Fundamentos Do Gestor

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FUNDAMENTOS DO GESTOR

FINANCEIRO
AULA 1 – O Gestor Financeiro

Prof. Daniel Weigert Cavagnari


CONVERSA INICIAL (estrutura e objetivos da aula)

O profissional de Gestão Financeira é uma profissão de grande


responsabilidade e uma das mais bem colocadas no mercado, porque abrange
todos os tipos de negócio.
Gerir recursos e garantir equilíbrio financeiro é fundamental em todos os
tipos de atividades, até mesmo nas fundações sem fins lucrativos.
A atuação do Gestor Financeiro na área pessoal também é pertinente.
Pois esta molda não apenas o futuro do indivíduo ou da sua família, mas também
a saúde financeira das organizações, pois essa capacidade de organização e de
equilíbrio financeiro, mesmo que pessoal, o capacita com um olhar atento às
ondas de mudança. Mas claro, sempre com o compromisso inabalável com a
ética e a excelência.

CONTEXTUALIZANDO (problematização)
O avanço constante da economia, cada dia mais digital e inteligente, o
profissional de gestão financeira tem seu papel fundamentado para a
sustentabilidade e crescimento das organizações. Sua atuação transcende a
mera execução de tarefas, adentrando o território do impacto social e ambiental,
em uma jornada pautada por princípios éticos e legais.
Comprometido com números, valores e princípios éticos, alinhado à
responsabilidade social e ambiental, em que cada decisão contribui
positivamente para o bem-estar da sociedade e a conservação do meio
ambiente. Esta abordagem não é apenas um diferencial, é uma exigência para
a prática contemporânea na área financeira.
Ainda, o Gestor Financeiro, com sua postura propositiva e colaborativa,
traz uma visão sistêmica e estratégica, essencial para o entrelaçamento das
multifacetadas dimensões organizacionais. Seu papel como agente colaborativo
destaca a importância do trabalho em equipe e da contribuição coletiva para
alcançar objetivos comuns, enriquecendo o processo com uma diversidade de
perspectivas e conhecimentos.
A reflexão crítica é outro aspecto que define o profissional de gestão
financeira moderno. Ao articular conceitos teóricos com práticas de gestão
financeira, ele deve ser capaz de avaliar modelos e instrumentos, sempre com
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questionamentos e busca constante para aperfeiçoar as estratégias e práticas
vigentes. Este senso crítico e reflexivo assegura que a gestão financeira não seja
apenas uma série de ações rotineiras, mas um processo constante de
aprendizado e inovação.
Na sua perspectiva analítica, o gestor de utiliza ferramentas
diagnósticas, permitindo-lhe entender as complexidades, comunicar com
efetividade e intervir de forma assertiva na gestão financeira. Ser analítico
também implica em uma responsabilidade de garantir a integridade e a precisão
dos dados financeiros, os quais são fundamentais para qualquer análise
significativa.
Ainda, o gestor financeiro tem o conhecimento acerca dos cenários
econômicos e a sensibilidade para as variações do mercado. A habilidade de
prever tendências e adaptar-se a mudanças não só protege as organizações das
turbulências econômicas, mas também abre caminhos para a exploração de
novas oportunidades que tais variações podem apresentar.
A Gestão Financeira trata do passado, do presente e do futuro, das
pessoas, das empresas e dos governos, necessariamente nesta ordem.

TEMA 1 – O MERCADO DE TRABALHO DO GESTOR FINANCEIRO

Fonte: Criada por Daniel Weigert Cavagnari a partir da ferramenta Dall-e


(OpenAI).

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Segundo o Ministério do Trabalho:
A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO, instituída por portaria
ministerial nº. 397, de 9 de outubro de 2002, tem por finalidade a
identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins
classificatórios junto aos registros administrativos e domiciliares. Os
efeitos de uniformização pretendida pela Classificação Brasileira de
Ocupações são de ordem administrativa e não se estendem as
relações de trabalho. Já a regulamentação da profissão,
diferentemente da CBO é realizada por meio de lei, cuja apreciação é
feita pelo Congresso Nacional, por meio de seus Deputados e
Senadores , e levada à sanção do Presidente da República. (BRASIL,
2024).

