Lei Orgânica Do Município de Paulo Bento - RS

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LEI ORGÂNICA

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PAULO BENTO – RS.

A Mesa Diretora e os demais Vereadores do Município de Paulo Bento,


Estado do Rio Grande Do Sul, reunidos em assembléia, no uso das prerrogativas
conferidas pela constituição Federal, afirmando a autonomia política e administrativa de
que é investido o Município como integrante da Federação Brasileira, invocando a
proteção de Deus promulga a seguinte Lei Orgânica Municipal.

TITULO I
Da Organização Municipal

CAPITULO I
Do Município

SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 1° O Município de Paulo Bento, pessoa jurídica de direito público


interno, no pleno uso de sua autonomia política, administrativa e financeira, reger-se-á
por esta Lei Orgânica, votada e aprovada pela Câmara Municipal, bem como pela
legislação que adotar, observando os princípios estabelecidos nas Constituições Federal
e Estadual.

Art. 2° São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si,


o Legislativo e o Executivo
Parágrafo Primeiro: São Símbolos do Município: a Bandeira, o Hino e o
Brasão representativos de sua cultura e historia.

Art. 3° Constituem bens do Município todas as coisas Móveis e Imóveis,


direitos e ações que, a qualquer título, lhe pertençam.

SEÇÃO II
Da Divisão Administrativa do Município

Art.5° O município poderá dividir-se, par fins administrativos, em


distritos que serão criados, organizados, supridos, suprimidos ou fundidos por lei, após
consulta plebiscitária a população diretamente interessada, Observara a legislação
estadual e o atendimento aos requisitos estabelecidos no artigo 6° desta Lei Orgânica.
§1° A criação do Distrito poderá efetuar-se mediante fusão de dois ou
mais Distritos com a supressão destes, dispensada, nessa hipótese, a verificação dos
requisitos no artigo 6° desta Lei Orgânica.
§2°A extinção do Distrito somente se efetuara apos consulta plebiscitária
a população da área interessada.
§3° O distrito terá o nome da respectiva sede, cuja categoria será de vila.

Art. 6º São requisitos para a criação de Distrito:


I – população, eleitorado e arrecadação não inferiores à quinta parte
exigida para a criação de Município;
II – existência na área distrital de, pelo menos, cinqüenta moradias,
escola pública e posto de saúde.
Parágrafo único. A comprovação do atendimento às exigências
enumeradas neste artigo far-se-á mediante:
a) declaração da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) de estimativa da população;
b) certidão emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral, certificando o
número de eleitores;
c) certidão do agente municipal de estatística ou da repartição fiscal do
Município, certificando o número de moradias;
d) certidão do órgão fazendário estadual e municipal, certificando a
arrecadação na respectiva área territorial;
e) certidão da Prefeitura ou das Secretarias de Estado da Educação e da
Saúde, certificando a existência de escola pública e de posto de saúde na área a ser
criado o Distrito.

Art. 7º Na fixação das divisas distritais serão observadas as seguintes


normas:
I – evitar-se-ão, tanto quanto possíveis formas assimétricas,
estrangulamentos e alongamentos exagerados;
II – dar-se-á preferência para a delimitação às linhas naturais facilmente
identificáveis;
III – na inexistência de linhas naturais, utilizar-se-á a linha reta, cujos
extremos, pontos naturais ou não, forem facilmente identificáveis e tiverem condições
de fixidez.
IV – é vedada a interrupção de continuidade territorial do Município ou
distrito de origem.
Parágrafo único. As divisas distritais serão descritas trecho a trecho, salvo,
para evitar duplicidade, nos trechos que coincidirem com os limites municipais.

Art. 8o A alteração de divisão administrativa do Município somente pode


ser feita quadrienal mente, no ano anterior ao das eleições municipais.

Art. 9o A instalação do Distrito se fará perante o Juiz de Direito da


Comarca, na sede do Distrito.

CAPÍTULO II
Da Competência do Município
SEÇÃO I
Da Competência Privativa

Art. 10º. Ao Município compete prover tudo quanto diga respeito ao seu
peculiar interesse e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente, dentre
outras, as seguintes atribuições:

I – legislar sobre assuntos de interesse local;


II – suplementar a legislação federal e estadual no que couber;
III – elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
IV – criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;
V – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental e profissionalizante;
VI – instituir, arrecadar e aplicar suas rendas;
VI I – elaborar o orçamento anual e plurianual de investimentos;
VIII – fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos;
IX – dispor sobre organização, administração e execução dos serviços
locais;
X – dispor sobre administração, utilização e alienação dos bens públicos;
XI – organizar o quadro dos servidores públicos, dando-lhes regime
jurídico;
XII – organizar os serviços públicos e prestá-los diretamente, ou sob
regime de concessão ou permissão;
XIII – planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, especialmente
em sua zona urbana;
XIV – estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e
de zoneamento urbano e rural, bem como as limitações urbanísticas convenientes à
ordenação de seu território, observada a lei federal;
XV – conceder licença para localização e funcionamento de
estabelecimentos industriais, comerciais, de prestadores de serviços e de quaisquer
outros;
XVI – cassar a licença que houver sido concedida a estabelecimento que
venha a se tornar prejudicial à saúde, à higiene, ao sossego, à segurança ou aos bons
costumes, determinando o encerramento de suas atividades;
XVII – estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de
serviços, inclusive à dos seus concessionários;
XVIII – adquirir bens, inclusive mediante desapropriação;
XIX – regular a disposição, o traçado e as demais condições dos bens
públicos de uso comum;
XX – regulamentar a utilização dos logradouros públicos e dos transportes
coletivos;
XXI – fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veículos;
XXII – conceder, permitir ou autorizar os serviços de transporte coletivo e
de táxis, fixando as respectivas tarifas;
XXIII – fixar e sinalizar as zonas de silêncio, de trânsito e tráfego em
condições especiais;
XXIV – disciplinar os serviços de carga e descarga, fixar a tonelagem
máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas municipais;
XXV – tornar obrigatória a utilização da estação rodoviária, quando
houver;
XXVI – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como
regulamentar e fiscalizar a sua utilização;
XXVII – prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos,
remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza;
XXVIII – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários
para funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços,
observadas as normas federais pertinentes;
XXIX – dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios;
XXX – regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a fixação
de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer outros meios de publicidade
e propaganda, em locais afetos ao Poder de Polícia municipal;
XXXI – prestar auxílio nas emergências médico-hospitalares de pronto-
socorro, através de próprios serviços ou convênio com instituição especializada;
XXXII – organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao
exercício do seu poder de polícia administrativa;
XXXIII – fiscalizar pesos, medidas e condições sanitárias dos gêneros
alimentícios, nos locais de venda;
XXXIV – dispor sobre o depósito e venda de animais e mercadorias,
apreendidos em decorrência de transgressão da legislação municipal;
XXXV – dispor sobre registro de vacinação e captura de animais com a
finalidade precípua de erradicar as moléstias de que possam ser portadores ou
transmissores;
XXXVI – estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e
regulamentos;
XXXVII – promover os seguintes serviços:
a) feiras;
b) construção e conservação de estradas municipais;
c) transportes coletivos municipais;
d) iluminação pública;
XXXVIII – regulamentar o serviço de carros de aluguel, inclusive o uso
de taxímetro;
XXXIX – assegurar a expedição de certidões requeridas às repartições
administrativas municipais, para defesa de direitos e esclarecimento de situações,
estabelecendo prazos de atendimento;
§ 1o As normas de loteamento e arruamento a que se refere o inciso XIV
deste artigo, deverão exigir reserva de áreas destinadas a:
a) zonas verdes e demais logradouros públicos;
b) vias de tráfego e de passagem de canalização pública, de esgotos e de
águas pluviais, nos fundos dos vales;
c) passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas pluviais com
largura mínima de dois metros nos fundos de lotes, cujo desnível seja superior a um
metro da frente ao fundo.
§ 2o A lei complementar de criação da guarda municipal estabelecerá a
organização e competência dessa força auxiliar na proteção dos bens, dos serviços e
instalações municipais.

