Acupuntura A Laser Na Quimioterapia Infantil

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Rua Dr.

Celestino, 74
24020-091- RJ – Brasil
Tel. (21) 2629-9484

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE


ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA
MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL

ACUPUNTURA A LASER NA QUIMIOTERAPIA INFANTIL:


uma proposta complementar ao cuidado de enfermagem no alívio da
náusea e do vômito - um ensaio clínico randomizado

Cristiane da Silva Varejão

NITERÓI, RJ
2016
ACUPUNTURA A LASER NA QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA PROPOSTA
COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO ALÍVIO DA NÁUSEA E
DO VÔMITO – um ensaio clínico randomizado

Autora: Cristiane da Silva Varejão


Orientadora: Profª.Drª. Fátima Helena do Espírito Santo

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado


Profissional Enfermagem Assistencial da Escola de
Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade
Federal Fluminense, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre.

Linha de Pesquisa: O Cuidado de Enfermagem para os Grupos Humanos.

Niterói, RJ
Maio- 2016
V 292 Varejão, Cristiane da Silva.
Acupuntura a laser na quimioterapia infantil:
uma proposta complementar ao cuidado de
enfermagem no alívio da náusea e do vômito:
um ensaio clínico randomizado / Cristiane da
Silva Varejão. – Niterói: [s.n.], 2016.

126 f.

Dissertação (Mestrado Profissional em


Enfermagem Assistencial) - Universidade
Federal Fluminense, 2016.

Orientador: Profª. Fátima Helena do


Espírito Santo.

1. Criança. 2. Enfermagem. 3.
Quimioterapia. 4. Acupuntura. 5. Náusea. 6.
Vômito. I. Título.

CDD 610.73698
CRISTIANE VAREJÃO

ACUPUNTURA A LASER NA QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA PROPOSTA


COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO ALÍVIO DA NÁUSEA E
DO VÔMITO – UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________
Profª Drª Fátima Helena do Espírito Santo - Presidente
Universidade Federal Fluminense-UFF

_________________________________________________________________
Enfª Drª Leila Leontina - 1ª Examinadora
Instituto Nacional do Câncer- INCA

_________________________________________________________________
Profª Drª Liliane Faria - 2ª Examinadora
Universidade Federal Fluminense - UFF

________________________________________________________________
Profª Drª Beatriz Fernandes Dias– Suplente
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-Macaé)

_________________________________________________________________
Profª Drª - Patrícia dos Santos Claro Fuly Suplente
Universidade Federal Fluminense -UFF
DEDICATÓRIA

À minha mãe Jaciara a quem devo tudo que sou hoje. Que me ajudou e me
apoiou durante esses dois anos de mestrado.

Aos meus filhos Daniel e Arthur que com certeza sentiram minha falta nos muitos
momentos de ausência para o estudo. Essa vitória também é de vocês.

Ao meu marido Sandro, que compartilhou comigo os momentos de desânimo,


alegria, privação e que hoje compartilha esse momento de vitória.

À minha Madrinha Antuninha, que foi essencial na minha formação e que tenho
certeza que torceu e torce por meu sucesso.

À amiga Marlete, que nas minhas horas de ausência para estudo muitas vezes
ficava com meus filhos distraindo-os e dando todo carinho que só ela sabe dar.

Aos pacientes (alguns que já não se encontram mais entre nós) e seus
responsáveis, que me ajudaram a fazer essa pesquisa, sem a participação deles
nada do que se apresenta aqui seria possível. Obrigada por todo o carinho, e
palavras de apoio. As crianças e adolescentes obrigada por toda a confiança
depositada em mim.

Ao meu pai, que sei que vibra com cada vitória que consigo alcançar.
AGRADECIMENTOS

Às minhas amigas da quimioterapia infantil INCA principalmente as do meu


plantão: Solange, Fernanda, Rafaela e Rubislene por compartilharem comigo as
etapas da pesquisa, por me ajudarem indicando pacientes para a coleta de
dados, por me incentivarem e torcerem por mim.

Aos meus amigos da Quimioterapia adulto do INCA por torcerem por mim e me
incentivarem durante todo o tempo.

À minha orientadora Fátima Helena do Espírito Santo, por acreditar nessa


pesquisa e trilhar comigo esse percurso. Obrigada por ser tão paciente e entender
meus momentos de ausência. Esse momento não seria possível sem suas
orientações e conselhos.

Ao meu amigo Rafael que muito me ajudou me dando força e me socorrendo nos
momentos de dificuldades

Aos amigos Maria, José, Teresa e Vítor. Vocês foram essenciais. Obrigada por
toda a força. Sei que estão vibrando com minha vitória.

Aos componentes da Banca: Leila, Patrícia e Liliane por compartilharem seus


conhecimentos e experiências comigo. Obrigada por todo o incentivo!

A todos os amigos que, de alguma forma, contribuíram me dando força e


acreditando em mim.
Créditos

Assessoria estatística: Nathalia Corrêa

Revisão de português: Maria Amália de Lima Cury Cunha

Tradução para o inglês: Maria Amália de Lima Cury


Saber Viver

Não sei... se a vida é curta


Ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocarmos o coração das
pessoas.

Muitas vezes basta ser:


Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,


É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mais que seja intensa,
Verdadeira, pura... enquanto durar.
Cora Coralina
RESUMO

Náuseas e vômitos são efeitos colaterais frequentes associados aos tratamentos


quimioterápicos. O enfermeiro acupunturista pode, mediante uma assistência
sistematizada contribuir com uma terapia complementar para controlar os
sintomas eméticos. Este estudo tem como objetivos: avaliar a eficácia da
acupuntura a laser no alívio de náuseas e vômitos em crianças e adolescentes
em tratamento de quimioterapia e propor um protocolo baseado na acupuntura
para alívio de náuseas e vômitos, decorrentes da quimioterapia. Trata-se de
estudo experimental, randomizado, simples cego. A pesquisa foi realizada no
Instituto Nacional do Câncer (INCA), instituição de referência no controle e
tratamento do câncer, localizada na Cidade do Rio de Janeiro. O projeto de
pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa do INCA sob registro nº
164/14 e CAAE 3374551.0.3001.5274. Foram selecionadas crianças e
adolescentes entre 6 a 17 anos que estivessem realizando quimioterapia com
drogas de alto e médio graus de toxicidade emetogênica. A coleta de dados
ocorreu no período de março a novembro de 2015. Os participantes foram
divididos em 2 (dois) grupos A e B. Em A aplicou-se a acupuntura a laser ativa e
em B a acupuntura placebo. A análise dos dados indica que houve um alívio
significativo da náusea no grupo que recebeu a intervenção, quando comparado
ao grupo placebo. Constatou-se também uma diminuição do número de episódios
de vômitos no segundo e terceiro dia de quimioterapia. Nos dias 1, 4 e 5 não
houve diferença significativa em relação ao número de episódios de vômitos, se
comparado o grupo da intervenção com o grupo placebo. Conclusão: a
laseracupuntura mostrou-se eficaz para aliviar a náusea nos 5 dias seguintes à
quimioterapia e para reduzir o número de episódios de vômitos nos segundo e
terceiro dia após quimioterapia.
Descritores: Criança, enfermagem, quimioterapia, acupuntura, náusea, vômito.
ABSTRACT

Nausea and vomiting are common side effects associated with chemotherapy. The
acupuncture nurse can, by systemized care contribute to a complementary
therapy to control emetic symptoms. The acupuncture nurse can, by a
systematized care contribute to a complementary therapy to control emetic
symptoms. This study has as objectives: to evaluate the efficacy of the laser
acupuncture in the relief of nausea and vomiting in children under chemotherapy
and propose a protocol based on the acupuncture for the relief of nausea and
vomiting caused by chemotherapy. It is an experimental, randomized, single- blind
study. The research was conducted at the National Cancer Institute (INCA),
institution of reference in cancer control and treatment in Rio de Janeiro. The
Ethical Research Committee of the INCA under N. 164/14 and CAAE
3374551.0.3001.5274 approved the research project. Children and adolescents
aged 6-17 years who were receiving highly or moderately emetogenic
chemotherapy were selected for the study. The data-collection occurred during the
period from March to November of 2015. The study participants were divided into
two groups: Group A and Group B. Active laser acupuncture was applied to A and
placebo acupuncture was applied to B. Data analysis points out that there was a
significant relief of nausea in the group that received the intervention when
compared to the placebo group. It was also observed reduced episodes of
vomiting on the second and third day after chemotherapy. On the 1st 4th and 5th
there was no significant difference with relation to the episodes of vomiting, when
comparing the intervention group to the placebo group. Conclusion: the study
showed the efficacy of laser acupuncture for the relief of nausea 5 days after
chemotherapy and for reducing vomiting on the 2nd and 3rd days after
chemotherapy.
Descriptors: Child, nursing, chemotherapy, acupuncture, nausea, vomiting.
LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Página
Figura 1- Os meridianos.................................................................................28
Figura 2- Fluxograma do levantamento das publicações...............................31
Figura 3- Ponto de Acupuntura CS6...............................................................40
Figura 4- Ponto de Acupuntura IG4................................................................40
Figura 5- Ponto de Acupuntura E36...............................................................41
Figura 6- Ponto de Acupuntura BP6...............................................................41
Figura 7- Ponto de Acupuntura B20...............................................................42
Figura 8- Ponto de Acupuntura VC10.............................................................42
Figura 9- Ponto de acupuntura VC12.............................................................43
Figura 10- Fluxograma de recrutamento dos participantes............................45
Quadro 1- Tipos de neoplasias.......................................................................22
Quadro 2- Publicações selecionadas e incluídas na pesquisa ......................32
Quadro 3- Graus de náusea segundo a CNI..................................................39
Quadro 4- Protocolos acompanhados com laseracupuntura.........................44
LISTA DE TABELAS

Pág
Tabela 1: Tabela de análise da variável sexo..................................46
Tabela 2: Tabela de análise descritiva das variáveis quantitativas
idade, peso e altura..........................................................................47
Tabela 3: Tabela de frequência das variáveis qualitativas diagnóstico
e ciclo................................................................................................48
Tabela 4: Tabela do teste de Wilcoxon-Mann..................................49
Tabela 5: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de
enjôo dia 1 e teste exato de Fisher...................................................50
Tabela 6: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de
enjôo dia 2 e teste exato de Fisher...................................................50
Tabela 7: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de
enjôo dia 3 e teste exato de Fisher...................................................51
Tabela 8: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de
enjôo dia 4 e teste exato de Fisher...................................................51
Tabela 9: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de
enjôo dia 5 e teste exato de Fisher...................................................52
Tabela 10: Tabela de frequência das variáveis grupo e quantidade
de vômito dia 1 e teste exato de Fisher............................................52
Tabela 11: Tabela de frequência das variáveis grupo e quantidade
de vômito dia 2 e teste exato de Fisher............................................53

Tabela 12: Tabela de frequência das variáveis grupo e quantidade


de vômito dia 3 e teste exato de Fisher............................................53
Tabela 13: Tabela de frequência das variáveis grupo e quantidade
de vômito dia 4 e teste exato de Fisher............................................54
Tabela 14: Tabela de frequência das variáveis grupo e quantidade
de vômito dia 5 e teste exato de Fisher............................................54

11
LISTA DE SIGLAS
ATP MITOCONDRIAL- Adenosina trifosfato mitocondrial

COFEN- Conselho Federal de Enfermagem

CUN– Unidade de medida utilizada pelos chineses para distâncias no corpo

CTZ- zona de gatilho quimiorreceptora

HUMANIZA/SUS- Política Nacional de Humanização

LAP- Laser de alta potência

LBP- Laser de baixa potência

LILACS- Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da

Saúde

MEDLINE- Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MO- Mucosite Oral

MS- Ministério da Saúde

MTC- Medicina Tradicional Chinesa

NV- Náuseas e vômitos

PNPIC- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

PUBMED- National Library of Medicine

SUS- Sistema Único de Saúde

QT- Quimioterapia

QI- Energia Vital

VC- Centro do vômito

12
SUMÁRIO

1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS 15
Questão de pesquisa ............................................................................................ 19
Objetivos do estudo ............................................................................................... 19

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 20


2.1 O câncer nas crianças e adolescentes ............................................................ 20
2.2 A náusea e vômito decorrentes da quimioterapia ........................................... 26
2.3 A medicina tradicional chinesa.........................................................................27
2.3.1 A náusea e o vômito na medicina tradicional chinesa..................................29
2.3.2 Evidências científicas do uso da utilização da Acupuntura na oncologia
pediátrica................................................................................................................30
2.4 O laser de baixa potência e seu uso na pediatria............................................33

3- MÉTODO 36
3.1 Tipo de pesquisa..............................................................................................36
3.2 Campo de pesquisa.........................................................................................36
3.3- Aspectos éticos da pesquisa..........................................................................37
3.4 Participantes da pesquisa................................................................................37
3.4.1 Critérios de inclusão......................................................................................37
3.4.2 Critérios de exclusão.....................................................................................37
3.5 Cálculo da amostra .........................................................................................38
3.6 Etapas da pesquisa..........................................................................................38
3.7- Esquema de tratamento com acupuntura a laser...........................................39
4- RESULTADOS
4.1- Análise estatística...........................................................................................44

5- DISCUSSÃO 56

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................60
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM............................................62
13
7- REFERÊNCIAS.................................................................................................92
APÊNDICES
Apêndice A: Termo de assentimento 6 a 12 anos.................................................99
Apêndice B: Termo de assentimento 13 a 17 anos.............................................105
Apêndice C: Termo de consentimento livre e esclarecido...................................111
Apêndice D: Diário respondido pelo participante.................................................117
Apêndice E: Autorização do uso de imagem.......................................................120

ANEXOS
Anexo A: Aprovação do Comitê de Ética Instituto Nacional do Câncer...............121
Anexo B: Aprovação do Comitê de Ética do Hospital Universitário Antônio
Pedro....................................................................................................................122

14
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

.O uso da acupuntura a laser e seus efeitos no alívio de náusea e vômitos em


crianças e adolescentes em tratamento quimioterápico é o objeto de estudo desta
dissertação. A motivação para essa temática emerge da minha trajetória
profissional, inicialmente como residente de enfermagem em um hospital
oncológico e, atualmente, como enfermeira nessa mesma instituição, atuando em
uma unidade de quimioterapia antineoplásica (QT) infantil.
Por atuar em um centro oncológico, especificamente no ambulatório de
quimioterapia infantil, observo que muitas crianças apresentam como toxicidade à
droga administrada, elevado grau de ocorrência de náuseas e vômitos, para os
quais, a administração de drogas antieméticas e corticóides disponíveis ainda se
mostra insuficiente para o alívio de tais sintomas.
Ao longo da minha trajetória profissional atuei em duas instituições
relacionadas à oncologia, sendo que na primeira o atendimento era voltado para a
quimioterapia em adultos. Em ambas as situações, a toxicidade gastrointestinal
sempre foi considerada um efeito colateral que muito me inquietava. Entretanto,
nas crianças, dependendo da idade e do peso, essa toxicidade pode culminar em
complicações como perda de peso, desidratação e distúrbio hidroeletrolítico. Tais
complicações podem levar à necessidade de hospitalização e também ao
adiamento dos ciclos subsequentes.
Além dessas complicações orgânicas, todo esse estresse gera tanto para a
família quanto para os pacientes, ansiedade, medo e resistência ao tratamento. O
vômito pode ser encarado como uma das piores manifestações para crianças e
adolescentes, favorecendo a perda do apetite, já que ao se alimentarem, logo
apresentam o vômito, o que pode levar à recusa da alimentação nessa fase
(1)
contribuindo para a perda de peso, desidratação e queda do estado geral .
Movida por tais inquietações, após cursar uma pós-graduação em
acupuntura, senti a necessidade de realizar um estudo clínico para avaliar a
eficácia dessa terapia no alívio das náuseas, vômitos, contribuindo dessa maneira
para a melhoria da qualidade de vida dessa clientela.

15
No cenário brasileiro o câncer é um dos problemas de saúde pública mais
complexos dentro do Sistema único de Saúde (SUS), dada sua magnitude
(2)
epidemiológica, social e econômica . Atualmente, nos adultos, ele é a segunda
causa de morte por doença no País e, segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), caso medidas preventivas não forem tomadas, passará a ocupar o
primeiro lugar em mortalidade, principalmente em países em desenvolvimento (³).
Segundo o Ministério da Saúde (MS), cerca de um terço desses casos de
câncer podem ser evitados com o controle efetivo dos fatores de risco
determinantes para sua ocorrência. Estilos inadequados de vida, inatividade
física, sedentarismo, obesidade, uso do álcool, alimentação incorreta, tabagismo,
prática de sexo sem proteção, exposição excessiva à radiação solar, dentre
outros, constituem fatores determinantes para que a doença se desenvolva e que
(2,3)
o número de novos casos aumente a cada ano .
Nesse sentido, no cenário das políticas para o controle do Câncer, a Lei
Orgânica da Saúde, em seu artigo 2, versa sobre o dever do Estado de garantir a
saúde através da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
visem à redução dos riscos de doenças e outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
(4)
para a sua promoção, proteção e recuperação .
No Brasil, embora muitos serviços especializados sejam tão eficazes
quanto os de países mais desenvolvidos, ainda persistem diferenças regionais
nessa oferta de serviços de saúde, o que faz com que a média de sobrevida
esteja abaixo do esperado, frente aos avanços tecnológicos na área oncológica,
contrariando a Lei Orgânica da Saúde, no que se refere ao acesso universal e
igualitário ao atendimento (4,5).
Na tentativa de melhorar essa realidade, a Portaria 874 de 16 de maio de
2013, do Ministério da Saúde (MS) instituiu a Política Nacional para a Prevenção
e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças
Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme consta no
capítulo 1, em seu artigo 2, esta política objetiva a redução da mortalidade e da
incapacidade causadas por esta doença e indica a possibilidade de reduzir a

16
incidência de alguns tipos de tumores, bem como contribuir para a melhoria da
qualidade de vida dos usuários com câncer, por meio de ações de promoção,
(6)
prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos . Neste
sentido, o Ministério da Saúde (MS) tem atuado em ações primárias e
secundárias visando à integralidade da assistência e avanços nas disparidades
regionais.
Portanto, a enfermagem oncológica tem papel fundamental no
desenvolvimento de atividades de planejamento e execução, em todos os níveis
de atenção, atuando com uma linha de cuidados que contemple as diferentes
dimensões e necessidades da população.
Dentre as ações primárias, o enfermeiro pode atuar em atividades de
educação em saúde visando intervir nos fatores de risco da população adulta,
como tabagismo, obesidade, alimentação, doenças sexualmente transmissíveis,
dentre outras, assim como discutir a importância de exames de rastreamento que
(7)
se mostrem eficazes na detecção precoce de determinados tumores . Em nível
secundário, o enfermeiro pode aplicar, na prática assistencial, seu conhecimento
com atividades clínico-assistenciais voltadas para o diagnóstico precoce, como a
consulta de enfermagem que envolve o exame físico e coleta de preventivo (7).
Por último, e não menos importante, e foco desse estudo está em nível
(7),
terciário com ações voltadas para o tratamento e reabilitação onde o
enfermeiro desempenha papel fundamental, atuando em unidades hospitalares e
centros de reabilitação. Para transversalizar todos os níveis do SUS e fazer uma
articulação dos avanços tecnológicos com o acolhimento, bem como a melhoria
dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais, o
Ministério da Saúde lançou em 2004 a Política Nacional de Humanização
(HumanizaSUS) (8).
O tema dessa dissertação vem ao encontro da atual política que reforça a
importância do compromisso com o sujeito e seu coletivo, estimulando as
diferentes práticas terapêuticas que, nesse estudo, é a acupuntura, incentivando a
corresponsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de
produção da saúde. Nesse contexto, a assistência de enfermagem na QT infantil

