TCC Edenirvieira Engsegtrab Rev00

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

EDENIR VIEIRA

ACIDENTES DE TRABALHO NO AMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO


DA SAUDE DE SC - ANÁLISE DE DADOS

Florianópolis
2017
1

EDENIR VIEIRA

ACIDENTES DE TRABALHO NO AMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO


DA SAUDE DE SC - ANÁLISE DE DADOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia de
Segurança do Trabalho da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de
Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientador: Prof. Dr. Flavio Ricardo Liberali Magajewski

Florianópolis
2017
2

EDENIR VIEIRA

ACIDENTES DE TRABALHO NO AMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO


DA SAUDE DE SC - ANÁLISE DE DADOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro de Segurança do Trabalho e
aprovado em sua forma final pelo Curso
de Engenharia de Segurança do Trabalho
da Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Florianópolis, 08 de Setembro de 2017.

______________________________________________________
Prof. Orientador Dr. Flavio Ricardo Liberali Magajewski
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Prof. José Humberto Dias de Toledo
Universidade do Sul de Santa Catarina
3

Dedico este trabalho a minha esposa


Jaqueline, minha mãe Inês e meu filho
Pedro, responsáveis por todo meu
empenho e dedicação na elaboração
deste.
4

RESUMO

As unidades hospitalares geridas diretamente pela Secretaria de Estado da Saúde


de Santa Catarina (SES SC) têm como uma de suas principais características no que
tange ao segurança do trabalho, o registro elevado de acidentes de trabalho, decorrente
dos riscos aos quais os trabalhadores estão expostos no dia a dia de suas atividades
laborais. O desenvolvimento tecnológico, de materiais e equipamentos, bem como as
modernas formas de organizações do trabalho e as sofisticadas técnicas de
gerenciamento podem tornar-se fonte de agravos à saúde, especialmente quando
administradas sem considerar a segurança e saúde do trabalho – SST.
Este trabalho procurou analisar dados obtidos em pesquisa documental em
publicações da SES SC, com os quais foi avaliado o período 2013 - 2014, referente aos
acidentes de trabalhados ocorridos e registrados na Secretaria de Estado da Saúde de
Santa Catarina. Os resultados desta análise apontaram que as unidades de saúde geridas
pela SES não adotam ou não cumprem rigorosamente um sistema de gestão em SST,
apesar de terem na maioria dos casos uma real preocupação com seus trabalhadores.
Este trabalho de analise de dados permitiu o diagnóstico da situação de
segurança e saúde dos servidores da SES SC, por meio do mapeamento de riscos
identificados de acordo com a sua natureza - químicos, físicos, ergonômicos, acidentes e
biológicos - a que os trabalhadores estão expostos em suas atividades laborais,
identificando fatores desencadeantes de doenças e acidentes, suas respectivas fontes e a
função dos servidores mais afetados. A análise de dados referentes aos acidentes de
trabalho dos servidores da SES SC identificou a necessidade de que haja uma melhor
integração entre as categorias envolvidas e a alta administração no sentido de elaborar
propostas de gerenciamento para a área de SST e assim diminuir a quantidade e
gravidade dos acidentes de trabalho. Para os termos investigados, manifestaram-se
diversas percepções entre os atores sociais integrantes das diferentes categorias que,
provavelmente, estão relacionadas com aspectos socioculturais e institucionais aos quais
estão envolvidos. Um sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho atuante e
eficaz pode contribuir para a minimização dos riscos aos servidores da SES SC durante
ou em função da sua atividade laboral, e também para o desenvolvimento de ambientes
de trabalho com maior qualidade nas Instituições de Saúde Publica no Estado de Santa
Catarina.
Palavras-chave: acidente de trabalho, servidores, dados.
5

ABSTRACT

The hospital units have one of their main characteristics in terms of work safety,
of presenting a high risk index, to which workers are frequently exposed in the day to
day of their work activities. Technological development of materials and equipment as
well as modern forms of work organizations and sophisticated management techniques
can become an inexhaustible source of health problems when administered without
Occupational Safety and Health (OSH).
This work consisted of an analysis of data obtained from publications of SES
SC. An analysis was performed in the period between 2013 and 2014, regarding work
accidents occurred and registered at the State Health Department of Santa Catarina. The
results of the analysis indicated that the health units managed by SES do not adopt or do
not strictly comply with an OSH management system, despite having in most cases a
real concern with their workers. This work of data analysis allowed the diagnosis of the
health and safety situation of the employees of SES SC, through the mapping of risks
identified according to their nature, chemical, physical, ergonomic, accident and
biological, to which workers are exposed in the day to day of their work activities
identifying factors triggering diseases and accidents, their respective sources and the
function of the servers most affected. The analysis of data related to the work accidents
of the SES SC servers identified the need for a better integration between the categories
involved and the top management in order to elaborate management proposals for the
OSH area and thus reduce the quantity and severity of occupational accidents. For the
terms investigated, several perceptions were manifested among the social actors that are
members of the different categories that are probably related to the sociocultural and
institutional aspects to which they are involved. An effective and effective health and
safety management system contributes greatly to minimizing the risks to SES SC
employees during or due to work activity and also to a better work environment in
Public Health Institutions in the state of Santa Catarina.

Keywords: accident at work, workers, data.


6

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: CARACTERÍSTICAS CADASTRAIS E FUNCIONAIS DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES - 2013/14......................28


TABELA 2: DISTRIBUIÇÃO TOTAL DOS ACIDENTES DA SES- 2013/14 POR FUNÇÃO.....................................................34
TABELA 3: DISTRIBUIÇÃO DE ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR PERÍODO, TIPO E TAREFA 2013/14...........................35
TABELA 4: DISTRIBUIÇÃO DE ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR AGENTE CAUSADOR E FORMA DE CONTATO 2013/14...36
TABELA 5: DISTRIBUIÇÃO DE ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR FONTE CAUSADORA E NATUREZA DA LESÃO 2013/14...37
Tabela 6: Distribuição de acidentes em serviço da SES por parte do corpo atingidas2013/14..................38
7

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO – SES E TOTAL.....................................................................27


GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR SEXO 2013 E 2014.........................................30
GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR ESTADO CIVIL 2013 E 2014..............................30
GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR NÍVEL DE FORMAÇÃO 2013 E 2014....................31
GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR FAIXA ETÁRIA 2013 E 2014..............................31
GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR UNID. REGIONAL 2013 E 2014.........................32
GRÁFICO 7 – DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES EM SERVIÇO DA SES POR TEMPO DE SERVIÇO 2013 E 2014......................32
Gráfico 8 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por função 2013 e 2014..................................33
8

Sumário

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................9
HISTÓRICO – SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO...................................................................11
CONCEITOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO EM SANTA
CATARINA...................................................................................................................................13
ACIDENTE DO TRABALHO...........................................................................................................14
CAUSA DOS ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS.................................................................14
TIPOS DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS.....................................................................15
ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAISEM UNIDADES DE SAUDE.....................16
MEDIDAS PREVENTIVAS.............................................................................................................18
RISCOS BIOLÓGICOS...................................................................................................................20
RISCOS QUÍMICOS......................................................................................................................21
RISCOS FÍSICOS...........................................................................................................................21
RISCOS ERGONÔMICOS..............................................................................................................21
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.............................................................................22
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS...............................................................22
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL................................................23
METODOLOGIA..........................................................................................................................25
RESULTADOS..............................................................................................................................26
ACIDENTES DE TRABALHO NAS UNIDADES DA SES.....................................................................26
Características cadastrais e funcionais dos acidentes da SES.................................................28
Distribuição total dos acidentes em serviço ocorridos na SES em 2013 e 2014 por função...34
Distribuição dos acidentes em serviço da SES, por período, tipo e tarefa - 2013 e 2014.......35
Acidentes em serviço da SES, por agente causador e forma de contato - 2013 e 2014.........36
Acidentes em serviço da SES, fonte causadora e natureza da lesão - 2013 e 2014................37
Acidentes em serviço da SES, partes do corpo atingidas - 2013 e 2014.................................38
DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................................................39
CONCLUSÃO...............................................................................................................................40
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................42
9

INTRODUÇÃO

Os trabalhadores de hospitais e unidades de saúdeadministrados pela Secretaria de


Estado da Saúde de Santa Catarina (SES SC) estão expostos, nas suas atividades laborais,
ao risco de adquirirem diversas doenças ocupacionais e também ao risco de acidentes. Com
o objetivo de minimizar esses riscos, diversas medidas de prevenção e treinamentos devem
ser promovidas.