Segundo o Mec (2024), através do Catálogo Nacional de Cursos


Superiores do Ministério da Educação, o campo de atuação profissional do
Gestor Financeiro e com base no Classificação Brasileira de Ocupação (CBO),
é o seguinte:
a) CBO 1421-20 - Tecnólogo em gestão administrativo-financeira.
b) CBO 2512-15 - Analista de controle orçamentário.
c) CBO 2512-15 - Analista econômico-financeiro.
d) CBO 2525-45 - Analista de Planejamento Financeiro.
Ocupações essas que atuam nos seguintes campos:
• Empresas de planejamento, desenvolvimento de projetos,
assessoramento técnico e consultoria.
• Empresas em geral (indústria, comércio e serviços).
• Instituições financeiras.
• Órgãos públicos.
• Institutos e Centros de Pesquisa.
• Instituições de Ensino, mediante formação requerida pela legislação
vigente.
Por ora, vale observar que a Gestão Financeira, enquanto ciência, tem
surpreendido e se desenvolvido além, embora as ferramentas modernas nos
possibilitem acompanhar cada progresso.

Segundo o Valor Econômico (2022), os grandes bancos fecharam cerca


de 5,8 mil agências em sete anos e um dos principais motivos fora da tecnologia,
alavancado principalmente pela pandemia.

1.1. Fintechs – Financeiras Tecnológicas

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De acordo com dados da Febraban (2023), o Brasil tem ao menos 15 mil
startups em funcionamento hoje, e o setor de finanças é o segundo no ranking
de criação de empresas inovadoras. A transformação na maneira como o mundo
financeiro se relaciona com as pessoas e os negócios digitais têm levado a um
incremento cada vez maior. O surgimento de bancos digitais, fintechs, novas
tecnologias como o blockchain, big data, a inteligência artificial e as
criptomoedas estão ampliando o horizonte de atuação do gestor de finanças para
um novo patamar de conhecimentos e competências necessários ao mundo do
trabalho.

De acordo com dados da entidade, grandes bancos atuantes no Brasil


como Itaú, Bradesco e Santander, estão investindo forte em novas startups de
finanças digitais, comprando, financiando ou assumindo parte do controle de
fintechs do setor. Os valores destinados por estas instituições financeiras,
segundo fontes da Febraban, ultrapassam R$ 200 milhões para investir em
participações em startups inovadoras, que estão de olho em empresas que
atuam principalmente como fintechs, healtechs (saúde) e insurtech (seguros),
três segmentos considerados prioritários. O valor do investimento varia de R$ 1
milhão a R$ 5 milhões por startup.

Fonte: Distrito – Fintech Report 2023.

O Curso de Gestão Financeira é um curso caracterizado como


tradicional acima de tudo, mas dadas as mudanças constantes do mercado, com
novos conceitos e mudanças significativas, as novas grades propostas

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empenham inovações, sem mudar a característica e formalidade do curso, em
meio aos critérios estabelecidos pelo Enade e pelo Catálogo Nacional de Cursos.

Algumas mudanças como:

• Transformação tecnológica dos cenários das finanças.


• Oportunidades de novas tecnologias financeiras.
• Ascensão constante das Fintechs.
• Tecnologia blockchain em todos os processos diretos e indiretos.
• Tecnologias como IoT e IA que impulsionam os processos
financeiros.
• Criptomoedas criando padrões e eliminado fronteiras.

Inovações recentes e que já operam no mercado, não só esperam novos


profissionais, como anseiam o conhecimento nas novas áreas e técnicas, como:

• Real digital: Moeda virtual segura e precisa que em breve será


lançada no mercado.
• PIX: Agilidade, segurança, novos mercados e que em pouco tempo
já se tornou cultura popular financeira.
• Open Banking ou Open Finance: Segurança e acesso a dados.
Segundo o Bacen, melhoria dos serviços, tecnologia, concorrência
real. Os bancos já não são mais como eram.
• Criptomoedas e NFTs: Novos conceitos em moeda e ativos digitais.
• Blockchains: Pesquisa e desenvolvimento em novos processos de
Blockchain.

