Curso 294089 Aula 01 Prof Antonio Daud 0023 Simplificado
Curso 294089 Aula 01 Prof Antonio Daud 0023 Simplificado
Curso 294089 Aula 01 Prof Antonio Daud 0023 Simplificado
Antonio
Daud
IFRR - Legislação e Fundamentos da
Administração - 2024 (Pós-Edital)
Autor:
Tiago Zanolla, Antonio Daud
03 de Abril de 2024
Tiago Zanolla, Antonio Daud
Aula 01 - Prof. Antonio Daud
Índice
1) Introdução e Princípios; Direitos e Deveres do Administrado
..............................................................................................................................................................................................3
INTRODUÇÃO
Olá, amigos!
A aula de hoje é mais light! Estudaremos, de maneira mais detida, as disposições contidas na Lei 9.784/1999,
que regulamenta o processo administrativo em âmbito federal (PAF).
Vocês perceberão que algumas das regras e princípios aqui comentados guardam forte correlação com os
assuntos “atos administrativos” e “princípios do direito administrativo”.
Assim, além desta aula, sugiro que, se possível, façam a leitura da “lei seca”, pois muitas de questões de
prova, como vocês perceberão, se resumem a transcrever detalhes do texto legal.
Vamos lá!!!
A Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, foi editada com o propósito de “regular o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal”, sendo chamada de Lei do PAF – Processo Administrativo Federal.
Nesse sentido, temos que a Lei 9.784 consiste em norma de âmbito federal – e não nacional – aplicável à
administração federal direta e indireta. Portanto, suas regras alcançam, de modo geral, a União
(administração direta) e suas entidades descentralizadas (administração indireta federal).
Sendo uma lei eminentemente federal, suas disposições não alcançam, automaticamente, estados e
municípios. No entanto, muitos Estados e municípios acabaram adotando, em seu respectivo âmbito de
atuação, as mesmas regras aqui estudadas.
Quando um tribunal do Poder Judiciário federal, uma das casas legislativas federais (Câmara dos Deputados
e Senado Federal) ou um órgão do Ministério Público Federal estiver desempenhando, em caráter atípico,
a função administrativa, estarão obrigadas a seguir as disposições da Lei 9.784/1999 em seus processos (art.
1º, §1º).
Mas tal regra se restringe aos processos administrativos destes órgãos (como a realização de uma licitação,
concurso público, a venda de determinado bem, uma desapropriação etc). Assim, seus preceitos não serão
aplicados diante de um processo judicial ou do processo legislativo, que possuem regras próprias (previstas
na Constituição Federal, no Código de Processo Civil, Código de Processo Penal, na CLT etc).
A resposta é negativa!
Mesmo em âmbito federal, há determinados assuntos cujos processos administrativos são regulados por leis
específicas. É o caso por exemplo do processo administrativo disciplinar (PAD), definido na Lei 8.112/1990,
ou do processo administrativo tributário (PAT), definido no Código Tributário Nacional (CTN).
Existindo lei própria para regulamentar processos administrativos específicos, as disposições da Lei
9.784/1999 serão aplicadas apenas subsidiariamente. É isto que prevê seu art. 69:
Aplicação subsidiária quer dizer que, se a lei específica for silente, aí sim será aplicável a Lei 9.784/1999. Por
este motivo, a doutrina 1 conclui que a Lei 9.784/1999 possui caráter genérico e subsidiário.
Portanto, mesmo em âmbito federal, as normas da Lei 9.784/1999 serão de aplicação subsidiária quando
houver lei própria regulamentando aquele assunto.
1
A exemplo de FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P.
1017
Logo no início do seu texto, a Lei 9.784 enumera princípios que devem ser observados pelo agente público
federal:
legalidade
eficiência finalidade
interesse
motivação
público
princípios
expressos razoabilidade
segurança na Lei 9.784
jurídica
proporcionalidade
contraditório
ampla moralidade
defesa
O rol acima contém os princípios expressos na Lei 9.784. A doutrina infere, a partir do texto da lei, outros
princípios, considerados implícitos.
Examinando os onze princípios expressos no caput do art. 2º, acima, percebemos que alguns repetem
aqueles enumerados no texto constitucional (art. 37, caput) – como a legalidade, a moralidade e a eficiência
– e outros consistem na positivação de princípios constitucionais implícitos – a exemplo da razoabilidade e
proporcionalidade.
Comparando os princípios expressos da Lei 9.784 com aqueles expressos no texto constitucional, chegamos
à seguinte tabela:
Princípios expressos no
Princípios expressos na
art. 37 da Constituição
Lei 9.784
Federal
Legalidade
Finalidade
Moralidade
Eficiência Legalidade
Motivação Impessoalidade
Razoabilidade Moralidade
Proporcionalidade Publicidade
Ampla defesa Eficiência
Contraditório ==31752d==
Segurança jurídica
Interesse público
Além dos princípios expressos, a doutrina em geral aponta a existência de princípios implícitos na Lei
9.784/1999.
Princípio da publicidade
O princípio da publicidade rege a atividade administrativa de modo geral. Assim, como boa parte dela é
conduzida por meio de processos, o princípio da publicidade, de sede constitucional, também será aplicável
a eles. Dessa forma, os interessados deverão ter acesso amplo aos processos administrativos.
O acesso só poderá ser restringido por razões dispostas no próprio texto constitucional, a saber: (i) quando
a segurança da sociedade e do Estado - CF, art. 5º, XXXIII - e (ii) quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem - CF, art. 5º, LX.
Nos processos judiciais, como regra, vigora o princípio da verdade formal, uma vez que o juiz se limita a julgar
tomando por base as provas produzidas no processo2. Já no PAF, aplica-se a verdade material, em que o
administrador poderá ir além das provas existentes no processo com objetivo de buscar a “verdade
incontestável”.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 587.
Princípio do Informalismo
Muito embora os atos do processo administrativo sejam necessariamente escritos, documentados, o PAF
não está sujeito a formas rígidas. Assim, o princípio do informalismo (ou do formalismo moderado) preceitua
que o PAF será pautado pela simplicidade das formas, de sorte que “os atos do processo administrativo não
dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir” (art. 22).
Podemos citar, ainda, como decorrência do informalismo, a possibilidade, como regra geral, de o
administrado atuar no processo administrativo sem advogado. Por oportuno, destaco entendimento do STF
quanto à não obrigatoriedade de o administrado atuar por meio de advogado em processos administrativos
de cunho disciplinar3:
Súmula Vinculante 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.
Princípio da Gratuidade
Percebam, portanto, que, diferentemente de um processo judicial (em que o jurisdicionado deve pagar
custas e emolumentos, como regra geral), no PAF o administrado, como regra geral, não deve pagar
despesas processuais (Lei 9.784/1999, art. 2º, XI). Elas são gratuitas!
Princípio da Oficialidade
Como bem destaca Di Pietro, o princípio da oficialidade possui três principais repercussões no PAF.
Primeiramente, permite que a própria Administração, de ofício, instaure um processo administrativo –
diferentemente do que ocorre no processo judicial.
Além disso, uma vez iniciado o processo administrativo, seja a requerimento do administrado ou pela própria
Administração, a Administração ficará encarregada de impulsioná-lo e movimentá-lo até que se chegue à
decisão final. Uma terceira repercussão da oficialidade consiste na possibilidade da revisão de ofício da
decisão que resultou do processo.
3
Tal entendimento, no entanto, é aplicável apenas processos de natureza cível. Se o procedimento
administrativo disciplinar tiver sido instaurado para apurar cometimento de falta grave por réu
condenado criminalmente, tendo em vista estar em jogo a liberdade de ir e vir, aí torna-se obrigatória a
presença de advogado constituído ou defensor público nomeado - STF/RE 398.269, Rel. Min. Gilmar
Mendes. Julgamento: 15/12/2009.
CRITÉRIOS DE ATUAÇÃO
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Além dos princípios da Lei 9.784/1999 (expressos e implícitos), o parágrafo único do art. 2º da Lei 9.784 prevê
critérios gerais que deverão ser observados nos processos administrativos.
Estes critérios são considerados padrões de conduta dos agentes federais e encontram-se assim indicados
no texto legal (aqui divididos em dois grupos):
agentes ou autoridades
interesse público (princ. impessoalidade)
atuação segundo padrões éticos de
probidade, decoro e boa-fé
(princ. moralidade)
administrados
garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à nos processos de que possam resultar
produção de provas e à interposição de sanções e nas situações de litígio
recursos
proibição de cobrança de despesas
ressalvadas as previstas em lei
processuais
impulsão, de ofício, do processo
administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados
interpretação da norma administrativa da
vedada aplicação retroativa de nova
forma que melhor garanta o atendimento interpretação
do fim público a que se dirige
O art. 3º da Lei 9.784/1999 traz uma lista exemplificativa de direitos que os administrados possuem perante
a Administração no bojo dos processos administrativos.
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
Além destes comentados acima, a legislação traz outros direitos aos administrados em geral e àqueles que
ostentam a condição de “interessados” em processos perante o Estado.
Assim, podemos destacar o direito à razoável duração do processo administrativo e os meios para a
celeridade em sua tramitação, previstos na Constituição Federal, art. 5º, LXXVIII.
DEVERES DO ADMINISTRADO
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Por simetria, além dos direitos, a Lei 9.784/1999 lista, também em caráter exemplificativo, deveres do
administrado:
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.
4
Segundo Chiovenda, agir de modo temerário consiste em agir afoitamente, tendo consciência do injusto.
Início do Processo
Estudado o conceito de processo, vamos retornar ao estudo do regramento que a Lei 9.784/1999 deu ao
processo administrativo em âmbito federal. O processo administrativo é composto por 3 fases:
Neste tópico, iremos nos concentrar na instauração (ou início do processo administrativo), que pode se dar
de ofício (por força do princípio da oficialidade) ou a pedido de interessado (isto é, mediante provocação) –
art. 5º da Lei 9.784/1999.
----
Há outras duas regras legais, quanto à provocação por parte dos interessados, que buscam conferir eficiência
e racionalidade aos processos administrativos:
Interessados
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Diferentemente do processo judicial (que possui “partes”), o processo administrativo possui “interessados”.
1
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 1008
Nesse sentido, o art. 9º da Lei 9.784/1999 estabelece quem pode ser considerado interessado nos processos
administrativos em âmbito federal. Em outras palavras, o art. 9º estabelece os legitimados a interessados,
da seguinte forma:
em representação ou como
que iniciaram o
titular de direito ou
processo
interesse individual
pessoa física ou jurídica
não iniciaram o possam ser afetados pela
interessados
Competência
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA
A competência, de modo geral, consiste na atribuição que a lei confere a determinado agente ou
órgão/entidade público para a prática de determinado ato administrativo.
Embora esclareça que a competência é irrenunciável, a Lei 9.784/1999 deixa claro que é possível sua
delegação e avocação (transferência do exercício da competência a outros órgãos ou agentes) – art. 11.
Delegação
Relembro que a delegação consiste na transferência do exercício da competência a órgão ou agente em nível
hierárquico inferior, em geral, e encontra-se definida nos artigos 12 a 14 da Lei 9.784/1999.
✓ A regra geral é a possibilidade de delegação. Esta só não é admitida quando houver impedimento
legal2.
✓ A delegação pode ser realizada a órgãos ou agentes subordinados hierárquicos, mas também àqueles
não subordinados hierarquicamente. Portanto, a delegação de competências pode se dar mesmo
fora das relações de subordinação da estrutura administrativa.
✓ Apenas parte das competências pode ser objeto de delegação. Em outras palavras, não se admite a
delegação integral das competências de um órgão ou agente.
✓ A delegação deve ser feita por prazo determinado (já que o art. 14, §1º, fala em “duração” da
delegação).
✓ O ato de delegação pode conter ressalva de exercício da atribuição delegada, mencionando, por
exemplo, situações em que o agente delegado deverá receber uma autorização especial do agente
delegante.
✓ Ato de delegação é discricionário e revogável a qualquer tempo pelo agente delegante.
✓ Ato praticado por delegação deve mencionar expressamente esta situação.
✓ Quem responde pelo ato praticado por delegação é o agente delegado (e não aquele quem delegou,
como regra).
Vimos que a regra é a possibilidade de delegação de competências. No entanto, haverá situações em que a
lei expressamente veda a delegação. Segundo o artigo 13 da Lei 9.784/1999 são indelegáveis os seguintes
atos administrativos:
órgão ou autoridade
2
Apesar disso, há entendimentos doutrinários divergentes, a exemplo de José dos Santos Carvalho Filho,
segundo o qual “tanto a delegação como a avocação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só
justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer”.
Avocação
Lei 9.784/1999, art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Apesar de constituir medida de exceção, não se exige que as competências passíveis de avocação estejam
enumeradas em lei.
Além disso, diferentemente da delegação, a avocação é admitida apenas quando se refere a atribuição de
órgão hierarquicamente inferior.
Não se admite, no entanto, avocação de competência exclusiva, ainda que seja de órgão hierarquicamente
inferior.
Impedimento e Suspeição
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA
De modo geral, objetivam assegurar a atuação imparcial do agente público, impedindo que sua decisão seja
influenciada, positiva ou negativamente, por vínculos que ele possua com o administrado ou seus parentes
próximos.
Verificando-se situações de impedimento ou suspeição, o agente público ficará afastado daquele processo.
De modo geral, o impedimento consiste em vínculos que podem ser aferidos objetivamente, enumerados
no art. 18 da Lei 9.784. Como se trata de proibição absoluta de atuação, o agente público deverá,
obrigatoriamente, se declarar impedido, quando identificar uma daquelas situações.
Caso não seja alegado e, posteriormente, se constate a prática de ato por servidor impedido, o ato será
considerado nulo, pois refere-se a uma presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do servidor.
Já a suspeição diz respeito a situações em que se permite análise subjetiva, por parte do agente, o qual
poderá ou não se declarar suspeito para atuar em determinado processo. Além disso, como trata-se de
presunção relativa de parcialidade (juris tantum) do agente público, caso não se alegue a suspeição no
momento adequado, considera-se que o defeito é sanado.
Caso o servidor identifique que está impedido de atuar, tem o dever legal de comunicar o fato à autoridade
competente e se abster de atuar (art. 19, caput).
Dado o caráter obrigatório do impedimento, a omissão quanto a esta comunicação constitui falta grave,
para efeitos disciplinares (art. 19, parágrafo único).
----
A suspeição, a seu turno, pode ser caracterizada quando houver “amizade íntima” ou “inimizade notória”
com o interessado do processo seu cônjuge, companheiro ou seus parentes de até 3º grau:
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Se o interessado arguir a suspeição do agente público que irá atuar no processo e esta não for acatada, ele
poderá recorrer, porém, sem efeito suspensivo (art. 21).
Para finalizar este tópico, reforço a importância de conhecermos as diferenças entre as causas de
impedimento e suspeição:
Impedimento Suspeição
1) interesse na matéria (direto ou indireto)
2) tiver sido perito, testemunha ou representante naquele
processo: 1) amizade íntima ou inimizade
notória com:
- o próprio agente público ou
- interessado
- seu cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau
- cônjuge / companheiro
3) litigando judicial ou administrativamente com:
- parente até 3º grau
- interessado ou
- respectivo cônjuge ou companheiro
Os arts. 22 a 25 da Lei 9.784/1999 dispõem sobre a forma dos atos processuais, o tempo e lugar em que
devem ser praticados e o respectivo prazo.
Além disso, por força do princípio do formalismo moderado, o legislador buscou facilitar o acesso do
administrado aos processos administrativos ao restringir exigências de autenticação de documentos em
cartório e de reconhecimento de firma da seguinte forma (art. 22, §§2º e 3º):
b) autenticação de documentos: pode ser feita pelo servidor do próprio órgão administrativo (não
necessariamente pelo cartório)
Quanto ao tempo dos atos contidos no PAF, o art. 23 prevê, como regra geral, que os atos sejam praticados
em dias úteis e no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Em caráter excepcional, no entanto, o legislador admite que sejam concluídos depois do horário normal os
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado
ou à Administração.
Já em relação ao local dos atos, o art. 25 prevê que sejam preferencialmente realizados na sede do órgão.
Caso, no entanto, sejam praticados em local diverso, o interessado deverá ser cientificado.
Por fim, no que se refere ao prazo, não havendo previsão de prazo específico, aplica-se o prazo de 5 dias,
salvo motivo de força maior. Além disso, tal prazo poderá ser prorrogado por mais 5 dias (isto é, prorrogado
até o dobro), mediante justificativa comprovada (art. 24).
Intimações
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA
A Administração deverá comunicar ao interessado a prática de determinados atos. A esta comunicação dá-
se o nome de intimação, tratada entre os artigos 26 a 28 da Lei 9.784/1999.
Neste tópico estudaremos os casos em que a intimação é obrigatória, a forma pela qual é realizada, a
antecedência mínima e seu conteúdo.
O art. 28 prevê, de modo abrangente, os atos do processo que devem ser objeto de intimação do
interessado:
imposição de deveres,
ônus ou sanções
atos que lhe
resultem
obrigatoriedade de restrição ao exercício de
intimar o interessado atos de outra direitos e atividades
natureza, de seu
interesse
Quanto à sua forma, a intimação poderá ocorrer das seguintes formas (art. 26, §§3º e 4º):
FORMAS da telegrama
intimação
que assegurem a certeza da ciência do
outro meio interessado
O art. 26, §5º, prevê que as intimações serão consideradas nulas quando feitas sem observância das
prescrições legais. Assim, o ato processual seguinte àquela intimação nula também será considerado nulo.
Se, todavia, a Administração descumpre alguma das regras estudada acima ou, até mesmo, deixe de intimar
o interessado (ambas causas de nulidade do ato processual), mas, ainda assim, o interessado comparece
espontaneamente à repartição, este comparecimento supre a falta ou a irregularidade da intimação.
----
Agora imaginemos a situação contrária: o administrado é quem deixou de atender à intimação. Portanto,
embora regularmente comunicado, o interessado deixou de comparecer à repartição ou deixou de se
manifestar naquele processo. Isto não tem significado de confissão e não autoriza que se presuma a culpa
daquele interessado (art. 27)
Dito de outra forma: por força do princípio da verdade material, o não comparecimento do interessado não
pode ser utilizado como fundamento para sua sucumbência.
Além disso, embora não tenha comparecido ou se manifestado naquela oportunidade, durante o
prosseguimento do processo, o interessado poderá continuar exercendo seu direito de defesa. Isto significa
que o não comparecimento do interessado não fez precluir seu direito de defesa. Com o prosseguimento
do processo, o interessado poderá se manifestar, muito embora isto não gere o retrocesso do processo à
fase anterior.
----
Por fim, é importante destacar que a intimação para comparecimento na repartição deverá ser feita com
antecedência mínima de 3 dias úteis (art. 26, §2º).
Neste tópico estudaremos as regras aplicáveis à instrução do processo, bem como detalhes atinentes à
decisão proferida no bojo do processo administrativo.
Antes, porém, faz-se oportuno definirmos o que seria a “instrução” do processo, bem como diferenciá-la da
“instauração”.
A instrução do processo consiste nas atividades destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à
tomada de decisão (art. 29). Grosso modo, podemos dizer que na fase de instrução a Administração irá
colher provas e demais fundamentos para subsidiar sua decisão.
Segundo o art. 29 da Lei 9.784, a instrução do processo ocorrerá de ofício, facultando-se ao interessado
propor a realização de atos que auxiliem na instrução do processo. Dessa forma, o interessado poderá propor
a realização de perícias e diligências, solicitar pareceres, etc, com objetivo de se chegar à verdade material
dos fatos.
Ônus da prova
Como regra geral, é do interessado o dever de provar os fatos que alegar. Em outras palavras, como regra
geral, o ônus da prova é do interessado (art. 36).
Há, todavia, uma exceção, aplicável quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão
administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
respectivas cópias.
Nesta situação excepcional, a Administração, de ofício, irá se incumbir de obter tais documentos ou cópias.
Seguindo adiante, destaco que, fazendo uso da faculdade legal, o interessado poderá juntar documentos e
pareceres ao processo administrativo, requerer diligências e perícias e apresentar alegações referentes ao
assunto debatido nos autos daquele processo.
Tudo isto é franqueado ao interessado antes da tomada de decisão (art. 38). Tais elementos deverão ser
considerados na decisão e no seu relatório motivador, sendo que poderão ser recusadas as provas propostas
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias (art. 38, § 2o ).
É muito comum a legislação exigir que os processos administrativos sejam submetidos a órgãos consultivos,
a fim de que sejam emitidos pareceres antes da decisão do processo. Assim, os processos são submetidos,
por exemplo, à consultoria jurídica do órgão (parecer quanto à legalidade do processo), a consultorias
orçamentárias (parecer quanto à adequação orçamentária), entre outros.
O art. 42 da Lei 9.784/1999 estabelece o prazo máximo de 15 dias para a emissão do parecer por parte destes
órgãos consultivos, exceto (i) a existência de norma fixando prazo diverso ou (ii) necessidade de prazo maior.
Mas o legislador foi além e já fixou os efeitos do descumprimento do referido prazo, nas situações em que o
parecer é obrigatório, os quais podem ser sintetizados no seguinte diagrama:
Fim da instrução
Suponham que o processo administrativo foi instaurado e, durante a fase de instrução, já foram produzidas
provas e colhidos todos os elementos que permitem a análise do caso à luz da legislação.
Mas, antes de se proferir a decisão, o legislador faculta ao interessado oferecer uma manifestação final,
adicional, no prazo máximo de 10 dias (art. 44).
Decisão
Concluída a instrução processual, a Administração possui o prazo de 30 dias para emitir sua decisão, prazo
que pode ser prorrogado, motivadamente, por igual período (art. 49). Em qualquer caso, deverá haver uma
decisão explícita (art. 48).