A adoção dessas medidas de prevenção passa por diversas etapas, desde a mudança
de alguns hábitos e rotinas dos trabalhadores até a, treinamentos e medidas de controle a
serem implantadas tanto no ambiente quando no processo de realização do trabalho.

Grande parte dos possíveis acidentes de trabalho e doenças ocupacionais


queocorrem no ambiente hospitalar poderiam ser evitados com a implantação de medidas
simples de prevenção e controle, porém, a falta de conhecimento e treinamento desses
profissionais sobre como surgem às doenças, e os riscos aos quais estão expostos, frutos de
sua atividade laboral, dificulta a prevenção e a instalação e manutenção de medidas de
controle de risco e acidentes de trabalho.

O trabalho em hospitais geralmente está associado à sobrecarga de trabalho de


muitos profissionais, bem como a desgaste desse trabalhador ao longo do tempo,
especialmente no caso de hospitais públicos. Tanto os processos de trabalho, quanto as
condições em que o trabalho é realizado, podem provocar doenças ocupacionais e acidentes
de trabalho.

Em um ambiente hospitalar a gama de profissionais expostos aos riscos


ambientaisexistentes é enorme, porém um grupo de profissionais acaba se destacando como
os mais afetados a tais riscos: os enfermeiros, técnicos em enfermagem e auxiliares de
enfermagem, grupo esse que é o que possui o maior contingente em um ambiente hospitalar
e que apresenta ao longo do tempo a maior prevalência de problemas de saúde, reflexo de
sua atividade laboral.

Reconhecendo tal panorama, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) editou a


Norma Regulamentadora (NR) 32 em 2005, regulamentando as medidas necessárias para a
prevenção de acidentes e doenças ocupacionais dos trabalhadores da saúde. As ações
preventivas em saúde do trabalhador são demandadas permanentemente, e geralmente
necessitam de mais investimento do que o disponível com o objetivo de melhorar as
10

condições de trabalho proporcionar um ambiente saudável ampliar o conhecimento dos


riscos e reduzir o índice de doenças e acidentes entre os profissionais de enfermagem. Em
Santa Catarina, através da lei 14.609 de 07 de janeiro de 2009, o governo do estado criou o
Programa Estadual de Saúde Ocupacional.

Diante do exposto, o presente estudo procurou avaliar dados estatísticos relativos a


acidentes de trabalho no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde de SC, bem como
identificar a quais riscos os trabalhadores da SES estão expostos.
11

HISTÓRICO – SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

A preocupação do homem com as relações entre o trabalho e a doença, e também


com a segurança e saúde dos trabalhadores vem sendo registrada desde a antiguidade. No
século IV a.C., Aristóteles (384 – 322 a.C.) atendeu e criou medidas de prevenção das
enfermidades dos trabalhadores. Platão, namesma época, constatou e apresentou
enfermidades específicas do esqueleto queacometiam determinados trabalhadores no
exercício de suas profissões.
No século XIII, Avicena (908 – 1037) estudou, entre vários outros assuntos, o
saturnismo, e o indicou como causa das cólicas provocadas pelo trabalho em pinturas, pois
a tinta utilizada na época era feita à base de chumbo.
Em 1666 o Rei Carlos II(1630 – 1685), em virtude do grande incêndio de Londres,
proclamou que as novas casas fossem construídas com paredes de pedras ou tijolos, e a
largura das ruas, que nessa época eram muito estreitas, fosse aumentada de modo a
dificultar a propagação do fogo.
Bernardino Ramazzini (1633–1714) divulgou sua obra clássica “De
MorbisArticumDiatriba” (As Doenças dos Trabalhadores), publicada em 1700 e que
relacionava os riscos à saúde ocasionados por exposição a produtos químicos, poeiras,
metais e outros agentes encontrados por trabalhadoresem 52 ocupações. Esta obra foi
fundamental para a medicina ocupacional e seu desenvolvimento.
No Reino Unido, em1802, a Lei dos Pobres foi substituída pela Lei das Fábricas.
Aindano Reino Unido, entre 1844 a 1848, foram aprovadas as primeiras leis de Segurança
no Trabalho e Saúde Pública, regulamentando os problemas de saúde e de doenças
profissionais.
Na França,em 1862, foi regulamentado o Código de Higiene e Segurança do
Trabalho. Em 1865, na Alemanha, foi criada a Lei de Indenização Obrigatória aos
Trabalhadores, que responsabilizava o empregador pelo pagamento dos acidentes.
Em 1883, foi fundada em Paris, por Emílio Muller, a Associação de Indústrias
contra Acidentes de Trabalho.
Em 1903 nos Estados Unidos, foipromulgada a primeira Lei sobre Indenização de
Trabalhadores, lei esta limitada ao empregador e trabalhadores federais.
Em 1919, com origem no tratado de Versalhes, foi criada a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), com sede em Genebra, e que substitui a Associação
Internacional de Proteção Legal ao Trabalhador.
12

Nos Estados Unidos, em 1921, foram estendidos os benefícios da Lei de 1903 a


todos os trabalhadores do país.
Na França, em 1927, iniciaram-se estudos de laboratório relacionados
ainflamabilidadedosmateriais, e estabeleceram-se os primeiros regulamentos específicos
que adotarammedidas e precauções a serem tomadas nos locais de trabalho e nos locais de
usopúblico.
Em 1943, no Brasil, foi regulamentado o Decreto nº. 5.452, de 01 de maio de 1943,
Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e
Medicina do Trabalho.
Em 1944, com o Decreto Lei nº. 7.036, de 01 de novembro, asempresas com mais
de 100 empregados foram obrigadas a organizar Comitês de Segurança, depois
denominadas Comissões Internas de Acidentes de Trabalho (CIPA) em 1953, através da
portaria 155 de 27 de novembro.
Em 22 de dezembro de 1977, a Leinº. 6.514 alterou o Capítulo V, Título II, das
Consolidações das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
Em 1978, através da Portaria nº. 3.214, de 08 de junho, foram criadas as Normas
Regulamentadoras, (NR’s), do Ministério do Trabalho, Capítulo V, da CLT.
Em 1983, a Portaria nº. 33, de 27 de outubro, alteram as NRs 04 e 05, considerando
que a experiência mostrou a necessidade de adequação das Normas Regulamentadoras
vigentes à evolução dos métodos a ao avanço da tecnologia.
Em 1994, através da portaria nº. 25, de 29 de dezembro, foi instituído o Mapa de
Riscos e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Esses dois instrumentos
são responsáveis por uma melhor orientaçãoa adoção de medidas de controle de
riscosambientais nos locais de trabalho. No mesmo ano, considerando anecessidade de
atualizar as medidas prevenção da medicina do trabalho, adequando-se aos novos
conhecimentos técnico científicos, com a Portaria nº. 24de 29 de dezembro é instituído o
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR-7), a qual é alterada
em 1996, pela Portaria nº. 08, de 08de maio.
Em 1995 é instituída a Norma sobre condições e meio ambiente de trabalho na
indústria da construção, com a Portaria nº. 04, de julho de 1995, e com a Portaria nº. 865, de
14 de setembro do mesmo ano, foram estabelecidos critérios de fiscalização de condições
de trabalho constantes de Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho.
Em 1998, com o Decreto nº. 2.657, de 03 de julho, é promulgada a Convenção nº.
170, relativa à segurança na utilização de produtos químicos no trabalho, assinada em
Genebra, em 25 de junho de 1990.
13

CONCEITOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SERVIÇO


PÚBLICO EM SANTA CATARINA

Para efeitos do conceito de saúde ocupacional aplicado no estado de Santa Catarina,


são considerados servidores todos os funcionários públicos estaduais, sejam eles efetivos,
celetistas ou admitidos em caráter temporário (ACT), durante a vida laboral, ou seja, o
servidor é assim considerado independente do regime jurídico a que esteja vinculado,
compreendendo o período de tempo contado desde a sua admissão até a sua inatividade.
Pela lei 14609 o risco ocupacional é considerado tendo por base a sua frequência, o grau de
probabilidade e as consequências da ocorrência de um determinado evento, por meio da
ação de fatores de risco, isolados ou simultâneos, que possam vir a gerar danos futuros,
imediatos ou remotos a saúde do servidor, que são classificados em função de sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição. Os riscos ocupacionais, na esfera estadual,
classificados como físicos, químicos, biológicos, mecânicos, psicológicos e sociais.
No ponto de vista nacional, Segurança do Trabalho pode ser entendida como uma
serie de medidas técnicas e educacionais, utilizadas na prevenção de acidentes de trabalho e
ou doenças ocupacionais, durante a atividade laboral ou em função da mesma, e tem por
objetivo a eliminação das condições inseguras do ambiente, quer treinando ou convencendo
as pessoas a utilizarem as práticas e medidas preventivas adequadas para este propósito
(Chiavenato, 1997, p. 448).
Para obter sucesso, nas empresas publicas e privadas, as medidas de prevenção de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, exigem a colaboração e a participação tanto
dos patrões quanto dos trabalhadores, nos programas de promoção da saúde e segurança,
sendo obrigatório equacionar as questões relacionadas à medicina do trabalho, a higiene no
trabalho, a educação, e a engenharia de segurança.
A Segurança e Saúde no Trabalho pode ser definida como, sendo um conjunto de
princípios claramente definidos que objetivam estabelecer responsabilidades e atribuições
em determinadas questões ou problemas, visando estabelecer decisões padronizadas a todos
os níveis hierárquicos. Sendo assim, a elaboração de uma política de segurança é de
responsabilidade total e integral da alta direção de uma empresa, não importando seu porte
ou ramo de atividade.
Em instituições de saúde públicas e privadas, verifica-se um índice elevado de
acidentes, muitas vezes decorrentes de condições de trabalho inadequadas ou da não
utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), da não orientação dos
trabalhadores, ou ainda da ocorrência de doenças ocupacionais pela exposição dos
14

trabalhadores a agentes de risco em seus ambientes de trabalho. Porém, na maioria das


vezes o que acontece é o não cumprimento das normas de segurança, por negligência dos
gestores, por falta de fiscalização por parte dos agentes fiscalizadores ou por ignorância dos
próprios trabalhadores.
Segundo Bulhões (1994, p. 152), um dos aspectos que muito contribuiu para
aumentar a vulnerabilidade do pessoal do setor saúde no Brasil, foi afalta de informação da
maioria de seus integrantes em assuntos relativos à saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida no Brasil por normas e leis. A Legislação de
Segurança do Trabalho é composta de Normas Regulamentadoras, leis complementares,
portarias e decretos e também por convenções Internacionais da Organização Internacional
do Trabalho, ratificadas no Brasil.

ACIDENTE DO TRABALHO

Acidente do trabalho, segundo a legislação brasileira do M.T.E., no seu artigo2º. da


Lei nº. 6.367, de 19/10/1976, é definido da seguinte forma: “é aquele que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que causa a morte ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho”. Assim sendo, mesmo nos casos em que o acidente de trabalho
não resulte em lesões ou danos materiais, deve ser visto como acidente de trabalho e exige
uma investigação do setor de segurança do trabalho, para evitar assim um novo acidente.
Segundo a NR-3, de Segurança e Medicina do Trabalho, MT (2000, p. 25),
“considera-se grave e iminente risco toda condição de trabalho que possa causar acidentes
do trabalho ou doença profissional com lesão grave à integridade física do trabalhador”. No
Brasil, como citado anteriormente, este fato marcante foi incluído na legislação trabalhista
em 1943, por meio do decreto nº. 5.452, de 1º. de maio de 1943.

CAUSA DOS ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS

A análise das causas dos acidentes de trabalho deve ser vista como uma maneira de
se obter conhecimentos sobre como e por que ocorrem os acidentes de trabalho. A
elaboração desta análise facilita o estudo das medidas preventivas, isto é, o estudo das
medidas que impedem o surgimento das causas e, portanto, a ocorrência de novos acidentes.
15

Um dos principais fatores que contribuem para a ocorrência do Acidente de


Trabalho é a condição ambiente de insegurança, que nada mais é que a condição ambiental
existente no ambiente laboral e que predispõe ao acidente de trabalho. Outro fator
importantíssimo para a ocorrência do acidente de trabalho é o ato inseguro, que é
qualquercomportamento inadequado que pode causar acidentes.
São considerados como acidentes de trabalho, qualquer tipode lesão ocorrida no
local de trabalho, a caminho ou na volta do trabalho, fora dos limites da empresa e fora do
local de trabalho, fora do local da empresa, mais em função dele.

TIPOS DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS

Os tipos de acidentes de trabalho podem ser classificados por motivo segundo as três
formas abaixo:

 Acidente típico – decorrente da característica da atividade profissional que o


indivíduo exerce;
 Acidente de trajeto – acontece no trajeto entre a residência do trabalhador e o local
de trabalho, ou vice-versa;

 Doença profissional ou do trabalho – desencadeada pelo exercício de determinada


função, característica de um emprego específico.

De acordo com dados estatais, os acidentes típicos são responsáveis por cerca de 81% do
total de acidentes de trabalho, sendo que os acidentes de trajeto e as doenças profissionais
ou do trabalho somam as duas juntas 19%. (Dataprev)

Exceções

O § 1º do art. 20 da lei 8.213/91 traz a relação das doenças que não são consideradas
doenças do trabalho. A saber:

a. Doença degenerativa;
b. Doença inerente ao grupo etário;

c. Aquela que não produza incapacidade laborativa;

d. A doença endêmica adquirida por habitante de região em que ela se desenvolva.


16

ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAISEM


UNIDADES DE SAUDE

A atividade laboral do profissional da saúde normalmente é executada em locais


onde existe uma constante exposição a fatores de risco de diversas ordens, que podem vir a
causar prejuízos físicos e ou psicológicos aos que ali exercem atividades laborais. Entre os
riscos mais comuns que podem vir a acometer à saúde dos trabalhadores desta categoria,
podemos destacar o acidente de Trabalho (AT), que normalmente acontecem de maneira
inesperada ou insidiosa no corpo dos trabalhadores, em função do desgaste sofrido e
provocado pela exposição às altas cargas de trabalho existentes nas unidades de saúde
publicas e ou privadas.

No que tange aos riscos com materiais biológicos, podemos destacar as doenças
infecto-contagiosas como as principais fontes de transmissão de microrganismos para os
profissionais.

O contato direto com o paciente e seus fluidos corpóreos durante a realização de


alguns procedimentos invasivos é outra importante fonte de contaminação, tanto quanto a
manipulação de artigos, lixo e até mesmo o contato com superfícies contaminadas, sem que
medidas de biossegurança e utilização de EPI´S sejam utilizadas.

Nos dias atuais, podemos verificar na grande maioria das unidades de saúde, um
grande cuidado e fortalecimento das medidas de contenção de riscos biológicos, por meio
de processos que envolvem desde a limpeza e desinfecção, a até mesmo a esterilização de
materiais e equipamentos quando indicado.