Com novas tendências e oportunidade na área de Gestão Financeira,


novos públicos passam a fazer parte do nicho e principalmente das
competências. Novos profissionais que se enquadrem às propostas atuais e com
responsabilidade social, como:

• Inclusão financeira: acesso a serviços financeiros para pessoas


que tradicionalmente não teriam acesso, seja pela renda ou
localização.
• Redução da desigualdade: Democratização financeira, permitindo
que mais pessoas participem da economia formal.
• Sustentabilidade ambiental: Investimentos em energias renováveis
e soluções de pagamento digital para reduzir o uso de papel-moeda.

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• Otimização de Recursos: Tecnologias inovadoras para otimizar
operações financeiras, reduzir custos e aumentar a eficiência.
• Educação financeira: Recursos online e ferramentas de
planejamento para capacitar indivíduos a tomar decisões financeiras
informadas.

1.2. Diversidade e o Futuro Promissor


O mercado de trabalho para gestores financeiros está projetado para
crescer significativamente nos próximos anos. É o que afirma o U.S. Bureau of
Labor Statistics, a expectativa é que o emprego para gestores financeiros cresça
16% de 2022 a 2032, o que é muito mais rápido do que a média para todas as
ocupações. Isso se deve em grande parte à necessidade de substituir
trabalhadores que se transferem para outras ocupações ou deixam a força de
trabalho, por exemplo, por aposentadoria.
Os gestores financeiros são responsáveis pela saúde financeira das
organizações, criando relatórios financeiros, direcionando atividades de
investimento e desenvolvendo planos para os objetivos financeiros de longo
prazo das empresas. Eles geralmente trabalham em tempo integral, muitas
vezes excedendo a carga horária de 40 horas semanais (8 horas por dia). As
principais áreas de emprego incluem finanças e seguros, serviços profissionais,
científicos e técnicos, gestão de empresas e empreendimentos, governo e
manufatura.
Quanto à educação, a maioria dos gestores financeiros possui pelo
menos um diploma de graduação superior em áreas como finanças, economia
ou contabilidade. Além disso, a experiência em outras ocupações de negócios
ou financeiras, como analista financeiro, gestor financeiro ou contador, é
geralmente necessária.
Com relação à tecnologia, há uma convergência significativa de
tendências tecnológicas que afetam o setor financeiro. O advento da Inteligência
Artificial (IA) e o aumento do uso da computação em nuvem, trouxeram
mudanças significativas para a área. A IA, em particular, está se mostrando
promissora, com potencial de adicionar até trilhões de dólares em valor
econômico através de casos de uso específicos e usos mais difusos que
aumentam a produtividade. Além disso, arquiteturas de confiança e identidade

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digital cresceram consideravelmente, já que segurança, privacidade e resiliência
se tornam cada vez mais complexos em todos os negócios.
Os líderes dos serviços financeiros também devem estar preparados
para lidar com desafios e oportunidades em um cenário caracterizado por altas
taxas de juros, maior pressão regulatória e inflação moderada, mas ainda
preocupante. As tendências tecnológicas, como a IA, a transição para a nuvem,
o aumento do risco de fraude e cibernético e a fusão das linhas da indústria,
exigirão dos líderes financeiros uma agilidade muito maior.
Sem contar ainda que a globalização foi um momento do passado, O
mercado para a área financeira já é global. Assim, o mercado de trabalho para
gestores financeiros não para de se expandir e principalmente diversificar, tanto
em termos de oportunidades de emprego quanto nas habilidades e
conhecimentos exigidos, especialmente no que diz respeito à tecnologia.
Nas salas de aula de poucas décadas se dizia, “guardem seus
celulares”. Hoje, “atualizem seus aparelhos para a próxima aula”.

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TEMA 2 – INOVAÇÃO: AS FINANÇAS DIGITAIS

Fonte: Criada por Daniel Weigert Cavagnari a partir da ferramenta Dall-e


(OpenAI).

