Codigo Commercial de Mocambique
Codigo Commercial de Mocambique
Codigo Commercial de Mocambique
Artigo 1
Artigo 3
(Actos de comércio)
a) Quanto à substância e efeitos das obrigações, pela lei do lugar onde forem
celebrados, salvo convenção em contrário;
b) Quanto ao modo do seu cumprimento, pela lei do lugar onde este se realizar;
c) Quanto à forma externa, pela lei do lugar onde forem celebrados, salvo nos
casos em que a lei expressamente ordenar o contrário.
2. O disposto na alínea a) do número anterior não será aplicável quando da sua execução
resultar ofensa ao direito público moçambicano ou aos princípios de ordem pública.
TÍTULO SEGUNDO
Capacidade empresarial
Artigo 8
Artigo 9
1. Poderá ainda exercer actividade empresarial o menor de idade, que seja maior
de dezoito anos, desde que devidamente autorizado.
Artigo 11
2. As sociedades comerciais.
Artigo 12 (Impedimentos)
Estão impedidos do exercício da actividade empresarial:
Artigo 13
2. O disposto no número anterior aplica-se às pessoas colectivas que não tenham por
objecto interesses materiais.
Artigo 14
Secção I
Artigo 15
Secção II Firma
Artigo 16 (Função)
A firma deve corresponder à situação real do empresário a quem pertence, não podendo
conter elementos, siglas, composições e designações de fantasia susceptíveis de falsear
ou provocar confusão, quer quanto à identidade do empresário comercial singular e ao
objecto do seu comércio quer, no tocante às sociedades, quanto à identificação dos
sócios, ao tipo e natureza da sociedade e à actividade objecto da sua empresa.
1. A firma que cada empresário comercial adoptar deve ser distinta e insusceptível de
confusão ou erro com qualquer outra registada.
Artigo 20 (Outros requisitos)
1. As firmas não podem ser ofensivas da moral pública ou dos bons costumes.
Artigo 21 (Registo)
O uso ilegal da firma dá direito aos interessados a exigir a proibição de tal uso, assim
como a pedir uma indemnização por perdas e danos, sem embargo da acção criminal, se
a ela houver lugar.
Artigo 23
Artigo 24
Artigo 25
Artigo 26
Na forma estabelecida neste Código, a sociedade por quotas poderá adoptar como nome
empresarial uma firma-nome ou uma firma- denominação, que deverá ser seguida da
palavra “Limitada” ou da forma abreviada “Lda”.
Artigo 27
(Firma das sociedades de capital e indústria)
Artigo 28
1. O adquirente, quer entre vivos, quer mortis causa, de uma empresa comercial pode
continuar a geri-la sob a mesma firma se os interessados nisso concordarem, aditando-
se- lhe a declaração de haver nela sucedido.
a) Declaração de nulidade;
b) Anulação;
c) Caducidade;
d) Renúncia do seu titular.
1. A firma é nula quando, na sua composição, tiver sido violado o estatuído nos artigos
2. A anulação da firma deve ser feita em acção judicial intentada pelo interessado no
prazo de quatro anos a contar da data do registo da firma.
a) Diário;
b) Inventário e balanços;
3. Para auxiliar a escrituração das suas operações, o empresário comercial poderá utilizar
livros, fichas e outros procedimentos contabilísticos facultativos.
2. É válida a anotação conjunta dos totais das operações por períodos não superiores a
um mês, desde que a sua descrição apareça noutros livros ou registos auxiliares, de
acordo com a natureza da actividade de que se trate.
Artigo 38
4. As assinaturas e rubricas referidas nos números anteriores podem ser feitas pelos
funcionários competentes para assinar certidões.
2. É admitido o uso de código especial, sob a forma de número ou adoptada outra técnica
de abreviatura, desde que previamente especificados em documento próprio autenticado
na Conservatória do Registo Comercial.
1. A escrituração mercantil será efectuada pelo empresário ou por qualquer pessoa por
ele devidamente autorizada.
Artigo 42
Artigo 44
Artigo 45
a) Os assentos lançados nos livros de escrituração mercantil, ainda que não
regularmente arrumados, fazem prova contra o empresário comercial a quem
pertençam; mas aquele que deles se pretende prevalecer é obrigado a aceitar os
assentos que lhe sejam desfavoráveis.
Artigo 46
Artigo 47
1. O exame dos livros de escrituração, em acção judicial, pode ser requerido nos litígios
entre os empresários comerciais ou entre estes e terceiros ficando, porém, todos sujeitos
a jurisdição comercial.
Artigo 48
O juiz, a requerimento da parte interessada, poderá ordenar a exibição integral dos livros
e outros instrumentos de escrituração, nos seguintes casos:
Artigo 49
Artigo 50
Artigo 51
Artigo 53
1.O empresário comercial está obrigado a elaborar, ao fim de cada exercício social, na
forma e nos prazos estabelecidos na lei, as demonstrações contabilísticas do negócio, de
modo a exprimir com clareza a situação patrimonial deste e as mutações ocorridas no
período.
Artigo 55
Artigo 56
Artigo 57
(Disposição do estabelecimento empresarial)
a) Contrato de locação;
b) Usufruto;
c) Trespasse.
Artigo 58
Artigo 59 (Forma)
a) O contrato de locação tenha sido celebrado por escrito, com prazo não inferior
a cinco anos;
b) A empresa locatária explore actividade empresarial, no mesmo ramo, pelo
prazo mínimo ininterrupto de três anos.
2. A renovação compulsória da locação do estabelecimento não poderá ser feita por mais
do que uma vez.
1. Para evitar o desvio de clientela, o empresário comercial que der de locação, usufruto
ou trespasse o seu estabelecimento não se poderá, por um período de cinco anos,
contados a partir da data do negócio estabelecer na área de influência e no mesmo ramo
de actividade que desempenhava aquando da efectivação do negócio, salvo o
consentimento expresso do outro contraente.
Artigo 63
Artigo 64
Artigo 66
b) Concorrência desleal;
Artigo 68 (Noção)
Artigo 69
Artigo 71
Artigo 72 (Noção)
1. O acto de constituição da empresa unipessoal deve ser formalizado por escrito, através
de instrumento público.
2. O titular da empresa unipessoal que exercer a sua empresa sem que esteja
regularmente constituído será considerado como empresário individual irregular,
respondendo com todo o seu património particular pelas obrigações assumidas perante
terceiros.
Artigo 74
Artigo 75
3. O registo deverá ser efectuado, no prazo de seis meses a partir da data do evento que
determinou a unipessoalidade, sob pena do sócio remanescente responder pessoal e
ilimitadamente pelos actos praticados em nome da empresa.
Artigo 76 (Requisitos)
f) Outras indicações, a critério do seu titular, que não contrariem a natureza da empresa e
as normas legais que a regulamentam.
O capital social, cujo valor mínimo é de vinte milhões de meticais, deverá estar
totalmente realizado no momento da sua constituição.
Artigo 78
Artigo 80
(Efeitos da unipessoalidade)
Uma mesma pessoa física poderá constituir mais de uma empresa unipessoal, desde que
não tenham o mesmo objecto.
Artigo 81
Artigo 82
(Regime)
Secção I Princípios gerais
Artigo 85
Artigo 87 (Estatuto pessoal)
As sociedades que tenham no território nacional a sua sede social estatutária ou a sua
administração principal ficam submetidas à disciplina constante do presente Código,
tendo como lei pessoal a lei do Estado moçambicano.
Artigo 88
Artigo 89 (Personalidade)
Artigo 90 (Capacidade)
Artigo 91 (Responsabilidade civil)
1. O contrato da sociedade deve ser celebrado por escritura pública, salvo o disposto no
artigo 228, relativo às sociedades por acções.
Artigo 93
1. O número mínimo de partes de um contrato social é de dois, salvo quando a lei exija
número superior ou permita que a sociedade seja constituída por uma só pessoa.
2. Contam como uma só parte as pessoas, singulares ou colectivas, cuja participação for
adquirida em regime de contitularidade.
Artigo 95
(Menções do contrato social)
b) Tipo de sociedade;
d) Objecto da sociedade;
2. O contrato social deve ser outorgado por um número de sócios igual ao número
mínimo legalmente exigido para cada tipo de sociedade.
Artigo 97
(Formas de representação)
Artigo 99
1. Para efeitos de registo, o montante do capital social deve provar-se realizado perante o
3. O depósito referido no número anterior só pode ser levantado por quem obrigar a
sociedade e só depois do registo da sociedade.
4. Decorridos três meses sobre a data do depósito sem que a sociedade esteja registada,
pode o referido depósito ser levantado por quem o tenha efectuado.
6.A realização de participação em espécie só pode ser diferida se a sociedade nisso tiver
interesse e sempre para data determinada no contrato social.
1. Os acordos parassociais celebrados entre todos ou entre alguns sócios pelos quais
estes, nessa qualidade, se obriguem a uma conduta não proibida por lei têm efeitos entre
os intervenientes, mas com base neles não podem ser impugnados actos da sociedade ou
dos sócios para com a sociedade.
1. O registo da sociedade deve ser promovido no prazo de vinte dias a contar da data da
outorga do contrato social.
a) Os membros da administração;
b) Qualquer sócio.
3. O Ministério Público deve promover a liquidação das sociedades não registadas que
exerçam actividades há mais de três meses.
Artigo 103
3. Antes do registo, as transmissões, por acto entre vivos, das partes sociais e as
alterações do contrato social requerem sempre o consentimento unânime dos sócios.
4. Se antes do registo for dado início à actividade social, os que agirem em representação
da sociedade são pessoal, solidária e ilimitadamente responsáveis pelos actos praticados,
não dependendo da excussão do património social.
Secção III
b) Participar nas deliberações de sócios, não sendo permitido que o sócio seja privado,
por cláusula do contrato social, do direito de voto, salvo nos casos em que é a própria lei
a permitir a introdução de restrições a tal direito, como é o caso de acções preferenciais
sem voto;
2. Nenhum sócio pode receber juros ou outra importância certa em retribuição do seu
capital ou indústria.
Só mediante estipulação no contrato social podem ser criados direitos especiais de algum
sócio.
Artigo 106
Os direitos especiais dos sócios não podem, em caso algum, ser suprimidos ou
modificados sem o consentimento do respectivo titular, salvo cláusula expressa em
contrário no contrato social.
Artigo 107
2. Não é admissível a cláusula que exclui um sócio de quinhoar nos lucros ou que o
isente de quinhoar nas perdas, salvo o disposto quanto aos sócios de indústria.
3. A divisão de lucros ou perdas não pode, em caso algum, ser deixada ao critério de
terceiro.
a) A entrar para a sociedade com bens susceptíveis de penhora ou com indústria nas
sociedades de capital e indústria;
1. O contrato social só pode ser declarado nulo depois de efectuado o respectivo registo,
por algum dos seguintes vícios:
a) Falta do mínimo legal de sócios fundadores, salvo quando a lei admita a constituição
de sociedade por uma só pessoa;
b) Falta das seguintes menções no contrato social: firma, sede, objecto ou capital social;
c) Falta do valor da entrada de algum sócio ou de prestações realizadas por conta desta;
d) Menção de um objecto ilícito ou contrário à ordem pública ou aos bons costumes;
2. São sanáveis por deliberação dos sócios, tomada por unanimidade dos sócios, os
vícios decorrentes da falta ou nulidade da firma, da sede, do objecto social ou do capital
social, bem como do valor da entrada de algum sócio e das prestações realizadas por
conta desta.
Artigo 111
3. Seja qual for o tipo societário, são admitidas as deliberações por escrito desde que
votadas unanimemente por todos os sócios, sem necessidade de reunião em assembleia
geral.
b) Tomadas por voto escrito sem que todos os sócios com direito a voto tenham sido
convocados a exercer esse direito, a não ser que todos os sócios tenham dado por escrito
o seu voto;
c) Tomadas sobre matérias que, por sua natureza, não estejam sujeitas a deliberação dos
sócios, nomeadamente por se tratarem de matérias que estejam compreendidas nas
atribuições de outros órgaõs da sociedade, como os de gestão, ou, quando a assembleia
geral resolve interferir na esfera jurídica de terceiros, sócios ou estranhos;
d) Ofensivas da moral pública, dos bons costumes ou de preceitos da lei que possam ser
derrogados.
3. Não se consideram convocadas aquelas assembleias cujo aviso convocatório não seja
assinado por pessoa competente, aquelas cujo aviso convocatório não mencione o dia, a
hora e local da reunião ou que reúnam em dia, hora ou local diversos dos constantes do
aviso.
