Equilíbrio Químico

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Equilíbrio químico

Reacções reversíveis e irreversíveis


a). Reacções reversíveis - são aquelas em que os reagentes se transformam em produtos, e os
produtos podem também igualmente transformar-se em reagentes.
Por exemplo: H2 (g) + I2 (g) ↔ 2HI (g).
b) Reacções irreversíveis – são aquelas em que os reagentes se convertem em produtos e, no
entanto, não há possibilidade destes se converterem em reagentes. Por exemplo as reacções
de combustão.
CH4 (g) + 2O2 (g) → CO2 g) + 2H2O(g) - Reacção de combustão do metano
Estado de equilíbrio
É o estado duma reacção química em que as propriedades macroscópicas das substâncias que
nela participam não se alteram.
O facto das propriedades macroscópicas do sistema não se alterarem, não significa que a
reacção parou. Simplesmente, a velocidade da reacção directa é igual à velocidade da reacção
inversa. Por isso se diz que o equilíbrio é um estado dinâmico.
Características do estado de equilíbrio
 As propriedades macroscópicas mensuráveis do sistema (cor, concentração, pressão,
volume, temperatura, entre outras.) não variam com o tempo;
 Á escala microscópica, as reacções directa e inversa continuam a processar-se ambas
com a mesma velocidade - equilíbrio dinâmico;
 O mesmo estado de equilíbrio pode obter-se quer a partir dos reagentes quer a partir
dos produtos;
 O estado de equilíbrio químico só é possível em sistemas fechados;
 Uma perturbação no estado de equilíbrio implica que, o sistema evolui para um novo
estado de equilíbrio, o que quer dizer que, para cada sistema químico existe uma
infinidade de estados de equilíbrio diferentes.
Classificação do estado de equilíbrio
a). Equilíbrio Homogéneo – quando todos os intervenientes no sistema reaccional se
encontram na mesma fase (gasosa/liquida). Exemplos:
Fase gasosa: CO (g) + Cl2 (g) ↔ COCl2 (g)
+ ¿¿
−¿+H 3 O(aq) ¿
Fase líquida/aquosa: CH 3 COOH (aq) + H 2 O (l) ↔ CH 3 COO(aq)
b) Equilíbrio Heterogéneo – quando os intervenientes do sistema reaccional se encontram em
pelo menos duas fases (sólida – gasoso ou liquida – gasosa). Exemplos:
Fase sólida e líquida: AgBr (s) ↔ Ag+ (aq) + Br – (aq)
Fase sólida e gasosa: CaCO3 (s) ↔ CaO (s) + CO2 (g)
Factores que afectam o estado de equilíbrio
O princípio de Le Châtelier
A uma dada temperatura durante o equilibro químico a velocidade da reacção directa é igual
á da reacção inversa - estado dinâmico, e que atingindo o equilíbrio, a concentração das
substâncias intervenientes na reacção permanece constante.

Porém este estado de equilíbrio pode ser destruído pela acção de diversos factores externos á
reacção, como o aumento ou diminuição da concentração de algumas substâncias
intervenientes, da temperatura, da pressão ou mesmo do volume.

Em 1884 o engenheiro químico e professor francês Henri Louis Le Châtelier (1850 – 1936)
mostrou que, em cada um dos casos o novo estado de equilíbrio é aquele que reduz
parcialmente o efeito que o produziu, tendo enunciado o seu princípio da seguinte maneira:

“Se um sistema em equilibro é submetido a uma perturbação externa, o equilíbrio desloca-se


no sentido de contrair essa perturbação, alcançando um novo estado de equilíbrio”.

Os factores que afectam o estado de equilíbrio são:


1. Concentração - quando se aumenta a concentração dos reagentes o equilíbrio desloca-se
no sentido dos produtos ou para a direita e se diminuir a concentração dos produtos o
equilíbrio desloca-se no sentido dos produtos ou para a direita e se aumentar-se a
concentração dos produtos o equilíbrio desloca-se no sentido dos reagentes, ou seja, para a
esquerda.
2. Pressão - o aumento da pressão desloca o equilíbrio para o lado em que há menor número
de moles. Se diminuir a pressão o equilíbrio desloca para o sentido em que há maior número
de moles.
3. Temperatura - quando a temperatura aumenta, o equilíbrio desloca-se no sentido da
reacção endotérmica (reacção que absorve o calor):∆ H > 0.
Quando a temperatura diminui, o equilíbrio desloca-se no sentido da reacção exotérmica
(reacção que liberta o calor): ∆ H < 0.
Por exemplo na reacção: N2(g) + 2O2(g) ↔ 2NO2 (g); ∆ H < 0.
O aumento da temperatura desloca o equilibro da direita para a esquerda, diminuindo a
temperatura, o equilíbrio poderá deslocar-se no sentido inverso (da esquerda para a direita).

Nota: Os catalisadores são substâncias que alteram a velocidade das reacções químicas, mas
não afectam o estado de equilíbrio de uma reacção.

