Prova de Função Muscular
Prova de Função Muscular
Prova de Função Muscular
ISSN: 2595-6825
DOI:10.34119/bjhrv7n1-348
RESUMO
Este trabalho foi produzido por alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do
Tocantins - Campus Palmas. O intuito da produção deste manual é orientar e facilitar a prática
clínica da semiotécnica vascular de palpação de pulsos periféricos. Este material buscou
combinar a literatura de referência na área, a vivência prática dos alunos envolvidos e as
ilustrações-práticas na construção e na descrição do passo a passo da técnica semiológica.
Finalmente, esta produção se propõe a englobar desde acadêmicos, inclusive dos primeiros
períodos do curso, até profissionais que tenham interesse em explorar uma abordagem
alternativa desta área tão essencial na rotina médica.
ABSTRACT
This work was produced by students of the Medicine course at the Federal University of
Tocantins - Campus Palmas. The purpose of producing this manual is to guide and facilitate the
clinical practice of vascular semiotics of peripheral pulse palpation. This material sought to
combine the reference literature in the area, the practical experience of the involved student and
the practical illustrations in the construction and step-by-step description of the semiotic
technique. Finally, this production proposes to encompass from academics, including the first
periods of the course, to professionals who are interested in exploring an alternative in this area,
so essential in the medical routine.
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, é imprescindível abordarmos o que seria o pulso arterial, no contexto
biológico, aplicado ao sistema cardiovascular, é definido como qualquer flutuação periódica no
sistema, causada pelo coração. Quando o sangue é ejetado para o interior do sistema arterial,
são geradas alterações no fluxo, na pressão e nas dimensões dos vasos. Embora qualquer um
dos três fatores apresente variações pulsáteis durante o ciclo cardíaco, o pulso, tal como é
2 OBJETIVOS
Este trabalho visa como objetivo a abordagem de forma clara e sistematizada da
palpação de pulsos de membros inferiores, servindo como meio de facilitação entre a teoria e a
prática. É de grande valia, visto a utilização em diversos momentos da construção acadêmica
ao longo do curso de Medicina, tanto para o aluno que iniciou a graduação atualmente, como
também para alunos avançados, no internato, por exemplo, como um meio de revisão e consulta,
com ilustrações que objetivam o conhecimento do estudante com a didática facilitada visando
atender todos os públicos. A elaboração deste material básico de semiologia vascular, com a
palpação de pulsos, é fundamental para a melhor assimilação e auxilia na habilidade
profissional, devido a exigência do seu uso na prática clínica, seja em situações de emergência
(como a OAP), seja também em situações crônicas como a (DAOP), para os alunos,
profissionais recém-formados e experientes, independente da área de atuação do mesmo. Esta
obra abarca o conteúdo intrínseco à disciplina de Semiologia II, do curso de Medicina da
Universidade Federal do Tocantins.
Por fim, é necessário ressaltar que este manual não está completo e finalizado.
Almejamos que aqueles que utilizarem futuramente detectem falhas e imperfeições, e que essas
possam ser corrigidas por futuros acadêmicos (YOSHIKAWA, 2015).
3 MÉTODOS
Trata-se de uma revisão de literatura, na qual foram utilizados consultas a: livros de
semiologia básica, artigos de revisão, nas línguas portuguesa e inglesa. Para isso, foram
empregadas ferramentas de pesquisa, como PubMed, Scielo, Google Acadêmico e acervo
bibliográfico da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Além disso, como modo de facilitar
a observação dos alunos, as ilustrações são de obras autorais, registradas no Complexo
Laboratorial da UFT, especificamente na Enfermaria Modelo, a qual é utilizada para as práticas
acadêmicas dentro do Campus, retratados pelos alunos responsáveis pela elaboração do manual.
4 RESULTADOS
Na abordagem inicial do paciente, o posicionamento adequado do paciente é de suma
importância para um exame físico preciso dos pulsos periféricos (CALLIGARO, 2023).
Consideremos que neste ponto do exame clínico que o examinador já realizou anamnese bem
detalhada, podendo agora seguir as próximas etapas.
● Sempre se posicionar à direita do paciente (se a maca estiver do lado da parede,
afastar, para melhor se posicionar) e abordá-lo por este lado.
● Posicionar o paciente com os braços estendidos nas laterais do corpo, pernas bem
estendidas (descruzar pernas, caso necessário).
● Pedir educadamente que o paciente fique tranquilo para evitar que o mesmo se
mova e atrapalhe o seu exame físico.
● Fazer com que haja confiança entre o paciente e você que está o avaliando.
● Traçar uma maneira eficaz de avaliar o paciente, de forma bem feita, sem
titubear.