Artigo 113
(Inexistência material de deliberação)
Para nenhum efeito se consideram tomadas as deliberações que não tenham sido
aprovadas pelo número mínimo de votos ou de sócios exigidos por lei ou pelo contrato
social, número para cujo cálculo não se contam os sócios ou os votos dos legalmente
impedidos de votar.
a) Violem disposições quer da lei, quer do contrato social, quando ao caso não caiba a
nulidade;
112, a colocação de documentos para exame dos sócios no local e pelo tempo exigido
por lei ou pelo contrato social.
3. Os sócios que tenham formado maioria em deliberação social abrangida pela alínea b)
do número 1 deste artigo respondem solidariamente para com a sociedade ou para com
outros sócios pelos prejuízos causados.
1. Ainda que o sócio esteja impedido, por via do interesse oposto, de votar em
assembleia geral da respectiva sociedade, deve ser obrigatoriamente para ela convocado.
2. Se não tiver sido convocado com a antecedência prescrita na lei ou no contrato social,
a deliberação que tenha sido tomada é anulável.
Artigo 116
c) Da data em que o sócio teve conhecimento da deliberação, se esta recair sobre assunto
que não constava do aviso convocatório.
Artigo 117
1. A sentença que declarar nula ou anular uma deliberação produz efeitos contra e a
favor de todos os órgãos da sociedade e todos os sócios, mesmo que não tenham
intervido no respectivo processo.
Artigo 119
2. As deliberações dos sócios devem ser provadas através das actas das assembleias.
3. É também facultado produzir-se prova das deliberações por escrito, quando estas
sejam admitidas, através dos documentos donde constem tais deliberações.
f) O teor das deliberações sociais tomadas, o resultado das votações e o sentido das
declarações dos sócios, se estes assim o requererem.
5. A acta deve ser assinada por todos ou pela maioria dos sócios que tomaram parte
na assembleia.
8.É admitida a acta lavrada em documento particular avulso que constitui prova
desde que assinada por todos ou pela maioria dos sócios que participaram na
assembleia.
1. As actas serão lavradas por notário, em instrumento avulso, quando a lei o determine
ou quando algum sócio o solicite, por escrito, à administração com uma antecedência
mínima de três dias úteis em relação à data da assembleia.
3. A acta notarial só tem que ser assinada pelo notário e por duas testemunhas, sendo
dispensáveis as assinaturas dos sócios.
1. A alteração do contrato social só pode ser deliberada pelos sócios, seja por
modificação, supressão ou introdução de nova cláusula.
A alteração que envolver o aumento das prestações imposta pelo contrato social aos
sócios só obriga os sócios que nela consentiram.
e) O ágio, se o houver;
f) Os prazos dentro dos quais as novas entradas devem ser efectuadas.
3. Para efeitos da primeira parte da alínea a) do número 2 deste artigo, será suficiente
mencionar que participarão os sócios que exerçam o direito de preferência, ou que
participarão só os sócios, embora sem aquele direito ou que pretendam exercê-lo, ou que
será efectuada subscrição pública.
1. O aumento do capital social com entrada em espécie deverá ser realizado em data
certa e determinada na escritura pública ou na acta notarial.
3. O referido membro deve igualmente declarar quais as entradas por realizar ainda não
exigíveis.
Artigo 127
1. O aumento de capital pode ser feito por incorporação de reservas disponíveis depois
de aprovadas as contas do exercício anterior à deliberação.
2. O aumento de capital por incorporação de reservas não pode ser efectuado enquanto
não estiverem realizadas todas as prestações do capital inicial ou aumentado.
Artigo 129
Secção VI Administração
(Princípio geral e ordenador)
Artigo 133
Artigo 134
Artigo 135
1. Quando sem culpa dos administradores, gerentes ou directores nada tenha sido
deliberado no prazo referido no artigo anterior sobre as contas de exercício e os demais
documentos por eles apresentados, pode qualquer sócio requerer ao tribunal a
convocação da assembleia geral para aquele efeito.
3. O juíz, se não houver motivos para indeferir esse requerimento, nomeará esse auditor
e perante o relatório deste e das diligências que ordenar e do mais que constar dos autos,
decidirá pela aprovação ou não das contas.
Artigo 138
2. Nos oito dias seguintes à deliberação que ordene a reforma das contas apresentadas, a
administração pode requerer inquérito judicial em que se julgue das contas apresentadas.
Artigo 139
(Regime especial de anulabilidade e de nulidade das deliberações sociais)
1.São anuláveis:
Artigo 140
2. Os danos resultantes de uma deliberação colegial não podem ser imputados aos
administradores, gerentes ou directores que nela não tenham participado ou hajam
votado vencidos, podendo neste caso fazer lavrar no prazo de cinco dias a sua declaração
de voto quer perante o órgão de fiscalização, se o houver, quer perante o notário ou no
respectivo livro de actas.
2. A referida acção deve ser proposta no prazo de seis meses a contar da data em que a
deliberação tiver sido tomada.
3. Na assembleia geral que aprecia as contas de exercício e ainda que tais assuntos não
estejam mencionados na convocatória podem ser tomadas deliberações sobre:
a) A acção de responsabilidade;
Artigo 142
1. Um ou vários sócios que possuam pelo menos cinco por cento do capital social,
podem instaurar acção social de responsabilidade contra administradores, gerentes ou
directores, com o fim de reparar a sociedade do prejuízo que esta tenha sofrido quando a
sociedade o não haja pedido.
Artigo 143
Artigo 144
Artigo 145
Artigo 146
Artigo 147
Consideram-se coligadas as sociedades quando uma participa da outra com dez por
cento ou mais de seu capital social, sem que haja relacionamento de subordinação.
2. O grupo de sociedades não constitui nova pessoa jurídica, porém o instrumento de sua
constituição, para produzir efeitos perante terceiros, deverá ser levado ao averbamento
na Conservatória do Registo Comercial.
Secção VIII Vicissitudes das sociedades
Subsecção I
Fusão de sociedades
1. Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, podem fundir-se numa só.
a) Por meio de transferência global do património de uma ou mais sociedades para outra
mediante a atribuição aos sócios daquelas de participações sociais;
b)A firma, a sede, o montante do capital e o número de registo de cada uma das
sociedades;
Artigo 153
3. As assembleias são convocadas para se reunirem depois de trinta dias, pelo menos,
sobre a data da publicação da convocatória.
a) Projecto de fusão;
2. No caso de ter havido mudança relevante nos termos do número anterior, a assembleia
deliberará se o processo de fusão deve ser recomeçado ou se prossegue na apreciação da
proposta.
1. A deliberação para ser válida deve ser tomada nos termos prescritos para a alteração
do contrato de sociedade.
c) Alterar a proporção das suas participações sociais em face dos restantes da mesma
sociedade, salvo se tal alteração resultar de pagamentos que lhes sejam exigidos por
disposições legais que imponham um valor mínimo ou certo de cada unidade de
participação.
Artigo 157
1. No caso de alguma das sociedades deter participação no capital de outra, não pode
dispor de número de votos superior à soma dos que competem a todos os outros sócios.
Artigo 158
2. O valor da participação social deve ser fixado por um auditor de contas sem relação
alguma com as sociedades que pretendam fundir-se, salvo estipulação diversa do
contrato de sociedade ou acordo das partes.
3. A sociedade deve pagar a contrapartida fixada no prazo de noventa dias, sob pena de o
sócio poder requerer a sua dissolução.
4. O direito do sócio alienar por outro modo a sua participação social não é afectado pelo
disposto nos números anteriores, nem essa alienação, quando efectuada no prazo aí
fixado, obstam as limitações prescritas pelo contrato de sociedade.
1. Aprovada a fusão por deliberação da assembleia geral de cada uma das sociedades
participantes, compete ás administrações destas outorgarem a escritura de fusão.
Artigo 160
2. Dentro dos trinta dias seguintes à última das publicações ordenadas no número
anterior, os credores das sociedades participantes, cujos créditos sejam anteriores a essa
publicação, podem deduzir oposição judicial à fusão, com fundamento no prejuízo que
dela derive para a realização dos seus créditos.
Artigo 161
1. A oposição judicial deduzida por qualquer credor impede o registo da fusão no registo
comercial até que se verifique algum dos seguintes factos:
a) Houver sido julgada improcedente, por decisão com trânsito em julgado, ou, no caso
de absolvição da instância, o oponente não tiver intentado nova acção no prazo de trinta
dias;
c) A sociedade tiver satisfeito o oponente ou prestado caução fixada por acordo ou por
decisão judicial;
O disposto nos dois artigos precedentes aplica-se aos credores obrigacionistas, com as
seguintes alterações:
b) No caso da assembleia não aprovar a fusão, o direito de oposição deve ser exercido
colectivamente através do representante comum;
Os portadores de títulos que não sejam acções, mas aos quais sejam inerentes direito
especiais, devem continuar a gozar de direitos, pelo menos, equivalentes na sociedade
incorporante ou na nova sociedade, salvo se:
a) For deliberado em assembleia especial dos portadores de títulos e por maioria absoluta
do número de cada espécie de títulos que os referidos direitos podem ser alterados;
1. Decorrido o prazo assinalado no número 2 do artigo 160, sem que tenha sido deduzida
oposição judicial ou se tenha verificado algum dos factos referidos no número 1 do
artigo
Artigo 167
em que tais despesas e remuneração devem ser suportadas pelos sócios e credores
interessados.
Artigo 168
1. A incorporação por uma sociedade de outra, de cujas participações sociais aquela seja
a única titular, directamente ou por conta dela mas em nome próprio, é regulada pelas
disposições dos artigos anteriores, com excepção das regras seguintes:
a) Não lhe são aplicáveis as disposições relativas à troca de participações sociais, aos
relatórios dos órgãos sociais da sociedade incorporada e à responsabilidade desses
órgãos;
b) A escritura de fusão pode ser lavrada sem prévia deliberação de assembleias gerais,
b) Tenha sido efectuada a publicidade exigida por lei, com a antecedência mínima de
dois meses relativamente à data do documento de fusão;
d) Até 15 dias antes da data marcada para a elaboração do documento, não tenha sido
requerida por sócios detentores de cinco por cento do capital social a convocação da
assembleia geral para se pronunciar sobre a fusão.
2. A acção declarativa da nulidade da fusão não pode ser proposta depois de decorridos
seis meses a contar da data da publicação da fusão registada ou da publicação da
sentença
com trânsito em julgado que declare nula ou anule alguma das deliberações das referidas
assembleias gerais.
3. Se o vício que produz a nulidade da fusão fôr sanado no prazo que o Tribunal fixar,
esta instância judicial não declara a referida nulidade.
4. A declaração judicial da nulidade deve ser publicada nos mesmos termos que a fusão.
Divisão I Princípios gerais
a) Cisão simples, consistente em uma sociedade destacar parte do seu património para
com ela constituir outra sociedade;
2. A sociedade que, por força da sua responsabilidade solidária, pague dívidas que não
lhe hajam sido atribuídas, tem direito de regresso contra a devedora principal.
2. Nas sociedades por quotas considera-se ainda, para os efeitos da alínea a) do número
anterior, a importância das prestações suplementares efectuadas pelos sócios e ainda não
reembolsadas.
a) Participações noutras sociedades, quer na sua totalidade, quer parte das que a
sociedade a cindir seja titular, e apenas para a formação de nova sociedade cujo
objectivo exclusivo seja a gestão de participações sociais;
2. Por via de regra os bens são repartidos entre as novas sociedade na proporção que
resultar do projecto de cisão.
Os sócios da sociedade dissolvida por cisão - dissolução participam em cada uma das
novas sociedade na proporção em que participavam na sociedade dissolvida, salvo
acordo diverso entre os interessados.
177 e 178.
Artigo 183
1. Qualquer sociedade, após a sua constituição e registo, pode adoptar outro tipo
societário, salvo se a lei o proibir.
3. Aplica-se, com as necessárias adaptações, tudo quanto neste Código se dispõe quanto
à fiscalização do projecto e à consulta de documentos no caso de fusão de sociedades.
a) A aprovação do balanço;
3. O novo contrato de sociedade não pode fixar prazos mais longos para a realização de
participações de capital ainda não vencidas, não podendo também conter disposição
alguma que ponha em causa ou, de algum modo, limite os direitos de obrigacionistas
anteriormente existentes.
1. A proporção de cada participação em relação ao capital não pode ser alterada, salvo
acordo de todos os sócios.
2. Se a transformação impedir a manutenção de sócios de indústria, a estes deve ser
atribuída a participação no capital que fôr convencionada, reduzindo-se
proporcionalmente as participações dos restantes sócios.