Além disso, é muito comum que o processo seja instruído e analisado por servidores que não possuem a
competência para a tomada de decisão. Nestas situações, os servidores incumbidos de instruir o processo
irão redigir um relatório, contendo o pedido, a descrição das etapas de instrução e irão propor uma decisão
(que poderá ou não ser acatada pela autoridade competente) – art. 47.
Nestes casos, a autoridade competente para decidir poderá se limitar a adotar a proposta sugerida e apontar,
como motivação do ato decisório, o conteúdo do relatório. Esta é a chamada motivação per relationem ou
aliunde, perfeitamente admitida pela Lei 9.784/1999.
Motivação
Já que estamos falando em decisão explícita, não é demais lembrar das situações em que o ato
administrativo decisório deverá ser motivado:
Lei 9.784/1999, art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
A motivação consiste na indicação das razões de fato e nas razões de direito que determinaram a prática
daquele ato (Art. 2º, parágrafo único, VII).
Decisão coordenada
Em setembro de 2021, com a publicação da Lei 14.210, a Lei 9.784/1999 passou a tratar da chamada "decisão
coordenada", comentada nos tópicos a seguir.
Falaremos principalmente sobre o que é uma decisão coordenada, quando ela se aplica, quem poderá
participar deste processo e sobre como ela ocorre.
Vamos lá!
Em essência, a decisão coordenada consiste em uma forma de se buscar maior cooperação, interação, entre
vários órgãos públicos, antes de se decidir algo que possa afetar todos eles. É a coletivização da decisão, que
busca conferir maior eficiência para o funcionamento da máquina pública como um todo.
Assim, por meio da articulação entre diversos órgãos, seria possível o estudo de determinada questão por
todos eles, buscando, ao final, se chegar a uma decisão consensual, que acabaria sendo mais eficiente e
célere do que cada órgão decidindo aquele tema por si só.
Basicamente, os órgãos interessados em determinada questão são convocados para uma reunião (ou várias
delas), na(s) qual(is) são debatidas as possíveis soluções para o tema, são apresentados estudos sobre cada
uma delas e, ao final, busca-se chegar a um consenso.
Na dicção do legislador (art. 49-A, § 1º), considera-se decisão coordenada a instância de natureza
interinstitucional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o
processo administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios
e dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilidade do
procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente.
De toda forma, é importante notar que, embora seja fruto desta articulação, a decisão coordenada não exclui
a responsabilidade originária de cada órgão envolvido (art. 49-A, § 4º).
Na Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam a participação de 3 ou mais órgãos,
entidades ou setores, poderão ser tomadas mediante decisão coordenada, sempre que (art. 49-A, caput):
Por outro lado, não se aplica a decisão coordenada aos seguintes processos administrativos (art. 49-A, §6º):
❑ de licitação
❑ relacionados ao poder sancionador
❑ em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos
Portanto, percebemos que é possível a coordenação de debates e decisão dentro do mesmo Poder, não se
aplicando a órgãos pertencentes a Poderes distintos. Além disso, para não reduzir a autonomia do órgão
sancionador, as decisões coordenadas também não se aplicam ao exercício do poder sancionador.
Neste processo coletivo de decisão, poderão participar os órgãos diretamente envolvidos e também aqueles
interessados que atenderem ao disposto no art. 9º da Lei 9.784/1999 (isto é, forem pessoas que iniciaram o
processo como titulares; aqueles que têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão; as organizações
e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; e as pessoas ou as associações legalmente
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos) - art. 49-B.
Para que seja reconhecido o direito de participar das reuniões relacionadas à decisão coordenada, há que se
ter uma autorização da autoridade responsável pela convocação da decisão coordenada, de caráter
irrecorrível (art. 49-B, parágrafo único).
Para que possam se manifestar quanto ao tema a ser decidido, os participantes da decisão coordenada
deverão ser intimados na forma que estumados acima (seguindo as regras do art. 26 da Lei 9.784/1999).
Essa intimação obviamente já delimita a matéria que será objeto de decisão, sendo vedada a arguição de
matéria estranha ao objeto da convocação (art. 49-F, parágrafo único).
Cada órgão participante é responsável pela elaboração de documento sobre o tema, relacionada à respectiva
competência. Este documento irá subsidiar os debates durante a reunião e, portanto, integra o processo da
decisão coordenada (Art. 49-E).
A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata, a qual deverá conterá as
seguintes informações (Art. 49-G):
Esta ata será publicada, por extrato, no Diário Oficial da União, do qual deverá constar uma espécie de
“resumo da discussão”, incluindo o local em que se encontra o inteiro teor da ata, para conhecimento dos
interessados (art. 49-G, § 3º).
A ata deverá ser assinada por representantes de cada órgão participante da decisão, sendo que, até a
assinatura da ata, a fundamentação da decisão de cada órgão poderá ser complementada (art. 49-G, § 1º).
==31752d==
Medida Cautelar
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA
O legislador também positivou na Lei 9.784/1999 o poder geral de cautela (art. 45). Muitas vezes, a
Administração está diante de risco iminente e o interesse público clama por uma ação imediata e urgente,
materializada em uma medida cautelar.
Nestes casos, em razão da necessidade de adoção imediata da medida acautelatória, o legislador autorizou
que o interessado se manifeste em momento posterior à prática do ato, o que se denomina de contraditório
diferido (adiado).
O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis (art. 51).
A desistência ou renúncia por parte do interessado, todavia, não prejudica o prosseguimento do processo,
se a Administração considerar que o interesse público assim o exige (art. 51, §2º). Isto porque, em alguns
casos, o poder público poderá entender que o assunto tratado naquele processo tem relevância de
magnitude tal que extrapola a esfera de interesse daquela pessoa. Assim, a Administração não fica obrigada
a extinguir o processo diante da desistência por parte do interessado.
Além disso, havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado
(§1º).
Por fim, o art. 52 da Lei 9.784 prevê que o órgão competente poderá declarar extinto o processo quando
exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.
Imagine que, após a instauração do processo e sua instrução, o interessado é notificado quanto à decisão
tomada pela Administração. Caso o interessado não concorde com a decisão, seja por motivos de legalidade
ou por motivos de mérito, poderá interpor um recurso ainda na via administrativa (art. 56).
Este recurso será o objeto de estudo nesta seção, um dos temas da Lei 9.784/1999 mais exigidos em prova!
Aspectos gerais
A Lei 9.784/1999 assegura aos interessados a possibilidade de que o processo seja analisado por outra
autoridade, que seja hierarquicamente superior àquela que decidiu inicialmente o processo. Esta
reapreciação do caso é deflagrada por meio da interposição de um recurso administrativo pelo interessado.
1) Este recurso será endereçado à própria autoridade que tomou a decisão (isto é, à autoridade que
decidiu o processo administrativo).
2) Esta autoridade poderá, diante do recurso interposto, reconsiderar sua decisão inicial, no prazo de
5 dias.
3) No entanto, caso aquela autoridade não reconsidere sua decisão, deverá, obrigatoriamente,
encaminhar o recurso interposto ao seu superior hierárquico.
A partir daqui concluímos que o recurso previsto na Lei 9.748/1999 é um recurso hierárquico, uma vez que
“força” seu encaminhamento à autoridade hierarquicamente superior (caso a outra autoridade não
reconsidere sua decisão). Mais adiante veremos que o recurso hierárquico poderá ser próprio ou impróprio.
Em síntese:
Apesar de o recurso envolver autoridades hierarquicamente superiores, o legislador limitou sua tramitação
a, no máximo, 3 instâncias administrativas, como regra geral (art. 57). Portanto, a Lei 9.784/1999 admite,
no máximo, 2 recursos hierárquicos (isto é, 1 instância decisória e 2 instâncias recursais).
O art. 56, § 2º, da Lei 9.784/1999 já restringia a exigência de caução como condição para interposição de
recurso administrativo às hipóteses previstas em sede de lei.
O STF, no âmbito da Súmula Vinculante 21, publicada em 2009, fazendo interpretação ainda mais ampliativa
do princípio do contraditório e da ampla defesa, passou a vedar qualquer exigência de caução, depósito
prévio de dinheiro ou arrolamento de bens para a interposição de recursos administrativos.
Quanto à competência para apreciar o recurso, lembro que esta é indelegável (art. 13, II).
Além disso, ante a necessidade de se assegurar o duplo grau de jurisdição no processo administrativo, é
importante diferenciarmos as situações em que o recurso administrativo é apreciado pela via hierárquica,
daqueles em que o recurso é apreciado fora da via hierárquica.
Como regra geral, a interposição de recurso administrativo não suspende automaticamente os efeitos da
decisão recorrida. Em outras palavras, o recurso administrativo, como regra geral, não tem efeito suspensivo
(art. 61, caput). Isto porque o recurso administrativo, de modo geral, possui apenas efeito devolutivo (isto
é, provoca a reanálise do processo por outra autoridade, sem sustar os efeitos da decisão).
Portanto, como regra geral, a mera interposição do recurso não susta os efeitos do ato
impugnado mediante recurso.
O recurso poderá ter efeito suspensivo, todavia, caso se entenda que há “justo receio de prejuízo de difícil
ou incerta reparação”. Neste caso, tanto a autoridade que emitiu a decisão recorrida como a autoridade
imediatamente superior poderá dar efeito suspensivo ao recurso (art. 61, parágrafo único).
Prazos
A legislação prevê prazos para (i) a interposição do recurso e (ii) a sua apreciação.
Em regra, o prazo para interposição do recurso é de 10 dias, contados da ciência da decisão administrativa
ou da sua divulgação oficial (art. 59, caput). Caso o prazo não seja obedecido, o recurso deixará de ser
conhecido, de sorte que este prazo é considerado preclusivo (ou “prazo próprio”).
A administração, a seu turno, possui no máximo 30 dias para decidir o recurso, contados a partir do
recebimento dos autos pelo órgão competente. Este prazo, todavia, é um prazo impróprio. Caso a
Administração não o cumpra, não haverá a nulidade do processo.
Legitimados
O art. 58 da Lei 9.784/1999 prevê as seguintes categorias de legitimados para interpor recursos
administrativos:
quanto a direitos ou
cidadãos ou associações
interesses difusos
Nos termos do art. 63, o recurso deixará de ser conhecido nas seguintes situações:
O recurso que não é conhecido não é processado pela Administração, havendo um “arquivamento sumário”
do recurso interposto.
Caso o recurso tenha sido interposto perante órgão incompetente, a autoridade que analisar o recurso
deverá indicar ao administrado quem é a autoridade competente. Além disso, neste caso, será devolvido
ao recorrente o prazo para recurso (art. 63, §1º).
De toda forma, mesmo que o recurso não seja conhecido, em nome do princípio da verdade material e da
autotutela, a Administração poderá rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
administrativa (isto é, desde que não seja impossível rever a decisão administrativamente) - art. 63, §2º.
Mérito do recurso
Uma vez conhecido o recurso (ou seja, admitido seu processamento), terá lugar a análise do seu mérito.
Nesta etapa, o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar,
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência (art. 64, caput).
Lembro, também, a necessidade de se motivar o ato que decidir o recurso administrativo (Lei 9.784/1999,
art. 50, V).
Além disso, a Lei 9.784/1999 autoriza o agravamento da situação do recorrente (reformatio in pejus) no
âmbito dos processos administrativos.
Revisão do processo
Além do recurso, quando o processo resultar na aplicação de sanção, poderemos ter também a revisão do
processo administrativo, regulamentada no art. 65 da Lei 9.784/1999.
A revisão do processo, diferentemente do recurso, não se sujeita a prazo preclusivo: poderá ocorrer a
qualquer tempo, de ofício ou a pedido do interessado. Portanto, mesmo aquela decisão da qual não caiba
mais recurso, poderá ser objeto de revisão!
Outra característica marcante da revisão é que não poderá haver o agravamento da sanção (Art. 65,
parágrafo único).
Portanto, a interposição de recurso poderá agravar a situação do recorrente, ao passo que, na revisão, a
sanção aplicada não poderá ser agravada.
Agora vamos sintetizar os principais aspectos exigidos em prova quanto aos recursos administrativos:
Os arts. 66 e 67 regulamentam os prazos processuais aplicáveis aos processos regidos pela Lei 9.784/1999.
Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial. Nesta contagem, seguindo-se a regra
do Processo Civil, deve-se excluir o dia do começo e incluir o do vencimento.
Se o vencimento do prazo cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes do horário
normal, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte. Além disso:
b) os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Mas, se no mês do vencimento não
houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Os prazos processuais não se suspendem, salvo motivo de força maior devidamente comprovado. Por fim,
compilando os principais prazos processuais mencionados na Lei 9.784/1999 e outros relacionados,
podemos chegar à seguinte tabela:
Intimação para comparecimento Antecedência mínima de 3 dias úteis Art. 26, §2º
Máximo de 15 dias
Oitiva de órgão consultivo (salvo norma especial ou comprovada Art. 42
necessidade de maior prazo)
CONCLUSÃO
Bem, pessoal, a aula de hoje não é das mais extensas, mas exige a memorização dos vários detalhes da Lei
9.784/1999.
Reforço a necessidade da leitura da ‘lei seca’ para gabaritarmos as questões sobre o presente assunto.
Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadas relacionadas ao tema da aula
de hoje =)
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RESUMO
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Impedimento Suspeição
1) interesse na matéria (direto ou indireto)
2) tiver sido perito, testemunha ou representante naquele processo:
1) amizade íntima ou inimizade notória com:
- o próprio agente público ou
- interessado
- seu cônjuge, companheiro ou parente até 3º grau
- cônjuge / companheiro
3) litigando judicial ou administrativamente com:
- parente até 3º grau
- interessado ou
- respectivo cônjuge ou companheiro
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MAPAS
QUESTÕES COMENTADAS
1. UFPR/Câmara de Curitiba - Técnico – 2020
A inovação da Constituição de 1988, em relação ao direito de defesa, concentra-se em dois aspectos até
então intocados: se antes a titularidade era somente dos acusados de crimes, agora passa a ser dos litigantes
e acusados em qualquer processo.
a) Em que pese ser um princípio constitucional explícito incidente sobre o processo administrativo em geral,
a ampla defesa não é princípio expresso na Lei Federal de Processo Administrativo.
b) As sanções, ao serem aplicadas por autoridade competente, não poderão ter natureza pecuniária,
podendo consistir em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
c) A regra expressa na Lei Federal de Processo Administrativo dispõe que o desatendimento da intimação
não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado, sendo
garantido no prosseguimento do processo o direito de ampla defesa ao interessado.
d) São admissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos, desde que em casos
visando à apuração de atos de corrupção.
e) A Administração Pública, a partir de 1988, passou a poder apurar a prática de atos tipificados como crime,
impondo administrativamente penas que antes eram decorrência exclusiva do processo judicial penal.
Comentários
A letra (C) está correta. No processo administrativo, o desatendimento da intimação - chamada de “revelia”
- não tem significado de confissão, tampouco faz prova da veracidade das alegações da Administração:
- letra (A): ao contrário, o princípio da ampla defesa encontra previsão expressa no art. 2º, caput, da
Lei 9.784/1999. Além disso, tal princípio não se encontra arrolado no caput do art. 37 da CF (mas apenas no
art. 5º, LV), de sorte que boa parte da doutrina o considera princípio constitucional implícito;
- letra (B): a Administração possui sim competência para aplicar sanções com natureza pecuniária (a
exemplo de uma multa de trânsito). A regra constante do art. 68 da Lei 9.784 confirma a possibilidade de as
sanções administrativas consistirem em (i) obrigações de fazer, (ii) obrigações de não fazer ou (iii) natureza
pecuniária;
- letra (D): qualquer que seja o caso, as provas ilícitas deverão ser recusadas (Lei 9.784/1999, art. 38,
§ 2º; CF, art. 5º, LVI);
- letra (E): não é por aí. Tratando-se de atos tipificados como crime, apenas os membros do Poder
Judiciário possuem competência para aplicar as respectivas sanções (detenção, reclusão etc). A
Administração Pública limita-se a impor sanções em relação a infrações administrativas.
Gabarito (C)
A partir do texto da Lei nº 9.784/99, com relação ao dever de a Administração Pública decidir, considere as
seguintes afirmativas:
1. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
2. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
3. A lei estabelece previsão expressa, reconhecendo o direito subjetivo público de ingresso com mandado de
segurança em caso de o prazo final de decisão administrativa não ser cumprido após a notificação da
Administração pelo interessado, ainda que tenha sido deferido efeito suspensivo à decisão.
4. Ao órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final, é vedada a elaboração de
relatório ou formulação de proposta de decisão, devendo o processo ser enviado de imediato à autoridade
competente.
Comentários
A afirmativa 1 é uma transcrição do art. 48 da Lei 9.784/1999, que impõe ao poder público o dever de decidir
explicitamente quando estiver diante de (i) processos, (ii) solicitações ou (iii) reclamações:
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
A afirmativa 2 está correta. Em regra, o prazo para a Administração exercer seu "dever de decidir" é de 30
dias:
A afirmativa 3 está incorreta visto não existir tal previsão expressa quanto ao direito de impetrar o mandado
de segurança. Na realidade, o prazo de trinta dias para decisão (art. 49) tem sido considerado prazo
impróprio, visto que não foi prevista consequência para seu descumprimento.
A afirmativa 4 está incorreta. Ao contrário, a grande regra geral na Administração é que um órgão promova
a instrução do processo (o chamado "órgão instrutório") e outro órgão ou autoridade decidam o caso ("órgão
decisório"). Nesse sentido, se um órgão não possui a competência decisória, ele analisa o caso e formula
uma sugestão de decisão, para subsidiar o ato a ser praticado por quem detém a competência legal.
Gabarito (B)
O dever de autotutela é um dos mais clássicos do regime jurídico da Administração Pública a incidir no
processo administrativo. Sobre as regras gerais inerentes ao processo administrativo no âmbito federal,
assinale a alternativa correta.
a) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, ressalvados os casos em que
há interesse público predominante.
b) Em processos administrativos que impliquem a existência de efeitos patrimoniais contínuos, não há prazo
de decadência.
c) O prazo prescricional estabelecido em lei para a convalidação de atos administrativos é de dez anos.
e) É vedada a declaração unilateral de extinção do processo, ainda que prejudicado por fato superveniente.
Comentários
Nosso gabarito está na letra (D), em que se transcreveu a seguinte regra legal:
Passemos às incorretas!
- letra (A): a alternativa peca em seu trecho final, visto que a exceção ao prazo de 5 anos diz respeito
à prática de atos com má-fé (e não quando há interesse público predominante), nos termos do caput do art.
54 da Lei 9.784/1999;
- letra (B): no caso de efeitos patrimoniais contínuos, há sim prazo decadencial, no entanto ele
começará a ser computado a partir da percepção do primeiro pagamento (art. 54, §1º);
- letra (C): nos termos do caput do art. 54, o prazo é de 5 anos. Além disso, tal prazo possui natureza
decadencial - e não prescricional.
- letra (E): o art. 52 da Lei 9.784 deixa claro que o órgão competente poderá sim declarar extinto o
processo, unilateralmente, quando (i) exaurida sua finalidade ou (ii) o objeto da decisão se tornar impossível,
inútil ou prejudicado por fato superveniente.
Gabarito (D)
O interesse público em sentido amplo que deve prevalecer sobre o interesse privado, por consistir no
interesse dos indivíduos enquanto membros da sociedade, será sempre o interesse juridicamente tutelado
em detrimento do interesse não protegido pelo ordenamento jurídico.
(HACHEM, Daniel Wunder. Princípio constitucional da Supremacia do Interesse Público. Belo Horizonte:
Fórum, 2011.)
b) reconhece expressamente o interesse público como um dos princípios que regem a Administração Pública.
c) permite a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo vedação em lei, desde que fundada
no interesse público.
e) permite que sejam sanados os atos administrativos que acarretem lesão ao interesse público mediante o
instituto da convalidação.
Comentários
Questão interessante, que versou especificamente sobre os critérios de atuação previstos no parágrafo único
do art. 2º da Lei 9.784/1999. A letra (B) está correta, visto que um dos princípios expressos na Lei 9.784/1999
é o interesse público:
Passemos às incorretas!
- letra (A): a Lei 9.784 em nenhum momento autoriza a "flexibilização" de direitos previstos na
Constituição Federal. Uma de suas duas finalidades é justamente "proteção dos direitos dos administrados"
(art. 1º, caput);
- letra (C): é vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei
(art. 2º, parágrafo único, II);
- letra (D): em razão dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, somente devem ser
impostas obrigações na exata medida do necessário (art. 2º, parágrafo único, VI);
- letra (E): ao contrário, pois uma das condições da convalidação é justamente a ausência de lesão ao
interesse público ou a terceiros (art. 55).
Gabarito (B)
a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no processo administrativo sem a titularidade de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação.
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que não possam ser afetados pela
decisão a ser adotada.
Comentários:
Assim, a letra (d) está correta, nos termos do inciso IV do art. 9º da lei 9.784/1999.
Gabarito (D)
c) Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados ou não para
assuntos que importem pretensões equivalentes.
e) O requerimento inicial do interessado deve, sem ressalvas, ser formulado por escrito.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. O processo administrativo também poderá ser iniciado de ofício, nos termos do
art. 5º da lei 9.784/1999:
A letra (b) está incorreta, dado que a recusa imotivada é vedada, conforme parágrafo único do art. 6º da lei
9.784/1999:
A letra (c) está incorreta, uma vez que a previsão se aplica apenas para assuntos equivalentes, conforme
dispõe o art. 7º da lei 9.784/1999:
A letra (d) está correta, nos termos do art. 8º da lei 9.784/1999, que busca conferir eficiência e celeridade à
atuação administrativa:
A letra (e) está incorreta, visto que há ressalva prevista no caput do art. 6º da lei 9.784/1999:
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
Gabarito (D)
Dentre os princípios fundamentais que norteiam nosso ordenamento jurídico, está o devido processo legal.
