Prova de Função Muscular

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Brazilian Journal of Health Review 4290

ISSN: 2595-6825

Manual técnico de palpação de pulsos arteriais: uma revisão de literatura

Technical manual on palpation of arterial pulses: a literature review

DOI:10.34119/bjhrv7n1-348

Recebimento dos originais: 29/12/2023


Aceitação para publicação: 30/01/2024

Weverton da Silva Oliveira


Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

Bruno Gabriel Gonçalves Batista Teixeira


Graduado em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

Cássio Peres Ribeiro


Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

João Caio Peres Ribeiro


Graduado em Medicina
Instituição: Universidade de Gurupi
Endereço: Av. Guanabara, 1500, quadra 326, lote 11, Gurupi – TO, CEP: 77403-080
E-mail: [email protected]

Felipe Abreu Medeiros


Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

Wilks Marques Guimarães


Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

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Michel Teixeira Lemos


Graduando em Medicina
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

Silvio Alves da Silva


Mestre em Ciências da Saúde, Especialista em Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de
Angiologia
Instituição: Universidade Federal do Tocantins
Endereço: Quadra 109 Norte, Avenida NS-15, ALCNO-14 Plano Diretor Norte, Palmas - TO
CEP: 77001-090
E-mail: [email protected]

RESUMO
Este trabalho foi produzido por alunos do curso de Medicina da Universidade Federal do
Tocantins - Campus Palmas. O intuito da produção deste manual é orientar e facilitar a prática
clínica da semiotécnica vascular de palpação de pulsos periféricos. Este material buscou
combinar a literatura de referência na área, a vivência prática dos alunos envolvidos e as
ilustrações-práticas na construção e na descrição do passo a passo da técnica semiológica.
Finalmente, esta produção se propõe a englobar desde acadêmicos, inclusive dos primeiros
períodos do curso, até profissionais que tenham interesse em explorar uma abordagem
alternativa desta área tão essencial na rotina médica.

Palavras-chave: exame físico, pulso arterial, semiotécnica, palpação.

ABSTRACT
This work was produced by students of the Medicine course at the Federal University of
Tocantins - Campus Palmas. The purpose of producing this manual is to guide and facilitate the
clinical practice of vascular semiotics of peripheral pulse palpation. This material sought to
combine the reference literature in the area, the practical experience of the involved student and
the practical illustrations in the construction and step-by-step description of the semiotic
technique. Finally, this production proposes to encompass from academics, including the first
periods of the course, to professionals who are interested in exploring an alternative in this area,
so essential in the medical routine.

Keywords: physical examination, arterial pulse, semiotechnique, palpation.

1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, é imprescindível abordarmos o que seria o pulso arterial, no contexto
biológico, aplicado ao sistema cardiovascular, é definido como qualquer flutuação periódica no
sistema, causada pelo coração. Quando o sangue é ejetado para o interior do sistema arterial,
são geradas alterações no fluxo, na pressão e nas dimensões dos vasos. Embora qualquer um
dos três fatores apresente variações pulsáteis durante o ciclo cardíaco, o pulso, tal como é

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avaliado no exame físico, é decorrente, principalmente, de alterações da pressão intravascular.


Apesar disso, a magnitude do pulso não é diretamente correlacionada com a pressão
intravascular. A percepção da amplitude do pulso depende, além da magnitude de pressão
intravascular, das dimensões da artéria sob avaliação e da pressão exercida pelos dedos do
examinador (PAZIN-FILHO, 2004).
As características básicas, que devem ser investigadas na avaliação dos pulsos arteriais,
são as que vêm a seguir, juntamente a elas, vem os questionamentos:
1) Frequência - avaliação da pulsação em membro por até 1 minuto; as artérias
carótidas ficam mais próximas ao coração e refletem um pulso mais fidedigno da função
cardíaca (ALBA, 2016).
2) Ritmo - regular ou presença de irregularidade?
3) Localização - qual o pulso que eu estou palpando?
4) Simetria - percepção da amplitude, presença ou ausência na comparação
contralateral?
5) Formato - análise do contorno da pulsação?
6) Amplitude - normal, aumentado ou reduzido?
A palpação deve ser sistematizada e simétrica das artérias possibilitando detectar
diminuição ou ausência de pulso, viabilizando o diagnóstico de estenose ou oclusão. A
amplitude do pulso é graduada (em cruzes) de (1+) a (4+) e pode variar de examinador para
examinador, mas o importante é a determinação da amplitude comparativamente em pulsos
homólogos pelo mesmo examinador (PORTO, 2005), ou seja, a observação, e a palpação
bilateral é fundamental para a prática médica, cabendo ao médico se atentar a cada detalhe.
As artérias acessíveis à palpação são: carótida comum, temporal superficial, facial e
nasal, subclávia, braquial, radial, cubital, aorta abdominal, ilíaca externa, femoral comum,
poplítea, tibial anterior, dorsal do pé, tibial posterior e digitais, das mãos e dos pés (PORTO,
2005), na teoria é necessário palpar todas essas, mas na prática poucos médicos conseguem
localizar e palpá-los corretamente de maneira sistematizada, ou sequer fazem a palpação.
Iremos abordar a palpação de pulsos nos membros inferiores, se limitando aos principais pulsos
no membro inferior, delimitados ao pulso pedioso, tibial posterior, poplíteo e femoral.
O pulso normal caracteriza-se por uma ascensão, seguida por um descenso suave e deve
ser simétrico com a artéria correspondente do lado oposto. Um achado muito comum secundário
ao enrijecimento da parede arterial pode ocorrer devido ao envelhecimento ou mesmo como
consequência da hipertensão arterial. Com a redução da elasticidade da parede arterial, a fase
de ascensão do pulso pode ficar mais exacerbada (ARAGÃO, 2023).