SEÇÃO II
Da Competência Comum
Art. 11. É da competência administrativa comum do Município, da União
e do Estado, observada a lei complementar federal, o exercício das seguintes medidas:
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
democráticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiências;
III – proteger documentos, obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, monumentos, paisagens naturais e sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte
e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.

SEÇÃO III
Da Competência Suplementar

Art. 12. Ao Município compete suplementar a legislação federal e


estadual no que couber e naquilo que disser respeito ao seu peculiar interesse.
Parágrafo único. A competência prevista neste artigo será exercida, em
relação às legislações federal e estadual, no que diga respeito ao peculiar interesse
municipal, visando adaptá-las à realidade local.

CAPÍTULO III
Das Vedações

Art. 13. Ao Município é vedado:


I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;
IV – subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-
falante ou qualquer outro meio de comunicação, propaganda político-partidária ou fins
estranhos à administração;
V – manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e
campanhas de órgãos públicos que não tenham caráter educativo, informativo, ou de
orientação social, assim como a publicidade da qual constem nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;
VI – outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão de
dívidas, sem interesse público justificado, sob pena de nulidade do ato;
VII – exigir ou aumentar tributos sem lei que os estabeleça;
VIII – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos;
IX – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino;
X – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentados;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que
instituiu ou aumentou;
XI – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos, ressalvada a cobrança de pedágio, pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;
XII – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de outros
municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei federal;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
§ 1o A vedação do inciso XII é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 2o As vedações do inciso XII e do parágrafo anterior não se aplicam ao
patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que
haja contraprestação ou pagamento dos preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 3o As vedações expressas nas alíneas "b" e "c" do inciso XII,
compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nela mencionadas.
§ 4o As vedações expressas nos incisos VII a XII são regulamentadas
através de lei complementar federal.

TÍTULO II
Da Organização dos Poderes

CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo

SEÇÃO I
Da Câmara Municipal

Art. 14. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara


Municipal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos,
compreendendo cada ano uma sessão legislativa.

Art. 15. A Câmara Municipal é composta de Vereadores eleitos pelo


sistema proporcional, como representantes do povo, com mandato de quatro anos.
§ 1o São condições de elegibilidade para o mandato de vereador, na
forma de lei federal:
I – nacionalidade brasileira;
II – pleno exercício dos direitos políticos;
III – alistamento eleitoral;
IV – domicílio eleitoral na circunscrição;
V – filiação partidária;
VI – idade mínima de dezoito anos;
VII – ser alfabetizado;
§ 2o O número de vereadores é fixado em nove, tendo em vista a
população do Município e observados os limites estabelecidos no inciso IV do artigo 29
da Constituição Federal.

Art. 16. A Câmara Municipal reunir-se-á de 1° de março a 30 junho


e de 1° de agosto a 15 de dezembro, na sede do Município.
§ 1o As reuniões previstas com datas marcadas, serão transferidas para o
primeiro dia útil subseqüente, quando essas datas caírem em sábados, domingos ou
feriados.
§ 2o A Câmara Municipal reunir-se-á em sessões ordinárias,
extraordinárias, solenes, especiais ou preparatórias conforme dispuser o seu Regimento
Interno.
§ 3o A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á:
I – pelo Prefeito, quando este entender necessário;
II – pelo Presidente da Câmara, para o compromisso e a posse do Prefeito
e do Vice-Prefeito.
III – pelo Presidente da Câmara ou a requerimento da maioria dos
membros da Casa, em caso de urgência ou interesse público relevante;
IV – pela Comissão Representativa da Câmara, conforme previsto no
inciso V do artigo 36 desta Lei Orgânica.
§ 4o Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada.
.

Art. 17. As deliberações da Câmara serão tomadas por maioria de votos,


presente a maioria de seus membros, salvo disposição contrária constante na
Constituição Federal e nesta Lei Orgânica.

Art. 18. A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem a


deliberação sobre o projeto de lei orçamentária.

Art. 19. As sessões da Câmara deverão ser realizadas em recinto


destinado ao seu funcionamento, observado o disposto no inciso XII do artigo 35 desta
Lei Orgânica.
§ 1o Comprovada à impossibilidade de acesso ao recinto da Câmara, ou
outra causa que impeça a sua utilização, as sessões poderão ser realizadas em outro
local designado pelo Juiz de Direito da Comarca.
§ 2o As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto da Câmara.

Art. 20. As sessões serão públicas, salvo deliberações em contrário, a


pedido de dois terços dos Vereadores, aceita em razão de motivo relevante.

Art. 21. As sessões somente poderão ser abertas com a presença de, no
mínimo, um terço dos membros da Câmara.
Parágrafo único. Considerar-se-á presente à sessão o vereador que assinar
o livro de presença até o início da Ordem do Dia e participar dos trabalhos do plenário.

SEÇÃO II
Do Funcionamento da Câmara

Art. 22. A Câmara reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1o de


janeiro no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição da Mesa.
§ 1o A posse ocorrerá em sessão solene, que se realizará
independentemente de número, sob a presidência do Vereador mais idoso dentre os
presentes.
§ 2o O Vereador que não tomar posse na sessão prevista no parágrafo
anterior, deverá fazê-lo dentro de quinze dias do início do funcionamento normal da
Câmara, sob pena de perda do mandato, salvo motivo justo, aceito pela maioria absoluta
dos membros da Câmara.
§ 3o Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a
presidência do mais idoso dentre os presentes e, havendo a maioria absoluta dos
membros da Câmara, elegerão os componentes da Mesa, os quais serão
automaticamente empossados.
§ 4o Inexistindo número legal, o Vereador mais idoso dentre os presentes
permanecerá na presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a mesa.
§ 5o No ato da posse e ao término do mandato, os Vereadores deverão
fazer declaração de seus bens, a qual ficará arquivada na Câmara, constando das
respectivas atas o seu resumo.

Art. 23. O mandato da Mesa será de um ano, vedado a recondução para o


mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente ..

Art. 24. A Mesa da Câmara se compõe de Presidente, Vice-Presidente,


Primeiro Secretário e Segundo Secretário, os quais se substituirão nessa ordem.
§ 1o Na constituição da Mesa é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
Casa.
§ 2o Na ausência dos membros da Mesa, o Vereador mais idoso assumirá
a presidência.
§ 3o Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído da mesma pelo
voto de dois terços dos membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no
desempenho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro Vereador para a
complementação do mandatário.
Art. 25. A Câmara terá comissões permanentes, especiais, representativas
e de inquérito.
§ 1o Às comissões permanentes em razão da matéria de sua competência,
cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento
interno, a competência do Plenário;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar os secretários municipais ou diretores equivalentes, para
prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa, contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do
Executivo e da Administração Indireta.
§ 2o As comissões especiais, criadas por deliberação do plenário, serão
destinadas ao estudo de assuntos específicos e a representação da Câmara em
congressos, solenidades ou outros atos públicos.
§ 3o Na formação das comissões, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos Partidos Políticos ou dos blocos parlamentares que
participarem da Câmara.
§ 4o As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no regimento
interno da casa, serão criadas pela Câmara Municipal, mediante requerimento de um
terço dos seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Art. 26. A maioria, a minoria, as representações partidárias com número


superior ou igual a dois membros da composição da casa, e os blocos parlamentares
terão líder e vice - líder.
§ 1o A indicação dos líderes será feita em documento subscrito pelos
membros das representações majoritárias, minoritárias, blocos parlamentares ou
partidos políticos à mesa, nas vinte e quatro horas que se seguirem à instalação do
primeiro período anual.
§ 2o Os líderes indicarão os respectivos vice-líderes, dando conhecimento
à Mesa da Câmara dessa designação.

Art. 27. Além de outras atribuições previstas no regimento interno, os


líderes indicarão os representantes partidários ou de blocos nas comissões da Câmara.
Parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, suas atribuições serão
exercidas pelo vice-líder.

