Dinastia de Bragança

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Dinastia de Bragança:

✓ D. João IV "O Restaurador" (1640 – 1656)


✓ D. Afonso VI "O Vitorioso" (1656 – 1683)
✓ D. Pedro II "O Pacífico" (1683 – 1706)
✓ D. João V "O Magnânimo” (1706 – 1750)
✓ D. José I "O Reformador" (1750 – 1777)
✓ D. Maria I "A Piedosa" (1777 – 1816)

D. João V
O rei absoluto não se submete a qualquer órgão de poder político. Com o monarca
Magnânimo atinge-se um ponto de grande relevância para a afirmação do regime político,
principalmente pelo facto de D . João V admirar profundamente o estilo de governação
do Rei Sol francês.

O Ouro do Brasil
As intensificadas prospeções mineiras na região do planalto de São Paulo
revelaram-se frutíferas nos últimos anos de Seiscentos. Após um século de esperanças
goradas, o Brasil figurava como a terra do mítico El Dorado no mapa das rotas atlânticas.
De imediato a jurisprudência legitimou a carga fiscal que este novo filão de riqueza havia
de proporcionar. O direito real de arrecadação do quinto do ouro extraído de ribeiros
e minas, fosse entendido como um direito patrimonial, fosse legitimado como um justo
tributo para “os gastos em prol da República” (Costa, Rocha, & Sousa, 2003)
O reinado de D. João V (1689-1750) beneficiou com a descoberta do ouro no Brasil,
uma riqueza que permitiu ao país lançar um vasto número de obras monumentais, investir
no ensino e também permitiu a implementação de uma monarquia absolutista.

O Declínio industrial e o Tratado de Methuen (1703)


Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de
Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos
de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que
forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.
II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu próprio Nome
e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã
Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz
ou Guerra entre os Reinos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de
Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente,
ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que
seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França,
diminuindo ou abatendo uma terça parte do Direito do costume. Porem, se em qualquer
tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado,
for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá,
justa e legitimamente, proibir os Panos de lã e todas as demais fabricas de lanificios de
Inglaterra.
D. José I
O Reformador, subiu ao trono a 31 de julho de 1750 e o seu reinado de 27 anos esteve
intimamente ligado à atuação política, económica e social de Sebastião José de Carvalho
e Melo (1699-1782), mais conhecido por Marquês de Pombal. Este reinado ficou
marcado pela ação deste ministro, que ofuscou o papel central do monarca absoluto pela
sua impulsiva, constante e transversal intervenção como homem de confiança do rei em
todos os sectores da vida coletiva do País.

1755: Terramoto de Lisboa; o Marquês de Pombal toma as rédeas do poder..


1758: Atentado contra D. José, de Portugal.
1759: O Marquês de Pombal expulsa os jesuítas e executa o duque de Aveiro e a
marquesa de Távora. Reformas pombalinas do ensino

Criação do Erário Régio (1761) potenciou uma clara melhoria na gestão e controlo das
receitas e despesas do Estado, centralizando todos os recursos existentes e a forma de os
aplicar. Este processo de modernização foi fundamental para dar capacidade de resposta
à redução das remessas de ouro do Brasil e à nova crise comercial que se fez sentir.
Companhias de comércio monopolistas para o Oriente e Brasil (1755),
Junta do Comércio (1755), para regular toda a atividade económica,
Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (1756),
Novas unidades industriais de têxteis em Tomar, Aveiro e Lisboa

D. Maria I (1777-1792)
Corte com a política pombalina em diversos sectores. O Marquês de Pombal foi
imediatamente destituído de todos os cargos e desterrado, acusado de abuso de poder e
corrupção, acabando por ficar confinado às suas posses senhoriais. Esta inversão de rumo
incluiu a libertação de vários presos e exilados políticos e a restituição de diversos títulos
nobiliárquicos.
D. Maria, conhecida como A Rainha Piedosa (ou Louca) foi afastada clinicamente da
governação em 1792, após a morte do marido, D . Pedro III (1786), e do filho e príncipe
herdeiro, D . José (1788). O seu catolicismo fervoroso fazia-a imaginar que o pai, D . José
I, ardia no inferno por ter expulsado os Jesuítas.
Vive um tempo de grandes mudanças…