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina possui, em suas unidades,


centrais de esterilização de materiais (CME) equipadas com modernos equipamentos de
lavagem, secagem, termodesinfecção e esterilização de materiais e equipamentos que são
utilizados nos procedimentos cirúrgicos das unidades. Além desses equipamentos as
unidades possuem normas e procedimentos, com relação a uso e manuseio, limpeza e
esterilização desses materiais afim de evitar possíveis riscos de acidentes com materiais
perfuro cortantes que são na maioria das vezes a causa do acidente de trabalho.

Com a terceirização de serviços nas unidades gerenciadas pela Secretaria de Estado


da Saúde, podemos observar que se destacaram os riscos envolvidos na manipulação de
resíduos sólidos (lixo), de produtos químicos (desinfetantes), na maioria das vezes,
causados por falta de treinamento por parte das empresas e pela falta ou inadequada
utilização dos EPI´s.
17

Atendendo o estabelecido pela Lei Federal 6.4318 e mantida através da Portaria MS


Nº2616/989 estão instaladas nas unidades da SES-SC, a CCIH, que é responsável pela
implementação da política de prevenção e controle de agravos infecciosos à saúde de
pacientes e profissionais no ambiente hospitalar.

A ocorrência de acidentes de trabalho com exposição a materiais biológicos nos


trabalhadores da saúde é uma preocupação mundial, tanto que nos EUA foi aprovada uma
lei que tornou obrigatória a adoção de medidas preventivas à exposição aos riscos
biológicos nas instituições de saúde.

No Brasil, foi instituída, em 2005, uma Norma Regulamentadora, a NR-32, que


estabeleceu as diretrizes básicas para a aplicação de medidas de proteção à segurança e à
saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, com a finalidade de melhorar as condições
laborais nesses setores e minimizar os vários problemas ocupacionais existentes.

Não raro, são os casos em que os profissionais que lidam, direta ou indiretamente,
com a saúde dos pacientes, em função de promover uma assistência e bem estar ao paciente,
acabamnão se atentando aos riscos inerentes à execução de suas atividades, que podem ser
ampliados segundo a diversificação dos processos e organização do trabalho e pela
especialidade da assistência. Esses trabalhadores podem sofrer alterações de saúde oriundas
da presença da diversidade de agentes e do tempo e da intensidade do contato entre eles e os
agentes.

O Ministério do Trabalho e Emprego faz algumas exigências aos empregadores com


relação à integridade física dos empregados que, quando não atendidas podem resultar em
multas, processos e até mesmo interdição de empresas,
Os fatores de riscos biológicos, físicos e químicos presentes no
ambientehospitalar, são os principais caracterizadores da insalubridade e da periculosidade
deste ramo de atividade. Quando não devidamente identificados e controlados esses agentes
causaminúmeros acidentes e doenças ocupacionais.
18

MEDIDAS PREVENTIVAS

Analisar os dados referentes ao histórico de acidentes nas unidades da SES é um


passo importante para definir medidas preventivas a serem tomadas, a fim de diminuir o
alto numero de acidentes registrados nos últimos anos nas unidades da SES SC, pois
analisando dados podemos identificar riscos e tipos de acidentes que mais ocorrem nas
unidades e indicar as medidas preventivas mais adequadas, tais como, a utilização de EPI’S
por parte dos servidores, a adoção da precaução padrão, e ainda refletir sobre os fatores
condicionantes da não adesão as medidas de prevenção.

De acordo com a ANVISA, a precaução padrão é um procedimento que deve ser


seguido para todos os pacientes, independente da suspeita ou não de infecções. Precauções
Padrão (PP) são partes das normas de biossegurança e consistem em atitudes que devem ser
tomadas por todo servidor de saúde frente a qualquer paciente, com o objetivo de reduzir os
riscos de transmissão de agentes infecciosos, principalmente veiculados por sangue e
fluidos corpóreos (líquor, líquido pleural, peritoneal, pericárdico, sinovial, amniótico,
secreções e excreções respiratórias, do trato digestivo e geniturinário) ou presentes em
lesões de pele, mucosas, restos de tecidos ou de órgãos.

Durante a realização de alguns procedimentos de saúde, mesmo o servidor


aplicando a precaução padrão durante o atendimento, o servidor acaba não conseguindo
evitar o acidente.

Normalmente a não adesão dos servidores as medidas preventivas se dá por


desconhecimento dos profissionais quanto ao risco de adquirir uma doença
infectocontagiosa, indisponibilidade de equipamentos ou subestimação do risco.
Grande parte das unidades da SES, senão a sua totalidade disponibilizam aos
servidores os equipamentos de proteção individual (EPI), porém a grande maioria dos
acidentes em serviço acontece pela não utilização dos mesmos.
No que diz respeito da não adesão às precauções padrão, os EPI's surgem como
protagonistas. Posso afirmar que existe muito descaso com a utilização de tais
equipamentos, tanto por parte dos servidores, que mesmo tendo acesso aos equipamentos
não os utilizam em seus procedimentos, quanto por parte da SES que na maioria das vezes
acaba por não fiscalizar a sua utilização, ou ainda em alguns casos isolados, estes são
inadequados ou insuficientes. Ainda com relação a não utilização do EPI'S, muitos
19

servidores acabam por não utilizar, por não terem sido treinados e assim não saberem qual
nem como utilizar de forma adequada o equipamento.
De acordo com a legislação vigente, NR 6, os EPI, descartáveis ou não, deverão
estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que esteja
garantido o imediato fornecimento ou reposição. Ainda acordo com a NR 6 o trabalhador
deve receber capacitação quanto ao risco biológico e sobre a utilização de EPI e vestimenta
de trabalho. A questão da não adesão às medidas preventivas é muito complexa, com
inúmeros fatores contribuindo para a vulnerabilidade do trabalhador.
As precauções padrão foram publicadas a mais de uma década, no entanto, a adesão
dos servidores tem sido um enorme desafio. Sabe-se que a adesão às medidas preventivas
deve ser estimulada durante a formação do profissional dos servidores, nos cursos de
enfermagem, de nível médio, superior e de pós-graduação e quando já fazendo parte do
quadro de servidores da SES, se estender para o seu local de trabalho, com o objetivo de
consolidar o conhecimento adquirido e permitir ao profissional ser corresponsável pela
manutenção da sua própria integridade física.
20

RISCOS BIOLÓGICOS

Para fins de aplicação da NR-32, entende-se por serviços de saúde qualquer


edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de
promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de
complexidade. Desta forma para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a
probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos.

Para efeitos da NR-32, consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos,


geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os
príons.

Os agentes biológicos são classificados no anexo I da referida norma em:

Classe de risco 1 - Baixo risco individual para o trabalhador e para acoletividade, com baixa
probabilidade de causar doença ao ser humano.
Classe de risco 2 - Risco individual moderado para o trabalhador e com baixaprobabilidade
de disseminação para a coletividade. Podem causar doençasao ser humano, para as quais
existem meios eficazes de profilaxia outratamento.
Classe de risco 3 - Risco individual elevado para o trabalhador e comprobabilidade de
disseminação para a coletividade. Podem causar doenças einfecções graves ao ser humano,
para as quais nem sempre existem meioseficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4 - Risco individual elevado para o trabalhador e comprobabilidade elevada
de disseminação para a coletividade. Apresenta grandepoder de transmissibilidade de um
indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem
meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (2006) são vários os fatores que
podem interferir no risco de infecção em exposições ocupacionais, desde o tipo de acidente
e do material biológico envolvido, até as condições de saúde do paciente-fonte e do
profissional acidentado.
21

RISCOS QUÍMICOS

Em diversos setores de um estabelecimento de saúde, os trabalhadores estão


expostos à produtostóxicos. Muitas dessas substâncias podem constituir-se em risco tóxico,
tais como: Anestésicos, esterilizantes, desinfetantes, solventes, agentes de limpeza,
antissépticos, detergentes e medicamentos diversos são diariamente manipulados pelo
trabalhador de enfermagem.

