Contestação Cartões Bradesco
Contestação Cartões Bradesco
Contestação Cartões Bradesco
Processo n. 0154631-59.2023.8.17.2001
DA TEMPESTIVIDADE
Em ... foi juntado aos autos o aviso de recebimento referente ao mandado de citação.
Aplicando-se ao presente caso o art. 219 c/c 1.003, §5°, ambos do CPC/2015, tem-se que o prazo
para apresentação de contestação se iniciaria em ... e teria por termo o dia ...., sendo a
tempestividade da presente peça, portanto, inconteste.
Cumpre ressaltar que o requerido possui grande parcela de seu prolabore comprometida com
empréstimos e créditos firmados com a instituição requerida, o que tem comprometido o mínimo
existencial, motivo pelo qual está exercendo, por meio da presente, seu direito constitucional de
acesso ao Judiciário para promover a repactuação de dívidas.
Pelo exposto, e por atender os requisitos do art. 54-A conjuntamente com o art. 104-A do
CDC, que delimitam que o consumidor e suas dívidas podem receber o tratamento do
superendividamento (pessoa natural, de boa-fé que tenha contraído dívidas de consumo e que esteja
impossibilitado de pagar suas dívidas sem prejuízo de sua própria subsistência), vale-se das
prerrogativas conferidas pela Lei 14.181 que lhes autoriza requerer a realização de audiência,
visando inicialmente pactuar um acordo com os credores de maneira amigável.
A conciliação pré-processual, segundo o art. 104-A do CDC, poderá ser feita no Judiciário,
especificamente nos núcleos especializados no tratamento do superendividamento, que é o pleito
almejado pelo requerido. Ademais, o requerido já buscou os credores para renegociar suas dívidas,
porém a negociação não restou frutífera, motivo pelo qual busca a repactuação de tais dívidas com o
apoio dos núcleos especializados no tratamento ao superendividamento.
DA REPACTUAÇÃO DE DÍVIDAS
(PROCEDIMENTO DA LEI NÚMERO 14.181/2021-LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO)
De início esclarece que em sua defesa vem formular a utilização da ferramenta a Lei do
Superendividamento, tendo em vista que se trata de pessoa superendividada, nos termos da própria
Lei. Assim sendo, ressalta que o requerido não pretende esquivar-se do pagamento de suas dívidas,
muito pelo contrário, utiliza-se da nova legislação justamente para criar um plano de pagamento e
permanecer adimplente com seus credores.
Verifica-se o intuito do legislador, ao consagrar tal comando legal, de proteção aos direitos
fundamentais de máxima importância, especialmente ligados à dignidade da pessoa humana. E este é
exatamente o caso o requerido, que se vê na contingência de propor a presente demanda, com o
objetivo de ver repactuadas as suas obrigações com as instituições qualificadas preambularmente e,
assim, readquirir a sua dignidade e reabilitar-se nos mercados de consumo e de crédito.
(a) Com o credor Banco Bradesco, a dívida cartão de crédito com saldo devedor total de R$
95.996,31, e valor da parcela pagamento à vista R$ 95.996,31.
Ao longo dos anos o requerido foi vendo sua situação financeira cada vez mais
comprometida, tendo que adquirir empréstimos e efetuar pagamento rotativo de cartão de crédito, de
forma indiscriminada, pelas instituições financeiras, o que lhe causou uma verdadeira “bola de
neve”.
Ocorre, Meritíssimo, que com o tempo as parcelas/faturas que antes lhe pareciam
plenamente possíveis de serem pagas mensalmente, passaram a onerar demasiadamente sua vida
financeira, de modo que estão prejudicando o sustento próprio e da família, em razão da grande
incidência de juros e demais encargos abusivos.
Tal situação resultou na condição de superendividamento pela requerente, que, nos termos
do artigo 54-A do CDC, compreende na impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural,
de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer
seu mínimo existencial.
O requerido está tendo dificuldade para prover alimento a sua família. Requer com esta
demanda a limitação de que a(s) dívida(s) possam ser pagas até o percentual máximo de 35% da
renda do requerido, independentemente de tais descontos serem feitos na folha de pagamento ou na
conta corrente, vez que os ganhos do autor possuem natureza alimentar.