Art. 28. A Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei Orgânica,


compete elaborar seu regimento interno, dispondo sobre sua organização e provimento
de cargos de seus serviços, especialmente, sobre:
I – sua instalação e funcionamento;
II – posse de seus membros;
III – eleição da mesa, sua composição e suas atribuições;
IV – número de reuniões mensais;
V – comissões;
VI – sessões;
VII – deliberações;
VIII – todo e qualquer assunto de sua administração interna.

Art. 29. Por deliberação da maioria de seus membros, a Câmara poderá


convocar secretário municipal ou diretor equivalente para, pessoalmente, prestar
informações acerca de assuntos previamente estabelecidos.
Parágrafo único. A falta de comparecimento do secretário municipal ou
diretor equivalente, sem justificativa, será considerado desacato a Câmara, e, se o
secretário ou diretor for vereador licenciado, o não comparecimento nas condições
mencionadas caracteriza procedimento incompatível com a dignidade da Câmara, para a
instauração do respectivo processo, na forma da lei federal, e conseqüente cassação do
mandato.

Art. 30. O secretário ou diretor equivalente, a seu pedido, poderá


comparecer perante o Plenário ou qualquer comissão da Câmara expondo assunto e
discutir projetos de lei, ou qualquer outro ato normativo, relacionado com o seu serviço
administrativo.

Art. 31. A mesa da Câmara poderá encaminhar pedidos escritos de


informação aos secretários municipais ou diretores equivalentes, importando crimes de
responsabilidade a recusa ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem como a
prestação de informação falsa.

Art. 32. À mesa, dentre outras atribuições, compete:


I – tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos trabalhos
legislativos;
II – propor projetos que criem ou extingam cargos nos serviços da
Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
III – apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de créditos
suplementares ou especiais através do provimento total ou parcial das consignações
orçamentárias da Câmara;
IV – promulgar a Lei Orgânica e suas emendas;
V – representar, junto ao executivo, sobre necessidades de economia
interna;
VI – contratar na forma da lei, por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.

Art. 33. Dentre outras atribuições, compete ao presidente:


I – representar a Câmara em juízo e fora dele;
II – dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e
administrativos da Câmara, bem como nomear e exonerar servidores nos termos da lei;
III – interpretar e fazer cumprir o regimento interno;
IV – promulgar as resoluções e decretos legislativos;
V – promulgar as leis com sanção tácita, ou cujo veto tenha sido rejeitado
pelo plenário, desde que não aceita esta decisão pelo Prefeito em tempo hábil;
VI – fazer publicar os atos da mesa, as resoluções, decretos legislativos e
as leis que vier a promulgar;
VII – autorizar as despesas da Câmara;
VIII – representar por decisão da Câmara, sobre a inconstitucionalidade
de lei ou ato municipal;
IX – solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a intervenção
do Município nos casos admitidos pela Constituição Federal e pela Constituição
Estadual;
X – manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a força
necessária para esse fim;
XI – encaminhar, para parecer prévio, a prestação de contas do
Município ao Tribunal de Contas do Estado.

SEÇÃO III
Das Atribuições da Câmara de Vereadores

Art. 34. Compete a Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor


sobre todas as matérias de competência do Município e, especialmente:
I – instituir os tributos de sua competência e a forma de arrecadação;
II – autorizar isenções, anistias fiscais e a remissão de dívidas;
III – votar o orçamento anual e o plurianual de investimento, bem como
autorizar a abertura de créditos suplementares e especiais;
IV – deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos, operações de
créditos e a forma e os meios de pagamento;
V – autorizar a concessão de auxílios e subvenções;
VI – autorizar a concessão de serviços públicos;
VII – autorizar a concessão do direito real de uso de bens municipais;
VIII – autorizar a concessão administrativa de uso de bens municipais;
IX – autorizar a alienação de bens imóveis;
X – autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de
doação sem encargo;
XI – criar, transformar e extinguir cargos, empregos e funções públicas e
fixar os respectivos vencimentos;
XII – criar, estruturar e conferir atribuições a secretários ou diretores
equivalentes e órgãos da administração pública;
XIII – aprovar o plano diretor de desenvolvimento integrado;
XIV – autorizar convênios com entidades públicas ou privadas,
observada a legislação vigente, e consórcios com outros municípios;
XV – delimitar o perímetro urbano;
XVI – autorizar a alteração da denominação de prédios, vias e
logradouros públicos;
XVII – estabelecer normas urbanísticas, particularmente as relativas a
zoneamento e loteamento.

Art. 35. Compete privativamente à Câmara Municipal exercer as


seguintes atribuições, dentre outras:
I – eleger sua mesa;
II – elaborar o regimento interno;
III – organizar os serviços administrativos internos e prover os cargos
respectivos;
IV – propor a criação ou extinção dos cargos dos serviços administrativos
internos e a fixação dos respectivos vencimentos;
V – conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores;
VI – autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município por mais de cinco
dias úteis e, por qualquer período, quando se ausentar do País;
VII – tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o parecer do
Tribunal de Contas do Estado no prazo máximo de sessenta dias de seu recebimento,
observados os seguintes preceitos:
a) o parecer do Tribunal somente deixará de prevalecer por decisão de
dois terços dos membros da Câmara;
b) decorrido o prazo de sessenta dias sem deliberação pela Câmara, as
contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas, de acordo com a conclusão do
parecer do Tribunal de Contas;
c) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas ao
Ministério Público, para os fins de direito;
VIII – decretar a perda de mandato do Prefeito e dos Vereadores nos
casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e na legislação federal
aplicável;
IX – autorizar a realização de empréstimo, operação ou acordo externo
de qualquer natureza, de interesse do Município;
X – proceder à tomada de contas do Prefeito dentro de sessenta dias após
a abertura da sessão legislativa, através de Comissão Especial, quando não apresentadas
à Câmara em tempo hábil;
XI – aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumento celebrado
pelo Município com a União, o Estado, outra pessoa jurídica de direito público interno,
ou entidades assistenciais e culturais;
XII – estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reuniões;
XIII – convocar os secretários municipais ou diretores equivalente para
prestar esclarecimentos, aprazando dia e hora para o comparecimento;
XIV – deliberar sobre o adiamento e a suspensão de suas reuniões;
XV – criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato determinado e
prazo certo, mediante requerimento de um terço de seus membros;
XVI – conceder título de cidadão honorário, ou prestar homenagens a
pessoas que reconhecidamente tenham prestado relevantes serviços ao Município ou
nele se destacado, pela atuação exemplar na via pública e particular, mediante proposta
e voto de dois terços dos membros da Câmara;
XVII – solicitar a intervenção do Estado no Município;
XVIII – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores nos casos
previstos em lei federal;
XIX – fiscalizar e controlar os gastos no Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XX – fixar por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que
dispõe a Constituição Federal, os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Secretários Municipais, completando a percepção de subsídios quando do gozo de férias
acrescidas de um terço e de mais um subsidio no mês de dezembro de cada ano, pago
juntamente com o 13° Salário dos servidores Municipais;
XXI – fixar por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que
dispõe a Constituição Federal, o subsídio dos Vereadores completando a percepção de
mais um subsidio no mês de dezembro de cada ano, pago juntamente com o 13° salário
dos servidores municipais.
Art. 36. Ao término de cada sessão legislativa ou na eminência de
período de recesso, a Câmara elegerá dentre os seus membros, uma Comissão
Representativa proporcional à representação partidária ou dos blocos parlamentares na
casa, que funcionará nos interregnos das sessões legislativas ordinárias, com as
seguintes atribuições:
I – reunir-se ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente,
sempre que convocada pelo Presidente;
II – zelar pelas prerrogativas do Poder Legislativo;
III – zelar pela observância da Lei Orgânica e dos direitos e garantias
individuais;
IV – autorizar o Prefeito a se ausentar do Município por mais de cinco
dias úteis;
V – convocar extraordinariamente a Câmara em caso de urgência ou
interesse público relevante.
§ 1o A comissão representativa, constituída por número ímpar de
Vereadores, será presidida pelo presidente da Câmara.
§ 2o A comissão representativa deverá apresentar relatório dos trabalhos
por ela realizados, quando do reinicio do período de funcionamento ordinário da
Câmara.

