O Macaco e A Essencia - Aldous Huxley - 240421 - 150628
O Macaco e A Essencia - Aldous Huxley - 240421 - 150628
O Macaco e A Essencia - Aldous Huxley - 240421 - 150628
HUXLEY
O macaco
e a essência
tradução
Fábio Bonillo
Sumário
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I. Tallis
II. O roteiro
Notas
Sobre o autor
Créditos
I. Tallis
‘Certamente é óbvio.
Não o sabe todo estudante?
Os fins são escolhidos pelo símio; apenas os meios são do
homem.
Alcoviteira dos pápios e tesoureira dos babuínos,
A razão vem a toda, sequiosa para ratificar;
Vem, lacaia da filosofia, subjugando-se a tiranos;
Vem, cafetina da Prússia, com a patente História de Hegel;
Vem, com a medicina, para administrar o afrodisíaco do Macaco-
Rei;
Vem, versejando e com Retórica, para escrever-lhe os
discursos;
Vem com o Cálculo para mirar-lhe os foguetes
Precisamente no orfanato além do oceano;
Vem, tendo já mirado, com lisonja para suplicar à
Nossa Senhora devotamente por um ataque certeiro.’
La belle Américaine
Qui rend les hommes fous,
Dans deux ou trois semaines
Partira pour Corfou.[3]
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
Certamente é óbvio.
Não o sabe todo estudante?
Os fins são escolhidos pelo símio; apenas os meios são do homem.
Alcoviteira dos pápios e tesoureira dos babuínos,
A razão vem a toda, sequiosa para ratificar;
Vem, lacaia da filosofia, subjugando-se a tiranos;
Vem, cafetina da Prússia, com a Patente História de Hegel;
Vem, com a medicina, para administrar o afrodisíaco do Macaco-Rei;
Vem, versejando e com Retórica, para escrever-lhe os discursos;
Vem com o Cálculo para mirar-lhe os foguetes
Precisamente no orfanato além do oceano;
Vem, tendo já mirado, com lisonja para suplicar à
Nossa Senhora devotamente por um ataque certeiro.
As fanfarras cedem lugar ao mais glutinoso dos pianos Wurlitzer;
“Terra de esperança e glória”, a “Avante, soldados cristãos”.
Acompanhado de seu Reverendo Deão do Cabido em pessoa, o
Reverendíssimo Bispo-Babuíno do Bronx avança majestoso, com
seu báculo na pata incrustada de joias, para consagrar a bendição
sobre os dois Marechalíssimos de Campo e seus patrióticos
procedimentos.
NARRADOR
Igreja e Estado,
Cobiça e Ódio:
Dois Homens-Babuínos num só Sumo Gorila.
TODOS
Amém, amém.
O BISPO
In nomine Babuini...
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
PRIMEIRO EINSTEIN
NARRADOR
NARRADOR
Partenon, Coliseu...
A glória que a Grécia foi, esplendor, et cetera.
E há ainda todos os outros:
Tebas e Copán, Arezzo e Ajanta;
Bourges, tomando o céu pela violência,
E a Sagrada Sabedoria, flutuando em descanso.
Mas a glória que a rainha Vitória foi
Permanece inquestionavelmente o W.C.;
O esplendor que foi Franklin Delano
É até agora o maior ralo de todos...
Seco agora e destroçado, Icabode, Icabode;
E seu carregamento de preservativos (irreprimivelmente flutuantes,
Como a esperança, como a concupiscência) não mais embranquece
Esta solitária praia com uma galáxia como que de anêmonas
Ou margaridas de verão.