Somadas, as dívidas hoje consomem mais de 1066.63% dos rendimentos líquidos mensais
do consumidor, conforme planilha em anexo (DOC.O2), de modo que a quantia que lhe sobra é de é
insuficiente para arcar com suas despesas mensais. Estando este claramente em situação de
superendividamento.
A situação do reqeurido está completamente insustentável, pois todo valor que entra em sua
conta é destinado a cobrir parcialmente o “rombo” em seu limite, além de custear precariamente os
gastos para a sua subsistência, de modo que sempre segue para o mês seguinte com mais dívidas que
o anterior, configurando a famosa “bola de neve” da qual os consumidores endividados não
conseguem escapar.
Tendo por demaisadas vezes procurado o requente para renegociar tais dívidas
administrativamente, porém o banco não lhe ofereceu uma solução eficiente, apenas uma
renegociação das dívidas que já possuíam, com juros abusivos, pelo que não foi aceita pelo
requerido. Portanto, é necessária a presente demanda.
Como é cediço por este ínclito julgador e por esta administradora de cartão de crédito, a
partir de janeiro de 2024 a dívida total (com juros) de quem atrasa a fatura do cartão não poderá
ultrapassar o dobro do valor original.
Para esta operação verifica-se que os extratos bancários trazem em seu contrato os
percentuais de 461% a.a, conforme pode se verificar no extrato abaixo, contando, ainda, em caso de
inadimplência com os juros cumulativos, o que se verifica ser muito além do informado pelo índice
Bacen.
Percebesse que o contrato realizado e firmado, atribuiu uma taxa de juros remuneratórios
impostos ao consumidor, atingindo o patamar 14,99 % a.m. e 434,47 % a.a, ultrapassando a taxa
média de juros remuneratórios do mercado financeiro, para determinada operação, à época da
assinatura do contrato entre as partes, conforme o Bacen. Sendo, portanto, contrato abusivo segundo
entendimento do Resp. 1.061.530/RS.
Além dos juros absurdos que ocasionaram o endividamento, novos encargos, sob as mais
variadas nomenclaturas, eram lançados, que acabavam por comprovar o atuar abusivo contrário à
boa-fé objetiva assumido pela Requerente.
Em pouco tempo, os valores se tornaram impossíveis de serem pagos, e, sem nem mesmo
executar, pois era o que deveria ter feito assim eu houve o inadimplemento, pelo menos o débito
teria se estancado em valores possíveis de serem pagos, mas não. Isto não interessa à Requerente, a
qual tem por finalidade o máximo de tempo, pois os valores se multiplicam geometricamente, se não
bastasse isso, colocou o nome do Requerido no cadastro de inadimplentes.
É exatamente por isso que a dívida se tornou cada vez mais impossível de ser honrada, onde,
além disso, é imprescindível ressaltar as questões abusivas elencadas no contrato, gerando números
nada condizem com a realidade.
Portanto, devendo, neste caso haver uma perícia contábil para trazer os valores reais, com a
devida limitação DE 100% da cobrança dos juros ao valor da dívida. Trazendo aplicabilidade da lei
14.690/23 para o presente caso.
Inicialmente, necessário ressaltar que há, na espécie, inequívoca relação consumerista entre
as partes litigantes, estas se amoldam com perfeição aos conceitos legais de consumidor e
fornecedor, nos termos dos arts. 2º e 3º, do CDC. Ademais, a relação estabelecida se enquadra na
conceituação de relação de consumo e justamente o CDC, com as alterações advindas da Lei nº.
14.181/2021, a coibir excessos.
Desta feita, requer-se, desde já, o deferimento da inversão do ônus da prova, com fulcro no
art. 6º, VIII do CDC.
Conforme claramente denota-se dos documentos anexos, comprovante dos débitos e crédito,
em especial o cálculo apresentado, ainda que o requerido tenha assinado o(s) contrato(s) em total
autonomia, é de se presumir que o percentual de comprometimento da sua renda conduz a uma
lógica de que a sua até então autonomia é cessada, tendo em vista o superendividamento.