SEÇÃO IV
Dos Vereadores

Art. 37. Os Vereadores são invioláveis no exercício do mandato e na


circunscrição do Município, por suas opiniões, palavras e votos.
Parágrafo único. Os Vereadores têm livre acesso aos órgãos da
Administração Direta e Indireta do Município, mesmo sem prévio aviso.

Art. 38. É vedado ao Vereador:


I – desde a expedição do Diploma:
a) patrocinar causa em que seja interessado o Município;
b) ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, com exceção ao disposto nos parágrafos 1o e 2o do artigo 40 desta Lei
Orgânica.

Art. 39. Perderá o mandato o Vereador:


I – que infringir proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – que tiver procedimento declarado incompatível com o decoro
parlamentar ou atentatório às instituições vigentes;
III – que utilizar o mandato para a prática de atos de corrupção ou de
improbidade administrativa;
IV – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual à terça
parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo doença comprovada, licença ou missão
autorizada pela edilidade;
V – que perder ou tiver suspenso os direitos políticos.
§ 1o Além de outros casos definidos no Regimento Interno da Câmara
Municipal, considerar-se-á incompatível com o decoro parlamentar o abuso das
prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção de vantagens ilícitas ou imorais;
§ 2o Nos casos dos incisos I e II, a perda do mandato será declarada pela
Câmara por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da mesa ou de partido
representado na Câmara, assegurada ampla defesa.
§ 3o Nos casos previstos nos incisos III e IV, a perda será declarada pela
mesa da Câmara, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de
partido representado na Casa, assegurada ampla defesa.

Art. 40. O Vereador poderá licenciar-se:


I – por motivo de doença ou em licença gestante, com subsídio, desde
que devidamente comprovada;
II – para tratar, sem subsídio, de interesse particular, desde que o
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa;
III – para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de
interesse do município, com subsídio.
§ 1o Não perderá o mandato, considerando-se automaticamente
licenciado, o vereador investido no cargo de secretário municipal ou diretor equivalente,
conforme previsto na legislação federal.
§ 2o Também não perderá o mandato o vereador investido em cargo
efetivo, emprego ou função pública, desde que haja compatibilidade de horário, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo.

SEÇÃO V
Do Processo Legislativo

Art. 41. O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:


I – emendas à Lei Orgânica;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – resoluções;
VI – decretos legislativos.

Art. 42. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço dos membros da Câmara;
II – do Prefeito Municipal.
§ 1o A proposta será votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias e aprovada por, no mínimo, dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 2o A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara
com o respectivo número de ordem.
§ 3o A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de Estado de
sítio ou de intervenção no Município.

Art. 43. A iniciativa das leis cabe ao Vereador, ao Prefeito e ao


eleitorado, que exercerá sob forma de moção articulada, subscrita, no mínimo, de cinco
por cento do total do número de eleitores do Município.

Art. 44. As leis complementares somente serão aprovadas se obtiverem a


maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara, observados os demais termos da
votação das leis ordinárias.
Parágrafo único. São leis complementares, dentre outras previstas nesta
lei orgânica:
I – código tributário do Município;
II – código de obras;
III – plano diretor de desenvolvimento integrado;
IV – código de posturas;
V – lei instituidora do regime jurídico dos servidores municipais.

Art. 45. São de iniciativa exclusiva do Prefeito as leis que disponham


sobre:
I – criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou empregos
públicos na administração direta ou autárquica, ou aumento de sua remuneração;
II – servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
III – criação, estruturação e atribuição das secretarias ou departamentos
equivalentes e órgãos da administração pública;
IV – matéria orçamentária, e a que autorize a abertura de crédito ou
conceda auxílios, prêmios e subvenções.
§ 1o Não será admitido aumento de despesas previstas nos projetos de
iniciativa exclusiva do Prefeito.
§ 2o Os projetos deverão conter mensagem escrita do Prefeito, expondo
justificativa e motivos da proposição.

Art. 46. É de competência exclusiva da Câmara a iniciativa das leis que


disponham sobre:
I – fixação dos subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários
Municipais;
II – fixação do subsídio dos Vereadores;
III – autorização para abertura de créditos suplementares ou especiais,
através do aproveitamento total ou parcial das consignações orçamentárias da Câmara

Art. 47. O Prefeito poderá solicitar urgência para a apreciação de projetos


de sua iniciativa.
§ 1o Solicitada à urgência, a Câmara deverá se manifestar em até vinte
dias sobre a proposição, contados da data em que for feita a solicitação.
§ 2o Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, sem deliberação
pela Câmara, será a proposição incluída na ordem do dia, sobrestando-se as demais
proposições, para que se ultime a votação.
§ 3o O prazo do § 1o não corre no período de recesso da Câmara, nem se
aplica aos projetos de lei complementar.

Art. 48. Aprovado o projeto de lei, será enviado ao Prefeito, que,


aquiescendo, o sancionará.
§ 1o O Prefeito, considerando o projeto inconstitucional no todo ou em
parte, ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente e o encaminhará
a Câmara com suas razões no prazo de oito dias úteis, contados da data do recebimento,
só podendo ser rejeitado pelo voto de dois terços dos membros da Câmara.
§ 2o O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de
parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3o Decorrido o prazo do parágrafo primeiro, o não pronunciamento do
Prefeito, importará sanção tácita.
§ 4o A apreciação do veto pelo plenário da Câmara será dentro de vinte
dias a contar do seu recebimento, em uma só discussão e votação, com parecer ou sem
ele, considerando-se rejeitado pelo voto de dois terços dos membros da Câmara.
§ 5o Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito para a
promulgação.
§ 6o Esgotado o prazo estabelecido no § 4o e não havendo deliberação, o
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, ressalvada a matéria de que trata
o artigo 47, desta lei orgânica.
§ 7o A não promulgação da lei pelo Prefeito no prazo de quarenta e oito
horas, nos casos dos § 3o e § 5o, criará para o Presidente da Câmara a obrigação de fazê-
lo em igual prazo.

Art. 49. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, que deverá
solicitar delegação específica à Câmara dos Vereadores.
§ 1o Os atos de competência privativa da Câmara, a matéria reservada à
lei complementar e os planos plurianual e orçamentos não serão objetos de delegação.
§ 2o A delegação ao Prefeito será efetuada sob a forma de decreto
legislativo, que especificará o seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3o O decreto legislativo poderá determinar a apreciação do projeto pela
Câmara que fará em votação única, vedada a apresentação de emenda.

Art. 50. Os projetos de resolução disporão sobre matérias de interesse da


Câmara, e os projetos de decreto legislativo sobre os demais casos de sua competência
privativa.
Parágrafo único. Nos casos de projetos de resolução e de decreto
legislativo, considerar-se-á encerrada com a votação final a elaboração da norma
jurídica, que será promulgada pelo presidente da Câmara.

Art. 51. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros da Câmara.

SEÇÃO VI
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária.

Art. 52. A fiscalização contábil, financeira e orçamentária do Município


será exercida pela Câmara de Vereadores, mediante controle externo, e pelos sistemas
de controle interno do executivo, instituídos em lei.
§ 1o O controle externo da Câmara será exercido com auxílio do Tribunal
de Contas do Estado, e compreenderá a apreciação das contas do Prefeito e da Mesa da
Câmara, o acompanhamento das atividades financeiras e orçamentárias do Município, o
desempenho das funções de auditoria financeira e orçamentária, bem como o
julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores
públicos.
§ 2o As contas do Prefeito e da Câmara Municipal, prestadas anualmente,
serão julgadas pela Câmara dentro de sessenta dias após o recebimento do parecer
prévio do Tribunal de Contas, se não houver deliberação dentro deste prazo.
§ 3o Somente por decisão de dois terços dos membros da Câmara, deixará
de prevalecer o parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado.