17
assume destaque a ser explorado, considerando a amplitude de ações que
podem ser empreendidas no sentido de favorecer a recuperação e manutenção
da saúde dos pacientes frente ao tratamento e reabilitação.
A quimioterapia é uma das possibilidades de tratamento do câncer e,
dependendo da droga em questão, podem surgir determinados efeitos colaterais
como alopécia, neutropenia, anorexia, prostração, diarreia, náuseas e vômitos (9).
Como desafio para o enfrentamento desses efeitos adversos, no
movimento de inserção de terapias integrativas e complementares nos serviços
de saúde, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), contemplando a acupuntura como um método
terapêutico não farmacológico eficaz, de fácil acesso e baixo custo
(10)
representando, portanto, uma das perspectivas de atuação do enfermeiro .
A PNPIC vem corroborar para a integralidade das ações da saúde visto
que atua no campo da prevenção, promoção, manutenção e recuperação da
saúde, propondo uma assistência humanizada e voltada para a integralidade do
indivíduo. Abrange as seguintes práticas: acupuntura, homeopatia, fitoterapia,
termalismo e medicina antroposófica.(10)
(10)
Um consenso do National Institutes of Health dos Estados Unidos
referendou a indicação da acupuntura, de forma isolada ou como coadjuvante, em
várias doenças ou agravos à saúde, tais como: dependência química,
dismenorreia, cefaleia, lombalgia, reabilitação pós-acidente vascular encefálico e
também para náuseas e vômitos pós QT, o que vem fortalecer a relevância da
temática abordada nessa pesquisa. Para destacar a importância desse trabalho
soma-se o fato de que o mesmo vem ao encontro da PNPIC no que tange a
premissa de incentivar (10):
- o desenvolvimento da acupuntura em caráter multiprofissional para as
categorias presentes no SUS;
- a elaboração de normas técnicas e operacionais compatíveis com o
desenvolvimento dessa prática;
- a divulgação das possibilidades terapêuticas e alternativas a tratamentos
convencionais;

18
- a criação de pesquisas com as linhas de acupuntura para aprimorar sua prática,
segurança e aspectos econômicos, associados ou não a outros procedimentos, e
práticas complementares de saúde.
O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), como órgão normatizador
do exercício profissional da enfermagem, pela Resolução 326/2008 autoriza o
enfermeiro a usar autonomamente a acupuntura em suas condutas profissionais
mediante título emitido por curso de pós-graduação Lato Sensu (11).
O enfermeiro acupunturista apresenta um papel de extrema importância no
alívio de diversos sintomas decorrentes da quimioterapia, podendo usar diferentes
técnicas de acupuntura para melhorar a qualidade de vida do cliente oncológico,
favorecendo a complementaridade em detrimento da exclusão, ampliando a
variedade de opções para os cuidados em saúde.
Frente à problemática explicitada, a investigação da utilização da
acupuntura a laser na prevenção de náuseas e vômitos em crianças e
adolescentes, enquanto complementar ao cuidado de enfermagem, se mostra
fundamental na perspectiva da melhoria dos problemas de saúde dessa clientela
e da qualidade de vida do cliente oncológico.
Nesse contexto foi formulada a seguinte questão de pesquisa: A
acupuntura a laser é eficaz para prevenir e/ou aliviar a náusea e vômito de
crianças e adolescentes submetidos à quimioterapia?

OBJETIVOS DO ESTUDO

 Aplicar a acupuntura a laser em crianças e adolescentes submetidas à


quimioterapia com drogas de alto e médio graus de emetogenicidade
 Analisar os efeitos da utilização da acupuntura a laser no alívio de náusea
e vômitos em crianças e adolescentes submetidos à quimioterapia;
 Propor um protocolo de cuidados de enfermagem através da acupuntura a
laser para alívio de náusea e vômitos em crianças submetidas à
quimioterapia
O presente estudo espera contribuir de maneira significativa para a
comunidade científica e possui potencial investigativo em face da complexidade
19
que é a assistência ao paciente oncológico em quimioterapia. Além disso, o
número reduzido de pesquisas envolvendo crianças justifica a relevância desta
investigação, abrindo perspectivas de novos estudos e contribuindo para a
melhoria do cuidado de enfermagem prestado a esses pacientes.
Espera-se também contribuir para ampliar a atuação do enfermeiro e
viabilizar estratégias de intervenção de maneira que possam minimizar as
intercorrências da quimioterapia, reduzindo a necessidade de hospitalização e,
contribuindo significativamente, na melhoria da qualidade de vida desta clientela.
No campo da gestão pública e, especificamente, no serviço em que atuo,
poderá contribuir com diretrizes para a construção de propostas institucionais que
melhorem a assistência de saúde no âmbito oncológico infantil e, posteriormente,
estender-se a outras faixas etárias. Este estudo insere-se na linha de pesquisa o
Cuidado de Enfermagem para os Grupos Humanos, área de concentração
Processos de Cuidar em Enfermagem, visa, portanto, inclusive, ampliar e
fortalecer os conhecimentos e pesquisas nessa linha.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O CÂNCER NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES


O câncer infantil é considerado raro quando comparado com os tumores do
adulto, correspondendo entre 2 e 3% de todos os tumores malignos. Este deve
ser estudado separadamente do adulto por apresentar diferenças nos locais
primários, diferentes origens histológicas e comportamentos clínicos. Tende a
apresentar menores períodos de latência, costuma crescer rapidamente e torna-
se bastante invasivo, porém responde melhor à quimioterapia (5).
A maioria dos tumores pediátricos apresenta achados histológicos que se
assemelham a tecidos fetais nos diferentes estágios de desenvolvimento, sendo
considerados embrionários. Essa semelhança com as estruturas embrionárias
gera grande diversidade morfológica, resultante das constantes transformações

20
celulares, podendo haver um grau variado de diferenciação celular. No quadro 1
são apresentados os grupos dos tumores infantis, que se baseiam,
principalmente, na morfologia para classificar o tumor (5).
Diversos fatores (genéticos e ambientais) têm sido relacionados com o
desenvolvimento de tumores malignos na população pediátrica, no entanto ainda
há controvérsia nos estudos etiológicos de grande escala em todos esses tipos de
cânceres, além de poucas comprovações referentes às possíveis causas e
mecanismos etiopatogênicos (5).
No que tange aos fatores genéticos, a predisposição genética pode estar
associada a mutações de genes supressores, sendo que diversas neoplasias
estão relacionadas a anomalias e/ou síndromes genéticas, como por exemplo, a
Síndrome de Down e Leucemia. Já os fatores ambientais são decorrentes do
estilo de vida durante a gravidez, dos quais os mais descritos são: medicações e
alimentação durante a gravidez, hábitos como fumo e álcool e exposição a
agentes químicos, como pesticidas, tanto de uso doméstico como rural. Diversos
agentes infecciosos têm demonstrado possuir um papel evidente na etiopatogenia
dos tumores, como exemplo o vírus Epstein-Barr causando o linfoma de Burkitt
endêmico (descrito na África) e o vírus HPV para o câncer de colo de útero.(5,12)

21
Quadro 1- Tipos de Neoplasias Infantis (5)
Grupo Diagnóstico Morfologia
I- Leucemias Leucemia Linfóide
Leucemia aguda não linfóide
Leucemia mielóide crônica
Outras leucemias específicas
Leucemias inespecíficas
II- Linfomas e neoplasias reticuloendoteliais Doença de Hodgkin
Linfoma não Hodgkin
Linfoma de burkitt
Neoplasias linforeticulares mistas
Linfomas inespecíficos
IV- Tumores do sistema nervoso simpático Neuroblastoma e ganglioneuroblastoma
Outros tumores do sistema nervoso simpático
V- Retinoblastoma Retinoblastoma
VI- tumores renais Tumor de Wilms, tumor rabdóide e carcinoma de
células claras.
Carcinoma renal

Hepatoblastoma

VII- Tumores hepáticos Carcinoma Hepático

Tumores hepáticos malignos inespecíficos


VIII- Tumores ósseos malignos Osteossarcoma
Condrossarcoma
Sarcoma de Ewing
Outros tumores ósseos malignos específicos

Outros tumores ósseos malignos inespecíficos


Rabdomiossarcoma e sarcoma embrionário
Fibrossarcoma, neurofibrossarcoma e outras
neoplasias fibromatosas
Sarcoma de Kaposi
IX- Sarcomas de partes moles Outro sarcoma de partes moles específicos

Sarcoma de partes moles inespecíficos


X- Neoplasias de células germinativas, trofoblásticas Tumores de células germinativas intracraniais e
e gonodais intraespinhais
Tumores de células germinativas não gonadais
inespecíficos
Tumores de células germinativas gonadais
Carcinomas gonadais
Outros tumores malignos gonadais inespecíficos
XI- Carcinomas e outras neoplasias epiteliais Carcinoma de adrenal
malignas Carcinoma de tireóide
Carcinoma de rinofaringe
Melanoma maligno
Carcinoma de Pele
Outros carcinomas inespecíficos
XII- Outra neoplasias Malignas específicas Outros tumores malignos específicos
Outros tumores malignos inespecíficos
Fonte: Brasil. Diagnóstico precoce do câncer na criança e adolescente. INCA. 2011

22
No contexto mundial, os tipos mais frequentes de tumores que acometem
crianças e adolescentes são as leucemias, seguidos dos tumores de sistema
nervoso central (SNC) e os linfomas. No Brasil, as leucemias também são as
neoplasias mais frequentes, porém, diferentemente do padrão observado nos
países desenvolvidos, o segundo tumor mais frequente é o linfoma seguido pelos
tumores de SNC (13).
A sobrevida do câncer pediátrico está relacionada a diversos fatores, entre
eles os relacionados aos pacientes como sexo, idade, assim como localização,
extensão e tipo do tumor. Todavia, as questões inerentes a organizações dos
serviços de saúde que podem implicar maior ou menor facilidade no diagnóstico,
referência e qualidade no tratamento e suporte social, também contribuem para
determinar chances diferenciadas de sobrevida (5).
O tempo entre os surgimentos dos sintomas e o diagnóstico é crucial para
a cura e melhoras na qualidade da sobrevida. Os sinais e sintomas das
neoplasias pediátricas são consideravelmente inespecíficos, confundindo-se com
doenças frequentes da infância, o que pode levar a um atraso no diagnóstico. Se
o profissional que presta atendimento a essa criança não for suficientemente
(14)
habilitado a assistência necessária será adiada .
O prognóstico e uma sobrevida com qualidade de vida podem ser
influenciados por três fatores: o hospedeiro (sexo, idade, raça, comorbidade,
fatores socioeconômicos); o tumor (extensão, local primário, morfologia e biologia)
e o sistema de saúde (rastreamento, facilidades de diagnóstico e tratamento,
(12,13)
qualidade do tratamento e acompanhamento) . A sobrevida de crianças com
doença maligna melhorou sensivelmente nesses últimos 30 anos, devendo-se,
sobretudo, à melhora e avanço terapêutico e à centralização do tratamento em
instituições especializadas. Os tumores são tratados associando-se ou não, de
acordo com o caso, às cinco modalidades terapêuticas preconizadas: cirurgia,
quimioterapia, radioterapia, transplante de células – tronco hematopoiéticas e à
terapia biológica9.

23
No caso deste estudo, nos deteremos em drogas quimioterápicas, que no
tratamento de crianças com câncer contribuiu de maneira significativa para o
incremento das taxas de sobrevida. Os tumores pediátricos têm alto índice
proliferativo e são, em sua maioria, quimiossenssíveis (1,12).
A principal definição de quimioterapia antineoplásica refere-se ao emprego
de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, que atuam interferindo
diretamente no processo de crescimento e divisão do ciclo celular, com o objetivo
de tratar as neoplasias malignas (9).
Existem quatro tipos de quimioterapia (QT): a curativa em que o objetivo é
conseguir a remissão completa do tumor apenas com esta modalidade de
tratamento, adjuvante que vem depois de um primeiro tratamento, seja ele
cirúrgico ou radioterápico, com a intenção de prevenir micrometástases, a
neoadjuvante, que é aquela realizada antes da cirurgia, com o objetivo de reduzir
a massa tumoral, tornando a ressecção cirúrgica mais fácil e permitindo a
preservação funcional do órgão e a QT paliativa, que não tem finalidade curativa,
sendo usada para melhorar a qualidade da sobrevida do paciente (9).
O tratamento quimioterápico varia de acordo com o diagnóstico e o
estadiamento do tumor. Assim, o esquema utilizado para o tratamento,
denominado de protocolo, geralmente utiliza a associação de dois ou mais
quimioterápicos que podem causar diversos efeitos colaterais devido à alta
(9)
toxicidade aos tecidos . As reações adversas decorrentes da quimioterapia
relacionam-se a não especificidade, ou seja, essas drogas não afetam
exclusivamente as células tumorais. Os efeitos adversos ocorrem,
predominantemente, sobre células de rápida divisão, em especial, às do tecido
hematopoiético, germinativo, do folículo piloso e do epitélio de revestimento do
aparelho gastrintestinal (1,13).
Esse último apresenta como efeitos colaterais, considerados comuns, as
náuseas e vômitos que, quando intensos, afetam a condição nutricional, o
equilíbrio hidroeletrolítico e a qualidade de vida do paciente. São fontes de intensa
ansiedade e estresse tanto para a criança e adolescente quanto para a família, e,
(13)
não raro, pode levar à internação e ao abandono do tratamento .

24
A incidência de náuseas e vômitos está relacionada, primariamente, ao
potencial emetogênico da droga. Aproximadamente 30% dos agentes
quimioterápicos produzem náuseas e vômitos significativos nos pacientes
tratados. Nesse estudo acompanharemos ciclos com drogas de alto potencial
emetogênico: Cisplatina, Doxorrubicina, Metotrexato, e Ciclofosfamida
(>1500mg/m²) e médio potencial: Ifosfamida.
A náusea e o vômito podem ocorrer em três momentos distintos: imediata
ou agudamente até 24 horas após a infusão, mediata ou tardia, 24 horas após a
administração do quimioterápico até 4 a 5 dias e antecipatória, que ocorre antes
da aplicação da QT. (13)
O objetivo da terapêutica antiemética é impedir ou diminuir as náuseas e
vômitos, permitindo que a criança se alimente, mantenha a ingestão hídrica
adequada, preservando sua qualidade de vida e evitando desidratação,
desnutrição e distúrbios hidroeletrolíticos (9).
Entretanto, observo no meu campo de trabalho que algumas crianças,
apesar do esquema de antieméticos, permanecem com episódios eméticos e
intensas náuseas, o que contribui em grande parte para internações, gerando
estresse e desânimo para dar seguimento ao tratamento.
A quimioterapia, sendo uma das principais formas de tratamento do câncer
pode levar a vários efeitos colaterais. Um estudo aponta que para as crianças e
adolescentes os principais efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia são:
mal- estar, náusea e vômito, indisposição, falta de apetite, alteração de peso, e
alopécia (1).
Apesar da terapêutica antiemética disponível no mercado os efeitos
gastrointestinais acometem entre 45% e 75% dos pacientes em tratamento
antineoplásico. Muitos vivenciam sofrimento acentuado, devido a náuseas e
vômitos, o que pode causar desconforto importante como dor, soluço, azia e
anorexia, além de perda de peso acentuada. Caso esses sintomas não sejam
controlados podem causar desequilíbrio hidroeletrolítico, distúrbio ácido, básico e
metabólico. Tais intercorrências podem levar a uma internação e à interrupção da

25
quimioterapia causando, tanto nos pacientes quanto nos familiares, angústia e
sofrimento (15).
Um estudo realizado nos EUA com 385 participantes enumerou as principais
queixas em crianças e adolescentes em tratamento quimioterápico. Os cinco
sintomas mais relatados pelos participantes foram: prostração (77%), náusea
(72%), perda do apetite (66%), irritabilidade (61%) e vômitos (54%). Nota-se com
esse resultado que a náusea é um sintoma que se encontra em segundo lugar no
(16)
check list de queixas dos participantes . Sendo essa queixa atenuada, a perda
de apetite, irritabilidade e vômitos tendem a diminuir também, pois a náusea
intensa leva à anorexia, provoca vômito, deixando-os prostrados e irritados (15).
A atenção e o manejo adequado desses sintomas durante o tratamento são
essenciais para proporcionar qualidade de vida e conforto tanto para as crianças
e adolescentes quanto para seus familiares. Resultados obtidos com outro artigo
de revisão integrativa sobre as principais queixas em crianças e adolescentes
submetidas a tratamento oncológico mostraram como queixa principal a dor,
seguida da fadiga e da náusea e vômito (16).
O enfermeiro enquanto profissional que se encontra no cuidado direto aos
indivíduos em tratamento do câncer deve através da sua assistência minimizar
tais efeitos colaterais, seja medicando, orientando, apoiando ou realizando
quando habilitado, práticas complementares que aliviem os efeitos adversos.
Deve, como profissional, estar apto à pesquisa, além de incentivar, colaborar e
realizar estudos que corroborem com o tratamento, reabilitação e com o aumento
da qualidade de vida tanto dos pacientes quanto dos seus familiares.

2.2 A NÁUSEA E VÔMITO DECORRENTES DA QUIMIOTERAPIA

A náusea é a sensação desagradável, mal-estar ou desconforto localizado


no epigástrio, região da garganta ou abdômen. Vômito é a expulsão forçada do
conteúdo do estômago, do duodeno e ou jejuno proximal. O Vômito pode ocorrer
em resposta a estímulos do sistema nervoso central e periférico, quando os
impulsos são transmitidos por aferentes vagais e simpáticos até o cérebro, em

26
uma área específica, localizada no bulbo, situado próximo ao núcleo do trato
solitário. Esta área específica é responsável pelo ato do vômito, sendo composta
por duas unidades, a zona de gatilho quimiorreceptora (CTZ) e o centro do vômito
(VC) (9,17).
A CTZ responde a uma extensa variedade de neurorreceptores que são
mediadores de náuseas e vômitos, entre os quais estão a dopamina, serotonina,
a histamina e as prostaglandinas. O centro do vômito, por sua vez, recebe muitas
estimulações que surgem das fibras sensoriais vagais existentes no trato
gastrointestinal dos núcleos vestibulares e de alguns lugares mais altos do córtex
e da CTZ. As células da mucosa do estômago e do intestino delgadas agredidas
pela ação dos quimioterápicos liberam serotonina, prostaglandinas e outros
neurotransmissores. Estes ativam seus receptores nas fibras vagais aferentes
(9,17)
que por sua vez estimulam o centro do vômito e a zona receptora do gatilho .
A base para o tratamento antiemético é o controle neuroquímico do vômito.
Como descrito anteriormente, o centro do vômito e a zona quimiorreceptora do
gatilho contém receptores para histamina, dopamina, serotonina. Os antieméticos
agem inibindo e bloqueando os receptores dessas substâncias, reduzindo assim
os fatores de estimulação da náusea e do vômito (9). Podem ser classificados em:
Antagonistas da dopamina (fenotiazínicos), como o fenergam©; antagonistas da
serotonina, como ondansetrona, granisetrona e antagonistas das prostaglandinas,
como a dexametasona.
Náuseas e vômitos podem ocorrer horas depois da quimioterapia, mesmo
com o uso da medicação antiemética, pois as células do trato gastrointestinal são
afetadas. A severidade do vômito pode variar conforme a medicação e a dose da
quimioterapia e ele poderá fazer com que a criança/adolescente se torne
anorético, perca peso e se desidrate (18).

2.3 A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

A Medicina Tradicional Chinesa é a denominação usualmente dada ao


conjunto de práticas da medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas no

27
curso da sua história. Documentada há quase 5 mil anos, é hoje conhecida e
praticada em diversas partes do mundo. É um sistema completo que possui uma
teoria própria. Baseia-se no pressuposto que além dos órgãos e dos sistemas
existem canais por onde circula a energia vital (Qi), e que a perturbação dessa
(19)
circulação é a causa do desequilíbrio a que chamamos de doença .