Essa situação conduz o consumidor a contratos e repactuações com objetivo de honrar suas
obrigações, mas ao mesmo tempo o afundando cada vez mais num mar de dívidas sem fim. A
situação que ora se apresenta não pode ser analisada apenas sob o prisma da legalidade dos
empréstimos tomados e corretamente descontados.
É necessário que seja considerado o fato de que a dignidade da pessoa humana, um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil insculpidos no art. 1º da Constituição Federal, deve
ser observado e, respeitado, acima de tudo. A soma de todos os valores do financiamento
compromete mais de 1066.63% dos rendimentos líquidos do requerido:
Portanto, é claro que com o valor de seus vencimentos líquidos, o requerido não consegue
pagar os valores das dívidas mensais e sobreviver, pagando as despesas necessárias ao seu mínimo
existencial, estando claramente agredida sua dignidade.
Essa lei acrescentou ao Código de Defesa do Consumidor, entre outros, o art. 54-A que, em
seu § 1º, conceitua o "superendividamento":
Como se depreende do parágrafo primeiro acima transcrito, o ponto central do conceito é a garantia
da preservação do mínimo existencial da pessoa natural, que também foi introduzido pela Lei
14.181/21 como "novo direito básico do consumidor" no art. 6º, XII do CDC.
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Nesse passo, sem o mínimo de qualidade de vida a permitir o consumidor viver com
dignidade, tendo a oportunidade de exercer a sua liberdade no meio social, não há como assegurar
dignidade à pessoa humana.
A Lei nº. 14.181/21 garante ao consumidor superendividado, na forma do § único do art. 54-
D, “a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato original”, o que refere uma interpretação
integrativa da norma do inciso V do art. 6 do CDC.
O art. 6º do CDC:
CDC, art. 6º: “São direitos básicos do consumidor: (...)
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou
sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;”
Por analogia necessário fazer um diálogo entre a Lei nº. 10.820/2003, que dispõe sobre a
autorização para desconto de prestações em folha de pagamento e dá outras providências, com a Lei
do Superendividamento, estabelecendo um limite máximo de 30% aos descontos nos vencimentos de
consumidores.
Ora, não precisa que seja realizada uma análise profunda, para que seja observado
que os contratos aqui rebatidos, ultrapassam e muito os 100% do valor da dívida. Como se
sabe, o Conselho Monetário fixou limite de até 100% da dívida para cobrança de juros, no
máximo, o dobro do valor original do débito deixado em aberto. O que no presente caso,
notoriamente não foi aplicado até os dias atuais.
Ainda, não é permitido pela legislação descontar acima de 30% do salário, mesmo em
caso de vários contratos de empréstimos pessoais.
Portanto, todo contrato firmado com o consumidor deve ser analisado sob a ótica de
proteção do vulnerável e suscetível o endividamento.
Inicialmente, vale mencionar que a parte requerida não detém as vias de todos os contratos
celebrados com a instituição financeira demandante, tampouco o valor atualizado das dívidas para
quitação. No entanto, tais documentos são fundamentais até mesmo para que se conclua a proposta
de plano de pagamento a ser apresentada por ocasião da audiência de conciliação prevista neste
procedimento.
Dessa forma, postula-se que conste da intimação que a exibição se dê com prazo mínimo de
15 dias antes da audiência de conciliação. Assim, a parte requerente terá tempo hábil para concluir a
sua proposta de plano de pagamento aos documentos que vierem a ser exibidos.
Ou seja, percebe-se que taxas de juros remuneratórios que estejam “uma vez e meia”
acima da taxa média, segundo o Bacen, para a mesma operação, à época da celebração do
contrato, são consideradas abusivas, ensejando a revisão contratual e, consequentemente, sua
limitação ao índice divulgado pelo Banco Central.
Logo, os demais Tribunais Pátrios vêm adotando o respectivo parâmetro, qual seja, que
taxas de juros que discrepem uma vez e meia em relação à média do mercado, segundo o Bacen,
estão em patamar de abusividade, sendo hipótese onde é cabível a revisão contratual e a consequente
limitação dos juris remuneratórios. Vejamos:.