NARRADOR
Ora, eis aqui nosso herói, Alfred Poole, doutor. Mais conhecido entre
seus alunos e colegas mais jovens como Poça Parada. E o apelido,
infelizmente, é-lhe dolorosamente adequado. Pois embora não seja
desgracioso, como podem ver, embora seja Colega da Real
Sociedade da Nova Zelândia e em hipótese alguma um tolo, nas
circunstâncias da vida prática sua inteligência parece ser apenas
virtual, sua atratividade não mais que latente. É como se ele vivesse
atrás de uma chapa de vidro, pudesse ver e ser visto, mas nunca
estabelecer contato. E a culpa, como o doutor Schneeglock do
Departamento de Psicologia apressa-se até demais em contar a
vocês, a culpa recai naquela devotada e intensamente enviuvada
Mãe dele — aquela santa, aquele pilar da fortitude, aquela vampira,
que ainda preside sua mesa de café da manhã e que com as
próprias mãos lava suas camisas de seda e cerze martirizantemente
suas meias.
NARRADOR
“Está bem”, diz ela por fim. “Vou na frente. Mas prometa que não vai
demorar.”
“É claro que não vou demorar.”
Ela se vira e vai embora. O doutor Poole a acompanha com o
olhar; então, com um suspiro de alívio por ver-se sozinho mais uma
vez, retoma sua escavação.
NARRADOR
“Nunca”, repete ele para si mesmo. “Nunca! Pode a Mãe dizer o que
for.” Pois embora ele respeite a senhorita Hook como botânica,
confie nela como uma organizadora e admire-a como pessoa de
mente elevada, a ideia de tornar-se uma só carne com ela é-lhe tão
impensável quanto uma violação do Imperativo Categórico.
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
“And for bonny Annie Laurie I’d lay me doon and dee...”[10]
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
Mais uma vez a areia barra a estrada. Eles entram noutra tortuosa
vereda entre as dunas e encontram-se subitamente sozinhos, como
se no meio do Saara.
Travelling segundo o ponto de vista do doutor Poole. NÃO NÃO, NÃO NÃO...
Loola estaca e volta na direção dele. NÃO NÃO NÃO. A Câmera sobe até
seu rosto e de imediato ele nota que sua expressão é trágica.
NARRADOR
“Não quero que cortem meus cabelos”, diz ela numa voz rachada.
“Mas eles não vão.”
“Vão sim.”
“Eles não podem, eles não devem.” Então, espantado com a
própria ousadia, ele acrescenta: “É bonito demais”.
Ainda trágica, Loola balança a cabeça.
“Eu sinto”, diz ela, “em meus ossos. Eu simplesmente sei que
ele terá mais do que sete dedos. Eles vão matá-lo, vão raspar meu
cabelo, vão me açoitar... e Ele é quem nos leva a fazer essas
coisas.”
“Que coisas?”
Ela olha para ele um momento sem falar nada; então, com uma
expressão quase de pavor, baixa os olhos.
“É porque Ele quer que sejamos miseráveis.”
Cobrindo o rosto com as mãos, ela começa a soluçar
incontrolavelmente.
NARRADOR
NARRADOR
“E ele me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; e eis que
estavam sequíssimos.” Os ossos secos de alguns daqueles que
morreram, aos milhares, aos milhões, no decurso daqueles três
claros dias de verão que, para vocês aí, se encontram ainda no
futuro. “E ele me perguntou: Filho do homem, poderão viver estes
ossos?” A resposta, disse eu, é negativa. Pois embora Baruque
possa (talvez) nos salvar de assumir nossos lugares em um ossuário
como esse, ele nada pode fazer para impedir aquela outra morte,
mais lenta, mais perversa...
Pois esta outra morte — não pela praga, desta vez, não pelo veneno,
não pelo fogo, não pelo câncer induzido artificialmente, mas pela
sórdida desintegração da própria substância da espécie —, esta
aterrorizante e infinitamente covarde morte no nascimento bem
poderia ser produto tanto da indústria atômica como da guerra
atômica. Pois num mundo provido pela fissão nuclear, a avó de todos
teria sido uma profissional do raio X. E não apenas a avó de todos —
o avô e o pai e a mãe de todos igualmente, os ancestrais de todos
voltando até três e quatro e cinco gerações daqueles que Me
odeiam.