Artigo 190
2. Aos sócios discordantes que se exonerem da sociedade será pago o valor da sua
participação a fixar por sociedade auditora ou por um auditor de contas com base no
estado da sociedade à data da deliberação de transformação; se houver negócios em
curso, o sócio ou os herdeiros participarão nos lucros e perdas deles resultantes.
1. A transformação não afecta a responsabilidade pessoal dos sócios pelas dívidas sociais
anteriormente contraídas.
Divisão I Dissolução
d) Pelo não exercício de qualquer actividade por período superior a doze meses
consecutivos, não estando a sua actividade suspensa nos termos deste Código;
i) Pela falência;
3. A dissolução produz efeitos a partir da data em que fôr registada ou, quanto ás partes,
na data do trânsito em julgado da sentença que a declare.
Artigo 194
Divisão II Liquidação
Artigo 195
Artigo 196
Artigo 197
1. A liquidação extrajudicial não pode durar mais de três anos desde a data do registo da
dissolução até ao registo do encerramento da liquidação.
2. Qualquer interessado pode, ocorrendo justa causa, requerer a destituição judicial dos
liquidatários.
Artigo 200
1. No fim de cada exercício os liquidatários devem apresentar contas aos sócios sobre a
situação patrimonial da sociedade e o andamento da liquidação e, bem assim, apresentar
as contas finais ou de encerramento com o relatório completo sobre a liquidação e uma
proposta de partilha de activo que existir.
3. Os saldos de liquidação que não possam ser entregues ao respectivo sócio, serão
depositados em seu nome em instituição bancária estabelecida na República de
Moçambique.
Artigo 202
Artigo 203
As acções judiciais em que a sociedade seja parte continuam após a sua extinção,
considerando-se a sociedade substituída pelos sócios à data da dissolução, não se
suspendendo a instância e dispensando-se a habilitação.
Artigo 205
Os actos relativos à sociedade estão sujeitos a registo e publicação nos termos da lei.
Artigo 206 (Publicações)
2. Nas sociedades, seja qual fôr o tipo societário, os avisos, anúncios e convocações
dirigidos aos sócios ou aos credores, quando a lei ou o contrato social mandem publicá-
los, devem ser publicados num dos jornais mais lidos do local da sede da sociedade.
Artigo 207
2. Os actos sujeitos a registo ou que devem ser publicados não podem ser opostos
pela sociedade enquanto o registo ou a publicação não tiverem sido efectuados.
Artigo 208
a) A firma da sociedade;
b) O tipo societário;
2. As sociedades, seja qual for o seu tipo societário, devem ainda indicar o capital
social e o montante do capital realizado, se este for diverso.
Subsecção I Generalidades
1. A sociedade por acções constitui pessoa jurídica de direito privado, com prevalência
dos interesses sociais e do bem comum sobre os interesses individuais dos accionistas.
2. Mesmo que constituída com capitais públicos, no todo ou em parte, a simples forma
de sociedade por acções confere à pessoa jurídica carácter privatístico de natureza
mercantil, independentemente do seu objecto social.
3. A sociedade por acções é uma sociedade comercial caracterizada por ter o seu capital
dividido em partes de igual valor, denominadas acções e a responsabilidade de cada
sócio limitada ao valor das acções subscritas ou adquiridas.
1. A sociedade por acções poderá explorar qualquer actividade económica não contrária
à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
2. O estatuto social deverá definir o objecto social explorado pela sociedade de forma
precisa e completa.
3. A sociedade poderá ter por objecto social a participação em outras empresas, seja qual
for a sua forma social.
1. A sociedade por acções não poderá ser constituída por um número de sócios inferior a
três, salvo quando a lei o dispense.
b) As subsidiárias integrais.
Artigo 213
(Conteúdo mínimo obrigatório do contrato social)
Artigo 214
Artigo 215
1. Os bens ou direitos com que o accionista pretenda, como contribuição sua, incorporar
no capital social da sociedade serão avaliados por três peritos ou por empresa
especializada e independente, nomeados pela assembléia geral dos subscritores, estando
impedidos de votar os subscritores conferentes.
Subsecção II Subscrição pública
Artigo 219
1. A constituição da sociedade com apelo a subscrição pública deve ser promovida por
uma ou mais pessoas, promotores, singulares ou colectivas, que são solidariamente
responsáveis por todo o processo até ao registo definitivo da sociedade.
3. Nas sociedades constituídas com apelo a subscrição pública só podem haver acções
ordinárias de uma mesma categoria, e o capital só pode ser realizado em dinheiro.
4. A subscrição pública poderá ser intermediada por instituição financeira que
subscreverá, no todo ou em parte, o capital social da sociedade, assumindo a obrigação
de repassar, posteriormente, ao público as acções por ela subscritas.
b) O número de acções destinadas a subscrição pública, bem como a sua natureza e valor
nominal e o prémio de emissão, se houver;
c) O prazo de subscrição e as instituições de crédito junto das quais pode ser feita;
e) O montante estimado dos custos suportados pelos promotores, se estes devem ser
reembolsados pela sociedade, nos termos previstos neste Código;
Artigo 222
1. Uma cópia do projecto de contrato social referida nesta Divisão deve ser entregue ao
2. Caso a sociedade não vier a ser constituída, no prazo máximo de três meses contados
do início da subscrição, os promotores devem, nos cinco dias seguintes ao fim do prazo
de subscrição, publicar anúncio informando do facto os subscritores, que poderão
levantar, junto ao banco depositário, a importância referente ao respectivo depósito, bem
como cancelar o registo do projecto.
c) Nomear os administradores.
2. A convocatória deve conter duas datas para que a assembleia possa reunir-se em
segunda convocatória, devendo obedecer ao disposto para as assembleias gerais das
sociedades por acções.
4. Das reuniões devem ser feitas lista de presença e actas elaboradas nos termos dos
artigos 119 e 120 deste Código.
6. Na assembleia, cada promotor e cada subscritor tem um voto, seja qual fôr o número
das acções subscritas.
8. Se, na segunda data fixada, não estiver presente ou representada metade dos
subscritores, incluindo os promotores, as deliberações são tomadas por dois terços dos
votos, incluindo os dos promotores.
9. Se a assembleia não puder deliberar, nos termos dos números anteriores, em nenhuma
das datas fixadas na convocatória, a sociedade não poderá constituir-se, aplicando-se o
disposto no número 2 do artigo anterior.
10. No caso de a sociedade não chegar a constituir-se, todas as despesas efectuadas com
vista à sua constituição serão suportadas pelos promotores.
2. Se fôr deliberada a constituição da sociedade mesmo que o capital não tenha sido
integralmente subscrito, deve este ser reduzido ao montante subscrito.
3. A acta de alteração ao projecto deve ser assinada pelos promotores e por todos
subscritores que tenham aprovado a constituição da sociedade.
As acções das sociedades constituídas por subscrição pública são sempre livremente
transmissíveis, desde que a sociedade, na sua constituição, tenha obedecido aos preceitos
legais aplicáveis.
Secção II Acções
3. Quando as acções sejam emitidas por valor superior ao nominal, o ágio realizado
fica sujeito ao regime da reserva legal.
4. O preço de emissão das acções, com ou sem valor nominal, será fixado em
assembleia geral.
Artigo 231 (Espécies de acções)
As acções ordinárias são aquelas que asseguram aos seus titulares a plenitude dos
direitos de accionista, inclusive o de votar nas deliberações das assembléias gerais e o de
eleger os administradores ou directores da sociedade.
As acções preferenciais são aquelas que conferem a seus titulares dividendos prioritários
em cada exercício, assegurados no artigo 237, e que ultrapassem, de qualquer forma, os
valores atribuídos a este título aos titulares de acções ordinárias no mesmo período.
Artigo 235
2. É pleno o exercício do direito de voto a que se refere este artigo, valendo, para cada
acção preferencial, um voto.
3. Tanto para a finalidade de votar na aprovação das contas apresentadas ao fim de cada
exercício, como debater as demais matérias, os titulares de acções preferenciais poderão
participar na assembleia geral da sociedade e fiscalizar a gestão dos administradores ou
directores, na forma deste Código.
Artigo 237
4. Os dividendos serão sempre calculados tendo por base o lucro líquido do exercício.
Artigo 238
3. A alteração do contrato social, que atribua direitos aos titulares das várias classes
especiais de acção ordinária, somente poderá ser promovida pela sociedade, mediante
aprovação prévia de dois terços da totalidade dos titulares da respectiva classe especial
de acção, assegurado aos accionistas dissidentes dessa mesma classe, o direito de
recesso.
Artigo 239
Artigo 240
Artigo 241
Artigo 242
Artigo 243
Artigo 244
2. Caso o novo adquirente das acções nominativas escriturais não seja ainda accionista
da sociedade emitente das acções, a instituição bancária depositária abrirá uma folha ou
identificação própria no livro ou instrumento de controle dos accionistas titulares, onde
as operações de alienação, cessão e transmissão de novas acções nominativas escriturais
passarão a ser lançadas.
c) Não havendo movimento na conta de depósito, pelo menos, uma vez por ano.
As acções, seja qual fôr a sua espécie, podem ser munidas de cupões destinados à
cobrança dos dividendos.
Artigo 247
1. A realização do valor nominal das acções subscritas pode ser diferida até noventa por
cento do seu valor nominal, desde que o montante realizado em dinheiro seja, pelo
menos, igual ao capital mínimo fixado nos termos deste Código.
1. Cada sócio responde apenas pela integração ou realização das acções que tiver
subscrito.
2. Os contitulares de uma acção devem exercer os direitos a ela inerentes por meio de
um representante comum credenciado, respondendo aqueles pelo cumprimento das
obrigações directa e solidariamente.
Artigo 251
(Supressão e restrição de direitos especiais)
1. Cada acção deve ter um número de ordem, o qual deve constar dos títulos em que
estejam incorporadas.
a) A natureza do títulos;
Artigo 254
Artigo 255
1. Na sede social deverá haver um livro de registo de acções que deve conter, em
secções separadas por espécie, categoria das acções e natureza dos títulos, as
menções seguintes:
b) As datas de entrega aos sócios dos títulos definitivos ou, não tendo estes ainda
sido emitidos, das cautelas provisórias;
c) O nome e domicílio do primeiro titular de cada acção;
f) As conversões efectuadas;
Artigo 259
Artigo 260
d) A aquisição for feita em processo executivo, se o devedor não tiver outros bens
suficientes;
e) A aquisição resultar da falta de realização de acções pelos seus subscritores.
4. Todas as aquisições feitas com violação dos preceitos legais estabelecidos nesta
Subsecção são nulas, fazendo incorrer em responsabilidade aqueles que intervierem na
aquisição de acções próprias.
Artigo 261
a) O objecto;
c) O prazo;
Artigo 263
b) Para as manter em tesouraria, desde que adquiridas pela própria sociedade com
valores disponíveis, provenientes de lucros e reservas, excepto a reserva legal, e sem
afectar o capital social;
d) Nos casos de reaquisição, para evitar aviltamento dos preços de cotação, desde
que previamente autorizada pelo Banco Central.
2. Enquanto mantidas em tesouraria, as acções não terão direito a dividendo nem a voto.
1. Reembolso é a operação pela qual, nas hipóteses previstas neste Código, a sociedade
paga aos accionistas dissidentes em conformidade com a deliberação da assembleia geral
o valor das suas acções.
3. O valor do reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou de reservas livres, ficando,
nestes casos, as acções reembolsadas em tesouraria.
Artigo 267
a) A todos os accionistas ou
2. A oferta pública pode ficar dependente da sua aceitação pelos titulares de um certo
número de acções, designadamente metade, dois terços ou outra percentagem do capital,
e pode também ser limitada a um número máximo de acções que é indicado.
(Efeitos da transmissão)
1. A transmissão das acções nominativas produz todos os seus efeitos a partir da data do
seu averbamento.
2. Quanto à transmissão das acções ao portador o exercício dos direitos inerentes a tais
acções depende da sua posse.
1. Só podem emitir obrigações as sociedades por acções em que os dois últimos balanços
estejam aprovados ou as que tenham resultado da fusão ou cisão de sociedades das quais
uma, pelo menos, se encontre nesta condição.
3. Só pode ser lançada uma nova série quando estiverem subscritas as obrigações da
série anterior.
Lançada uma emissão de obrigações e sendo subscrita apenas parte dela durante o prazo
fixado para a subscrição, a emissão ficará limitada ao montante subscrito.
1. Está sujeita a registo comercial cada emissão de obrigações bem como a emissão de
cada série de obrigações.
Artigo 280
i) A série;
3. O valor nominal da obrigação deve ser expresso em moeda nacional, salvo se fôr
autorizado o pagamento em divisa.
