10590-Texto Do Artigo-38841-2-10-20200624
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ABSTRACT: Technological progress requires that both mother tongue and foreign
language teaching/learning strategies adapt to them by using different materials and
resources. This updating will likely attract the attention of the learner, who is
increasingly connected to the digital universe. In order to do this, educators have
been looking for more effective and attractive teaching strategies, including
multimodal practices in which verbal and non-verbal language are mixed. This new
language has the advantage of offering complementary modes and of conveying
messages, more effectively than it would be possible to do by using just one mode.
This article briefly presents the evolution of foreign language teaching since 1658 to
the present day. In addition, it discusses the role of the textbook in language
teaching. As its analytical framework, it presents the definition of multimodality and
literacy, and it employs it to examine methodologies and foreign language teaching
and textbooks. It concludes by discussing current expectations in relation to this
material.
Considerações Iniciais
1. Letramento e Multimodalidade
1
Utilizaremos aqui como base teórica principal os Puren (1988) e Germain (1993).
2
Era basicamente utilizada no ensino de grego e latim
lúdica. Hoje em dia, ele é considerado o primeiro livro didático ilustrado (Cristóvão,
2015).
A metodologia que a sucede é a Metodologia Direta que consiste em
ensinar uma língua estrangeira sem ser intermediada pela língua materna, nem pela
escrita e nem por regras gramaticais explicitas (PUREN, 1988, p. 64). Para Coste
(1970, p. 8) ela “veio como uma ‘recusa’ ao exercício ‘indireto’ que é a tradução.”
105 Segundo Wickerhauser, uma pesquisadora alemã da área de didática:
3
Tradução Nossa: « Éviter la langue maternelle n’est pas la seule particularité de la méthode directe. Nous allons
appeler nouvelle méthode ou méthode directe celle qui évite : 1° le détour par la langue maternelle, 2° le détour
par l’orthographe, 3° le détour par des règles de grammaire superflues. »
4
Structuro-Globale Audiovisuelle.
5
Depois essa metodologia foi adaptada para as escolas e foi chamada de metodologia áudio-oral antes de se
tornar metodologia SGAV.
Nos anos 70, o termo metodologia foi substituído pelo termo abordagem e
assim chegamos à abordagem comunicativa (AC)9 que trabalha com situações de
comunicação levadas do exterior (da sociedade) para dentro da sala de aula. É a
partir desse momento que começa o ensino de LE a partir da ideia de 4
competências de comunicação: a compreensão escrita, compreensão oral, a
expressão escrita e a expressão oral. Segundo Bourguignon (2005), nessa
abordagem o aprendiz é o centro da relação de comunicação. O professor tem que
levá-lo a encontrar uma maneira de externar o que ele precisa dizer e se apropriar
de saberes para construir seu savoir-faire. Nessa abordagem, começou-se a utilizar
6
Existiam os professores linguistas e os assistentes.
7
“quinze heures par semaine de travail collectif par groupes de dix. Six classes de deux heures, sous la direction
d’un assistant, étaient consacrées exclusivement à la pratique orale de la langue étrangère, et trois classes d’une
heure, assurées par le professeur linguiste, étaient réservées à l’enseignement théorique de la phonétique, du
vocabulaire (formation des mots par ex.) et de la grammaire.” (Puren, 1988, p. 195).
8
No original : « parlent de la langue étrangère au lieu de l’employer » (GIRARD D., 1974, p. 78 apud PUREN,
1988, p. 194)
9
L’Approche Communicative
10
Perspectiva acional de acordo com o CECR (QECR – Quadro Europeu Comum de Referência para as línguas)
11
“la communication ne suffit pas pour l’action sociale », « c’est l’action sociale qui détermine la
communication » e « c’est l’action commune, et non la communication, qui est la condition d’une véritable
compréhension de l’Autre »
família real ao Brasil, com a criação do Colégio Pedro II, em 1837, e com a reforma
de 1855, as línguas modernas foram incluídas de forma definitiva no ensino básico.