Forma sistematizada de fazer a palpação de pulsos de membros inferiores:
1. Use seus EPIs de forma consciente.
2. Se posicione do lado direito do paciente.
3. Prepare o paciente para fazer todo o exame físico (fisicamente e mentalmente -
sempre falando para o paciente o passo a passo do que está fazendo (de uma forma que
ele entenda)). Fazer toda a palpação de pulsos no sentido caudo-cranial.
4. Inicialmente, palpe o pulso tibial posterior direito, posicionado do lado direito
do paciente.
5. Após isso, palpe o pulso pedioso esquerdo, posicionado do lado direito do
paciente.
6. Em seguida, vá para o lado esquerdo do paciente.
7. Palpe o pulso tibial posterior esquerdo posicionado do lado esquerdo.
8. Logo após, palpe o pulso pedioso direito, ainda posicionado do lado esquerdo do
paciente (fazer comparativo bilateralmente).
9. Após essa primeira etapa retorne ao lado direito do indivíduo.
10. Iremos abordar o pulso poplíteo dessa vez, primeiro, posicionado do lado
direito, palpe o pulso poplíteo direito do paciente.
11. Vá ao lado esquerdo do paciente e palpe o pulso poplíteo esquerdo do mesmo.
12. Retorne ao lado direito do paciente e palpe o pulso femoral direito do paciente.
13. Vá ao lado esquerdo do paciente e palpe o pulso femoral esquerdo do mesmo.
Sempre comparar bilateralmente.
Forma sistematizada de fazer a palpação de pulsos de membros superiores:
1. Retorne ao lado direito do paciente, após término da palpação de membros
inferiores e inicie a palpação de pulso dos membros superiores, dessa vez será de uma
forma mais prática.
2. Inicialmente aborde os pulsos radial, ulnar e braquial direito, posicionado à
direita do paciente.
5 DISCUSSÃO
A palpação das artérias de forma padronizada e sistematizada é o elemento primordial
no diagnóstico da doença arterial, na medida em que permite uma avaliação da amplitude do
pulso e a detecção da diminuição ou ausência (ARAGÃO, 2020), ou seja, é fundamental o
domínio da prática e a avaliação bilateral dos pulsos para uma melhor conduta frente às
adversidades de um exame físico alterado.
Pulsos irregulares são secundários a arritmias cardíacas e devem ser avaliados na
propedêutica do aparelho cardíaco. Já a perda de simetria em pulsos correspondentes pode
corresponder à estenose ou obstrução do fluxo arterial (aterosclerose, doença arterial obstrutiva
periférica, aneurismas ou dissecções arteriais). As artérias apresentam uma onda de pulso ao
longo de todo o seu comprimento, porém apenas nas regiões em que se aproximam da superfície
do corpo é que podem ser sentidas ou palpadas. Em uma artéria sadia, o fluxo sanguíneo deve
ser laminar, com o sangue fluindo mais rápido no centro e mais lento na periferia devido à
resistência imposta pela parede do vaso. Esse tipo de fluxo não provoca vibrações perceptíveis
(CALLIGARO, 2023).
Na presença de qualquer distúrbio na propagação do sangue, como no caso das
obstruções arteriais, o fluxo deixa de ser laminar e passa a ser turbulento. Nesses casos, pode-
se formar uma vibração sonora que é percebida como um frêmito à palpação, muito comum em
pacientes com insuficiência renal crônica que utilizam fístulas arteriovenosas para hemodiálise
(PORTO, 2005). A diminuição ou ausência de pulso nas extremidades é um sinal clínico
importante de ser avaliado em pacientes com DAOP, sendo sua presença um indicativo direto
da localização da obstrução arterial. Por isso, a palpação dos pulsos periféricos tem um papel
central no exame físico (PATIER, et. al, 2023).
Em um contexto de doenças vasculares, DAOP ou TVP, além da palpação de pulsos ser
fundamental, no caso da primeira, a palpação do membro em si é de longe a melhor forma de
6 CONCLUSÃO
Dessa forma, destaca-se a importância da palpação das artérias tanto dos membros
superiores quanto inferiores ao exame físico, fornecendo informações valiosas sobre a saúde
do sistema cardiovascular e a circulação sanguínea periférica. Essa obra aborda uma revisão
sistemática da técnica adequada, evidenciando os critérios de avaliação de pulso, o
posicionamento correto do paciente associado aos conhecimentos anatômicos e as utilidades
clínicas dessas manobras semiológicas a fim de aprimorar a prática clínica, possibilitando
diagnósticos e condutas médicas mais precisas.
Aqui temos um excelente ponto de partida para a luta constante pela maestria na
palpação de pulsos. Agradecemos seu interesse e dedicação em tentar aprimorar suas
habilidades clínicas. Espero que esta sessão de aprendizagem sirva como uma base sólida para
uma prática clínica excepcional e abrangente.
REFERÊNCIAS
3. CALLIGARO, K.D; Proper technique of lower extremity pulse examination: a lost art.
International Angiology, Porto, v. 42, n.1, p.33-36, fev. 2023.
6. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.