Artigo 281
Artigo 282
a) Real;
b) Fidejussória;
Artigo 283
Artigo 284
a) Bases da conversão;
3. Qualquer modificação do contrato social, que possa alterar os direitos dos subscritores
de obrigações convertíveis em acções, enquanto não ocorrer a conversão, dependerá da
aprovação da maioria absoluta dos titulares das obrigações, na forma e para os efeitos
estabelecidos no número 5 do artigo 293 deste Código.
administradores.
Artigo 286
O juro suplementar relativo a cada ano deve ser pago por uma ou mais vezes, separado
ou conjuntamente com o juro fixo, consoante o que fôr estabelecido na emissão.
Artigo 287
Artigo 289
1. Os obrigacionistas têm direito aos juros das respectivas obrigações até ao momento da
conversão que, para este efeito, se reporta sempre ao termo do trimestre em que o pedido
da conversão é apresentado.
Artigo 290
a) Dentro dos trinta dias posteriores ao termo do prazo para a apresentação do pedido de
conversão quando, nos termos da emissão, a conversão houver de ser feita de uma só vez
e em determinado momento;
b) Dentro dos trinta dias posteriores ao termo de cada prazo para a apresentação do
pedido de conversão quando, de acordo com os termos da emissão, a conversão puder
ser feita em mais do que um momento.
b) Nos casos previstos no número 3, no último dia do mês imediatamente anterior àquele
em que fôr lavrada a escritura de aumento de capital que abranja essa conversão.
5. O registo do aumento de capital deve ser efectuado dentro de trinta dias a contar da
outorga das respectivas escrituras públicas.
Artigo 291
Artigo 292
2. A assembleia poderá ser convocada pelo agente fiduciário, pela sociedade, por
obrigacionistas que representem, pelo menos, dez por cento das obrigações emitidas,
pelo conselho fiscal, se em funcionamento, ou pelo Banco Central.
5. Para deliberar sobre proposta que importe modificação na escritura de emissão das
obrigações é necessária a aprovação de mais da metade das obrigações em circulação,
sendo a respectiva deliberação vinculativa para todos os obrigacionistas, que não
poderão opor-se, nem individualmente exercer direitos fundados na anterior escritura de
emissão, objecto das alterações aprovadas.
Artigo 294
sua remuneração, podendo ser destituído, em qualquer altura, pela assembleia dos
obrigacionistas, através do quorum de deliberação previsto no número cinco do artigo
anterior, oportunidade em que, observado o mesmo quorum, será eleito o seu substituto.
Secção IV Accionistas
Artigo 295
1. Além dos direitos essenciais dos accionistas regulados neste Código, ficam a estes
assegurados os direitos a seguir enumerados:
a) Exercício de um voto, nas assembleias gerais da sociedade, por acção ordinária de que
seja titular;
d) Acesso, nos quinze dias anteriores à data da realização da assembleia geral, a todos os
documentos, relacionados com a realização da mesma e que devam instruir as
respectivas deliberações;
g) Informação, nos quinze dias anteriores à data da realização da assembleia geral, sobre
os nomes completos dos membros dos órgãos de administração e do conselho fiscal,
caso
h) Informação, nos quinze dias anteriores à eleição de membros dos órgãos sociais, sobre
os nomes das pessoas a serem indicadas para ocupar cargos na administração,
qualificação profissional, indicação das actividades profissionais exercidas pelos
mesmos nos últimos cinco anos, número de acções da sociedade de que sejam titulares,
quando for o caso.
2. O accionista responde pelos danos causados à sociedade ou a terceiros pelo mau uso
das informações recebidas na forma e para os fins estabelecidos neste artigo.
Artigo 296
Artigo 297
1. O accionista deve exercer seu direito de voto na assembleia geral, sempre no interesse
da sociedade, consciente da necessidade da sua participação no esforço comum
dispendido pelos que nela trabalham, voltados para o permanente desenvolvimento da
empresa.
Artigo 298
O accionista responde pelos danos causados à sociedade, aos que nela trabalham e a
terceiros pelos prejuízos que causar, decorrentes de exercício abusivo do direito de voto,
ainda que seu voto não haja prevalecido.
2. Observado o disposto neste artigo não pode o accionista votar, dentre outras, nas
seguintes matérias:
a) Avaliação dos bens com que concorre para a formação do capital social;
Artigo 300
(Nulidade do voto)
5. As acções que integrem o acordo de accionistas não podem ser alienadas em bolsa de
valores ou no mercado de valores mobiliários.
1. A assembleia geral de accionistas tem poderes para deliberar sobre todos os assuntos
relacionados ao objecto e fim da sociedade, cujas decisões deverão atender ao interesse
social e aos da comunidade onde actua a empresa;
Artigo 303
a) Pelo Conselho Fiscal, nas hipóteses previstas no artigo 344, alínea e) deste Código;
c) Por accionistas que detenham, isolada ou conjuntamente, pelo menos cinco por cento
do capital social, se os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, o pedido
de convocação formulado por escrito, devidamente fundamentado, com indicação das
matérias a serem incluídas na agenda dos trabalhos, devendo a assembleia ser convocada
no prazo máximo de quinze dias.
1. A convocação para a assembleia geral será feita por anúncio publicado duas vezes, no
mínimo, em jornal diário de grande circulação e deve indicar:
4. A primeira convocação da assembleia deverá ser publicada com, pelo menos, quinze
dias de antecedência da reunião. Não se reunindo a assembleia, nova convocação será
precedida, desta vez com oito dias de antecedência da data da próxima reunião.
Artigo 305
Artigo 306
1. Todo accionista, com ou sem direito de voto, tem direito de comparecer a assembleia
geral e discutir as matérias submetidas à apreciação, desde que provada sua qualidade de
accionista.
2. Sempre que o contrato de sociedade exija a posse de um certo número de acções para
conferir voto, podem os accionistas possuidores de um número de acções inferior ao
exigido agrupar-se por forma a completarem o número exigido e fazer-se representar por
um dos accionistas agrupados.
1. Um accionista que disponha de mais de um voto não pode fraccionar os seus votos
para votar em sentidos diversos sobre a mesma proposta.
2. Um accionista que represente outros pode votar em sentidos diversos com as suas
acções e as dos representados e bem assim deixar de votar com as suas acções ou com as
dos representados.
1. Para cada assembleia geral deverá ser lavrada acta em livro próprio, contendo todas as
deliberações tomadas, dela formando parte integrante, como documento em separado,
firmado em duas vias pelo Presidente e Secretário da Mesa, os protestos e dissidências,
devendo a acta ser assinada pelos membros da mesa e pela maioria dos accionistas
presentes.
2. Poderão ser extraídas certidões da acta lavrada em livro próprio, que para ter validade
perante terceiros, deverá ser assinada pelo presidente e secretário.
Artigo 314 (Competência exclusiva)
1. A assembleia geral será ordinária, se tiver por objecto a deliberação sobre as matérias
previstas no artigo seguinte, e, extraordinária, em qualquer outra hipótese.
4. Os actos relativos à reforma do estatuto social, para valerem perante terceiros, deverão
ser registados na Conservatória do Registo Comercial e publicados na forma regulada
neste Código.
Artigo 319
2. Sob pena de caducidade, o direito de exoneração deve ser exercido no prazo de trinta
dias da data da publicação da acta da assembleia geral que deliberou a matéria,
independentemente de ter ou não o accionista dissidente comparecido à reunião e de se
abster de votar contra a deliberação.
Secção VI Administração
Artigo 322
3. A função de administrador deve ser exercida por pessoas singulares, com capacidade
jurídica plena.
4. Se uma pessoa colectiva fôr designada administrador, deve nomear uma pessoa
singular para exercer o cargo em nome próprio; a pessoa colectiva responde
solidariamente com a pessoa designada pelos actos desta.
5. A pessoa singular, designada por uma pessoa colectiva que foi nomeada administrador
de um sociedade por acções, para exercer tal cargo, pode ser destituída desse cargo, por
acto da pessoa colectiva que a designou, independentemente de deliberação da
assembleia geral da sociedade.
Artigo 323
O contrato social pode clausular que a sociedade por acções tenha um só administrador,
que pode ser pessoa estranha à sociedade, desde que o capital social não exceda
quinhentos milhões de meticais.
Artigo 324
b) Por cooptação;
Artigo 327
(Presidente do conselho de administração. Voto de qualidade)
Artigo 330
2. O administrador que viole o disposto no número anterior, além de poder ser destituído
de administrador com justa causa, torna-se responsável pelo pagamento de uma
importância correspondente ao valor do acto ou contrato ilegalmente celebrado.
2. A renúncia só produz efeitos no final do mês seguinte àquele em que tiver sido
comunicado, salvo se entretanto fôr designado ou eleito o substituto.
Artigo335
a) Escolha do seu presidente, nos casos em que o contrato social assim o estipule;
b) Cooptação de administradores;
Artigo 336
(Deveres do administrador)
c) Não se valer de informação obtida em função do cargo para auferir, para si ou para
outrem, vantagens mediante compra e venda de valores mobiliários;
Artigo 337
2. O administrador eleito por grupo ou classe de accionistas tem, para com a sociedade,
os mesmos deveres que os demais administradores.
Artigo 338
(Delegação de poderes)
Artigo 339
1. O conselho de administração reúne sempre que fôr convocado pelo seu presidente ou
por outros dois administradores, devendo reunir, pelo menos, uma vez em cada mês,
salvo se o contrato de sociedade dispuser diferentemente.
3. As deliberações serão tomadas por maioria dos votos dos administradores presentes
ou representados, e dos que votam por correspondência se o contrato social o permitir.
4. O administrador não pode votar sobre matérias em que tenha, por conta própria ou de
terceiro, um interesse em conflito com o da sociedade.
5. De cada reunião será lavrada acta no livro respectivo, assinada por todos os
administradores que nela tenham participado.
Artigo 340
(Exercício dos poderes de representação)
2. O contrato social pode também dispor que a sociedade fique vinculada pelos negócios
celebrados pelo administrador-delegado ou pelos membros da direcção, dentro dos
limites da delegação feita pelo conselho de administração.
b) O prazo de gestão, que não poderá ser superior a três anos, permitida a reeleição;
3. Os directores poderão ser accionistas ou não, sendo sempre pessoas físicas, com
capacidade jurídica plena e residência no país.
2. A fiscalização poderá ainda ser feita por uma empresa de auditoria independente.
3. O conselho fiscal será composto por três ou cinco membros, efectivos e suplentes,
accionistas ou não, eleitos pela assembléia geral.
4. O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será instalado pela
assembleia geral a pedido de accionistas que representem, no mínimo, um décimo das
acções votantes e cinco por cento das acções preferenciais. Cada período de seu
funcionamento terminará na primeira assembleia geral ordinária após a sua instalação.
Artigo 343
2. Não podem ser eleitos para o conselho fiscal, além das pessoas enumeradas no artigo
3. A remuneração dos membros do conselho fiscal será fixada pela assembleia geral que
os eleger.
Artigo 345
(Deveres e responsabilidades)
3. Perderá o seu cargo, o membro do conselho fiscal ou seu suplente que, sem motivo
justificado, deixar de assistir, durante o exercício social, a duas ou mais reuniões do
conselho.
Artigo 346
Artigo 348
b) As condições da subscrição.
7. Os estatutos podem prever que, dentro dos limites do capital autorizado, possa a
sociedade outorgar opção de compra de acções em favor de seus empregados,
habilitando-os a subscrever futuros aumentos de capital social.
2. Se todos os accionistas não exercerem o seu direito de preferência, este devolve-se aos
restantes, até integral satisfação dos accionistas.
4. O direito de preferência prescrito neste artigo pode ser suprimido ou limitado nos
estatutos.
Artigo 350
1. Os accionistas devem ser avisados, por anúncio, que dispõem de um prazo não
inferior a quinze dias para exercerem o direito de preferência.
2. O anúncio pode ser substituído por carta registada, dirigida aos titulares das acções, se
todas as acções da sociedade forem nominativas.
Artigo 351
(Subscrição parcial)
1. No caso de o aumento de capital não ser totalmente subscrito, o referido aumento fica
limitado às subscrições efectuadas, sem prejuízo da deliberação do aumento poder dispor
que ele fica sem efeito.
2. Se o aumento ficar sem efeito, a administração deve avisar aos subscritores de tal
facto no prazo de oito dias após o termo do período da subscrição. O aviso deve ser feito
por anúncio.
Artigo 352
Artigo 353
Artigo 356
Secção IX
c) Valor das contribuições em espécie que exceda o valor nominal das acções
realizadas em espécie.
A reserva legal e as reservas sujeitas ao seu regime só podem ser utilizadas para:
a) Cobrir a parte do prejuízo acusado no balanço do exercício, excepto se este puder ser
descoberto por quaisquer outras reservas;
b) Cobrir prejuízos transmitidos de exercícios anteriores que não puderem ser cobertos
por lucros do exercício nem pela utilização de outras reservas;
1. Além da reserva legal e das reservas estatutárias, a assembleia geral poderá, por
proposta dos órgãos da administração, deliberar e reter parcela do lucro líquido para
constituição das seguintes reservas de lucro ou para ampliação de seus valores, caso já
constituídas em exercícios anteriores:
d) Reserva de lucros a realizar, para a qual poderão ser destinadas parcelas dos lucros
líquidos do exercício que excederem o montante do dividendo obrigatório a ser
distribuído aos accionistas, os dividendos devidos aos titulares de acções preferenciais e
os valores devidos aos portadores de títulos obrigacionais emitidos pela sociedade.
2. O destino do lucro líquido para a constituição das reservas de lucro não poderá ser
aprovada, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório.
3. O saldo das reservas de lucros, excepto da reserva de lucros a realizar, não poderá
ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre a
aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social, ou na
distribuição de dividendos.
As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para absorção de prejuízos que
ultrapassarem as reservas de lucros, resgate, reembolso ou compra de acções,
incorporação ao capital social e pagamento de dividendo a acções preferenciais.
1.A sociedade somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício e de
reservas de lucros, excepto a reserva legal e à conta de reserva de capital, no caso de
acções preferenciais.
2. A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica
responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa da
sociedade a importância distribuída, sem prejuízo da responsabilidade penal.
a) Vinte e cinco por cento do lucro líquido do exercício diminuído das importâncias
destinadas à constituição da reserva legal;
3. Quando o estatuto for omisso poderá, em qualquer altura, a assembleia geral, por
proposta da direcção, fixar o valor do dividendo obrigatório, nunca inferior a vinte e
cinco por cento do lucro líquido do exercício.
4. A assembleia geral pode, desde que não haja oposição de qualquer accionista
presente, deliberar sobre a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos
deste artigo.
5.Poderá ainda o dividendo obrigatório deixar de ser pago aos accionistas, por proposta
da direcção, com parecer do conselho fiscal, quando em exercício, aprovada pela
assembleia geral, havendo fundado receio de que seu pagamento venha a criar grave
dificuldade financeira para a sociedade.
6. Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do número quatro serão
registados como reserva especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios
subseqüentes, deverão ser pagos como dividendo obrigatório, assim que o permitir a
situação financeira da sociedade.
7. Os valores dos lucros líquidos não destinados como dividendos obrigatórios poderão,
por deliberação da assembleia geral, ser distribuídos como dividendos aos accionistas ou
destinados à constituição de reserva para futuro aumento do capital social.
9. O vencimento do crédito do sócio aos lucros opera-se trinta dias após o registo da
deliberação social que aprovar as contas do exercício.
Além dos livros contabilísticos, conforme regulado neste Código, a sociedade deve ter
os seguintes livros sociais:
Artigo 366
Artigo 368
3. Os sócios apenas são obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato social
assim o estabeleçam.
É lícita e pode ser constituída sociedade por quotas de responsabilidade limitada entre
cônjuges, seja qual for o regime de bens do casamento.
Artigo 371
Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade, salvo
o disposto no artigo seguinte.
Artigo 373
3. Salvo disposição contratual em contrário, o sócio que pagar dívidas sociais nos termos
deste artigo, tem direito de regresso contra a sociedade pela totalidade do que houver
pago, mas não contra os outros sócios.
Artigo 374
(Capital social mínimo e máximo)
1. O capital social deve sempre corresponder ao somatório dos valores nominais das
quotas.
2. A sociedade por quotas não pode ser constituída com um capital social inferior a vinte
milhões de meticais, nem posteriormente o seu capital pode ser reduzido a importância
inferior a esta.
3. Uma sociedade por quotas não pode ter um capital superior a cem milhões de
meticais. Se, porém, fôr deliberado um aumento de capital para um valor superior a este,
deve simultaneamente ser deliberada a transformação em sociedade por acções, sob pena
de nulidade da deliberação de aumento.
Secção II Realização das quotas
1. Deve ser expresso em moeda nacional o valor nominal de cada quota que deve ser
igual ou superior a quinhentos mil meticais, e constituir um múltiplo de cem.
3. Os bens ou direitos com que o quotista pretenda, como contribuição sua, incorporar
no capital social da sociedade deverão ser avaliados nos termos previstos no artigo 216
deste Código.
5. Ao capital social que cada sócio subscreva no contrato social apenas pode
corresponder a uma quota.
6. O capital que cada sócio subscreva ou lhe fique a pertencer em qualquer aumento de
capital pode corresponder ou a uma nova quota ou acrescer à quota primitiva.
Artigo 376
1. Pode ser diferida a realização, até metade do seu valor nominal, das quotas que devem
ser realizadas em dinheiro, mas o quantitativo global dos pagamentos feitos por conta
destas, juntamente com a soma dos valores nominais das quotas correspondentes às
entradas em espécie, deve perfazer o capital mínimo fixado na lei.
2. A realização integral das quotas só pode ser diferida por um prazo não superior a três
anos, para data certa e determinada ou a determinar pela administração.
3. Se a data houver de ser determinada pela administração e esta o não fizer, a obrigação
de realização vence-se no termo do prazo de três anos a contar da data de registo do
contrato social ou da deliberação de aumento do capital.
Artigo 377
1. A soma das entradas em dinheiro deve ser depositada em instituição de crédito, antes
de celebrado o contrato social, numa conta a abrir em nome da futura sociedade,
devendo ser exibido ao notário o comprovativo daquele depósito por ocasião da
escritura.
Artigo 378
3. O sócio em mora responde, para além do capital vencido, pelos respectivos juros
moratórios e ainda pelos demais prejuízos que do seu incumprimento resultarem para a
sociedade e para os demais sócios.
4. O sócio que não realizar pontualmente a sua quota poderá ser privado, nos termos do
contrato social, de exercer os direitos sociais correspondentes á sua quota,
nomeadamente o direito ao voto e aos lucros, enquanto se verificar o seu incumprimento.
5. Se o sócio em mora não realizar a quota no prazo fixado nos termos do número 2, a
sociedade interpela os outros sócios para que realizem a parte em mora.
6. A quota, na sua totalidade, passa a pertencer aos sócios que realizam a parte em falta,
na proporção em que o façam, sendo, para o efeito, dividida e acrescida às respectivas
quotas.
7. O sócio que perder a sua quota nos termos do número anterior, não tem direito de
reaver as quantias já pagas por conta da realização da quota.
8. Destes efeitos deve também o sócio em mora ser avisado na carta referida no número
2.
Artigo 379
Artigo 380
1. Na constituição da sociedade a cada sócio apenas fica a pertencer uma quota, que
corresponde à sua entrada.
5. A unificação deve também ser registada e comunicada à sociedade para efeitos da sua
oponobilidade em relação a terceiros e à própria sociedade.
Artigo 381
2. A sociedade pode, por deliberação dos sócios, adquirir quotas próprias a título
oneroso, e a título gratuito por mera deliberação da administração.
Secção III
1. Uma quota só pode ser dividida mediante amortização parcial, transmissão parcelada
ou parcial, partilha ou divisão entre contitulares, devendo cada uma das quotas
resultantes da divisão ter um valor nominal de harmonia com o disposto neste Código.
2. Os actos que importam divisão de quota devem constar de escritura pública ou decisão
judicial.
3. A divisão de quota não tem de obter o consentimento dos sócios, sem prejuízo do
disposto na lei ou no contrato social sobre a transmissão de quotas e de que a quota se
não considerar dividida.
1. A transmissão de quota entre vivos deve constar de escritura pública, excepto quando
ocorrer em processo judicial.
2. A transmissão de quota não produz efeitos para com a sociedade, enquanto não fôr
comunicada por escrito a estae registada.
3. Os estatutos poderão dispor sobre a transmissão de quota, seja entre vivos ou por
morte.
Secção IV
Amortização de quotas, exclusão e exoneração de sócio
3. A sociedade não pode amortizar quotas que não estejam integralmente liberadas.
Artigo 387
1. A amortização efectua-se por deliberação dos sócios nos casos de exclusão de sócio,
ou por vontade de um sócio, no caso de exoneração deste.
1. Um sócio pode ser excluído nos casos especialmente previstos no contrato social bem
como nos casos respeitantes à sua pessoa ou ao seu comportamento fixado no contrato.
2. O sócio pode ainda ser excluído por decisão judicial, em acção proposta pela
sociedade após prévia deliberação, quando o seu comportamento desleal ou gravemente
perturbador do funcionamento da sociedade, lhe tenha causado ou possa vir a causar
prejuízos significativos.
Secção V
Artigo 392
4. A falta de cumprimento das obrigações acessórias não afecta a situação do sócio como
tal, salvo disposição em contrário.
Artigo 394
Artigo 395
Artigo 396
4. O capital social não pode ser aumentado enquanto não forem restituídas aos sócios as
prestações suplementares que estes tiverem realizado, salvo por conversão, total ou
parcial, destas.
1. Os lucros do exercício distribuíveis tem o destino que for deliberado pelos sócios.
2. O contrato de sociedade pode dispor que uma percentagem, não inferior a vinte e
cinco por cento e nem superior a setenta e cinco por cento, dos lucros distribuíveis do
exercício seja obrigatoriamente distribuída aos sócios.
3. O crédito do sócio à sua parte dos lucros vence-se decorridos trinta dias após a data da
deliberação de atribuição dos lucros.
1. Dos lucros de exercício, uma parte não inferior a vinte por cento, deve ficar retida na
sociedade a título de reserva legal, até que esta atinja a quinta parte do capital social.
b) Para cobrir a parte dos prejuízos transitados do exercício anterior que não possa ser
coberta pelo lucro do exercício nem pela utilização de outras reservas determinadas pelo
contrato de sociedade.
Artigo 400
Secção VIII
Subsecção I Assembleia geral
2. Qualquer sócio de uma sociedade por quotas pode exercer os direitos atribuídos a uma
minoria de accionistas numa sociedade por acções relativamente à convocação e à
inclusão de matérias na ordem do dia.
4. Nenhum sócio pode ser impedido de assistir às reuniões das assembleias gerais,
incluindo aqueles que estejam privados de exercer o direito de voto.
5. As actas das assembleias gerais devem ser assinadas por todos os sócios que nelas
tenham participado.
6. Serão nulas as deliberações tomadas em assembleia geral cuja convocatória tenha sido
efectuada, mas cujo aviso convocatório não tenha sido enviado a qualquer um dos
sócios.
Artigo 402 (Apuramento da maioria)
2. Pode, porém, o contrato de sociedade atribuir, como direito especial, dois votos por
cada duzentos e cinquenta mil meticais do valor nominal da quota ou quotas de sócio.
b) Exclusão de sócio;
d) Exercício, por conta própria ou alheia, por parte dos administradores, de actividade
concorrente com a da sociedade;
2. O disposto no número 1 deste artigo não pode ser derrogado no contrato social.
Artigo 404
Subsecção II Administração
2. O órgão colegial de administração reúne sempre que convocado por qualquer dos
administradores e da reunião deve ser elaborada a respectiva acta.
Artigo 406
Os administradores não podem, sem o consentimento expresso dos sócios, exercer, por
conta própria ou alheia, actividade abrangida no objecto social da sociedade, desde que
esteja a ser exercida por ela ou o seu exercício tenha sido objecto de deliberação dos
sócios.
7. O administrador que fôr destituído sem justa causa, tem direito a perceber, a título de
indemnização, as remunerações até ao limite convencionado no contrato de sociedade ou
até ao termo da duração do exercício do seu cargo ou, se este não tiver sido conferido
por prazo certo, as remunerações equivalentes a dois exercícios.
Capítulo IV
Sociedade de capital e indústria é aquela que, sob uma firma social, explora uma
actividade mercantil sob a responsabilidade limitada de um ou mais sócios, pessoa física
ou jurídica - os capitalistas - e a cooperação pessoal de um ou mais sócios, pessoa física,
- os de indústria - que prestam à sociedade unicamente o seu trabalho, na forma prevista
no contrato social ou na lei, mas que estão isentos de qualquer responsabilidade perante
terceiros.
Artigo 413
( Características )
a) Por possuir sócios que contribuem para a formação do capital com dinheiro, créditos
ou outros bens e que respondem limitadamente;
b) Por possuir sócios que não contribuem para o mesmo capital, mas apenas ingressam
na sociedade com o seu trabalho, e que estão isentos de qualquer responsabilidade
perante os credores sociais.
Além das cláusulas referidas no artigo anterior, o contrato social da sociedade de capital
e indústria deve ainda conter as seguintes cláusulas de natureza específica :
Artigo 416
(Administração)
3. Se, porém, além da indústria, o sócio contribuir para o capital com alguma quota ou
percentagem em dinheiro, créditos ou outros bens, ou fôr administrador da empresa
obrigando esta, ficará constituído em sócio com responsabilidade ilimitada.
Artigo 417
Artigo 418
2. Em caso de omissão do contrato social, o sócio presume-se que a sua participação nos
lucros será igual à do sócio capitalista de maior quota no capital social.
3. Cabe também ao sócio de indústria o direito a uma parte do acervo da sociedade, por
ocasião da sua liquidação. Este direito do sócio só se realizará depois de liquidada a
sociedade, e após a devolução aos sócios capitalistas das suas respectivas quotas no
capital. Se houver algum lucro remanescente o mesmo será repartido entre todos os
sócios na proporção estipulada no contrato social ou, na sua omissão, na forma prevista
nos números 1 e 2 deste artigo.
Artigo 419
O sócio de indústria não fica sujeito a perdas sociais pelo que os credores sociais nada
podem reclamar desse sócio que também não pode ser obrigado, para cobrir prejuízos, a
restituir lucros recebidos, salvo prova de ter agido com dolo ou fraude.
Artigo 420
Aos sócios capitalistas, a quem cabe a gerência social, competem todos os direitos e
obrigações que cabem aos sócios nos termos deste Código.
LIVRO TERCEIRO CONTRATOS E OBRIGAÇÕES MERCANTIS
TÍTULO PRIMEIRO
PARTE GERAL
Artigo 421
(Definição de contrato mercantil)
Artigo 423
É livre a forma para a celebração dos contratos mercantis, salvo quando a lei
determine a observância de solenidade especial.
Artigo 426
e) Confissão;
f) Testemunhas;
h) Outros meios previstos em lei ou nos usos da praça, contanto que não sejam
obtidos ilicitamente.
2. Qualquer que seja o valor do contrato é admissível a prova testemunhal quando:
b) O credor, por motivos de ordem moral ou material, não tiver podido se valer de
prova escrita.
Artigo 427
Não tendo sido determinado prazo para cumprimento, o credor poderá exigir o
cumprimento imediato da prestação, ressalvada a existência de usos da praça, ou
quando
a execução do contrato, a natureza da prestação ou o local onde deva ser cumprida
justificar um prazo determinável.
Artigo 428
Não havendo acordo entre as partes contratantes quanto aos termos, inicial e final do
cumprimento da obrigação, a parte interessada poderá pleitear sua fixação mediante
juízo arbitral ou através de procedimento judicial.
Artigo 429
2.Na falta de estipulação e ressalvada a existência de usos da praça, deverá ser cumprida:
a) A obrigação de entregar uma coisa certa e determinada, no lugar em que se
encontrava ao tempo da constituição do vínculo;
Artigo 431
1. O devedor de obrigação mercantil não estará sujeito aos efeitos da mora quando:
b) O credor não tiver promovido a interpelação, com a concessão de prazo para seu
cumprimento, caso seja considerada indispensável à constituição do devedor em mora,
por força de lei, do contrato ou dos usos da praça;
5. Aplica-se, no que couber, e quando não conflituantes com este artigo, a lei civil,
quanto às disposições referentes à mora do credor.
Artigo 432
e) No seu total, quando qualquer das prestações não for pontualmente paga, desde que o
vencimento antecipado da obrigação, por este fundamento, esteja previsto no contrato.
Artigo 433
Artigo 434
3. As cláusulas elaboradas por um dos contratantes que não tenham sido objecto de
negociação preliminar, ocorrendo dúvida, serão interpretadas contrariamente ao seu
autor.
4. Nos contratos de conteúdo predisposto por uma das partes, as disposições que
eventualmente sejam objecto de dúvida serão interpretadas a favor de quem tiver aderido
ao contrato.
Artigo 435
As questões omissas nos contratos mercantis deverão ser integradas de acordo com a
vontade das partes, a lei, o princípio da boa fé, e os usos e costumes da praça.
Artigo 437
Artigo 438
Secção I Contratos
Artigo 439
(Cláusulas comuns aos contratos)
As cláusulas constantes das propostas dos contratos incluem-se nos contratos definitivos
pela aceitação do outro contratante, desde que tenham sido observadas as normas
previstas neste Código.
Artigo 440
2. A comunicação a que se refere o número anterior deverá ser feita com a antecedência
necessária para o conhecimento completo e efectivo.
Artigo 442
a) Que não tenham sido comunicadas nos termos previstos neste Código;
c) Que, pelo contexto, pela epígrafe que as precede ou pela sua apresentação gráfica,
passem despercebidas a um contratante normal, colocado na posição do contratante
real; d) Consideradas de surpresa, ou seja, as inseridas em formulários depois de
assinatura de algum dos contratantes.
Artigo 443
(Cláusulas contratuais abusivas)
1. Nos casos previstos no artigo anterior, os contratos poderão ser preservados na parte
não afectada por força de cláusula inadequada, independentemente de solicitação neste
sentido pelo contratante prejudicado, ou quando, mediante aplicação de normas
supletivas, de princípios e regras de integração das lacunas nos negócios jurídicos, possa
ser restabelecido o equilíbrio das relações contratuais.
b) A confiança suscitada nas partes pelo sentido global das cláusulas contratuais em face
do processo de formação do contrato, pelo teor deste e ainda por quaisquer outros
elementos razoáveis e dignos de consideração;
Não tendo sido possível preservá-los, no todo ou em parte, conforme indicado no artigo
anterior, os referidos contratos serão declarados nulos especialmente quando não se
possa determinar os seus aspectos essenciais, quando evidenciado o desequilíbrio nas
prestações, quando contrário aos princípios da boa fé e da equidade ou se apresentem
significativamente gravosos a uma das partes contratantes.
Artigo 446
4. O ónus da prova de que uma cláusula contratual resultou de negociação prévia entre
as partes recai sobre quem pretenda prevalecer-se do seu conteúdo.
Artigo 447
Artigo 450
Secção II
Artigo 451
Poderão ser objecto da compra e venda mercantil coisas móveis, semoventes, imóveis ou
direitos, sejam actuais ou futuros.
Artigo 452
2. Caso as partes tenham celebrado contrato de natureza aleatória, o preço será devido
ainda que a transmissão da coisa não se verifique. Caso não tenha sido aleatório, será
nulo o contrato se o objecto a que tem direito o comprador vier a não existir.
Artigo 453
A compra e venda mercantil de coisa alheia é nula, salvo quando as partes lhe tenham
conferido a natureza de compra e venda de coisa futura e condicional. Nesta hipótese, a
aquisição do objecto pelo alienante importará na transmissão automática da propriedade
para o adquirente, a qual somente não ocorrerá havendo estipulação em contrário ou
quando a aquisição da coisa dependa de formalidade estabelecida em lei.
Artigo 454
Quando a compra e venda mercantil recai sobre coisa imóvel, direito sobre imóvel ou
móvel sujeito a registo, deverão ser observadas as solenidade previstas na lei civil ou em
legislação especial.
Secção III
Artigo 455
3. Não se aplica o disposto neste artigo, se o preço for determinado por diploma legal
emanado de órgão competente.
Artigo 456
Artigo 458
1. A coisa deve ser entregue no lugar em que se encontre ao tempo da venda, salvo
estipulação em contrário. Quando a operação importar em transporte da coisa, caberá ao
vendedor entregá-la ao transportador para que este promova o traslado ao comprador.
2. A coisa deve ser entregue no estado em que se encontre no momento da venda.
3. A entrega da coisa deve ser feita com todas as partes integrantes, os frutos pendentes e
os documentos ou direitos a ela relativos, salvo estipulação em contrário.
ou o local onde deva ser entregue justifiquem a admissão de prazo razoável para a
realização da entrega.
As despesas com a entrega da coisa vendida e outras acessórias correrão por conta do
comprador, incluindo-se as referentes à recepção e ao transporte para lugar diferente
do local da execução do contrato, salvo estipulação em contrário.
Secção V Obrigações
Secção VI Riscos
Artigo 463
Artigo 466
Artigo 467
Artigo 468
2. O comprador ficará desonerado de pagar o preço, caso prove que o vendedor já sabia
que a coisa estava perdida ou deteriorada e, dolosamente, não tiver levado o facto a seu
conhecimento, hipótese em que o vendedor responderá ainda por perdas e danos.
Artigo 469
Subsecção I Vícios
Artigo 470 (Idoneidade da coisa vendida)
1. O vendedor obriga-se a fazer a coisa vendida boa, firme e valiosa, garantir sua
idoneidade, entregá-la na quantidade e qualidade previstas no contrato, isenta de vícios
3. O vendedor fica também desonerado de responder pelo vício da coisa vendida quando
o comprador, antes ou ao tempo da celebração do contrato, o conhecesse ou tivesse de
forma inequívoca, assumido o ónus de sua existência, salvo disposição em contrário
presente em legislação especial protectora do consumidor.
Artigo 472
1. Caso o comprador constate algum vício na coisa vendida poderá, no prazo de quinze
dias a contar da constatação, reclamar, junto do vendedor, a substituição ou a reparação
da coisa, a redução proporcional do preço ou resolução do contrato, sem prejuízo da
indemnização por perdas e danos .
2. Não satisfeita a pretensão do comprador, poderá este, no prazo de quinze dias,
contados da data reclamação, recorrer a procedimento arbitral ou judicial próprio,
conforme dispuser o contrato.
4. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de
todas, salvo se a parte viciada não puder ser separada das restantes, sob pena de
desvalorização, perecimento ou agravamento significativo da parte remanescente.
Subsecção II Evicção
Por força do contrato de compra e venda mercantil, o vendedor deverá ainda, garantir os
riscos de evicção, de modo a oferecer ao comprador a coisa ou o direito livre de
quaisquer pretensões exercidas, judicial ou extrajudicialmente, por terceiros, que possam
onerar, restringir ou eliminar, no todo ou em parte , o direito ao mesmo transferido.
Artigo 476
Artigo 477
2. Será considerada não escrita a cláusula excludente da garantia da evicção sempre que
esta resultar de facto imputável ao próprio vendedor ou quando este, deliberadamente,
oculte a existência de vício de direito.
Artigo 478
Ao comprador evicto fica assegurado o direito à restituição do preço, acrescido dos ónus
decorrentes do exercício de seu direito de acção da indemnização pelos frutos que tenha
a restituir a terceiros, bem como pelos prejuízos decorrentes da negociação realizada.
Secção VIII
Artigo 481
Não pode ser objecto de venda com reserva de propriedade a coisa insusceptível de
caracterização perfeita, para a diferenciar de outras congéneres, sob pena de nulidade.
Artigo 482
Artigo 483
Artigo 485
3. Havendo, ainda, diferença a favor do vendedor, esta será cobrada na forma da lei.
Artigo 486
Artigo 487
1. Na venda sob documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega de seu título
representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste,
pelos usos da praça.
Artigo 488
Subsecção III
Artigo 490
2. Havendo variação de preço que exceda mais de cinco por cento da quantidade
declarada no contrato e o vendedor tiver exigido, por escrito, a diferença, o comprador
terá o direito de resolver o contrato, no prazo de quinze dias da ocorrência, salvo se tiver
agido com dolo.
Enquanto as coisas não tiverem sido contadas, pesadas ou medidas, os riscos serão
suportados pelo vendedor, salvo se estas providências tiverem sido adoptadas, por culpa
do próprio comprador.
Artigo 492
3. Na hipótese de, por força da verificação, o preço exceder em mais de cinco por cento
do contratado, o comprador terá direito de resolver o contrato, no prazo de quinze dias,
salvo se tiver agido com dolo.
Artigo 494
Subsecção IV Venda sob amostra
1. Sendo a venda feita sob amostra, entender-se que o vendedor assegura a existência, na
coisa vendida, de qualidades iguais às da amostra, salvo se da convenção ou dos usos da
praça resultar que esta somente serve para indicar, de modo aproximado, as quantidades
da coisa vendida.
Subsecção V
1.A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva.
2. Ainda que a coisa lhe tenha sido entregue, não se reputará perfeita, enquanto o
comprador não manifestar ou declarar sua aprovação.