Art. 53. O Executivo manterá sistema de controle interno, a fim de:


I – criar condições indispensáveis para assegurar eficácia ao controle
externo e regularidade à realização da receita e despesa;
II – acompanhar as execuções de programas de trabalho e do orçamento;
III – avaliar os resultados alcançados pelos administradores;
IV – verificar a execução dos contratos.

Art. 54. As contas do Município ficarão durante sessenta dias,


anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual
poderá questionar-lhes a legitimidade.

CAPÍTULO II
Do Poder Executivo

SEÇÃO I
Do Prefeito e Vice-Prefeito

Art. 55. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos


secretários ou diretores municipais.
Parágrafo único. Aplica-se à elegibilidade para Prefeito e Vice-Prefeito o
disposto no § 1o do artigo 15 desta Lei Orgânica e idade mínima de vinte e um anos.

Art. 56. A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á


simultaneamente, nos termos da legislação federal.
§ 1o A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito.
§ 2o Será considerado eleito Prefeito o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta dos votos, não comutados os brancos e
nulos.
§ 3o Em caso de empate com a mesma votação, assumirá o candidato
mais idoso.

Art. 57. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1o de janeiro


do ano subseqüente ao da eleição, em sessão da Câmara Municipal, prestando o
compromisso de manter, defender e cumprir a Lei Orgânica, observar as leis da União,
do Estado e do Município, promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a
inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade.
Parágrafo único. Decorridos dez dias da data fixada para a posse, se o
Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo por motivo de força maior, não tiver assumido o
cargo, este será declarado vago.

Art. 58. Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento e suceder-lhe-á, no


de vaga, o Vice-Prefeito.
§ 1o O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o Prefeito, sob
pena de extinção do mandato.
§ 2o O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 59. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou
vacância do cargo, assumirá a administração o Presidente da Câmara.
Parágrafo único. O Presidente da Câmara, recusando-se por qualquer
motivo a assumir o cargo de Prefeito, renunciará incontinente à sua função de dirigente
do Legislativo, ensejando assim, a eleição de outro membro para ocupar, como
Presidente da Câmara, a chefia do Poder Executivo.

Art. 60. Verificando-se vacância do cargo de Prefeito e inexistindo Vice-


Prefeito, observar-se-á o seguinte:
I – ocorrendo à vacância nos três primeiros anos de mandato dar-se-á
eleição noventa dias após a sua abertura, cabendo aos eleitos completar o período de
seus antecessores;
II – ocorrendo à vacância no último ano de mandato, assumirá o
Presidente da Câmara que completará o período.

Art. 61. O mandato do Prefeito é de quatro anos, permitida a sua reeleição


para o período subseqüente, e terá início em 1o de janeiro do ano seguinte ao da eleição.

Art. 62. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo de


Prefeito, não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do Município por
período superior a cinco dias úteis e, por qualquer período, quando se ausentar do país,
sob pena de perda do cargo ou mandato.
Parágrafo único. O Prefeito regularmente licenciado terá o direito a
perceber a remuneração, quando:
I – impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença devidamente
comprovada;
II – em gozo de férias;
III – a serviço ou em missão de representação do Município.
§ 1o O Prefeito gozará férias anuais de trinta dias, sem prejuízo de
remuneração, ficando a seu critério a época para usufruir o descanso.
§ 2o O subsídio do Prefeito será estipulado na forma do inciso XX do
artigo 35 desta Lei Orgânica.

Art. 63. Na ocasião da posse e ao término do mandato, o Prefeito fará


declaração de seus bens, a qual ficará arquivada.
Parágrafo único. O Vice-Prefeito fará declaração de bens no momento em
que assumir o exercício do cargo.

SEÇÃO II
Das Atribuições do Prefeito

Art. 64. Ao Prefeito, como chefe da administração, compete dar


cumprimento às deliberações da Câmara, dirigir, fiscalizar e defender os interesses do
Município, bem como adotar, de acordo com a lei, todas as medidas administrativas de
utilidade pública, sem exceder as verbas orçamentárias.

Art. 65. Compete ao Prefeito, entre outras atribuições:


I – a iniciativa das leis, na forma e casos previstos nesta Lei Orgânica;
II – representar o Município em juízo e fora dele;
III – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e
expedir os regulamentos para sua fiel execução;
IV – vetar, no todo ou em parte, projetos de lei aprovados pela Câmara;
V – decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social;
VI – expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
VII – permitir ou autorizar o uso de bens municipais por terceiros;
VIII – permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por terceiros;
IX – prover os cargos públicos e expedir os demais atos referentes à
situação funcional dos servidores;
X – enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamento anual e ao
plano plurianual do Município;
XI – encaminhar a Câmara, até 15 de abril, a prestação de contas, bem
como o balanço do exercício findo;
XII – fazer publicar os atos oficiais;
XIII – encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as
prestações de contas exigidas em lei;
XIV – prestar a Câmara, dentro de trinta dias, as informações pela mesma
solicitada, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo não superior a trinta dias,
justificado pela complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção nas respectivas
fontes, dos dados pleiteados;
XV – prover os serviços e obras da administração pública;
XVI – superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e
aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades
orçamentárias, ou dos créditos votados pela Câmara;
XVII – colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua
requisição, as quantias que devam ser despendidas de uma só vez e até o dia vinte de
cada mês, os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias, compreendendo
os créditos suplementares e especiais;
XVIII – aplicar multas previstas em leis e contratos bem como revê-las
quando impostas irregularmente;
XIX – resolver sobre os requerimentos, reclamações ou representações que
lhe forem dirigidas;
XX – oficializar, obedecidas às normas urbanísticas, as vias e logradouros
público mediante denominação aprovada pela Câmara;
XXI – convocar extraordinariamente a Câmara, quando o interesse da
administração o exigir;
XXII – aprovar projetos de edificação e planos de loteamento, arruamento
e zoneamento urbano, ou para fins urbanos;
XXIII – apresentar anualmente a Câmara, relatório circunstanciado sobre o
estado das obras e dos serviços municipais, bem como, o programa de administração
para o ano seguinte;
XXIV – organizar os serviços internos das respectivas repartições criadas
por lei, sem exceder as verbas para tais destinadas;
XXV – desenvolver o sistema viário do Município;
XXVI – contrair empréstimos e realizar operações de créditos, mediante
prévia autorização da Câmara;
XXVII – conceder auxílio, prêmios e subvenções, nos limites das
respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribuição prévia aprovado anualmente
pela Câmara;
XXVIII – solicitar auxílio das autoridades policias do Estado, para
garantia do cumprimento de seus atos;
XXIX – solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para ausentar-se
do Município e do Estado por tempo superior a cinco dias úteis, e do País por qualquer
tempo, transmitindo o cargo ao Vice-Prefeito;
XXX – publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária;
XXXI – providenciar sobre o incremento do ensino;
XXXII – organizar e dirigir nos termos da lei, os serviços relativos às terras
do Município.
Art. 66. O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxiliares, as
funções administrativas previstas nos incisos IX, XV e XXIV do artigo anterior.

SEÇÃO III
Da Perda e Extinção do Mandato

Art. 67. É vedado ao Prefeito assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta.

Art. 68. As incompatibilidades declaradas no artigo 38 desta lei


estendem-se, no que forem aplicáveis, ao Prefeito e aos secretários ou diretores.

Art. 69. São crimes de responsabilidade do prefeito os previstos em Lei


Federal.
Parágrafo único. O Prefeito será julgado pela prática de crime de
responsabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado.

Art. 70. São infrações político-administrativas do Prefeito as previstas em


Lei Federal.
Parágrafo único. O Prefeito será julgado pela prática de infrações político
administrativas, perante a Câmara.