A acupuntura
A acupuntura é o conjunto de conhecimentos da medicina tradicional
chinesa que visa à cura de doenças por meio de aplicação de agulhas e moxa,
(19)
além de outras técnicas . Esta técnica chinesa milenar age alterando a
circulação sanguínea da região, promovendo o relaxamento muscular, reduzindo
o espasmo, a inflamação e a dor. O estímulo de determinados pontos promove a
liberação de hormônios como o cortisol e as endorfinas promovendo a analgesia e
diminuindo a ansiedade e estresse (19,20).
De acordo com a medicina tradicional chinesa a estimulação de
determinados pontos tem a capacidade de regular o fluxo energético (QI) que é o
responsável pela fisiologia do corpo humano. Esse QI (energia vital) flui por
canais de energia no corpo que ligam os órgãos principais (19).
Os Meridianos são canais por onde a energia percorre todo o corpo e,
através de estímulos em determinados pontos do meridiano podemos reequilibrar
a energia do corpo e dos órgãos (20).

Figura 1- Os meridianos (19)

28
19
Fonte: Maciocia

Os Meridianos seriam os canais nos quais corre a energia para nutrir e


defender o organismo. Essa energia que nutre e defende é o Qi. A tradução de Qi
é complexa. Várias tentativas já foram feitas, mas nenhuma delas se aproxima de
sua essência exata. Força material, matéria, éter, matéria energia, energia... O Qi
é a base de todos os fenômenos no universo e proporciona uma continuidade
entre as formas material e dura e as energias tênues, rarefeitas e imateriais. (19)

2.3.1 A náusea e vômito na Medicina Tradicional Chinesa

Na Medicina Tradicional Chinesa, a náusea e o vômito podem ter várias


causas sempre envolvendo o estômago. Este órgão é responsável por enviar os
alimentos transformados em descida para o intestino delgado, por essa razão na
saúde, o Qi do estômago apresenta um movimento de descida. Se o Qi do
estômago descer, a digestão será boa e não haverá problemas. Se o Qi do
estômago falhar ao descer, os alimentos estagnarão no estômago, provocando
uma sensação de volume e distensão, regurgitação, eructação, soluço, náusea e,
finalmente, o vômito.
Assim, náusea e vômito são, por definição, provenientes do Qi rebelde do
estômago ascendendo. Isso pode ocorrer por duas causas: excesso ou

29
deficiência. No excesso, o Qi do estômago se rebela ativamente para cima ao
passo, que na deficiência, o Qi do estômago não consegue descer (17,19).
A acupuntura, como método terapêutico não farmacológico de baixo custo
vem sendo incorporada a vários estudos clínicos controlados no ocidente, que,
nos últimos anos, começaram a dar sustentação científica a essa prática, em
grande parte empírica, da medicina tradicional chinesa. Embasados
principalmente na teoria dos meridianos, os médicos chineses vêm utilizando a
acupuntura para o manejo e alívio de sintomas ligados ao sistema
gastrointestinal, como náusea e vômito, há, aproximadamente, 2000 anos (20).
Em um setor de quimioterapia infantil existem grandes possibilidades de
utilização desta terapêutica não convencional, uma vez que o ambulatório de
quimioterapia, sendo um local onde o enfermeiro atua de forma autônoma, é um
campo fértil para desenvolver atividades de alívio e conforto, incluindo a
acupuntura.
A acupuntura a laser vem a ser mais uma ferramenta desta técnica milenar,
para estímulo dos acupontos (pontos de acupuntura). Esta tem sido utilizada com
sucesso em diversas áreas, incluindo fisioterapia, medicina, odontologia e
apresenta-se como uma alternativa às agulhas metálicas de acupuntura. É um
método não invasivo, indolor e sem efeitos colaterais (21).
Estudos sugerem que a ação dos pontos de acupuntura para náusea e
vômito seria similar ao que ocorre nos mecanismos de controle da dor, agindo
tanto em nível medular, quanto no sistema nervoso simpático que, por sua vez,
atuaria no trato gastrointestinal e no tronco encefálico, através da liberação de
opióides endógenos (22).

2.3.2 Evidências científicas da Utilização da Acupuntura em Oncologia


Pediátrica

30
Para conhecer a utilização da acupuntura em oncologia foi realizada uma
revisão integrativa na literatura mediante a questão norteadora: Como a
acupuntura vem sendo utilizada na oncologia pediátrica?
A busca dos artigos foi processada nas seguintes bases de dados: Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Nacional Library of
Medicine (PUBMED), Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde (LILACS) e na Cochrane Collaboration . Os critérios de
inclusão foram: artigos em inglês, português e espanhol e publicados de 2006 a
2015. Critérios de exclusão: artigos com revisão integrativa, com participantes
adultos e que não focassem humanos. Para seleção dos estudos foi realizada
leitura exaustiva dos resumos e títulos de cada artigo, para verificar a pertinência
da pesquisa com a questão norteadora desta investigação.
Foram usadas as seguintes combinações: Acupuncture and child and drug
therapy; Acupuncture and nursing; Drug therapy and acupuncture; Nausea and
vomiting and acupuncture; Nausea and acupuncture and cancer.

Figura 2: Fluxograma do levantamento das publicações:

31
BIBLIOTECA COCHRANE
153 SOMENTE 2 ATENDERAM AO CRITÉRIOS DE
INCLUSÃO

MEDLINE
20 2 REPETIDOS E 15 FORA DOS CRITÉRIOS
RESTARAM 2 ARTIGOS

PUB MED
25 4 REPETIDOS E 21 QUE NÃO ATENDERAM AOS
CRITÉRIOS.

TOTAL DE 4 ARTIGOS

32
No quadro 2 é apresentada a lista das publicações selecionadas na pesquisa.

Quadro 2- Publicações selecionadas e incluídas no estudo, de acordo com ano,


país, idioma, objetivos e resultados.
Artigo Ano Tipo Autores País Idioma Objetivos Resultados
1 2012 Ensaio clínico Chao Hsing China Inglês Avaliar a Ambos os grupos (o que
randomizado Yeh, Lung eficácia da recebeu a auriculoterapia
com grupo Chang Chien, auriculoterapia e o que recebeu placebo)
recebendo Chien Chiang , em crianças na tiveram diminuição
placebo et AL redução de significativa de náusea
náusea e severa e vômito.
vômitos pós QT

2 2008 Ensaio clínico Gottschling S, Alemanha Inglês Analisar se o A acupuntura reduziu o


randomizado Reindl TK, uso da uso de antieméticos e
multicêntrico Meyer S, acupuntura em também os episódios de
Berrang J, et crianças reduz o vômitos
AL uso de
antieméticos
durante o
tratamento
quimioterápico
com drogas de
alta
emetogenicidad
e.

3 2013 Relato de caso Danielly Cunha Brasil Português Aplicar a A laseracupuntura foi
Araújo, Andiara acupuntura a eficaz na diminuição do
De Rossi, laser em criança trismo.
Carolina Paes com diagnóstico
Torres, de
Rodrigo Galo, meduloblastoma
et al , e avaliar seu
efeito na
melhora do
trismo, que teve
como sequela à
radioterapia

2010 Estudo Ladas EJ, EUA Inglês Foram Nenhum relato de


retrospectivo Rooney D, analisados 32 sangramento foi
(análise de Taromina K, prontuários de obsevado nos prontuários
4
prontuários) Ndao DH, Kelly crianças com de crianças que fizeram a
KM câncer que acupuntura no período
fazem que apresentavam
acupuntura, trombocitopenia
com o objetivo
de verificar se
apresentavam
trombocitopenia
no momento da
acupuntura e se
ocorreram
complicações
relacionadas a
essa terapia
complementar.

33
De acordo com os achados, todos os autores concordam que a acupuntura
tem efeito benéfico na diminuição de Náuseas e Vômitos (NV) devido à
(23, 24,
quimioterapia, porém, todos sugerem que mais pesquisas são necessárias
25, 26)
.
Um estudo utilizando a acupuntura com agulhas foi feito com crianças para
verificar o efeito com relação à NV pós QT. O estudo demonstrou uma diminuição
da intensidade da NV e o autor relata uma boa aceitação por parte das crianças e
seus responsáveis (24).
A terapia complementar tem sido utilizada como forma de melhorar a
qualidade de vida dos pacientes oncológicos, sendo um cuidado diferenciado e
uma alternativa para complementar tratamentos convencionais. Os profissionais
que mais exercem as práticas complementares, incluindo a acupuntura, são
(23,)
médicos, seguidos de psicólogos, enfermeiros e farmacêuticos .
Um estudo comparando grupos com auriculoterapia verdadeira,
auriculoterapia falsa e outro sem intervenção mostrou que houve uma redução da
náusea quando se comparou o grupo da intervenção com o grupo sem
intervenção, mas não houve diferença significativa quando se comparou o grupo
verdadeiro com o placebo (23).
Todos os autores afirmam que mais estudos clínicos com grupos controle
devem ser realizados para aumentar as evidências científicas da acupuntura no
alívio de NV (23, 24, 25,26).

2.4 O Laser de baixa potência e seu uso na pediatria


A palavra laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) tem
origem na língua inglesa e significa amplificação da luz por emissão estimulada
de radiação. Einstein, em 1917, foi o primeiro a publicar um trabalho sugerindo a
possibilidade da manipulação da luz e a teoria da técnica amplificação laser. Em
1960, Theodore Maimam construiu o primeiro laser e, a partir daí, houve a
criação de vários outros tipos de lasers. Os trabalhos de pesquisa e o uso clínico
dos lasers de baixa intensidade tiveram início nos anos 60 (27).

34
Os lasers são fontes de radiação eletromagnética e o que os distinguem de
uma luz comum são as seguintes características (27):
- são monocromáticos: compostos de fótons de mesmo comprimento de onda ou
cor,
- possuem grande poder de focalização: ondas são paralelas e não se divergem
umas das outras de maneira significativa,
- são coerentes: ondas que viajam na mesma direção
De acordo com a sua potência de emissão de energia o laser pode ser
classificado em:
- alta potência: (LAP) radiações emitidas com alta potência interagindo com os
tecidos através de efeitos fototérmicos (ação de corte, vaporização, coagulação e
esterilização de tecidos).
- baixa potência (LBP): possuem baixa energia e não tem potencial fototérmico.
Não possuem energia suficiente para quebrar ligações químicas e, portanto não
podem alterar a molécula de DNA. O que leva a concluir que os LBP não são
capazes de induzir mutação e carcinogênese (27,28).
A diferença entre o LAP e o LBP é a potência, ou seja, o número de fótons
que são emitidos por segundo, diferencia os efeitos que ocorrerão no tecido. Se o
laser é de alta potência, muita energia será depositada em uma pequena área, o
que promoverá destruição do tecido caracterizando efeitos térmicos e, portanto,
cirúrgicos. Já no laser de baixa potência, a energia depositada no tecido é menor
e é absorvida por este para acelerar seus processos biológicos, o que caracteriza
os efeitos fotoquímicos e foto físicos do laser, conhecidos como laserterapia (28).
A ação terapêutica do laser de baixa potência ocorre pela transformação da
energia luminosa (do laser) em energia química celular, ou seja, efeito
fotoquímico. O laser visível provoca reações na mitocôndria, com incremento da
produção de ATP mitocondrial, aumento do consumo de glicose celular e dos
(27)
teores de cálcio intracelular . Por isso, os LBP têm sido usados em diversas
áreas da saúde, incluindo fisioterapia, medicina e odontologia e como uma
alternativa as agulhas metálicas da acupuntura. Na área da oncologia o LBP tem

35
sido muito utilizado na prevenção e tratamento de mucosite oral (MO) pós-
quimioterapia com efeitos benéficos (29,30).
Um estudo randomizado feito em pacientes pediátricos demonstrou que a
duração da MO foi significativamente menor nos pacientes que receberam laser
(29)
quando comparado ao grupo controle. . Pacientes com câncer de cabeça e
pescoço que fazem radioterapia também têm sido beneficiados com o (LBP) na
prevenção de MO e xerostomia (LBP em cabeça e pescoço) (30).
Outro estudo recente avaliou o efeito da acupuntura a laser sistêmica e da
auriculoacupuntura, aplicadas simultaneamente, em uma criança com diagnóstico
de meduloblastoma que, após altas doses de radioterapia (Rxt), apresentou
trismo oral. O estudo concluiu que houve melhora significativa do trismo
(25)
confirmado pelo aumento da abertura da boca .
Com relação à área da pediatria, em geral, os lasers para acupuntura têm
sido usados para diversos problemas, dentre eles: rinites, asma, enurese noturna,
(31 32,33)
paralisia facial, hiperatividade, entre outros . Estudos randomizados
mostram a eficácia da laseracupuntura nestas patologias. Estudo feito em uma
criança de 3 anos com paralisia de Bell por causa indeterminada mostrou que,
após 11 sessões de aplicações de acupuntura a laser, houve melhora total da
(31)
paralisia com retorno completo dos movimentos faciais .
Uma pesquisa randomizada, realizada com 91 crianças com enurese
noturna (que nunca haviam sido tratadas com medicação), dividiu os voluntários
em 2 grupos, 1 com acupuntura ativa com laser de baixa potência e outra com
aplicação com uma luz não laser. O resultado mostrou que no grupo que teve a
acupuntura com laser houve redução dos episódios de enurese noturna em
relação ao grupo controle (32).
Os resultados relativos às crianças com asma também foram satisfatórios e
demonstraram a eficácia da laseracupuntura. Os resultados foram mensurados
pela capacidade de volume expiratório e também pela diminuição de corticoides
(33)
no grupo que recebeu a acupuntura . Todos os autores dos respectivos
trabalhos são unânimes no que diz respeito à necessidade de realização de mais
estudos clínicos para comprovação dos benefícios da laseracupuntura.

36
3. MÉTODO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um ensaio clínico, randomizado, simples cego. Nos ensaios


clínicos o investigador aplica uma intervenção e observa seus efeitos sobre o
desfecho. Esse tipo de estudo sempre considera um grupo que recebe uma
intervenção a ser testada e outro grupo que recebe tratamento não ativo (de
preferência placebo) ou um tratamento de comparação (34).

3.2 CAMPO DE PESQUISA

A instituição campo dessa pesquisa foi o Instituto Nacional do Câncer José


Alencar Gomes da Silva, órgão auxiliar do Ministério da Saúde no
desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o
controle do Câncer no Brasil. Essas ações compreendem a assistência médico –
hospitalar e estratégias como prevenção e detecção precoce. Desenvolve
campanhas e programas em âmbito Nacional em atendimento à Política Nacional
de Atenção Oncológica. Desenvolve pesquisas e contribui com informações para
dados epidemiológicos. Foi inaugurado em 1938 e, ao longo de cada década, foi
aumentando a sua área de atuação. Hoje é referência no Brasil na área de
oncologia e atua em todas as áreas de tratamento do câncer: cirurgia,
(35)
quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea .
A pesquisa foi desenvolvida no ambulatório de quimioterapia infantil,
localizado no 11º andar da instituição. Este setor funciona de 07 às 19horas, em
todos os dias da semana, incluindo feriados. Conta para o atendimento com 3
enfermeiras, sendo uma diarista e duas plantonistas. Possui 6 poltronas, 2 camas
37
para as crianças que tenham necessidade de permanecer deitadas e 2 berços
para os lactentes. Atende em média de 20 a 25 crianças por dia. É também o
enfermeiro da QT infantil, o responsável por administrar o quimioterápico dos
pacientes internados na pediatria e hematologia infantil.

3.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

O Projeto de Pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da


Universidade Federal Fluminense sendo aprovado sob o Parecer n0 978441 e
CAAE 33745514.0.0000.5243 e também no Instituto Nacional do Câncer onde
obteve parecer de aprovação nº 164/14- CAAE 33745514.0.3001.5274. Todos os
participantes e seus responsáveis foram orientados quanto às etapas da
pesquisa, seus procedimentos e riscos. Os responsáveis tiveram que assinar o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido e as crianças e adolescentes o Termo
de Assentimento (Apêndices A e B) de acordo com as normas vigentes de
pesquisa envolvendo seres humanos (36)

3.4 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Foram participantes do estudo crianças em fase escolar (6 a 11 anos) e


adolescentes (12 aos 17 anos) com diagnóstico de tumores sólidos, em
tratamento com drogas de alto e médio graus de emetogenicidade, a partir do
segundo ciclo. A escolha a partir de 6 anos deveu-se à maior capacidade de
comunicação e expressão dessa faixa etária. Os pacientes da hematologia não
entraram no estudo, por realizarem a maior parte do tratamento quimioterápico
internados. Pacientes internados recebem hidratação venosa por tempo
prolongado e medicação antiemética venosa de 8 em 8 horas o que poderia ser
um viés para a pesquisa.
3.4.1 Critérios de inclusão: crianças e adolescentes entre 6 a 17 anos com
diagnóstico de tumores sólidos, que tivessem indicação de protocolos que
38
utilizassem as seguintes drogas: Cisplatina, Metotrexato (alta dose),
Doxorrubicina, Etoposide Ifosfamida e Ciclofosfamida.
3.4.2 Critérios de exclusão: crianças e adolescentes com doenças
gastrintestinais prévias ou tratamento antiulceroso prévio; história anterior de
tratamento com acupuntura e pacientes em uso do antiemético Emend R.. Este
antiemético é usado por pouquíssimas crianças, pois não é uma medicação
padronizada na instituição. Seu uso gera um gasto para as famílias que
normalmente não podem arcar com essa despesa. É uma medicação indicada
para pacientes que não apresentam melhora dos episódios de vômitos com
medicações frequentemente utilizadas. O seu uso pelos participantes poderia
influenciar os resultados sendo um viés para esta pesquisa.
Os participantes elegíveis só foram abordados a partir do segundo ciclo de
quimioterapia. Optou-se por não fazer a abordagem no primeiro ciclo devido à
ansiedade e muitas dúvidas que os acompanhavam nesse primeiro dia de QT.
Julgou-se que abordá-los nesse momento (tanto responsáveis quanto pacientes)
não seria adequado. Nesse primeiro encontro são esclarecidas na consulta de
enfermagem, dúvidas quanto aos efeitos adversos e cuidados durante a QT. Por
esse motivo, planejou-se fazer a abordagem para o estudo a partir do segundo
ciclo.

3.5 CÁLCULO DA AMOSTRA

O tamanho da amostra foi calculado a partir do número de quimioterapias


(QTs) com alto e médios graus de emetogenicidade, realizadas no ano de 2013
para tumores sólidos. Utilizou-se um erro amostral de 5% e um nível de confiança
de 95%. Após o cálculo chegou-se ao total de 52 ciclos de quimioterapias os
quais deveriam ser randomizados.

3.6 ETAPAS DA PESQUISA

39
A coleta de dados ocorreu no período de março a novembro de 2015. O
processo de randomização ocorreu mediante a definição de dois grupos, sendo o
A, o que usou a acupuntura terapêutica e antieméticos, e B, o que recebeu a
acupuntura placebo. O grupo da acupuntura placebo teve também os
antieméticos prescritos e a acupuntura foi feita em pontos não considerados como
pontos de acupuntura.
A distribuição dos participantes entre um grupo e outro, ocorreu mediante
sorteio, respeitando a divisão equitativa entre eles. Este sorteio foi feito por meio
de 2 envelopes, nos quais estava indicado em qual grupo aquele paciente faria
parte. A acupuntura foi realizada momentos antes da aplicação de cada ciclo de
quimioterapia. Todos os participantes fizeram uso de ondansetron e
dexametasona como pré-quimioterapia, numa dosagem que variou de acordo
com o peso e altura de cada paciente, conforme prescrição médica.
O procedimento levava em torno de 6 minutos, sendo 1(um) minuto para
cada ponto. Foi realizado no próprio ambulatório de quimioterapia, e o paciente
podia permanecer sentado ou deitado. O instrumento de coleta de dados foi um
formulário que versou sobre a dimensão da náusea e o número de episódio de
vômitos por ciclo. Foram também realizadas fotografias no momento da aplicação
da laseracupuntura, para registro de demonstração da técnica daqueles que
assinaram o termo de autorização do uso de imagem. (Apêndice C). A
intensidade da náusea foi medida pela escala do Cancer National Institute (CNI)
(34)

Quadro 3- Graus da náusea segundo o CNI (37)


GRAU 0 GRAU I GRAU II GRAU III
Nenhum Consegue comer Ingestão oral Ingestão não
Significativamente significativa requer
menor. terapia intravenosa (IV).

3.7 ESQUEMA DE TRATAMENTO COM ACUPUNTURA A LASER

40
A aplicação da acupuntura a lazer foi realizada com o aparelho de laser da
Marca Ibramed. Laser vermelho, visível classe III a, com frequência de
estimulação variável e contínua. Comprimento de onda 660mn, densidade de
potência de 30mw e densidade de energia de 3 Joules. Pontos escolhidos para a
aplicação do laser: CS6, IG4, E36, BP6, B20, VC12.

Figura 3- CS6 (Neiguam) - localiza-se a 2 polegadas acima do punho, entre os


tendões dos músculos palmar longo e plexo radial do carpo(38). Não houve ponto
placebo relacionado ao CS6. Por ser esse o principal ponto da acupuntura para
náusea, não houve placebo para ele. Consideramos que a proximidade de um
ponto placebo pudesse ter ação nesse ponto.

Figura 4- IG4 (Hegu) - no lado radial, entre os ossos metacarpianos I e II (mais


próximo do II), e aproximadamente no meio do comprimento do osso
metacarpo(38). O placebo era realizado 5 dedos acima desse ponto.

41
.

Figura 5- E36 (Zusanti) – localiza-se a 3 polegadas abaixo da patela entre o


(38)
músculo tibial anterior e o músculo extensor longo dos dedos . O placebo era
feito 3 dedos abaixo desse ponto.

Figura 6- BP6 ( Sanyinjiao)- 3 cun proximais à proeminência do maléolo medial,


(38)
na margem posterior medial da tíbia . O ponto placebo era feito no maléolo
direito e esquerdo.

42
Figura 7- B20 (Pishu) - 1,5 cun lateral à linha mediana posterior, na altura da
margem inferior do processo espinhoso TX (38)

Esse ponto foi excluído após o início da coleta de dados, pois verificou-se
que para alguns participantes era difícil ficar com a região do dorso sem apoiar ou
virar de lado. Essa posição causava desconforto para eles. Foi substituído pelo
VC10 .

43
Figura 8- VC10 (Xiawan)- Na linha mediana anterior, 2 cun acima do meio do
umbigo (38). O ponto placebo era feito dois dedos ao lado direito do umbigo.

Figura 9- VC12 (Zhongwan)- Na linha anterior, 4 cun acima do umbigo ou 4 cun


(38)
abaixo do ângulo externocostal . O ponto placebo era feito dois dedos ao lado
esquerdo do umbigo

Medidas em cun – unidade de medida utilizada pelos chineses para


distâncias no corpo. Ele é aplicado na medida como medida relativa individual e
proporcional ao tamanho do corpo. 1 cun = região mais larga da falange distal do
polegar. Essa medida padrão é feita com a referência do dedo do paciente (38).

44
Todos os participantes fizeram uso de óculos de proteção obedecendo às
regras de segurança no manuseio de lasers. Áreas tumorais não são irradiadas.
Visando promover a segurança em todas as etapas da aplicação da
laseracupuntura, sempre é realizada a desinfecção na caneta de laser com álcool
a 70% antes e após a aplicação da acupuntura.

4. RESULTADOS

4.1 Análise Estatística dos dados

A análise estatística foi feita com relação aos dados coletados entre os
meses de março a novembro de 2015. Utilizou-se o programa Statistical Analysis
Software (SAS) versão 9.1.3 para análise dos dados. Avaliou-se os resultados
dos primeiros cinco dias seguintes à quimioterapia, sendo o primeiro dia, o da
aplicação da QT. Foi entregue um diário a ser respondido pelo responsável da
criança ou pelo próprio adolescente (Apêndice C). No total foram acompanhados
17 participantes, num total de 52 ciclos de quimioterapia.
Grupo A (intervenção)- Foram acompanhados 7 participantes somando-se um
total de 26 ciclos de quimioterapia em que foi realizada a laseracupuntura ativa.
Todos com diagnóstico de osteossarcoma.

45
Grupo B (laseracupuntura inativa) - foram acompanhados 10 participantes
totalizando 26 ciclos de Quimioterapia, em que foi realizada a laseracupuntura
placebo. Sendo 6 participantes com diagnóstico de osteossarcoma e 3 com
diagnóstico de rabdomiossarcoma e 1 com sarcoma de Ewing

Quadro 4: Protocolos acompanhados com laseracupuntura:


Grupo A Grupo B
Metotrexato – 10 ciclos Metotrexato- 7 ciclos
Doxorrubicina + Cisplatina- 5 ciclos Etoposide + Ifosfamida- 05 ciclos
Doxorrubicina – 3 ciclo Doxorrubicina + Cisplatina- 06 ciclos
Etoposide + Ifosfamida – 8 ciclos Doxorrubicina – 04 ciclo
Vincristina + Ifosfamida – 02 ciclos

Vincristina + Actnomicina + Ifosfamida- 02


ciclo

46
Figura 10: Fluxograma de recrutamento dos participantes.

Pacientes elegíveis 21
22121elegíveis: 21

3 não aceitaram

Total: 18
pacientes
Grupo A: Grupo B: (placebo)
(intervenção) N=8 N= 10
Rando
mizaçã
o
1 desistência

N= 7 N=10

26 ciclos 26 ciclos

Total de 52 ciclos

47
Foi realizada uma análise descritiva dos dados, tal que para os dados
quantitativos obteve-se os resultados de média, desvio padrão, mínimo e máximo
e para as variáveis qualitativas obteve-se os resultados de frequência e
porcentagem. Através desses dados podemos caracterizar os participantes do
estudo de acordo com o sexo, idade, peso, altura, diagnóstico e ciclo. Lembrando
que essas análises foram realizadas tanto para o grupo A como para o grupo B e
podem ser verificadas nas tabelas 1, 2 e 3 a seguir.

Tabela 1: Análise da variável sexo.

Variável Grupo Frequência Porcentagem

42,86%
Feminino 3
A
57,14%
Masculino 4
Sexo
50%
Feminino 5
B
50%
Masculino 5

Observa-se que o quantitativo de meninos e meninas ficou bem distribuído


principalmente no grupo B. Não havendo uma predominância de um ou de outro
nos grupos.

48
Tabela 2: Tabela de análise descritiva das variáveis quantitativas: idade, peso e
altura.

Variável Grupo Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

A 12,57 2,57 10,00 16,00


Idade
B 14,7 2,11 12,00 18,00

A 50,64 8,76 38,6 63,30


Peso
B 52,55 14,07 36 73

A 1,58 0,16 1,39 1,89


Altura
B 1,63 0,10 1,43 1,77

Observa-se que para o grupo A, a idade média é de 12,57 anos, com desvio
de 2,57, mínimo de 10 e máximo de 16 anos, já para o grupo B, a idade média é
de 14,7, com desvio de 2,11, mínimo de 12 e máximo de 18 anos, em relação ao
peso, tem-se que para o grupo A, em média os pacientes apresentam um peso de
50,64, com desvio de 8,76, mínimo de 38,60 e máximo de 63,30 quilos e para o
grupo B a média é de 52,55, com desvio de 14,07, mínimo de 36 e máximo de 73
quilos e analisando a variável altura observa-se a média do grupo A é de 1,58,
com desvio de 0,16, mínimo de 1,39 e máximo de 1,89 metros e para o grupo B a
média é de 1,63, com desvio de 0,10, mínimo de 1,43 e máximo de 1,77 metros.

49
Tabela 3: Tabela de frequência das variáveis qualitativas: diagnóstico e ciclo.

Variável grupo frequência Porcentagem

Osteossarcoma A 7 100%

diagnóstico

Osteossarcoma 6 60%
Rabdomiossarcoma B 3 30%
Sarcoma de Ewing 1 10%

2º 4 15,3%
3º 7 26,9%
4º A 4 15,3%
5º 3 11,5%
6º 6 23%
ciclos 7º 2 7,7%

1º 6 23%
2º 1 3,9%
3º 4 15,3%
4º B 6 23%
5º 2 7,7%
6º 4 15,3%
9º 2 7,7%
10º 1 3,9%

Em relação às análises realizadas na tabela acima, evidenciou-se que para


o grupo A 100% dos casos foram de osteossarcoma e para o grupo B 60% foram
50
de osteossarcoma, 30% foram de rabdomiossarcoma e 10% de sarcoma de
Ewing. Em relação aos ciclos em que foram realizadas as coletas, no grupo A
foram realizadas 2 coletas no sétimo ciclo, 3 coletas no quinto ciclo, 4 nos
segundo e quarto ciclos, seis no sexto ciclo e 7 no terceiro ciclo. No grupo B
foram realizados 1 coleta nos segundos e décimos ciclos, duas nos quintos e
nonos ciclos, 4 coletas nos terceiros e sextos ciclos e seis coletas nos primeiros e
quartos ciclos.
Num segundo momento realizou-se um teste não paramétrico de Wilcoxon-
Mann Whitney, com 0,05 de significância e 95% de confiança.

Tabela 4: Tabela do teste de Wilcoxon-Mann Whitney

Variável P Valor

Intejoo1 0,0001

Intejoo2 0,0001

Intejoo3 0,0001

Intejoo4 0,0001

Intejoo5 0,0005

QntVomito1 0,0208

QntVomito2 0,0001

QntVomito3 0,0009

QntVomito4 0,1674

QntVomito5 0,3408

Observa-se, analisando a tabela acima, diferença significativa entre todas as


variáveis, exceto para a quantidade de vômito 4 e 5, ou seja, existe diferença
entre os resultados do grupo A em relação ao grupo B.

51
Posteriormente, realizou-se uma tabela cruzada de grupo com intensidade
de enjoo e quantidade de vômito, aplicando também, um teste exato de Fisher
para verificar se existe diferença significativa entre o grupo e a intensidade de
enjoo e do grupo e a quantidade de vômito, tal que o teste foi aplicado utilizando
uma significância de 0,05 e um nível de confiança de 95%.

Tabela 5: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de enjoo dia 1.


Teste exato de Fisher.
Intensidade enjoo dia 1
Grupo P valor
0 1 2 Total

A 8*C (15,38%) 17C(32,69%) 1C(1,92%) 26C(50%)

B 1C(1,92%) 10C (19,23%) 15C (28,85%) 26C (50%) <0,0001

Total 9C (17,31%) 27C (51,92%) 16C (30,77%) 52C (100%)

*C (ciclos)

Observa-se que a maior intensidade de enjoo do grupo A foi a 1 e do grupo


B foi a 2 e, conclui-se que existe diferença significativa entre o grupo A e B em
relação à intensidade de enjoo no dia 1, com um p valor menor que 0,0001.

Tabela 6: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de enjoo dia 2.


Teste exato de Fisher

Intensidade de enjoo dia 2


Grupo P valor
0 1 2 Total

A 9C (17,31%) 16C (30,77%) 1C (1,92%) 26C (50%)

B 1C (1,92%) 7C (13,46%) 18C (34,62%) 26C (50%) 0,0001

Total 10C (19,23%) 23C (44,23%) 19C (36,54%) 52C (100%)

52
Evidencia-se que a maior intensidade de enjoo do grupo A foi a 1 e do grupo
B foi a 2 e, conclui-se que existe diferença significativa entre o grupo A e B em
relação à intensidade de enjoo no dia 2, com um p valor de 0,0001.

Tabela 7: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de enjoo dia 3.


Teste exato de Fisher

Intensidade de enjoo dia 3


Grupo P valor
0 1 2 Total

A 15C (28,85%) 11C(21,15%) 0C (0%) 26C (50%)

B 1C (1,92%) 18C (34,62%) 7C (13,46%) 26C (50%) 0,0001

Total 16C (30,77%) 29C (55,77%) 7C (13,46%) 52C (100%)

A partir da tabela acima, observa-se que em relação à intensidade de enjoo


a do grupo A foi maior para intensidade 0 e a do grupo B foi maior para a
intensidade 1 e, conclui-se que existe diferença significativa entre o grupo A e B
em relação à intensidade de enjoo no dia 3, com um p valor de 0,0001.

Tabela 8: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de enjoo dia 4.


Teste exato de Fisher

Intensidade de enjoo dia 4


Grupo P valor
0 1 2 Total

A 22C (42,31%) 4C (7,69%) 0C (0%) 26C (50%)

B 6C (11,54%) 19C (36,54%) 1C (1,92%) 24C (50%) 0,0001

Total 28C(53,85%) 23C(44,23%) 1C(1,92%) 52C(100%)

Observando a tabela 7 conclui-se que a maioria dos ciclos do grupo A nesse


dia não apresentou intensidade de enjoo e no grupo B a intensidade maior foi a 1

53
e, conclui-se que existe diferença significativa entre o grupo A e B em relação à
intensidade de enjoo no dia 4, com um p valor de 0,0001.

Tabela 9: Tabela de frequência das variáveis grupo e intensidade de enjoo dia 5.


Teste exato de Fisher

Intensidade de enjoo dia 5


Grupo P Valor
0 1 Total

A 23C (44,23%) 3C (5,77%) 26C (50%)

B 10C (19,23%) 16C (30,77%) 26C (50%) 0,0004

Total 33C (63,46%) 19C (36,54%) 52C (100%)

A partir da análise da tabela acima, observa-se que a maioria dos ciclos do


grupo A nesse dia não apresentou intensidade de enjoo e no grupo B a
intensidade maior foi a 1 e, conclui-se que existe diferença significativa entre o
grupo A e B em relação à intensidade de enjoo no dia 5, com um p valor de
0,0004.

Tabela 10: Tabela de frequência das variáveis grupo e número de episódios de


vômitos dia 1. Teste exato de Fisher

Número de episódios de vômitos dia 1


Grupo P Valor
0 1 2 3 4 5 Total

A 16C (30,77%) 2C(3,85%) 6C(11,54%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 0C(0%) 26C(50%)

B 8C(15,38%) 3C(5,77%) 7C(13,46%) 6C(11,54%) 0C(0%) 2C(3,85%) 26C(50%) 0,0698

Total 24C(46,15%) 5C(9,62%) 13C(25%) 7C(13,46%) 1C(1,92%) 2C(3,85%) 52C(100%)

54
Verifica-se que a maioria dos ciclos do grupo A nesse dia não apresentou
vômito e no grupo B 8 ciclos não apresentam vômitos. Conclui-se que não existe
diferença significativa entre o grupo A e B em relação ao número de episódios de
vômitos no dia 1, com um p valor de 0,0698.

Tabela 11: Tabela de frequência das variáveis grupo e número de episódios de


vômitos dia 2. Teste exato de Fisher

Número de episódios de vômitos dia 2


Grupo P Valor
0 1 2 3 4 6 Total

A 22C(42,31%) 2C(3,85%) 2C(3,85%) 0C(0%) 0C(0%) 0C(0%) 26C(50%)

B 5C(9,62%) 5C(9,62%) 12C(23,08%) 2C(3,85%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 26C(50%) 0,0001

Total 27C(51,92%) 7C(13,46%) 14C(26,92%) 2C(3,85%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 52C(100%)

Observa-se que a maioria dos ciclos do grupo A nesse dia não apresentou
vômito. No grupo B 12 ciclos apresentaram 2 episódios de vômitos. Conclui-se
que existe diferença significativa entre o grupo A e B em relação aos episódios de
vômitos no dia 2, com um p valor de 0,0001.

Tabela 12: Tabela de frequência das variáveis grupo e número de episódios de


vômitos no dia 3. Teste exato de Fisher

Número de episódios de vômitos no dia 3


Grupo P Valor
0 1 2 3 4 5 Total

A 24C(46,15%) 0C(0%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 0C(0%) 0C(0%) 26C(50%)

B 11C(21,15%) 10C(19,23%) 3C(5,77%) 0C(0%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 26C(50%) 0,0001

Total 35C(67,31%) 10C(19,23%) 4C(7,69%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 52C(100%)

55
Analisando a tabela acima, observa-se que a maioria dos ciclos dos grupos
A nesse dia não apresentou vômito e, conclui-se que existe diferença significativa
entre o grupo A e B em relação aos episódios de vômitos no dia 3, com um p
valor de 0,0001.

Tabela 13: Tabela de frequência das variáveis grupo e número de episódios de


vômitos no dia 4. Teste exato de Fisher

Número de episódios de vômitos dia 4


Grupo P Valor
0 2 3 Total

A 26C(50%) 0C(0%) 0C(0%) 26C(50%)

B 24C(46,15%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 26C(50%) 0,4902

Total 50C(96,15%) 1C(1,92%) 1C(1,92%) 52C(100%)

Conclui-se que todos os ciclos do grupo A não apresentaram vômito nesse


dia e em 24 ciclos do grupo B também não foi relatado vômitos. Conclui-se que
não houve diferença significativa entre o grupo A e B em relação à quantidade de
vômito no dia 4, com um p valor de 0,4902.

Tabela 14: Tabela de frequência das variáveis grupo e número de episódios de


vômitos no dia 5. Teste exato de Fisher

Número de episódios de vômitos no dia 5


Grupo P Valor
0 2 Total

A 26C(50%) 0C(0%) 26C(50%)


1
B 25C(48,08%) 1C(1,92%) 26C(50%)

56
Total 51C(98,08%) 1C(1,92%) 52C(100%)

Na tabela 14, observa-se que todos os ciclos do grupo A não apresentaram


vômito nesse dia e em 25 ciclos do grupo B não foram relatados episódios de
vômitos e, conclui-se que não existe diferença significativa entre o grupo A e B em
relação ao número de episódios de vômitos no dia 4, com um p valor de 1.
A partir dos resultados acima podemos constatar que a laseracupuntura
aliviou as náuseas do D1 ao D5, e diminuiu o vômito no D2 e D3 pós Qt, dos
participantes do grupo da intervenção. Desse modo, alcançou-se o primeiro
objetivo: avaliar os efeitos da laseracuputura no alívio da náusea e do vômito na
quimioterapia infantil do 1º ao 5º dia pós. A partir desses resultados, seguiu-se
com a construção de um protocolo assistencial baseado na acupuntura. Este tem
o propósito de nortear a aplicação da acupuntura a laser, sistematizando a
assistência prestada à criança e ao adolescente com câncer.
A sistematização da assistência é importante para que se possa dar
continuidade a esse cuidado e para que sirva de base para outros serviços os
quais queiram reproduzi-lo (18).
Encerrada a produção e análise dos dados, foi desenvolvido um protocolo
assistencial de Enfermagem: Acupuntura para alívio de náusea e vômito em
crianças e adolescentes submetidos à quimioterapia.

