Teste - Atividade 3.pdf Literatura Africana

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26/11/2023 20:13 Teste: Atividade 3

Atividade 3
Iniciado: 26 nov em 20:05

Instruções do teste
Importante:
A+
Caso você esteja realizando a atividade através do aplicativo "Canvas Student", é necessário que
você clique em "FAZER O QUESTIONÁRIO", no final da página. A

A-

Pergunta 1 0,2 pts

Leia o excerto abaixo:

Exige-se a um escritor africano aquilo que não se exige a um escritor europeu ou


americano. Exigem-se provas de autenticidade. Pergunta-se até que ponto ele é
etnicamente genuíno. Ninguém questiona quanto José Saramago representa a
cultura de raiz lusitana. É irrelevante saber se James Joyce corresponde ao
padrão cultural desta ou daquela etnia europeia. Porque razão os autores
africanos devem exibir tais passaportes culturais? Isso acontece porque se
continua a pensar a produção destes africanos como algo do domínio
antropológico ou etnográfico. O que eles estão produzindo não é literatura, mas
uma transgressão ao que é tido como tradicionalmente africano.

(Fonte: Mia Couto. Que África escreve o escritor africano. Pensatempos. Lisboa:
Caminho, 2005, p.26.)

Observando o excerto do ensaio do escritor Mia Couto, e refletindo sobre a


produção artístico-literária dos países africanos de língua portuguesa nessas
primeiras duas décadas do século XXI, analise as afirmações abaixo:

I. O escritor africano tem consigo se desvencilhar das amarras essencialistas


sobre o que é ser africano para produzir uma literatura mais desgarrada de
estéticas e mesmo de discussões que seriam consideradas categoricamente
africanas.

II. O exercício contemporâneo do escritor africano é complexo e desafiante, visto


que é preciso que ele volte à essência africana para encontrar a sua identidade
como partícipe da historiografia do continente.

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III. Tanto os escritores como os artistas africanos como um todo têm um


compromisso ético com o continente, logo, suas obras espelham essas
preocupações.

É correto afirmar o que se afirma em:

A+
III, apenas.
A
I, apenas.
A-
I e II, apenas.

II e III, apenas.

II, apenas.

Pergunta 2 0,2 pts

Observe a figura abaixo:

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(Fonte: Capa da Revista Meridiano (1953), Boletim da Casa dos Estudantes do


Império. Delegação de Coimbra. In: SOUZA, Larissa da S. Lisboa. Corpos
ultrajados e suas representações em crônicas de Ana Paula Tavares. Dissertação
de Mestrado. Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2015, p.32.)

A partir da observação da capa da revista Meridiano, um dos boletins culturais da


A+
Casa dos Estudantes do Império, e considerando os seus estudos sobre o
período, assinale a opção correta. A

A-
As três pessoas retratadas na capa da revista se relacionam com a perspectiva do
período, visto que ambientam as vitórias da luta colonial, nos acordos de união entre
africanos e portugueses.

A revista Meridiano, diferentemente de outras produções da CEI, seria o único


material com uma proposta diferente das demais, e a imagem de capa ilustra essa
particularidade.

A imagem da capa da revista ilustra a perspectiva do período, visto que, a mulher ao


centro é a única que está com vestimentas tradicionais, enquanto os homens estão
com roupas “ocidentais”. Desse modo, ainda que se evidencie uma perspectiva de
união entre todos os africanos, há uma relação hierárquica que condiciona a mulher
apenas aos espaços tradicionais, não aos intelectuais.

A mulher ao centro do desenho representa o poder feminino que se instaura neste


período, como resultado de políticas públicas anticoloniais que inseriram as mulheres
nos exercícios de poder.

A imagem da capa não reflete a experiência do período, mas sim o desejo futuro de
união entre nações diversas.

Pergunta 3 0,2 pts

Leia o trecho abaixo:

Caminharam a direito, atravessando constantemente o rio, para encurtar


caminho. Os primeiros minutos foram o inferno para Teoria. Agora ia melhor.
Vencera o primeiro combate, o mais duro. Sabia que vencera mesmo todo o
combate. Avançaram distanciados uns dos outros, em fila indiana, por entre as
folhas largas de xikuanga, onde vivem os elefantes. O cheiro de elefante era
persistente.
Pena que não viemos caçar, pensou Ekuikui, o caçador; daria comida para muito
tempo. E, ao atravessarem de novo o rio, depararam com uma manada de
elefantes. Instintivamente, Ekuikui levantou a arma.

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— Ninguém dispara! — gritou o Chefe de Operações.

Ekuikui contemplava os elefantes que se afastavam calmamente, agitando as


trombas e as enormes orelhas, nada alarmados por aquela fila de homens de
verde que saíam do verde imenso do Mayombe. O Comissário bateu-lhe no
ombro:

— Viemos procurar o tuga. Se fazemos fogo, o tuga pode ouvir e ficar de


A+
prevenção.
A
Ekuikui, o caçador do Bié, abanou tristemente a cabeça.