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2 OBJETIVOS
Este trabalho visa como objetivo a abordagem de forma clara e sistematizada da
palpação de pulsos de membros inferiores, servindo como meio de facilitação entre a teoria e a
prática. É de grande valia, visto a utilização em diversos momentos da construção acadêmica
ao longo do curso de Medicina, tanto para o aluno que iniciou a graduação atualmente, como
também para alunos avançados, no internato, por exemplo, como um meio de revisão e consulta,
com ilustrações que objetivam o conhecimento do estudante com a didática facilitada visando
atender todos os públicos. A elaboração deste material básico de semiologia vascular, com a
palpação de pulsos, é fundamental para a melhor assimilação e auxilia na habilidade
profissional, devido a exigência do seu uso na prática clínica, seja em situações de emergência
(como a OAP), seja também em situações crônicas como a (DAOP), para os alunos,
profissionais recém-formados e experientes, independente da área de atuação do mesmo. Esta
obra abarca o conteúdo intrínseco à disciplina de Semiologia II, do curso de Medicina da
Universidade Federal do Tocantins.
Por fim, é necessário ressaltar que este manual não está completo e finalizado.
Almejamos que aqueles que utilizarem futuramente detectem falhas e imperfeições, e que essas
possam ser corrigidas por futuros acadêmicos (YOSHIKAWA, 2015).

3 MÉTODOS
Trata-se de uma revisão de literatura, na qual foram utilizados consultas a: livros de
semiologia básica, artigos de revisão, nas línguas portuguesa e inglesa. Para isso, foram
empregadas ferramentas de pesquisa, como PubMed, Scielo, Google Acadêmico e acervo
bibliográfico da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Além disso, como modo de facilitar
a observação dos alunos, as ilustrações são de obras autorais, registradas no Complexo
Laboratorial da UFT, especificamente na Enfermaria Modelo, a qual é utilizada para as práticas
acadêmicas dentro do Campus, retratados pelos alunos responsáveis pela elaboração do manual.

4 RESULTADOS
Na abordagem inicial do paciente, o posicionamento adequado do paciente é de suma
importância para um exame físico preciso dos pulsos periféricos (CALLIGARO, 2023).
Consideremos que neste ponto do exame clínico que o examinador já realizou anamnese bem
detalhada, podendo agora seguir as próximas etapas.
● Sempre se posicionar à direita do paciente (se a maca estiver do lado da parede,
afastar, para melhor se posicionar) e abordá-lo por este lado.