Art. 71. Será declarado vago pela Câmara Municipal o cargo de prefeito,
quando:
I – ocorrer o falecimento, renúncia ou condenação por crime funcional ou
eleitoral;
II – deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro
de dez dias da data indicada;
III – infringir as normas do artigo 38 e dos incisos II e III do artigo 39
desta Lei Orgânica;
IV – perder ou tiver suspenso os direitos políticos.

SEÇÃO IV
Dos Servidores Públicos

Art. 72. O Município instituirá conselho de política de administração e


remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos poderes.
§ 1o A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do
sistema remuneratório observará:
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira;
II – os requisitos para a investidura;
III – as peculiaridades dos cargos.
§ 2o Aplicam-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto nos
incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX do
artigo 7o da Constituição Federal, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 3o O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Secretários Municipais e os
Vereadores serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto
nos incisos X e XI do artigo 37 da Constituição Federal.
§ 4o Lei Municipal poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no inciso
XI do artigo 37 da Constituição Federal.
§ 5o Lei Municipal disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 6o São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 7o O servidor público estável só perderá o cargo:
a) em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma da lei complementar federal, assegurada ampla defesa.
§ 8o Como condição para aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Art. 73. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Município,


incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo.
§ 1o Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata
este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados
na forma do § 3o:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo
de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei;
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição;
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de
efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e
cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 2o Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua
concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3o Os proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a
aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da remuneração.
§ 4o É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadoria, ressalvados os casos de atividades exercidas
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física, definidos em lei.
§ 5o Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos
em cinco anos, em relação ao disposto na alínea "a", do inciso III, do § 1o, para o
professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 6° Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma da Constituição Federal, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
conta do regime de previdência previsto neste artigo.
§ 7o Lei disporá sobre a concessão do benefício da pensão por morte, que
será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou ao valor dos proventos a que
teria direito o servidor em atividade na data de seu falecimento, observado o disposto no
§ 3o.
§ 8o Observado o disposto no inciso XI do artigo 37 da Constituição
Federal, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção
e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade,
sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.
§ 9o O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo
de contribuição fictício.
§ 11. Aplica-se o limite fixado no inciso XI do artigo 37 da Constituição
Federal, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas à
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da
adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma da
Constituição Federal, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e
critérios fixados para o regime geral de previdência social.
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário
ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
§ 14. O Município, desde que institua regime de previdência
complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderá
fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que
trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal.

SEÇÃO V
Da Segurança Pública

Art. 74. O Município poderá constituir guarda municipal, força auxiliar


destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações, nos termos da lei
complementar.
§ 1o A Lei complementar de criação da guarda municipal disporá sobre
acesso, direitos, deveres, vantagens e regime de trabalho, com base na hierarquia e
disciplina.
§ 2o A investidura nos cargos da guarda municipal far-se-á mediante
concurso público de provas ou de provas e títulos.

TÍTULO III
Da Organização Administrativa Municipal

CAPÍTULO I
Da Estrutura Administrativa

SEÇÃO I
Dos Atos Administrativos

Art. 75. Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser


expedidos com obediência às seguintes normas:
I – decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) regulamento da lei;
b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não constantes em
Lei;
c) regulamentação interna dos órgãos que forem criados na administração
municipal;
d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite autorizado
por lei, assim como créditos extraordinários;
e) declaração de utilidade pública ou necessidade social, para fins de
desapropriação ou de servidão administrativa;
f) aprovação de regulamento ou de regime das entidades que compõem a
administração municipal;
g) permissão de uso dos bens municipais;
h) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
i) normas de efeitos externos, não privativos de lei;
j) fixação e alteração de preços.
II – portaria, nos seguintes casos:
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de efeitos
individuais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) abertura de sindicância e processos administrativos, aplicação de
penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
d) outros casos determinados em lei ou decreto.
III – contrato, nos seguintes casos:
a) admissão de servidores para serviços de caráter temporário;
b) execução de obras e serviços municipais.
Parágrafo único. Os atos constantes dos itens II e III deste artigo poderão
ser delegados.

Art. 76. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e
obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação nos
termos da Lei Federal, dispensada esta nos casos de doação e permuta;
II – quando móveis, dependerá apenas de licitação nos termos da Lei
Federal, dispensada esta nos casos de doação, que será permitida exclusivamente para
fins assistenciais, ou quando houver interesses públicos relevante, justificados pelo
Executivo.

Art. 77. O Município, preferencialmente à venda ou doação de seus bens


imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante prévia autorização
legislativa e licitação nos termos da Lei Federal;
Parágrafo único. A licitação poderá ser dispensada, quando o uso se
destinar à concessionária de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando
houver relevante interesse público, devidamente justificado e nos termos da legislação
aplicável;
Art. 78. É proibido a doação ou concessão de uso de qualquer fração de
parques, praças, jardins ou largos públicos, salvo pequenos espaços destinados à venda
de jornais, revistas, livros, refrigerantes e similares, mediante prévia concessão que
dependerá de lei.

Art. 79. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá


de prévia avaliação e autorização legislativa.

Art. 80. O uso de bens do Município por terceiros poderá ser feito somente
mediante concessão, permissão a título precário e por tempo determinado, conforme o
interesse público o exigir.
§ 1o A concessão de uso dos bens públicos de uso parcial dependerá de lei
e licitação e será feita mediante contrato, sob pena de nulidade do ato, ressalvada a
hipótese do artigo 78 desta Lei Orgânica.
§ 2o A concessão administrativa de bens públicos de uso comum somente
poderá ser outorgada para finalidades escolares, de assistência social ou turística,
mediante autorização legislativa.
§ 3o A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público,
será feita a título precário, por ato unilateral do Prefeito, através de decreto.

SEÇÃO II
Das Obras e Serviços Municipais

Art. 81. As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixadas pelo
executivo, tendo-se em vista a remuneração.
Art. 82. Nos serviços, obras e concessões do Município, bem como nas
compras e alienações, será adotada a licitação, nos termos da lei.

Art. 83. O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum,


mediante convênio com o Estado, a União ou entidades particulares nos termos da
legislação vigente, bem assim, através de consórcio, com outros municípios.

CAPÍTULO II
Da Administração Tributária e Financeira.

SEÇÃO I
Dos Tributos Municipais

Art. 84. São tributos municipais os impostos, as taxas e as contribuições de


melhorias decorrentes de obras públicas, instituídas por lei municipal, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas normas gerais de direito
tributário.

Art. 85. São de competência do Município os impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;
II – transmissão, intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do
Estado, definidos na lei complementar prevista no artigo 146 da Constituição Federal.
§ 1o O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos da
Lei, de forma a assegurar o cumprimento da função social.
§ 2o O imposto previsto no inciso II não incide sobre a transmissão de bens
ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital,
sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou
extinção de pessoa jurídica, salvo se nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil.

Art. 86. As taxas só poderão ser instituídas por Lei, em razão do exercício
do Poder de Polícia ou pela utilização de efetiva ou potencial de serviços públicos,
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à disposição pelo
Município.

Art. 87. A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos proprietários de


imóveis valorizados por obras públicas municipais, tendo como limite total à despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.

Art. 88. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultando a administração
municipal, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da Lei, o patrimônio, os rendimentos e
as atividades econômicas do contribuinte.
Parágrafo único. O Município poderá instituir contribuição cobrada de seus
servidores, para custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência
social.

SEÇÃO II
Da Receita e da Despesa

Art. 89. A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos tributos


municipais, da participação em tributos da União e do Estado, dos recursos resultantes
do Fundo de Participação dos Municípios e da utilização de seus bens, serviços,
atividades e de outros ingressos.

Art. 90. Pertencem ao Município:


I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre rendas e proventos
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos a qualquer título, pela
administração direta, autarquia e fundações municipais;
II – cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados no município;
III – cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do estado
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no território municipal;
IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do
Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal de comunicação.

