Sociedades Regimes
Sociedades Regimes
Sociedades Regimes
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Os sócios destas sociedades assumem uma responsabilidade pela “integração do capital social” para
exprimir a ideia de que os sócios são responsáveis pela realização de todas as entradas convencionadas,
que podem ser efetivamente maiores do que o capital social.
maioria nestas sociedades. Distinguir a pessoa do sócio do órgão da sociedade. Quando
o código fala de “sócios” ou “assembleia geral” diz respeito ao órgão social.
Artigo 228º/3 vs art.242ºA – conflito de normas: a primeira dispõe que a cessão é eficaz
logo que seja comunicada por escrito à sociedade; a segunda impõe a solicitação à
sociedade da promoção do registo para que a cessão seja eficaz perante ela. Assim, para
o professor Pedro Maia, a comunicação à sociedade, prevista no art. 228º 3, deverá
valer, ao menos implicitamente, como solicitação para promoção do registo, que o art,
242º exige para que a cessão produza efeitos em relação à sociedade – o mesmo ato
cumprirá simultaneamente os requisitos das duas referidas normas, evitando-se o
aparente desacerto que a sua letra implicaria.
O regime supletivo para a cessão de quotas difere consoante a pessoa do cessionário – é
livre a cessão para cônjuge, ascendente ou descendente, bem como para outro sócio,
mas dependem de consentimento da sociedade todas as outras cessões.
O regime estabelecido no 228º pode ser amplamente derrogado no contrato de
sociedade, o contrato pode então:
a) Proibir a cessão de quotas (229º/1), o que implicará que nem sequer o
consentimento da sociedade ou dos sócios viabilizará a cessão (mas os sócios
podem sempre alterar o contrato de sociedade);
b) Reduzir os casos em que a cessão é livre (229º/3);
c) Dispensar o consentimento da sociedade para situações em que seria necessário
(229º/2);
d) Pode exigir uma maioria qualificada e não simples (229º/5) entre outros
exemplos.
Perante a recusa do consentimento vale o art.231º em que se impõe que a sociedade
apresente ao sócio (que o seja há mais de três anos, nº3) uma proposta de amortização
ou aquisição da sua quota, sob pena da cessão se tornar livre (231º/2). Ou seja, o sócio a
quem seja recusado o consentimento terá sempre a possibilidade de realizar, ao menos
parcialmente", o seu interesse, deixando de ser sócio e recebendo uma contrapartida
monetária por isso.
ESTRUTURA ORGANIZATÓRIA
Artigo 252º + 261º. Liberdade. Existe aqui também um órgão da coletividade dos
sócios (ou assembleia de sócios), composto por todos os sócios. O órgão pode decidir
mediante:
SOCIEDADES ANÓNIMAS
RESPONSABILIDADE
Duplamente limitada: os sócios não respondem pelas dividas da sociedade, só
respondem pelas suas próprias entradas e já não pelas obrigações assumidas pelos seus
consócios (art. 271º). Os sócios têm a sua responsabilidade duplamente limitada:
externamente porque não respondem perante os credores da sociedade pelas dividas
desta; internamente porque não responde perante a sociedade por nenhuma dívida para
além da obrigação de entrada.
Sociedades em comandita simples e sociedades comandita por ações: existem dois
grupos de sócios:
Sócios comanditados: os que assumem uma responsabilidade igual à dos sócios
das sociedades em nome coletivo,
Sócios comanditários: e por outro lado aqueles que respondem apenas pela sua
entrada (465º)
Por esta razão há quem fale de um tipo misto ou híbrido, exatamente para pôr em
destaque a ideia de reunião numa mesma sociedade, sócios de responsabilidade
ilimitada com sócios de responsabilidade limitada.
Critério de distinção entre os diferentes tipos societários: confiança que o sistema
pressupõe entre os sócios, afere-se através da (1) responsabilidade; (2) limites à
transmissão da participação social. A qualidade de sócio é suscetível de transmissão.
TRANSMISSÃO DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS
Liberdade de transmissão de ações, art.328º. O contrato pode limitar mas nunca excluir
a transmissão de ações nominativas e já não das ações ao portador. A limitação pode
traduzir na necessidade de consentimento para a transmissão ou na subordinação a
determinados requisitos.
A lei, a par de ter fixado como regime-regra a liberdade de transmissão das ações, só
deixou um reduzido âmbito para a derrogação daquele regime por via do contrato. E
compreende-se que assim tenha feito, fundamentalmente por a sociedade anónima estar
gizada para a disseminação do seu capital, o que impõe a fácil circulação das ações.
ESTRUTURA ORGANIZATÓRIA
art.278º - três modalidades. Artigo 390º - composição segundo o modelo clássico.
Art.405º - competência do conselho. Os órgãos são anónimos em que não é preciso que
exista uma confiança tao cega como nas sociedades em nome coletiva. Mais capitalista,
menos confiança.
Administração e fiscalização das sociedades anónimas: artigo 278º admite três
estruturas possíveis. Essas estruturas têm em comum o facto de nas três haver um órgão
de administração, um órgão de fiscalização global (porque encarregue de fiscalizar a
administração como um todo e assim se distingue do próximo) e um órgão de
fiscalização de contas (fiscalização contabilística). Art.278º/1 al.a) o professor
Menezes Cordeiro chama-lhe modelo clássico, o professor José Ferreira Gomes chama
de modelo tradicional português, deriva da evolução histórica. O modelo exposto na
al.c) foi introduzido pelo professor Raúl Ventura, elaborado em 1983 aquando dos
processos de discussão da entrada de Portugal na CEE e estava em vias de ser aprovada
uma diretiva que fazia sentido colocar esta alínea, mas que acabou por não ser aprovada
– releva aqui os artigos 424º e ss.
Três modalidades (artigo 278º nº1) introduzidas pela reforma de 2006 para que a PT e o
BCP pudessem cumprir o requisito da bolsa de Nova Iorque e não houvesse necessidade
de duplicação de órgãos. Em qualquer uma dessas modalidades existe a coletividade de
sócios2 (assembleia geral), embora este órgão não tenha exatamente as mesmas
competências em todas as estruturas admitidas por lei. A coletividade de sócios compõe-
se de sócios, ainda que não a integrem necessariamente todos os sócios – pode haver
ações preferenciais sem voto e o contrato afastar os seus titulares da participação na
assembleia (343º/1 e 379º/2); o contrato pode exigir que o sócio detenha um nr mínimo
de ações para poder participar na assembleia (379º/2 e 384º/2 al.a)).
Neste tipo de sociedades os sócios detêm menos poderes do que nas sociedades em
nome coletivo e nas sociedades por quotas, uma vez que não podem deliberar, fora dos
casos previstos na lei, sobre matérias de gestão da sociedade, a não ser que o órgão de
administração formule um pedido para esse efeito (art. 373º/3).
O círculo de competências da assembleia geral da sociedade anónima, podendo embora
ser mais ou menos amplo consoante o estipulado no contrato (art. 373º/2), nunca pode
ser tão extenso quanto numa sociedade por quotas ou em nome coletivo.
A administração de uma SA pode obedecer a três estruturas – revisão 2006: