Resumo de Filosofia
Resumo de Filosofia
Resumo de Filosofia
Negação- não
Conjunção- e
Disjunção Inclusiva- ou
Disjunção Exclusiva- ou…ou
Condicional- Se,... então
Bicondicional- Se e só se
Inspetores de circunstâncias
Consistem numa sequência de tabelas de verdade, que são feitas para a
premissa e a conclusão.
→ Contrariamente à situação dos argumentos dedutivos válidos, os
inspetores de circunstâncias fazem com que um argumento válido não tenha
nenhuma linha que torne as premissas verdadeiras e a conclusão falsa.
Nota: o símbolo ∴ significa “Logo”.
Negação dupla-
ex.: Não é verdade que eu não penso. Logo, eu penso.
- ㄱㄱ P / ∴ P ou
ex.: Eu penso. Logo, não é verdade que eu não penso.
- P / ∴ ㄱㄱ P
1. O que é o conhecimento?
2. O conhecimento é possível?
3. Qual é a origem do conhecimento?
Desafio cético:
➢ Julgamo-nos detentores de conhecimento, mas será de facto
conhecimento?
➢ Saberemos o que julgamos saber?
➢ Será o conhecimento realmente possível?
Ceticismo
Existem dois tipos de ceticismo:
⇒ Ceticismo radical
⇒ Ceticismo moderado
Ceticismo radical
→ também conhecido como ceticismo pirrónico
→ defende que não existe realmente conhecimento, o que achamos que é
conhecimento não passa de ilusão.
→ posição do ceticismo radical:
Se as nossas crenças não estão justificadas, então não temos
conhecimento.
As nossas crenças não estão justificadas.
Logo, não temos conhecimento.
Ex: Quando olhamos para um avião no céu dá-nos a sensação de que ele é
pequeno, mas na realidade o avião é grande.
→ céticos radicais dizem que existem vários enganos, então estamos sempre
a ser enganados pelos sentidos. → se os sentidos são enganadores, as
justificações que proporcionam não são adequadas e não têm valor
epistémico.
Dúvida Metódica
⇒ Descartes recorreu ao Método da Dúvida Metódica.
Trata-se de duvidar de todas as crenças até encontrar uma que seja
indubitável, ou seja, que resista a toda e qualquer dúvida. A análise só
terminaria quando Descartes encontrasse uma crença tão certa e tão
obviamente verdadeira que resistisse a qualquer dúvida.
Dúvida cartesiana = Dúvida Metódica
Ex: Quando olhamos para o céu e vemos que está nublado não podemos ter
a certeza de que vai chover, mas podemos ter isso em consideração e levar
um guarda-chuva caso chova. [não podemos ter a certeza, mas podemos nos
precaver].
Aplicação do método
Descartes analisou as crenças na tentativa de encontrar uma que fosse
básica e indubitável. Ele realiza um debate com ele próprio, apresentando
ideias e descartando ou mantendo-as até encontrar a certeza que procurava
(a crença básica e indubitável).
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↳ Argumento do sonho (Crenças a posteriori)
Descartes procura estender a dúvida a esse género de informações
sensoriais e questionar globalmente a fiabilidade dos sentidos. Para isso
recorre ao argumento do sonho:
Se tenho sonhos que não são distinguíveis das percepções que tenho
quando estou acordado, então posso garantir que neste momento não estou
a sonhar nem que a minha vida é um sonho.
É um facto que tenho sonhos que não são distinguíveis das percepções que
tenho quando estou acordado.
Logo, não posso garantir que neste momento não estou a sonhar nem que a
minha vida não é um sonho.
Descartes afirma que é difícil distinguir se estamos ou não em um sonho,
pois alguns sonhos são muito nítidos e semelhantes à realidade/ experiências
que temos quando estamos acordados. Isto levou-o a questionar:
→ Como podemos garantir que neste preciso momento não estamos a
sonhar e que a nossa vida não é um sonho?