Em suma, significa que ninguém poderá ser sentenciado, condenado ou julgado sem os trâmites legais.
7
Nesse sentido, no que diz respeito à Administração Pública, é correto afirmar que
a) nos processos administrativos deve-se seguir a lei e o direito, com possibilidade, dependendo do caso, de
haver tribunais de exceção.
b) o segredo é a regra nos processos, exceto quando há interesse de incapaz ou determinação judicial sobre
os atos praticados pela Administração.
c) em regra é proibida a cobrança de custas processuais dos agentes que figurarem em processos
administrativos, exceto as previstas em lei.
d) a impulsão dos processos administrativos não pode ser de ofício, dependendo de Inquérito Policial para o
início de sua instrução.
e) os processos administrativos têm como fim a promoção do agente, vedado o atendimento aos interesses
da administração.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. A atuação conforme a lei e o direito está prevista no inciso I do parágrafo único do
art. 2º da lei 9.784/1999, não sendo possível haver tribunais de exceção dada a vedação constitucional (CF,
art. 5º, XXXVII):
A letra (b) está incorreta, pois a publicidade é a regra, podendo, entretanto, haver situações de sigilo, nos
termos do inciso V do parágrafo único do art. 2º da lei 9.784/1999:
A letra (c) está correta, nos termos do inciso XI do parágrafo único do art. 2º da lei 9.784/1999:
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
A letra (d) está incorreta, pois poderá haver impulsão de ofício, conforme inciso XII do parágrafo único do
art. 2º da lei 9.784/1999:
A letra (e) está incorreta. O processo administrativo visa à proteção de direitos dos administrados e também
interesses da administração, conforme se pode inferir do art. 1º da lei 9.784/1999:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
Gabarito (C)
“No curso de processo administrativo, a Pessoa Jurídica XYZ faz requerimento a determinada Agência
Reguladora Federal pleiteando sua inclusão em credenciamento de fornecedores. Não obstante o
requerimento, a Agência Reguladora se mantém omissa em sua resposta, mesmo após vencido o prazo legal
de resposta.” Com relação à referida omissão administrativa, assinale a alternativa correta.
a) Caberá a propositura de ação judicial pela Pessoa Jurídica XYZ, para assegurar o direito de resposta, nos
termos da lei federal que dispõe sobre o processo administrativo.
b) Como a omissão não é caracterizada como ato administrativo, não cabe a propositura de ação judicial,
mas reclamação administrativa, com fundamento no direito de petição.
c) A omissão implicará na aceitação tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que o
particular não pode ser prejudicado pela demora imputada à Administração Pública.
d) A omissão implicará na rejeição tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que
somente podem advir efeitos concretos ao credenciamento de atos praticados pela Administração pública.
Comentários:
A letra (a) foi dada como correta. Ante a omissão administrativa, caberá sim ação judicial para que o
Judiciário aprecie o caso e faça cessar a lesão a direito decorrente do silêncio da Administração. Nesse
sentido, a própria Constituição prevê a inafastabilidade do Poder Judiciário (CF, rt. 5º, XXXV). É importante
ressalvar apenas que, apesar de a alternativa ter mencionado “nos termos da lei federal que dispõe sobre o
processo administrativo”, a Lei 9.784/1999 não menciona expressamente que cabe ação judicial em virtude
da omissão.
A letra (b) está incorreta. Apesar de o silêncio não constituir ato administrativo, ele representa um abuso de
poder por parte da Administração, de sorte que não há óbices à propositura de ação judicial a respeito.
As letras (c) e (d) estão incorretas. A omissão, como regra geral, não significa que a Administração aceitou
ou recusou o pedido do particular. Tais efeitos somente aconteceriam se houvesse disposição legal nesse
sentido.
Gabarito (A)
a) não é possível, uma vez que não há subordinação hierárquica entre ambos os órgãos da autarquia federal.
b) é possível, salvo com relação a atos de gestão contratual que sejam de competência privativa do
Presidente.
c) é possível, inclusive quanto aos atos de gestão patrimonial que sejam de competência privativa do
Presidente.
d) não é possível, uma vez que somente motivos de índole técnica, social ou jurídica podem ser motivo de
delegação de competência.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. O Conselho de Administração de fato não é subordinado ao Presidente da
autarquia. De toda forma, a Lei 9.784/1999 admite a delegação nesta situação:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
A letra (b) foi dada como incorreta e a letra (c), como correta. Parte da doutrina diferencia atos de
competência “privativa” daqueles de competência “exclusiva”. Nesse sentido, nos termos do art. 13 da Lei
9.784/1999, adiante sintetizado, as matérias de competência exclusiva não podem ser delegadas, não
havendo vedação expressa quanto à delegação de competências privativas:
10
Indelegáveis
edição de atos de caráter normativo
A letra (d) está incorreta, pois é possível também a delegação por motivos de ordem econômica (Lei
9.784/1999, art. 12, caput).
Gabarito (C)
“Um servidor do TRE, no decorrer de processo administrativo em que pleiteia afastamento para estudo no
exterior, contraiu doença grave após contaminação por radiação”. Na situação apresentada, à luz das normas
aplicáveis aos servidores federais, é correto afirmar que o servidor
c) tem direito à aposentadoria por invalidez que deve concedida em até trinta dias.
d) somente terá o afastamento pretendido após inspeção realizada por junta médica oficial.
Comentários:
Nos termos do art. 69-A, inciso IV, da Lei 9.784/1999, o interessado em processo administrativo que for
contaminado por radiação fará jus à prioridade na tramitação. Tal direito depende de requerimento por
parte do interessado, nos termos do §1º do art. 69-A. Sintetizando todos os casos de tramitação prioritária
previstos na Lei 9.784/1999, chegamos ao seguinte diagrama:
11
Gabarito (B)
Tanto a Constituição Federal de 1988 como a Lei de Processo Administrativo (Lei Federal nº 9.784/99)
preceituam que a Administração Pública deverá obedecer aos princípios do(a):
Comentários:
A letra (b) está correta, nos termos do caput do art. 37 da Constituição Federal e do art. 2º da lei 9.784/1999:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
12
Gabarito (B)
a) uma pessoa de 58 (cinquenta e oito) anos terá prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância,
nos procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado.
b) salvo disposição legal específica, é de quinze dias o prazo para interposição de recurso administrativo,
contado a partir da ciência da decisão recorrida, e não da sua divulgação oficial.
c) em decisão na qual se evidencie acarretarem lesão ao interesse público e prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos insanáveis poderão, ainda assim, ser ratificados pela própria Administração.
d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.
e) a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, visto que a prioridade concedida de acordo com o inciso I do art. 69-A da lei
9.784/1999 é para aqueles com idade igual ou superior a 60 anos:
A letra (b) está incorreta, uma vez que o prazo para interposição de recurso administrativo é de 10 dias, nos
termos do art. 59 da lei 9.784/1999:
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
13
A letra (c) está incorreta, visto que a decisão deverá ter defeitos sanáveis e não poderá acarretar lesão ao
interesse público e prejuízo a terceiros, de acordo com o artigo 55 da lei 9.784/1999:
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.
A letra (d) está incorreta, pois a delegação poderá ocorrer ainda que o outro órgão ou titular não lhe seja
hierarquicamente subordinado, conforme teor do art. 12 da lei 9.784/1999:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
A letra (e) está correta, tendo a alternativa apresentado o teor da súmula 473 do STF:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Gabarito (E)
O processo administrativo, no âmbito da Administração Pública Federal, encontra-se regulado pela Lei nº
9.784/1999. Com base nos seus dispositivos, é correto afirmar que
A a interposição de recurso administrativo, via de regra, depende de caução, conforme ocorre nos processos
judiciais.
B cabe recurso das decisões administrativas, apenas em face de razões de legalidade, não havendo previsão
de recurso para as questões de mérito.
C a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
D o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários prescreve em três anos, contados da data em que foram publicados, salvo comprovada má-fé.
Comentários:
14
A alternativa (A) está incorreta. O art. 56, § 2º, da Lei 9.784/1999 já restringia a exigência de caução como
condição para interposição de recurso administrativo às hipóteses previstas em sede de lei.
O STF, no âmbito da Súmula Vinculante 21, publicada em 2009, fazendo interpretação ainda mais ampliativa
do princípio do contraditório e da ampla defesa, passou a vedar qualquer exigência de caução, depósito
prévio de dinheiro ou arrolamento de bens para a interposição de recursos administrativos.
A alternativa (B) está incorreta. Caso o interessado não concorde com a decisão, seja por motivos de
legalidade ou por motivos de mérito, poderá interpor um recurso ainda na via administrativa:
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
A alternativa (D) está incorreta, pois o prazo será de 5 anos (art. 54).
Gabarito (C)
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
A autoridade legalmente competente para julgar o recurso administrativo não pode delegar essa atribuição
a terceiro.
Comentários:
Segundo o artigo 13 da Lei 9.784/1999, é indelegável a competência para decidir recursos administrativos.
De modo geral, a Lei veda a delegação dos seguintes atos administrativos:
15
Indelegáveis
decisão de recursos administrativos
Gabarito (C)
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
O não atendimento à intimação para comparecimento pelo representante legal da sociedade importou em
renúncia ao direito da sociedade.
Comentários:
Pelo contrário! Nos processos regidos pela Lei 9.784/1999, por força do princípio da verdade material, o não
atendimento à intimação (revelia) não gera renúncia a direitos ou presunção de que as alegações da
Administração são verdadeiras:
Gabarito (E)
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
16
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
Apenas a sociedade multada poderá interpor recurso administrativo, pois a lei estabelece que apenas as
partes no processo têm legitimidade para recorrer.
Comentários:
Além das “partes” do processo, o art. 58 da Lei 9.784 autoriza outros legitimados a interporem recursos, a
saber:
quanto a direitos ou
cidadãos ou associações interesses difusos
Gabarito (E)
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
Caso a lei seja silente, para que o recurso administrativo interposto seja admitido, será necessário o depósito
prévio do valor da multa imposta.
Comentários:
O art. 56, § 2º, da Lei 9.784/1999 já restringia a exigência de caução como condição para interposição de
recurso administrativo às hipóteses previstas em sede de lei.
17
Mas, após a edição da Súmula Vinculante 21 pelo STF, em 2009, ficou vedada qualquer exigência de caução,
depósito prévio de dinheiro ou arrolamento de bens para a interposição de recursos administrativos:
Gabarito (E)
A desistência do interessado em relação a processo administrativo iniciado por ele próprio implica
arquivamento dos autos, não podendo a administração pública dar prosseguimento ao processo.
Comentários:
Gabarito (E)
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, o recurso administrativo tramitará, no máximo, por duas instâncias
administrativas, salvo disposição legal contrária.
Comentários:
Gabarito (E)
Maria tomou posse recentemente no IPHAN e ficou responsável por desenvolver um projeto cujo objetivo
era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do Rio de Janeiro e reformar uma área
específica de um museu municipal, para a exposição das pinturas restauradas. Essas pinturas possuem
18
grande valor histórico, artístico e cultural, consideradas peças de grande raridade pelo estilo e método de
pintura utilizado. Essa restauração é uma tarefa que somente pode ser realizada por técnico especializado,
e há no país somente uma profissional habilitada para o trabalho.
Se, durante a implementação do projeto, for aberto processo administrativo contra Maria em decorrência
de reclamação anônima, ela não terá direito de acessar quaisquer informações sobre tal processo, incluindo-
se o ato que o motivou, em atendimento ao disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Comentários:
Pelo contrário! Ressalvadas as exceções previstas em lei, serão públicos os atos do processo administrativo.
No âmbito da Lei 9.784/1999, podemos destacar o art. 46, que prevê o direito dos interessados a obterem
vista dos autos do processo:
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos
de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Além disso, de modo geral, é importante destacar que Maria fará jus ao contraditório e à ampla defesa
(Constituição Federal, art. 5º, LV), o qual pressupõe conhecimento do teor do processo.
Gabarito (E)
Considerando as disposições da Lei n.º 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo no âmbito
da administração pública federal, e da Lei n.º 8.666/1993, Lei de Licitações e Contratos, julgue o item a seguir.
Caso não haja impedimento legal, um órgão administrativo poderá delegar parte de sua competência a
outros órgãos, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando tal procedimento for
conveniente em razão de circunstância de natureza social.
Comentários:
Lei 9.784/1999, art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
19
Gabarito (C)
Tendo como referência as disposições da Lei n.º 9.784/1999 e da Lei n.º 8.666/1993, julgue o item
subsequente.
Processo administrativo somente será iniciado mediante pedido de interessado, sendo vedado à
administração iniciá-lo de ofício, em respeito ao princípio da impessoalidade.
Comentários:
Pelo contrário! Em razão do princípio da oficialidade, o processo administrativo poderá ser iniciado também
de ofício:
Gabarito (E)
Tendo como referência a jurisprudência dos tribunais superiores relativa a desapropriação, improbidade
administrativa e processo administrativo, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: João, ao ter completado cinquenta anos de idade, apresentou requerimento a órgão
público federal, o que culminou na abertura de processo administrativo. No procedimento, ele anexou
documento probatório da sua condição de portador de doença crônica grave no fígado e requereu à
autoridade competente a declaração da prioridade de tramitação do feito. Assertiva: Nessa situação, o
benefício de tramitação prioritária deverá ser deferido.
Comentários:
Nos termos do art. 69-A, inciso IV, da Lei 9.784/1999, o interessado em processo administrativo que for
portador de hepatopatia grave (doença crônica grave no fígado) fará jus à prioridade na tramitação.
Sintetizando todos os casos de tramitação prioritária previstos na Lei 9.784/1999, chegamos ao seguinte
diagrama:
20
Gabarito (C)
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
É legal a suspensão do pagamento se o administrado tiver sido previamente notificado para se manifestar.
Comentários:
A questão trata da suspensão do pagamento a determinado administrado. Para resolvê-la, temos que nos
lembrar de que, havendo risco iminente, a Administração poderia, como regra geral, suspender
cautelarmente os efeitos de um ato sem a prévia manifestação do interessado:
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Portanto, a questão se equivoca ao condicionar a legalidade do ato à notificação prévia do administrado para
fins de manifestação. Tratando-se de risco iminente, o poder geral de cautela conferido à Administração lhe
autoriza a prática do ato para posterior manifestação do interessado (contraditório diferido).
Além disso, o fato de a verba ostentar natureza alimentar não impede a suspensão cautelar do seu
pagamento, consoante já decidiu o STF:
7. É certo que o caso sob exame cuida da suspensão no pagamento de verba de natureza
alimentar.
21
(STF - RMS: 31973 DF, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 25/02/2014,
Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-117 DIVULG 17-06-2014 PUBLIC 18-06-2014)
Gabarito (E)
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Interposto o recurso administrativo pelo interessado, poderá ocorrer a reformatio in pejus (reforma para
piorar), desde que ele seja cientificado para apresentar suas alegações antes da decisão.
Comentários:
Tratando-se de recurso administrativo, de fato, a Lei 9.784/1999 admite o reformatio in pejus, exigindo que
o recorrente possa se manifestar previamente quanto ao agravamento de sua situação:
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
Gabarito (C)
Situação hipotética: Após decisão administrativa que lhe foi desfavorável, publicada no dia 1.º/2/2017, João
decidiu interpor recurso administrativo. Tendo tomado ciência do ato negativo, após busca exaustiva, João
verificou que não havia disposição legal específica para a apresentação do recurso e protocolou-o no dia
2/3/2017, com o intuito de esclarecer os pontos controversos da decisão. Assertiva: Nessa situação, o lapso
temporal descrito caracteriza o recurso como tempestivo, razão por que ele deverá ser conhecido.
Comentários:
22
O prazo para interposição do recurso aplicável ao presente caso é a regra geral da Lei 9.784/1999 de 10 dias,
contados da ciência da decisão administrativa ou da sua divulgação oficial (art. 59, caput). Como o prazo não
foi obedecido, o recurso deixará de ser conhecido.
Gabarito (E)
A respeito dos poderes administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item
subsequente.
A fim de evitar a anulação de processo administrativo, em regra, deverá ser exigido que os documentos
juntados aos autos tenham firmas reconhecidas.
Comentários:
Nos termos do art. 22, §2º, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de
autenticidade ou houver imposição legal. Portanto, a regra é justamente em sentido contrário à mencionada
no enunciado.
Gabarito (E)
A Lei n.º 9.784/1999, ao prever que, sem prejuízo da atuação dos interessados, o processo administrativo no
âmbito federal pode ser impulsionado pela própria administração, declara o princípio da(o)
a) finalidade.
b) concordância prática.
c) informalismo.
d) gratuidade.
e) oficialidade.
Comentários:
Questão sem grandes dificuldades, já que o impulso oficial do processo administrativo consiste em um dos
desdobramentos do princípio da oficialidade.
Gabarito (E)
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
Autoridade competente para a realização de ato administrativo pode escolher renunciar a tal competência,
ainda que a tenha adquirido por delegação.
Comentários:
Pelo contrário! Por força do princípio da indisponibilidade do interesse público, a competência é considerada
irrenunciável pela legislação:
Gabarito (E)
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
Comentários:
Nos termos do art. 58, as associações representativas possuem sim legitimidade para interporem recursos
administrativos quanto a interesses coletivos. Relembrando os legitimados expressamente previstos na Lei
9.784/1999:
quanto a direitos ou
cidadãos ou associações interesses difusos
24
Gabarito (E)
31. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
Alexandre, incumbido de julgar processo administrativo com base na Lei n.º 9.784/1999, após incidente de
suspeição, foi afastado dessa atividade.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que corresponde ao motivo que pode ter provocado
a suspeição de Alexandre e seu afastamento do processo.
Comentários:
A questão aborda as diferenças entre impedimento e suspeição, previstos nos arts. 18 e 20 da Lei 9.784.
Como a suspeição diz respeito à existência de “amizade íntima” ou “inimizade notória”, nosso gabarito está
na letra (a), sendo que as demais alternativas mencionam casos de impedimento do agente público.
Impedimento Suspeição
- interesse na matéria (direto ou indireto)
- interessado ou
Gabarito (A)
25
32. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Ao cabo de procedimento administrativo disciplinar, a autoridade responsável por decidir aplicou a pena de
demissão e remeteu a motivação da decisão ao parecer do departamento jurídico do órgão.
b) válida, visto que, tendo a motivação sido declarada no parecer, não há necessidade de repeti-la na decisão.
Comentários:
Lei 9.784/1999, art. 50, § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo
consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Nesta situação, a autoridade competente para decidir poderá se limitar a adotar a proposta sugerida e
apontar, como motivação do ato decisório, o conteúdo do relatório, sem ter que transcrever todo o conteúdo
novamente.
Gabarito (B)
33. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública
federal, estabelece que é dever do administrado perante a administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo,
a) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
b) tomar ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado.
c) expor os fatos conforme seu entendimento, desde que respeitado o interesse coletivo.
d) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão
Comentários:
26
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.
Assim, podemos perceber que a letra (a) está correta e a letra (c), incorreta (o administrado deve expor os
fatos conforme a verdade).
Além disso, as letras (b) e (d) estão incorretas, ao mencionarem direitos dos administrados (art. 3º, II e III).
Gabarito (A)
Em caso de recurso administrativo interposto perante autoridade incompetente, a legislação prevê que
b) a autoridade competente seja indicada ao recorrente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
Comentários:
Caso o recurso tenha sido interposto perante órgão incompetente, a autoridade que analisar o recurso
deverá indicar ao administrado quem é a autoridade competente. Além disso, neste caso, será devolvido
ao recorrente o prazo para recurso (art. 63, §1º).
1
Segundo Chiovenda, agir de modo temerário consiste em agir afoitamente, tendo consciência do injusto.
27
Gabarito (B)
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito federal e trata, entre
outros assuntos, dos direitos e deveres dos administrados e da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Do processo administrativo em que seja interessado, o administrado tem direito a: ciência da tramitação;
vista dos autos e obtenção de cópias de documentos, ainda que se trate de processo classificado como
sigiloso.
b) A administração pública tem o dever de motivar suas decisões de forma explícita, clara e congruente, não
podendo fazê-lo mediante simples declaração de concordância com fundamentos de pareceres anteriores.
c) Em qualquer caso, o administrado tem o dever de fazer-se assistir por advogado para que sejam
observados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
d) O administrado tem o direito de formular alegações e apresentar documentos antes e depois da decisão
administrativa, os quais devem ser considerados pelo órgão competente.
e) A administração pública tem o dever de emitir decisão nos processos administrativos, mas não está
obrigada a se manifestar sobre as reclamações dos administrados.
Comentários:
A letra (a) foi dada como correta, com base no direito assegurado no art. 3º, II, da Lei 9.784:
Tal direito não pode ser afastado pelo fato de o processo possuir a chancela de sigiloso. Quando determinada
pessoa é considerada “interessada” em um processo, ainda que sigiloso, é natural que tenha ciência de sua
tramitação, tenha vista e obtenha cópia. O que a lei veda é o acesso a documentos sigilosos de terceiros, seja
em processos públicos ou sigilosos:
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à
imagem.
28
A letra (b) está incorreta, na medida em que é possível sim a motivação mediante simples declaração de
concordância com fundamentos de pareceres anteriores (art. 50, § 1o).
A letra (c) está incorreta. O administrado tem a faculdade de se fazer assistir por advogado. Assim, como não
se trata de um dever, ele poderá se manifestar no processo administrativo mesmo sem estar representado
por advogado:
Art. 3º, IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.