As finanças digitais são hoje um importante elemento na transformação


econômica atual, representando um setor em constante inovação com grande
potencial de crescimento. Esse setor inclui as fintechs, que são empresas que
combinam finanças e tecnologia, muitas vezes startups, para oferecer serviços
financeiros de forma mais eficiente, econômica e acessível que os bancos
tradicionais.
Essas finanças digitais trouxeram várias inovações que mudaram
significativamente a maneira como as empresas funcionam e se relacionam com
clientes e mercados. Algumas dessas inovações incluem:
• Pagamentos Instantâneos: Ferramentas como o Pix no Brasil e
plataformas globais como o PayPal e o Wise permitem transações
instantâneas e transfronteiriças a custos reduzidos. Isso facilita o
comércio global para empresas de todos os tamanhos, com
possibilidades de operar em mercados internacionais com maior
facilidade.
• Acesso Facilitado ao Crédito: Plataformas de empréstimos peer-
to-peer (P2P) e soluções de crédito baseadas em IA possibilitam que
as empresas acessem financiamentos de forma mais rápida e com
menos burocracia.
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• Gerenciamento Financeiro Simplificado: Fintechs oferecem
soluções de gerenciamento financeiro e contabilidade que
automatizam processos complexos, desde folha de pagamento até
reconciliação bancária. Isso não apenas economiza tempo, mas
também reduz o risco de erros humanos.
• Plataformas de Crowdfunding: Estas plataformas permitem que as
empresas levantem capital diretamente de investidores e apoiadores,
democratizando o acesso ao financiamento. Isso é especialmente útil
para startups e empresas inovadoras que podem não se encaixar nos
critérios de financiamento tradicional.
• Serviços Bancários Abertos (Open Banking): O open banking
permite que as empresas compartilhem dados financeiros de forma
segura com terceiros via APIs, abrindo um mundo de personalização
de serviços financeiros e novas oportunidades de negócios. Isso
pode incluir desde melhores condições de empréstimo até serviços
personalizados de gestão de fluxo de caixa. PIX sem internet pode
ser outra possibilidade no futuro.
Estas inovações estão mudando a forma como as empresas operam
internamente e também como se relacionam com clientes, fornecedores e a
comunidade financeira em geral, permitindo melhorias para uma economia mais
integrada, eficiente e inclusiva.
Entre essas soluções, algumas dessas tecnologias estão integradas aos
conceitos de transações financeiras, como:
• Internet das Coisas (IoT): Permite que dispositivos conectados
executem transações financeiras de maneira autônoma e segura.
Geladeiras que se auto abastecem por exemplo.
• Inteligência artificial (IA): Caminho sem volta. Assim como a
calculadora foi disruptiva para as finanças e a engenharia, a internet
para as comunicações, a IA permite que avancemos em outras
possibilidades de negócios, sem nos preocupar com detalhes
burocráticos ou que nos exijam uma atenção que, muitas vezes, não
temos. Robos auxiliando nas finanças básicas, investimentos
monitorados, entre muitos outros.

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• Crowdfunding: Como visto, transformou a forma como as ideias são
financiadas, permitindo que qualquer pessoa com uma conexão de
internet apoie diretamente a próxima grande inovação.

Um destaque para o PIX, uma nova era, em tempo record. No Brasil


essa modalidade de transferência, rápida, precisa e barata, mudou o cenário dos
pagamentos, permitindo transferências instantâneas de dinheiro 24 horas por
dia, sete dias por semana, desafiando o domínio dos sistemas de pagamento
tradicionais pelas financeiras.
Vem ai o Drex, a moeda digital brasileira, permitindo o funcionamento
dinâmico e inteligente das criptomoedas, mantendo o controle e segurança do
Banco Central.
O Open Banking, uma revolução em si mesmo, está promovendo uma
era de serviços financeiros personalizados e integrados. Ao compartilhar dados
entre instituições com o consentimento do usuário, ele capacita consumidores a
obterem as melhores ofertas e serviços adaptados às suas necessidades
financeiras.
Essas inovações estão reconfigurando não apenas como interagimos
com o dinheiro, mas também como vivemos nossas vidas. Ao oferecer mais
controle e transparência, as finanças digitais trazem mais pessoas para a
economia formal, impulsionando o crescimento e promovendo uma inclusão
financeira mais ampla.
À medida que avançamos, esperamos que essas tecnologias se
entrelacem ainda mais, com um ecossistema financeiro que seja ao mesmo
tempo complexo, resiliente e, acima de tudo, centrado no cliente, não no
servidor. Em termos socioeconômicos, já temos uma relação maior com as
palavras da tecnologia.

1.3. Blockchain além das Criptomoedas:


O blockchain, base fundamental das criptomoedas, oferece um vasto
leque de aplicações transformadoras no setor financeiro que vão muito além das
moedas digitais. Esta tecnologia de registro distribuído promete aumentar a
transparência, a segurança e a eficiência em várias operações financeiras. Aqui
estão algumas das principais aplicações do blockchain no setor financeiro,
excluindo as que já conhecemos nas criptomoedas:

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• Pagamentos e Transferências Internacionais: O blockchain pode
simplificar e acelerar significativamente as transferências
internacionais de dinheiro, reduzindo os custos associados e o tempo
necessário para processar essas transações.
• Contratos Inteligentes: Os contratos inteligentes são programas
autoexecutáveis que são acionados quando condições predefinidas
são atendidas, sem a necessidade de intermediários. No setor
financeiro, isso pode ser usado para automatizar a execução de
contratos complexos, como empréstimos sindicalizados, seguros e
derivativos, tornando as transações mais eficientes e transparentes.
• Prova de Procedência e Autenticação de Ativos: O blockchain
pode ser usado para rastrear a origem e a propriedade de ativos
financeiros de maneira segura e imutável. Isso é particularmente útil
no rastreamento da cadeia de custódia de ativos valiosos, como
obras de arte, joias e imóveis, bem como na verificação da
autenticidade de documentos financeiros.
• Plataformas de Empréstimos Descentralizados (DeFi): As
plataformas de Finanças Descentralizadas (DeFi) utilizam tecnologia
blockchain para criar sistemas financeiros abertos e sem permissão,
onde os usuários podem emprestar, pedir emprestado e ganhar juros
em seus ativos sem a necessidade de intermediários tradicionais,
como bancos.
• Financiamento Coletivo e Emissão de Títulos: O blockchain
permite a emissão de títulos tokenizados, o que pode democratizar o
acesso ao financiamento coletivo e ao capital de investimento.
Empresas e projetos podem emitir tokens de segurança ou contratos
de dívida como forma de levantar fundos de uma comunidade global
de investidores.
• Serviços de Custódia e Armazenamento Seguro: A tecnologia
blockchain oferece uma forma segura de armazenar ativos digitais.
Isso é crucial para a gestão de riscos no setor financeiro, oferecendo
soluções de custódia que protegem contra fraudes e hacking.
• Liquidação de Transações: O blockchain pode automatizar e
simplificar o processo de liquidação de transações financeiras,
reduzindo o tempo e os custos associados. Isso melhora a eficiência

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operacional e reduz o risco de contraparte em transações de valores
mobiliários e outros instrumentos financeiros.
• Identidade Digital: Utilizando o blockchain, as instituições
financeiras podem criar e gerenciar identidades digitais seguras,
facilitando o processo de verificação de identidade (KYC) de maneira
eficiente e reduzindo a possibilidade de fraude.
• Tokenização e NFTs: A capacidade de tokenizar ativos reais e
digitais está criando novas formas de propriedade, investimento e
geração de receita, desde a arte até imóveis, abrindo novos
mercados e oportunidades de negócios.
Essas aplicações do blockchain têm o potencial de remodelar o setor
financeiro, sem dúvida, oferecendo novas formas de transparência, eficiência e
confiança nas operações financeiras.
À medida que a tecnologia amadurece e as regulamentações evoluem,
espera-se que mais inovações baseadas em blockchain sejam integradas às
finanças tradicionais, abrindo caminho para um futuro financeiro mais inclusivo
e descentralizado.

TEMA 3 – FINANÇAS PESSOAIS E EMPRESARIAIS

Fonte: Criada por Daniel Weigert Cavagnari a partir da ferramenta Dall-e


(OpenAI).

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No contexto das finanças pessoais observam-se algumas tendências e
movimentos significativos que moldam como os indivíduos estão gerenciando
seus recursos.
O advento do Pix, e futuramente o Real Digital (Drex), bem como os
conceitos de open banking, estão transformando a forma como as pessoas
administram o dinheiro.
Até pouco tempo finanças pessoais se limitava ao controle das finanças.
Hoje, tendenciosamente, as finanças estão dinamizadas acerca da colocação
profissional do indivíduo.
A exemplo disso, quantos são os influencers independentes que
necessitam administrar suas contas? O pessoal e o profissional se misturam
cada vez mais. Com isso, há uma crescente adoção de soluções digitais para o
planejamento financeiro. Os robos-advisors, por exemplo, inteligências artificiais
que orientam as pessoas em seus cotidianos financeiros.
Esse tipo de orientação está cada vez mais popular ao oferecerem
serviços de planejamento financeiro automatizados e orientados por algoritmos.
Este movimento em direção a soluções digitais também inclui um aumento no
uso de ferramentas baseadas em planilhas, como o Google Sheets, para uma
variedade de tarefas financeiras pessoais, de orçamentação a investimentos.
Além disso, o interesse em investimentos ambientais, sociais e de
governança não para de crescer, à medida que os consumidores se tornam mais
conscientes do impacto de suas escolhas de investimento na sociedade e no
meio ambiente. Há também uma ênfase crescente na literacia financeira e uma
adaptação às mudanças econômicas globais, como as incertezas inflacionárias
e os riscos geopolíticos que incentivam os investidores a diversificar suas
carteiras e buscar ativos protegidos contra a inflação.
No Canadá, por exemplo, as preocupações com uma recessão e o
aumento das taxas de juros levaram a mudanças nas estratégias de poupança
e investimento. Os consumidores estão se adaptando a um ambiente de altas
taxas de juros, buscando formas de consolidar dívidas e gerenciar empréstimos
de forma mais eficaz. O aumento da competição entre bancos e “neobancos”
(bancos digitais) está forçando os tradicionais a adotarem sistemas baseados
em nuvem para melhorar a eficiência e a oferta de serviços.

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Para enfrentar as incertezas econômicas e aproveitar as oportunidades
que surgem com as novas tecnologias, é importante que os indivíduos se
mantenham informados, busquem aprimorar suas habilidades de gerenciamento
financeiro e considerem a ajuda de profissionais financeiros quando necessário.
As tendências mostram uma indústria dinâmica impulsionada por soluções
digitais, garantindo estratégias financeiras personalizadas alinhadas com
aspirações individuais.

TEMA 4 – O PERFIL DO GESTOR FINANCEIRO

Fonte: Mec (https://www.gov.br/mec/pt-br)


São muitas as necessidades e incertezas do mercado, principalmente
em questões financeiras, hoje, inclusive, mais globais e dinamizadas do que
nunca. Novos conceitos surgem e com novas tecnologias. As ideias estão
aflorando e cada vez mais se faz necessário o preparo do profissional na área
financeira.
Assim, surge o Administrador Financeiro, dinâmico, conectado com as
novas ideias de negócios e preparado para os problemas econômicos que
surgem a cada dia, com conhecimento sobre o valor e importância do dinheiro,
mas com agilidade e conhecimento acerca da tecnologia para dinamizar, corrigir
e alavancar os negócios.
O Administrador Financeiro administra as finanças de todos os tipos de
empresas, sejam elas financeiras ou não, pequenas, médias ou multinacionais,
públicas, privadas ou sem fins lucrativos.
Há uma grande carência no mercado pelo perfil do Administrador
Financeiro, dada a grande necessidade de otimização de custos e melhor
aplicação dos recursos financeiros. Assim, existem grandes oportunidades de
trabalho, ou então até mesmo de gerir o próprio negócio.