RISCOS FÍSICOS

Os agentes físicos compreendem:


- Radiações ionizantes: raios-X, raios gama, raios beta, partículas gama, prótons e nêutrons;
- Radiações não ionizantes: ultravioleta, raios visíveis (luz solar ou artificial),
infravermelho, micro-ondas, frequência de rádio, raios laser;
- Variações atmosféricas: calor, frio, e pressão atmosférica;
- Vibrações oscilatórias: ruído e vibrações. A OIT considera radiaçõesionizantes, ruído,
temperatura e eletricidade como principais fatores derisco físico para os trabalhadores de
saúde (BULHÕES , 1998).

RISCOS ERGONÔMICOS

Os riscos ergonômicos e de acidentes de trabalho são influenciados pelas condições


de trabalho, que seriam o conjunto de fatores composto pelas exigências da função,
organização, execução, remuneração e ambiente ocupacional, capazes de determinar a
conduta do trabalhador. O desequilíbrio entre as exigências da tarefa e as capacidades
psicofisiológicas de respostas podem agravar a incidência de riscos adicionais ou
potenciais, e proporcionar incidentes e/ou acidentes de trabalho (SANTOS; MARTENDAL,
2008).
22

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Os EPI´S são todos os dispositivos de uso individual destinados a proteger a


integridade física do trabalhador, incluindo luvas, protetores oculares ou faciais, protetores
respiratório, aventais e proteção para os membros inferiores.
Segundo a recomendação de diferentes órgãos, os empregadores são obrigados a
fornecer os EPI´s adequados ao risco que o profissional está exposto, e a realizar no
momento da admissão do funcionário e de forma periódica, programas de treinamento dos
profissionais quanto à correta utilização. A adequação desses equipamentos deve levar em
consideração não somente a eficiência necessária para o controle do risco da exposição, mas
também o conforto oferecido ao profissional, pois se há desconforto no uso do
equipamento, existe maior possibilidade do profissional deixar de incorporá-lo no uso
rotineiro.
A determinação das características dos acidentes associados à realizaçãode
determinado procedimento, obtida a partir da vigilância das exposiçõesocupacionais a
material biológico, tem permitido o desenvolvimento de novosequipamentos de proteção.
Acidentes durante a realização de cirurgias, por exemplo, ocorremgeralmente pela
utilização dos dedos para segurar os tecidos e realizar a sutura epela palpação da ponta da
agulha de sutura com o dedo indicador da mão nãodominante. Nesse sentido, luvas
cirúrgicas com reforço na área dos dedos mais freqüentemente expostos têm sido
desenvolvidas para prevenir a exposiçãopercutânea com agulhas de sutura.

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

O PPRA, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-9 da Portaria 3.214/78,


apesar de seu caráter multidisciplinar, é considerado essencialmente um programa de
higiene ocupacional que deve ser implementado nas empresas deforma articulada com um
programa médico, o PCMSO.
Todas as empresas, independente do número de empregados ou do grau de risco de
suas atividades, estão obrigadas a elaborar e implementar o PPRA, que tem como objetivo a
prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais, isto é, a prevenção
e o controle dos riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho. A
NR-9 descreve as etapas a seremcumpridas no desenvolvimento do programa, com itens
que compõem oreconhecimento dos riscos, os limites de tolerância adotados a cada
avaliação eos conceitos que envolvem as medidas de controle. A norma detalha, ainda,
23

aobrigatoriedade da existência de um cronograma que indique claramente osprazos para o


desenvolvimento das diversas etapas para o cumprimento dasmetas estabelecidas.
Um aspecto importante deste programa é que ele pode ser elaboradodentro dos
conceitos mais modernos de gerenciamento e gestão, em que oempregador tem autonomia
suficiente para, com responsabilidade, adotar umconjunto de medidas e ações que considere
necessárias para garantir a saúde e aintegridade física dos seus trabalhadores. A elaboração,
implementaçãoeavaliação do PPRA podem ser feitas por qualquer pessoa, ou equipe de
pessoasque, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nanorma.
Além disso, cabe à própria empresa estabelecer as estratégias e asmetodologias que serão
utilizadas para o desenvolvimento das ações, bem comoa forma de registro, manutenção e
divulgação dos dados gerados nodesenvolvimento do programa.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cadaestabelecimento da
empresa, e sua abrangência e profundidade dependem dascaracterísticas dos riscos
existentes no local de trabalho e das respectivasnecessidades de controle.
A NR-9 estabelece as diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a seremobservados
na execução do programa, porém os mesmos podem ser ampliadosmediante negociação
coletiva de trabalho. Procurando garantir a efetivaimplementação do PPRA, a norma
estabelece que a empresa deveadotarmecanismos de avaliação que permitam verificar o
cumprimento das etapas, dasações e das metas previstas, garantindo aos trabalhadores o
direito à informaçãoe à participação no planejamento e no acompanhamento da execução
doprograma.

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

O PCMSO, cuja obrigatoriedade foi estabelecida pela NR-7 da Portaria 3.214/78, é


um programa médico de caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionados ao trabalho.
Todas as empresas, independente do número de empregados ou do grau de risco de
sua atividade, estão obrigadas a elaborar e implementar o PCMSO, que deve ser planejado e
implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os riscos
identificados nas avaliações previstas no PPRA. Entre suas diretrizes, uma das mais
importantes é aquela que estabeleceque o PCMSO deva considerar as questões incidentes
tanto sobre o indivíduocomo sobre a coletividade de trabalhadores, privilegiando o
instrumental clínicoepidemiológico.
24

A norma estabelece, ainda, o prazo e a periodicidade para arealização das avaliações


clínicas, assim como define os critérios para a execuçãoe interpretação dos exames médicos
complementares (os indicadores biológicos).
Na elaboração do PCMSO, o mínimo requerido é um estudo prévio para
reconhecimento dos riscos ocupacionais existentes na empresa, por intermédio de visitas
aos locais de trabalho, baseando-se nas informações contidas no PPRA.
Com base neste reconhecimento de riscos, deve ser estabelecido umconjunto de
exames clínicos e complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da
empresa, utilizando-se de conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a
boa prática médica. O nível de complexidade do PCMSO depende basicamente dos riscos
existentes em cada empresa, das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas
e das características biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora. A norma
estabelece as diretrizes gerais e os parâmetros mínimos a serem observados na execução do
programa, podendo os mesmos, ser ampliados pela negociação coletiva de trabalho.
O PCMSO deve ser coordenado por um médico, com especialização em medicina
do trabalho, que será o responsável pela execução do programa. Ao empregador, por sua
vez, compete garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, tanto quanto zelar
pela sua eficácia. A NR-7 determina que o programa deverá obedecer a um planejamento
em que estejam previstas as ações de saúde a serem executadas durante o ano, devendo
estas ser objeto de relatório anual. O relatório anual deverá discriminar, por setores da
empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e
exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o
planejamento para o ano seguinte.
25

METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de um estudo documental, a pesquisa foi realizada nas publicações
sobre registros de acidentes de trabalho da Secretaria de Administração do Estado de Santa
Catarina, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, SES-SC.

Trata-se de um estudo retrospectivo, pois os dados obtidos e analisados dizem respeito a


casos de acidentes de trabalho que ocorreram no período compreendido entre os anos de 2013 a
2014.

De acordo com os dados adquiridos junto a SEA-SC, no que diz respeito aos locais
onde mais acontecem acidentes de trabalho, os hospitais são as instituições onde ocorrem o
maior número de acidentes, sendo assim a Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina a
campeã em acidentes, em comparação com as outras secretarias estaduais.

Os registros analisados foram aqueles que, envolviam profissionais de saúde,


determinando entre outras coisas, as categorias profissionais com maiores índices de
ocorrências e o tipo de acidentes mais comuns. Os trabalhadores da área da saúde foram
categorizados de acordo com a sua formação e função, tais como, médicos, agentes de serviços
gerais, profissionais de enfermagem e outros. Outros dados relativos aos profissionais que
sofreram acidentes foram: sexo, Estado Civil, Faixa etária, Unidade regional e tempo de serviço.