NARRADOR
Igreja e Estado,
Cobiça e Ódio:
Dois Homens-Babuínos
Num só Sumo Gorila.
NARRADOR
Glória a Belial,
SEMICORO II
SEMICORO I
É coisa terrível,
SEMICORO II
Terrível, terrível,
SEMICORO I
Aleluia!
SEMICORO I
Nas mãos do Inimigo do homem,
SEMICORO II
Rastejando no coração;
SEMICORO I
E seu conspurcador;
SEMICORO I
Onipresente:
SEMICORO I
Do todo-poderoso Lúcifer,
SEMICORO II
Na Igreja, no Estado;
SEMICORO I
De Belial,
SEMICORO II
Transcendente,
SEMICORO I
SEMICORO I
Sujo, sujo;
SEMICORO I
A mãe.
SEMICORO I
A mãe.
SEMICORO I
A mãe.
SEMICORO I
Possuída, possuída...
SEMICORO II
Rastejando e ardendo,
SEMICORO I
A espicaça, a guia,
SEMICORO I
Ribanceira abaixo
SEMICORO II
Pelo sangue.
SEMICORO I
A Câmera se move do altar até o local onde, ala por cima de ala, as
pálidas gárgulas fitam com faminta expectativa a cena lá embaixo. E
subitamente os rostos abrem suas bocas negras e começam a
salmodiar em uníssono, hesitantemente num primeiro momento,
então com crescente confiança e um volume sempre maior de som:
“Sangue, sangue, sangue, o sangue, o sangue, sangue, sangue,
o sangue...”
Cortamos de volta para o altar. O som do irracional, sub-humano
cântico continua monotonamente por cima do quadro.
O Patriarca entrega sua pedra de amolar a um dos
Arquimandritas assistentes, então com sua mão esquerda pega pelo
pescoço a criança deformada e a empala com a faca. Ela solta dois
ou três balidos, e silencia.
O Patriarca se vira, concede que metade de um quartilho de
sangue espirre sobre o altar, então atira o minúsculo cadáver na
escuridão além. O cântico sobe num crescendo selvagem:
“Sangue, sangue, o sangue, o sangue, sangue, sangue, o
sangue...”
“Levem-na embora!”, grita o Patriarca num autoritário guincho.
Aterrorizada, a mãe se vira e precipita-se pelos degraus. Os dois
Postulantes a seguem, golpeando-a selvagemente com seus
vergalhos consagrados. O cântico é pontuado por gritos lancinantes.
Da congregação vem um rumor que é metade um gemido de
comiseração, metade um grunhido de satisfação.
Vermelhos e um tanto esbaforidos devido a tão incomum
exercício extenuante, os jovens e roliços Postulantes apanham outra
mulher — dessa vez uma garota, frágil e esguia, quase beirando a
infantilidade.
Seu rosto está escondido enquanto a arrastam degraus acima.
Então um deles recua um pouco e reconhecemos Polly.
Sem os polegares, com oito mamilos, a criança é erguida
perante o Patriarca.
SEMICORO I
Pelo sangue.
SEMICORO I
NARRADOR
NARRADOR
Mas por quê, por que aquele homem tem que relaxar justamente
com Loola? Ordinária, besta, rameira infiel! Mas ao menos há um
consolo — e para um homem tímido, infectado com desejos que não
ousa realizar, é um grande consolo: a conduta de Loola é a
comprovação de uma acessibilidade que, na Nova Zelândia, nos
círculos acadêmicos, na vizinhança de sua Mãe, poderia apenas ser
furtivamente sonhada como boa demais para ser verdade. E não é
somente Loola que se prova acessível. A mesma coisa está sendo
demonstrada, não menos ativamente, não menos verbalmente, por
aquelas garotas mulatas, por Flossy, a roliça teutônica cor de mel,
por aquela imensa matrona armênia, pela tosada adolescentezinha
com grandes olhos azuis...
SEMICORO I
É chegado o tempo,
SEMICORO II
No caos da luxúria.
