Aula Biologia 4 - Relacoes Ecologicas 2023

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Biologia

Aula 4:

Relações
Ecológicas

Dolescêncio
A. Armando

dolescencio.a
rmando@uza
mbeze.ac.mz

Dolescêncio A. Armando
Questões centrais:
1. É possível um ser vivo viver sem precisar
dos outros?
2. Porque os seres vivos interagem entre si e
com o meio ambiente?
3. Quais seriam as consequências se não
houvessem estas interacções?

Dolescêncio A. Armando
Notas Introdutórias
Para satisfazer suas necessidades de alimentação, proteção,
transporte, reprodução e Busca por espaço ou território os
seres vivos associam-se com outros seres vivos, de mesma
espécie ou de espécie diferente, surgindo assim as relações
ecológicas. Consideradas factores ecológicos bióticos, as
relações ecológicas podem ser classificadas em:

♦ Intra-específica - ocorre entre indivíduos de = espécie;


♦ Inter-específica - ocorre entre indivíduos de espécies≠;
♦ Harmônica - nenhum dos organismos envolvidos é prejudicado;
♦ Desarmônica - pelo menos um dos organismos é prejudicado.

Dolescêncio A. Armando
OBSERVAÇÃO 1
As relações podem ter um importante efeito
evolutivo, pois são a origem de diferentes pressões
ambientais.

Quando uma espécie é selecionada por outra e a


longo prazo sofre mudanças, ocorre o que chamamos
de coevolução

Dolescêncio A. Armando
a1) Relações Intra-específicas Harmônicas
I) Colônia: São associações entre indivíduos da mesma
espécie, unidos fisicamente entre si, podendo ou não ocorrer
divisão de trabalho. Ex: Corais, bactérias (estreptococos),
caravela

II) Sociedade: São associações entre indivíduos da mesma


espécie, organizados de modo cooperativo e não ligados
anatomicamente. Ex: sociedade dos insetos: abelhas, formigas,
vespas.

Obs.: Na sociedade das abelhas as funções dos indivíduos são


bem definidas, havendo três castas sociais: rainha, zangão e
operárias.
Dolescêncio A. Armando
I) Colônia:

Dolescêncio A. Armando
II) Sociedade: Abelhas

Dolescêncio A. Armando
a2) Relações Interespecíficas Harmônicas

I) Mutualismo: É a associação entre indivíduos de espécies


diferentes, necessária à sobrevivência dos participantes e que
beneficia ambos. Ex:
o Líquens (associação entre algas ou cianobactérias e fungos)
o Bacteriorriza: Associação formada por bactérias do gênero
Rhizobium com raízes de leguminosas, como o feijão.
o Herbívoros e Protozoários.

Dolescêncio A. Armando
O mutualismo pode ser:
1. Trófico – envolve parceiros especializados em
formas complementares para obter energia e
nutrientes.

2. Defensivo - envolve espécies que recebem


alimento ou abrigo de seus parceiros em troca de
defendê-los contra herbívoros, predadores ou
parasitas.

3. Dispersivo – envolve uma espécie de animal que


transporta pólen de uma espécie de planta, em troca de
alimento

Dolescêncio A. Armando
II) Protocooperação: é a associação entre indivíduos de
espécies diferentes em que ambos se beneficiam, mas a existência
não é obrigatória. Ex:
 Paguro e anêmonas do mar
 Cervo e pássaro anu
 Pássaro palito e jacaré
 Insetos polinizadores e angiospermas

Dolescêncio A. Armando
III) Comensalismo: associação entre espécies ≠s, na qual uma
espécie é beneficiada sem causar prejuízo ou benefício a outra.

Comensalismo típico: Relação em que uma espécie se


alimenta de restos alimentares de outra, sem prejudicá-la. Ex:
Abutres, que aproveitam restos das presas dos leões.

IV) Inquilinismo: Relação ecológica em que uma espécie


inquilina vive sobre ou no interior de uma espécie hospedeira, sem
prejudicá-la. Nos vegetais essa associação recebe o nome de
epifitismo. Ex: Bromélias.

V) Forésia: Relação na qual uma espécie usa a outra como meio


de transporte. Ex: Tubarão e rêmoras.

Dolescêncio A. Armando
b1) Relações Intra-específicas desarmônicas

I) Competição Intra-específica: Ocorre entre indivíduos da mesma


espécie, e é motivada por disputas por território, alimento e
companheiro sexual.

Obs.: A competição é um fator que regula o tamanho da população

II) Canibalismo: Relação na qual um organismo se alimenta de outro


da mesma espécie. Ex: Louva-Deus; Aranha viúva negra.
Dolescêncio A. Armando
b2 ) Relações Interespecíficas desarmônicas

I) Competição Interespecífica: Ocorre entre indivíduos


de espécies diferentes. Geralmente ocorre quando duas espécies
apresentam sobreposição de nichos ecológicos.

Obs1.: A disputa pelo mesmo recurso ambiental é um importante


factor no controle do tamanho das populações.

Obs2.: Quando uma competição é muito severa uma das espécies


pode ser eliminada (extinta) ou obrigada a emigrar.

Obs3.: A introdução de espécies exóticas têm causado graves


impactos ambientais devido ao facto dessas espécies competirem
pelos mesmos recurso que espécies nativas.
Dolescêncio A. Armando
II) Predatismo: Ocorre quando organismo predadores matam
indivíduos da população de presas para deles se alimentarem.
Ex: Leões e girafas.

Obs.: A relação presa-predador pode ser um factor regulador da


densidade populacional de ambos.