A partir das análises buscou-se, identificar os registros de acidentes quanto ao seu local
e número, o período em que mais se concretizavam e a tarefa executada onde, a frequência dos
acidentes era maior.

Os dados foram obtidos através da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)


e do serviço de medicina e saúde ocupacional das unidades hospitalares administradas pela SES
SC e disponibilizados a Secretaria de Administração, os dados analisados, foram os já
compilados pela SEA SC.
26

RESULTADOS

ACIDENTES DE TRABALHO NAS UNIDADES DA SES

De acordo com o boletim estatístico de acidentes em serviço, da Secretaria de


Estado da Administração de SC, entre os anos 2001 a 2014, 87,8% dos acidentes em serviço
dos servidores públicos estaduais ocorreram com servidores da SES, o que totalizou 4.100
dos 4.673 acidentes totais dos servidores públicos estaduais. A evolução desses acidentes é
demonstrada na tabela abaixo:

Tabela 1. Evolução dos acidentes de trabalho registrados na Secretaria de Estado da Saúde e


Governo de Santa Catarina. Santa Catarina, 2013-2014.

ANO SES TOTAL % DO TOTAL


2001 185 204 90,7
2002 156 173 90,2
2003 134 167 80,2
2004 232 257 90,3
2005 236 270 87,4
2006 316 357 88,5
2007 342 389 87,9
2008 453 517 87,6
2009 360 411 87,6
2010 317 368 86,1
2011 339 386 87,8
2012 296 327 90,5
2013 359 424 84,7
2014 375 423 88,7
TOTAL 4100 4673 87,7
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

Durante o período compreendido entre 2001 e 2014, o numero de acidentes na SES


SC subiu cerca de 100%, conforme observado na tabela 1.
27

Gráfico 1 – Evolução dos acidentes em serviço – SES e Total


28

Características cadastrais e funcionais dos acidentes da SES


As principais características cadastrais e funcionais dos servidores envolvidos em
acidentes da SES, sãomostradasna tabela 2 e gráficos 2 a 8.

Tabela 1: Características cadastrais e funcionais dos acidentes em serviço da SES - 2013/14

Ano Média Distribuição


Variável Categoria
2013 2014 2013-2014 %
Feminino 324 339 331,5 78,2%
Sexo
Masculino 100 84 92 21,7%
Casado 182 189 185,5 43,8%
Solteiro 152 138 145 34,2%
Marital 36 41 38,5 9,1%
Estado Civil
Divorciado 27 30 28,5 6,7%
Separado 20 20 20 4,7%
Viúvo 7 5 6 1,4%
Não Espec. 10 16 13 3,1%
Anos Finais (5º/8º séries) 27 16 21,5 5,1%
Anos Inicias (1º/4º séries) 4 2 3 0,7%
Doutorado 1 1 1 0,2%
Especialização 65 71 68 16,0%
Nível de Formação Graduação 31 33 32 7,5%
Graduação Tecnológica 5 2 3,5 0,8%
Mestrado 5 12 8,5 2,0%
Profissionalizante 239 231 235 55,4%
Regular 37 38 37,5 8,8%
Sequencial 0 1 0,5 0,1%
20 a 30 89 76 82,5 19,5%
31 a 40 121 144 132,5 31,3%
Faixa Etária 41 a 50 112 113 112,5 26,5%
51 a 60 95 77 86 20,3%
61 a 70 7 13 10 2,4%
Florianópolis 283 301 292 68,9%
Joinville 64 71 67,5 15,9%
Lages 39 20 29,5 7,0%
Blumenau 17 14 15,5 3,7%
Unidade Regional
Criciúma 8 7 7,5 1,8%
Chapecó 5 4 4,5 1,1%
Itajai 4 6 5 1,2%
Joaçaba 4 0 2 0,5%
Até 3 anos 155 135 145 34,2%
4a9 129 90 109,5 25,8%
10 a 15 5 40 22,5 5,3%
Tempo de Serviço 16 a 20 40 21 30,5 7,2%
21 a 25 43 29 36 8,5%
26 a 30 26 23 24,5 5,8%
>30 anos 10 9 9,5 2,2%
Profissionais de
265 283 274 64,6%
Enfermagem
Médicos 19 17 18 4,2%
Função
Agentes de Serviços
44 31 37,5 8,8%
Gerais
Outros 96 92 94 22,2%
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB
29

Traçando um perfil do servidor que mais sofre acidentes de trabalho, podemos dizer
que é do sexo feminino, casada, possui curso técnico profissionalizante, tem de 30 a 40
anos, esta na regional de Florianópolis, ingressou na carreira no ultimo concurso (2012), e
trabalha na área de enfermagem.

Foram considerados profissionais de enfermagem os profissionais com as funções


de técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem, enfermeiro, auxiliar de serviços
hospitalares e assistenciais e atendente de saúde publica.
30

Gráfico 2 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por sexo 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

Cerca de 80% dos acidentados são do sexo feminino, porém tal percentual se dá por
conta de a maioria dos profissionais da área são mulheres.
Gráfico 3 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por estado civil 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

O numero de acidentados e ralação a o estado civil, varia pouco de 2013 pra 2014,
aumentando entre os casados e diminuindo entre os solteiros.
31

Gráfico 4 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por nível de formação 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

Mais da metade dos profissionais acidentados possuem curso técnico


profissionalizante, numero expressivo se da pela maior demanda de técnicos no ambiente
hospitalar.

Gráfico 5 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por faixa etária 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A maioria dos servidores acidentados possui entre 30 e 50 anos de idade, sendo esse
grupo de servidores o mais numeroso nos hospitais.
32

Gráfico 6 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por Unid. Regional 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A região onde ocorre a maioria dos acidentes de trabalho é a região da grande


Florianópolis, região essa que concentra o maior numero de hospitais e servidores da SES SC.

Gráfico 7 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por tempo de serviço 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A maior parte dos servidores acidentados possui menos de 10 anos de tempo de


serviço na SES SC.
33

Gráfico 8 – Distribuição dos acidentes em serviço da SES por função 2013 e 2014

Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

O grupo de profissionais que mais estão expostos e sofrem a maioria dos acidentes de
trabalho, são os profissionais de enfermagem, que são responsáveis pela maioria dos
acidentes de trabalho no âmbito da SES SC.
34

Distribuição total dos acidentes em serviço ocorridos na SES em 2013 e


2014 por função
Tabela 2: Distribuição total dos acidentes da SES- 2013/14 por função
Função Quant. Percentual
Técnico em Enfermagem 393 46,4
Auxiliar de Enfermagem 78 9,2
Agente de Serviços Gerais 75 8,9
Enfermeiro 49 5,8
Auxiliar Serv. Hosp. E Assistencias 26 3,1
Bioquimico 6 0,7
Obstetricia 6 0,7
Cirurgia Geral 5 0,6
Fisioterapeuta 5 0,6
Terapia Instensiva 5 0,6
Motorista 4 0,5
Cozinheiro 3 0,4
Assitente Social 2 0,2
Auxiliar de Laboratório 2 0,2
Clinica Médica 2 0,2
Neurocirurgia 2 0,2
Nutricionista 2 0,2
Otontólogo 2 0,2
Profissional de Ed. Física 2 0,2
Terapeuta Ocupacional 2 0,2
Administrador 1 0,1
Agente Auxiliar de Saude Publica 1 0,1
Anestesiologia 1 0,1
Biólogo 1 0,1
Cardiologia 1 0,1
Cirurgia Cardiovascular 1 0,1
Cirurgia Vascular 1 0,1
Eletricista 1 0,1
Emergencia 1 0,1
Ginecologia e Obstetrícia 1 0,1
Médico 1 0,1
Nefrologia 1 0,1
Neurofisiologia 1 0,1
Odontólogo - Cirurgia
1 0,1
Bucomaxilofacial
Oftalmologia 1 0,1
Oftalmologia / Uveite 1 0,1
Ortopedia 1 0,1
Ortopedia e Traumatologia 1 0,1
Pediatria 1 0,1
Pneumofisiologia Intensiva 1 0,1
Técnico em Atividades de Saude 1 0,1
Técnico em Laboratório 1 0,1
Urologia (Urologista) 1 0,1
Total 734 100
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

Os técnicos em enfermagem são os profissionais dentro do grupo de profissionais de


enfermagem, que mais sofrem acidentes de trabalho.
35

Distribuição dos acidentes em serviço da SES, por período, tipo e


tarefa - 2013 e 2014
No que diz respeito ao período da ocorrência do acidente, tipo de acidente, bem
como a tarefa executada , as respectivas distribuições são mostrada na tabela4.