Pois bem, Vossa Excelência, o presente contrato celebrado entre as partes apresenta a taxa
nominal de juros estipulada da seguinte forma: 14,99 % ao mês e 434,47 % ao ano. Uma rápida
consulta ao site do Bacen, nos permite auferir que a taxa média do mercado financeiro, para a
mesma operação, a época da celebração do contrato, era de 14,97 % a.m. e 433,33 % a.a.
Logo, um simples cálculo matemático nos permite auferir que a taxa celebrada entre as
partes, excede a tolerância de 50% acima da taxa média, estabelecida pelo Superior Tribunal de
Justiça, como parâmetro para determinar a abusividade da taxa de juros remuneratórios.
Portanto, o banco impôs a parte autora uma taxa de juros remuneratória em patamar abusivo,
incorrendo em flagrante ilegalidade, conforme entendimento já consolidado na jurisprudência das
mais variadas Cortes Jurídicas do país.
DA DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA
Ademais, com o passar dos últimos anos a jurisprudência dos Tribunais reconheceu que a
descaracterização da mora implica na impossibilidade de que qualquer um dos seus efeitos incidam
sobre o devedor, sejam eles: a cobrança de multa contratual, a incidência de juros moratórios e até
mesmo a inclusão do nome do devedor em cadastro de inadimplentes.
Desta maneira, toda e qualquer possível mora a qual o devedor possa ter incorrido deve ser
afastada, em virtude da flagrante prática abusiva da instituição financeira na cobrança de juros
remuneratórios.
Portanto, deve ser reconhecido o direito do autor ao afastamento da mora, bem como vedado
ao banco proceder a cobrança dos efeitos correspondentes, quais sejam: de multa moratória, de juros
de mora ou inscrição do devedor em cadastro de inadimplentes.
Cumpre ressaltar, que a parte autora não pleiteia que o Poder Judiciário reconheça qualquer
tipo de inadimplência, apenas requer que os juros remuneratórios sejam adequados a média do
mercado financeiro, de forma que os valores já pagos sejam descontados e o saldo devedor
recalculado sob a nova taxa.
Determinado valor para quitação é composto do saldo devedor que se entende existente, ou
seja, com a taxa de juros redimensionada e descontado os valores pagos em excesso.
Ainda, destaca-se que os valores já pagos, eventualmente, a título de mora das parcelas já
adimplidas, deverão ser abatidos do saldo devedor, ou devolvidos via indébito simples, caso
constatada a existência de crédito em favor da parte autora.
Portanto, não restam dúvidas que o banco instituiu uma taxa de juros remuneratórios
abusiva em desfavor da parte autora, de modo que a revisão contratual é a medida que se impõe, com
a referida limitação dos juros a taxa média do Bacen, à época da contratação do referido crédito.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Conforme dito acima, as dívidas decorrentes do crédito rotativo tomado estão consumindo
uma quantia exorbitante da renda da requerente, o que coloca em risco inclusive sua dignidade, o
que requer seja considerado por esse MM juízo.
Ora, não se trata de uma retenção qualquer de valores, mas, sim, de uma retenção que
corresponde à verba alimentar da parte requerente, essencial para sua subsistência. À toda evidência,
no momento presente não está preservado o mínimo existencial da demandante, assim reconhecido
como o necessário a que se viva uma vida minimamente digna, atendendo-se ao menos às
necessidades básicas de alimentação, moradia e saúde.
Portanto, a concessão da tutela de urgência se faz extremamente necessária para que a
requerente não sofra mais danos financeiros do que já sofre com os demais descontos que
extrapolam o máximo legal.
A probabilidade do direito está patente na prova documental produzida com esta petição
inicial, que comprova o comprometimento dos rendimentos da parte requerente. No caso em tela,
observando os contracheques da requerente, resta claro que os descontos efetuados pelas instituições
são muito superiores ao limite firmado pelo STJ. E o perigo de dano é evidente, uma vez que a
requerente se encontra em situação que já atingiu a insustentabilidade, devido aos descontos
realizados em sua conta.
O CPC dispõe em seu artigo 300, §2º, a irreversibilidade é inexistente, da tutela de urgência:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver "elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
[...]
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
A parte requerente não está se negando a pagar o que deve, apenas pretende repactuar suas
obrigações, bem como, o faz com base em expresso permissivo legal, quais sejam, as novas
disposições do CDC.