A letra (d) está incorreta. O direito do administrado de apresentar documentos e de tê-los considerados está
limitado ao momento anterior à emissão da decisão:
Art. 3º, III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão
objeto de consideração pelo órgão competente;"
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Gabarito (A)
Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta a respeito dos atos do processo
administrativo.
a) Permite-se que tais atos sejam praticados oralmente, dados os princípios da eficiência e da celeridade.
b) Tais atos devem ser praticados, preferencialmente, na sede do órgão administrativo, sendo obrigatória a
ciência ao interessado no caso de virem a ser realizados em outro local.
c) Exige-se o reconhecimento de firma para todos os documentos que forem assinados em razão da prática
dos citados atos.
e) Exige-se forma específica e prevista em lei para a realização dos atos em apreço.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Apesar de vigorar o princípio do informalismo ou do formalismo moderado, os atos
do processo administrativo devem ser praticados por escrito (art. 22, §1º).
29
A letra (b) está correta. De acordo com o art. 25, os atos devem ser preferencialmente realizados na sede do
órgão. Caso, no entanto, sejam praticados em local diverso, o interessado deverá ser cientificado.
A letra (c) está incorreta. O reconhecimento de firma será exigido apenas por imposição legal ou se pairarem
dúvidas quanto à autenticidade da assinatura (art. 22, §2º).
A letra (d) está incorreta. O art. 23 da Lei 9.784/1999 prevê, como regra geral, que os atos sejam praticados
em dias úteis e no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Em caráter
excepcional, no entanto, o legislador admite que sejam concluídos depois do horário normal os atos já
iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração. Aproveito para relembrar os principais aspectos quanto à prática dos atos processuais:
Por fim, a letra (e) está incorreta ao destoar da previsão legal quanto ao formalismo moderado:
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.
Gabarito (B)
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, nos processos administrativos, a administração pública está proibida de
aplicar nova interpretação de forma retroativa, em decorrência do princípio do(a)
a) segurança jurídica.
b) legalidade.
d) oficialidade.
30
e) finalidade.
Comentários:
A aplicação retroativa de uma nova interpretação contraria o princípio da segurança jurídica, que tem por
objetivo resguardar a estabilidade das relações jurídicas e, no âmbito administrativo, conferir
previsibilidade à atuação estatal. A previsão legal mencionada no enunciado é a seguinte:
Lei 9.784/1999, art. 2º, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.
Gabarito (A)
Um processo administrativo instaurado no âmbito de um órgão público estará sujeito a nulidade caso
b) haja a recusa de provas apresentadas pelos interessados por serem consideradas protelatórias, mediante
decisão fundamentada.
c) o administrado tenha obtido cópias de documentos do processo para a elaboração de sua defesa.
d) haja a atuação de autoridade que tenha interesse, mesmo que indireto, na matéria.
e) a intimação do administrado ocorra com antecedência de um dia útil, mesmo com o seu comparecimento
no local, na data e na hora determinados.
Comentários:
As letras (a) e (c) não constituem motivo para nulidade do processo, pois dizem respeito a direitos do
administrado:
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
31
A letra (b) está incorreta, pois o administrador poderá sim recusar provas impertinentes:
Art. 38, § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas
propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias.
A letra (d) está correta. Se a autoridade tiver interesse na matéria, estará impedida de atuar naquele
processo, constituindo verdadeira nulidade do processo:
A letra (e) está incorreta. A legislação estabelece que a intimação deve ocorrer com a antecedência mínima
de 3 dias úteis. No entanto, ainda que irregular, a intimação não gera nulidade dos atos processuais
subsequentes, na medida em que houve o comparecimento do administrado e este supre a irregularidade:
Art. 26, § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Gabarito (D)
Com base na doutrina e nas normas de direito administrativo, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Dez anos após a data em que deveria ter ocorrido o primeiro pagamento de vantagem
pecuniária a que José fazia jus, ele apresentou requerimento administrativo ao chefe do setor de recursos
humanos solicitando o pagamento de tal vantagem. O pedido foi indeferido sob o fundamento de ocorrência
da prescrição. José, então, apresentou recurso. Assertiva: Nesse caso, o chefe do setor de recursos humanos
tem o prazo de cinco dias para reconsiderar a decisão; caso não o faça, deverá encaminhar o recurso ao seu
superior hierárquico.
Comentários:
É isso mesmo! A autoridade que praticou o ato impugnado, ao receber o recurso terá a oportunidade de se
retratar, no prazo de 5 dias. Caso não o faça, deverá encaminhar o recurso ao seu superior hierárquico:
Art. 56, § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Relembrando:
32
Gabarito (C)
O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar as contas prestadas anualmente pelo
governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi contratada, mediante inexigibilidade de
licitação, para divulgar ações do governo. Na campanha publicitária promovida pela empresa contratada,
constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam a figura do governador, que, em razão destes fatos,
foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa. Na data de visualização da intimação, a referida
autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal
de Contas não acolheu a defesa do governador e julgou irregular a prestação de contas.
É nula a intimação do governador, por ser obrigatório que seja feita por ciência no processo, via telegrama
ou por via postal com aviso de recebimento.
Comentários:
Assumindo que a Lei 9.784/1999 aplica-se ao presente caso, terá lugar o §3º do seu art. 26, que prevê as
formas de intimação do interessado. A este respeito, é interessante notar que a Lei 9.784 não esgota as
formas de intimação lícitas, ao mencionar que podem ser realizadas por “outro meio”, desde que seja
possível assegurar a ciência do interessado.
Portanto, a adoção do WhatsApp neste caso não constitui motivo para nulidade do processo. Relembrando:
33
FORMA da telegrama
intimação
que assegurem a certeza da ciência do
outro meio interessado
Gabarito (E)
41. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015
Eventuais recursos contra decisão emanada em processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade
que a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de retratação e reconsiderar a decisão.
Comentários:
De fato, o recurso deve ser endereçado à autoridade que tomou a decisão inicial, a qual poderá reconsiderar
o ato, no prazo de 5 dias:
Art. 56, § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Gabarito (C)
Com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992 e da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item a seguir.
Nos processos administrativos, as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, no entanto o comparecimento do administrado supre sua falta ou sua irregularidade.
Comentários:
34
Art. 26, § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Gabarito (C)
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série concatenada de
atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela lei, com uma finalidade
específica que enseja a prática de um ato final.
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, o critério
de:
(B) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em qualquer caso, a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências;
(C) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;
(E) interpretação da norma da forma que melhor garanta o fim público, inclusive com aplicação retroativa
de nova interpretação.
Comentários:
A questão exigiu conhecimento sobre os “critérios de atuação” previstos no parágrafo único do art. 2º da Lei
9.784/1999 (isto é, dos padrões de conduta impostos à Administração). Passemos às alternativas!
A letra (A) está correta. A “proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei”
é mesmo um critério previsto expressamente no inciso XI do parágrafo único do art. 2º da Lei 9784/1999.
A letra (C) está incorreta, pois o sigilo será permitido nas hipóteses previstas na CF:
35
A letra (D) está incorreta. Aqui também a Banca inverteu os conceitos, pois a impulsão do processo
administrativo ocorre de ofício, podendo os interessados provocarem a Administração:
Gabarito (A)
Joaquim é servidor público ocupante de cargo efetivo de Consultor na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Por ter praticado ato tipificado em seu regime jurídico funcional como falta disciplinar, Joaquim respondeu
a processo administrativo disciplinar, que culminou com sua demissão.
Inconformado, Joaquim aforou ação judicial pleiteando a reforma do ato administrativo, de maneira que a
demissão seja substituída por pena disciplinar menos severa, tendo por único argumento a ofensa ao
princípio da proporcionalidade do ato sancionatório.
No caso em tela, de acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tese,
a) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que o ato punitivo disciplinar é discricionário e
o controle jurisdicional é restrito e se limita a aspectos formais.
b) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que não há discricionariedade no ato disciplinar
e o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais.
c) não é viável a revisão de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, em razão do princípio da
separação dos poderes, que são independentes e harmônicos entre si.
d) não é viável a revisão da legalidade de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois se trata de
ato administrativo vinculado.
e) não é viável a revisão da legalidade e do mérito de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois
se trata de ato administrativo discricionário.
Comentários:
36
O STF tem entendido que é cabível a revisão do PAD com fundamento no princípio da proporcionalidade,
que veda a aplicação de penalidade excessiva. Assim, nos termos da Jurisprudência em teses do Superior
Tribunal:
Gabarito (B)
45. FGV/ AL-RO - Consultor Legislativo – Assessoramento Legislativo – 2018
João e Maria, ambos servidores ocupantes de cargo efetivo da Assembleia Legislativa, são casados.
Em razão da função pública exercida, João recebeu requerimento que inaugura processo administrativo em
que é interessada terceira pessoa, que arrolou desde logo como sua testemunha Maria.
Ao receber tal documento, à luz da Lei nº 9.784/99, que trata do processo administrativo, João deverá
a) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, que são exclusivas dos processos judiciais.
b) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, pois Maria também é servidora pública efetiva.
c) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de seu impedimento,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
d) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de sua suspeição,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
e) delegar imediatamente sua competência para conduzir o feito em favor de autoridade hierarquicamente
superior, sob pena de nulidade do feito e falta disciplinar leve.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. De acordo com os arts. 18 a 21 da Lei 9.784/1999, os servidores ou autoridades
podem encontrar-se em situações de impedimento ou suspeição em processos administrativos. Dessa forma,
elas não são exclusivas de processos judiciais.
A letra (b) está incorreta. O fato de Maria ser servidora pública efetiva não garante a sua participação em
processo administrativo. No presente caso, ela está impedida de atuar, já que é testemunha naquele
processo. Relembrando as situações de impedimento do art. 18 da Lei 9.784/1999:
37
A letra (c) está de acordo com o art. 19 da Lei 9.784/1999 (inserido no diagrama acima):
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.
A letra (d) está incorreta, pois trata-se de hipótese de impedimento – não de suspeição.
A letra (e) está incorreta. Não há que se falar em delegação neste caso. Havendo o impedimento, o servidor
deverá abster-se de atuar e comunicar o fato diretamente à autoridade competente.
Gabarito (C)
46. FGV/ TJ-SC - Analista Administrativo – 2018
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e os ditames da Lei nº 9.784/99, que trata do processo
administrativo, a competência para prática dos atos administrativos deve ser definida em lei ou em ato
administrativo geral e tem as seguintes características gerais:
38
Comentários:
De acordo com o art. 11 da Lei 9.784/1999, a competência é irrenunciável, salvo nos casos de delegação e
avocação, legalmente admitidos.
Além disso, de acordo com a doutrina, a competência para a prática do ato administrativo é imprescritível,
já que mesmo que a competência não seja utilizada, independe do tempo, o agente continuará sendo o
competente.
E, ainda, ela é improrrogável. Isto significa que se o sujeito competente não exerce a competência, ela não
se transfere automaticamente ao órgão incompetente que praticou o ato. Quem confere competência é a
lei.
Gabarito (C)
47. FGV/ TJ-SC – Oficial da Infância e Juventude – 2018
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o processo administrativo é regido por postulados gerais
inerentes à atuação do Estado, como o princípio:
a) da inércia, segundo o qual a Administração Pública deve ser provocada pelo particular interessado ou pelo
Ministério Público para poder instaurar o processo administrativo;
c) da verdade formal, segundo o qual o processo administrativo admite apenas as provas produzidas
unilateralmente pela Administração Pública;
d) da onerosidade, segundo o qual o particular sucumbente deverá arcar com as custas, emolumentos e ônus
sucumbenciais no processo administrativo;
e) da instrumentalidade das formas, segundo o qual o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo,
desde que mantido o interesse público.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. A Administração Pública pode atuar de ofício (princípio da oficialidade), não
havendo a necessidade de ser provocada para atuar, nos termos do art. 2º, XII da Lei 9.784/1999:
(...)
A letra (b) está incorreta. Os princípios do contraditório e ampla defesa são assegurados também no
processo administrativo, consoante dispõe o caput do art. 2º da Lei 9.784/1999:
A letra (c) está incorreta. O princípio é o da verdade real e, não, verdade formal, em que a Administração
Pública deve apurar os fatos que efetivamente ocorreram, ainda que não constem dos autos do processo.
A letra (d) está incorreta. Em regra, é proibida a cobrança de despesas processuais, ressalvadas aquelas
previstas em lei, segundo o art. 2º, parágrafo único, XI da Lei 9.784/1999 (princípio da gratuidade).
A letra (e) está correta. O princípio da instrumentalidade das formas orienta que a formalidade consiste em
mero instrumento para se alcançar determinado fim. Caso haja irregularidades e não houver prejuízos ao
interesse público, não haverá nulidade do processo. Uma decorrência de tal princípio pode ser observada a
seguir:
Art. 26, § 5º As intimações serão nulas quando forem feitas sem observância das
prescrições legais, mas o comparecimento da administrado supre sua falta ou
irregularidade.
Gabarito (E)
48. FGV/ MPE-AL – Técnico do Ministério Público – Geral – 2018
Com o objetivo de aumentar a segurança jurídica dos administrados, determinada entidade administrativa
elaborou um formulário padronizado para determinados assuntos, que importem em pretensão equivalente.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, é correto afirmar que o referido formulário foi elaborado por unidade
40
Comentários:
Antes de passar às alternativas, destaco que a questão versou sobre os seguintes dispositivos legais:
A letra (a) está incorreta. Não podemos afirmar que as “entidades fundacionais” são somente de
personalidade jurídica de direito privado, dada a existência de fundações públicas de direito público.
A letra (b) está incorreta. As unidades do terceiro setor não fazem parte da administração pública. Assim, de
acordo o art. 1º da Lei 9.784/1999, as normas básicas sobre processo administrativo são estabelecidas à
Administração Federal direta e indireta da União.
As letras (c) e (d) estão incorretas, pois uma “entidade administrativa” é dotada de personalidade jurídica.
Por fim, a letra (e) foi dada como correta, na medida em que uma “entidade” possui personalidade jurídica
própria. Em relação à menção a “entidade da administração direta”, temos que nos lembrar de que os entes
políticos possuem personalidade jurídica própria.
Gabarito (E)
49. FGV/ TJ-AL - Técnico Judiciário – Área Judiciária – 2018
Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e serve de
base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da atuação da
Administração Pública.
Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, entre
outros, o critério de:
41
a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de
nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988;
b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que
se dirige, permitida aplicação retroativa de nova interpretação;
c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria Administração
Pública;
Comentários:
A letra (a) está incorreta. O art. 3º, IV da Lei 9.784/1999 informa que o administrado pode fazer-se assistir,
facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
A letra (b) está incorreta. Conforme o art. 2º, parágrafo único, XIII da Lei 9.784/1999, é assegurada a
interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
A letra (c) está incorreta. A Administração Pública pode agir por impulsão, de ofício, do processo
administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados, segundo prevê o art. 2º, parágrafo único, XII da
Lei 9.784/1999.
A letra (d) está incorreta. Não é vedada qualquer hipótese de sigilo. Conforme o art. 2º, parágrafo único, V
da Lei 9.784/1999, há casos em que é possível a aposição de sigilo, nas hipóteses previstas na Constituição
Federal.
A letra (e) está correta. É exatamente o que está previsto no art. 2º, parágrafo único, XI da Lei 9.784/1999:
Gabarito (E)
50. FGV/ Câmara de Salvador – BA – Assistente Legislativo Municipal – 2018
José, servidor público da Câmara Municipal, no exercício da função pública, ao impulsionar um processo
administrativo, mediante a prática de um ato administrativo, lançou nos autos uma certidão, quando deveria
ter feito um simples termo de informação.
Com base na doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela, aplica-se o princípio do processo
administrativo:
42
a) do contraditório, segundo o qual o interessado no processo administrativo tem o direito público subjetivo
de ver obedecida a forma previamente prevista para o ato, de maneira que o vício é inarredavelmente
insanável;
b) do informalismo, segundo o qual o processo administrativo é impulsionado pelos agentes públicos que
gozam de legitimidade e liberdade para escolher a forma dos atos administrativos, de maneira que não
houve qualquer vício;
c) da verdade formal, segundo o qual a lei estabelece previamente a forma de todo e qualquer ato
administrativo, e o seu desatendimento fere a verdade formal que é buscada em qualquer processo
administrativo, causando invalidade;
d) da instrumentalidade das formas, segundo o qual a forma é o instrumento para que o ato alcance seus
objetivos, de maneira que caso o ato não tenha causado prejuízos e tenha observado o interesse público, o
vício da forma é sanável;
e) da motivação, segundo o qual todo ato administrativo praticado deve ser motivado com elementos
previstos na lei, por meio da forma legal previamente estabelecida, sob pena de nulidade absoluta.
Comentários:
O princípio retratado na questão é o da “instrumentalidade das formas”, mencionado na letra (D), em que a
formalidade é um mero instrumento para alcançar determinado fim. Caso haja alguma irregularidade e não
houver prejuízos, não haverá nulidade no processo.
Gabarito (D)
51. FGV/ TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
José, Técnico Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, ocupante do cargo em comissão
de supervisor do departamento de recursos humanos do Tribunal, praticou ato administrativo que era de
competência do diretor daquele departamento.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a Lei nº 9.784/99, o ato praticado por José:
a) deve ser anulado pela autoridade competente, eis que vícios de competência são insanáveis, com efeitos
ex tunc, pelo princípio da segurança jurídica e para evitar prejuízos a terceiros;
b) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de ato vinculado em razão do vício de
competência, que não admite retificação, devendo atender ao princípio da legalidade e observar o interesse
público;
c) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de matéria de ordem pública, regida por
normas cogentes que não admitem a retificação do ato por parte do agente que deveria originalmente tê-lo
praticado;
43
d) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da ratificação do ato, caso entenda
conveniente e oportuno, desde que sanável o vício e não haja prejuízos a terceiros, bem como seja atendido
o interesse público;
e) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da prática de novo ato que substitua o
anterior, com efeitos ex nunc, sendo tal aproveitamento um ato vinculado, cuja prática é obrigatória pelo
agente superior.
Comentários:
O enunciado menciona situação em que um agente público praticou ato sem deter a necessária competência.
Trata-se, portanto, de vício sanável, o qual admite convalidação:
quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO exclusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei
Além disso, lembro que a convalidação de atos administrativos possui efeitos ex tunc, ou seja, retroativos.
Gabarito (D)
52. FGV/ IBGE – Analista – Processos Administrativos e Disciplinares – 2016
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, o recurso administrativo:
a) será cabível somente em face de razões de legalidade e não por motivo de mérito da decisão, em respeito
à imutabilidade da coisa julgada administrativa;
b) será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior;
c) dependerá de caução, como regra, para sua interposição, e o valor será equivalente à vantagem econômica
que poderá ser auferida pelo administrado ao final do processo;
d) terá prazo de quinze dias para sua interposição, como regra, a partir da ciência ou divulgação oficial da
decisão recorrida;
e) deverá ser decidido, como regra, no prazo máximo de dez dias, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.
Comentários:
44
A letra (a) está incorreta, porquanto o recurso administrativo poderá versar sobre questões de mérito ou de
legalidade:
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
A letra (b) está de acordo com o disposto no art. 56, § 1º da Lei 9.784/1999, que pode ser assim sintetizado:
A letra (c), por sua vez, está incorreta. Nos termos do art. 56, § 2º da Lei 9.784/1999:
A letra (d) está incorreta. Como regra geral, o prazo para interposição será de 10 dias:
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para a interposição de
recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida.
Por fim, a letra (e) está incorreta. Nos termos do art. 59, § 1º da Lei 9.784/1999, o recurso administrativo
deverá ser decidido no prazo máximo de 30 dias.
Aproveito para relembrar dos principais aspectos quanto aos recursos administrativos:
45
Gabarito (B)
53. FGV/ IBGE – Analista – Processos Administrativos e Disciplinares – 2016
a) será efetuada de forma pessoal, vedada a intimação por via postal com aviso de recebimento, telegrama
ou e-mail;
c) importará, quando desatendida, o reconhecimento da verdade dos fatos e a renúncia a direito pelo
administrado;
d) será nula quando feita sem observância das prescrições legais, e o comparecimento do administrado não
supre sua falta ou irregularidade;
46
Comentários:
A letra (a) está incorreta. De acordo com o art. 26, § 3º da Lei 9.784/1999, a intimação pode ser efetuada
por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure
a certeza da ciência do interessado. Além disso, sendo indeterminado, desconhecido ou indefinido o
domicílio do interessado, far-se-á a intimação via publicação oficial:
FORMAS da telegrama
intimação
que assegurem a certeza da ciência do
outro meio interessado
A letra (b) está correta. É exatamente o que conta no art. 26, § 2º da Lei 9.784/1999.
A letra (c) está incorreta. Consoante prevê o art. 27 da Lei 9.784/1999, o desatendimento da intimação não
importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
A letra (d) está incorreta. Segundo o art. 26, § 5º da Lei 9.784/1999, o comparecimento do administrado
supre sua falta ou irregularidade.
A letra (e) está incorreta. De acordo com o art. 26, § 1º, II da Lei 9.784/1999, a intimação deverá conter a
finalidade da intimação. Relembrando:
II - finalidade da intimação;
Gabarito (B)
54. FGV/ MRE – Oficial de Chancelaria – 2016
a) superior delega a agente administrativo de plano hierárquico inferior atribuição para praticar determinado
ato;
b) superior convalida ato administrativo praticado por agente administrativo de plano hierárquico inferior;
c) superior atrai para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor
hierarquia;
d) inferior pratica determinado ato administrativo que foge à sua esfera de atribuição, em caso de grave risco
iminente;
e) inferior solicita a seu superior hierárquico autorização para praticar ato originariamente fora de sua
atribuição.
Comentários:
Lei 9.784/1999, art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Dito isto, já sabemos que a letra (c) está correta. Passemos às alternativas incorretas!
A letra (b) está incorreta. Convalidação não se confunde com avocação. Aquela consiste na correção de atos
que apresentem defeitos sanáveis e independe de nível hierárquico.
Por fim, as letras (d) e (e) estão incorretas, pois a avocação é realizada por meio da autoridade superior -
não inferior.