57
5. DISCUSSÃO

O uso da terapêutica antiemética para alívio da náusea e do vômito, muitas


vezes, não consegue trazer o benefício esperado. O uso de técnicas
complementares para auxiliar na terapia medicamentosa tem sido usado,
(39)
principalmente, nos Estados Unidos, China, e Alemanha .
No final da década de 70, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional,
objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, em vários
comunicados e resoluções, esta entidade expressa o seu compromisso em
incentivar os Estados – membros a formularem e implementarem políticas para o
uso racional e integrado da Medicina complementar nos sistemas nacionais de
atenção à saúde, bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para
(10)
melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade.
Dos artigos que abordam acupuntura na oncologia pediátrica, cada um
discorre sobre uma das modalidades da acupuntura: agulhas, sementes
(23,24,25,26)
(auriculoterapia) e laser . O que cita o uso de agulhas em crianças refere
boa aceitação do uso, tanto por parte dos pacientes quanto dos responsáveis, e
relata que apesar de algum incômodo provocado pelas agulhas, não houve
(24)
rejeição na maioria, em relação às mesmas . Por acreditar-se que o uso da
agulha pudesse ser um motivo para que pacientes e responsáveis não
aceitassem participar da pesquisa, decidiu-se utilizar o laser para estímulos dos
pontos, visto que esse também é uma forma de praticar a acupuntura,

58
principalmente em crianças e adultos com fobia a agulhas. Apesar de somente 3
dos 17 responsáveis conhecerem a acupuntura, a aceitação dessa terapia por
parte destes e dos participantes foi satisfatória.
Um estudo realizado na Alemanha entre crianças e adolescentes com
câncer que usavam terapias complementares, dentre elas a acupuntura,
identificou que esses pacientes procuravam essas terapias principalmente para
aliviar os efeitos colaterais do tratamento, para fortalecer o sistema imunológico e
(39)
evitar depressão . E a maioria dos usuários (97%) dessas terapias
(37,39)
recomendava seu uso para outros pacientes . Esse dado vem ao encontro da
presente pesquisa onde a maior parte das crianças e responsáveis que
participaram do estudo indicou a acupuntura a laser para as crianças, das quais
tinham conhecimento que nauseavam e vomitavam. Muitas vezes não eram
protocolos que entravam na pesquisa, motivo pelo qual era necessário explicar o
porquê dele ou dela não poder participar.
Os resultados do presente estudo mostram alívio significativo da intensidade
da náusea no grupo que faz a acupuntura ativa, quando comparado ao grupo que
faz a acupuntura inativa. Esse resultado do presente estudo confere com o que foi
encontrado em um estudo randomizado multicêntrico realizado na Alemanha com
participantes, entre 6 e 18 anos, os quais faziam esquemas de QT com alto e
médio graus de emetogenicidade. Foram randomizados 2 grupos, sendo um com
acupuntura e outro sem ambos com medicação standard para náusea e vomito
(24)
. Tiveram como resultado um alívio significativo tanto para a náusea quanto
para o vômito.
No que tange ao vômito, nosso estudo só mostrou um valor significativo no
D2 e D3 de QT. Nos dias 1, 4 e 5 não houve alívio significativo comparando-se os
2 grupos.
Uma pesquisa realizada em São Paulo com mulheres com câncer de mama
submetidas à quimioterapia randomizou 3 grupos: um com auriculoterapia, outro
com acupuntura e outro sem terapia complementar. Teve como resultado um
alívio da náusea e vômito no grupo que fazia a acupuntura clássica, quando

59
comparado com os outros dois grupos. Este resultado também vai ao encontro
dos resultados de nosso ensaio (22).
A estimulação do ponto PC6, quer seja por meio de acupuntura ou
eletroacupuntura mostrou-se bastante eficaz nos estudos selecionados. Trata-se
de uma técnica usual na Inglaterra, usada, principalmente, com a associação de
(21)
antieméticos . Outro estudo utilizando a estimulação elétrica do ponto PC6
demonstrou que houve uma redução significativa nos sintomas de NV agudos
decorrentes do tratamento quimioterápico tanto na sua intensidade, quanto na sua
frequência (40). Tais resultados vão ao encontro do que foi encontrado na presente
dissertação.
Ressalta-se que no hospital em que se realizou a coleta de dados inexiste
o uso de práticas complementares para pacientes em tratamento. E, mesmo se
tratando de uma inovação no serviço, a pesquisa foi bem aceita por profissionais,
pacientes e responsáveis.
Pouquíssimos são os trabalhos publicados sobre acupuntura para náusea
e vômitos decorrentes da quimioterapia com população pediátrica. Há, nesse
sentido, um maior número de publicações relacionadas à náusea e vômitos no
pós-operatório de tonsilectomia, correção de estrabismo e hérnias.
Em estudo realizado em Tawan num hospital pediátrico em que foi utilizada
a auriculoterapia, os resultados mostraram diminuição da náusea e vômito no
grupo da auriculoterapia, quando comparado ao grupo que só fez uso de
antiemético. Porém não houve diferença da náusea e vômito comparando-se o
(23)
grupo da intervenção com o placebo . Esse resultado, no que diz respeito à
náusea difere dos dados do presente estudo, que teve uma diferença significativa
do grupo verdadeiro quando comparado com o grupo placebo.
Há apenas uma publicação como relato de caso sobre a utilização de
laseracupuntura em criança. O laser foi usado para melhorar o trismo que ficou
como sequela de radioterapia. A criança de 6 anos que tratava um
meduloblastoma teve resultado satisfatório, com uma melhora significativa da
abertura da boca (21).

60
Durante as sessões de laseracupuntura as crianças menores se divertiam
com os óculos de proteção e faziam mais perguntas sobre os pontos e sobre o
laser. Tinham curiosidade por saber como funcionava. Já os adolescentes
permaneciam mais calados e prestavam mais atenção nos pontos que eram
aplicados nestes e no outro colega. Para eles importava a existência do grupo
verdadeiro e grupo placebo, diferentemente dos menores que não questionavam
sobre tal fato .
No resultado do vômito com relação ao dia 1 o valor de p não foi
significativo. Neste dia, no grupo A não foi relatado vômito em 16 ciclos e no
grupo B não houve relato de vômitos em 8 ciclos. Apesar de estatisticamente não
haver diferença, não se pode deixar de notar que o grupo A apresentou 8 ciclos a
mais sem relato de vômito. Talvez se mais ciclos tivessem sido randomizados, o
valor de p pudesse ser significativo. Com relação aos dias 4 e 5, tanto A quanto B
apresentaram nenhum ou pouquíssimos episódios de vômitos, não havendo
qualquer diferença entre os grupos. Possivelmente porque o vômito tardio que
pode ocorrer até 5 dias após a Qt, tenha ocorrido até 3 dias após a quimioterapia.
A náusea e o vômito levam a diminuição da ingesta de sólidos e de
líquidos. Isso resulta em estresse para a família e para o paciente que muitas
vezes retorna ao hospital para hidratação e medicação antiemética venosa. Um
estudo que avalia a qualidade de vida relacionada à saúde refere que a náusea e
a dor são itens que ganharam pontuação mais baixa tanto, na visão dos
responsáveis quanto na das crianças(41).
Ressalta-se aqui que a acupuntura atua de modo complementar a
terapêutica antiemética. As medicações para náusea e vômito foram
administradas todas de acordo com a prescrição médica. Em casa os
responsáveis foram orientados a administrar as medicações de acordo com o
receituário. A acupuntura vem nesse caso complementar e ajudar uma
terapêutica já instituída.
O protocolo baseado na laseracupuntura poderá contribuir para a prática
desta técnica caso ela seja implantada no serviço. Mais pesquisas devem ser
realizadas para que novos resultados corroborem com os estudos já divulgados.

61
Nesse estudo podem ser apontadas como limitações:
- O fato de terem sido usados os mesmos pontos de acupuntura, pois cada
indivíduo é único para a Medicina Tradicional Chinesa e os pontos na acupuntura
são prescritos de acordo com o estado do paciente num determinado momento,
- De ter sido o próprio pesquisador quem aplicou a laseracupuntura. Não havia
outro acupunturista na instituição que pudesse fazer a laseracupuntura nos
participantes, cabendo ao próprio pesquisador essa incumbência. Em pesquisas
clínicas o ideal é que pesquisador e participantes sejam cegados. Neste caso,
não houve como cegar o pesquisador visto que foi ele quem aplicou o laser nos
pontos de acupuntura. Mas sempre que possível é indicado que outro profissional
aplique a técnica,
- Há de se considerar o custo financeiro da pesquisa. - O financiamento deste
estudo foi feito pela própria pesquisadora, sem nenhuma ajuda financeira de
empresas ou órgão público. Ressalta-se que após o término da coleta de dados,
foi oferecida a continuação da terapia tanto para o grupo A quanto para o grupo B.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo demonstram que a laseracupuntura foi eficaz


para aliviar a náusea nos 5 dias subsequentes a QT e aliviar o vômito no D2 e no
D3 pós quimioterapia. Esta terapia complementar foi bem aceita tanto pelos
participantes quanto pelos responsáveis. A partir dos resultados foi elaborado um
protocolo assistencial com base na acupuntura a laser.
Através desta pesquisa percebi que o uso da acupuntura no ambulatório
infantil é viável. Não há a necessidade de um ambiente especial e seu tempo de
aplicação fica em torno de 6 minutos, dependendo dos números de pontos
utilizados. É indolor e de baixo custo.
Esta terapia usada de forma complementar ao tratamento antiemético
padrão, é mais uma forma de trazer um alívio para aliviar a toxicidade
gastrointestinal. As crianças e adolescentes que fazem quimioterapia são muito
afetadas pelos efeitos adversos dos antineoplásicos. Protocolos com altas doses
muitas vezes são necessários para obter-se o efeito terapêutico desejado. Um

62
alívio seja na náusea, seja na diminuição do número de episódios de vômitos,
leva a uma diminuição do estresse, do sofrimento e também pode reduzir o risco
de complicações, reinternações e atraso no tratamento.
Cabe aos gestores e também profissionais da saúde lutarem para que as
terapias complementares sejam incluídas e oferecidas aos pacientes, dando-lhes
a oportunidade de decidirem se querem ou não fazer uso dessas técnicas.

Apresentação do Protocolo

Todas as condutas seguidas na pesquisa durante a coleta de dados serão


apresentadas a seguir no formato de protocolo. Este poderá nortear a aplicação
de laseracupuntura na quimioterapia infantil, caso esta terapia seja implementada
futuramente no setor.
Por ‘protocolo’ define-se o conjunto de dados que permitem direcionar o
trabalho e registrar oficialmente os cuidados executados na resolução ou
prevenção de um problema. Em outras palavras, protocolo é uma proposta de
padronização de procedimentos. Este instrumento auxilia no enfrentamento de
diversos problemas assistenciais e na gestão dos serviços de saúde, tem como
foco a padronização de condutas. De forma mais sintética, são rotinas
elaboradas, a partir do conhecimento científico atual, respaldado em evidências
científicas, por profissionais experientes e especialistas em uma área e que

63
servem para orientar fluxos, condutas e procedimentos dos trabalhadores nos
serviços de saúde(42).
A seguir, respondendo ao terceiro objetivo deste estudo, apresentamos a
seguir o protocolo assistencial de laseracupuntura na quimioterapia infantil.

PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA


ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA
MINISTÉRIO DA SAÚDE
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de 2016 fevereiro de 2016

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

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PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA
ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA

Março
2016

PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA


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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016

MINISTÉRIO DA SAÚDE

65
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA


ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA

ELABORADO POR:

CRISTIANE DA SILVA VAREJÃO

FÁTIMA HELENA DO ESPIRÍTO SANTO

Março
2016

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016

MARCELO CASTRO
MINISTRO DA SAÚDE

66
LUIZ FERNANDO BOUZAS
DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER

ELABORAÇÃO:

CRISTIANE DA SILVA VAREJÃO – MESTRE, ENFERMEIRA DA


QUIMIOTERAPIA INFANTIL DO HCI

FÁTIMA HELENA DO ESPÍRITO SANTO – DOUTORA EM ENFERMAGEM,


PROFESSORA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE.

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016

RESUMO

67
Náuseas e vômitos são efeitos colaterais frequentes associados aos tratamentos
quimioterápicos e pesquisas baseadas em evidências constatam o efeito da
acupuntura no alívio desses sintomas. O enfermeiro acupunturista pode, mediante
uma assistência sistematizada, contribuir com uma terapia complementar para
controlar os sintomas eméticos. A utilização da acupuntura a laser na prevenção
de náuseas e vômitos em crianças e adolescentes, enquanto complementar ao
cuidado de enfermagem, se mostra fundamental na perspectiva da melhoria dos
problemas de saúde dessa clientela e da qualidade de vida do cliente oncológico.
Este protocolo tem como objetivo orientar a conduta do acupunturista no
atendimento dos pacientes da quimioterapia infantil.

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de 2016 fevereiro de 2016

68
LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1- Os Meridianos _______________________________________ 12

Figura 2- Fluxograma de obtenção das publicações__________________14

Quadro 1-Publicações selecionadas e incluídas no estudo de acordo

com ano, país, idioma, objetivos e resultados 15

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de 2016 fevereiro de 2016

69
LISTA DE ABREVIATURAS

PNPIC- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

SUS- Sistema Único de Saúde

QT- Quimioterapia

COFEN- Conselho Federal de Enfermagem

MTC- Medicina Tradicional Chinesa

QI- Energia Vital

NV- Náuseas e vômitos

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de 2016 fevereiro de 2016

SUMÁRIO PÁG

70
1- Introdução ..............................................................................8

2- Justificativa ............................................................................9

3- Aspectos Éticos Legais .........................................................10

4- Objetivos ...............................................................................11

5- Metodologia ...........................................................................11

6- Desenvolvimento....................................................................12

6.1- A Medicina Tradicional Chinesa..........................................12

6.2- Acupuntura..........................................................................12

6.3- Náusea e vômito na MTC....................................................13

7- Revisão Bibliográfica...............................................................14

8- Responsáveis pela aplicação dos pontos ..............................18

9- Orientações aos responsáveis e ao paciente.........................18

10- Material .................................................................................19

11- Local de aplicação.................................................................19

12- Frequência de tratamento......................................................19

13- Descarte do material .............................................................19

14- Descrição do procedimento ..................................................19

15- Resultados esperados ..........................................................20

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de 2016 fevereiro de 2016

71
16- Cuidados especiais .............................................................20

17- Ficha para atendimento de laseracupuntura .......................21

18- Referências ..........................................................................22

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016

72
1. INTRODUÇÃO
A quimioterapia é uma das possibilidades de tratamento do câncer e,
dependendo da droga em questão, podem surgir determinados efeitos adversos
como alopécia, neutropenia, anorexia, prostração, diarreia, náuseas e vômitos (1).
Como desafio para o enfrentamento desses efeitos adversos, no
movimento de inserção das práticas integrativas e complementares nos serviços
de saúde, foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), contemplando a acupuntura como um método
terapêutico não farmacológico eficaz, de fácil acesso e baixo custo
(2)
representando, portanto, uma das perspectivas de atuação do enfermeiro .
A PNPIC vem corroborar para a integralidade das ações da saúde visto
que atua no campo da prevenção, promoção, manutenção e recuperação da
saúde, propondo uma assistência humanizada e voltada para a integralidade do
indivíduo. A PNPIC abrange as seguintes práticas: acupuntura, homeopatia,
fitoterapia, termalismo e medicina antroposófica.(2)
(2)
Um consenso do National Institutes of Health dos Estados Unidos
referendou a indicação da acupuntura, de forma isolada ou como coadjuvante, em
várias doenças ou agravos à saúde, tais como: dependência química,
dismenorréia, cefaléia, lombalgia, reabilitação pós acidente vascular encefálico e
também para náuseas e vômitos pós QT, o que vem fortalecer a relevância da
temática Para destacar a importância desse trabalho soma-se o fato de que o
(2)
mesmo vem ao encontro da PNPIC no que tange a premissa de incentivar :
- o desenvolvimento da acupuntura em caráter multiprofissional para as
categorias presentes no SUS,

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016 10/29

73
- a elaboração de normas técnicas e operacionais compatíveis com o
desenvolvimento dessa prática,
- a divulgação das possibilidades terapêuticas e alternativas a tratamentos
convencionais,
- pesquisa com as linhas de acupuntura para aprimorar sua prática, segurança e
aspectos econômicos, associados ou não a outros procedimentos, e práticas
complementares de saúde.

2- JUSTIFICATIVA
Os tumores são tratados associando-se ou não, de acordo com o caso,
cinco modalidades terapêuticas: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, transplante
(9)
de células – tronco hematopoiéticas e a terapia biológica . No caso dos tumores
pediátricos, estes têm alto índice proliferativo e são, na sua maioria,
quimiossenssíveis (1,3).
A principal definição de quimioterapia antineoplásica refere-se ao emprego
de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, que atuam interferindo
diretamente no processo de crescimento e divisão do ciclo celular, com o objetivo
de tratar as neoplasias malignas(1).
O tratamento quimioterápico varia de acordo com o diagnóstico e o
estadiamento do tumor. Assim, o esquema utilizado para o tratamento,
denominado de protocolo, geralmente utiliza a associação de dois ou mais
quimioterápicos que podem causar diversos efeitos colaterais devido à alta

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016 11/29
74
(1)
toxicidade aos tecidos . As reações adversas decorrentes da quimioterapia
relacionam-se com a não especificidade, ou seja, essas drogas não afetam
exclusivamente as células tumorais. Os efeitos adversos ocorrem,
predominantemente, sobre células de rápida divisão, em especial do tecido
hematopoiético germinativo, do folículo piloso e do epitélio de revestimento do
aparelho gastrintestinal (1,4).
Esse último apresenta como efeitos colaterais, considerados comuns, as
náuseas e vômitos que, quando intensos, afetam a condição nutricional, o
equilíbrio hidroeletrolítico e a qualidade de vida do paciente. São fontes de intensa
ansiedade e estresse tanto para a criança e adolescente quanto para a família, e,
não raro, contribuem para o abandono do tratamento (4).
A incidência de náuseas e vômitos está relacionada, primariamente, ao
potencial emético da droga. Apesar da terapêutica antiemética disponível no
mercado os efeitos gastrointestinais acometem entre 45% e 75% dos pacientes
em tratamento antineoplásico. Muitos vivenciam sofrimento acentuado, devido às
náuseas e vômitos, o que pode causar desconforto importante como dor, soluço,
pirose, anorexia e perda de peso acentuada. Caso esses sintomas não sejam
controlados podem causar desequilíbrio hidroeletrolítico, distúrbio ácido-básico e
metabólico. Tais intercorrências podem levar a uma internação e à interrupção da
quimioterapia causando, tanto nos pacientes quanto nos familiares, angústia e
sofrimento (5).
A acupuntura, recomendada pela OMS a seus estados membros, para
efeitos colaterais decorrentes do tratamento do câncer desde a década de 80,
pode aliviar esses efeitos. Estudos clínicos realizados mostram resultados
significativos no alívio de náusea e vômito tanto em crianças quanto em adultos (6)
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2016 fevereiro de 2016 12/29
A acupuntura tem a função de complementar o tratamento antiemético e
não substitui-lo.

2.1. PROGRAMAS RELACIONADOS ÀS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E


COMPLEMENTARES:

 HUMANIZA SUS- reforça a importância do compromisso com o sujeito e


seu coletivo, estimulando as diferentes práticas terapêuticas que, nesse
estudo, é a acupuntura, incentivando a corresponsabilidade de gestores,
trabalhadores e usuários no processo de produção da saúde (7).
 PNIPIC- vem corroborar para a integralidade das ações da saúde visto que
atua no campo da prevenção, promoção, manutenção e recuperação da
saúde, propondo uma assistência humanizada e voltada para a
integralidade do indivíduo. Abrange as seguintes práticas: acupuntura,
homeopatia, fitoterapia, termalismo e medicina antroposófica. (8)

3. ASPECTOS ÉTICOS LEGAIS


O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), como órgão normatizador
do exercício profissional da enfermagem, pela Resolução 326/2008 autoriza o
enfermeiro a usar, autonomamente, a acupuntura em suas condutas profissionais,
(9)
mediante título emitido por curso de pós-graduação Lato Sensu . O enfermeiro
acupunturista tem um papel de extrema importância no alívio de diversos

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ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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sintomas decorrentes da quimioterapia, podendo usar diferentes técnicas de
acupuntura visando melhorar a qualidade de vida do cliente oncológico,
favorecendo a complementaridade em detrimento da exclusão, ampliando a
variedade de opções para os cuidados em saúde.

