transmitida.

Vamos assistir: https://www.youtube.com/watch?v=h67phHeaEqI


EXAME FÍSICO DO ABDOME: APARELHO DIGESTÓRIO
Avaliação da Ascite – Sinal de Piparot
Vídeos
Parte I - https://www.youtube.com/watch?v=j-
LPOnz0bX4

Parte II -
https://www.youtube.com/watch?v=sORlblD608
Q&t=864s
Referencias
• LEITE, Alba Lucia B. Anamnese e exame físico:
avaliação diagnóstica de enfermagem no
adulto. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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