Gabarito (C)
55. FGV/ TJ-PI – Analista Judiciário – Analista Administrativo – 2015
48
Dentre os elementos do ato administrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro
do qual podem os agentes públicos exercer legitimamente sua atividade. Como característica da
competência, destaca-se a:
a) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por
acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em
norma expressa, a competência pode ser alterada;
b) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese,
ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierárquico e ao
princípio da estabilidade das relações jurídicas;
d) vedação de avocação, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode ser transferida à
autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência
natural de agente com menor hierarquia;
e) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode
ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe
administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada.
Comentários:
Antes de comentar as alternativas, lembro que Celso Antônio Bandeira de Mello elenca as seguintes
características da competência:
49
A letra (a) está incorreta. Ao contrário, as competências são inderrogáveis, não podendo ser derrogada por
vontade das partes, tampouco podem ser objeto de transação, consoante salienta Carvalho Filho.
A letra (b) está incorreta. As competências podem ser delegadas, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, conforme autoriza o art. 12 da Lei
9.784/1999.
A letra (c) está correta. O fato de um agente ou órgão incompetente praticar o ato, não o torna competente,
mesmo com o decurso do tempo: a competência é improrrogável.
A letra (d) está incorreta. A avocação é permitida em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, conforme acentua o art. 15 da Lei 9.784/1999.
A letra (e) está incorreta. A competência será sempre elemento vinculado do ato administrativo, definida
em lei.
Gabarito (C)
56. FGV/ TCE-RJ – Auditor Substituto – 2015
c) o ato de delegação pode ser veiculado por qualquer forma idônea, dispensada, nos termos da lei, a sua
publicação no meio oficial;
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Nos termos do art. 12 da Lei 9.784/1999, um órgão administrativo e seu titular
poderão delegar parte de sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados.
50
Indelegáveis
edição de atos de caráter normativo
A letra (c) está incorreta, pois tais atos deverão sim ser objeto de publicação:
Art. 14 O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados em meio oficial.
A letra (d) está incorreta. Como regra geral, as competências administrativas são delegáveis.
A letra (e) está de acordo com o que informa o art. 15 da Lei 9.784/1999:
Gabarito (E)
57. FGV/ Câmara Municipal de Caruaru – PE – Analista Legislativo – Administração – 2015
Com relação ao processo administrativo, a Lei nº 9.784/1999, detalha, em seu Art. 4º, que são deveres do
administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Assinale:
51
Comentários:
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.
Gabarito (B)
58. FGV/ Câmara Municipal de Caruaru – PE – Analista Legislativo – Administração – 2015
Com relação ao processo administrativo, regulado pela Lei nº 9.784/1999, assinale V para a afirmativa
verdadeira e F para a falsa.
II - ( ) O requerimento inicial do interessado pode ser por escrito ou por solicitação oral.
III - ( ) Só são legitimados como interessados aqueles que deram início ao processo.
a) F, V e F.
b) F, V e V.
2
Segundo Chiovenda, agir de modo temerário consiste em agir afoitamente, tendo consciência do injusto.
52
c) V, F e F.
d) V, V e F.
e) F, F e V.
Comentários:
O item II também se encontra correto, segundo disposto no caput do art. 6º da Lei 9.784/1999:
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito (...)
Por fim, o item III encontra-se em desacordo com o art. 9º, II da Lei 9.784/1999:
(...)
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada.
Gabarito (D)
59. FGV/ TJ-RJ – Analista Judiciário – Especialidade Assistente Social – 2014
a) do devido processo legal, segundo o qual ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal, mas pode sê-lo de seus bens;
b) da inércia, segundo o qual a Administração Pública precisa ser provocada pelo interessado para iniciar o
processo administrativo;
c) do contraditório, segundo o qual o administrado réu é obrigado a se defender com os meios necessários,
sob pena de ser declarado indefeso com a nomeação de defensor dativo;
d) da ampla defesa, segundo o qual ao administrado é assegurado o exercício de sua defesa com os meios e
recursos a ela inerentes;
53
e) da verdade real, segundo o qual o administrador possui os mesmos poderes e prerrogativas das
autoridades judiciais.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Nos termos do art. 5º, LIV da Constituição Federal, tal princípio postula que
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
A letra (b) está incorreta. A Administração não precisa ser provocada para iniciar o processo administrativo
devido ao princípio da oficialidade, em que ela pode agir de ofício.
A letra (c) está incorreta. No processo administrativo, faculta-se ao administrado a participação no processo,
apresentando alegações e documentos. Como regra geral, no processo administrativo não há que se falar
em defesa obrigatória ou em nomeação de defensor dativo.
A letra (d) está correta, nos termos do que preceitua o art. 5º, LV da Constituição Federal:
Por fim, a letra (e) está incorreta. O princípio da verdade real é aplicável aos processos administrativos e
preceitua que o administrador deve buscar a “verdade incontestável” dos fatos, ainda que fora das peças do
processo administrativo.
Gabarito (D)
60. FGV/ PGM – Niterói – Procurador do Município - 2014
Sobre os princípios do processo administrativo, segundo a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta.
b) A eficiência significa que a Administração deverá se pautar pela presteza com resultados positivos e uma
atuação rápida para o serviço público, ainda que não atenda ao interesse público.
c) O direito fundamental de acesso à informação, no tocante aos dados relativos ao indivíduo em si,
constantes de registros ou de bancos de dados de entes governamentais ou de caráter público, é reflexo do
princípio da autotutela.
d) O princípio da proporcionalidade dá azo a que a Administração Pública tome decisões sem necessidade
de adequar os meios aos fins.
e) Nada obsta a que a Administração Pública, na busca de um resultado, tome a providência mais gravosa,
em desatenção à coletividade
54
Comentários:
A letra (a) está correta. Exação consiste na realização de algo com perfeição, sendo que lisura é sinônimo de
honestidade. Assim, pode-se dizer que estão ligados ao núcleo da moralidade administrativa.
A letra (b) está incorreta. A Administração não deve se desviar do interesse público, a pretexto de agir de
modo eficiente.
A letra (c) está incorreta. A informação descrita na alternativa é reflexo do princípio da publicidade.
A letra (d) está incorreta. O princípio da proporcionalidade corresponde justamente à adequação entre os
meios e fins.
Por fim, a letra (e) está incorreta. A Administração Pública não pode impor obrigações, restrições e sanções
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (princípio da
razoabilidade).
Gabarito (A)
61. FGV/ Prefeitura de Florianópolis – SC – Fiscal de Serviços Públicos – 2014
O professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua processo administrativo como o instrumento que
formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares, a fim de ser produzida
uma vontade final da Administração. Nesse contexto, aplica-se aos processos administrativos o princípio
segundo o qual:
a) ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal, devendo ser respeitadas as normas legais
que regulam o processo administrativo;
b) aos litigantes são assegurados o contraditório e ampla defesa, com limitação estabelecida em cada caso
pelo Administrador aos meios e recursos a ela inerentes, pela supremacia do interesse público;
c) é assegurada a licitude da prova, pois são admissíveis, no processo administrativo, as provas obtidas por
meios ilícitos, para prestigiar a verdade real;
d) exige-se a publicidade de todas as decisões administrativas, não sendo possível qualquer restrição por
sigilo legal;
Comentários:
A letra (a) está correta. O art. 5º, LIV da Constituição Federal afirma que ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo legal.
55
A letra (b) está incorreta. Segundo o art. 5º, LV da Constituição Federal, aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes. Não poderia o administrador limitar, em cada caso, o exercício de tal preceito.
A letra (c) está incorreta. De acordo com o art. 30 da Lei 9.784/1999, são inadmissíveis as provas obtidas por
meios ilícitos no processo administrativo.
A letra (d) está incorreta. O art. 2º, parágrafo único, V da Lei 9.784/1999 informa que é permitida a
divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
A letra (e) está incorreta. Conforme o art. 5º, XXXIV, “b” da Constituição Federal, são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Gabarito (A)
62. FGV/ Câmara Municipal do Recife-PE – Consultor Legislativo – 2014
e) inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a
autoridade de maior grau hierárquico para decidir.
Comentários:
A letra (b) está incorreta. Conforme o art. 11 da Lei 9.784/1999, a competência é irrenunciável, como regra
geral. Além disso, art. 14, § 2º, dispõe que o ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
competente.
56
Por sua vez, a letra (c) está de acordo com o art. 13, I da Lei 9.784/1999:
A letra (d) está incorreta. Nos termos do art. 15 da Lei 9.784/1999, será permitida, em caráter excepcional e
por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
A letra (e) está incorreta. O art. 17 da Lei 9.784/1999 informa que, inexistindo competência legal específica,
o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
Gabarito (C)
63. FGV/ AL-BA – Técnico de Nível Superior – Administração – 2014
II. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, salvo quando previsto
expressamente em lei.
III. O pedido com pluralidade de interessados, com conteúdo e fundamentos idênticos, não pode ser
formulado em requerimento único, salvo se previsto em Lei.
Assinale:
Comentários:
O Item I está incorreto. De acordo com o art. 5º da Lei 9.784/1999, o processo administrativo pode iniciar-
se de ofício ou a pedido do interessado.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.
O Item III está incorreto. Consoante dispõe o art. 8º da Lei 9.784/1999, o pedido com pluralidade de
interessados, com conteúdo e fundamento idênticos, poderá ser formulado em um único requerimento,
salvo preceito legal em contrário.
Gabarito (B)
64. FGV/ AL-MT – Técnico Legislativo – 2013
Tendo em vista os princípios que regem o processo administrativo, assinale a alternativa que contém apen
as princípios aplicáveis ao processo administrativo.
Comentários:
A questão aborda os princípios implícitos aplicáveis ao processo administrativo. Entre eles estão:
publicidade, impessoalidade, oficialidade, informalismo procedimental ou formalismo moderado,
instrumentalidade das formas, verdade material ou real e gratuidade.
Gabarito (B)
65. FGV/ TCE-BA – Agente Público – 2013
No que tange ao processo administrativo, regido pela Lei n. 9.784/99, assinale a afirmativa correta.
b)O recurso tramitará por, no máximo, duas instâncias administrativas, salvo disposição legal em contrário.
d) O recurso hierárquico será dirigido diretamente a autoridade superior à que proferiu decisão.
e) O não conhecimento do recurso hierárquico impede que a administração venha a rever o ato de ofício.
58
Comentários:
A letra (a) está de acordo com o caput do art. 61 da Lei 9.784/1999. O recurso administrativo, de modo geral,
possui apenas efeito devolutivo (isto é, provoca a reanálise do processo por outra autoridade, sem sustar os
efeitos da decisão).
A letra (b) está incorreta. De acordo com o art. 57 da Lei 9.784/1999, o recurso administrativo tramitará no
máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
A letra (c) está incorreta. Conforme o art. 56, § 2º da Lei 9.784/1999, a interposição de recurso administrativo
independe de caução, salvo exigência legal.
A letra (d) está incorreta, porquanto o recurso será dirigido diretamente à autoridade que proferiu a decisão
- não à autoridade superior (art. 56, § 1º).
A letra (e) está incorreta. De acordo com o art. 63, § 2º da Lei 9.784/1999, por força do princípio da verdade
material, o não reconhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício, desde que não
ocorrida preclusão administrativa.
Gabarito (A)
66. FGV/ SUDENE-PE – Analista Técnico Administrativo – Ciência Jurídicas - 2013
Os agentes da Administração Pública podem, no desempenho de suas atribuições, delegar de parte de suas
atribuições a outros agentes públicos. No que concerne à delegação, segundo a Lei n. 9.784/99, é correto
afirmar que
a) a delegação é possível ainda que o órgão que recebe a atribuição não seja hierarquicamente subordinado
ao órgão que efetiva a delegação.
Comentários:
A letra (a) está de acordo com o disposto no caput do art. 12 da Lei 9.784/1999:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
59
As letras (b), (c) e (d) estão incorretas, nos termos do art. 13 da Lei 9.784/1999, adiante sintetizado:
Indelegáveis
edição de atos de caráter normativo
Por fim, a letra (e) está incorreta. De acordo com o art. 12, parágrafo único. da Lei 9.784/1999, os órgãos
colegiados podem delegar competências ao seu presidente.
Gabarito (A)
67. FGV/ TJ-AM – Analista Judiciário – Administração - 2013
I. Ela deve atender ao interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei.
II. Ela deve ser objetiva no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
III. Ela deve impulsionar, de ofício, o processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
Comentários:
60
Todos os três itens estão corretos, porquanto se coadunam com critérios gerais previstos no parágrafo único
do art. 2º da Lei 9.784/1999:
Gabarito (E)
68. FCC/TRF-4 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2019
Paulo da Silva é servidor federal e foi designado para compor Comissão Processante destinada a apurar a
responsabilidade de outro servidor público. Ao tomar ciência da designação, Paulo verifica que o servidor
investigado é seu parente de quarto grau, por intermédio de uma irmã adotiva de sua mãe. Diante da
situação relatada e à luz do que dispõem a Lei nº 8.112/90 e a Lei nº 9.784/99, Paulo
(A) é obrigado a comunicar o impedimento à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(B) é obrigado a comunicar a suspeição à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(C) deve prosseguir na Comissão, pois as leis em questão determinam expressamente que parentescos
baseados em adoção são incapazes de gerar incompatibilidade para atuação em processo administrativo.
(D) não está obrigado a comunicar impedimento, mas pode declarar-se em situação de suspeição, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
(E) não está obrigado a comunicar suspeição, mas pode declarar-se em situação de impedimento, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
Comentários:
Questão interessante, que aborda os institutos da suspeição e do impedimento, tratados tanto na Lei
8.112/1990 (que dispõe sobre o estatuto dos servidores civis da União), como na Lei 9.784/1999.
A partir das regras da Lei 8.112, sabemos que estaria impedido de atuar no caso o agente público que fosse
parente de até 3º grau do interessado, o que não é o caso (pois Paulo é parente de 4º grau do servidor):
61
Assim, não há que se falar em impedimento. Fosse o caso de impedimento, estaria o agente obrigado a
comunicar a situação à autoridade competente, sob pena de praticar falta grave, nos termos previstos na Lei
9.784/1999 (aplicável ao caso em caráter subsidiário):
Lei 9.784/1999, art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
De toda forma, se Paulo considerar que possui amizade íntima ou inimizade notória com o servidor
processado, poderá (facultativamente) se declarar suspeito:
Lei 9.784/1999, art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Ressalto que, apesar de a Lei 9.784/1999 não prever a declaração de suspeição pelo próprio servidor, a
doutrina tem considerado que o reconhecimento da suspeição é uma faculdade do agente. Assim,
diferentemente do impedimento, na suspeição não há obrigatoriedade de comunicação à autoridade
competente.
Dessa forma, a letra (d) está correta. Se Paulo tiver amizade íntima ou inimizade notória, poderá se declarar
suspeito.
Quanto à letra (c), incorreta, lembro que inexiste distinção com o parentesco por adoção.
Gabarito (D)
Considere a edição de ato administrativo indeferindo pedido administrativo de particular para que o poder
público municipal promova urgentes reparos no leito da rua onde está situada sua residência, em razão do
aparecimento de uma rachadura que vem progressivamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
ele e demais moradores do local. Essa medida
a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo em vista que não são somente os servidores públicos
destinatários dessa atuação, que abrange decisões relativas a outros vínculos jurídicos.
b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somente com autorização judicial o ente público poderia
realizar contratação para aquela finalidade sem a realização de licitação.
62
c) admite revisão pela própria Administração pública em caso de constatação de inadequação, desde que se
trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de legalidade diretamente.
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que permite à Administração pública superior convalidar ou
anular o ato administrativo, caso reste demonstrada sua inadequação e inconveniência diante da situação
fática.
e) demandará a interposição de recurso administrativo por parte do requerente, sem prejuízo de poder
adotar medidas judiciais para intervenção da obra, diante da situação emergencial caracterizada.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. A medida em tela não tem relação com o poder disciplinar, o qual se destina a
apurar infrações e a aplicar sanções àqueles sujeitos à sua disciplina interna. Trata-se do exercício do poder
discricionário, em que a Administração Pública pode valorar a oportunidade e a conveniência do pedido
formulado pelo particular.
A letra (b) está incorreta. A contratação de uma obra pública, com ou sem licitação prévia, não exige
autorização judicial. Além disso, é o legislador quem autoriza a dispensa de licitação – não o Poder Judiciário.
A letra (c) está incorreta. O vício de legalidade também pode ser sanado diretamente pela Administração
Pública, no exercício da autotutela:
Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Lei 9.784/1999, art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
A letra (d) peca ao dizer que a Administração Pública poderá anular em razão da inadequação ou
inconveniência. Nesta situação, a Administração poderia, na verdade, revogá-los. A anulação tem lugar
quando o ato padece de vícios (ilegalidades, invalidades).
A letra (e) está correta. Primeiramente, aquele que é parte no processo possui legitimidade para interpor
recurso, nos termos dos artigos 56 e 58 da lei 9.784/1999:
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito. (..)
Além de recorrer administrativamente, o interessado poderá acionar o Judiciário para que este aprecie a
atuação administrativa sob o prisma da legalidade, dada a inafastabilidade da jurisdição:
CF, art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Gabarito (E)
Plínio, administrado que se encontra em condição de interessado em processo administrativo, deseja ver
referido processo no qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos. Em conformidade com a Lei
Federal no 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal,
Plínio
a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter cópias de documentos neles contidos, faz-se
obrigatória a assistência por advogado, já que para tal ato é sempre necessária a representação
b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias de documentos nele contidos sem a assistência
obrigatória de um advogado, já que para tais atos é sempre necessária a representação.
d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, ressalvado o direito de conhecer as decisões proferidas, ato este que obriga
sempre a assistência de um advogado, por meio de representação.
e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, sem, contudo, poder formular alegações e apresentar documentos antes
da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a assistência de um advogado, por meio de representação.
Comentários:
Questão que exigiu conhecimento dos direitos do administrado, previstos expressamente no art. 3º da Lei
9.784/1999:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
64
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
Nosso gabarito está na letra (b), uma vez que o administrado terá direito a vista e também cópia dos autos
do processo em que figurar como interessado. Além disso, a representação por meio de advogado, como
regra geral, é uma faculdade do administrado (não uma obrigação). Dessa forma, em regra, ele poderá se
manifestar no processo administrativo, mesmo que não constitua advogado.
Gabarito (B)
71. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo – Administrador – 2018
Diversos mecanismos de controle da Administração pública são passíveis de serem utilizados, sejam eles
internos ou externos à organização administrativa. Dentre as formas de exercício do controle interno da
Administração, considerando o disposto na Lei n° 9.784/1999,
a) o recurso administrativo possibilita que os atos administrativos sejam revistos por razões de legalidade,
sejam eles discricionários ou vinculados.
c) o recurso hierárquico é a mais efetiva, porque enseja análise por autoridade superior, diferentemente dos
demais recursos.
d) a revisão de ofício só pode ter lugar nos atos discricionários, eis que admitem mais de um exame de
conveniência e oportunidade.
e) a interposição de recurso impede o exercício do juízo de reconsideração pela autoridade que proferiu o
ato, sendo imperiosa a submissão à autoridade superior.
Comentários:
A letra (a) está correta. Tanto atos administrativos vinculados como discricionários são passíveis de recurso.
Além disso, o recurso se presta ao exame de motivos de legalidade ou por motivos de mérito:
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.
A letra (b) está incorreta. Na reconsideração, a decisão é revista pela própria autoridade que emitiu o ato
(não por instância superior).
65
A letra (c) está incorreta, pois em outras espécies de recurso também poderá haver análise por autoridade
superior.
A letra (d) está incorreta. A revisão de ofício tem lugar tanto nos atos discricionários como nos vinculados.
O fundamento da revisão de atos sancionatórios consiste no surgimento de fatos novos ou circunstâncias
que demonstrem a inadequação da sanção:
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
A letra (e) está incorreta. A autoridade que recebeu o recurso administrativo poderá reconsiderar sua
decisão anterior, antes de submetê-lo à instância superior:
Art. 56, § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Gabarito (A)
72. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Legislativo – Constituição e Justiça – 2018
De acordo com o que dispõe a Lei federal n° 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito
federal, aplicada ao Distrito Federal por força da Lei distrital n° 2.834, de 2001, a competência dos órgãos
públicos
a) não pode ser delegada, salvo em situações excepcionais e devidamente justificadas, em caráter
temporário, não importando renúncia da autoridade delegante, que continua exercendo a competência
concomitantemente.
b) pode ser objeto de delegação, parcial ou total, apenas a órgãos subordinados hierarquicamente e vedada
a delegação da competência para decisão de recursos.
c) não pode ser objeto de avocação, salvo em relação à anulação de atos eivados de vício, cuja revisão
independe da interposição de recurso, podendo ser procedida de oficio.
d) deve ser exercida nos limites cometidos por lei, o que não impede a delegação de competência exclusiva
do órgão, por diploma infralegal, a órgão hierarquicamente superior.
e) é irrenunciável, o que não impede a delegação, nas hipóteses previstas em lei, expressamente vedada em
relação a edição de atos de caráter normativo.
Comentários:
A letra (b) está incorreta. Somente pode ser delegada parte da competência:
Lei 9.784/1999, art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
A letra (c) está incorreta, dada a possibilidade de avocação de competência – em caráter excepcional:
Lei 9.784/1999, art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
A letra (d) está incorreta, porquanto matérias de competência exclusiva não admitem delegação:
Por fim, a letra (e) está correta. Além da impossibilidade de delegação da competência normativa (inc. I
acima), a competência é de fato irrenunciável, inobstante se admita sua delegação e avocação:
art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Gabarito (E)
73. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) – Analista Judiciário – Estatística – 2018
No que concerne à competência dos órgãos públicos, na forma disciplinada pela Lei nº 9.784/1999, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública federal, existe expressa vedação
quanto à
a) delegação parcial ou temporária de competência, somente sendo admissível delegação em caráter integral
e definitivo.
b) avocação de competências, ainda que em caráter temporário e excepcional por motivos relevantes e
justificados pelo órgão superior.