SEMICORO I
É chegado o tempo,
SEMICORO II
Os Outros, os Alienígenas,
SEMICORO I
A Comichão, O Eczema,
SEMICORO II
O protuberante Verme.
SEMICORO I
É chegado o tempo,
SEMICORO II
Da morte da Alma,
SEMICORO II
De a Pessoa perecer,
SEMICORO I
Tempo de o Inimigo
SEMICORO II
NARRADOR
Considerem os pássaros. Que singeleza há em seu amor! Que
cavalheirismo à antiga! Pois embora os hormônios produzidos no
corpo da galinha reprodutora a predisponha à emoção sexual, seus
efeitos não são nem tão intensos nem tão efêmeros quanto os dos
hormônios ovarianos no sangue dos mamíferos fêmeas durante o
estro. Ademais, por razões óbvias, o galo não está em posição de
impor seus desejos a uma galinha indisposta. Daí a prevalência,
entre pássaros machos, de uma plumagem clara e de um instinto
para o cortejo. E daí a notável ausência dessas encantadoras coisas
entre os mamíferos machos. Onde, como entre os mamíferos, os
desejos amorosos das fêmeas e sua atratividade ao sexo masculino
são inteiramente determinados por meios químicos, que necessidade
há de beleza masculina ou das sutilezas do cortejo preliminar?
Para os humanos todo dia do ano é potencialmente a temporada
do acasalamento. As garotas não são quimicamente predestinadas,
durante alguns dias, a aceitar os avanços do primeiro macho que se
apresente. Seus corpos manufaturam hormônios em doses
suficientemente pequenas para permitir até à mais temperamental
delas uma certa liberdade de escolha. É por isso que, diferente de
seus companheiros mamíferos, o homem sempre foi um galanteador.
Mas agora os raios gama mudaram tudo isso. Os padrões
hereditários do comportamento físico e mental do homem assumiram
outra forma. Graças ao supremo Triunfo da Ciência Moderna, o sexo
tornou-se sazonal, o romance foi tragado pelo estro, e a compulsão
química feminina para acasalar aboliu o cortejo, o cavalheirismo, a
ternura, o próprio amor em si.
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
Sou a Terra,
Tua mãe; aquela em cujas pétreas veias
Até a última fibra da mais majestosa árvore,
Cujas finas folhas tremularam no gélido ar,
Alegria correu, tal qual sangue em vívida carcaça,
Quando tu fizeste do peito dela, como uma nuvem
De glória, surgir um espírito de aguda alegria.[22]
NARRADOR
“O mundo está cheio de lenhadores”, diz ele para si, “O mundo está
cheio de lenhadores, que expulsam/ As dóceis dríades do amor das
árvores da vida/ E em toda toca os rouxinóis molestam.”[23]
NARRADOR
NARRADOR
NARRADOR
1. A tirinha cômica de Rudolph Dirks, cujo título traduzido no Brasil à época nada tinha
de germânico (Os sobrinhos do capitão), retratava as diabruras de dois meninos
alemães de sotaque estereotipado. (Todas as notas deste livro são do tradutor.)
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4. Horatio Nelson (1758-1805), audacioso almirante inglês célebre pela vitória contra
Napoleão na batalha naval de Trafalgar, na qual pereceu.
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5. Salmos 115,6.
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8. Entre os tiranos citados, encontram-se os hoje não tão célebres Azzolino III da
Romano (1194-1259), governante de Pádua, a quem Dante encontra no Inferno em A
divina comédia (Canto XII, verso 110); e Jay Gould (1836-1892), falsário do mercado
acionista de linhas ferroviárias, uma vez apelidado “o Mefistófeles de Wall Street”. Já
NKVD é a abreviação de Narodny Komissariat Vnutrennik Del, ou Comissariado do Povo
para Assuntos Internos, órgão responsável, durante o governo soviético russo, pela
implantação de políticas repressivas contra dissidentes políticos.