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Segundo o Catálogo Nacional de Cursos Superiores do Ministério da
Educação, o Gestor Financeiro é o profissional que:
1) Elabora relatórios analíticos para acompanhamento dos resultados
financeiros das empresas.
2) Elabora indicadores quantitativos para tomada de decisões. Coleta,
organiza e analisa informações gerenciais para construção de
orçamento empresarial.
3) Qualifica os diversos indicadores econômicos e financeiros para a
gestão do negócio.
4) Avalia os custos das fontes de financiamento e de produção a curto
e longo prazo.
5) Articula soluções de fluxo de caixa.
6) Avalia potenciais de captação e aplicação de recursos financeiros.
Gerencia processos financeiros.
7) Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação.
Ainda segundo a perspectiva do Ministério da Educação, através da
Portaria 293/2022 (Dispõe sobre diretrizes de prova e componentes específicos
da área de Tecnologia em Gestão Financeira, no âmbito do Enade - Exame
Nacional Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, edição 2022), o
perfil profissional do egresso do curso superior de Tecnologia em Gestão
financeira é ser:
I. Ético e comprometido com os princípios legais, sociais e
ambientais inerentes ao exercício profissional;
II. Propositivo e colaborativo, com visão sistêmica e estratégica;
III. Crítico e reflexivo na articulação de conceitos teóricos, de
modelos, de instrumentos e de práticas de gestão financeira nas
organizações;
IV. Analítico e responsável na utilização do instrumental para
diagnóstico, para compreensão, para comunicação e para
intervenção na gestão financeira;
V. Consciente e sensível aos cenários econômicos e aos efeitos das
suas variações nos ambientes organizacionais.
Dentro desse perfil profissional esperado pelo mercado e pelos órgãos
superiores de educação, construímos o mais completo e abrangente curso
superior de Gestão Financeira, considerando ainda o que há de mais moderno

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no conceito e nas expectativas do Enade, das quais veremos nas próximas
aulas.

TEMA 5 – AS COMPETÊNCIAS EXIGIDAS DO GESTOR FINANCEIRO

Fonte: Criada por Daniel Weigert Cavagnari a partir da ferramenta Dall-e


(OpenAI).
Dentro desse perfil profissional esperado pelo mercado e pelos órgãos
superiores de educação, construímos o mais completo e abrangente curso
superior de Gestão Financeira, considerando ainda o que há de mais moderno
no conceito e nas expectativas do Enade, das quais veremos nas próximas
aulas.
Segundo Ferreira (2010), competência é “a qualidade de quem é capaz
de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade,
habilidade, aptidão, idoneidade”.
Vamos entender competência em saber fazer, mas com maestria.
Segundo o Mec (2022), através da Portaria 293 de 30 de junho de 2022,
Art. 6: O componente específico da área de Tecnologia em Gestão Financeira
avaliará se o(a) estudante concluinte desenvolveu, no processo de formação,
competências para:
I. Analisar diferentes cenários, levando em consideração aspectos
éticos, legais, ambientais e técnicos;
II. Identificar e utilizar práticas inovadoras na gestão financeira;

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III. Integrar, ao planejamento estratégico, a execução do plano
financeiro e orçamentário;
IV. Colaborar no planejamento organizacional e trabalhar em equipes
multidisciplinares;
V. Apurar, analisar, interpretar e relatar as informações obtidas por
meio de indicadores econômicos e financeiros;
VI. Gerenciar recursos financeiros com eficácia, eficiência e
efetividade;
VII. Utilizar instrumentos e métodos quantitativos e qualitativos para
tomada de decisões em finanças;
VIII. Planejar e tomar decisões financeiras com base na análise do
ambiente econômico e das questões conjunturais;
IX. Avaliar e recomendar a composição de recursos financeiros, bem
como fontes de captaçãoe de aplicação mais adequadas às
atividades organizacionais;
X. Avaliar e gerenciar risco e retorno no âmbito empresarial e de
mercado.
Para cada competência dessa, veremos mais à frente a atuação do
Gestor Financeiro, com base nas disciplinas estudadas, dentro de cada perfil
esperado no mercado de trabalho.