67
c) delegação da competência de um órgão a outro quando este não lhe seja direta e imediatamente
subordinado hierarquicamente.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. É justamente o contrário: a delegação somente deve ocorrer em relação a uma
fração das competências:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
A letra (b) está incorreta, pois esta não é uma vedação contida na Lei 9.784/1999. Trata-se da própria
definição do instituto da avocação:
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.
A letra (c) está incorreta. Não se veda a delegação de competência a órgão não subordinado
hierarquicamente (art. 13, acima). Reparem que, diferentemente da avocação, a delegação não requer que
o destinatário seja hierarquicamente subordinado à autoridade originalmente competente.
Por fim, a letra (d) está incorreta e a letra (e), correta, ante as vedações contidas no art. 13, assim
sintetizadas:
competências
Indelegáveis
68
Gabarito (E)
74. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) – Analista judiciário – Área Administrativa – 2018
a) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, tendo em vista que importa a apuração da verdade
real.
b) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, desde que se observe, no trâmite do processo, o
direito de defesa e o contraditório do servidor ao qual se imputa a conduta antijurídica.
c) pode ser impulsionado de ofício, salvo no que se refere à fase de instrução, que depende de especificação
de provas pela Administração pública e pelo acusado.
d) pode se movimentar de ofício, inexistindo a mesma formalidade do processo judicial, não sendo
imprescindível a presença de advogado para defesa técnica do servidor ao qual se imputa conduta
antijurídica.
e) prevê a realização de apenas uma audiência, dita una, que concentra as fases de conciliação, instrução e
decisão.
Comentários:
As letras (a) e (b) estão incorretas. Muito embora o princípio da verdade material suscite entendimentos
doutrinários que defendem a admissão de provas ilícitas no processo administrativo, o entendimento
majoritário, calcado no dispositivo da Lei 9.784/1999 e no texto constitucional3, pugna pela não admissão
das provas obtidas ilicitamente:
Lei 9.784/1999, art. 38, § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas,
impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
A letra (c) está incorreta. A fase de instrução do processo administrativo também poderá ser impulsionada
de ofício pela Administração:
3
Constituição Federal, art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
69
A letra (d) está correta, apesar ter exigido muita interpretação de texto dos candidatos. Ao mencionar que
não é imprescindível, o examinador quer dizer que é prescindível e, portanto, dispensável a presença de
advogado para defesa técnica do servidor ao qual se imputa conduta antijurídica, o que se coaduna com o
teor da Súmula Vinculante 5 do STF:
Súmula Vinculante 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição.
Por fim, a letra (e) está incorreta. Na Lei 9.784/1999 não há regulamentação de quaisquer audiências de
instrução e julgamento, unas ou não, à exceção da audiência pública (art. 32).
Gabarito (D)
No que concerne à competência das autoridades administrativas e sua delegação, nos termos disciplinados
pela Lei Federal n° 9.784/1999, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, tem-se que
c) admite-se a delegação para a edição de atos normativos, desde que não gerem efeitos perante terceiros
e) não é passível de delegação a competência exclusiva, salvo para a prática de atos declaratórios.
Comentários:
A letra (a) está correta e as letras (c) e (e) estão incorretas, ante as vedações contidas no art. 13 da Lei 9.784:
70
Indelegáveis
edição de atos de caráter normativo
A letra (b) está incorreta, pois é possível a delegação a órgão que não esteja hierarquicamente subordinado
ao órgão delegante:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Por fim, a letra (d) está incorreta. Não se pode dizer que a avocação é sempre cabível, porquanto consiste
em medida excepcional. Além disso, é necessário ato específico, declarando a avocação e justificando seus
motivos:
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.
Gabarito (A)
76. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
Suponha que determinado cidadão tenha interposto recurso administrativo, buscando a anulação de um ato
praticado por autoridade administrativa, consistente na concessão de alvará de funcionamento de
estabelecimento comercial, alegando que, embora não seja titular do direito envolvido, o ato em questão
estaria afetando indiretamente seus interesses. O recurso foi interposto perante a autoridade superior
àquela que proferiu a referida decisão. Diante de tal situação,
a) o recurso não será conhecido, por se tratar de ato vinculado, cujo controle somente é admissível em sede
judicial, quando identificado vício de legalidade.
b) o recurso não será conhecido, eis que, embora apresentado perante a autoridade competente, o
postulante não possui legitimidade para recorrer, podendo, contudo, solicitar a revisão do ato perante a
autoridade que o prolatou.
71
c) o recurso deverá ser conhecido, desde que apresentado no prazo de 10 dias da publicação do ato
recorrido, podendo a autoridade competente, a seu critério, submetê-lo, previamente, à revisão da
autoridade prolatora.
d) embora o postulante possua legitimidade para recorrer, o recurso não será conhecido eis que interposto
perante autoridade incompetente, o que não impede que o ato seja revisto de ofício pela Administração, se
ilegal e se não operada a preclusão administrativa.
e) embora interposto perante autoridade incompetente e por pessoa não legitimada, o recurso pode ser
conhecido, a critério da Administração, desde que intime o beneficiário do ato para apresentar suas
contrarrazões.
Comentários:
Por meio desta questão vamos analisar mais detalhadamente a legitimidade para interposição de recursos e
a competência para sua análise.
Primeiramente, destaco que o cidadão, embora não fosse ‘parte’ no processo administrativo, é considerado
legitimado para recorrer (art. 58):
no tocante a direitos e
organizações e associações representativa interesses coletivos
quanto a direitos ou
cidadãos ou associações interesses difusos
No entanto, o recurso não deve ser conhecido (art. 63, II), uma vez que deveria ter sido interposto perante
a autoridade que proferiu a decisão – não ao seu superior:
Art. 56, § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a
reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Por força do princípio da verdade material, todavia, o não conhecimento do recurso não significa que a
Administração esteja impedida de rever o ato, se este se mostrar ilegal:
72
A letra (a) está incorreta. O controle de legalidade dos atos, vinculados ou discricionários, poderá ser feito
tanto pela via judicial, como pela administrativa.
A letra (b) está incorreta, pois o recorrente possui sim legitimidade para recorrer, ao ter interesse
indiretamente afetado pela decisão (art. 58, II).
A letra (c) está incorreta. O prazo para a interposição recursal, de fato, é de 10 dias, como regra geral. No
entanto, o recurso deixará de ser conhecido em razão de ter sido interposto perante autoridade não
competente.
Por fim, letra (e) está incorreta. Como o recurso não atendeu aos pressupostos legais, notadamente em
razão da interposição perante autoridade incompetente, não poderá ser conhecido:
Gabarito (D)
77. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2018
Numa hipótese em que um processo administrativo disciplinar tenha tramitado até a fase final, com
proferimento de decisão aplicando penalidade ao servidor público, e que se tenha verificado a inexistência
de intimação do mesmo no início do procedimento para apresentação de regular defesa,
a) a decisão não pode ser revista administrativamente, tendo em vista que não é obrigatória a apresentação
de defesa e será possível questionar integralmente o resultado no Judiciário.
b) há nulidade, gerando fundamento para anulação dos atos posteriores e retomando-se o procedimento
para conferir oportunidade de defesa ao servidor público.
d) é de rigor a revogação do processo, reabrindo-se prazo para defesa do servidor público, sendo possível,
no entanto, o aproveitamento dos atos praticados que não tenham gerado prejuízo ao servidor.
73
e) a decisão poderá ser anulada pela própria Administração pública, em razão da obrigatoriedade de
submeter todas as suas decisões em processos disciplinares à instância superior, com recurso obrigatório.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Por força da autotutela, a Administração tem o poder-dever de anular seus autos
quando eivados de nulidades. Embora a apresentação de defesa não seja obrigatória na grande maioria dos
processos administrativos, era obrigatória a intimação do servidor, para que ele tivesse a oportunidade de
exercitar o contraditório e a ampla defesa.
A letra (b) está correta. A ausência de intimação do servidor, interessado naquele processo, é causa de
nulidade. Dessa forma, deve-se anular todos os atos subsequentes à intimação que deixou de ser efetuada
e, então, dar oportunidade ao servidor para se defender adequadamente.
As letras (c) e (d) estão incorretas, na medida em que a falta de intimação, caso não suprida
espontaneamente, é causa de nulidade, o que dá ensejo à anulação dos atos (não sua revogação).
A letra (e) está incorreta, uma vez que inexiste este “recurso obrigatório” mencionado na alternativa.
Gabarito (B)
78. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
Um servidor apresentou requerimento para que lhe fossem concedidas, em pecúnia, as licenças-prêmio a
que fazia jus, com base em legislação recém-aprovada pelo ente público cujo quadro integrava. Durante o
prazo para apresentação de recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o requerimento, a
Administração pública
a) não poderá rever a decisão administrativa, tendo em vista que o processo administrativo depende de
provocação do interessado.
c) pode anular a decisão proferida, de ofício, no caso de constatar que estava eivada de ilegalidade.
d) deve intimar o interessado para que informe se irá apresentar recurso e, diante da negativa, poderá
exercer seu poder de revisão dos atos administrativos.
e) pode rever a decisão de ofício, desde que tenha sido apresentado recurso pelo interessado, ainda que não
tenha invocado a ilegalidade.
Comentários:
74
A letra (b) está incorreta. Tratando-se de decisão ilegal, não terá lugar a revogação – mas sim a anulação.
A letra (c) por sua vez está correta. Constatando que a decisão era inválida, a Administração tem o poder-
dever de anular o ato, não dependendo de requerimento para tanto:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
Quanto à utilização do “pode anular” nesta alternativa, lembro dos termos da SUM-473 do STF:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
A letra (d) está incorreta. A revisão não está condicionada à interposição ou não de recurso por parte do
interessado. A Administração poderá rever o ato e, caso o interessado não concorde com a medida, poderá
se insurgir, interpondo recurso contra a medida revisional.
A letra (e) está incorreta. A revisão, por parte da Administração, pode se dar de ofício, isto é, sem que o
interessado tenha recorrido da decisão.
Gabarito (C)
O processo administrativo, nos termos da Lei nº 9.784/99, possui algumas características, expressamente
previstas, que podem diferenciá-lo dos processos judiciais, a exemplo da
a) facultatividade da observância do direito de defesa e do contraditório, que pode ficar para o momento
final, após a decisão.
c) coisa julgada, que demanda concordância das partes para que possa produzir efeitos.
d) instância recursal, que demanda expressa previsão na lei, sob pena de não haver autorização para tanto.
75
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Primeiramente, a observância aos princípios do contraditório e ampla defesa não
é discricionária à Administração. Ela está obrigada a respeitá-los:
Além disso, o interessado tem direito de saber sobre a existência de processos contra ele e se manifestar
durante todo o processo, inclusive apresentando documentos e alegações até a decisão:
Art. 3º, II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a
condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
A letra (b) está correta. O princípio da oficialidade permite que a própria Administração, de ofício, instaure
um processo administrativo e, ainda, se encarregue de impulsioná-lo e movimentá-lo até que se chegue à
decisão final.
A letra (c) está incorreta. Primeiramente, a existência de coisa julgada independe da concordância das partes.
Além disso, a rigor, a decisão administrativa não produz “coisa julgada” propriamente dita. Poderia se
cogitar, consoante defende Celso Antônio Bandeira de Mello4, a existência de coisa julgada administrativa,
que trata das decisões que são definitivas perante a Administração, mas, mesmo nestes casos, o Poder
Judiciário poderia ser acionado.
A letra (d) está incorreta. Tratando-se de recurso hierárquico próprio, não há que se falar em expressa
previsão em lei, uma vez que este decorre da hierarquia inerente à estrutura administrativa. Nesse sentido,
o art. 56 da Lei 9.784 prevê, de modo geral, que cabe recurso das decisões administrativas, em face de razões
de legalidade e de mérito.
A letra (e) está incorreta. A Lei 9.784/1999 não veda a colheita de prova testemunhal. Na verdade, o diploma
legal veda apenas as provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Podemos citar, como
exemplo de prova testemunhal, os depoimentos colhidos nos processos disciplinares regidos pela Lei 8.112,
consoante prevê seu art. 157, caput.
Gabarito (B)
4
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. Ed. Malheiros. 26ª ed. P. 36
76
Uma servidora formulou requerimento de contagem de tempo de serviço anterior ao seu ingresso no serviço
público. Houve indeferimento, do qual ela recorreu. A autoridade recorrida encaminhou o recurso à
autoridade superior, que editou ato delegando as decisões sobre recursos administrativos ao seu
subordinado que lhe havia encaminhado o processo. Esse cenário
a) pode conter ilegalidade no caso de a decisão proferida ser recorrível, considerando que em alguns casos
a revisão permite apenas pedido de reconsideração.
b) é aderente a lei, pois antes da apreciação o recurso deve ser obrigatoriamente apreciado como pedido de
reconsideração.
c) é válido e legal, pois a decisão em recurso administrativo não faz coisa julgada, de modo que fica reservado
à servidora recorrer ao Judiciário.
d) apresenta nulidade, pois a delegação poderia ter sido feita à autoridade subordinada, desde que diversa
daquela que proferiu a decisão recorrida, sob pena de supressão de instâncias.
e) contém ilegalidade, pois a competência para decisão de recursos administrativos não pode ser delegada,
em especial para a mesma autoridade que proferiu a decisão recorrida.
Comentários:
Assumindo que a Lei 9.784/1999 aplica-se ao caso, é possível concluirmos que a delegação de competência
da autoridade superior é ilegal, uma vez que o art. 13 da Lei 9.784/1999 veda a delegação da decisão de
recursos administrativos.
Gabarito (E)
As funções administrativas, típicas do Poder Executivo, conferem relevância ao trâmite dos processos
administrativos, possuindo disciplina específica conforme o ente federado em questão, à exemplo da Lei n°
9.784/1999 que
b) rege direitos e obrigações no âmbito dos processos administrativos federais que tramitam perante o Poder
Executivo, não alcançando aqueles que se processam diante dos outros Poderes, que demandam regulação
própria.
77
c) impede a movimentação de ofício do processo administrativo sempre que o objeto do mesmo envolver,
direta ou indiretamente, apuração de infração disciplinar.
e) estabelece as garantias dos administrados, introduzindo princípios e direitos a serem observados nos
processos administrativos, de forma a excluir quaisquer aspectos discricionários das decisões que venham a
ser tomadas nos mesmos e assim garantir o adequado contraditório.
Comentários:
Art. 1º, § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
Por este mesmo dispositivo, percebemos que a letra (b) está incorreta.
A letra (c) está incorreta. A atuação administrativa, de modo geral, é informada pelo princípio da oficialidade,
de sorte que os processos administrativos, inclusive aqueles disciplinares, poderão ser instaurados de ofício
e impulsionados pelo próprio ente público.
A letra (d) está incorreta, pois as disposições da Lei 9.784/1999 alcançam, também, as entidades
descentralizadas federais:
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
Por fim, a letra (e) está incorreta. Imagine se a legislação proibisse toda e qualquer decisão discricionária?!
A variedade de assuntos e a dinamicidade da atuação administrativa impõem que o gestor tenha liberdade,
dentro dos limites legais, para tomar a decisão mais consentânea com o interesse público. Assim, a Lei
9.784/1999 ou qualquer outro diploma legal não vedam em absoluto a prática de atos discricionários.
Gabarito (A)
A autoridade competente instaurou processo administrativo contra certa empresa, por descumprimento de
normas de proteção ao consumidor, tendo-lhe imposto a pena de multa prevista em lei, a ser paga no prazo
ali fixado, caso contrário o valor seria cobrado judicialmente. Constou do ato de instauração do referido
processo que a empresa, se assim desejasse, poderia impugnar a imposição da penalidade mediante
78
provocação do Poder Judiciário, sendo-lhe vedada, em razão do pequeno valor da multa, a oposição de
defesa ou recurso administrativo. Nesse caso, o auto de infração é
a) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, cabe ao Estado promover a defesa
do consumidor.
b) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
c) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, é garantido a todos, no âmbito
judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
d) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo legal.
e) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes.
Comentários:
Em síntese, o ato administrativo proibiu o administrado de exercer seu direito ao contraditório e ampla
defesa por meio da via administrativa, impondo-lhe o ônus de recorrer ao Judiciário, caso discordasse da
medida. Ora, tal medida é flagrantemente inconstitucional, ao contrariar o disposto nos incisos XXXIV, ‘a’,
LIV e LV do art. 5º da Constituição Federal.
Além disso, a decisão força o administrado a recolher o valor da multa para que possa se defender, o que
também contraria a Súmula Vinculante 21 do STF:
Gabarito (E)
a) deve ser observada a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
79
e) é vedada a utilização de meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões no caso de solução
de vários assuntos da mesma natureza para evitar que sejam prejudicados direito ou garantia dos
interessados.
Comentários:
A letra (a) está de acordo com o seguinte critério de atuação da administração pública:
Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, XIII - interpretação da norma administrativa da
forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação
retroativa de nova interpretação.
Por sua vez, a letra (b) está incorreta. Apesar de irrenunciável, admite-se a delegação e a avocação de
competências:
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
A letra (c) está incorreta. Se o interessado arguir a suspeição da autoridade e esta for indeferida, de fato,
caberá recurso contra tal decisão. No entanto, tal recurso será conhecido sem efeito suspensivo:
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo.
A letra (e) está incorreta. Ao priorizar o princípio da racionalidade e da eficiência administrativa, o legislador
autorizou expressamente a utilização de meio mecânico para solução de assuntos da mesma natureza:
Art. 50, § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito
ou garantia dos interessados.
80
Gabarito (A)
84. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
Determinado processo administrativo, de âmbito federal, foi iniciado a pedido da interessada Marta, sendo
ela a titular do direito versado no processo. Durante a fase instrutória, a Administração fixou prazo para que
Marta apresentasse documento necessário à apreciação do pedido formulado. Nos termos da Lei nº
9.784/1999, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação
b) suspenderá o trâmite processual por sessenta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o
documento, será o feito obrigatoriamente extinto sem qualquer análise de mérito.
c) implicará o imediato prosseguimento do feito, o qual será apreciado somente com o conjunto probatório
constante nos autos do processo.
d) acarretará a concessão imediata de prazo suplementar de cento e oitenta dias, a fim de que Marta
apresente o documento.
e) suspenderá o trâmite processual por trinta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o documento,
será o processo obrigatoriamente julgado em seu mérito.
Comentários:
Marta formulou pedido à Administração e, posteriormente, deixou de cumprir intimação no prazo fixado
(intimação relacionada ao pedido formulado). Neste caso, o legislador estabeleceu que, ante a inércia do
titular do direito, seu pleito será arquivado:
Lei 9.784/1999, art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado
forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado
pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
Gabarito (A)
85. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Considere as seguintes assertivas concernentes à Lei no 9.784/1999, que regula o processo administrativo
no âmbito da Administração pública federal:
I. As disposições da Lei no 9.784/1999 também se aplicam ao Poder Judiciário, quando no exercício de função
administrativa.
81
II. A Lei no 9.784/1999 traz o conceito de “entidade”, definindo-a como a unidade de atuação que pode ou
não ter personalidade jurídica.
III. O administrado poderá optar por não prestar informações que lhes são solicitadas, tratando-se tal postura
de um de seus direitos, expressamente previsto na Lei no 9.784/1999.
IV. Um dos critérios a serem observados nos processos administrativos regidos pela Lei no 9.784/1999 é a
indicação dos pressupostos fáticos que tenham determinado a decisão, não se exigindo a indicação de
pressupostos de direito, justamente pela informalidade e objetividade que vigora em tais processos
administrativos.
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I.
Comentários:
O Item I está incorreto. No exercício da função administrativa, seja pelo Poder Executivo, ou pelo Judiciário,
em âmbito federal, será aplicada a Lei 9.784/1999:
Art. 1º, § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo
e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
O Item II está incorreto, na medida em que as “entidades” possuem personalidade jurídica própria:
O Item III está incorreto. Um dos deveres do administrado é prestar as informações que lhes são solicitadas:
Art. 4º, IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.
Por fim, o Item IV também está incorreto, pois a motivação abrange as razões de fato e também de direito
para a prática dos atos administrativos:
82
Art. 2º, parágrafo único, VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão;
Gabarito (E)
86. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Mauro, servidor público federal, responsável por determinado processo administrativo de âmbito federal,
deve, de acordo com a Lei nº 9.784/1999, praticar ato no prazo de cinco dias, quando inexistir disposição
legal específica, bem como quando inexistir motivo de força maior que justifiquem prazo diverso. De acordo
com a mesma Lei, o referido prazo
c) pode ser dilatado até o triplo, não sendo necessária justificação para tanto.
d) pode ser dilatado até o dobro, não sendo necessária justificação para tanto.
e) pode ser dilatado para o prazo máximo de trinta dias, mediante comprovada justificação.
Comentários:
Não havendo previsão de prazo específico, aplica-se o prazo de 5 dias, salvo motivo de força maior. Além
disso, tal prazo poderá ser prorrogado por mais 5 dias (isto é, prorrogado até o dobro), mediante justificativa
comprovada:
Lei 9.784/1999, art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade
responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados
no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.
Gabarito (A)
87. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal - 2017
Rúbia e Nefertite são partes interessadas em um mesmo processo administrativo de âmbito federal. Em
determinado momento, Rúbia formulou, por meio de manifestação escrita, pedido de desistência total do
pedido formulado. A propósito do tema e, nos termos do que preceitua a Lei no 9.784/1999, é correto
afirmar que
83
c) a desistência de Rúbia também poderia ser feita verbalmente, haja vista a informalidade que vigora no
processo administrativo.
d) a desistência não pode ser total, devendo ser parcial, vez que apenas a Administração pública tem o poder
de extinguir integralmente o feito.
e) a desistência de Rúbia somente será admissível se decorrer de fatos supervenientes, isto é, que surgiram
após a instauração do processo administrativo.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Mesmo diante do pedido de desistência por parte dos interessados, a
Administração não está obrigada a extinguir o processo:
Por sua vez, a letra (b) está correta. Como há duas interessadas, o pedido de desistência de Rúbia poderia
atingir somente ela:
Art. 51, § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem
a tenha formulado.