1. A venda sujeita à prova presume-se feita sob a condição suspensiva. Somente será
reputada perfeita se a coisa as tiver qualidades asseguradas pelo vendedor ou for idónea
para o fim a que se destina.
Artigo 498
1. Não havendo prazo estipulado no contrato ou fixado pelos usos da praça, o vendedor
terá direito de intimar o comprador ,judicial ou extrajudicialmente, para que manifeste
sua aceitação, no prazo improrrogável de quinze dias, sob pena de ser reputada aprovada
a compra, salvo a ocorrência de disposição legal em contrário.
Artigo 500
Artigo 501
Artigo 502
Na venda por consignação, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica
autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo
estabelecido, restituir-lhe-á a coisa consignada.
Artigo 504
O consignante não pode dispor da coisa vendida por consignação antes de lhe ter sido
restituída pelo consignatário ou de lhe ter sido comunicada a intenção da restituição.
Artigo 506
Artigo 507
Artigo 510
Artigo 511
Artigo 514
O reportado deve entregar ao reportador, até dois dias antes do vencimento, as quantias
necessárias para efectuar os pagamentos relativos aos títulos não liberados.
Artigo 515
Em caso de incumprimento de umas das partes, a contraparte tem direito a efectuar uma
venda compensatória ou uma compra de substituição, consoante o caso
Contrato de fornecimento é aquele pelo qual uma das partes se obriga a fornecer,
periódica ou continuadamente, coisas à outra mediante o pagamento de um preço.
Quanto ao fornecimento periódico, se o preço tiver que ser determinado nos termos do
Código Civil, atende-se ao montante em que ocorrer cada uma das prestações periódicas.
Artigo 521
2. Quando seja ao fornecido que compete fixar o montante do cumprimento de cada uma
das prestações singulares, deve ele comunicar à contraparte a data para o fornecimento
com a antecedência adequada.
1. A suspensão do fornecimento não pode ser efectuada sem pré-aviso adequado, salvo
caso fortuito ou de força maior.
Capítulo IV
1. O contrato de prestação de serviços mercantis deverá ser celebrado por escrito, através
de instrumento público ou particular.
2. Quando qualquer das partes não souber ler nem escrever, a celebração do contrato por
instrumento particular, somente será válida se assinado a rogo e subscrito, pelo menos,
por duas testemunhas.
3. Não sendo celebrado por escrito, caberá à parte interessada, na forma do artigo 428.º
deste Código fazer a prova da existência do contrato, bem como das condições
estabelecidas em sua contratação.
Artigo 532
Artigo 533
a) Conduzir-se com inteira boa fé, de modo a atender aos interesses do destinatário,
como se fossem próprios;
e) Prestar serviços que sejam compatíveis com os objetivos do contrato, não sendo o
prestador de serviço profissional especializado e não indicando no contrato tarefas
específicas para serem executadas;
Artigo 534
c) Conferir ao prestador dos serviços, desde que por este solicitado, atestado de
conclusão dos serviços ou outro documento equivalente;
d) Verificar se os serviços foram prestados nos termos previstos no contrato que lhes deu
causa, sob pena de não poder responsabilizar o prestador de serviços;
Artigo 535
2. Não se tendo estipulado o valor dos serviços, nem havendo livre acordo posterior à
execução do contrato, este será fixado em juízo arbitral ou judicialmente, levando-se em
conta a natureza dos serviços contratados, os usos da praça, o tempo despendido, a
qualidade das actividades desempenhadas, a titulação, o grau de especialização e a
notoriedade do prestador dos serviços.
Artigo 537
É ilícita a cláusula que permita ao destinatário cobrar juros ao prestador dos serviços
sobre a remuneração adiantada e pelo transcurso do tempo necessário à execução do
contrato, caso o prestador ainda esteja a prestar os serviços convencionados.
Secção IV Mora
Artigo 539
(Mora do destinatário)
1. Ainda que não se tenha estipulado prazo ou quando este seja por prazo indeterminado,
é lícito às partes denunciar o contrato, sem necessidade de fundamentar, desde que com
aviso prévio expedido, com antecedência mínima de trinta dias de calendário, sendo a
remuneração paga mensalmente.
2. Salvo legislação especial é lícita a cláusula que estabeleça prazo de aviso prévio
superior a trinta dias, bem como a estipulação que fixe valor de indemnização a ser paga
pelo destinatário para dispensar o prestador de executar os serviços no prazo do aviso
prévio, desde que corresponda, pelo menos, ao valor médio da remuneração em período
idêntico ao do aviso.
3. No caso da remuneração ser fixada por período inferior a trinta dias, a antecedência
mínima do aviso prévio deverá ser de oito dias, com antecedência de quatro dias se o
pagamento for semanal ou quinzenal e de véspera quando se tenha contratado por menos
de sete dias.
1. Salvo legislação especial, é lícita a cláusula que, nos contratos por prazo
indeterminado, possibilite a estipulação de indemnização, a ser paga pelo destinatário,
para dispensar o prestador de executar os serviços no prazo do aviso prévio.
2. O valor da indenização a que se refere este artigo deve corresponder, pelo menos, ao
valor médio da remuneração percebida em período idêntico ao do aviso, calculado nos
últimos seis meses.
Artigo 542
(Fixação do prazo em função da natureza, da finalidade dos serviços ou da
lei)
Não será considerada por prazo indeterminado a prestação de serviços mercantis, cuja
delimitação do prazo de execução possa decorrer da natureza, da finalidade dos serviços
contratados ou da lei.
Artigo 544
Artigo 545
Artigo 546
(Rescisão do contrato por justa causa)
Capítulo V
1. Agência é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a promover por conta da outra
a celebração de contratos, de modo autónomo e estável e mediante a retribuição,
podendo ser-lhe atribuída certa zona ou determinado círculo de clientes, podendo ou não
participar de actos relacionados com a execução dos negócios.
2. Qualquer das partes tem o direito, a que não pode renunciar, de exigir da outra um
documento assinado que indique o conteúdo do contrato e de posteriores adiantamentos
ou modificações.
c) Duração;
d) Indicação precisa da zona de actuação e/ou circulo de clientes onde deverá ser
exercida a representação empresarial.
Artigo 551
1. Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o agente só pode celebrar contratos
em nome da outra parte se esta lhe tiver conferido, por escrito, os necessários poderes.
760 do Código Civil, sem prejuízo do regime consagrado no artigo 644 do mesmo
código.
Artigo 553
Artigo 554
Artigo 555
Secção II
No cumprimento das suas obrigações, deve o agente, como princípio geral regulador, das
suas actividades, proceder de boa-fé, competindo-lhe zelar pelos interesses da outra parte
e desenvolver as actividades adequadas à realização plena do fim do contrato.
a) A observar as instruções da outra parte que não ponham em causa a sua autonomia;
b) A fornecer as informações que lhe forem solicitadas ou que sejam necessárias para
uma boa gestão, sobretudo as relativas á solvabilidade dos clientes;
O agente não pode, mesmo após a cessação do contrato, utilizar ou revelar a terceiros
segredos do principal que lhe tenham sido confiados ou de que tenha tomado
conhecimento no exercício da sua actividade, salvo na medida em que as regras da
deontologia profissional o permitam.
Artigo 559
b) A ser informado, sem demora, da aceitação ou recusa dos contratos negociados e dos
que haja celebrado sem os necessários poderes;
Secção III
Artigo 565
(Direito à comissão)
1. O agente tem direito a uma comissão pelos contratos que promoveu e, bem assim,
pelos contratos celebrados com clientes por si angariados, desde que celebrados antes do
termo da relação de agência.
2. O agente que beneficie do direito de exclusivo não perde, salvo convenção escrita em
contrário, o direito à comissão respeitante aos contratos celebrados directamente pela
outra parte com pessoas pertencentes à zona ou ao círculo de clientes que lhe foi
reservado.
3. O agente só tem direito à comissão pelos contratos celebrados após o termo da relação
de agência provando ter sido ela a negociá-los, ou, tendo-os preparado, fica a sua
celebração a dever-se, principalmente, à actividade por si desenvolvida, contanto que,
em ambos os casos sejam celebrados num prazo razoável subsequente ao termo da
agência.
O agente não tem direito à comissão na vigência do contrato se a mesma for devida, por
força do número 3 do artigo anterior, ao agente que o anteceder, sem prejuízo de a
comissão poder ser repartida equitativamente entre ambos, quando se verifiquem
circunstâncias que o justifiquem.
Artigo 567
a) O principal haja cumprido o contrato ou devesse tê-lo cumprido por força do acordo
celebrado com o terceiro;
2. Qualquer acordo das partes sobre o direito à comissão não pode obstar que este se
adquira pelo menos quando o terceiro cumpra o contrato ou devesse tê-lo cumprido, caso
o principal tenha já cumprida a sua obrigação.
3. A comissão referida nos números anteriores deve ser paga até ao último dia do mês
seguinte ao trimestre em que o direito tiver sido adquirido.
Na falta de convenção em contrário, o agente não tem direito de reembolso das despesas
pelo exercício normal da sua actividade.
Secção IV Protecção de terceiros
1. Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o negócio que o agente sem poderes de
representação celebre em nome da outra parte tem os efeitos previstos no número 1 do
artigo 261 do Código Civil.
Artigo 573
O acordo pelo qual as partes decidem pôr termo à relação contratual deve constar de
documento escrito.
2. O agente pode exigir, em vez desta indemnização, uma quantia calculada com base na
retribuição média mensal auferida no decurso do ano precedente, multiplicada pelo
tempo em falta; se o contrato durar há menos de um ano, atender-se-á à retribuição
média mensal auferida na vigência do contrato.
a) Se a outra parte faltar ao cumprimento das suas obrigações, quando, pela sua
gravidade ou reiteração, não seja exigível a subsistência do vínculo contratual;
1. Sem prejuízo de qualquer outra compensação a que haja lugar, nos termos das
disposições anteriores, o agente tem direito, após a cessação do contrato, a uma
compensação de clientela, desde que sejam preenchidos, cumulativamente, os requisitos
seguintes:
Artigo 581
Pelos créditos resultantes da sua actividade, o agente goza do direito de retenção sobre
os objectos e valores que detém em virtude do contrato.
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, cada contraente tem a obrigação de restituir,
no termo do contrato, os objectos, valores e demais elementos pertencentes ao outro.
Capítulo VI
4. Às matérias não reguladas nos artigos seguintes aplicam-se as convenções das partes e
as disposições reguladoras de outros contratos, conforme a analogia das situações.
4. O contrato pode também estipular que determinados actos de gestão não devem ser
praticados pelo associante sem prévio consentimento do associado.
Artigo 587
Artigo 588
2. Os credores da associante não poderão fazer valer seus direitos sobre o património do
associado.
Artigo 589
e) Associado participa nos lucros ou nas perdas das operações pendentes à data do inicio
ou do termo do contrato.
Artigo 590
1. O contrato poderá estipular que matérias relevantes para a empresa associante e para
os interesses dos associados somente possam ser objecto de deliberação mediante prévia
aprovação da maioria absoluta dos associados.
2. Não sendo aprovada a matéria objecto da deliberação a que se refere o presente artigo,
poderá, ainda assim, a associante implementar sua decisão desde que assegure aos
associados o direito de promover o vencimento extraordinário do contrato de associação
em participação com a conseqüente restituição dos valores dos aportes realizados e
demais haveres a que tenham direito os associados divergentes.
Artigo 591
c) Não concorrer com empresa na qual foi contratada a associação, a não ser nos
termos em que essa concorrência lhe for expressamente consentida;
2. O contrato pode estipular que determinados actos de gestão não devam ser
praticados pelo associante sem prévia audiência ou consentimento do associado.
3. O associante responde para com o associado pelos danos que este venha a
sofrer por actos de gestão praticados sem a observância das estipulações
contratuais admitidas pelo número anterior, sem prejuízo de outras sanções
previstas no contrato.
Artigo 593
1. O associante deve prestar contas nas épocas legal ou contratualmente fixadas para a
exigibilidade da participação do associado nos lucros e perdas e ainda relativamente a
cada exercício anual de duração da associação.
2. As contas devem ser prestadas dentro do prazo razoável depois de findo o período a
que respeitam; sendo associante uma sociedade comercial, vigora para esse efeito o
prazo de apresentação das contas à assembleia geral.
5. A participação do associado nos lucros ou nas perdas seja nas perdas é imediatamente
exigível, caso as contas tenham sido prestadas judicialmente; no caso contrário, a
participação nas perdas, na medida em que exceda a contribuição, deve ser satisfeita em
prazo não inferior a quinze dias, a contar da interpelação pelo associante.
c) Por vontade dos sucessores ou decurso de certo tempo sobre a morte de um contraente
nos termos do artigo seguinte;
f) Resolução;
g) Denúncia;
h) Falência do associante.