TROCANDO IDEIAS (fórum ou wiki)


Criptomoedas são uma realidade nos dias de hoje. Consideradas na
maioria dos mercados como um ativo de especulação. Seu objetivo, segundo o
fundados do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, criptomoedas são moedas que não
necessitam intermediários.
Embora esse seja o objetivo ideal, temos a maioria delas como um ativo
adquirido em câmbio. Comprar moedas para valorizarem.
Assim, considere esse posicionamento especulativo, de armazenagem e
especulação, e proponha outra forma de uso das criptomoedas e que envolvam
o processo de troca comercial.
Escolha preferencialmente uma criptomoeda. Cada uma possui uma
particularidade e principalmente objetivo.

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NA PRÁTICA (aplicação prática dos conteúdos da aula)
Pesquise na internet os tipos de crowdfunding disponíveis para empresas
e pessoas físicas, trazendo suas capacidades, meios e limites.
Lembre-se de aprofundar o conteúdo, uma vez que, o que se espera é um
conceito amplo e difundido acerca do exemplo.

FINALIZANDO (retomada dos conteúdos examinados na aula e comentário sobre a


problematização)
Nesta aula conseguimos compreender como a visão do mercado de
trabalho, para gestores financeiros, está em constante evolução, impulsionado
por avanços tecnológicos como fintechs, blockchain, e a crescente digitalização
das finanças.
Vimos também que essas inovações expandem as oportunidades de
atuação desses profissionais, não apenas em empresas tradicionais e
instituições financeiras, mas também em startups inovadoras e no
desenvolvimento de novos produtos financeiros digitais.
O perfil do gestor financeiro moderno exige uma combinação de
conhecimentos técnicos em finanças, competências analíticas e uma forte
compreensão das tecnologias emergentes. Além disso, habilidades em gestão
de riscos, planejamento estratégico e sustentabilidade são essenciais para
navegar nos desafios e oportunidades do século XXI.
O foco na inclusão financeira, redução da desigualdade e sustentabilidade
ambiental também destaca a importância da responsabilidade social na gestão
financeira.

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REFERÊNCIAS (fontes consultadas)

Andrich, Emir Guimarães; Cruz, June Alisson Westarb. GESTÃO FINANCEIRA


MODERNA – Uma Abordagem Prática. Curitiba: Intersaberes, 2013.
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 5ª ed. São Paulo:
Atlas, 2010
BATISTA, G.; et. al. Distrito: FINTECH REPORT 2023. Diponível em: <
https://distrito.me/>. Acesso em 04 mar 2024.
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 16
ed. São Paulo: Atlas, 2008
BRASIL. Ministério do Trabalho. CBO - Classificação Brasileira de
Ocupações Disponível em:< http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf
>. Acesso em 02 mar. 2024.
SILVA. Bráulio Wilker. Objetivos da administração financeira. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/objetivos-da-
administracao-financeira/69169/> Acesso em: fev. 2016
Cavagnari, D. W. Livro de Estudo: Administração Financeira e o
Gerenciamento de Capital. Curitiba: Intersaberes, 2023.
CAVAGNARI, D.W. Pequenas e Médias Empresas no Brasil. Curitiba:
Aymará, 2008.
Chiavenato, Idalberto. GESTÃO FINANCEIRA – Uma Abordagem
Introdutória. 3 ed. Barueri-SP: Manole, 2014.
FEBRABAN. Federação Brasileira de Bancos. A Transformação das Fintechs.
Disponível em: <https://febrabantech.febraban.org.br/temas/fintechs-e-
startups/a-transformacao-das-fintechs>. Acesso em 20 dez. 2023.
FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5. Ed.
Curitiba: Editora Positivo, 2010.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
GLOBO. Valor Econômico. Brasil perde 5,8 mil agências bancárias em 7
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