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● Posicionar o paciente com os braços estendidos nas laterais do corpo, pernas bem
estendidas (descruzar pernas, caso necessário).
● Pedir educadamente que o paciente fique tranquilo para evitar que o mesmo se
mova e atrapalhe o seu exame físico.
● Fazer com que haja confiança entre o paciente e você que está o avaliando.
● Traçar uma maneira eficaz de avaliar o paciente, de forma bem feita, sem
titubear.
Forma sistematizada de fazer a palpação de pulsos de membros inferiores:
1. Use seus EPIs de forma consciente.
2. Se posicione do lado direito do paciente.
3. Prepare o paciente para fazer todo o exame físico (fisicamente e mentalmente -
sempre falando para o paciente o passo a passo do que está fazendo (de uma forma que
ele entenda)). Fazer toda a palpação de pulsos no sentido caudo-cranial.
4. Inicialmente, palpe o pulso tibial posterior direito, posicionado do lado direito
do paciente.
5. Após isso, palpe o pulso pedioso esquerdo, posicionado do lado direito do
paciente.
6. Em seguida, vá para o lado esquerdo do paciente.
7. Palpe o pulso tibial posterior esquerdo posicionado do lado esquerdo.
8. Logo após, palpe o pulso pedioso direito, ainda posicionado do lado esquerdo do
paciente (fazer comparativo bilateralmente).
9. Após essa primeira etapa retorne ao lado direito do indivíduo.
10. Iremos abordar o pulso poplíteo dessa vez, primeiro, posicionado do lado
direito, palpe o pulso poplíteo direito do paciente.
11. Vá ao lado esquerdo do paciente e palpe o pulso poplíteo esquerdo do mesmo.
12. Retorne ao lado direito do paciente e palpe o pulso femoral direito do paciente.
13. Vá ao lado esquerdo do paciente e palpe o pulso femoral esquerdo do mesmo.
Sempre comparar bilateralmente.
Forma sistematizada de fazer a palpação de pulsos de membros superiores:
1. Retorne ao lado direito do paciente, após término da palpação de membros
inferiores e inicie a palpação de pulso dos membros superiores, dessa vez será de uma
forma mais prática.
2. Inicialmente aborde os pulsos radial, ulnar e braquial direito, posicionado à
direita do paciente.

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3. Vá ao lado esquerdo e repita o mesmo procedimento.


Sempre comparar bilateralmente.
Neste presente trabalho não abordaremos a semiotécnica de todos os pulsos existentes,
apenas de alguns, visto que há inúmeros pulsos palpáveis no corpo humano.

4.1 PULSO ARTERIAL TIBIAL POSTERIOR (TP)


Para conseguirmos palpar a artéria tibial posterior, é prático inicialmente identificarmos
o maléolo medial do paciente, após isso, desloque o dedo posteriormente a este acidente ósseo.
Lembrar que a palpação de pulsos sempre é bimanual, obter a posição neutra anatômica do
membro examinado é fundamental para uma boa avaliação.

Figura 1. Palpação de pulso arterial tibial posterior.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 2. palpação de pulso arterial tibial posterior.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

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4.2 PULSO ARTERIAL PEDIOSO


Para palpação da artéria pediosa, é prático traçarmos uma linha entre o hálux e o segundo
pododáctilo do lado avaliado, na região dorsal do pé podemos palpar, seja com a mão espalmada
ou com o dorso do 2º ao 4º dedo da mão direita do examinador.

Figura 3. – palpação de pulso arterial pedioso.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 4. Palpação de pulso arterial pedioso.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

4.3 PULSO ARTERIAL POPLÍTEO


A artéria poplítea é uma das artérias mais difíceis de palpação. Para palparmos essa
artéria é necessário flexionar a perna avaliada do paciente em 45°. Uma maneira mais
simplificada de a encontrarmos é pedirmos para o paciente tracionar os músculos posteriores
da coxa, evidenciando, dessa maneira, o tendão do músculo grácil (principal tendão da região).
Após identificarmos, utilizamos a palpação bimanual, com sobreposição de uma mão sobre a
outra e colocando os polegares na tuberosidade tibial e pressionamos em uma profundidade
razoável.

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Figura 5. palpação de pulso arterial poplíteo.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 6. palpação de pulso arterial poplíteo.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

4.4 PULSO ARTERIAL FEMORAL


A palpação do pulso arterial femoral é a mais sistematizada de todos que já foram ditos
até o momento. Uma maneira simplificada de palparmos é traçarmos uma linha entre a espinha
ilíaca ântero-superior até o púbis do paciente (região da linha inguinal), dividirmos em três
partes e na divisão entre a primeira e a segunda parte medial utilizarmos da palpação bimanual
em uma profundidade razoável logo abaixo do ligamento inguinal.

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Figura 7 e 8. palpação de pulso arterial femoral sistematizado.

Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 9. palpação de pulso arterial femoral.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

4.5 PULSO AÓRTICO-ABDOMINAL


A aorta torácica ao sair do coração adquire um trajeto descendente, e, ao passar pelo
diafragma torna-se aorta abdominal, o marco final da aorta abdominal pode ser referido na
região umbilical, na qual se divide em ilíaca comum direita e esquerda. Dessa maneira, é
fundamental termos em mente que a palpação da aorta abdominal se delimita a uma área central
do abdome (parte superior do mesogástrio e epigástrio). Tendo em vista a anatomia básica, a
aorta não se localiza centralmente, mas sim com leve deslocamento à esquerda ao lado da veia
cava inferior (a qual fica a direita), sendo assim, a palpação deve seguir a mesma linha de
pensamento, e aqui, da mesma forma que na artéria femoral, deve ser feita bimanualmente com
uma profundidade moderada.