A metodologia usada era a gramática/tradução, ou seja, a mesma que era mais
comumente usada para o ensino de línguas clássicas. Segundo Nogueira (2007
apud Moreno Junior, 2018, p. 56-57), o colégio deu às línguas modernas12 o mesmo
prestígio daquele das línguas clássicas. E, segundo Paiva, apesar da metodologia
108 de ensino de LE ser a mesma para as línguas clássicas e as modernas, para as
clássicas era utilizado o texto literário e para o inglês “listas de vocabulário,
conjugações e exercícios de tradução que estivessem mais próximos do contexto
sociocultural da época” (PAIVA 2009 apud MORENO JUNIOR, 2018, p. 57)
Com a reforma de 1931, foi dada mais ênfase ao ensino das línguas
modernas e foi inserida a metodologia direta que tinha sido introduzida na França 30
anos antes, ou seja, o ensino da língua era realizado através da própria língua e não
mais por traduções como previa a metodologia anterior.
A Reforma Capanema, em 1942, continuou privilegiando a metodologia
direta, e foi a que deu mais importância ao ensino de LE. Segundo Leffa (1999), os
alunos estudavam latim, francês, inglês e espanhol e muitos terminavam o ensino
médio lendo autores no original.
Com a LDB de 1961, o ensino de línguas foi drasticamente reduzido e na
LDB de 1971, muitas escolas tiraram a língua estrangeira do 1º grau 13 e diminuíram
o número de horas de estudo de língua estrangeira a uma hora por semana no
segundo grau.
Com a LDB de 1996, a base nacional da época deixa clara a necessidade
do ensino de LE no Ensino Fundamental. Complementando a LDB, são publicados
Parâmetros Curriculares baseados no princípio de transversalidade e uma
abordagem socio interacional que dê ênfase à leitura. Assim, a escola acaba não
trabalhando com outras habilidades linguísticas necessárias para falar e
compreender oralmente bem uma LE.
O que se pode observar é que as abordagens e perspectivas mais
modernas no Ensino de LE fica delegada aos cursos de línguas que trabalham com
os métodos inseridos na abordagem comunicativa e na perspectiva acional.
12
Nesse momento as línguas modernas estudadas no colégio eram inglês e francês.
13
Primeiro e segundo grau nessa época é o que hoje chamamos de Ensino fundamental e médio.
3. Métodos de LE e a Multimodalidade
ausência dos exercícios de tradução tão comuns nos livros didáticos de épocas
anteriores.
No final da década de 40, começaram a surgir materiais, os quais
enfatizavam mais a língua falada do que a estrutura como nos anteriores. Alexander
(1967) afirma que a língua deveria ser ensinada, fazendo com que o aluno a usasse
e não falando sobre a língua, o que nos mostra que ele rejeitava materiais que
110 ensinasse a língua por meio de estruturas e, para ele, usar a língua significava fazer
exercícios de repetição.
Na década de 1970, surgem materiais audiovisuais que davam
preferência à oralidade na sala de aula. Acreditava-se que a escrita prejudicava a
compreensão oral; havia duas estratégias que tentavam evitar a leitura precoce:
livros que não tinham textos (os textos ficavam no livro do professor), para que os
alunos não tivessem acesso nenhum à escrita e livros com textos que usavam
máscara para cobrir os diálogos. Nessa década, segundo Paiva, surge uma grande
preocupação com as necessidades do aluno e, assim, surgem muitos livros com
propósitos especiais.
Hoje em dia, apesar da discussão se o livro didático inibe ou fomenta a
autonomização, várias escolas de idiomas ainda utilizam esse meio de transmitir
conteúdo e conhecimento. Segundo Little e Perciclová (2006, p. 28 apud Magno e
Silva, 2009, p. 63) o livro deveria ser usado com flexibilização e não como planos de
aula, pois “estaríamos impondo aos nossos alunos os objetivos de aprendizagem e
os processos de aprendizagem do autor do livro.”
Ao longo dos séculos, é possível notar a relevância dos livros didáticos e
métodos de ensino que já introduziam em seu conteúdo imagens e outros elementos
multimodais. Ainda que se pense que em algum momento houve a suposição de que
as imagens atrapalhavam o desenvolvimento e a aprendizagem de uma LE, o que
se pode verificar é que houve uma emancipação desse elemento que, por vezes, se
sobressai a outros artifícios utilizados no ensino.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Multimodal Discourse : The modes and Media of
Contemporary Communication. Londres: Arnold; New York: Oxford University, 2001.