4. OBJETIVOS
 Aplicar acupuntura a laser em crianças e adolescentes submetidas à
quimioterapia que apresentem náusea e vômitos decorrentes do
tratamento
 Proporcionar alívio da náusea e vômitos em pacientes da quimioterapia
infantil
 Incentivar pesquisas na área da acupuntura colaborando com resultados
de estudos já publicados
 Estabelecer orientações para um atendimento adequado

5. METODOLOGIA
A ideia desse protocolo emergiu a partir dos resultados de uma pesquisa
clínica realizada na quimioterapia infantil do Instituto Nacional do Câncer. Neste
estudo foi realizado laseracupuntura em crianças e adolescentes submetidas à
quimioterapia de alto e médio graus de emetogenicidade.
Foram randomizados 2 grupos A e B nos quais no grupo A era aplicada a
acupuntura verdadeira e no grupo B a acupuntura placebo. Os participantes foram
acompanhados do primeiro ao quinto dia pós-QT. Foram acompanhados 26 ciclos
de quimioterapia, em cada grupo. Como resultado obteve-se um alívio da náusea

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ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA
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Versão: Elaborado em: Última revisão: Página:
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no grupo A em relação ao grupo B em todos os 5 dias. Com relação ao vômito
houve uma diminuição dos números de episódios no segundo dia (D2) e no
terceiro dia (D3). Nos dias 1, 4 e 5 não houve diferença significativa entre um e
outro.
Mediante os dados desse estudo e de outros publicados, nos quais os
resultados foram significativos foi proposta a formulação deste protocolo como o
intuito de oferecer esta terapia aos pacientes da quimioterapia infantil.

6. DESENVOLVIMENTO
6.1. A MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A Medicina Tradicional Chinesa é a denominação usualmente dada ao
conjunto de práticas da medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas no
curso da sua história. Documentada há quase 5 mil anos, é hoje conhecida e
praticada em diversas partes do mundo. É um sistema completo que possui uma
teoria própria. Baseia-se no pressuposto de que, além dos órgãos e dos sistemas,
existem canais por onde circula a energia vital (Qi), e que a perturbação dessa
(10)
circulação é a causa para o desequilíbrio a que chamamos de doença .

6.2. A ACUPUNTURA
A acupuntura é o conjunto de conhecimentos da medicina tradicional chinesa que
visa à cura de doenças por meio de aplicação de agulhas e moxa, além de outras
(15)
técnicas . Esta técnica chinesa milenar age alterando a circulação sanguínea da
região, promovendo o relaxamento muscular, reduzindo o espasmo, a inflamação e a dor.
O estímulo de determinados pontos, promove a liberação de hormônios como o cortisol e
as endorfinas promovendo a analgesia e diminuindo a ansiedade e estresse (11,12).
De acordo com a medicina tradicional Chinesa, a estimulação de determinados
pontos tem a capacidade de regular o fluxo energético (QI) que é responsável pela

78
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fisiologia do corpo humano. Esse QI (energia vital) flui por canais de energia no
corpo que ligam os órgãos principais (11).
Os Meridianos são canais por onde a energia percorre todo o corpo e,
através de estímulos em determinados pontos do meridiano podemos reequilibrar
a energia do corpo e dos órgãos (12).

Figura 1- Os meridianos (12)

Fonte: Maciocia10.

Os Meridianos seriam os canais nos quais corre a energia para nutrir e


defender o organismo. Essa energia que nutre e defende é o Qi. A tradução de Qi
é muito difícil. Várias tentativas já foram feitas, mas nenhuma delas se aproxima
de sua essência exata. Força material, matéria, éter, matéria energia, energia... O
Qi é base de todos os fenômenos no universo e proporciona uma continuidade
entre as formas material e dura e as energias tênues, rarefeitas e imateriais. (11)

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PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA
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6.3. A náusea e vômito na Medicina Tradicional Chinesa


Na Medicina Tradicional Chinesa, a náusea e o vômito podem ter várias
causas sempre envolvendo o estômago. Este órgão é responsável por enviar os
alimentos transformados em descida para o intestino delgado, por essa razão o Qi
do estômago apresenta um movimento de descida, Se o Qi do estômago descer,
a digestão será boa e não haverá problemas. Se o Qi do estômago falhar ao
descer, os alimentos estagnarão no estômago, provocando uma sensação de
volume e distensão, regurgitação, eructação, soluço, náusea e vômito. Assim,
náusea e vômito são, por definição, provenientes do Qi rebelde do estômago
ascendendo. Isso pode ocorrer por 2 causas: excesso ou deficiência. No excesso,
o Qi do estômago se rebela ativamente para cima ao passo, que na deficiência, o
Qi do estômago não consegue descer (11,12).
A acupuntura, como método terapêutico não farmacológico de baixo custo,
vem sendo incorporada a vários estudos clínicos controlados no ocidente, que,
nos últimos anos, começaram a dar sustentação científica a essa prática em
grande medida empírica, da medicina tradicional chinesa.
Embasados principalmente na teoria dos meridianos, os médicos chineses
vêm utilizando a acupuntura para o manejo e alívio de sintomas ligados ao
sistema gastrointestinal, como náusea e vômito, há, aproximadamente, 2000 anos
(13)
.
Em um setor de quimioterapia infantil existem grandes possibilidades de
utilização desta terapêutica não convencional e, sendo o ambulatório de
quimioterapia, um local onde o enfermeiro atua de forma autônoma, representa
um campo fértil para desenvolver atividades de alívio e conforto, incluindo a
acupuntura.

80
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA
ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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A acupuntura a laser vem a ser mais uma ferramenta desta técnica milenar, para
(14)
estímulo dos acupontos (pontos de acupuntura) . Tem sido utilizada com
sucesso em diversas áreas, incluindo fisioterapia, medicina, odontologia e
apresenta-se como uma alternativa às agulhas metálicas de acupuntura. É um
(14)
método não invasivo, indolor e sem efeitos colaterais .
Estudos sugerem que a ação dos pontos de acupuntura para náusea e vômito,
seria similar ao que ocorre nos mecanismos de controle da dor, agindo tanto em
nível medular, quanto no sistema nervoso simpático que, por sua vez, atuaria no
trato gastrointestinal e no tronco encefálico, através da liberação de opióides
endógenos (15).

7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para conhecer a utilização da acupuntura em oncologia foi realizada uma
revisão integrativa na literatura mediante a questão norteadora: Como a
acupuntura vem sendo utilizada na oncologia pediátrica?
A busca dos artigos foi processada nas seguintes bases de dados: Medical
Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Nacional Library of
Medicine (PUBMED), Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde (LILACS) e na Cochrane Collaboration. Os critérios de
inclusão foram: artigos em inglês, português e espanhol e artigos publicados de
2006 a 2015. Critérios de exclusão: artigos com revisão integrativa, artigos que
não focassem humanos. Para seleção dos estudos foi realizada leitura exaustiva
dos resumos e títulos de cada artigo, para verificar a pertinência da pesquisa com
a questão norteadora desta investigação. Para tal, foram usadas as seguintes

81
combinações:1- acupuncture and child and drug therapy; 2 – acupuncture and
nursing; 3-drug therapy and acupuncture; 4-nausea and vomiting and
acupuncture; 5- nausea and acupuncture and cancer.
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM: ACUPUNTURA PARA
ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
SUBMETIDOS À QUIMIOTERAPIA

Versão: Elaborado em: Última revisão: Página:


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Quadro 2- Publicações selecionadas e incluídas no estudo, de acordo com ano,


país, idioma, objetivos e resultados.
Artigo Ano Tipo Autores País Idioma Objetivos Resultados

1 2012 Ensaio clínico Chao H Y, China Inglês Avaliar a eficácia da Ambos os


randomizado Lung CC, auriculoterapia em grupos (o que
com grupo Chien C, crianças na redução receberam a
recebendo de náusea e auriculoterapia e
placebo et al vômitos pós QT
o que recebeu
placebo) tiveram
diminuição
significativa de
náusea severa e
vômito
2 2008 Ensaio clínico Gottschling Alemanha Inglês Analisar se o uso A acupuntura
randomizado S, Reindl TK, da acupuntura em reduziu o uso de
multicêntrico Meyer SBJ, crianças reduz o antieméticos e
et al uso de antieméticos também os
durante o
tratamento
episódios de
quimioterápico com vômitos
drogas de alta
emetogenicidade
Araújo DC, Brasil Português Aplicar a A
Rossi A, s acupuntura a laser laseracupuntura
3 2013 Relato de caso Torres CP, em criança com foi eficaz na
Galo R, et al diagnóstico de diminuição do
meduloblastoma, e
avaliar seu efeito na
trismo.
melhora do trismo,
que teve como
sequela à
radioterapia.

82
4 2010 Estudo Ladas EJ, EUA Inglês Foram analisados Nenhum relato
retrospectivo Rooney D, 32 prontuários de de sangramento
(análise de Taromina K, crianças com foi obsevado nos
prontuários) Ndao DH, câncer que fazem prontuários de
Kelly KM acupuntura, com o
objetivo de verificar
crianças que
se apresentavam fizeram a
trombocitopenia no acupuntura no
momento da período que
acupuntura e se apresentavam
ocorreram trombocitopenia
complicações
relacionadas a essa
terapia.

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Com a busca para a construção do Estado da Arte, pudemos verificar que


as publicações relacionadas à acupuntura para alívio da náusea e vômito se
encontram em número reduzido.
De acordo com os achados, todos os autores concordam que a acupuntura
tem efeito benéfico na diminuição de náuseas e vômitos (NV) devido à
(16, 17,
quimioterapia, porém, todos sugerem que mais pesquisas são necessárias
18, 19,)
.
O uso de antieméticos para alívio da náusea e do vômito, muitas vezes não
consegue trazer o benefício esperado. O uso de técnicas complementares para
auxiliar na terapia medicamentosa tem sido usado, principalmente, nos Estados
Unidos, China, e Alemanha (18,19).
No final da década de 70, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional,
objetivando a formulação de políticas na área. Desde então, em vários
comunicados e resoluções, ela expressa o seu compromisso em incentivar os
Estados – membros a formularem e implementarem políticas para o uso racional
e integrado da Medicina complementar nos sistemas nacionais de atenção à

83
saúde, bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para melhor
conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade. (8)
Dos artigos encontrados que falam sobre acupuntura na oncologia pediátrica
cada um discorreu sobre uma modalidade da acupuntura: agulhas, sementes
(auriculoterapia) e laser. O que descreve o uso de agulhas em crianças refere boa
aceitação do uso das mesmas, tanto por parte dos pacientes quanto dos
responsáveis, e relata que apesar de algum incômodo provocado pelas agulhas,
não houve rejeição na maioria, decorrente das mesmas (17).

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O nosso estudo não usou agulha, o que para algumas crianças poderia ter
sido o motivo de não querer participar da pesquisa, este usou o laser para
estimular os pontos escolhidos. Apesar de somente 3 responsáveis dos 13
conhecerem a acupuntura, a aceitação dessa terapia por parte deles e dos
participantes foi boa.
Um estudo realizado na Alemanha entre crianças e adolescentes com
câncer que usavam terapias complementares, dentre elas a acupuntura,
identificou que esses pacientes procuravam essas terapias principalmente para
aliviar os efeitos colaterais do tratamento, fortalecer o sistema imunológico e
evitar depressão. E a maioria dos usuários (97%) dessas terapias recomendava
seu uso para outros pacientes (19)
Em um estudo randomizado multicêntrico realizado na Alemanha com
participantes, entre 6 e 18 anos, que faziam esquemas de QT com alto e médio
graus de emetogenicidade foram randomizados 2 grupos, sendo um com
acupuntura e outro sem ambos com medicação standard para náusea e vomito

84
(21)
. Tiveram como resultado um alívio significativo tanto para a náusea quanto
para o vômito. No que tange ao vômito, nosso estudo só mostrou um valor
(17)
significativo no D2 de QT .
Uma pesquisa realizada em São Paulo com mulheres com câncer de mama
submetidas à quimioterapia, randomizou 3 grupos: um com auriculoterapia, outro
com acupuntura e outro sem terapia complementar. Teve como resultado alívio da
náusea e vômito no grupo que fazia a acupuntura clássica, quando comparado
com os outros dois grupos. Este resultado também vai ao encontro dos resultados
do nosso ensaio (15).

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A estimulação do ponto PC6 quer seja por meio de acupuntura ou


eletroacupuntura mostrou-se eficaz nos estudos selecionados. Trata-se de uma
técnica usual na Inglaterra, usada, principalmente, com a associação de
antieméticos19. Outro estudo utilizando a estimulação elétrica do ponto PC6
demonstrou que houve uma redução significativa nos sintomas de NV agudos
decorrentes do tratamento quimioterápico, tanto na sua intensidade, quanto na
sua frequência (20).

8. RESPONSÁVEIS PELA APLICAÇÃO DOS PONTOS


Profissionais da área de saúde que tenham título de acupunturista. Estes
profissionais devem pertencer à instituição. Serão dadas orientações aos
familiares e pacientes sobre a terapia, e ambos deverão assinar um termo de
autorização para realização da terapia.

9. ORIENTAÇÃO AO RESPONSÁVEL E AO PACIENTE


Explicar sobre o procedimento, ressaltando que esta é uma terapia

85
complementar e que a medicação antiemética deve ser dada de acordo com a
prescrição médica. Deixar claro que a laseracupuntura vem auxiliar o tratamento
medicamentoso com o intuito de aliviar náuseas e vômitos.

10. MATERIAL
A acupuntura pode ser realizada de diversas formas, a mais comum e
tradicional é através de agulha. No caso da pediatria, isso pode levar a uma
rejeição e medo da aplicação. Por isso usaremos o laser para estimular os pontos
escolhidos no tratamento. Descrição do material a ser utilizado:
-Laser de baixa intensidade ( com selo do in metro)

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-Óculos de proteção específico para laser


-Álcool a 70%- para limpeza da caneta de laser e dos óculos
- Algodão - para aplicação do álcool
- Ficha com os dados do paciente
- Luvas de procedimento, caso a criança esteja em precaução de contato.

11. LOCAL DE APLICAÇÃO


A laseracupuntura poderá ser realizada em qualquer ambiente, que tenha
uma maca, ou poltrona para o paciente deitar ou sentar. Necessita-se também de
tomada para ligar o aparelho. O paciente poderá ficar sentado ou deitado, ou
seja, de forma a que este fique o mais confortável possível.

12. FREQUÊNCIA DO TRATAMENTO


A frequência do tratamento será decidida pelo acupunturista.

86
13. DESCARTE DO MATERIAL

No caso da laseracupuntura não há descarte de material. No caso de


acupuntura com agulha há o descarte das agulhas que sendo perfurocortantes
têm que ser descartadas num recipiente próprio.

14. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO:


- Paciente deitado ou sentado (como for mais confortável para o mesmo)
- Preencher a ficha com dados dos pacientes
- Caso seja uma aplicação subsequente anotar queixas atuais e comparar com as
anteriores. Avaliar se houve melhora ou não dos sintomas. O acupunturista

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avaliará quais os pontos deverão ser utilizados, e se mantém ou não os pontos


anteriores, em caso de tratamento subsequente.
- Lavar as mãos antes e após cada procedimento
- Colocar óculos de proteção no paciente
- Limpeza dos óculos e da caneta laser com álcool a 70%
- Ligar o aparelho de laser, colocar os parâmetros necessários (de acordo com a
avaliação do profissional que estiver atendendo).
- Proceder à aplicação do laser nos pontos escolhidos, após avaliação.
- Não aplicar o laser em áreas de tumorações.
- Anotar na ficha do paciente os pontos utilizados a cada aplicação.
Atenção- a acupuntura é uma terapia que vê o indivíduo como um ser único. Cada
um deve ter seu plano terapêutico adequado para aquele momento. Cabe ao
acupunturista avaliar a necessidade de pontos de tratamento num determinado
87
momento.

15. RESULTADOS ESPERADOS


Espera-se com a utilização dessa terapia complementar, aliviar a
intensidade da náusea e diminuir o número de episódios de vômitos nos
pacientes da quimioterapia infantil.

16. CUIDADOS ESPECIAIS


Obrigatório o uso de óculos de proteção por parte do paciente
Não aplicar o laser em áreas tumorais

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17. FICHA PARA APLICAÇÃO DE LASERACUPUNTURA

Data ______________

Nome: _____________________________________________________

Prontuário_______________________________ Idade ____________

Altura ________________ Peso _________________________

Diagnóstico ________________________________________________

Internado sim ( ) não ( )

88
Protocolo

Antieméticos em uso

Intensidade da Náusea: Grau I ( ) Grau 2 ( ) Grau 3 ( )

Vômitos: sim ( ) não ( )

Número de episódios de vômitos: de 1 a 2 ( ) de 2 a 4 ( ) mais de 4 ( )

Sinais Vitais: FC ________ PA____________ FR_________ Tax ________

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Primeira aplicação de laseracupuntura SIM ( ) Não ( )

Em caso de aplicação subsequente: Com relação à toxicidade gastrointestinal:

Houve melhora dos sintomas sim ( ) não ( )

Especificar a melhora __________________________________________

Houve aumento dos sintomas sim ( ) não ( )

Especificar ____________________________________________

Pontos de acupuntura utilizados:

_________________________________________________________________
89
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

Observações:
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
___________________________________________________________

Assinatura ____________________

Carimbo _____________________________

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18. REFERÊNCIAS
1- Bonassa EMA, Gato MIR. Terapêutica oncológica para enfermeiros e
farmacêuticos. 4a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2012.

2- Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no
SUS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2006.[Acessadoem 223 de março de
2014]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf

3- Melaragno R, Camargo B. Oncologia pediátrica: diagnóstico e tratamento. Sâo


Paulo: Atheneu, 2013. 366p

90
4- Ministério da Saúde.Brasil. Instituto Nacional do Câncer (INCA) Câncer na
criança e no adolescente no Brasil: dados dos registros de base populacional e de
mortalidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. [Acessado em 23 de março de
2014] Disponível em: http://www.inca.gov.br/tumores_infantis/ .

5- Consenso brasileiro de náusea e vômito em cuidados paliativos. Revista


Brasileira de Cuidados Paliativos. 2011;3 (3) – Suplemento 2.

6- Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trial. World


Health Organization. 2002
7- Ministério da Saúde- Humaniza Sus. Política Nacional de humanização-
Brasília – DF- 2004- [Acessado em 13 de março de 2014]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf.

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016 27/29

8- Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no
SUS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2006.[Acessado em 223 de março de
2014]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf.

9- Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 326, de 10 de abril de


2008. Autoriza o Enfermeiro a usar autonomamente a Acupuntura em suas
condutas profissionais, após a comprovação da sua formação técnica específica,
perante o COFEN. [Acessado em 23 de março de 2014].
Disponível em http://novo.portalcofen.gov.br/resoluao-cofen-n-3262008_5414.html
.

91
10- Maciocia G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, 2007.
967p.

11- Silva DRF, Reis PED, Gomes IP et al. Intervenções não farmacológicas para
náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia. Obj nursing. 2009.vol 8.
[Acessado em 09 de julho de 2015]. Disponível em:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/rt/printerFriendly/2098/463

12- 35- Focks C, Marz U. Guia Prático de Acupuntura. Local: Manole, 2008. 697p.

