Direito Comercial 2.
Direito Comercial 2.
Direito Comercial 2.
São comerciantes as pessoas que, tendo capacidade para praticar atos de comércio,
para praticar atos de comércio, fazem desta profissão (pessoas singulares)
As sociedades comerciais (pessoas coletivas)
O artigo 13º aponta os requisitos para ser comerciante (remissão art.7º Código
Comercial).
O artigo 7º do Código Comercial, afirma, que toda a pessoa, nacional ou estrangeira,
que for civilmente capaz de se obrigar, poderá praticar atos de comércio, nos termos e
salvas as exceções do presente código.
Personalidade Jurídica
Em geral, capacidade jurídica significa que a pessoa que pratica um dado ato tem
poderes para o fazer, o que atribui eficácia plena ao dito ato.
“as pessoas podem ser sujeitas de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição legal
em contrário” (art.67º Código Civil)
Incapacidades
Menoridade (art. 123º e 124º Código Civil) – cessa com a maioridade (art.130 Código
Civil) e emancipação (art. 133º Código Civil)
Noção: é menor quem não tiver completado 18 anos de idade. No entanto, o menor
emancipado tem plena capacidade de exercício de direitos.
Exceto: maior de 16 anos pode administrar ou dispor dos bens adquiridos pelo seu
trabalho.
O menor pode praticar negócios jurídicos próprios da sua vida corrente (por exe.:
comprar bens de consumo no bar ou papelaria da escola; comprar bilhetes de
autocarro, etc.)
O menor pode praticar os negócios jurídicos inerentes á profissão que estiver
autorizado a exercer.
Maior acompanhado (artº 138º Código Civil) – o maior impossibilitado, por razões de
saúde, deficiência, ou pelo seu comportamento, de exercer, plena, pessoal e
conscientemente, os seus direitos ou de, nos mesmos termos, cumprir os seus deveres.
Incapacidade acidental -> a declaração negocial de quem, por qualquer causa, está
acidentalmente incapacitado de entender o sentido dessa declaração ou não dispõe do
livre exercício da sua vontade, sendo essa situação conhecida do declaratório.
Exemplo: Luís em estado de completa embriaguez promete vender o seu apartamento
ao melhor amigo por metade do preço de mercado.
Comerciante/ Empresário em Nome Individual (artº 13º nº1 Código Comercial)
Relativamente á expressão “pessoa”, deve aqui ser considerada não somente a nível
singular, mas também como pessoa coletiva que não seja uma sociedade comercial.
Para ser considerado comerciante devem então ser observados três requisitos
cumulativos:
Capacidade Comercial
O art. 7º vem falar o que é necessário para a capacidade de exercício de direito. Mas
decorre deste mesmo artigo exceções. Os menores e os maiores acompanhados
podem ser comerciantes quando devidamente representados e autorizados pelo
ministério público.
Os menores e maiores acompanhados não devem ser qualificados como comerciantes
quando atuem em nome próprio ou quando representante lega não estiver habilitado
a praticar atos de comércio ou ainda, quando quem se apresenta como representante
não é o próprio.
“Comércio” -> atividade qualificada por lei (direta ou indiretamente) como comercial,
sendo que essa atividade se traduz em atos, entre os quais se encontram, muitas vezes
atos de comercio objetivos.
Responsabilidade
Caso o comerciante seja casado, aplica-se o art. 15º Código Comercial e art. 1691º d)
Código Civil.