Com base nas alegações ora expendidas, bem como na evidente lesão e legislação vigente,
imperiosa necessidade do deferimento da tutela de urgência pretendida, para a finalidade de que
sejam limitados, previamente, os descontos ao patamar de 35% dos rendimentos líquidos do
requerido.
Os fatos declinados ensejam o deferimento da medida cautelar pleiteada, eis que presentes
os requisitos autorizadores de sua concessão, ou seja:
O PERICULUM IN MORA, que se revela pelo dano irreparável que no caso pode ser
apontado como: violação ao princípio da dignidade da pessoa humana, ao princípio da razoabilidade,
afronta a segurança jurídica da verba de caráter alimentar, e o resultado prático de dificuldade de
subsistir, a se alimentar, de garantia a vida da família e etc.
Isso posto, requer seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro nos artigos 300 e
497 do CPC, para o fim de que sejam limitados, previamente, os descontos ao patamar requerido, o
que deve ser reconhecido por este juízo, tendo em vista, principalmente, os documentos anexos que
comprovam a verossimilhança dos fatos declinados nesta peça processual, bem como os requisitos
necessários para a concessão desta, para:
DOS PEDIDOS
Ainda:
A. Requer seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA, com fulcro nos artigos 300 e 497 do
CPC, para o fim de que A) Restringir as parcelas realizadas pelas instituições bancárias do requerido
em 30% do prolabore líquido; B) Fixar multa diária de no mínimo R$500,00 em caso de
descumprimento da medida. C) A parte requerente se abstenham de cadastrar o nome da requerido
nos órgãos de proteção ao crédito tais como SERASA, SPC e afins. D) Que seja enquadrado o valor
dos juros em no mpaximo 100% do valor originpario da divida, sendo este considerado o valor
incontroverso para quitação do contrato, de modo a descaracterizar qualquer mora da parte autora e
seus respectivos efeitos: como multa moratória, incidência de juros moratórios, possibilidade de
sequestro de valores em suas contas ou inscrição em cadastro de inadimplentes, tendo em vista as
taxas de juros remuneratórios em patamar abusivo; e) Vedar o Banco de realizar o sequestro de
qualquer valor porventura depositado em favor da parte requerida, sob pena de multa coercitiva no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil) por sequestro, devendo ainda devolver os valores, eventualmente,
sequestrados indevidamente.
B. Requer a inversão do ônus da prova em favor do requerido, nos termos do artigo 6º, VIII
do CDC, por se tratar de relação de consumo, onde fica, por consequência, evidenciada a
vulnerabilidade deste;
C. Requer ainda, seja a autora compelida a fornecer todos os documentos referentes a
contratação dos cartões, que estão sob a sua guarda, tais como regulamentos e suas alterações, termo
de adesão ao plano, atualização de juros utilizada pelo contratos realizados, seguros vinculados,
índices de correção do plano e outros que se fizerem necessário para análise do direito na ação
principal, sob pena de astreintes no importe R$ 10.000,00 (dez mil reais);
D. A total Procedência da presente defesa, para:
1) reconhecer o superendividamento do autor, e limitar a dívida aqui discutida ao patamar de
35% dos rendimentos líquidos do autor;
2) Confirmar a antecipação de tutela;
3) procedência da repactuação de dívidas, com aplicabilidade da lei do superendividamento
14.181/2021 e da lei 14.690/23.
E. A condenação do(s) Réu(s) ao pagamento das custas e demais despesas processuais,
inclusive em honorários advocatícios sucumbenciais, que deverão ser arbitrados por este Juízo,
conforme norma do artigo 85 do CPC;
Em tempo, com base no art. 272, §5 do NCPC, sob pena de nulidade, que sejam todas as
futuras notificações e intimações referente a este feito realizadas exclusivamente em nome de
LOUISE DANTAS DE ANDRADE, advogada inscrita na OAB/PE sob o n. 30.392 e THAYS
MEIRELLY VALENÇA DE PAIVA, advogada inscrita na OAB/PE sob o n. 41.570, ambas com
endereço na Rua Padre Carapuceiro, n. 968, Torre Janete Costa, sl 1702, Boa Viagem, CEP 51020-
280.
Nestes termos,
P. deferimento.