Artigo 596
Artigo 597
(Extinção do associado ou do associante)
Artigo 598
(Resolução do contrato)
1. Os contratos celebrados por tempo determinado ou que tenham por objecto operações
determinadas podem ser resolvidos por qualquer das partes, ocorrendo justa causa.
2. Consistindo essa causa em facto culposo de uma das partes, deve esta indemnizar
pelos prejuízos causados pela resolução.
1. Os contratos cuja duração não seja determinada e cujo objecto não consista em
operações determinadas podem ser denunciados por vontade de uma das partes, com um
pré-aviso de seis meses, depois de decorridos dez anos sobre a sua celebração.
2. A parte que denunciar o contrato sem observância do pré-aviso referido no número
anterior é obrigada a indemnizar a contraparte pelos prejuízos daí decorrentes.
Artigo 600
1. Consórcio é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas, singulares ou colectivas, que
exerçam uma actividade económica se obrigam reciprocamente, de forma concertada, a
realizar certa actividade ou efectuar certa contribuição com o fim de prosseguir qualquer
dos seguintes objectos:
1. O contrato de consórcio está apenas sujeito a forma escrita, salvo se entre os membros
do consórcio houver transmissão de bens imóveis, caso em que só é válido se o contrato
fôr celebrado por escritura pública.
2. A falta de escritura pública só produz nulidade total do negócio quando fôr aplicável a
parte final do artigo 292 do Código Civil e caso não seja possível aplicar o artigo 293 do
mesmo Código, de modo que a contribuição se converta no simples uso dos bens cuja
transmissão exige aquela forma.
O membro do consórcio, além dos deveres gerais determinados pela lei ou pelo contrato,
deve:
b) Fornecer aos outros membros do consórcio todas as informações que lhe forem
pedidas ou que sejam importantes para a boa execução do contrato;
c) Permitir exame às actividades, incluindo bens, que, pelo contrato deva prestar a
terceiros.
Subsecção I Generalidades
2. A nível externo:
a) Celebrar, modificar ou extinguir contratos com terceiros concluídos no âmbito dos
objectivos do contrato de consórcio;
b) Receber de terceiros quaisquer quantias por eles devidas aos membros do consórcio,
bem como exigir deles o cumprimento das suas obrigações para com algum dos
membros do consórcio;
O consórcio externo deve fazer-se designar por consórcio empresarial, por extenso ou
em forma abreviada C.E., que será antecedida ou seguida por uma denominação
particular.
Artigo 611
1. Os lucros resultantes das actividades do consórcio serão considerados como dos seus
membros e deverão ser repartidos de acordo com o contrato de consórcio, ou, no silêncio
do contrato, na proporção da participação de cada consorciado no empreendimento.
2. Nas relações dos membros do consórcio externo com terceiros não se presume a
solidariedade activa ou passiva entre os referidos membros.
Artigo 615
1. Podem ser admitidos novos consorciados quando haja concordância unânime dos
membros do consórcio.
2. O novo consorciado é responsável pelas dívidas do consórcio, salvo se, no acto do seu
ingresso no consórcio tiver sido estabelecida, expressamente, cláusula de isenção.
2. O consórcio cessa também decorridos que sejam dez anos sobre a data da sua
celebração sem prejuízo de prorrogações.
3. Em caso de violação deste Código ou de lei especial, a pedido de qualquer
interessado ou de uma autoridade competente, poderá ser decretada a dissolução
do consórcio.
Capítulo VIII
Artigo 621
Artigo 622
Secção II
Forma e conteúdo contratual
1. O contrato de factoring, sob pena de nulidade, somente poderá ser celebrado por
escrito.
Secção III
1. A transmissão dos créditos para o factor, quando representados por títulos de crédito,
será efectivada através do endosso sem garantia; quando por outro documento
representativo de crédito, será a transferência promovida mediante termo de cessão.
2. Em qualquer das hipóteses enumeradas no presente artigo, a transferência do crédito
será acompanhada da respectiva factura ou documento equivalente, inclusive de natureza
contabilística, que ateste a existência, legitimidade, regularidade e exigibilidade plena da
operação, bem como que identifique os devedores e seus respectivos domicílios.
Artigo 627
Artigo 629
(Proibição da sub-factorização)
b) Pelo distrate;
Capítulo IX
Contrato de franquia ou “franchising” é aquele pelo qual uma das partes, o franquiador,
mediante retribuição directa ou indirecta, concede à outra, o franquiado, em certa zona e
de modo estável, o direito de, segundo o seu saber - fazer e com a sua assistência
técnica, produzir ou vender determinados bens ou serviços sob a sua imagem
empresarial, sujeitando-se ao seu controlo.
a) Identificação do franquiador;
2. Se fôr convencionado prazo, este não pode ser inferior a três anos.
3. Não havendo o contrato estipulado prazo para sua duração, considerar-se-á que o
mesmo terá a duração necessária ao ressarcimento dos investimentos realizados pelo
franqueado, para se estabelecer, explorando a actividade económica objecto da franquia.
4. Responderá por perdas e danos a parte que promover a rescisão unilateral do contrato
de franquia, em desconformidade com as cláusulas do contrato, salvo em decorrência de
violação contratual grave.
2. Para os efeitos do contrato e da aplicação das normas legais presentes neste Código, o
sub-franqueador e o sub-franqueado, assumem, no que couber, as mesmas obrigações
impostas ao franqueador e ao franqueado.
Secção II
Direitos e obrigações do franquiador
Secção IV
Outras obrigações do franquiador
Artigo 645
Artigo 646
O franquiado não pode, mesmo após a cessão do contrato, revelar a terceiros segredos da
outra parte que lhe tenham sido confiados ou de que tenha conhecido no âmbito do
contrato de franquia, salvo se as regras da deontologia profissional o permitir em.
Secção V
Artigo 650
Artigo 651
Artigo 652
Artigo 654
2. Na fixação dos objectivos referidos no número anterior, devem ser considerados, entre
outras circunstâncias, a dimensão empresarial do franquiado e as condições do mercado.
Artigo 656
Secção VI
Artigo 657
Artigo 658
1. O contrato de franquia não caduca por morte do franquiado ou, no caso de se tratar de
pessoa colectiva, pela extinção desta, quando o sucessor ou o associado adjudicatário
prossigam a actividade da empresa.
Artigo 659
Artigo 661
a) Readquirir os bens não vendidos no termo do contrato, ao preço pelo qual os vendeu
ao franquiado, salvo os comprados por este depois de lhe haver sido comunicada a
declaração que põe termo ao contrato;
Capítulo X
b) De cooperação técnico-industrial;
Artigo 665
Quando o contrato envolva importação de tecnologia industrial, para que esta seja
introduzida no país por entidade pública ou privada, deverá o pedido de importação ser
submetido ao Ministério competente para prévia aprovação, observados os critérios de
selecção prioritária de tecnologia estrangeira definidos pelo Governo.
Artigo 667
Artigo 668
Artigo 669
Artigo 670
Para que a tecnologia disponível possa vir a ser objecto de contrato de transferência, esta
deverá ser perfeitamente identificada. Deverá ainda ser inovadora, exclusiva e
fundamental ao desenvolvimento do processo produtivo do licenciado e não contrariar os
princípios gerais do sistema jurídico regulador da actividade económica.
Artigo 671
Artigo 672
2. Poderá ser impedida, por motivos de segurança nacional, na forma definida em lei, a
transferência de tecnologia para licenciado residente ou domiciliado no exterior.
Artigo 673
Artigo 674
(Infracção da confidencialidade)
1. A tecnologia própria e disponível poderá ser licenciada por tempo determinado, com
vista a sua absorção pelo destinatário, por período não superior a cinco anos, podendo,
também, ser cedida, de forma definitiva, para o destinatário cessionário.
2. Quando o contrato tiver por finalidade a cooperação técnico industrial, poderá ser
prorrogado por um novo período máximo de cinco anos.
d) Pela prática de acto que possa gerar a sua extinção, na forma estabelecida neste
Código ou em legislação especial.
Artigo 677
Contrato de transporte é aquele pelo qual uma pessoa se obriga a conduzir pessoas ou
bens de um lugar para o outro, mediante retribuição.
O contrato de transporte é regulado pelas normas legais que lhe sejam directamente
aplicáveis em virtude do meio de transporte utilizado e pelas disposições deste Capítulo
com elas compatíveis.
O transporte pode efectuar-se por via terrestre, marítima, fluvial, lacustre, ferroviária e
aérea, subordinando-se cada uma destas modalidades às disposições previstas neste
Código, em legislação especial e regulamentos emitidos pelo Poder Executivo no âmbito
de suas atribuições.
3. Nos contratos de transporte de coisas, o frete presume-se ter sido pago à vista, em
dinheiro, por ocasião do recebimento, pelo transportador, da coisa a ser transportada.
a) O nome do transportador;
d) Data de emissão;
Artigo 687
Artigo 688
Artigo 691
Artigo 692
Artigo 693
Artigo 694
2. A nota de bagagem deve ser emitida em duas vias com indicação do lugar e data de
emissão, ponto de partida e destino, número do bilhete de passagem, quantidade, peso e
valor declarado dos volumes, sendo uma entregue ao passageiro.
Artigo 696
Artigo 698
Artigo 701
2. Se não for possível obter instruções do expedidor, ou se estas não forem praticáveis, o
transportador pode proceder ao depósito judicial dos bens ou, caso sejam deterioráveis, à
sua venda judicial.
2. Se mais do que uma pessoa, com título bastante, pretender a entrega dos bens no lugar
de destino, ou se o destinatário se demorar a recebê-los, o transportador pode proceder
ao seu depósito ou, se sujeitos a rápida deterioração, à sua venda judicial, por conta de
quem pertencer.
3. O transportador deve avisar imediatamente o expedidor do depósito ou da venda.
Artigo 705
3. Nos casos previstos neste artigo, o transportador pode recusar a entrega dos bens
enquanto não lhe for restituído o duplicado da guia de transporte ou o recibo de carga.
Artigo 706
Artigo 706
(Responsabilidade pela perda ou deterioração dos bens)
1. O transportador responde pela perda ou deterioração dos bens que ocorra entre a sua
recepção e a sua entrega no lugar convencionado, salvo se provar que a perda ou
deterioração resultou:
Artigo 707
São válidas as cláusulas que estabelecem presunções de caso fortuito ou de caso de força
maior para aquelas situações que, tendo em conta o meio de transporte utilizado ou as
condições de transporte, resultam normalmente de caso fortuito ou de caso de força
maior.
1. Quando os bens estão por natureza sujeitos a diminuição de peso ou medida durante o
transporte, o transportador pode limitar a sua responsabilidade a uma percentagem ou a
uma quota parte por volume.
Artigo 710
1. O destinatário tem o direito de fazer verificar a expensas suas o estado dos bens
transportados, ainda que não apresentem sinais exteriores de deterioração.
2. Se não houver concordância quanto ao estado dos bens, proceder-se-á ao seu depósito
judicial, usando as partes dos meios legais à sua disposição para reconhecimento dos
seus direitos.
Artigo 711
Considera-se que existe um só contrato de transporte quando pactuado num único acto
jurídico, ainda que executado sucessiva e interruptamente por duas ou mais modalidades
de transporte.
Artigo 716
Artigo 717
Artigo 719
Capítulo I
Prescrição
1. No que for omisso no presente Código, os prazos prescritivos reger-se-ão pela lei
civil.
2. Quando a acção se originar de facto que deva ser apurado em juízo criminal, o prazo
prescricional somente começa a contar a partir da sentença definitiva ou da prescrição da
acção penal.
Artigo 722
Comercial.
Comercial.
Artigo 723
3. Não sendo promovido o registo a que se refere este artigo, o consorciado que se
retirou continuará responsável pelos débitos decorrentes das actividades realizadas até a
data de sua retirada, sendo-lhe, porém, assegurado direito de regresso contra os
responsáveis.
4. O prazo de prescrição das acções contra o consórcio por dívidas decorrentes de suas
actividades é de cinco anos, contados do encerramento da liquidação já registada.
Artigo 724
( Acção indemnizatória )
2. Um ano:
b) A contar do prazo estipulado para entrega, pelos prejuízos sofridos por perda ou furto
da coisa;
2. As sociedades constituídas nos termos da lei anterior, cujo tipo societário houver sido
extinto, deverão proceder à sua transformação, adaptando-se às disposições contidas no
presente Código, no prazo fixado neste artigo.
Artigo 727
Artigo 728