Constante de Equilíbrio - Lei de Guldberg e Waage


A constante de equilíbrio é o quociente entre a concentração dos produtos e a concentração
dos reagentes, é representada por Kc.
Para a seguinte reacção por exemplo: N2 (g) + 3H2 (g) ↔ 2NH3 (g)
A constante de equilíbrio (Kc), será expressa:
2
[NH 3 ]
Kc = 3
[ N 2 ][ H 2 ]
Considere-se a reacção genérica em fase gasosa, no equilíbrio: aA (g) + bB (g) ↔ cC + dD(g)
As concentrações dos produtos de reacção e dos reagentes no equilíbrio (mol . dm −3) estão
relacionadas pela expressão da constante de equilíbrio:
c d
[C] [D]
Kc = a b
[ A ] [ B]
Esta relação traduz a lei da acção das massas (ou lei de equilíbrio) proposta em 1864 por
Maximilian Guldberg e Peter Waage.
Lei da acção das massas: “Num sistema químico em equilibro, a uma dada temperatura, é
constante a razão entre o produto das concentrações dos produtos e produto das
concentrações dos reagentes, todos eles elevados aos respectivos coeficientes
estequiométricos”.
A constante de equilíbrio (Kc), não tem unidades e o seu valor é o mesmo para qualquer
estado de equilíbrio dessa reacção, a uma dada temperatura.
A constante de equilíbrio também pode ser expressa em termos das pressões parciais (atm,
Pa) dos gases, Kp.
c d
Pc x PD
Kp = a b
PA x AB
As concentrações dos sólidos e líquidos puros e solventes são constantes, por isso não
figuram na expressão da constante de equilíbrio.
O valor da constante de equilíbrio depende da natureza da reacção e da temperatura a que esta
se processa. O valor da constante de equilíbrio permite avaliar a tendência das reacções
químicas que podem ser espontâneas ou forçadas.
Uma reacção é espontânea quando o valor de Kc > 1 a uma dada temperatura e é forcada
quando Kc < 1. Para se verificar se um sistema está ou não em equilíbrio, recorre-se ao
quociente de reacção, Q. Este é calculado de forma semelhante á constante de equilíbrio (Kc).
O valor do quociente da reacção pode ser igual ou não ao valor da constante de equilíbrio.
Assim se:
Q > Kc - o sistema está a evoluir no sentido inverso até atingir o equilíbrio (em que Q = Kc).
Q < Kc - o sistema está a evoluir no sentido directo atingir o equilíbrio (em que Q = Kc).
Q = Kc – o sistema está em equilíbrio.
Exercícios
1. Considere o sistema em equilíbrio:
A (g) + B (g) ↔ C (g) ; ∆ H > 0
(inc.) (inc.) (verm.)
Refira o que acontece á cor da mistura gasosa quando:
a). Se diminui a concentração de A;
b). Se aumenta o volume do sistema;
c). Se aumenta a temperatura;
d). Se introduz um catalisador.
2. Dado um sistema em equilíbrio:
2SO2 (g) + O2 (g) ↔ 2SO3 (g); ∆ H < 0.
a). Indique quatro formas de aumentar a produção de SO3.
Constante de equilíbrio em função das pressões parciais
A constante de equilíbrio em função das pressões parciais dos gases na reacção pode ser dada
Pressao Parcial dos Produtos
por: Kp =
Pressao Parcial dos Reagentes
Genericamente: aA (g) + bB (g) ↔ cC (g) + dD (g)
c d
( PC ) x ( PD )
Kp =
(PA)a x ( PB)b
Exemplo: expresse a constante de pressão parcial (Kp) para as seguintes reacções:
a). N2O4 (g) ↔ 2 NO2 (g)
b). CaO (s) + CO2 (g) ↔ CaCO3 (s)
c). 2NO (g) + Cl2 (g) ↔ 2NOCl (g)
d). 2H2 (g) + O2 (g) ↔ 2H2O (l)
e). N2 (g) + 3H2 (g) ↔ 2NH3 (g)
Relação entre Constante de equilíbrio em função das Pressões Parciais (Kp) e Constante
de Equilíbrio (Kc).
Num sistema gasoso, algumas vezes define-se a constante de equilíbrio em função das
concentrações dos gases intervenientes e, noutras em função das pressões parciais desses
mesmos intervenientes.
No entanto, é possível fazer a conversão de uma na outra utilizando a equação dos gases
perfeitos ou equação de Clapeyron:
PV = nRT.
A relação entre Kp e Kc é dada pela seguinte expressão:
Kp = Kc( RT )∆ n
Exercícios
1. Num recipiente de volume fixo foi colocado CO 2 (g). Com o aquecimento ocorreu a
dissociação: 2CO2 (g) ↔ 2CO (g) + O2 (g)
No equilíbrio constatou-se que as pressões parciais eram: PCO 2 (g) = 2,0 atm; PCO (g) = 1,0
atm PO2 (g) = 0,5 atm.
a). Determine a constante de equilíbrio (Kp) do sistema gasoso.
2. Num recipiente vai se realizar a síntese de amoníaco, segundo a equação:
N2 (g) + 3H2 (g) ↔ 2NH3 (g)
No recipiente são colocados apenas N2 e H2 a 310oC. No instante inicial as pressões parciais
são respectivamente: 1,65 atm e 4,95 atm. Após algum tempo estabelece-se o equilíbrio na
temperatura dada. Nesse instante, a pressão parcial do N2 era de 1 atm. Determine:
a) As pressões parciais do H2 e NH3;
b) A constante de equilíbrio Kp a 310oC.
3. Num recipiente de 2 dm3 estão em equilíbrio 8 moles de PCl5; 6 moles Cl2 e 12moles de
PCl3, segundo a equação: PCl5 (g) ↔PCl3(g) + Cl2 (g)
Qual é a constante de equilíbrio? A – 0,11 B – 0,22 C – 4,5 D–
9,0
4. Suponha uma reacção genérica: A (g) + B (g) ↔ AB (g) que inicia com 2 moles de A e 2
moles de B num recipiente de 1 litro. Se depois de atingido o equilíbrio a quantidade de A
existente no sistema for de 0.5 mol a constante de equilíbrio (Kc) será:
A –1,5 B – 3,0 C – 6,0 D – 2,3

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