Art. 91. A fixação dos preços públicos, devidos pela utilização de bens e
serviços e atividades municipais, será feita pelo prefeito, mediante edição de Decreto.
Parágrafo único. As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir os seus
custos, sendo reajustáveis quando se tornarem deficientes ou excedentes.

Art. 92. Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de qualquer


tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.
§ 1o A notificação do lançamento será preferencialmente pessoal ou através
de via postal; não sendo possível pelos meios preferenciais, então se procederá a
notificação por edital.
§ 2o Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, assegurado para sua
interposição o prazo de quinze dias, contados da notificação.

Art. 93. A despesa pública atenderá aos princípios estabelecidos na


Constituição Federal e às normas de direito financeiro.

Art. 94. Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem que exista
recurso disponível e crédito votado pela Câmara, salvo a que correr por conta de crédito
extraordinário.

Art. 95. Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será executada sem que
dela conste à indicação do recurso para atendimento do correspondente cargo.

SEÇÃO III
Do Orçamento
Art. 96. A elaboração e a execução da lei orçamentária anual e plurianual de
investimentos obedecerá às regras estabelecidas na Constituição Federal, Estadual, nas
normas de Direito Financeiro e nos preceitos desta Lei Orgânica.

Art. 97. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, ao orçamento anual


e os créditos adicionais serão apreciados pela Comissão Única de Pareceres, à qual
caberá:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos e as contas apresentadas
anualmente pelo Prefeito Municipal;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas de investimentos
e exercer o acompanhamento e fiscalização orçamentária, sem prejuízo de atuação das
demais comissões da Câmara.
§ 1o As emendas serão apresentadas na comissão, que sobre elas emitirá
parecer, e apreciadas na forma regimental.
§ 2o As emendas ao projeto de lei orçamentária anual ou aos projetos que o
modifiquem, somente podem ser aprovados caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidem sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviços da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados e para a União.
§ 3o Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto
de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.

Art. 98. A lei orçamentária anual compreenderá:


I – orçamento fiscal referente aos poderes do Município, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta;
II – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta, bem como os fundos
instituídos pelo poder público.

Art. 99. Os projetos de leis do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias


e dos orçamentos anuais serão enviados ao Poder Legislativo pelo Prefeito Municipal
nos seguintes prazos:
I – o projeto de lei do plano plurianual até 15 de maio do primeiro ano de
mandato do prefeito;
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias, anualmente, até 31 de
agosto;
III – os projetos de lei dos orçamentos anuais até 31 de outubro de cada ano.
§ 1o Os projetos de lei de que trata este artigo deverão ser encaminhados,
para sanção, nos seguintes prazos:
I – o projeto de lei do plano plurianual até 31 de julho do primeiro ano de
mandato do Prefeito;
II – o Projeto de lei de diretrizes orçamentárias até 30 de setembro de cada
ano;
III – o projeto de lei do orçamento anual até 15 de dezembro de cada ano.
§ 2o O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor
modificação do projeto de lei orçamentária, enquanto não iniciada a votação da parte
que deseja alterar.

Art. 100. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados, no que
não contrariar o disposto nesta seção, sob as regras do processo legislativo.

Art. 101. O Município, para execução de projetos, programas, obras,


serviços e despesas cuja execução se prolongue além de um exercício financeiro, deverá
elaborar orçamentos plurianuais de investimentos.

Art. 102. As dotações anuais dos orçamentos plurianuais deverão ser


incluídas no orçamento de cada exercício, para utilização do respectivo crédito.

Art. 103. O orçamento será único, incorporando-se na receita,


obrigatoriamente, todos os tributos, rendas e suprimentos de fundos, e incluindo-se na
despesa, de forma discriminada, as dotações necessárias ao custeio de todos os serviços
municipais.
Art. 104. O orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita, nem a fixação da despesa anteriormente autorizada.

Art. 105. Não se incluem na proibição do artigo anterior:


I – a autorização para abertura de créditos suplementares;
II – a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

Art. 106. São vedados:


I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária
anual;
II – a realização de despesa ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais, com a finalidade precisa e aprovada pela Câmara;
IV – a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa,
ressalvada a repartição do produto de arrecadação dos impostos a que se referem os
artigos 158 e 159 da Constituição Federal, a destinação de recursos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo 158 da Constituição Federal;
V – a abertura de créditos suplementares ou especiais sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma
categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia autorização
legislativa;
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscais, e da seguridade social, para suprir necessidades ou cobrir déficit de
empresas, fundações e fundos;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.
§ 1o Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2o Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
§ 3o A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender
a despesas imprevisíveis e urgentes.

Art. 107. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais destinados a Câmara, ser-lhes-ão
entregues até o dia 20 de cada mês.

Art. 108. A despesa com o pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder os limites estabelecidos em lei complementar federal.
§ 1o A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como
a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às
projeções de despesas de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
§ 2o Para cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar federal referida, o Município adotará as
seguintes providências:
I – redução de pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
§ 3o Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida
neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal, na forma da lei federal.
§ 4o O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior, fará jus à
indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 5o O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições
iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

TÍTULO IV
Da Ordem Econômica e Social

CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 109. O Município, dentro de sua competência, organizará a ordem
econômica e social, conciliando a liberdade de iniciativa com os superiores interesses da
coletividade.

Art. 110. A intervenção do Município, no domínio econômico terá por


objetividade estimular e orientar a produção, defender os interesses do povo,
promovendo a justiça e a solidariedade sociais.

Art. 111. O trabalho é obrigação social, garantindo a todos o direito ao


emprego e uma justa remuneração, que proporcione existência digna na família e na
sociedade.

Art. 112. O Município considerará o capital, não apenas como instrumento


produtor de lucro, mas também como meio de expansão econômica e de bem-estar
coletivo.

CAPÍTULO II
Da Assistência Social

Art. 113. O Município dentro de sua competência regulará o serviço social,


favorecendo as iniciativas particulares que visem a este objetivo.
§ 1o Caberá ao Município promover e executar as obras que por sua natureza
e extensão, não possam ser atendidas pelas instituições de caráter privado.
§ 2o O plano de assistência social de o Município nos termos em que a lei
estabelecer, terá por objetivo a correção dos desequilíbrios do sistema social e a
recuperação dos seus elementos, visando a um desenvolvimento social harmônico,
consoante previsto no artigo 203 da Constituição Federal.

CAPÍTULO III
Da Saúde

Art. 114. Sempre que possível, o Município promoverá:


I – informação de consciência sanitária nas primeiras idades, através do
ensino primário, priorizando sempre uma educação voltada para a saúde preventiva;
II – serviços hospitalares e dispensários, cooperando com a União e com
o Estado, bem como com as iniciativas particulares e filantrópicas;
III – combate às moléstias específicas, contagiosas e infecto-contagiosas;
IV – combate ao uso de tóxicos;
V – serviços de assistência à maternidade e à infância.

Art. 115. Compete ao Município suplementar, quando necessário, a


legislação federal e estadual que disponham sobre a regulamentação, fiscalização e
controle das ações e serviços de saúde, as quais constituem um sistema único.

Art. 116. O Município cuidará do desenvolvimento das obras e serviços


relativos ao saneamento, com a assistência da União e do Estado, sob condições
estabelecidas na lei complementar federal.