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9. O NKVD já nos foi apresentado por Huxley (ver nota 8), mas não Oakridge, cidade no
Tennessee onde em 1942 implantou-se a base de pesquisas científicas que produziria
a bomba atômica.
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11. Poema de Lord Alfred Tennyson (1809-1892), autor cujo nome a Mãe do doutor
Poole teria homenageado ao batizar o filho.
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12. “Liebestod” (“a morte no amor”) é a última canção da ópera Tristão e Isolda, de
Richard Wagner.
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13. Em francês, no original: “A mulher eterna sempre nos cria. A mulher eterna
sempre...”.
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14. Kulak ou cúlaque: termo pejorativo usado na União Soviética para designar
fazendeiros emergentes que, por terem mais posses que seus antigos colegas
camponeses, eram malquistos e taxados pelo governo.
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15. Protagonista do romance de mesmo nome, escrito por Sinclair Lewis (1885-1951),
típico exemplo de homem comum que adere impensadamente aos ideais da classe
média.
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18. Romance de Kathleen Winsor condenado pela patrulha dos “bons costumes” dos
Estados Unidos. Um ano antes da publicação deste livro de Huxley, no entanto, o livro
fora adaptado às telas pelo cineasta Otto Preminger.
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19. “Warm fragrance seems to fall from her light dress/ And her loose hair; and where
some heavy tress/ The air of her own speed has disentwined,/ The sweetness seems
to satiate the faint wind;/ And in the soul a wild odor is felt/ Beyond the sense, like fiery
dews that melt/ Into the bosom of a frozen bud.” Percy Bysshe Shelley, Epipsychidion,
versos 105-111.
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20. “See where she stands, a mortal shape indued/ With love and life and light and
deity,/ And motion which may change, but never die,/ An image of some bright
Eternity,/ A shadow of some golden dream, a Splendor/ Leaving the third sphere
pilotless; a tender/ Reflection of the eternal Moon of Love…”
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21. “For love and beauty and delight/ There is no death nor change; their might/
Exceeds our organs, which endure/ No light, being themselves obscure.” Shelley, The
Sensitive Plant, versos 134-137.
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22. “I am the Earth,/ Thy mother; she within whose stony veins/ To the last fiber of the
loftiest tree,/ Whose thin leaves trembled in the frozen air,/ Joy ran, as blood within a
living frame,/ When thou didst from her bosom, like a cloud/ Of glory, arise, a spirit of
keen joy.” Shelley, Prometheus Unbound, versos 152-158.
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23. “The world is full of woodmen, who expel/ Love’s gentle dryads from the trees of
life/ And vex the nightingales in every dell.” Shelley, From the Woodman and the
Nightingale, última estrofe.
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24. “And we will talk, until thought’s melody/ Become too sweet for utterance, and it
die/ In words, to live again in looks, which dart/ With thrilling tone into the voiceless
heart,/ Harmonizing silence without a sound./ Our breath shall intermix, our bosoms
bound/ And our veins beat together, and our lips/ With other eloquence than words,
eclipse/ The soul that burns between them, and the wells/ Which boil under our being’s
inmost cells,/ The fountains of our deepest life, shall be/ Confused in Passion’s golden
purity;/ As mountain springs under the morning sun,/ We shall become the same, we
shall be one/ Spirit within two frames, oh! wherefore two?”
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25. “Why linger, why turn back, why shrink, my Heart?/ Thy hopes are gone before:
from all things here/ They have departed, thou shouldst now depart!” Shelley, Adonais,
início do canto LIII.
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26. “That Light whose smile kindles the Universe,/ That Beauty in which all things work
and move/ That Benediction, which the eclipsing Curse/ Of birth can quench not, that
sustaining Love,/ Which through the web of being blindly wove/ By man and beast and
earth and air and sea,/ Burns bright or dim, as each are mirrors of/ The fire for which
all thirst, now beams on me/ Consuming the last clouds of cold mortality.”
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Sobre o autor
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida — em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia,
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18/10/2017 19/10/2017
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Av. Nove de Julho, 5.229
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