Nº de indivíduos Presa
Predador

Dolescêncio A. Armando Tempo


Ex.: Predatismo:

Dolescêncio A. Armando
III) Parasitismo: Relação na qual uma das espécies, o parasita, obtêm
nutrientes e moradia no corpo de indivíduos vivos da espécie hospedeira.

Endoparasitismo: O parasita vive no interior do corpo do hospedeiro.


Ex: Protozoários flagelados e cupim.

Ectoparasitismo: Quando o parasita vive na superfície do hospedeiro.


Ex: Piolho e homem.

Holoparasita: Planta parasita que obtém seiva bruta e elaborada as custas da


planta hospedeira. Ex: Cipó-chumbo.

Hemiparasita: Planta parasita que obtém somente seiva bruta as custas da


planta hospedeira. Ex: Erva de passarinho.

Obs1.: O parasitismo pode ser um fator regulador do tamanho de uma


população.
Obs2.: Geralmente os parasitas não matam os hospedeiros, pois dependem
destes para sobreviverem.
Dolescêncio A. Armando
Ex.:Parasitismo

Pernilongo
Erva-de-passarinho Cipó chumbo

Dolescêncio A. Armando
Uma curiosidade: Porque a espécie humana é alvo de
tantos parasitas?

Dolescêncio A. Armando
IV) Amensalismo: Também chamado de antibiose, uma
espécie denominada inibidora libera substâncias que impedem o
crescimento e a reprodução de outra denominada amensal.
Ex: Algas pirrófitas e animais marinhos (Maré vermelha).

Algas Pirrófitas

Dolescêncio A. Armando
V) Esclavagismo: Uma espécie se beneficia do
trabalho de outra. Ex: Chupim.

Essa espécie de pássaro bota seus ovos no ninho de outras


espécies, que passa a chocá-los até a eclosão.

Dolescêncio A. Armando
Mecanismos ou Formas especiais de adaptação das especies
diante das relacoes ecologicas

a)Camuflagem: Forma b) Mimetismo: Forma


de adaptação na qual um de adaptação na qual uma
organismo se parece com o espécie se beneficia por
ambiente, confundindo-se assemelhar-se a outras
com ele na cor e/ou na
forma.

Dolescêncio A. Armando
b) Mimetismo

Dolescêncio A. Armando
c) Aposematismo: Forma de adaptação na qual uma
espécie exibe cores chamativas para advertir seus
possíveis predadores quanto a seu paladar
desagradável ou pelo veneno que possui.

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e
Fluxo de Energia

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
1) Conceitos Prévios

a) Organismos Autótrofos

São organismos que possuem a capacidade de utilizar o CO2 como fonte de


carbono para produzir matéria orgânica.

6CO2 + 12H2O  C6H12O6 + 6H2O + 6O2

Os organismos podem ser autótrofos de duas maneiras:


I) Realizando fotossíntese
• A fonte de energia necessária para converter o CO2 em matéria orgânica
provém da luz.
II) Realizando quimiossíntese
• A energia necessária para converter o CO2 em matéria orgânica provém de
reações químicas.

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
1) Conceitos Prévios

a) Organismos Autótrofos

Algas Verdes Árvores Cianobactérias

Algas Pardas Bromélias


Dolescêncio A. Armando Algas unicelulares
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
1) Conceitos Prévios

a) Organismos Heterótrofos

São organismos que não são capazes de produzir matéria orgânica. Dessa maneira,
precisam obter a matéria orgânica pronta.

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
1) Conceitos Prévios

a) Importância dos autótrofos

Os autótrofos, por serem capazes de produzir


matéria orgânica, são os grandes produtores
de nutrientes dos ecossistemas.

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
2) Cadeias Alimentares

a) Conceito

Relação alimentar entre organismos de um ecossistema. Representa a série de


organismos pela qual flui a energia inicialmente assimilada pelos produtores.

Luz
Capim  Gafanhoto  Sapo  Serpente

Decompositores
(bactérias e fungos)

Dolescêncio A. Armando
Toda cadeia alimentar possui 3 componentes:
I) Produtores
II) Consumidores
III)Decompositores

Os Produtores Os consumidores Os decompositores


São sempre São sempre são também
representados pelos heterótrofos heterótrofos, porém
organismos autótrofos São representados são os únicos capazes
(Fotossintetizantes ou pelos organismos de converter a matéria
Quimiossintetizantes) carnívoros ou orgânica em
herbívoros de um compostos inorgânicos
ecossitema. simples.

Na cadeia acima o capim (autótrofo) é o organismo


produtor. Gafanhoto, sapo e serpente, consumidores
e bactérias e fungos decompositores
Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
TEIA ALIMENTAR

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
FLUXO DE ENERGIA

1 2

3 4

6
5 8
7 10
9
11

Fluxo de energia

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia

PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

a) Pirâmide de Energia

É sempre direta!!!

Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia
PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

b) Pirâmide de números

Pode ser direta ou inversa

Se os produtores forem
organismos pequenos e os
consumidores relativamente
maiores, a pirâmide será
sempre direta.

Se os produtores forem de
grande tamanho (uma
árvore) e os herbívoros
pequenos (lagartas) a base
da pirâmide será estreita e o
gráfico não apresentará
forma de pirâmide. Dolescêncio A. Armando
Cadeia Alimentar e Fluxo de Energia

PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Expressa a quantidade de substância viva


b) Pirâmide de biomassa (“peso seco” em cada nível trófico.

Pode ser direta ou inversa

Peixes

Carnívoros Zooplâncton
Herbívoros
Fitoplâncton
Produtores

Dolescêncio A. Armando
Próxima aula:
Introdução a Microbiologia

Dolescêncio A. Armando

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