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Figura 10. palpação de pulso arterial aórtico-abdominal.

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.6 PULSO ARTERIAL RADIAL


Na palpação do pulso arterial radial, é fundamental o posicionamento ipsilateral ao
membro aferido do paciente e lembrar do conceito da palpação bimanual, no qual devemos
fazer com que a mão do indivíduo fique em uma posição neutra. Ao observarmos a anatomia
do paciente, devemos identificar a região da “tabaqueira anatômica” (lateral a região distal do
antebraço), região triangular delimitada pelos tendões dos músculos: extensor longo do polegar,
extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar. Ao identificar a região, devemos palpar
logo anteriormente, e, ao palpar com a polpa digital com força leve é possível senti-la pela sua
superficialidade.

Figura 11. palpação de pulso arterial radial.

Fonte: Elaborada pelo autor.

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Figura 12. palpação de pulso arterial radial.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

4.7 PULSO ARTERIAL ULNAR


A palpação da artéria ulnar se assemelha a radial pela localização, porém no sentido
medial. É palpada anteriormente na altura do processo estilóide ulnar e na altura do quinto dedo.
Pode ser usado nessa palpação a polpa digital do segundo e terceiro dedo com leve força da
mesma maneira que o anterior.

4.8 PULSO ARTERIAL BRAQUIAL


Esta artéria é bastante utilizada no dia-a-dia, principalmente para aferição de pressão
arterial, com a necessidade de ausculta da mesma, assim como a artéria radial (neste caso com
a palpação). Para localização desta artéria, há uma sistematização simples, na qual utilizamos
o músculo bíceps braquial como a principal referência. Pedimos gentilmente para que o paciente
flexione o braço, e na borda medial do músculo referencial conseguimos encontrar
habitualmente esta artéria pulsar fortemente de maneira geral.

Figura 13. palpação de pulso arterial braquial.

Fonte: Elaborada pelo autor

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Figura 14. palpação de pulso arterial braquial.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

4.9 PULSO ARTERIAL CAROTÍDEO COMUM E ARTÉRIA AXILAR


Por último temos as artérias ‘mais centrais possíveis’, a carótida comum e a axilar. Para
delimitarmos a palpação da artéria carótida comum, temos que levar em consideração duas
estruturas: o músculo esternocleidomastóideo e a traqueia; essa artéria fica em uma região que
denomina-se triangulo carotídeo (nome sugestivo), limitada por estruturas como: o próprio
músculo esternocleidomastóideo, músculo omo-hióideo e o músculo digástrico, juntamente
com diversas outras estruturas nobres, como por exemplo, a veia jugular. Devemos utilizar, de
preferência, dois dedos (dedo médio e indicador).

Figura 15. palpação de pulso arterial carotídeo.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

Já na palpação do pulso arterial axilar, devemos ir ao ápice da axila com destreza, do


lado medial (seguindo a linha do pulso arterial braquial) e devemos utilizar de preferência dois
ou três dedos (de forma a abarcar braço do paciente examinado).

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Figura 16. palpação de pulso arterial axilar.