Tabela 3: Distribuição de acidentes em serviço da SES por período, tipo e tarefa 2013/14.

Ano Média Distribuição


Variável Categoria
2013 2014 2013-2014 %
Matutino 160 190 175 49%
Periodo da Noturno 95 72 83,5 23%
Ocorrência Vespertino 92 103 97,5 27%
Não Informado 12 10 11 3%
Típico 315 333 324 90%
Tipo de Acidente Trajeto 40 42 41 11%
Doença 4 0 2 1%
Executar Ativ. Inerente ao Cargo 270 275 272,5 76%
Trans. da Casa p/ o Trabalho 27 35 31 9%
Transitar dentro do Orgão 24 44 34 9%
Transitar do trabalho para casa 18 7 12,5 3%
Tarefa Executar ativ. Diversa ao cargo 11 5 8 2%
Executada Outras tarefas não espec. 5 7 6 2%
Levantar peso Manualmente 2 1 1,5 0%
Conduzir Veículo 1 0 0,5 0%
Trabalhar no Escritório 1 0 0,5 0%
Trabalhar fora do Orgão 0 1 0,5 0%
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A grande maioria dos acidentes, são acidentes típicos, acontecem durante a atividade
laboral dos servidores e acontecem no período matutino, conforme identificado na tabela
acima.
36

Acidentes em serviço da SES, por agente causador e forma de contato -


2013 e 2014.
Tabela 4: Distribuição de acidentes em serviço da SES por agente causador e forma de contato 2013/14

Ano Média Distribuição


Variável Categoria
2013 2014 2013-2014 %
Inst. Méd. hosp. Seringa / Agulha 104 95 99,5 27,72%
Pessoa 70 103 86,5 24,09%
Outros Agentes não Especif. 43 40 41,5 11,56%
Piso 36 36 36 10,03%
Instrumento medico hosp. Outro 27 33 30 8,36%
Automóvel / Veiculo 14 8 11 3,06%
Maquina Equipamento 14 21 17,5 4,87%
Escada / Degrau 9 1 5 1,39%
Moveis de Escritório 9 5 7 1,95%
Moto 7 8 7,5 2,09%
Instrumento med. Hospitalar bisturi 6 6 6 1,67%
Agente Rua 6 1 3,5 0,97%
Causador Vidro 5 4 4,5 1,25%
Objeto colocado no caminho 2 2 2 0,56%
Embalagem / Recipiente 1 2 1,5 0,42%
Ferramenta manual 1 0 0,5 0,14%
Iluminação 1 0 0,5 0,14%
Onibus 1 0 0,5 0,14%
Pátio 1 1 1 0,28%
Rampa 1 0 0,5 0,14%
Utensilio de cozinha 1 1 1 0,28%
Animal 0 2 1 0,28%
Caminhão 0 2 1 0,28%
Vestuário / Calçado 0 4 2 0,56%
Batida contra - eu bato objeto 141 127 134 37,33%
Queda de pessoa mesmo nível 49 53 51 14,21%
Contato respingo mucosa olho 31 45 38 10,58%
Queda de pessoa c/ dif. Nível 23 26 24,5 6,82%
Esforço excessivo / mau jeito 20 30 25 6,96%
Batida por - objeto bate em mim 19 20 19,5 5,43%
Contato da pele com 14 22 18 5,01%
Agressão física 13 9 11 3,06%
Forma de Contato com 11 2 6,5 1,81%
Contato Outros tipos não especificados 11 5 8 2,23%
Pisada em 7 5 6 1,67%
Prensagem entre 6 11 8,5 2,37%
Queda de objeto 5 4 4,5 1,25%
Inalação 4 2 3 0,84%
Exposição a 3 4 3,5 0,97%
Ação de serviço 2 3 2,5 0,70%
Mordedura 0 4 2 0,56%
Picada 0 3 1,5 0,42%
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A grande maioria dos acidentes acontece com instrumentais, tipo agulha e ou seringa, e
acontecem na forma de batida contra o objeto, conforme identificado na tabela acima.
37

Acidentes em serviço da SES, fonte causadora e natureza da lesão -


2013 e 2014
Tabela 5: Distribuição de acidentes em serviço da SES por fonte causadora e natureza da lesão 2013/14

Ano
Variável Categoria Média 2013-2014 Distribuição %
2013 2014
Parte pontiaguda ou afiada obj. 142 130 136 37,88%
Outro Objeto não especificado 58 93 75,5 21,03%
Piso 58 68 63 17,55%
Sangue Humano 17 25 21 5,85%
Agente Biológico 13 1 7 1,95%
Degraus de Escada 11 4 7,5 2,09%
Parte de Maquina / equipamento 11 17 14 3,90%
Punhos 8 5 6,5 1,81%
Canto vivo saliente de móvel 6 3 4,5 1,25%
Parte externa de veiculo 6 4 5 1,39%
Objeto em movimento 5 5 5 1,39%
Obstáculo Rígido 4 2 3 0,84%
Produto Químico 4 5 4,5 1,25%
Agente Causador Embalagem / Recipiente 2 2 2 0,56%
Painel de Veículo 2 2 2 0,56%
Parte afiada de ferramenta 2 0 1 0,28%
Poeira não silicosa 2 0 1 0,28%
Campo ilegível ou em branco 1 0 0,5 0,14%
Chama / Fogo 1 0 0,5 0,14%
Dentes / Boca 1 3 2 0,56%
Hélice de Ventilador 1 0 0,5 0,14%
Pés 1 2 1,5 0,42%
Temperatura agua quente 1 1 1 0,28%
Umidade 1 0 0,5 0,14%
Utensilio de Cozinha 1 0 0,5 0,14%
Vapor dágua 0 2 1 0,28%
Vestuário / Calçado 0 1 0,5 0,14%
Perfuração 135 116 125,5 34,96%
Contusão / Hematoma 44 53 48,5 13,51%
Lesão contm. Intox. Ag. Bio. Hum. 31 47 39 10,86%
Outra natureza não especificada 28 25 26,5 7,38%
Traumatismo / Trauma 25 17 21 5,85%
Entorse / torção 19 29 24 6,69%
Ferimento 19 27 23 6,41%
Fratura 17 18 17,5 4,87%
Escoriação tira a pele 14 11 12,5 3,48%
Distensão 7 9 8 2,23%
Lesão intox. Ag. Quim. Ácido 4 4 4 1,11%
Natureza da Lesão
Ruptura 4 0 2 0,56%
Luxação osso sai fora do lugar 3 3 3 0,84%
Queimadura 3 7 5 1,39%
Campo ilegível ou em branco 2 0 1 0,28%
Esmagamento 1 5 3 0,84%
Hérnia de esforço 1 0 0,5 0,14%
Lesão contam. Intox. Fungos. Bact. 1 1 1 0,28%
Lesão por agente ergonômico 1 0 0,5 0,14%
Corpo estranho 0 1 0,5 0,14%
Incapacidade total / permanente 0 1 0,5 0,14%
Politraumatismo 0 1 0,5 0,14%
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

A maioria dos acidentes acontece por perfuração no choque com a parte pontiaguda
de instrumentais, com parte do corpo dos servidores, conforme identificado na tabela acima.
38