Revolução Francesa (1789)

Regência de D. João VI (1792-1816)


Portugal, nos primeiros anos do século XIX, estava demasiadamente enraizado no
Antigo Regime, fugindo aos ventos revolucionários que sopravam em França, fruto da
ação política da Intendência-Geral da Polícia ou da Real Mesa Censória. Apenas uma
pequena elite intelectual e alguns membros da burguesia comercial, reunidos muitas vezes
em lojas maçónicas, pareciam estar interessados nos valores da Liberdade, Fraternidade
e Igualdade (Dias, & Ferreira, 2016)

Numa Europa em que Napoleão Bonaparte procurava dominar militar e


economicamente, D . João VI não aderiu ao Bloqueio Continental, em 1807, mantendo
as relações de amizade com os britânicos.
Depois de Portugal ter perdido o território de Olivença para Espanha, durante a
Guerra das Laranjas (1801), o País voltou a estar em conflito e, nos quatro anos
seguintes, viveu uma situação dramática: as três invasões francesas (1807-1811).
Antes da chegada das tropas comandadas pelo general Junot, em novembro de 1807,
D . João VI e a família real fugiram para o Brasil, para que não fossem capturados e
Portugal perdesse a independência enquanto Estado.
O Rio de Janeiro passou a ser a sede de governo e, no ano seguinte, os portos
brasileiros foram abertos ao comércio estrangeiro, perdendo a exclusividade com os
negociantes portugueses.

A chegada das cortes ao Brasil:


Para além de toda a devastação provocada pelas invasões, nomeadamente na indústria
e na agricultura, e dos diversos saques a mosteiros, palácios ou igrejas, este período ficou
marcado pelo domínio e afirmação política dos britânicos em Portugal. Entre 1808 e
1820, Portugal viveu como uma colónia brasileira e um protetorado inglês (Dias, &
Ferreira, 2016).
Num quadro em que a burguesia comercial ligada aos negócios com o Brasil e
importantes quadros militares foram substituídos pelos britânicos, foi fundada, no Porto,
em 1818, uma associação secreta denominada Sinédrio. Uniu militares, nobres e
burgueses com um forte cunho maçónico, e tinha como principal propósito terminar com
o domínio inglês.
Num clima de revoluções liberais um pouco por toda a Europa, nomeadamente em
Espanha e em Nápoles, e aproveitando a difusão de propaganda política que vinha do país
vizinho e a ausência Beresford, que tinha ido ao Brasil, o Sinédrio recolheu os apoios
necessários para o pronunciamento militar de 24 de agosto de 1820, no Porto. Através
da Junta Governativa, os generais e as tropas britânicas foram expulsas do país (Dias, &
Ferreira, 2016)

A Revolução Liberal de 1820:


«Soldados! - Uma só vontade nos una. Caminhemos à salvação da Pátria. Não há
males que Portugal não sofra. Não há sofrimento que nos portugueses não esteja
apurado. […] É necessária uma reforma, mas esta reforma deve guiar-se pela razão e
pela justiça, não pela licença. Coadjuvai a ordem; coibi os tumultos; abafai a anarquia.
Criemos um governo provisório, em quem confiemos. Ele chame as Cortes, que sejam
o órgão da Nação, e elas preparem uma Constituição, que assegure os nossos direitos.
O nosso rei, o senhor D. João VI, como bom, como benigno e como amante de um povo
que o idolatra, há de abençoar nossas fadigas. Viva o nosso bom rei! Vivam as Cortes e
por elas a Constituição!
A Constituição foi aprovada a 23 de setembro de 1822. As Cortes afirmam a sua íntima
convicção de que as desgraças públicas, que “tanto têm oprimido e ainda oprimem
[a Nação Portuguesa], tiveram a sua origem no desprezo dos direitos do cidadão e
no esquecimento das leis fundamentais da Monarquia; e havendo outros sim
considerado que somente pelo restabelecimento destas leis, ampliadas e reformadas, pode
conseguir-se a prosperidade da mesma Nação e precaver-se que ela não torne a cair no
abismo, de que a salvou a heroica virtude de seus filhos (…)”.
Regresso de D. João VI
O regresso de D . João VI, após ter nomeado o filho, D . Pedro, como príncipe do
Brasil, e o seu juramento de respeitar a Constituição de 1822, simbolizou o fim do Antigo
Regime e o início da Monarquia Constitucional, em Portugal.