13- Fernandes MH, Graziane SR. Acupuntura na prevenção da náusea e do


vômito decorrentes do tratamento da quimioterapia antineoplásica. PIBIC; Osasco
v. 3, n 2, 2006. p. 49-58 [Acessado em 14 de março de 2014]. Disponível em:
http://www.mastereditora.com.br/periodico/20150902_0837362.pdf

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016 28/29

14- Ezzo J, Richardson MA, Vickers A, et al. Acupuncture-point stimulation for


chemotherapy-induced nausea or vomiting. Cochrane pain, palliative and
suportive care group. 2009.[Acessado em 24 de março de 2014]. Disponível em:
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16625560

15- Chug WT. Estudo prospectivo do valor da acupuntura no controle da náusea e


vômitos em paciente de câncer de mama submetidas a quimioterapia
adjuvante.(Tese de Doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São

92
Paulo. São Paulo: USP, 2007. [Acessado em 14 de março de 2014]. Disponível
em : www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde.../wutuchung.pd

16- Ye CH, Chien LC, Chiang C et al. Reduction in náusea and vomiting in
children undergoing câncer chemotherapy by either appropriate or sham auricular
acupunture points with standard care. The journal of alternative and
complementary medicine.2012; 18 (4): 334-340. [Acessado em 20 de março de
2014]. Disponível em:
http://digitalcommons.wustl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=4282&context=open_a
ccess_pubs

17- Gottschling S, Reindl, T. K., Meyer, S., Berrang, J., Henze, G., Graeber, S. &
Graf N. (2007). Acupuncture to alleviate chemotherapy-induced nausea and
vomiting in pediatric oncology-a randomized multicenter crossover pilot
trial. Klinische Padiatrie; 220(6): 365-370. [Acessado em 20 de março de 2104].
Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18949672

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01 fevereiro de 2016 fevereiro de 2016 29/29

18- Ferreira DC; De Rossi A; Torres CP; Galo R; Paula-Silva FW; et al. Effect of
laser acupuncture and auricular acupressure in a child with trismus as a sequela
of meduloblastoma. Acupunct Med; 2014 Apr; 32 (2): 190-3 PubMed ID: 243845.
[Acessado em 20 de março de 2014]. Disponível em
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24384541

93
19- Gottschling S, Meyer S, Längler A, Ebinger F, Bialas P, Gronwald B. Use of
complementary and alternative medicine in siblings of pediatric câncer patients in
germany . A population-based survey. Open Journal of Pediatrics 2014; 4: 93-
101.[Acessado em 10 de abril de 2104]. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.4236/ojped.2014.41013

20- Tonezzer T, Tagliaferro J, Cocco M, Marx A. Uso da estimulação elétrica


nervosa transcutânea aplicado ao ponto de acupuntura PC6 para a redução dos
sintomas de náusea e vômitos associados à quimioterapia.antineoplásica.
Rev.bras.cancerol; 2012. 58 (1): 7-14, [Acessado em 20 de março de 2014].
Disponível em:
http://www.inca.gov.br/rbc/n_58/v01/pdf/03_artigo_uso_estimulacao_eletrica_nerv
osa_trascutanea_aplicado_ponto_acupuntura_PC6_reducao_sintomas_nausea_v
omitos_associados_quimioterapia_antineoplasica.pdf

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizar um estudo de intervenção, com uma terapia que nunca havia sido
utilizado no ambulatório infantil não foi fácil. Barreiras existiram, dificuldades
também. Tropeços e percalços para conseguir seguir o delineamento do estudo.
Mas chego ao final dessa dissertação com a certeza de ter contribuído para a
assistência prestada as crianças e adolescentes do Inca. E confiante que a
acupuntura a laser possa num futuro bem próximo ser implementada no
ambulatório de quimioterapia infantil e quiça em outros setores também.

94
“Se tiver que desistir de alguma coisa, desista das dúvidas que te fazem hesitar”
(autor desconhecido)

7- REFERÊNCIAS
1- Acogna EC, Nascimento LC, Lima RAG. Crianças e adolescentes com câncer:
experiências com a quimioterapia. Rev. Latino americana enfermagem: set, out.
2010 [Acessado em 14 de março de 2014]; 18(5). Disponível em:
http://www.redalyc.org/pdf/2814/281421935005.pdf

2- Ministério da Saúde (Brasil). Instituto Nacional do Câncer. ABC do câncer:


abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro: INCA; 2012.

95
[Acessado em 13 de março de 2014]. Acessado em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/abc_do_cancer_2ed.pdf

3- Ministério da Saúde (Brasil). O câncer e seus fatores de risco. O que a


educação pode evitar? 2a edição- RJ- INCA 2013. [Acessado em 13 de março de
2014]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Cancerfatoresrisco.pdf

4- Brasil. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990- Lei orgânica da saúde. Dispõe


sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. [Acesso em 23 de março de 2014]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

5- Brasil. Diagnóstico precoce do câncer na criança e adolescente. 2. Ed. Rio de


Janeiro: INCA; 2011. [Acessado em 13 de março de 2014]. Disponível em:
http://www.unidospelacura.org.br/arquivos/saibamais/Diagnostico-Precoce-do-
INCA.pdf

6- Brasil. Portaria 874 de 16 de maio de 2013. Institui a Política Nacional para


Prevenção e Controle do Câncer na rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). [Acessado em
23 de março de 2014]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0874_16_05_2013.html
7- Brasil. Manual de ações de enfermagem para o controle do câncer: uma
proposta de integração ensino-serviço. 3a ed. Rio de Janeiro: INCA; 2008.
[Acessado em 13 de março de 2014] Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_enfermagem_controle_cancer.p
df

96
8- Ministério da Saúde- Humaniza SUS. Política Nacional de humanização-
Brasília – DF- 2004- [Acessado em 13 de março de 2014]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf

9- Bonassa EMA, Gato MIR. Terapêutica oncológica para enfermeiros e


farmacêuticos. 4a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2012.

10- Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
no SUS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2006.[Acessadoem 223 de março de
2014]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf

11- Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 326, de 10 de abril


de 2008. Autoriza o Enfermeiro a usar autonomamente a Acupuntura em suas
condutas profissionais, após a comprovação da sua formação técnica específica,
perante o COFEN. [Acessado em em 23 de março de 2014].
Disponível em http://novo.portalcofen.gov.br/resoluao-cofen-n-3262008_5414.html

12- Melaragno R, Camargo B. Oncologia pediátrica: diagnóstico e tratamento. Sâo


Paulo: Atheneu, 2013. 366p.

13- Ministério da Saúde.Brasil. Instituto Nacional do Câncer (INCA) Câncer na


criança e no adolescente no Brasil: dados dos registros de base populacional e de
mortalidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. [Acessado em 23 de março de
2014] Disponível em: http://www.inca.gov.br/tumores_infantis/

14- Grabois, MF. O acesso a assistência oncológica infantil no Brasil.(Tese de


Doutorado). Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: 2011. [Acessado em 10 de
janeiro e 2016] Disponível em :
file:///C:/Users/cris/Downloads/TESE_MariliaFornaciariGrabois_vers%C3%A3ofina
l%20(1).pdf

97
15- Consenso brasileiro de náusea e vômito em cuidados paliativos. Revista
Brasileira de Cuidados Paliatvos. 2011;3 (3) – Suplemento 2.

16- Rodgers C; Kollar D; Taylor O; Bryant R; Crockett K; Gregurich MA;


Hchenberry M. Nausea and vomiting perpectives Amon children receiving
moderate to highly emetogenic chemotherapy treatment. Cancer Nurs; 35 (3):
203-10, 2012 May-Jun [Acessado em 31 de janeiro de 2016]. Disponível em:
http://journals.lww.com/cancernursingonline/pages/articleviewer.aspx?year=2012&iss
ue=05000&article=00006&type=abstract

17- Fernandes MH, Graziane SR. Acupuntura na prevenção da náusea e do


vômito decorrentes do tratamento da quimioterapia antineoplásica. PIBIC; Osasco
v. 3, n 2, 2006. p. 49-58 [Acessado em 14 de março de 2014]. Disponível em:
http://www.mastereditora.com.br/periodico/20150902_0837362.pdf

18- Costa JC; Lima RAG. Crianças /adolescentes em quimioterapia ambulatorial:


implicações para a enfermagem. Rev. Latino-Am. Enfermagem [Internet]. 2002
Jun [citado 2016 Jan 10]; 10(3): 321-333. [Acessado em 10 de janeiro de 2016]
Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v10n3/13342.pdf

19- Maciocia G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, 2007.


967p.
20- Silva DRF, Reis PED, Gomes IP et al. Intervenções não farmacológicas para
náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia. Obj nursing. 2009.vol 8.
[Acessado em 09 de julho de 2015]. Disponível em:
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/rt/printerFriendly/2098/463

21 - Ezzo J, Richardson MA, Vickers A, et al. Acupuncture-point stimulation for


chemotherapy-induced nausea or vomiting. Cochrane pain, palliative and
suportive care group. 2009. [Acessado em 24 de março de 2014]. Disponível em:
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www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16625560

22- Chug WT. Estudo prospectivo do valor da acupuntura no controle da náusea e


vômitos em paciente de câncer de mama submetidas a quimioterapia
adjuvante.(Tese de Doutorado). Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo. São Paulo: USP, 2007. [Acessado em 14 de março de 2014]. Disponível
em : www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde.../wutuchung.pd

23- Ye CH, Chien LC, Chiang C et al. Reduction in nausea and vomiting in
children undergoing cancer chemotherapy by either appropriate or sham auricular
acupunture points with standard care. The journal of alternative and
complementary medicine.2012; 18 (4): 334-340. [Acessado em 20 de março de
2014]. Disponível em:
http://digitalcommons.wustl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=4282&context=open_a
ccess_pubs

24- Gottschling S, Reindl, T. K., Meyer, S., Berrang, J., Henze, G., Graeber, S. &
Graf N. (2007). Acupuncture to alleviate chemotherapy-induced nausea and
vomiting in pediatric oncology-a randomized multicenter crossover pilot
trial. Klinische Padiatrie; 220(6): 365-370. [Acessado em 20 de março de 2104].
Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18949672

25- Ferreira DC; De Rossi A; Torres CP; Galo R; Paula-Silva FW; et al. Effect of
laser acupuncture and auricular acupressure in a child with trismus as a sequela
of meduloblastoma. Acupunct Med; 2014 Apr; 32 (2): 190-3 PubMed ID: 243845.
[Acessado em 20 de março de 2014]. Disponível em:
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26- Ladas EJ, Rooney D, Taromina K, Ndao DH, Kelly KM. The safety of
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100
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101
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Horizonte: Copmed; 2009. [Acesso em 15 jan 2016]. Disponível em:
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1750.pdf

APÊNDICE A
TERMO DE ASSENTIMENTO PARA CRIANÇAS/ADOLESCENTES

102
DE 6 A 12 ANOS
TÍTULO: ACUPUPUNTURA A LASER NA QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA
PROPOSTA COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO ALÍVIO
DE NÁUSEA E DO VÔMITO. UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
NOME DO PARTIPANTE ____________________________________
NOME DO RESPONSÁVEL: __________________________________________
Olá, meu nome é Cristiane da Silva Varejão, sou enfermeira aqui do INCA, do
setor da Quimioterapia. Quero convidar você a participar de um estudo que está
sendo realizado por mim aqui no hospital. Discutimos esta pesquisa com seus
pais ou responsáveis e eles sabem que também estamos pedindo seu acordo. Se
você vai participar na pesquisa, seus pais ou responsáveis também terão que
concordar. Mas se você não desejar fazer parte na pesquisa, não é obrigado, até
mesmo se seus pais concordarem. Você pode conversar sobre esse formulário
com seu responsável, com seu amigo, com seu médico ou com quem você se
sentir seguro. Você pode decidir se quer participar logo depois da conversa ou
também pedir um tempo para pensar. Se quiser que eu pare a qualquer momento
da conversa para tirar alguma dúvida, por favor, pode pedir que eu paro para tirar
qualquer dúvida. Este termo é chamado de assentimento, pois mesmo que seu
pai concorde que você participe do estudo eu preciso também da sua autorização
para fazer a pesquisa com você.
PROPÓSITOS DA PESQUISA:
A quimioterapia, que é o tratamento que você faz ou fará aqui no
INCA, poderá dependendo da medicação que é usada, causar
enjoos e vômitos. Mesmo com seu pediatra receitando remédios
para evitá-los algumas vezes esses remédios não conseguem
aliviá-lo por completo. Com esse estudo pretende-se avaliar se a laseracupuntura
é eficaz para ajudar a aliviar ou prevenir esses efeitos da quimioterapia.

Rubrica do Rubrica do
participante ou investigador
representante legal: responsável:
MAS O QUE É LASERACUPUNTURA?

103
A laseracupuntura é um tipo de acupuntura feito com laser. A aplicação é feita
aplicando-se o laser em determinados pontos do corpo. No caso desta pesquisa
eu quero verificar se esta aplicação vai aliviar sua náusea e seu vômito.
O aparelho de laser emite uma luz vermelha, que será colocada próxima a um
local do seu corpo para estimular esse ponto. A aplicação é feita conforme mostra
essa foto abaixo.

TODAS AS CRIANÇAS QUE FAZEM QUIMIOTERAPIA VÃO PARTICIPAR?


Não. Só vão participar crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos que fazem uso
de quimioterápicos que causem mais náuseas e vômitos. (São eles:
doxorrubicina, cisplatina, ifosfamida, metotrexato, etoposide e ciclofosfamida).
Todos os participantes serão divididos em 2 grupos, grupo A e B.

COMO SERÁ O PROCEDIMENTO DA PESQUISA?


Caso você e seu responsável aceitem participar desta pesquisa, após a
assinatura desta folha, será sorteado um envelope, onde dirá se você fará parte
do grupo A ou do grupo B. O grupo A fará os remédios prescritos e a acupuntura
ativa (que tem efeito) e o grupo B fará os remédios prescritos e a acupuntura que
dizemos ser inativa (não tem efeito), que é aplicada em pontos do corpo que não
são considerados pontos de acupuntura.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador

Representante legal Responsável

104
Você também não saberá se estará participando do grupo da laseracupuntura
ativa ou inativa. Isso é importante para saber o real efeito do laser no alívio de
enjoos e vômitos.
Você não terá que deixar de tomar os remédios prescritos pelo pediatra, fará uso
normalmente deles como indicado na receita. A laseracupuntura será realizada
pela própria pesquisadora, Cristiane Varejão e será feita por um período de 6
meses.

Realização da acupuntura: A acupuntura será realizada através de um laser que


não causa dor nem nenhum desconforto. Será aplicada minutos antes do início de
cada quimioterapia e levará em torno de 6 minutos. As aplicações serão feitas no
ambulatório de quimioterapia, podendo você ficar deitado ou sentado, o que lhe
for mais confortável. Durante 5 dias, contando do dia da quimioterapia, você terá
que responder (você ou seu responsável) um diário, com informações sobre a
intensidade da náusea, se ocorrer vômitos precisará anotar quantos episódios e
se fizer uso de medicamentos extras deverá anotar também.

RISCOS: O laser que será usado na aplicação, é um


laser próprio para isso, não causa dor nem desconforto,
nem tem risco de queimaduras, sendo seu uso destinado
para este tipo de acupuntura e para outros
procedimentos relacionados com a pele. Todo laser,
mesmo esse que vai ser usado pode, quando direcionado para os olhos causar
danos na retina. Por isso em todas as aplicações você terá que usar óculos de
proteção. O laser não será aplicado em áreas que tenha algum machucado.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

105
BENEFÍCIOS:
Com a aplicação da acupuntura a laser você poderá ter ou não o alívio do enjoo e
do vômito. Só saberemos o resultado se fizermos a pesquisa. Não tenho como
garantir se ela é eficaz ou não, só com este estudo poderemos avaliar. Mas se
for comprovado que ela traz um alívio ou até mesmo contribui para a prevenção
desses efeitos colaterais, outras crianças que fazem quimioterapia também
poderão ser beneficiadas com a laseracupuntura. Esta pesquisa também
contribuirá com outros estudos feitos sobre esse assunto, trazendo informações
importantes a respeito da aplicação do laser para diminuição de efeitos colaterais
decorrentes da quimioterapia.
Conferir se a criança /adolescente compreendeu os riscos desta pesquisa
( ) sim ( ) não
CUSTOS
Caso você concorde em participar desse estudo, é necessário esclarecer que seu
responsável não terá quaisquer custos ou forma de pagamento pela sua
participação (a) no estudo. A participação no projeto é voluntária (não há
pagamento) e você não sofrerá nenhuma penalidade caso não queira participar.
Todo o tratamento e acompanhamento médico dado a você será o mesmo,
independente de sua decisão de participar ou não do projeto.

CONFIDENCIALIDADE

Neste estudo os pesquisadores envolvidos incluem, além de


minha pessoa, minha orientadora Profª Drª Fátima Helena do
Espírito Santo. Não falaremos para outras pessoas que você
está nesta pesquisa e também não compartilharemos
informação sobre você para qualquer um que não trabalha na pesquisa. Depois
que a pesquisa acabar, os resultados serão informados para você e seus pais. As
informações não serão passadas para ninguém, exceto os investigadores
poderão ter acesso a elas. Qualquer informação sobre você terá um nome de um

106
personagem que você queira ou um número, ao invés de seu nome. Só os
investigadores saberão qual é o seu número e manteremos em sigilo.
Rubrica do participante ou Rubrica do investigador
representante legal: responsável:

TRATAMENTO MÉDICO EM CASO DE DANOS

Todo e qualquer dano decorrente do desenvolvimento desta pesquisa, e que


necessite de atendimento médico, ficará a cargo da instituição. O seu tratamento
e acompanhamento médico não dependem de sua participação neste estudo.

. BASES DA PARTICIPAÇÃO.
Você só participa desta pesquisa se quiser. Ninguém
ficará desapontado com você se você disser não, a
escolha é sua. Você pode pensar nisto e falar depois
se você quiser. Você pode dizer “sim” agora e mudar de
idéia depois e tudo continuará bem.

DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS– Como saberei dos resultados da


pesquisa?
Quando terminarmos a pesquisa, eu sentarei com você e seu responsável e
falaremos sobre o que aprendemos com a pesquisa. Darei um papel com os
resultados por escrito para o seu responsável. Depois, iremos falar com mais
pessoas, cientistas e outros, sobre a pesquisa. Faremos isto escrevendo e
compartilhando relatórios e indo para as reuniões com pessoas que estão
interessadas no trabalho que fazemos.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador

107
representante legal: responsável:

CONTATO COM O COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS E COM A


PESQUISADORA:
Um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) é composto por um
grupo de pessoas que estão trabalhando para garantir que seus direitos como
participante de pesquisa sejam respeitados. Ele tem a obrigação de avaliar se a
pesquisa foi planejada e se está sendo executada de forma ética. Se você achar
que a pesquisa não está sendo realizada da forma como você imaginou ou que
está sendo prejudicado de alguma forma, você pode entrar em contato com o
CEP do INCA na Rua do Resende N°128, Sala 203, de segunda a sexta de 09 as
17 h, nos telefones (21) 3207-4550 ou 3207-4556, ou também pelo e-mail:
[email protected]. . Você pode inclusive fazer a reclamação sem se identificar, se
preferir. Caso queira entrar em contato comigo para esclarecer qualquer dúvida
ou informar algo meu telefone é 99647-7454 e pode ligar de 09:00 às 19:00.

CERTIFICADO DE ASSENTIMENTO:
Eu entendi que a pesquisa é para comprovar se a laseracupuntura é eficaz no
alívio e/ou prevenção da náusea e vômito que ocorrem devido à quimioterapia.
Entendi também que receberei a aplicação da laseracupuntura antes de cada
aplicação de quimioterapia e que serei acompanhado por até seis meses. Sei que
deverei (ou meu responsável) responder um diário em casa sobre o meu enjôo,
se tive vômitos e se tomei remédio extra para esses sintomas.
Assinatura da criança/adolescente:__________________________________
Assinatura dos pais/responsáveis:____________________________________
Assinatura do pesquisador ------------------------------------------------------------------
Dia/mês/ano:_______________________________________________________

108
APÊNCIDE B

TERMO DE ASSENTIMENTO PARA ADOLESCENTES DE 13 A 17 ANOS

TÍTULO: ACUPUPUNTURA A LASER NA QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA


PROPOSTA COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NO ALÍVIO
DA NÁUSEA E DO VÔMITO. UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

TERMO DE ASSENTIMENTO PARA: ______________________

NOME DO RESPONSÁVEL: ____________________________

Olá, meu nome é Cristiane da Silva Varejão, sou enfermeira aqui do


INCA, do setor da Quimioterapia. Quero convidar você a participar de
um estudo que está sendo realizado por mim aqui no hospital.
Discutimos esta pesquisa com seus pais ou responsáveis e eles sabem que
também estamos pedindo seu acordo. Se você vai participar na pesquisa, seus
pais ou responsáveis também terão que concordar. Mas se você não desejar
fazer parte na pesquisa, não é obrigado, até mesmo se seus pais concordarem.
Você pode conversar sobre esse formulário com seu responsável, com seu
amigo, com seu médico ou com quem você se sentir seguro. Você pode decidir se
quer participar logo depois da conversa ou também pedir um tempo para pensar.
Se quiser que eu pare a qualquer momento da conversa para tirar alguma dúvida,
por favor, pode pedir que eu paro para tirar qualquer dúvida. Este termo é
chamado de assentimento, pois mesmo que seu pai concorde que você participe

109
do estudo eu preciso também da sua autorização para fazer a pesquisa com
você.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:
PROPÓSITOS DO ESTUDO

As náuseas e vômitos são efeitos colaterais comuns associados à quimioterapia e


sua ocorrência ou intensidade estão relacionadas com os tipos de quimioterápicos
que fazem parte do tratamento de cada um. Os antieméticos são prescritos pelo
médico para evitar ou diminuir esses sintomas, porém algumas vezes eles não
conseguem aliviar por completo esses efeitos colaterais. Com este estudo
pretende-se, avaliar se a laseracupuntura é eficaz no alívio e/ou prevenção de
náuseas e vômitos de crianças e adolescentes que fazem quimioterapia,
contribuindo desta maneira para uma melhor qualidade de vida dessa clientela.
Pretende-se também colaborar com outros pesquisadores que estudam esse
assunto sendo mais uma fonte de dados que vai se juntar aos resultados de
pesquisas já realizadas sobre o tema.