A letra (c) está incorreta, pois o pedido de desistência deverá ser formulado necessariamente por escrito:
A letra (d) está incorreta, na medida em que se admite a desistência total do pedido formulado.
Por fim, a letra (e) está incorreta, porquanto não há tal exigência na Lei 9.784/1999.
Gabarito (B)
88. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa - 2016
Considere:
Nos termos da Lei n° 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública
federal, constitui vedação absoluta e que, portanto, não admite exceção, o que consta APENAS em
a) III e IV
b) I e II.
c) I, II e III.
d) IV.
e) I e III.
Comentários:
Questão interessante que cobrou vedações absolutas constantes expressamente da Lei 9.784/1999.
O Item I está correto. Em respeito ao princípio da segurança jurídica, sob hipótese alguma, a Lei 9.784/1999
admite a aplicação retroativa de nova interpretação:
Art. 2º parágrafo único, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor
garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.
O Item II está incorreto. Como regra geral, os atos do processo devem ser públicos e, em alguns casos, objeto
de divulgação oficial. No entanto, tal regra não é absoluta, visto que se admite o sigilo dos atos
administrativos nos casos determinados na Constituição Federal:
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e
documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à
imagem.
O Item III está correto. Em atenção ao princípio da impessoalidade (Constituição Federal, art. 37, caput e
§1º), a Lei 9.784/1999 veda, em caráter absoluto, a promoção pessoal de agentes ou autoridades:
85
Por fim, o Item IV está incorreto. Apesar de a competência ser irrenunciável, admite-se a realização de
delegação e avocação de competências:
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Gabarito (E)
89. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016
Considere a seguinte situação hipotética: Heitor, é chefe de determinada repartição pública, de âmbito
federal, e responsável por decidir os recursos administrativos interpostos. No momento de prolatar decisão
em recurso administrativo, Heitor recebeu ligação de sua esposa alegando que seu filho não estava bem e
precisaria ser internado. Em razão da circunstância fática ocorrida, Heitor precisou ausentar-se do serviço
público pelo prazo de três dias. Nos termos da Lei nº 9.784/1999, a decisão do recurso administrativo
b) pode ser objeto de delegação, não sendo necessário que o ato de delegação seja publicado no meio oficial.
c) pode ser objeto de delegação, no entanto, o ato de delegação não poderá ser revogado a qualquer
momento, havendo períodos próprios para tanto.
d) não admite delegação, como regra, no entanto, na hipótese narrada, comportará delegação desde que
proferida pela autoridade hierarquicamente inferior a Heitor.
Comentários:
86
Gabarito (A)
90. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Administrativa – 2016
Em determinado processo administrativo, de âmbito federal, a parte interessada, Ana Lúcia, possui domicílio
incerto e, por falha na tramitação do processo, deixou de ser intimada. No entanto, posteriormente, Ana
Lúcia compareceu espontaneamente ao processo. Nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) o comparecimento de Ana Lúcia não supre a falta de intimação, mas é garantido o direito de ampla defesa
à Ana Lucia.
b) a ausência de intimação importa nulidade insanável, razão pela qual o processo deverá ser extinto.
e) a intimação deveria ter sido efetuada por telegrama, por ser a forma adequada de intimação nas situações
de domicílio incerto.
Comentários:
O comparecimento espontâneo da interessada supre a falta de intimação. Além disso, como seu domicílio
era incerto, ela deveria ter sido intimada mediante publicação oficial:
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas
o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Quanto à letra (d), incorreta, é preciso destacar que a revelia do interessado não gera efeitos de confissão
ou de reconhecimento da verdade dos fatos:
Gabarito (C)
91. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador
Federal – 2016
Em determinado processo administrativo de âmbito federal, foi proferida decisão que acabou atingindo
indiretamente o direito da servidora Cristina. Em outro processo administrativo de âmbito federal, foi
87
proferida decisão no tocante a interesse e direitos coletivos, razão pela qual uma associação representativa
está pretendendo interpor recurso administrativo. Nos termos da Lei no 9.784/1999,
a) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas os titulares de
direitos que forem parte no processo poderão assim o fazer.
b) tanto Cristina quanto a associação representativa têm legitimidade para interpor recurso administrativo
nos casos narrados.
e) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas a pessoa física,
diretamente afetada pela decisão, poderá assim o fazer, independentemente de ser parte ou não no
processo.
Comentários:
Nos termos do art. 58 da Lei 9.784/1999, ambos os interessados têm direito a interporem recursos
administrativos. Relembrando:
no tocante a direitos e
organizações e associações representativa interesses coletivos
quanto a direitos ou
cidadãos ou associações interesses difusos
Gabarito (B)
88
a) que detém personalidade jurídica própria, ao contrário da entidade que não é dotada de personalidade
jurídica própria e distinta do ente instituidor.
b) destituído de personalidade jurídica própria, tal qual as entidades que integram a Administração pública
indireta e agem em nome do ente instituidor.
c) que com elas não se confunde, a despeito de ser uma de suas partes integrantes, não possuindo
personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades que são dotadas de personalidade jurídica
própria.
d) representativo do fenômeno denominado descentralização por serviço, o que o distingue da entidade que
constitui unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, característica do fenômeno da
desconcentração.
e) que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos, razão pela qual com eles se confunde para
todos os fins de direito.
Comentários:
Os órgãos são estruturas administrativas desprovidas de personalidade jurídica própria, diferentemente das
entidades:
Assim, as letras (a) e (b) estão incorretas e a letra (c) está correta.
A letra (d) está incorreta, pois os órgãos são representativos do fenômeno da desconcentração no serviço
público, ao contrário das entidades, que são fruto da descentralização.
A letra (e) está incorreta. Os órgãos não se confundem com os agentes públicos que lhes dirigem. O que
ocorre é que a atuação dos agentes é imputada aos órgãos e, em última instância, à pessoa jurídica a que os
órgãos pertencem (teoria da imputação volitiva ou teoria do órgão).
Gabarito (C)
89
A inovação da Constituição de 1988, em relação ao direito de defesa, concentra-se em dois aspectos até
então intocados: se antes a titularidade era somente dos acusados de crimes, agora passa a ser dos litigantes
e acusados em qualquer processo.
a) Em que pese ser um princípio constitucional explícito incidente sobre o processo administrativo em geral,
a ampla defesa não é princípio expresso na Lei Federal de Processo Administrativo.
b) As sanções, ao serem aplicadas por autoridade competente, não poderão ter natureza pecuniária,
podendo consistir em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
c) A regra expressa na Lei Federal de Processo Administrativo dispõe que o desatendimento da intimação
não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado, sendo
garantido no prosseguimento do processo o direito de ampla defesa ao interessado.
d) São admissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos, desde que em casos
visando à apuração de atos de corrupção.
e) A Administração Pública, a partir de 1988, passou a poder apurar a prática de atos tipificados como crime,
impondo administrativamente penas que antes eram decorrência exclusiva do processo judicial penal.
A partir do texto da Lei nº 9.784/99, com relação ao dever de a Administração Pública decidir, considere as
seguintes afirmativas:
1. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
2. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
3. A lei estabelece previsão expressa, reconhecendo o direito subjetivo público de ingresso com mandado de
segurança em caso de o prazo final de decisão administrativa não ser cumprido após a notificação da
Administração pelo interessado, ainda que tenha sido deferido efeito suspensivo à decisão.
90
4. Ao órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final, é vedada a elaboração de
relatório ou formulação de proposta de decisão, devendo o processo ser enviado de imediato à autoridade
competente.
O dever de autotutela é um dos mais clássicos do regime jurídico da Administração Pública a incidir no
processo administrativo. Sobre as regras gerais inerentes ao processo administrativo no âmbito federal,
assinale a alternativa correta.
a) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, ressalvados os casos em que
há interesse público predominante.
b) Em processos administrativos que impliquem a existência de efeitos patrimoniais contínuos, não há prazo
de decadência.
c) O prazo prescricional estabelecido em lei para a convalidação de atos administrativos é de dez anos.
e) É vedada a declaração unilateral de extinção do processo, ainda que prejudicado por fato superveniente.
O interesse público em sentido amplo que deve prevalecer sobre o interesse privado, por consistir no
interesse dos indivíduos enquanto membros da sociedade, será sempre o interesse juridicamente tutelado
em detrimento do interesse não protegido pelo ordenamento jurídico.
(HACHEM, Daniel Wunder. Princípio constitucional da Supremacia do Interesse Público. Belo Horizonte:
Fórum, 2011.)
91
b) reconhece expressamente o interesse público como um dos princípios que regem a Administração Pública.
c) permite a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo vedação em lei, desde que fundada
no interesse público.
e) permite que sejam sanados os atos administrativos que acarretem lesão ao interesse público mediante o
instituto da convalidação.
a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no processo administrativo sem a titularidade de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação.
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que não possam ser afetados pela
decisão a ser adotada.
c) Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados ou não para
assuntos que importem pretensões equivalentes.
92
e) O requerimento inicial do interessado deve, sem ressalvas, ser formulado por escrito.
Dentre os princípios fundamentais que norteiam nosso ordenamento jurídico, está o devido processo legal.
Em suma, significa que ninguém poderá ser sentenciado, condenado ou julgado sem os trâmites legais.
Nesse sentido, no que diz respeito à Administração Pública, é correto afirmar que
a) nos processos administrativos deve-se seguir a lei e o direito, com possibilidade, dependendo do caso, de
haver tribunais de exceção.
b) o segredo é a regra nos processos, exceto quando há interesse de incapaz ou determinação judicial sobre
os atos praticados pela Administração.
c) em regra é proibida a cobrança de custas processuais dos agentes que figurarem em processos
administrativos, exceto as previstas em lei.
d) a impulsão dos processos administrativos não pode ser de ofício, dependendo de Inquérito Policial para o
início de sua instrução.
e) os processos administrativos têm como fim a promoção do agente, vedado o atendimento aos interesses
da administração.
“No curso de processo administrativo, a Pessoa Jurídica XYZ faz requerimento a determinada Agência
Reguladora Federal pleiteando sua inclusão em credenciamento de fornecedores. Não obstante o
requerimento, a Agência Reguladora se mantém omissa em sua resposta, mesmo após vencido o prazo legal
de resposta.” Com relação à referida omissão administrativa, assinale a alternativa correta.
a) Caberá a propositura de ação judicial pela Pessoa Jurídica XYZ, para assegurar o direito de resposta, nos
termos da lei federal que dispõe sobre o processo administrativo.
b) Como a omissão não é caracterizada como ato administrativo, não cabe a propositura de ação judicial,
mas reclamação administrativa, com fundamento no direito de petição.
c) A omissão implicará na aceitação tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que o
particular não pode ser prejudicado pela demora imputada à Administração Pública.
d) A omissão implicará na rejeição tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que
somente podem advir efeitos concretos ao credenciamento de atos praticados pela Administração pública.
93
a) não é possível, uma vez que não há subordinação hierárquica entre ambos os órgãos da autarquia federal.
b) é possível, salvo com relação a atos de gestão contratual que sejam de competência privativa do
Presidente.
c) é possível, inclusive quanto aos atos de gestão patrimonial que sejam de competência privativa do
Presidente.
d) não é possível, uma vez que somente motivos de índole técnica, social ou jurídica podem ser motivo de
delegação de competência.
“Um servidor do TRE, no decorrer de processo administrativo em que pleiteia afastamento para estudo no
exterior, contraiu doença grave após contaminação por radiação”. Na situação apresentada, à luz das normas
aplicáveis aos servidores federais, é correto afirmar que o servidor
c) tem direito à aposentadoria por invalidez que deve concedida em até trinta dias.
d) somente terá o afastamento pretendido após inspeção realizada por junta médica oficial.
Tanto a Constituição Federal de 1988 como a Lei de Processo Administrativo (Lei Federal nº 9.784/99)
preceituam que a Administração Pública deverá obedecer aos princípios do(a):
a) uma pessoa de 58 (cinquenta e oito) anos terá prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância,
nos procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado.
b) salvo disposição legal específica, é de quinze dias o prazo para interposição de recurso administrativo,
contado a partir da ciência da decisão recorrida, e não da sua divulgação oficial.
c) em decisão na qual se evidencie acarretarem lesão ao interesse público e prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos insanáveis poderão, ainda assim, ser ratificados pela própria Administração.
d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.
e) a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
O processo administrativo, no âmbito da Administração Pública Federal, encontra-se regulado pela Lei nº
9.784/1999. Com base nos seus dispositivos, é correto afirmar que
A a interposição de recurso administrativo, via de regra, depende de caução, conforme ocorre nos processos
judiciais.
B cabe recurso das decisões administrativas, apenas em face de razões de legalidade, não havendo previsão
de recurso para as questões de mérito.
C a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
D o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários prescreve em três anos, contados da data em que foram publicados, salvo comprovada má-fé.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
95
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
A autoridade legalmente competente para julgar o recurso administrativo não pode delegar essa atribuição
a terceiro.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
O não atendimento à intimação para comparecimento pelo representante legal da sociedade importou em
renúncia ao direito da sociedade.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
Apenas a sociedade multada poderá interpor recurso administrativo, pois a lei estabelece que apenas as
partes no processo têm legitimidade para recorrer.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
96
Caso a lei seja silente, para que o recurso administrativo interposto seja admitido, será necessário o depósito
prévio do valor da multa imposta.
A desistência do interessado em relação a processo administrativo iniciado por ele próprio implica
arquivamento dos autos, não podendo a administração pública dar prosseguimento ao processo.
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, o recurso administrativo tramitará, no máximo, por duas instâncias
administrativas, salvo disposição legal contrária.
Maria tomou posse recentemente no IPHAN e ficou responsável por desenvolver um projeto cujo objetivo
era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do Rio de Janeiro e reformar uma área
específica de um museu municipal, para a exposição das pinturas restauradas. Essas pinturas possuem
grande valor histórico, artístico e cultural, consideradas peças de grande raridade pelo estilo e método de
pintura utilizado. Essa restauração é uma tarefa que somente pode ser realizada por técnico especializado,
e há no país somente uma profissional habilitada para o trabalho.
Se, durante a implementação do projeto, for aberto processo administrativo contra Maria em decorrência
de reclamação anônima, ela não terá direito de acessar quaisquer informações sobre tal processo, incluindo-
se o ato que o motivou, em atendimento ao disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Considerando as disposições da Lei n.º 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo no âmbito
da administração pública federal, e da Lei n.º 8.666/1993, Lei de Licitações e Contratos, julgue o item a seguir.
Caso não haja impedimento legal, um órgão administrativo poderá delegar parte de sua competência a
outros órgãos, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando tal procedimento for
conveniente em razão de circunstância de natureza social.
97
Tendo como referência as disposições da Lei n.º 9.784/1999 e da Lei n.º 8.666/1993, julgue o item
subsequente.
Processo administrativo somente será iniciado mediante pedido de interessado, sendo vedado à
administração iniciá-lo de ofício, em respeito ao princípio da impessoalidade.
Tendo como referência a jurisprudência dos tribunais superiores relativa a desapropriação, improbidade
administrativa e processo administrativo, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: João, ao ter completado cinquenta anos de idade, apresentou requerimento a órgão
público federal, o que culminou na abertura de processo administrativo. No procedimento, ele anexou
documento probatório da sua condição de portador de doença crônica grave no fígado e requereu à
autoridade competente a declaração da prioridade de tramitação do feito. Assertiva: Nessa situação, o
benefício de tramitação prioritária deverá ser deferido.
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
É legal a suspensão do pagamento se o administrado tiver sido previamente notificado para se manifestar.
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Interposto o recurso administrativo pelo interessado, poderá ocorrer a reformatio in pejus (reforma para
piorar), desde que ele seja cientificado para apresentar suas alegações antes da decisão.
Situação hipotética: Após decisão administrativa que lhe foi desfavorável, publicada no dia 1.º/2/2017, João
decidiu interpor recurso administrativo. Tendo tomado ciência do ato negativo, após busca exaustiva, João
verificou que não havia disposição legal específica para a apresentação do recurso e protocolou-o no dia
2/3/2017, com o intuito de esclarecer os pontos controversos da decisão. Assertiva: Nessa situação, o lapso
temporal descrito caracteriza o recurso como tempestivo, razão por que ele deverá ser conhecido.
98
A respeito dos poderes administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item
subsequente.
A fim de evitar a anulação de processo administrativo, em regra, deverá ser exigido que os documentos
juntados aos autos tenham firmas reconhecidas.
A Lei n.º 9.784/1999, ao prever que, sem prejuízo da atuação dos interessados, o processo administrativo no
âmbito federal pode ser impulsionado pela própria administração, declara o princípio da(o)
a) finalidade.
b) concordância prática.
c) informalismo.
d) gratuidade.
e) oficialidade.
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
Autoridade competente para a realização de ato administrativo pode escolher renunciar a tal competência,
ainda que a tenha adquirido por delegação.
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
31. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
Alexandre, incumbido de julgar processo administrativo com base na Lei n.º 9.784/1999, após incidente de
suspeição, foi afastado dessa atividade.
99
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que corresponde ao motivo que pode ter provocado
a suspeição de Alexandre e seu afastamento do processo.
32. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Ao cabo de procedimento administrativo disciplinar, a autoridade responsável por decidir aplicou a pena de
demissão e remeteu a motivação da decisão ao parecer do departamento jurídico do órgão.
b) válida, visto que, tendo a motivação sido declarada no parecer, não há necessidade de repeti-la na decisão.
33. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública
federal, estabelece que é dever do administrado perante a administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo,
a) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
b) tomar ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado.
c) expor os fatos conforme seu entendimento, desde que respeitado o interesse coletivo.
d) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão
Em caso de recurso administrativo interposto perante autoridade incompetente, a legislação prevê que
100
b) a autoridade competente seja indicada ao recorrente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito federal e trata, entre
outros assuntos, dos direitos e deveres dos administrados e da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Do processo administrativo em que seja interessado, o administrado tem direito a: ciência da tramitação;
vista dos autos e obtenção de cópias de documentos, ainda que se trate de processo classificado como
sigiloso.
b) A administração pública tem o dever de motivar suas decisões de forma explícita, clara e congruente, não
podendo fazê-lo mediante simples declaração de concordância com fundamentos de pareceres anteriores.
c) Em qualquer caso, o administrado tem o dever de fazer-se assistir por advogado para que sejam
observados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
d) O administrado tem o direito de formular alegações e apresentar documentos antes e depois da decisão
administrativa, os quais devem ser considerados pelo órgão competente.
e) A administração pública tem o dever de emitir decisão nos processos administrativos, mas não está
obrigada a se manifestar sobre as reclamações dos administrados.
Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta a respeito dos atos do processo
administrativo.
a) Permite-se que tais atos sejam praticados oralmente, dados os princípios da eficiência e da celeridade.
b) Tais atos devem ser praticados, preferencialmente, na sede do órgão administrativo, sendo obrigatória a
ciência ao interessado no caso de virem a ser realizados em outro local.
c) Exige-se o reconhecimento de firma para todos os documentos que forem assinados em razão da prática
dos citados atos.
101
e) Exige-se forma específica e prevista em lei para a realização dos atos em apreço.
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, nos processos administrativos, a administração pública está proibida de
aplicar nova interpretação de forma retroativa, em decorrência do princípio do(a)
a) segurança jurídica.
b) legalidade.
d) oficialidade.
e) finalidade.
Um processo administrativo instaurado no âmbito de um órgão público estará sujeito a nulidade caso
b) haja a recusa de provas apresentadas pelos interessados por serem consideradas protelatórias, mediante
decisão fundamentada.
c) o administrado tenha obtido cópias de documentos do processo para a elaboração de sua defesa.
d) haja a atuação de autoridade que tenha interesse, mesmo que indireto, na matéria.
e) a intimação do administrado ocorra com antecedência de um dia útil, mesmo com o seu comparecimento
no local, na data e na hora determinados.
Com base na doutrina e nas normas de direito administrativo, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Dez anos após a data em que deveria ter ocorrido o primeiro pagamento de vantagem
pecuniária a que José fazia jus, ele apresentou requerimento administrativo ao chefe do setor de recursos
humanos solicitando o pagamento de tal vantagem. O pedido foi indeferido sob o fundamento de ocorrência
da prescrição. José, então, apresentou recurso. Assertiva: Nesse caso, o chefe do setor de recursos humanos
tem o prazo de cinco dias para reconsiderar a decisão; caso não o faça, deverá encaminhar o recurso ao seu
superior hierárquico.
102
O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar as contas prestadas anualmente pelo
governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi contratada, mediante inexigibilidade de
licitação, para divulgar ações do governo. Na campanha publicitária promovida pela empresa contratada,
constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam a figura do governador, que, em razão destes fatos,
foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa. Na data de visualização da intimação, a referida
autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal
de Contas não acolheu a defesa do governador e julgou irregular a prestação de contas.
É nula a intimação do governador, por ser obrigatório que seja feita por ciência no processo, via telegrama
ou por via postal com aviso de recebimento.
41. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015
Eventuais recursos contra decisão emanada em processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade
que a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de retratação e reconsiderar a decisão.
Com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992 e da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item a seguir.
Nos processos administrativos, as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, no entanto o comparecimento do administrado supre sua falta ou sua irregularidade.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série concatenada de
atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela lei, com uma finalidade
específica que enseja a prática de um ato final.
