Modelo Contestação - Prática Trabalhista
Modelo Contestação - Prática Trabalhista
Modelo Contestação - Prática Trabalhista
Processo de nº 0101010-50.2020.5.02.0200
AUDITORIA PENTE FINO S. A., inscrita sob o CNPJ de nº ..., cuja sede se localiza
..., vem por sua advogada que esta subscreve, com escritório profissional com endereço
completo onde recebe notificações e intimações, conforme procuração anexa (doc. 01),
respeitosamente vem perante V. Exa., com fundamento no art. 847 da CLT, apresentar
CONTESTAÇÃO a Reclamação Trabalhista a qual lhe move a reclamante ÉRICA
GRAMA VERDE, já devidamente qualificada na inicial, pelas razões de fato e de direito a
seguir aduzidas:
I - PRELIMINARES
DA INCOMPETÊNCIA MATERIAL
Conforme o disposto no art. 330, §1º, incisos I e II, do Código de Processo Civil, a
petição inicial é considerada inepta quando lhe faltar pedido, razão pela qual requer a extinção
do processo sem resolução de mérito em relação a equiparação salarial, por se falta de pedido.
A autora trabalhou na empresa reclamada por exatos 08 (oito) anos, 03 (três) meses e
08 (oito) dias, desempenhando a função de gerente do setor de auditoria de médias empresas.
Função em que lhe tornava responsável por comandar 25 (vinte e cinco) auditores, fiscalizar e
validar as auditorias por estes realizadas. A remuneração recebida pela reclamante em relação
ao desempenho de suas funções era de R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), contudo esta também
recebia uma gratificação pela função de R$10.000,00 (dez mil reais).
III - DO MÉRITO
DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
O artigo 11 da CLT em conjunto com a súmula 308, I do TST são claras em definir
que não poderão ser cobrados créditos resultantes das relações de trabalho anteriores a cinco
anos, contados a partir da propositura da ação.
Desta forma, a reclamada requer o acolhimento da prescrição parcial, visto que estão
prescritos quaisquer direitos trabalhistas e pretensões anteriores a 30/01/2015, na chamada
prescrição quinquenal.
HORAS EXTRAS
O artigo 62 da CLT estabelece que cargos de confiança, como o de gerente, não estão
sujeitos ao horário de trabalho convencional de 08h por dias, razão pela qual recebe a
gratificação de função, devendo-se respeitar o mínimo legal de 40% do valor do salário. Desta
forma, verificamos que a reclamante não tem direito ao pagamento de horas extras, por
ocupar cargo de confiança e receber a gratificação de função devida no valor de R$ 10.000,00
reais.
Ante o exposto requer a improcedência do pedido de horas extras por não fazer jus ao
benefício em razão do cargo que ocupa.
DO FGTS
No tocante aos valores percebidos pela reclamante como prêmio, em função do cargo
desempenhado, a reclamante solicitou que este fosse integrado a seu salário. Tal pleito não
merece procedência, visto que o Art. 457, §2º, da CLT, explicita que as importâncias, ainda
que habituais, pagas a título de prêmio não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário.
DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Em razão do princípio da eventualidade, caso Vossa Excelência não entenda pela
inépcia do pedido de equiparação salarial, por não haver pedido claro, faz-se necessário
discutirmos a possibilidade de equiparação salarial. Visto isto, note que a autora traz como
paradigma uma funcionária da reclamada que também atua no cargo de gerente do mesmo
setor, a qual recebe um salário 10% (dez por cento) superior ao salário que a reclamante
recebia pelo desempenho de suas funções. Contudo, este exemplo é inviável visto que a outra
gerente é funcionária da empresa reclamada desde 15/01/2009, diferentemente da reclamante
que somente foi admitida em 29/09/2011.
Desta forma, com base no art. 461, §1º, CLT, a demandada requer que o pedido de
equiparação salarial seja indeferido, visto que o trabalho de igual valor para fins de
equiparação salarial não poderá ser com base em funcionários que possuam diferença de
tempo na função superior a 02 dois anos.
DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
A reclamante alegou que suas atividades eram desenvolvidas em local de risco por
conta da localidade, onde a empresa fica situada, ser ao lado de uma comunidade violenta,
requerendo o pagamento de adicional de periculosidade. Argumentando que por conta da
violência contida na comunidade, por diversas vezes ouviu disparos de arma de fogo e
chegando até a assistir, da janela de sua sala de trabalho, operações policiais em combate ao
tráfico de drogas no local.
Insta que tal alegação é insuficiente e sequer possui amparo legal para concessão do
adicional de periculosidade, visto que o art. 193 da CLT regulamenta, em seu rol taxativo, os
casos em que o trabalhador possui direito ao adicional, sendo estes:
DOS HONORÁRIOS
IV - DOS PEDIDOS
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Cidade, data.
Advogado(a)/OAB