Fonte: Imagem retirada de Aragão, J.A; 2020

5 DISCUSSÃO
A palpação das artérias de forma padronizada e sistematizada é o elemento primordial
no diagnóstico da doença arterial, na medida em que permite uma avaliação da amplitude do
pulso e a detecção da diminuição ou ausência (ARAGÃO, 2020), ou seja, é fundamental o
domínio da prática e a avaliação bilateral dos pulsos para uma melhor conduta frente às
adversidades de um exame físico alterado.
Pulsos irregulares são secundários a arritmias cardíacas e devem ser avaliados na
propedêutica do aparelho cardíaco. Já a perda de simetria em pulsos correspondentes pode
corresponder à estenose ou obstrução do fluxo arterial (aterosclerose, doença arterial obstrutiva
periférica, aneurismas ou dissecções arteriais). As artérias apresentam uma onda de pulso ao
longo de todo o seu comprimento, porém apenas nas regiões em que se aproximam da superfície
do corpo é que podem ser sentidas ou palpadas. Em uma artéria sadia, o fluxo sanguíneo deve
ser laminar, com o sangue fluindo mais rápido no centro e mais lento na periferia devido à
resistência imposta pela parede do vaso. Esse tipo de fluxo não provoca vibrações perceptíveis
(CALLIGARO, 2023).
Na presença de qualquer distúrbio na propagação do sangue, como no caso das
obstruções arteriais, o fluxo deixa de ser laminar e passa a ser turbulento. Nesses casos, pode-
se formar uma vibração sonora que é percebida como um frêmito à palpação, muito comum em
pacientes com insuficiência renal crônica que utilizam fístulas arteriovenosas para hemodiálise
(PORTO, 2005). A diminuição ou ausência de pulso nas extremidades é um sinal clínico
importante de ser avaliado em pacientes com DAOP, sendo sua presença um indicativo direto
da localização da obstrução arterial. Por isso, a palpação dos pulsos periféricos tem um papel
central no exame físico (PATIER, et. al, 2023).
Em um contexto de doenças vasculares, DAOP ou TVP, além da palpação de pulsos ser
fundamental, no caso da primeira, a palpação do membro em si é de longe a melhor forma de

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diferenciá-las, a questão da temperatura, manobras especiais e edemaciação dos membros é


fundamental para o diagnóstico diferencial e delimitação do acometimento do membro. Por
exemplo, em estudo realizado por DOS ANJOS, et. al, 2023. evidenciou em estudo
observacional com profissionais de saúde do hospital de clínicas da Universidade Federal de
Uberlândia averiguou-se que os profissionais pesquisados sabem da existência da técnica
de medição da PA em membro inferiores, entretanto, não sabem executar de maneira correta e
não percebem a magnitude de sua importância, uma vez que todas as categorias
profissionais investigadas não executaram corretamente ao menos uma parte do procedimento,
dessa maneira observa-se que mesmo nos pequenos procedimentos já há determinada
dificuldade em se ter uma técnica correta, o que dificulta ainda mais o processo de investigação
clínica, sendo necessário, dessa forma que haja capacitação contínua dos profissionais de saúde.

6 CONCLUSÃO
Dessa forma, destaca-se a importância da palpação das artérias tanto dos membros
superiores quanto inferiores ao exame físico, fornecendo informações valiosas sobre a saúde
do sistema cardiovascular e a circulação sanguínea periférica. Essa obra aborda uma revisão
sistemática da técnica adequada, evidenciando os critérios de avaliação de pulso, o
posicionamento correto do paciente associado aos conhecimentos anatômicos e as utilidades
clínicas dessas manobras semiológicas a fim de aprimorar a prática clínica, possibilitando
diagnósticos e condutas médicas mais precisas.
Aqui temos um excelente ponto de partida para a luta constante pela maestria na
palpação de pulsos. Agradecemos seu interesse e dedicação em tentar aprimorar suas
habilidades clínicas. Espero que esta sessão de aprendizagem sirva como uma base sólida para
uma prática clínica excepcional e abrangente.

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REFERÊNCIAS

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enfermagem no adulto 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2016.

2. ARAGÃO, J. A. Exame Físico do Sistema Vascular Periférico.


DOI:10.29327/526201, 2020.

3. CALLIGARO, K.D; Proper technique of lower extremity pulse examination: a lost art.
International Angiology, Porto, v. 42, n.1, p.33-36, fev. 2023.

4. YOSHIKAWA G; CASTRO, R. C. Manual de semiologia médica: a prática do


exame físico. 1 ed. Belém, EDUEPA, 2015.

5. PAZIN-FILHO, A; SCHMIDT, A; MACIEL, B. C. Cardiovascular examination:


inspection, palpation and percussion. Medicina, Ribeirão Preto, v. 37: 227-239, july/dec.
2004.

6. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

7. DOS ANJOS, L. S. F.; BERNARDINO, K. de C.; FACCIOLI, C. K.; LIZARDO, F. B.;


JÚNIOR, R. B. A aferição indireta da pressão arterial em membros inferiores versus
conhecimento dos profissionais. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 6, n. 3, p.
10440–10451, 2023. DOI: 10.34119/bjhrv6n3-161. Disponível em:
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/60045. Acesso em: 17
jan. 2024.

8. PATIER, P. H. X.; DA VEIGA, R. T. A. N.; SANTOS, G. S.; BARBOSA, K. H.;


CAMPOS, M. C. Características clínicas da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP): um
estudo sistemático. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 6, n. 5, p. 20827–20836,
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https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/62961. Acesso em: 17
jan. 2024.

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