Duvidar da matemática
Descartes constata que, mesmo se a vida fosse um sonho, algumas crenças
continuariam a ser verdadeiras → caso das crenças matemáticas (e de outras
crenças racionais e α priori , como a lógica).
⇒ A Anna pode ter um sonho muito estranho, mas no seu sonho 2+3
continua a ser igual a 5.
⇒ Alguns dos nossos sonhos são estranhos mas, se a Bia sonhar que tem 3
carros e comprar mais 3, ela fica com 6 carros (todos eles inexistentes na
vida real).
⇒ Descartes faz um teste ainda mais radical do que a hipótese da vida ser
um sonho para submeter as crenças que ele apresenta (parágrafo 5, pág.26).
⇒ O teste ainda mais radical que Descartes vai fazer é se por no lugar dos
céticos e perguntar:
E se existisse um Deus enganador, todo-poderoso, mas malévolo, que
manipulasse os meus pensamentos e me enganasse até nas ideias mais
evidentes?
Deus enganador = Génio maligno
Impasse
⇒ Com a descoberta do cogito fizeram-se algumas perguntas:
Poderá a clareza e a distinção ser usada como critério de verdade?
Poder-se-á dizer que —2+2=4— é uma ideia clara e distinta, portanto é
verdadeira?
A ideia de Deus
Descartes apercebe-se de que uma das ideias que tem em especial e
diferente das outras: a ideia de Deus. É a ideia de um ser perfeito. Mas como
pode um ser imperfeito (que se engana e tem dúvidas) possuir a ideia de um
ser perfeito?
→ Um ser imperfeito não poderia ter criado uma ideia tão elevada como a
ideia de Deus, pois a causa não pode ser inferior ao efeito (causa > efeito).
Logo, a causa da ideia de perfeito é um ser perfeito, o próprio Deus [a causa
é Deus]. Ao criar-nos, deixou a ideia de si próprio, como uma assinatura, ou
seja, Deus deixou propositalmente a sua marca em nós para sabermos que
fomos criados por ele ← Argumento da Marca.
O fim do génio maligno
⇒ Segundo Descartes, se Deus existe, a hipótese do Deus enganador fica,
automaticamente, anulada. Um Deus perfeito não pode ser enganador,
porque isso seria uma imperfeição.
⇒ Um Deus perfeito tem de ser bom e verídico, por isso não há lugar para
uma entidade como um Deus enganador.
⇒ Um Deus bom não teria criando um ser pensante (nós pessoas) de modo a
que se enganasse constantemente, por isso, as capacidades cognitivas
(memórias, sentidos, razão, etc) dadas por Deus são confiáveis —caso sejam
bem usadas. → a bondade divina garante que o critério das ideias claras e
distintas leva-nos à verdade.
Apontamento:
A função de Deus:
➔ permite afastar a hipótese do génio maligno (Deus enganador);
➔ garante a verdade das ideias claras e distintas.
Mas será que o ceticismo foi mesmo vencido?
Objeções a Descartes
A incoerência de Descartes
Após a descoberta do cogito, Descartes não pode afirmar a ideia de Deus,
pois não refutou a hipótese do génio maligno. Assim, a tentativa de provar
que Deus existe poderia resultar da influência do génio maligno, pois existe a
hipótese do génio maligno querer que acreditemos na existência de um Deus
bom. → Por isso, Descartes foi incoerente ao considerar a existência de deus
como provada. Isto leva-nos a pensar que, caso esta objeção esteja correta,
Descartes não tenha conseguido justificar adequadamente nenhuma outra
crença e, portanto, não se poderá dizer que refutou o ceticismo.
Círculo cartesiano
⇒ Esta objeção consiste em acusar Descartes de raciocinar de modo circular
ao relacionar a ideia de Deus com o critério das ideias claras e distintas.
Conhecimento a priori
⇒ Segundo Descartes, a razão humana, partindo das ideias inatas e ideias
vindas da experiência, consegue-se produzir o conhecimento α priori.