TECNOLOGIA VI

SANEAMENTO
AMBIENTAL

Fernanda R. C. Damasceno ([email protected])

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
SANEAMENTO E
MUNICÍPIO
 SANEAMENTO?
De acordo com a OMS, saneamento é o
controle de todos os fatores do meio
físico do homem, que exercem ou
podem exercer efeitos nocivos sobre
seu bem estar físico, mental e social....

Ou seja....
...É o conjunto de ações sobre o meio
ambiente (controle ambiental) cujo
objetivo é proteger a saúde do homem.
E MEIO AMBIENTE?
4

Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis,

influencia e interações de ordem física, química,
biológica, social, cultural e urbanística que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas
(CONAMA 306, 2002)
 MEIO AMBIENTE?
5

ISO 140001:2004

Circunvizinhaça em que uma organização

opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos
naturais, flora, fauna, seres humanos e suas
inter-relações.
Uma organização é responsável pelo meio ambiente que a 6
cerca, devendo, portanto, respeitá-lo, agir como não
poluente e cumprir as legislações e normas pertinentes.
(ISO 14001:2004)

A ISO 14001 é uma norma internacional que estabelece diretrizes básicas para o
desenvolvimento de um sistema de gestão ambiental dentro de uma empresa,
sendo a certificação mais conhecida dentre a família ISO 14000.
SANEAMENTO BÁSICO
7

https://ecokidsecoteens.mpba.mp.br/noticias/quais-servicos-integram-o-saneamento-basico/
 8

O QUE OCORRE
QUANDO NÃO TEM O
SANEAMENTO BÁSICO?
 9
Problemas de saúde como a disenteria e
doença de Chagas, entre outras,
poderiam ser evitadas com o aumento
da cobertura e com a qualidade dos
serviços de saneamento. Segundo dados
do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a falta de saneamento
mata cerca de 11 mil pessoas por ano
no Brasil.(6 de abr. de 2022)

As principais causas de morte foram Doença de Chagas, diarreia e disenteria, que

corresponderam a quase 81,5% dos óbitos no período.

https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/estudo-aponta-que-falta-de-saneamento-prejudica-mais-de-130-milhoes-de-
brasileiros0#:~:text=Problemas%20de%20sa%C3%BAde%20como%20a,pessoas%20por%20ano%20no%20Brasil.
 10

TRACOMA
A transmissão do tracoma se dá por meio do contato
com pessoas que tenham a doença ou pelo contato
indireto, por meio do uso de objetos e itens que foram
utilizados por uma pessoa afetada pelo tracoma. Essa
condição médica é muito associada a má higiene e a
falta de saneamento básico.

No período de 2008 a 2019, dados registrados

no Sistema de informação de Agravos de
Notificação-Sinan, revelam que foram
identificados 191.048 casos de tracoma.

https://www.google.com.br/search?q=casos+de+tracoma+brasil&sca_esv=acb7b046794402c9&sxsrf=ACQVn0-KqcyXMaCNaIKflhGiowkWS9E44A%3A1710359118279&ei=TgLyZdLLEMPG5OUP0Jy-
sAI&udm=&oq=casos+tracoma&gs_lp=Egxnd3Mtd2l6LXNlcnAiDWNhc29zIHRyYWNvbWEqAggAMgYQABgHGB4yBhAAGAcYHjIKEAAYBRgHGB4YDzIIEAAYCBgeGA8yBhAAGAcYHkjgPVD
BEVimLXACeACQAQCYAb8BoAGUEKoBBDAuMTW4AQHIAQD4AQGYAgm
 11

ESQUISTOSSOMOSE
A esquistossomose é uma infecção parasitária causada por um grupo de
vermes chatos chamados Schistosoma. A doença encontra-se, sobretudo, nos
países em desenvolvimento, especialmente nas zonas rurais com más
condições de saneamento e acesso limitado à água potável. A
esquistossomose é transmitida através do contato com água doce
contaminada, como de rios, lagos e lagoas em que vivem as larvas dos
parasitas.