Acidentes em serviço da SES, partes do corpo atingidas - 2013 e 2014


Tabela 6: Distribuição de acidentes em serviço da SES por parte do corpo atingidas2013/14

Ano
Variável Categoria Média 2013-2014 Distribuição %
2013 2014
Mão 132 122 127 35,38%
Múltiplas loc. no tronco 32 28 30 8,36%
Nariz 31 28 29,5 8,22%
Outras partes do tronco 27 37 32 8,91%
Outras partes membro inferior 17 18 17,5 4,87%
Peito 15 17 16 4,46%
Pele e Anexos 12 12 12 3,34%
Região púbica ou pubiana 11 6 8,5 2,37%
Seio 7 5 6 1,67%
Dedo da Mão 6 6 6 1,67%
Cotovelo 6 8 7 1,95%
Joelho 5 8 6,5 1,81%
Olho 5 6 5,5 1,53%
Tornozelo 5 2,5 0,70%
Face 5 7 6 1,67%
Ombro 5 9 7 1,95%
Vertebra Lombar 5 6 5,5 1,53%
Costas 4 7 5,5 1,53%
Dedo do Pé 4 1 2,5 0,70%
Punho 3 4 3,5 0,97%
Braço 3 1 2 0,56%
Cranio 3 8 5,5 1,53%
Partes Atingidas
Outras partes não especificadas 2 1 1,5 0,42%
Pé 2 1 0,28%
Perna 2 5 3,5 0,97%
Vertebra Cervical 2 1 1,5 0,42%
Antebraço 1 1 1 0,28%
Sistema e aparelhos 1 1 1 0,28%
Coxas 1 1 1 0,28%
Outras partes cabeça / pescoço 1 0,5 0,14%
Quadril 1 2 1,5 0,42%
Orelha 1 1 1 0,28%
Outras partes membros superior 1 1 1 0,28%
Região glútea 1 0,5 0,14%
Vertebra coccigea 3 1,5 0,42%
Abdomem 1 0,5 0,14%
Multiplos loc. Cabeça / pescoço 4 2 0,56%
Multiplos loc. Membros superiores 2 1 0,28%
Outras partes coluna vertebral 1 0,5 0,14%
Pescoço 2 1 0,28%
Vertebra sacra 1 0,5 0,14%
Vertebra toraxica 1 0,5 0,14%
Viscerastoracicas 1 0,5 0,14%
Fonte: SIGRH-DSAS-GECOB

Um dado importante foi obtido nesta tabela, cerca de 35% dos acidentes tiveram com
a parte atingida do corpo como sendo as mãos, o que nos leva a sugerir um maior
comprometimento por parte dos servidores com a utilização dos EPI’S.
39

DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


Analisando as tabelas 5 a 7, é possível constatar, que as categorias predominantes
nas variáveis, agente causador do acidente (instrumento médico-hospitalar/seringa/agulha),
forma de contato (batida contra – eu bato no objeto), fonte da lesão (parte pontiaguda ou
afiada do objeto), natureza da lesão (perfuração) e parte do corpo atingida (dedo da mão),
indicam que a maior parte dos acidentes em serviço ocorridos na SES foi com material
perfuro-cortante. Além disso, destacam-se os acidentes com respingo e parte do corpo
atingida olhos que sinalizam a falta de utilização de EPI – Equipamento de Proteção
Individual.
Outro aspecto relevante refere-se aos profissionais que se acidentaram com maior
freqüência, em que a categoria da enfermagem ficou acima de 70% do total (gráfico 8). O
detalhamento da distribuição da categoria da enfermagem é encontrado na tabela 3.
Segundo Luz (2013, p. 217), no processo de trabalho da enfermagem eles são os
mais envolvidos em acidentes de trabalho com material perfuro cortante. Estudo aponta que
os motivos podem estar relacionados ao tipo e quantidade de atividades desenvolvidas por
essa categoria profissional. Dentre as atividades, pode-se citar a administração de
medicamentos, incluindo os injetáveis, punções venosas, realização de curativos, aspiração
de secreção traqueal, e outros procedimentos que os mantêm em constante risco de acidente.
Também merece destaque o tempo de serviço dos servidores que se acidentaram no
período, em que a faixa de tempo de serviço menorde três anos constituiu o maior grupo.
Isso remete à necessidade de enfatizar o treinamento dos profissionais ingressantes, em
ações de prevenção de acidentes e riscos ocupacionais (gráfico 7).
Considerando os fatos apontados, sugerem-se trabalhos na área de prevenção a
acidentes em serviço do tipo perfuro-cortante e com material biológico na SES SC. É
importante investir em capacitação e campanhas de conscientização para que os acidentes
sejam evitados, promovendo, assim, a saúde e segurança dos servidores durante sua
atividade laboral bem como sua qualidade de vida no trabalho.
40

CONCLUSÃO

Os resultados referentes aos acidentes de trabalho dos servidores da SES SC no


período 2013-2014 indicaram que o maior risco, ao qual os servidores estão sujeitos, são os
riscos de acidentes, e dentre esses o de maior incidência foram os acidentes com perfuro-
cortantes.
Constatou-se ainda que o grupo de profissionais mais expostos aos acidentes de
serviço foramos profissionais de enfermagem, que inclui enfermeiros, técnicos em
enfermagem e auxiliares de enfermagem. A maioria dos acidentes aos quais os servidores
foram acometidos aconteceu em atividades inerentes ao cargo que ocupam, ou seja, durante
sua atividade normal de trabalho. Ainda com base na analise dos dados, contatou-se que os
servidores das unidades da SES SC estão expostos a riscos de acidentes em todas as áreas
das instituições onde exista o contato com os pacientes ou seus resíduos biológicos, sendo
que esses riscos foram potencializados quando relacionados aos cuidados diretos aos
pacientes e com o número de procedimentos realizados.
Durante essa pesquisa foi possível constatar que a análise dos dados relacionados
aos acidentes de trabalho é essencial, pois pode oferecer um norte claro e objetivo a ser
seguido, no que diz respeito a futuros programas de prevenção de acidentes de trabalho nas
unidades da SES.
É visível a necessidade de mudança de estratégias na área da saúde e segurança no
trabalho nas unidades da SES, optando-se pelas que possibilitem maior adesão dos
servidores tanto no uso de EPI’S quanto na utilização das precauções padrão, que acabam
muitas vezes não sendo utilizadas inclusive por desconhecimento por parte de muitos
servidores.
Apesar da autonomia de cada unidade estar prevista para a condução do Sistema de
Gestão em SST, pois existem particularidades nos procedimentos de cada unidade, parece
que as mesmas não assumiram de fato esta responsabilidade, já que os acidentes não
parecem ter tendência de queda.
Pelo exposto, a implantação deum sistema de controle, minimização e ou
eliminação dos riscos ambientais em cada Instituição por meio da elaboração de Programas
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que visa à prevenção da saúde e da integridade
dos servidores deve ser prioridade da SES que deve ser exigida das direções hospitalares
dentro do programa de contratos de gestão hoje em vigor na instituição.
Implantar e manter um processo mais integrado com melhora da comunicação na
área de medicina do trabalho, expressa na elaboração articulada do PCMSO e do PPRA e na
41

atuação da CIPA poderá aperfeiçoar o processo de identificação e promoção das ações de


prevenção de acidentes.
O comprometimento da alta administração, tanto das unidades hospitalares quanto
da SES, em cumprir e fazer cumprir as normas do Ministério do Trabalho e do Estado de
Santa Catarina, por meio da adoção de um sistema de gestão de segurança e saúde do
trabalhador (SST), atuante nas instituições e a realização de auditorias internas, afim de
comprovar que as medidas estão sendo tomadas, mapeando riscos, informando,
conscientizando e treinando os servidores em relação aos riscos e modos e procedimentos
de prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho sejam de fato efetivas é um
dos caminhos possíveis para reduzir o risco e os danos apresentados nesta monografia.
42

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