Grito do Ipiranga
D. Pedro I
No dia 9 de janeiro de 1822 tornou-se conhecido na história do Brasil como o "Dia do
Fico". A expressão é uma célebre frase de Dom Pedro, então príncipe-regente do Brasil:
"Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo
que fico”

Guerra Civil Portuguesa (1832-1834)


Guerras Liberais,
Guerra Miguelista
Guerra dos Dois Irmãos

D. Pedro IV
Em abril de 1826, D. Pedro aclamou-se Rei de Portugal e abdicou do trono a favor da
filha D. Maria da Glória (7 anos).
Foi prometida em casamento ao tio, D. Miguel.
D. Miguel é nomeado regente.

D. Miguel I (1828-1834)
Em fevereiro de 1828, D. Miguel regressou a Portugal para jurar a Constituição e
exercer a regência. Imediatamente foi nomeado rei pelos portugueses e os seus seguidores
mais próximos pressionaram-no a voltar a reinar baseado nas cortes, no regionalismo e
no municipalismo. Um mês depois de sua chegada dissolveu a Câmara dos Deputados e
a Câmara dos Pares. Em maio, convocou as cortes tradicionais, com a nobreza, o clero,
e os homens livres, para proclamar o seu acesso ao poder tradicional. As cortes de
1828 cumpriram a vontade de D. Miguel, coroando-o como Miguel I de Portugal e
anulando a Constituição.

D. Pedro regressa…
Conquistada a fortíssima posição militar e naval de Angra, nos Açores, por essa
armada, D. Pedro partirá depois daí, mais tarde, para invadir o continente
português, o que ocorrerá a norte do Porto, na Praia dos Ladrões, depois rebaptizada
como Praia da Memória, que ficou conhecido como Desembarque do Mindelo (8 de
Julho de 1832).
As tropas pernoitaram em Pedras Rubras, um lugar da freguesia de Moreira, concelho
da Maia.
A guerra civil portuguesa, entre 1832 e 1834, iniciou-se com o desembarque no
Mindelo que permitiu a fácil conquista do Porto, enquanto as tropas de D . Miguel
defendiam, principalmente, Lisboa.
Neste período, viveu-se o dramático cerco do Porto (de julho de 1832 a agosto de
1833), acabando o duque da Terceira por furar o bloqueio naval e dirigir-se ao Algarve,
onde venceu as tropas absolutistas e rumou a Lisboa sem grande oposição.
A assinatura da Quádrupla Aliança (Inglaterra, França, Espanha e Portugal), em abril
de 1834, viria a consumar a vitória final dos liberais portugueses, uma vez que contaram
com o apoio de tropas estrangeiras nas batalhas de Almoster e da Asseiceira. D . Miguel
foi obrigado a assinar a Convenção de Évora- Monte, abdicando do trono e partindo
para o exílio.(Dias, & Ferreira, 2016)

D . Pedro IV (1834)
Poucos meses após o final da guerra civil, D. Pedro IV acabou por morrer, aos 36 anos,
e rapidamente a breve estabilidade política vivida foi posta em causa.

D. Maria II (1834 - 1853) – A educadora


Nos quatro governos conservadores nomeados por D . Maria II, até 1836, realce para
o ministério liderado pelo duque de Palmela e duque de Saldanha, onde Joaquim António
de Aguiar, decretou a extinção de todos os conventos, mosteiros e ordens religiosas
para que fossem incorporados no Estado. A sua venda em hasta pública reduziu os
valores de dívidas contraídas durante o conflito.