No período de 2010 a 2022. Foram notificados 93.521

casos de esquistossomose e 5.495 óbitos devido a
complicações dessa infecção. A

https://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/3927
12
 13

DIARRÉIA
No período analisado, foram registrados 2.339 óbitos por diarreia e gastroenterite de
origem infecciosa presumível, no Brasil. O número total variou de 584 em 2017 a 376
em 2021, sendo o menor registro em 2020 com 363 mortes.(17 de ago. de 2023)

A maioria das diarréias é causada por vírus, bactérias

ou parasitas. Os parasitas são comuns em locais com
condições precárias de higiene sanitária.

https://www.google.com/search?q=morte+por+diarreia+no+brasil&rlz=1C1GCEA_enBR1076BR1076&oq=morte+diarr&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUqCAgCEAAYFhgeMgYIABBFGDkyBwgB
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 14

ASCARIDÍASE
A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris lumbricoides no
organismo, sendo mais frequentemente encontrado no intestino.
Aproximadamente 25% da população mundial possui estes parasitas, sendo tais
ocorrências típicas de regiões nas quais o saneamento básico. é precário
 15

DENGUE
 16

DENGUE
Classificada como arbovirose viral grave, onde a transmissão ocorre por meio de
mosquito (fêmea do Aedes Aegypti) –, a falta de saneamento básico - uma
realidade na vida de muitos brasileiros – favorece o aumento dos casos da doença,
já que os mosquitos se reproduzem em água parada, seja ela limpa ou suja.

Secretaria de Estado de Saúde confirma primeira morte por dengue

em Juiz de Fora (13 de março de 2024 )
QUAL A SITUAÇÃO DO
SANEAMENTO BÁSICO
ATUAL NO BRASIL?
 18
SOMOS 214,3 MILHÕES DE
BRASILEIROS (2021)

As áreas consideradas urbanas no Brasil

representam menos de 1% do território
nacional (0,63%) e concentram 160 milhões
de pessoas, ou seja, 84,3% da população
brasileira.
 19

Brasil, 2022
 20

2017
O QUE FAZER?
O Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) consiste no 22
planejamento integrado do saneamento básico considerando seus
quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento
sanitário, coleta de lixo e manejo de resíduos sólidos e drenagem e
manejo das águas pluviais urbanas, e possui o horizonte de 20 anos
(2014 a 2033).
 23

NA SUA PROFISSÃO, COMO VOCÊ, ARQUITETO (A)

ATUARÁ PARA TRANSFORMAÇÃO DESSE QUADRO?
SANEAMENTO E
A LEGISLAÇÃO
 CONSTITUIÇÃO DA 25

REPÚBLICA
FEDERATIVA DO
BRASIL (1988)

Art. 225, caput....“MEIO AMBIENTE É

DIREITO DE TODOS E BEM DE USO
COMUM DO POVO, ESSENCIAL À SADIA
QUALIDADE DE VIDA IMPONDO-SE AO
PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE O
DEVER DE DEFENDÊ-LO E PRESERVÁ-LO
PARA AS PRESENTES E FUTURAS
GERAÇÕES...”
CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS

Preocupam-se mais com o tema saneamento

• Abordagem no plano diretor

urbano;
• Criação do Conselho Estadual de
Saneamento Básico;
• Garantir recursos para a política
estadual de saneamento, dentre
outras.
 E NOS MUNICÍPIOS?
Nos municípios temos a “LEI ORGÂNICA MUNICIPAL”
que possui caráter organizador do governo local.

Deve contemplar:
o Formulação, planejamento e execução da política de saneamento no
município;
o Combater a poluição;
o Determinar os requisitos sanitários e ambientais a serem observados nos
instrumentos: LEI DO PLANO DIRETOR, LEI DE PARCELAMENTO
DO SOLO, LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO, CÓDIGO DE OBRAS
E DE POSTURAS e LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E TRIBUTÁRIA.
Dentre outras
SANEAMENTO E O
PLANEJAMENTO
URBANO
 29

Criador: Letícia Pontual

|
Crédito: Agência O Globo
Direitos autorais: Infoglobo

Vista aérea da cidade de Juiz de Fora em 1958 — Foto: Blog Maria do Resguardo/Autoria Guerra, Antonio Teixeira, 1924-
1968; Jablonsky, Tibor Fonte: IBGE
 30

https://procopao.com.br/blog/fotos-antigas-de-juiz-de-fora-5-antes-e-depois/
 INSTRUMENTOS PLANEJAMENTO 31