Regra:
As dividas dos comerciantes casados presumem-se contraídas no exercício dos
respetivos comércios e são responsabilidade dos comerciantes e seus cônjuges
(art. 15º C.Com. e art.1691º d) Código Civil)
Pelas dividas respondem os bens de ambos e de cada um dos cônjuges
Os credores apenas terão de fazer prova que o devedor é comerciante e que as
dividas são comerciais (resultam de atos de comércio objetivos e/ou subjetivos)
Exceções:
Se forem casados no regime de separação de bens
Dívidas não contraídas em proveito comum do casal, e o cônjuge do
comerciante não se beneficiou daquela dívida
Conjugado com os art. 1º/2 Código das Sociedades Comerciais, temos que
“sociedade comerciais” são as que:
o “tenham por objeto a prática de atos de comércio”
o “adotem o tipo de sociedade, em nome coletivo, de sociedade por
quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou
de sociedade em comandita por ações”
Responsabilidade ilimitada -> todos os sócios são responsáveis, sem qualquer limite,
por todas as dividas contraídas pela sociedade, sendo-lhes exigido o respetivo
pagamento num que para isso tenham de vender o seu património pessoal, ou seja,
subsidiária e solidária. Exemplo: sociedades em nome coletivo
Outras pessoas coletivas qualificáveis como comerciantes (art. 13º nº1 Código
Comercial)
Além das sociedades comerciais, outras pessoas coletivas podem ser comerciantes,
quando tenham por objeto a prática de atividades/atos comerciais (por aplicação do
art. 13º nº1, Código Comercial):
Empresas Públicas
Cooperativas embora não qualificáveis hoje como sociedades – por não terem escopo
lucrativo nada impede que as cooperativas com objetivo comercial sejam consideradas
comerciantes (art.13º, nº1 Código Comercial)
Os que não exercem atividades mercantis, sendo que estas atividades não estão
autorizadas por lei.
Exemplo: Indústria ligada a agricultura, atividades artesanais, profissionais liberais
(médicos, engenheiros, advogados, etc.), e atividades artísticas (músicos, escritores,
pintores, etc.).
Mesmo que as atividades sejam afastadas do comércio, não significa que os sujeitos
não pratiquem outra atividade paralelamente comercial.
Por outro lado, não são comerciantes os que não se subsumem no art. 13º Código
Comercial:
Os que praticam atos de comercio meramente formais (emissão de cheques,
letras, ...)
Os profissionais liberais (que exercem de modo habitual e autónomo atividades
primordialmente intelectuais, suscetíveis de regulamentação e controlo
próprios, a cargo de associações públicas – “ordens”, “câmaras”
Os trabalhadores autónomos, próximos dos profissionais liberais em nalguns
casos, dos artesãos, é o caso dos escultores, pintores, escritores, cientistas,
músicos (art. 230º, 3º Código Comercial, não há interposição nas trocas)
Os que exerçam uma atividade qualificada como não comercial (artº 230º 1 a 3 Código
Comercial).
Associações não podem ser comerciantes por não terem objetos “interesses matérias”
( art. 17º Código Comercial)
Proibições gerais-> a atividade bancária só pode ser exercida por sociedades anonimas
autorizadas, o fabrico e venda de armas só pode ser exercido mediante autorização
prévia, por exemplo
Imagine que dois comerciantes, num único contrato, compram 100 peças de
artesanato para revenda a dois artesãos (Ana e Bento). As peças não foram entregues
na data acordada, pretendendo os comerciantes exigir a entrega das mesmas apenas
à artesã Ana, por ser conhecida por ser mais celebre. Poderão fazê-lo?
Quanto ao artesão eles não devem ser qualificados como comerciantes, art. 230.o
paragrafo primeiro, 2.a parte e art. 464.o N.o 3 afastam o artesanato como atividade
mercantil.
Em termos da qualificação dos atos, a compra de coisa móvel para revenda é ato
mercantil objetivo, autónomo, substancial e unilateralmente comercial como está
previsto em lei mercantil nos artigos 463.o N.o 1 e 99.o. Este ato fica sujeito à
disciplina jurídico comercial (art. 99.o), mas os artesãos não são devedores solidários
quanto à entrega das peças de artesanato, considerando que a disposição do artigo
100.o que consagra a solidariedade nas obrigações comerciais apenas é aplicável
aquele ou aqueles por cujo respeito o ato é mercantil.