MAS AFINAL O QUE É LASERACUPUNTURA?

A laseracupuntura é um tipo de acupuntura feito com laser. A


aplicação é feita aplicando-se o laser em determinados pontos
do corpo. No caso desta pesquisa eu quero verificar se esta aplicação vai aliviar
sua náusea e seu vômito. O aparelho de laser emite uma luz vermelha, que será
colocada próxima a um local do seu corpo para estimular esse ponto. A aplicação
é feita conforme mostra a foto ao lado.
QUEM PARTICIPARÁ DA PESQUISA?

110
Participarão crianças e adolescentes de 6 a 17 anos, que fazem uso de
quimioterápicos que causem mais náusea e vômitos: doxorrubicina, cisplatina,
ifosfamida, etoposide, metotrexato e ciclofosfamida. Serão formados 2 grupos.
Em um grupo haverá o uso de antiemético prescrito pelo pediatra e a acupuntura
a laser e no outro, o uso do antiemético prescrito e a aplicação da
laseracupuntura inativa (sem efeito) que será feita em locais que não são
considerados pontos da acupuntura. A distribuição dos participantes entre um
grupo e outro ocorrerá mediante sorteio. Após a assinatura do TCLE, você
sorteará um envelope onde estará escrito se você estará no grupo A ou B.
Rubrica do participante ou Rubrica do investigador
representante legal: responsável:

Você não saberá se está participando do grupo que tem a acupuntura verdadeira
ou inativa, somente os pesquisadores saberão. Isso é importante para saber o
real efeito do laser no alívio de enjoos e vômitos. Você não terá que deixar de
tomar os remédios prescritos pelo pediatra, fará uso normalmente deles como
indicado na receita. A laseracupuntura será realizada pela própria pesquisadora,
Cristiane Varejão e será feita por um período de 6 meses.

COMO SERÁ REALIZADA A LASERACUPUNTURA?

A acupuntura será realizada através de um laser que não causa dor nem nenhum
desconforto. Será aplicada minutos antes do início de cada quimioterapia e levará
em torno de 6 minutos. As aplicações serão feitas no ambulatório de
quimioterapia, podendo você ficar deitado ou sentado, o que lhe for mais
confortável. Durante 5 dias, contando do dia da quimioterapia, você terá que
responder (você ou seu responsável) um diário, com informações sobre a
intensidade da náusea. Se ocorrer vômitos precisará anotar quantos episódios e
se fizer uso de medicamentos extras deverá anotar também.

EXISTEM RISCOS? QUAIS SÃO ELES?

111
O laser que será usado na aplicação, é um laser próprio para isso, não causa dor
nem desconforto, nem tem risco de queimaduras, pois ele é especificado como de
baixa potência, sendo seu uso destinado para este tipo de acupuntura e para
outros procedimentos relacionados com a pele. Todo laser, mesmo esse de baixa
potência, pode, quando direcionado para os olhos causar danos na retina. Por
isso em todas as aplicações você terá que usar um óculos de proteção. O laser
não será aplicado em áreas de tumorações.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

BENEFÍCIOS:

Com a aplicação da acupuntura a laser você poderá ter o benéfico de ter seu
enjôo e vômitos aliviados ou até mesmo não tê-los durante o tratamento. Por
outro lado poderá ocorrer também de verificarmos que a aplicação não teve efeito
para melhorar esses sintomas. Só saberemos se fizermos a pesquisa. Mas se for
comprovado que ela traz um alívio ou até mesmo contribui para a prevenção
desses efeitos colaterais, outras crianças que fazem quimioterapia também
poderão ser beneficiadas com a laseracupuntura. Esta pesquisa também
contribuirá com outros estudos feitos sobre esse assunto, trazendo informações
importantes a respeito da aplicação do laser para diminuição de efeitos colaterais
decorrentes da quimioterapia.

Conferir se a criança /adolescente compreendeu os riscos desta pesquisa

( ) sim ( ) não

112
CUSTOS
Caso você concorde em participar desse estudo, é necessário esclarecer que seu
responsável não terá quaisquer custos ou forma de pagamento pela sua
participação (a) no estudo. A participação no projeto é voluntária (não há
pagamento) e você não sofrerá nenhuma penalidade caso não queira participar.
Todo o tratamento e acompanhamento médico dado a você será o mesmo,
independente de sua decisão de participar ou não do projeto.

Rubrica do participante Rubrica do


ou representante legal: investigador
responsável:
CONFIDENCIALIDADE
Neste estudo os pesquisadores envolvidos incluem, além de
minha pessoa, minha orientadora Profª Drª Fátima Helena
do Espírito Santo. Não falaremos para outras pessoas que
você está nesta pesquisa e também não compartilharemos informação sobre você
para quem não trabalha na pesquisa. Depois que a pesquisa acabar, os
resultados serão informados para você e seus pais. As informações sobre você
serão coletadas na pesquisa e ninguém, exceto os investigadores poderão ter
acesso a elas. Qualquer informação sobre você terá um nome de um personagem
que você queira ou um número, ao invés de seu nome. Só os investigadores
saberão qual é o seu número e manteremos em sigilo.
TRATAMENTO MÉDICO EM CASO DE DANOS

113
Todo e qualquer dano decorrente do desenvolvimento desta pesquisa, e que
necessite de atendimento médico, ficará a cargo da instituição. O seu tratamento
e acompanhamento médico não dependem de sua participação neste estudo.

BASES DA PARTICIPAÇÃO
Você só participa desta pesquisa se quiser. Ninguém ficará desapontado com
você se você disser não, a escolha é sua. Você pode pensar nisto e falar depois
se você quiser. Você pode dizer “sim” agora e mudar de ideia depois e tudo
continuará bem.
DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Quando terminarmos a pesquisa, eu sentarei com
você e seu responsável e falaremos sobre o que
aprendemos com a pesquisa. Darei escritos os
resultados para você e para o seu responsável.
Depois, iremos falar com mais pessoas, cientistas e outros, sobre o estudo.
Faremos isto escrevendo e compartilhando relatórios e indo para os congressos
com pessoas que estão interessadas no trabalho que fazemos.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

CONTATO COM O COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISAS (CEP) E COM A


PESQUISADORA:
Um Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) é composto por um
grupo de pessoas que estão trabalhando para garantir que seus direitos como
participante de pesquisa sejam respeitados. Ele tem a obrigação de avaliar se a
pesquisa foi planejada e se está sendo executada de forma ética. Se você achar
que a pesquisa não está sendo realizada da forma como você imaginou ou que
está sendo prejudicado de alguma forma, você pode entrar em contato com o
CEP do INCA na Rua do Resende N°128, Sala 203, de segunda a sexta de 09 as
17 h, nos telefones (21) 3207-4550 ou 3207-4556, ou também pelo e-mail:
[email protected]. . Você pode inclusive fazer a reclamação sem se identificar, se
preferir. Caso queira entrar em contato comigo para esclarecer qualquer dúvida
114
ou informar algo meu telefone é 99647-7454 e pode ligar de 09h00min as
19h00min.

CERTIFICADO DE ASSENTIMENTO:
Eu entendi que a pesquisa é para comprovar se a laseracupuntura é eficaz no
alívio e/ou prevenção da náusea e vômito que ocorrem devido à quimioterapia.
Entendi também que receberei a aplicação da laseracupuntura antes de cada
aplicação de quimioterapia e que serei acompanhado por até seis meses. Sei que
deverei (ou meu responsável) responder um diário em casa sobre o meu enjoo,
se tive vômitos e se tomei remédio extra para esses sintomas.

Assinatura do adolescente:_________________________________________

Assinatura pais/responsáveis:_________________________________________

Assinatura do Pesquisador:__________________________________________

Dia/mês/ano:______________________________________________________

APÊNDICE C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
TÍTULO: ACUPUPUNTURA A LASER EM QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA
PROPOSTA COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA
PREVENÇÃO E/OU ALÍVIO DE NÁUSEA E VÔMITOS.
Seu filho (a) está sendo convidado (a) participar, voluntariamente, de uma
pesquisa realizada pela Enfermeira Cristiane da Silva Varejão, referente à
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa
(EEAAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Este documento é chamado
de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e tem esse nome porque você só

115
deve aceitar que seu filho (a) participe deste estudo depois de ter lido e entendido
este documento. Leia as informações com atenção e converse com o pesquisador
responsável e com a equipe do estudo sobre quaisquer dúvidas que você tenha.
Caso haja alguma palavra ou frase que você não entenda, converse com a
pessoa responsável por obter este consentimento, para maiores esclarecimentos.
Converse com os seus familiares, amigos, com a equipe médica ou enfermeiro
antes de tomar uma decisão. Se você tiver dúvidas depois de ler estas
informações, entre em contato com o pesquisador responsável. Após receber
todas as informações, e todas as dúvidas forem esclarecidas, você poderá
fornecer seu consentimento por escrito, caso queira que seu filho (a) participe.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO
Participará desta pesquisa crianças e adolescentes, entre 6 e 17 anos, que
tiverem no seu protocolo os seguintes quimioterápicos: doxorrubicina, cisplatina,
ifosfamida, etoposide (alta dose), metotrexato e ciclofosfamida. Serão formados
dois grupos. Em um grupo haverá o uso de antiemético prescrito pelo pediatra e a
acupuntura a laser e no outro, o uso do antiemético prescrito e a aplicação da
acupuntura inativa (sem efeito) que será feita em locais que não são considerados
pontos da acupuntura e não terá a o feixe de laser ativado. A distribuição dos
participantes entre um grupo e outro ocorrerá mediante sorteio. Após a assinatura
do TCLE, seu filho (a) sorteará um envelope onde estará escrito se ele ficará no

116
grupo A ou B. Nem ele nem você saberão para qual grupo foi sorteado, se para o
grupo que tem a acupuntura verdadeira ou para o que tem a acupuntura inativa,
somente os pesquisadores saberão.

Realização da acupuntura: A acupuntura será realizada através de um laser que


não causa dor nem nenhum desconforto. Será aplicada sempre minutos antes do
início de cada ciclo de quimioterapia e levará em torno de 6 minutos. EX.: Se seu
filho fizer quimioterapia por 5 dias, a laseracupuntura será aplicada somente no
primeiro dia e depois de novo no próximo ciclo. As aplicações serão feitas no
ambulatório de quimioterapia, podendo seu filho (a) ficar deitado ou sentado, o
que lhe for mais confortável. Durante 5 dias, contando do dia da quimioterapia, ele
(a) ou você terá que responder diário, com informações sobre a intensidade da
náusea e se ocorrer vômitos precisará anotar quantos episódios.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

BENEFÍCIOS
Com a laseracupuntura, seu filho (a) poderá ter alívio da náusea e vômitos, ou
também poderemos ter como resultado que essa técnica não trouxe nenhuma
diminuição desse efeito colateral. Somente com esta pesquisa conseguiremos
comprovar o resultado. Esperamos com isso que este estudo traga informações
importantes sobre os efeitos da acupuntura a laser, e que de acordo com os
resultados possamos ter mais uma forma de aliviar a náusea e vômito causados
pela quimioterapia.

117
RISCOS
Em todo tratamento com laser deve-se ter cuidado para que o feixe de luz não
entre em contato diretamente com os olhos como forma de evitar lesões na retina,
por isso será fornecido durante a aplicação do laser um óculos de proteção para o
participante, ademais não se encontram riscos previsíveis.

CUSTOS
Você não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como
nada será pago pela participação do seu filho (a). A participação neste estudo é
voluntária e seu (sua) filho (a) não sofrerá nenhuma penalidade caso você não
autorize a participação dele (a). Todo o tratamento e acompanhamento médico do
seu (sua) filho (a) serão os mesmos, independentes de sua decisão de autorizar
ou não a participação dele (a) na pesquisa.

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

CONFIDENCIALIDADE
Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais.
Asseguro-lhe que suas respostas só poderão ser consultadas pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do INCA e equipe de pesquisadores envolvidos. Neste estudo
os pesquisadores envolvidos incluem, além de minha pessoa, minha orientadora
Profª Drª Fátima Helena do Espírito Santo. O nome do seu filho (a) não será
revelado, ainda que informações de seus registros sejam utilizadas para
propósitos educativos ou de publicação, que ocorrerão independentemente dos

118
resultados obtidos. Após o término da pesquisa sentarei com você e seu filho e
direi e também entregarei os resultados do estudo por escrito.

TRATAMENTO MÉDICO EM CASO DE DANOS


Todo e qualquer dano decorrente do desenvolvimento deste projeto de pesquisa,
e que necessite de atendimento médico, ficará a cargo da instituição. Seu
tratamento e acompanhamento médico independem de sua participação neste
estudo. A sua participação é voluntária e a recusa em autorizar a sua participação
não acarretará quaisquer penalidades ou perda de benefícios aos quais você tem
direito, ou mudança no seu tratamento e acompanhamento médico nesta
instituição. Você poderá retirar seu consentimento a qualquer momento sem
qualquer prejuízo. Em caso de você decidir interromper sua participação no
estudo, a equipe de pesquisadores deve ser comunicada e a coleta de dados
relativa ao estudo será imediatamente interrompida

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

BASES DA PARTICIPAÇÃO
A participação do seu filho (a) é voluntária e a recusa em autorizar a sua
participação não acarretará quaisquer penalidades ou perda de benefícios aos
quais você tem direito, ou mudança no seu tratamento e acompanhamento
médico nesta instituição. Você poderá retirar seu consentimento a qualquer
momento sem qualquer prejuízo. Em caso de você decidir interromper a
participação do seu filho (a) estudo, a equipe de pesquisadores deve ser

119
comunicada. Este termo está sendo elaborado em duas vias, sendo que uma via
ficará com você e outra será arquivada com os pesquisadores responsáveis.

GARANTIA DE ESCLARECIMENTOS
A pessoa responsável pela obtenção deste Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido lhe explicou claramente o conteúdo destas informações e se colocou
à disposição para responder às suas perguntas sempre que tiver novas dúvidas.
Você terá garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer
esclarecimento de eventuais dúvidas e inclusive para tomar conhecimento dos
resultados desta pesquisa. Neste caso, por favor, ligue para a enfermeira
Cristiane Varejão, no telefone (21) 996477454 de 09:00 às 19:00 horas. Este
estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do INCA, que está
formado por profissionais de diferentes áreas, que revisam as pesquisas que
envolvem seres humanos, para garantir os direitos, a segurança e o bem-estar de
todos as pessoas que se voluntariam a participar destes. Se tiver perguntas sobre
seus direitos como participante de pesquisa, você pode entrar em contato com o
CEP do INCA na Rua do Resende N°128, Sala 203, de segunda a sexta de 9:00 a
17:00 horas, nos telefones (21) 3207-4550 ou 3207-4556, ou também pelo e-mail:
[email protected]

Rubrica do participante ou Rubrica do investigador


representante legal: responsável:

CONSENTIMENTO

Li as informações acima e entendi o propósito da solicitação de permissão para o


uso das informações contidas no meu registro médico. Tive a oportunidade de
fazer perguntas e todas foram respondidas. Ficaram claros para mim quais são
procedimentos a serem realizados, riscos e a garantia de esclarecimentos
permanentes. Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas

120
e que tenho garantia do acesso aos dados e de esclarecer minhas dúvidas a
qualquer tempo. Entendo que meu nome não será publicado e toda tentativa será
feita para assegurar o meu anonimato. Concordo voluntariamente em participar
deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes
ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício
que eu possa ter adquirido. Eu, por intermédio deste, dou livremente meu
consentimento para participar nesta pesquisa.

___/___/___

Nome e Assinatura do Responsável pela criança/adolescente

___/___/___

Nome da criança/adolescente

Eu, abaixo assinado, expliquei completamente os detalhes relevantes deste


projeto de pesquisa ao paciente indicado acima e/ou pessoa autorizada para
consentir pelo mesmo. Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o
Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente para a participação deste
estudo.

___/___/___

Assinatura do Responsável pela obtenção do Termo Data

APÊNDICE D

Diário que deverá ser respondido pelo participante da


pesquisa até o quinto dia pós a aplicação da
quimioterapia

Idade __________________

121
Nome fantasia ___________________________________

Peso _______________ altura ___________

Diagnóstico __________________________________

Protocolo
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Ciclo ______________

Medicação antiemética prescrita


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

Sr. Responsável ou ENJÔO VÔMITO


paciente, você irá
marcar o quadro com
um X de acordo com o
número 0 1 2 3 Caso apresente vômitos, anotar quantos

122
correspondente a
intensidade do enjôo e episódios.
escrever a quantidade Não tem Tem enjôo, Diminuição Sem se
de vômito se este enjôo mas consegue importante da alimentar,
ocorrer. alimentar-se alimentação. necessitando
normalmente. de internação.

,
1º DIA (DIA DA QT)

2º DIA

3º DIA

4º DIA

5º DIA

Este espaço é destinado a você (responsável ou paciente),


para relatar qualquer fato que considere importante.

123
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_____________________________________________________

APÊNDICE E

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E DEPOIMENTOS

Eu_______________________________________________________________
CPF____________________________,

124
RG________________________________, responsável pelo participante
___________________________________________depois de conhecer e
entender os objetivos, procedimentos metodológicos, riscos e benefícios da
pesquisa, bem como de estar ciente da necessidade do uso de sua imagem,
especificados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
AUTORIZO, através do presente termo, os pesquisadores Cristiane da Silva
Varejão e Profª Doutora Fátima Helena do Espírito Santo do projeto de pesquisa
intitulado “ACUPUPUNTURA A LASER EM QUIMIOTERAPIA INFANTIL: UMA
PROPOSTA COMPLEMENTAR AO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA
PREVENÇÃO E/OU ALÍVIO DE NÁUSEA E/OU VÔMITOS” a realizar as fotos
que se façam necessárias sem quaisquer ônus financeiros a nenhuma das partes.

Ao mesmo tempo, libero a utilização destas fotos (seus respectivos negativos)


para fins científicos e de estudos (livros, artigos, slides e transparências), em
favor dos pesquisadores da pesquisa, acima especificados, obedecendo ao que
está previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças e adolescentes
(Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei N.º 8.069/ 1990), dos idosos
(Estatuto do Idoso, Lei N.° 10.741/2003) e das pessoas com deficiência (Decreto
Nº 3.298/1999, alterado pelo Decreto Nº 5.296/2004).
Eu, Cristiane da Silva Varejão, na qualidade de pesquisadora deste estudo, me
comprometo a preservar o rosto dos participantes, tirando fotos somente do ponto
que estiver sendo aplicada a laseracupuntura.

Rio de Janeiro, __ de ______ de 20 ______.

_____________________________________________________

Pesquisador responsável pelo projeto COMITÊ DE ÉTICA DO HUAP E INCA

ANEXO A

125
APROVAÇÃO CEP INCA

ANEXO B

126
APROVAÇÂO CEP HUAP

127
128
129
130
131

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