MUNICIPAL
Instrumentos legais:

➢ Plano Diretor: instrumento básico de ação urbanística;

➢ Plano Diretor Plurianual;
➢ Diretrizes Orçamentárias
➢ Orçamento Anual
 PLANO DIRETOR
32

• instituído por lei municipal prevista constitucionalmente para

todos os municípios com mais de 20.000 habitantes;
• é um instrumento básico da política de desenvolvimento e
expansão urbana

População Municípios
Juiz de Fora 573.285
Conceição do Rio Verde 12.541
Ewbank da Câmara 3.875
 DIRETRIZES ESTABELECIDAS NO PLANO DIRETOR 33

• Fixar critérios para a delimitação de uso de áreas de expansão urbana ou

urbanizáveis;
• Identificar áreas de risco;
• Adequar os investimentos públicos aos objetivos do desenvolvimento
urbano;
• Prever a expansão e adequação ao adensamento populacional dos
sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, etc.
• Implantar sistema de limpeza pública;
• Dentre outras
 LEI DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 34

É de competência exclusiva do município;

- Instrumento obrigatório de controle do uso da terra, da densidade populacional, da
localização, finalidade, dimensão e volume das construções.

Devem ser abordados:

❖ Controlar a relação entre a densidade demográfica e o tipo de ocupação do terreno;
❖ Definir os locais e as características dos conjuntos habitacionais de baixa renda;
❖ Definir os critérios paisagísticos para evitar a poluição visual;
❖ Localizar as atividades de poluição sonora;
❖ Restringir as atividades que poluem o ar em áreas de adensamento populacional;
❖ Restringir as atividades que poluem a água;
❖ Controlar a ocupação e o desmatamento do solo evitando a erosão e o assoreamento dos rios;
❖ Definição dos distritos industriais;
❖ Exigir estudos de impacto ambiental.
 35
GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO

• É de competência dos municípios – CF art. 30

• Consórcios intermunicipais: Acordo entre municípios
visando interesses e objetivos comuns;
• Gestão ambiental » Obedece a regionalização das bacias
hidrográficas.
 GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
36

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

- PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO (PLANASA - 1971) – organizar uma sistemática de

financiamento do setor com recursos do FGTS.

Concessão: as companhias estaduais são responsáveis pela implantação, ampliação, gestão e

manutenção, além de estabelecer as tarifas.

Gestão Autônoma
- Serviço vinculado à administração direta,
- Administração autárquica e Modelo empresarial.
A gestão deve ser:
-moderna, com profissionais qualificados e integrada com as políticas municipais.
 GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
37

LIMPEZA URBANA
Competência dos municípios – organizar e disciplinar os serviços públicos locais.
- Seguem aspectos discriminados pelas legislações federal e estadual.

Legislação Federal: Portaria nº53, de 01/03/1979 e Lei 6938 de 31/08/1981

- Participação comunitária;
- Planejamento: Baseado na realidade local; Verificação dos recursos;
- Diagnóstico – estabelecimento de prioridades e estratégias.
- Execução: Definido pela prefeitura, o órgão ou entidade responsável;
- Cobrança pelo serviço.
 GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
38

DRENAGEM URBANA

Pertence ao município;
- Órgão responsável: implantar e manter as unidades de drenagem pluvial;
- Deve ser bem projetada: vazões de cheia
GESTÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO
39

CONTROLE DE VETORES

Órgão de Saúde Pública: serviços de controle de zoonoses

Ação conjunta: municipal, estadual e federal
 40

SANEAMENTO E CONTROLE SOCIAL

Cidadania: conscientização, participação nas decisões.
- Instrumentos: orçamento participativo, audiências públicas, conselhos para discussão
das questões de saneamento
 SANEAMENTO E DEMAIS POLÍTICAS 41

PÚBLICAS
Interfaces:
- setor de saúde
- políticas ambientais
- política de recursos hídricos
- planejamento urbano
 42

REFERÊNCIA

Barros, Raphael T. V. et allii. Saneamento. Belo

Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,
1995, 221p. (Manual de Saneamento e Proteção
Ambiental para Municípios volume 2)