Revoltas e golpes de Estado:


Revolta da Maria da Fonte (1846)
Guerra da Patuleia
A Belenzada (1836)

D. Pedro V (1853 - 1861)


Morto prematuramente, apenas com 24 anos.

D. Luís I (1861 – 1889) - O Popular

D. Carlos I (1889 - 1908)


Conferência de Berlim (1884–1885)
Disputa com a Grã-Bretanha
Ultimato britânico (1890)

Ultimato inglês
O Governo de S. M. Britânica não pode aceitar como satisfatórias ou suficientes as
seguranças dadas pelo Governo Português. [...] O que o Governo de S. M. [britânica]
deseja e em que insiste é no seguinte:
Que se enviem ao governador de Moçambique instruções telegráficas imediatas para
que, todas e quaisquer forças militares portuguesas actualmente no Xire e nos países dos
Macololos e Machonas, se retirem. O Governo de S. M [britânica] entende que sem isto,
as seguranças, dadas pelo Governo Português, são ilusórias.
Mr. Petre ver-se-á obrigado, à vista das suas instruções, a deixar imediatamente Lisboa
com todos os membros da sua delegação se uma resposta satisfatória à precedente
intimação não for por ele recebida esta tarde; e o navio de Sua Majestade Enchantress
está em Vigo esperando as suas ordens.

Na sessão de 15 de janeiro, o Deputado Dias Ferreira declara:


Se eu fosse membro do governo, só depois da esquadra inglesa entrar de morrões
acesos nas águas do Tejo, e intimar o bombardeamento de Lisboa, ou depois de ocupar
violentamente S. Vicente, Lourenço Marques ou qualquer outra região portuguesa, é que
cederia, porque cedia à força, contra a qual não há resistência.
“A nação portuguesa tem que ceder à força, mas não pode nem deve ceder ao
medo.”

António José de Almeida, jovem estudante em Coimbra, escreve nas páginas d’ O


Ultimatum, de 23 de março de 1890, o artigo “Bragança, o último”, que o levaria a ser
condenado a três meses de prisão:
“A 11 de janeiro, o Ultimatum do inglês; e o rei que até aí era um simples larápio,
passou a ser, na boca das folhas revolucionárias, um grande gatuno; ele que até aí
possuía uma inteligência medíocre, passou a ser simplesmente um bruto; ele que até
aí exibia, no seu descoco de pedante, uma educação deficiente, passou a ser um
pacóvio (…)”.

O pano de fundo do país foi caracterizado pela miséria do operariado urbano, os


elevados índices de emigração, as dificuldades do mundo rural ou os magros salários
da classe média.
Excetuando uma alta burguesia ligada ao poder político, a insatisfação da sociedade
portuguesa, principalmente nos meios urbanos, possibilitou o acolhimento dos ideais
republicanos (Dias, & Ferreira, 2016)

Regicídio
A carruagem com a família real atravessou o Terreiro do Paço, onde foi atingida por
disparos vindos da multidão que se juntara para saudar o rei. D. Carlos I morreu
imediatamente, o herdeiro D. Luís Filipe foi ferido mortalmente e o infante D. Manuel
ferido num braço.

D. Manuel II (1908 - 1910)


Subiu ao trono com 19 anos e tentou contrariar as políticas do pai, ao demitir João
Franco e nomear um governo de «Acalmação».
Durante os últimos meses da monarquia, mais de cinco governos foram incapazes de
contrariar o rumo dos acontecimentos.

República
Nos dias 4 e 5 de outubro de 1910, após confrontos em Lisboa, incluindo
bombardeamentos ao Palácio das Necessidades, a Revolução colocou um ponto final no
regime monárquico. A República foi proclamada na varanda do edifício da Câmara
Municipal da cidade, às 9 horas, por José Relvas.
Na Ericeira, D . Manuel II e a mãe embarcaram no iate Amélia rumo ao exílio.

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