CAPÍTULO IV
Da Família, da Educação, da Cultura e do Desporto
Art. 117. O Município assegurará condições morais, físicas e sociais
indispensáveis ao desenvolvimento, segurança e estabilidade da família.
§ 1o A lei disporá sobre assistência aos idosos, à maternidade e aos
excepcionais.
§ 2o Compete ao Município suplementar à legislação federal e estadual,
dispondo sobre a proteção à infância, à juventude e às pessoas portadoras de deficiência,
garantindo-lhes o acesso a logradouros, a edifícios públicos e a veículos de transporte
coletivo.
§ 3o Para a execução do previsto neste artigo, serão adotadas, entre
outras, as seguintes medidas:
I – amparo às famílias sem recursos;
II – ação contra as mazelas que levam à dissolução da família;
III – estímulo aos pais e às organizações sociais para a formação moral,
cívica e intelectual da juventude;
IV – colaboração com as entidades assistenciais que visem à proteção e à
educação da criança;
V – amparo às pessoas idosas, assegurando-lhes participação na
comunidade, defendendo sua dignidade e seu bem-estar, bem como lhes garantindo o
direito à vida;
VI – colaboração com a União, com o Estado e com outros municípios,
visando solucionar problemas dos menores desamparados ou desajustados, através de
meios adequados de recuperação;
VII – o Município aplicará, no exercício financeiro, vinte e cinco por
cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a de transferência,
na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Art. 118. O Município estimulará o desenvolvimento das ciências, das


artes, das letras e da cultura em geral, observado o disposto na Constituição Federal.
§ 1o Ao Município compete suplementar, quando necessário, a legislação
federal e estadual, que disponha sobre a cultura.
§ 2o A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta
significação para o Município.
§ 3o À administração municipal cabe, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e às providências franqueadas à sua consulta a todos
quantos dela necessitarem.
§ 4o Ao Município cumpre proteger os documentos, obras e outros bens
de valor histórico, artístico e cultural.

Art. 119. O dever do Município com a educação será efetivado, mediante


garantia de:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive aos que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
médio;
III – atendimento educacional especializado aos deficientes,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e em pré-escola às crianças de zero a seis
anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa, da criação
artística, segundo a capacidade de cada indivíduo;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
educando;
VII – atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
§ 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo,
acionável mediante mandado de injunção.
§ 2o O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Município ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3o Compete ao poder público recensear os educando no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela sua
freqüência escolar.

Art. 120. O sistema de ensino municipal assegurará aos alunos


necessitados condições de eficiência escolar.

Art. 121. O ensino oficial do Município será gratuito em todos os graus e


atuará prioritariamente no ensino fundamental e pré-escolar.
§ 1o O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos
horários das escolas do Município e será ministrado de acordo com a confissão religiosa
do aluno, manifestada por ele, se for capaz, ou por seu representante legal ou
responsável.
§ 2o O Município orientará e estimulará, por todos os meios, a educação
física obrigatória nos estabelecimentos municipais de ensino.

Art. 122. O ensino é livre para a iniciativa privada, atendidas, entretanto,


as seguintes condições:
I – cumprimento das normas gerais de educação nacional;
II – autorização e avaliação de qualidade pelos órgãos competentes.

Art. 123. Serão destinados recursos municipais às escolas públicas,


podendo ser dirigidas às escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas, definidas
em lei federal, que:
I – comprovarem a finalidade não lucrativa e aplicarem seus excedentes
financeiros na educação;
II – assegurarem a destinação de seu patrimônio a outra escola
comunitária, filantrópica ou confessional ou ao Município, no caso de encerramento de
suas atividades.
§ 1o Os recursos de que trata este artigo serão destinados a bolsas de
estudo para o ensino fundamental, na forma de lei, para os que demonstrarem
insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede
pública.

Art. 124. O Município auxiliará, com meios a seu alcance, as


organizações beneficentes, culturais e amadoristas.

Art. 125. O Município manterá o quadro de professores municipais em


nível econômico, social e moral à altura de suas funções.
Art. 126. A lei regulará a composição, o funcionamento e as atribuições
do Conselho Municipal da Educação.

Art. 127. É da competência da União, do Estado e do Município


proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.

CAPÍTULO V
Da Política Urbana

Art. 128. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder


público municipal, conforme diretrizes gerais, fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.

Art. 129. O Plano Diretor é o instrumento básico da política de


desenvolvimento e de expansão urbana.

CAPÍTULO VI
Do Meio Ambiente

Art. 130. Todos têm direito ao meio ambiente, ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida,
incumbindo ao poder público assegurar:
I – preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais, além
de prover o manejo das espécies e do ecossistema;
II – definição de espaços territoriais e seus componentes a serem
protegidos;
III – exigência, na forma da lei, de estudo prévio de impacto ambiental
para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação do meio;
IV – promoção à educação ambiental em todos os níveis de ensino, além
da conscientização pública, para a preservação do meio ambiente;
V – proteção à flora e a fauna, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica.

CAPÍTULO VII
Da Agricultura

Art. 131. O Município terá uma Política Agrícola voltada para os


seguintes objetivos:
I – o desenvolvimento da propriedade em todas as suas potencialidades,
levado em conta a proteção ao meio ambiente;
II – a execução de programas de recuperação e conservação do solo,
reflorestamento, irrigação, aproveitamento de recursos hídricos e de outros recursos
naturais;
III – a diversificação e rotação de culturas;
IV – o fomento da produção agropecuária;
V – o incentivo à agroindústria, regulamentado na forma da lei;
VI – o incentivo ao cooperativismo e ao associativismo, regulamentado
na forma da lei.
§ 1o Serão criados incentivos e meios para a adoção de práticas de
conservação e restauração do solo nas propriedades rurais do Município.
§ 2o Os programas de recuperação do solo incluirão:
a) o uso preferencial de produtos orgânicos e naturais;
b) um planejamento global e integrado da propriedade rural;
c) a interligação de práticas de uma propriedade e outra, promovendo o
envolvimento comunitário.
§ 3o O programa de fomento agropecuário preverá:
a) prioritariamente a prestação de serviços às pequenas propriedades
rurais com aquisição de equipamentos;
b) o incentivo à implantação de unidades armazenadoras comunitárias;
c) ampliação e criação de formas de venda direta da produção agrícola de
produtor ao consumidor;
d) criação e manutenção de patrulha agrícola mecanizada.
§ 4o Os agricultores que adotarem práticas de conservação do solo e
diversificação de culturas, receberão incentivos do Município.

Art. 132. Será instituído o Conselho Municipal da Agricultura e Pecuária,


que terá competência de deliberar, planejar e fiscalizar os recursos e atividades
referentes à agricultura e pecuária.

Art. 133. O Município criará também, na forma da lei, Fundo Municipal


da Agricultura e Pecuária.

TÍTULO V
Das Disposições Finais

CAPÍTULO I
Da Publicação dos Atos Municipais

Art. 134. A publicação dos atos e das leis municipais, quando não houver
imprensa oficial, far-se-á por afixação em painel de fácil acesso público na sede da
Prefeitura e da Câmara, concomitantemente.

SEÇÃO I
Do Registro e da Forma

Art. 135. O Município terá os livros que forem necessários aos seus
serviços.

Art. 136. Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser


expedidos na forma de decreto e portaria.

CAPÍTULO II
Das Disposições Gerais

Art. 137. Incumbe ao Município:


I – adotar medidas para assegurar a celeridade na tramitação e na solução
dos expedientes administrativos;
II – auscultar, permanentemente, a opinião pública.

Art. 138. O Município não poderá dar nomes de pessoas vivas a bens e a
serviços públicos de qualquer natureza.

Art. 139. O Poder Executivo, no prazo de um ano da publicação desta Lei


Orgânica, encaminhará para votação da Câmara de Vereadores, as Leis
Complementares de que trata.

Art. 140. Esta Lei Orgânica, votada e aprovada pela Câmara Municipal,
nos termos da Constituição Federal será promulgada pela Mesa Diretora e entrará em
vigência na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

CÂMARA DE VEREADORES DO MUNICÍPIO DE PAULO BENTO, ESTADO


DO RIO GRANDE DO SUL, EM 27 DE DEZEMBRO DE 2001.

Ver. Olimpio Tormem PMDB


Presidente.

Ver. Maria Hacker – PL


Vice- Presidente.

Ver. José Piovesan Neto – PMDB


Primeiro Secretário

Ver. Ervino Utteich – PDT


Segundo Secretário

Ver. Antônio Anibaletto – PMDB

Ver. Jandir Haiduki – PL

Ver. Gustavo Adolfo Poganski – PL

Ver. Zilmo Fioretin – PFL

Ver. Hildo Gromann - PPB

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