(Fonte: PEPETELA. Mayombe. Lisboa: Dom Quixote, 1993. p. 11.) A-

A romance Mayombe, do angolano Pepetela, foi publicado após a Independência,


mas escrito enquanto o escritor era militante do Movimento Pela Libertação de
Angola no período colonial. Observando esse trecho da obra, analise as
asserções abaixo e a relação proposta entre elas:

I. A apropriação tanto da língua portuguesa como das línguas locais angolanas se


deu no exercício artístico de alguns escritores.

PORQUE

II. A apropriação das variedades linguísticas foi uma estratégia discursiva usada
durante grande parte do período colonial.

A partir das asserções, assinale a alternativa correta:

As asserções I e II são proposições verdadeira, e a II é uma justificativa da I.

A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.

A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

As asserções I e II são proposições falsas.

As asserções I e II são proposições verdadeira, mas a II não é uma justificativa da


I.

Pergunta 4 0,2 pts

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Leia um trecho das obras abaixo:

Texto I
Carrasco igual nunca se viu por estas terras. Hábil. Não é preciso ser marinheiro
para ser sanguinário. A resistência morreu de vez. Os condenados rendem-se de
vez. Para matar um povo é preciso abatê-lo pelas entranhas.
A+
Quer uma preta, uma virgem, patrão. Mandei preparar uma. Preta autêntica,
carvão puríssimo, de primeira, para o senhor inaugurar (...) A
(Fonte: CHIZIANE, Paulina. O Alegre Canto da Perdiz. Lisboa: Caminho, p.135)
A-
Texto II
Dobrado sobre o ventre e com as mãos pendentes para o chão, Madala ouviu a
última das doze badaladas do meio-dia. Erguendo a cabeça, divisou por entre os
pés de milho a brancura esverdeada das calças do capataz, a dez passos de
distância. Não ousou endireitar-se mais porque sabia que apenas devia largar o
trabalho quando ouvisse a ordem traduzida num berro. Apoiou os cotovelos aos
joelhos e esperou pacientemente
(Fonte: HONWANA, 2008, p. 76-81).

A partir da leitura do trecho do romance e o comparando com o trecho conto de


Luís Bernardo Honwana “Dina”, como os indivíduos explorados experienciavam o
processo colonial?

Os textos trazem a passividade do homem colonizado, aceitando todas as ações do


colonizador, inclusive, no desejo de ser tornar, um dia, um colonizador.

A condição do colonizado brasileiro é explorada em ambas as narrativas, como


crítica à condição explorada em que esses indivíduos viviam.

Enquanto o conto Dina traz indivíduos explorados que jamais aceitavam a sua
condição de escravizados, no trecho do romance de Paulina é possível compreender
que esses são passivos.

Ambos os textos mostram as dificultosas experiências desses indivíduos, visto a


necessidade de aceitar certas condições complexas a eles, simplesmente como
forma de sobrevivência.

Em nenhum dos textos é possível afirmar passividade ou atitude revolucionária entre


os explorados.

Pergunta 5 0,2 pts

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26/11/2023 20:13 Teste: Atividade 3

Leia o texto abaixo:

A escrita literária feminina, vale lembrar, fosse africana ou não, historicamente


imergiu em uma zona de profunda exclusão, habitando o sombreado das
fímbrias. Como indica Lucia Guerra (1995), a mulher ocupou sempre uma A+
posição subordinada, sendo privada, na organização patriarcal, “de sua própria
A
História e das histórias que modelizam sua própria experiência” (p. 26-27; traduzi)
(...) Ao todo, em tais antologias (africanas), aparecem: 31 poetas angolanos; seis A-
santomenses e 57 moçambicanos nomeados, além de dois desconhecidos. No
conjunto assim formado, 94 poetas, há 11 poetisas, isto porque Vera Micaia é
pseudônimo de Noémia de Sousa. Portanto, em um universo de 94 poetas
nomeados, apenas, e aproximadamente, 12% são mulheres.

(Fonte: PADILHA, Laura Cavalcanti. “Bordejando a margem (escrita feminina,


cânone africano e encenação de diferenças)”, SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 8, n.
15, p. 256-257, 2º sem. 2004.)

Em seu ensaio sobre a autoria feminina, Laura Padilha nos alerta sobre a
dificultosa experiência desse exercício. A partir desse complexo quadro exposto
devido a alguns problemas, avalie as afirmações abaixo:

I. O dificultoso processo de inclusão da mulher nas instituições de ensino desses


países.

II. O preconceito arraigado, seja da sociedade colonial como das comunidades


nativas, no cerceamento da mulher.

III. Os complexos processos de descolonização que não ofereceram nenhum


benefício às mulheres.

IV. Os lugares que as mulheres decidiram ocupar após as Independências,


afastando-as dos cenários literários.

É correto o que se afirma apenas em:

II e III

I e IV

III e IV

I e III

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26/11/2023 20:13 Teste: Atividade 3

I e II

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A+

A-

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