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, o critério
de:
(B) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em qualquer caso, a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências;
(C) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;
103
(E) interpretação da norma da forma que melhor garanta o fim público, inclusive com aplicação retroativa
de nova interpretação.
Joaquim é servidor público ocupante de cargo efetivo de Consultor na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Por ter praticado ato tipificado em seu regime jurídico funcional como falta disciplinar, Joaquim respondeu
a processo administrativo disciplinar, que culminou com sua demissão.
Inconformado, Joaquim aforou ação judicial pleiteando a reforma do ato administrativo, de maneira que a
demissão seja substituída por pena disciplinar menos severa, tendo por único argumento a ofensa ao
princípio da proporcionalidade do ato sancionatório.
No caso em tela, de acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tese,
a) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que o ato punitivo disciplinar é discricionário e
o controle jurisdicional é restrito e se limita a aspectos formais.
b) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que não há discricionariedade no ato disciplinar
e o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais.
c) não é viável a revisão de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, em razão do princípio da
separação dos poderes, que são independentes e harmônicos entre si.
d) não é viável a revisão da legalidade de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois se trata de
ato administrativo vinculado.
e) não é viável a revisão da legalidade e do mérito de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois
se trata de ato administrativo discricionário.
João e Maria, ambos servidores ocupantes de cargo efetivo da Assembleia Legislativa, são casados.
Em razão da função pública exercida, João recebeu requerimento que inaugura processo administrativo em
que é interessada terceira pessoa, que arrolou desde logo como sua testemunha Maria.
Ao receber tal documento, à luz da Lei nº 9.784/99, que trata do processo administrativo, João deverá
a) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, que são exclusivas dos processos judiciais.
104
b) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, pois Maria também é servidora pública efetiva.
c) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de seu impedimento,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
d) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de sua suspeição,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
e) delegar imediatamente sua competência para conduzir o feito em favor de autoridade hierarquicamente
superior, sob pena de nulidade do feito e falta disciplinar leve.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e os ditames da Lei nº 9.784/99, que trata do processo
administrativo, a competência para prática dos atos administrativos deve ser definida em lei ou em ato
administrativo geral e tem as seguintes características gerais:
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o processo administrativo é regido por postulados gerais
inerentes à atuação do Estado, como o princípio:
a) da inércia, segundo o qual a Administração Pública deve ser provocada pelo particular interessado ou pelo
Ministério Público para poder instaurar o processo administrativo;
c) da verdade formal, segundo o qual o processo administrativo admite apenas as provas produzidas
unilateralmente pela Administração Pública;
d) da onerosidade, segundo o qual o particular sucumbente deverá arcar com as custas, emolumentos e ônus
sucumbenciais no processo administrativo;
105
e) da instrumentalidade das formas, segundo o qual o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo,
desde que mantido o interesse público.
Com o objetivo de aumentar a segurança jurídica dos administrados, determinada entidade administrativa
elaborou um formulário padronizado para determinados assuntos, que importem em pretensão equivalente.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, é correto afirmar que o referido formulário foi elaborado por unidade
Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e serve de
base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da atuação da
Administração Pública.
Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, entre
outros, o critério de:
a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de
nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988;
b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que
se dirige, permitida aplicação retroativa de nova interpretação;
c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria Administração
Pública;
106
José, servidor público da Câmara Municipal, no exercício da função pública, ao impulsionar um processo
administrativo, mediante a prática de um ato administrativo, lançou nos autos uma certidão, quando deveria
ter feito um simples termo de informação.
Com base na doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela, aplica-se o princípio do processo
administrativo:
a) do contraditório, segundo o qual o interessado no processo administrativo tem o direito público subjetivo
de ver obedecida a forma previamente prevista para o ato, de maneira que o vício é inarredavelmente
insanável;
b) do informalismo, segundo o qual o processo administrativo é impulsionado pelos agentes públicos que
gozam de legitimidade e liberdade para escolher a forma dos atos administrativos, de maneira que não
houve qualquer vício;
c) da verdade formal, segundo o qual a lei estabelece previamente a forma de todo e qualquer ato
administrativo, e o seu desatendimento fere a verdade formal que é buscada em qualquer processo
administrativo, causando invalidade;
d) da instrumentalidade das formas, segundo o qual a forma é o instrumento para que o ato alcance seus
objetivos, de maneira que caso o ato não tenha causado prejuízos e tenha observado o interesse público, o
vício da forma é sanável;
e) da motivação, segundo o qual todo ato administrativo praticado deve ser motivado com elementos
previstos na lei, por meio da forma legal previamente estabelecida, sob pena de nulidade absoluta.
51. FGV/ TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
José, Técnico Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, ocupante do cargo em comissão
de supervisor do departamento de recursos humanos do Tribunal, praticou ato administrativo que era de
competência do diretor daquele departamento.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a Lei nº 9.784/99, o ato praticado por José:
a) deve ser anulado pela autoridade competente, eis que vícios de competência são insanáveis, com efeitos
ex tunc, pelo princípio da segurança jurídica e para evitar prejuízos a terceiros;
b) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de ato vinculado em razão do vício de
competência, que não admite retificação, devendo atender ao princípio da legalidade e observar o interesse
público;
c) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de matéria de ordem pública, regida por
normas cogentes que não admitem a retificação do ato por parte do agente que deveria originalmente tê-lo
praticado;
107
d) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da ratificação do ato, caso entenda
conveniente e oportuno, desde que sanável o vício e não haja prejuízos a terceiros, bem como seja atendido
o interesse público;
e) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da prática de novo ato que substitua o
anterior, com efeitos ex nunc, sendo tal aproveitamento um ato vinculado, cuja prática é obrigatória pelo
agente superior.
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, o recurso administrativo:
a) será cabível somente em face de razões de legalidade e não por motivo de mérito da decisão, em respeito
à imutabilidade da coisa julgada administrativa;
b) será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior;
c) dependerá de caução, como regra, para sua interposição, e o valor será equivalente à vantagem econômica
que poderá ser auferida pelo administrado ao final do processo;
d) terá prazo de quinze dias para sua interposição, como regra, a partir da ciência ou divulgação oficial da
decisão recorrida;
e) deverá ser decidido, como regra, no prazo máximo de dez dias, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.
a) será efetuada de forma pessoal, vedada a intimação por via postal com aviso de recebimento, telegrama
ou e-mail;
c) importará, quando desatendida, o reconhecimento da verdade dos fatos e a renúncia a direito pelo
administrado;
d) será nula quando feita sem observância das prescrições legais, e o comparecimento do administrado não
supre sua falta ou irregularidade;
108
a) superior delega a agente administrativo de plano hierárquico inferior atribuição para praticar determinado
ato;
b) superior convalida ato administrativo praticado por agente administrativo de plano hierárquico inferior;
c) superior atrai para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor
hierarquia;
d) inferior pratica determinado ato administrativo que foge à sua esfera de atribuição, em caso de grave risco
iminente;
e) inferior solicita a seu superior hierárquico autorização para praticar ato originariamente fora de sua
atribuição.
Dentre os elementos do ato administrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro
do qual podem os agentes públicos exercer legitimamente sua atividade. Como característica da
competência, destaca-se a:
a) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por
acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em
norma expressa, a competência pode ser alterada;
b) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese,
ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierárquico e ao
princípio da estabilidade das relações jurídicas;
d) vedação de avocação, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode ser transferida à
autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência
natural de agente com menor hierarquia;
109
e) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode
ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe
administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada.
c) o ato de delegação pode ser veiculado por qualquer forma idônea, dispensada, nos termos da lei, a sua
publicação no meio oficial;
Com relação ao processo administrativo, a Lei nº 9.784/1999, detalha, em seu Art. 4º, que são deveres do
administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Assinale:
Com relação ao processo administrativo, regulado pela Lei nº 9.784/1999, assinale V para a afirmativa
verdadeira e F para a falsa.
II - ( ) O requerimento inicial do interessado pode ser por escrito ou por solicitação oral.
III - ( ) Só são legitimados como interessados aqueles que deram início ao processo.
a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, V e F.
e) F, F e V.
a) do devido processo legal, segundo o qual ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal, mas pode sê-lo de seus bens;
b) da inércia, segundo o qual a Administração Pública precisa ser provocada pelo interessado para iniciar o
processo administrativo;
c) do contraditório, segundo o qual o administrado réu é obrigado a se defender com os meios necessários,
sob pena de ser declarado indefeso com a nomeação de defensor dativo;
d) da ampla defesa, segundo o qual ao administrado é assegurado o exercício de sua defesa com os meios e
recursos a ela inerentes;
e) da verdade real, segundo o qual o administrador possui os mesmos poderes e prerrogativas das
autoridades judiciais.
Sobre os princípios do processo administrativo, segundo a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta.
111
b) A eficiência significa que a Administração deverá se pautar pela presteza com resultados positivos e uma
atuação rápida para o serviço público, ainda que não atenda ao interesse público.
c) O direito fundamental de acesso à informação, no tocante aos dados relativos ao indivíduo em si,
constantes de registros ou de bancos de dados de entes governamentais ou de caráter público, é reflexo do
princípio da autotutela.
d) O princípio da proporcionalidade dá azo a que a Administração Pública tome decisões sem necessidade
de adequar os meios aos fins.
e) Nada obsta a que a Administração Pública, na busca de um resultado, tome a providência mais gravosa,
em desatenção à coletividade
O professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua processo administrativo como o instrumento que
formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares, a fim de ser produzida
uma vontade final da Administração. Nesse contexto, aplica-se aos processos administrativos o princípio
segundo o qual:
a) ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal, devendo ser respeitadas as normas legais
que regulam o processo administrativo;
b) aos litigantes são assegurados o contraditório e ampla defesa, com limitação estabelecida em cada caso
pelo Administrador aos meios e recursos a ela inerentes, pela supremacia do interesse público;
c) é assegurada a licitude da prova, pois são admissíveis, no processo administrativo, as provas obtidas por
meios ilícitos, para prestigiar a verdade real;
d) exige-se a publicidade de todas as decisões administrativas, não sendo possível qualquer restrição por
sigilo legal;
e) inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a
autoridade de maior grau hierárquico para decidir.
II. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, salvo quando previsto
expressamente em lei.
III. O pedido com pluralidade de interessados, com conteúdo e fundamentos idênticos, não pode ser
formulado em requerimento único, salvo se previsto em Lei.
Assinale:
Tendo em vista os princípios que regem o processo administrativo, assinale a alternativa que contém apen
as princípios aplicáveis ao processo administrativo.
113
No que tange ao processo administrativo, regido pela Lei n. 9.784/99, assinale a afirmativa correta.
b)O recurso tramitará por, no máximo, duas instâncias administrativas, salvo disposição legal em contrário.
d) O recurso hierárquico será dirigido diretamente a autoridade superior à que proferiu decisão.
e) O não conhecimento do recurso hierárquico impede que a administração venha a rever o ato de ofício.
Os agentes da Administração Pública podem, no desempenho de suas atribuições, delegar de parte de suas
atribuições a outros agentes públicos. No que concerne à delegação, segundo a Lei n. 9.784/99, é correto
afirmar que
a) a delegação é possível ainda que o órgão que recebe a atribuição não seja hierarquicamente subordinado
ao órgão que efetiva a delegação.
I. Ela deve atender ao interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei.
II. Ela deve ser objetiva no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
III. Ela deve impulsionar, de ofício, o processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
114
Paulo da Silva é servidor federal e foi designado para compor Comissão Processante destinada a apurar a
responsabilidade de outro servidor público. Ao tomar ciência da designação, Paulo verifica que o servidor
investigado é seu parente de quarto grau, por intermédio de uma irmã adotiva de sua mãe. Diante da
situação relatada e à luz do que dispõem a Lei nº 8.112/90 e a Lei nº 9.784/99, Paulo
(A) é obrigado a comunicar o impedimento à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(B) é obrigado a comunicar a suspeição à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(C) deve prosseguir na Comissão, pois as leis em questão determinam expressamente que parentescos
baseados em adoção são incapazes de gerar incompatibilidade para atuação em processo administrativo.
(D) não está obrigado a comunicar impedimento, mas pode declarar-se em situação de suspeição, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
(E) não está obrigado a comunicar suspeição, mas pode declarar-se em situação de impedimento, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
Considere a edição de ato administrativo indeferindo pedido administrativo de particular para que o poder
público municipal promova urgentes reparos no leito da rua onde está situada sua residência, em razão do
aparecimento de uma rachadura que vem progressivamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
ele e demais moradores do local. Essa medida
a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo em vista que não são somente os servidores públicos
destinatários dessa atuação, que abrange decisões relativas a outros vínculos jurídicos.
115
b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somente com autorização judicial o ente público poderia
realizar contratação para aquela finalidade sem a realização de licitação.
c) admite revisão pela própria Administração pública em caso de constatação de inadequação, desde que se
trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de legalidade diretamente.
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que permite à Administração pública superior convalidar ou
anular o ato administrativo, caso reste demonstrada sua inadequação e inconveniência diante da situação
fática.
e) demandará a interposição de recurso administrativo por parte do requerente, sem prejuízo de poder
adotar medidas judiciais para intervenção da obra, diante da situação emergencial caracterizada.
Plínio, administrado que se encontra em condição de interessado em processo administrativo, deseja ver
referido processo no qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos. Em conformidade com a Lei
Federal no 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal,
Plínio
a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter cópias de documentos neles contidos, faz-se
obrigatória a assistência por advogado, já que para tal ato é sempre necessária a representação
b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias de documentos nele contidos sem a assistência
obrigatória de um advogado, já que para tais atos é sempre necessária a representação.
d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, ressalvado o direito de conhecer as decisões proferidas, ato este que obriga
sempre a assistência de um advogado, por meio de representação.
e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, sem, contudo, poder formular alegações e apresentar documentos antes
da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a assistência de um advogado, por meio de representação.
71. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo – Administrador – 2018
Diversos mecanismos de controle da Administração pública são passíveis de serem utilizados, sejam eles
internos ou externos à organização administrativa. Dentre as formas de exercício do controle interno da
Administração, considerando o disposto na Lei n° 9.784/1999,
a) o recurso administrativo possibilita que os atos administrativos sejam revistos por razões de legalidade,
sejam eles discricionários ou vinculados.
116
c) o recurso hierárquico é a mais efetiva, porque enseja análise por autoridade superior, diferentemente dos
demais recursos.
d) a revisão de ofício só pode ter lugar nos atos discricionários, eis que admitem mais de um exame de
conveniência e oportunidade.
e) a interposição de recurso impede o exercício do juízo de reconsideração pela autoridade que proferiu o
ato, sendo imperiosa a submissão à autoridade superior.
72. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Legislativo – Constituição e Justiça – 2018
De acordo com o que dispõe a Lei federal n° 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito
federal, aplicada ao Distrito Federal por força da Lei distrital n° 2.834, de 2001, a competência dos órgãos
públicos
a) não pode ser delegada, salvo em situações excepcionais e devidamente justificadas, em caráter
temporário, não importando renúncia da autoridade delegante, que continua exercendo a competência
concomitantemente.
b) pode ser objeto de delegação, parcial ou total, apenas a órgãos subordinados hierarquicamente e vedada
a delegação da competência para decisão de recursos.
c) não pode ser objeto de avocação, salvo em relação à anulação de atos eivados de vício, cuja revisão
independe da interposição de recurso, podendo ser procedida de oficio.
d) deve ser exercida nos limites cometidos por lei, o que não impede a delegação de competência exclusiva
do órgão, por diploma infralegal, a órgão hierarquicamente superior.
e) é irrenunciável, o que não impede a delegação, nas hipóteses previstas em lei, expressamente vedada em
relação a edição de atos de caráter normativo.
73. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) – Analista Judiciário – Estatística – 2018
No que concerne à competência dos órgãos públicos, na forma disciplinada pela Lei nº 9.784/1999, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública federal, existe expressa vedação
quanto à
a) delegação parcial ou temporária de competência, somente sendo admissível delegação em caráter integral
e definitivo.
b) avocação de competências, ainda que em caráter temporário e excepcional por motivos relevantes e
justificados pelo órgão superior.
117
c) delegação da competência de um órgão a outro quando este não lhe seja direta e imediatamente
subordinado hierarquicamente.
74. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) – Analista judiciário – Área Administrativa – 2018
a) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, tendo em vista que importa a apuração da verdade
real.
b) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, desde que se observe, no trâmite do processo, o
direito de defesa e o contraditório do servidor ao qual se imputa a conduta antijurídica.
c) pode ser impulsionado de ofício, salvo no que se refere à fase de instrução, que depende de especificação
de provas pela Administração pública e pelo acusado.
d) pode se movimentar de ofício, inexistindo a mesma formalidade do processo judicial, não sendo
imprescindível a presença de advogado para defesa técnica do servidor ao qual se imputa conduta
antijurídica.
e) prevê a realização de apenas uma audiência, dita una, que concentra as fases de conciliação, instrução e
decisão.
No que concerne à competência das autoridades administrativas e sua delegação, nos termos disciplinados
pela Lei Federal n° 9.784/1999, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, tem-se que
c) admite-se a delegação para a edição de atos normativos, desde que não gerem efeitos perante terceiros
e) não é passível de delegação a competência exclusiva, salvo para a prática de atos declaratórios.
76. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
Suponha que determinado cidadão tenha interposto recurso administrativo, buscando a anulação de um ato
praticado por autoridade administrativa, consistente na concessão de alvará de funcionamento de
estabelecimento comercial, alegando que, embora não seja titular do direito envolvido, o ato em questão
estaria afetando indiretamente seus interesses. O recurso foi interposto perante a autoridade superior
àquela que proferiu a referida decisão. Diante de tal situação,
a) o recurso não será conhecido, por se tratar de ato vinculado, cujo controle somente é admissível em sede
judicial, quando identificado vício de legalidade.
b) o recurso não será conhecido, eis que, embora apresentado perante a autoridade competente, o
postulante não possui legitimidade para recorrer, podendo, contudo, solicitar a revisão do ato perante a
autoridade que o prolatou.
c) o recurso deverá ser conhecido, desde que apresentado no prazo de 10 dias da publicação do ato
recorrido, podendo a autoridade competente, a seu critério, submetê-lo, previamente, à revisão da
autoridade prolatora.
d) embora o postulante possua legitimidade para recorrer, o recurso não será conhecido eis que interposto
perante autoridade incompetente, o que não impede que o ato seja revisto de ofício pela Administração, se
ilegal e se não operada a preclusão administrativa.
e) embora interposto perante autoridade incompetente e por pessoa não legitimada, o recurso pode ser
conhecido, a critério da Administração, desde que intime o beneficiário do ato para apresentar suas
contrarrazões.
77. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2018
Numa hipótese em que um processo administrativo disciplinar tenha tramitado até a fase final, com
proferimento de decisão aplicando penalidade ao servidor público, e que se tenha verificado a inexistência
de intimação do mesmo no início do procedimento para apresentação de regular defesa,
a) a decisão não pode ser revista administrativamente, tendo em vista que não é obrigatória a apresentação
de defesa e será possível questionar integralmente o resultado no Judiciário.
b) há nulidade, gerando fundamento para anulação dos atos posteriores e retomando-se o procedimento
para conferir oportunidade de defesa ao servidor público.
119
d) é de rigor a revogação do processo, reabrindo-se prazo para defesa do servidor público, sendo possível,
no entanto, o aproveitamento dos atos praticados que não tenham gerado prejuízo ao servidor.
e) a decisão poderá ser anulada pela própria Administração pública, em razão da obrigatoriedade de
submeter todas as suas decisões em processos disciplinares à instância superior, com recurso obrigatório.
78. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
Um servidor apresentou requerimento para que lhe fossem concedidas, em pecúnia, as licenças-prêmio a
que fazia jus, com base em legislação recém-aprovada pelo ente público cujo quadro integrava. Durante o
prazo para apresentação de recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o requerimento, a
Administração pública
a) não poderá rever a decisão administrativa, tendo em vista que o processo administrativo depende de
provocação do interessado.
c) pode anular a decisão proferida, de ofício, no caso de constatar que estava eivada de ilegalidade.
d) deve intimar o interessado para que informe se irá apresentar recurso e, diante da negativa, poderá
exercer seu poder de revisão dos atos administrativos.
e) pode rever a decisão de ofício, desde que tenha sido apresentado recurso pelo interessado, ainda que não
tenha invocado a ilegalidade.
O processo administrativo, nos termos da Lei nº 9.784/99, possui algumas características, expressamente
previstas, que podem diferenciá-lo dos processos judiciais, a exemplo da
a) facultatividade da observância do direito de defesa e do contraditório, que pode ficar para o momento
final, após a decisão.
c) coisa julgada, que demanda concordância das partes para que possa produzir efeitos.
d) instância recursal, que demanda expressa previsão na lei, sob pena de não haver autorização para tanto.
120
Uma servidora formulou requerimento de contagem de tempo de serviço anterior ao seu ingresso no serviço
público. Houve indeferimento, do qual ela recorreu. A autoridade recorrida encaminhou o recurso à
autoridade superior, que editou ato delegando as decisões sobre recursos administrativos ao seu
subordinado que lhe havia encaminhado o processo. Esse cenário
a) pode conter ilegalidade no caso de a decisão proferida ser recorrível, considerando que em alguns casos
a revisão permite apenas pedido de reconsideração.
b) é aderente a lei, pois antes da apreciação o recurso deve ser obrigatoriamente apreciado como pedido de
reconsideração.
c) é válido e legal, pois a decisão em recurso administrativo não faz coisa julgada, de modo que fica reservado
à servidora recorrer ao Judiciário.
d) apresenta nulidade, pois a delegação poderia ter sido feita à autoridade subordinada, desde que diversa
daquela que proferiu a decisão recorrida, sob pena de supressão de instâncias.
e) contém ilegalidade, pois a competência para decisão de recursos administrativos não pode ser delegada,
em especial para a mesma autoridade que proferiu a decisão recorrida.
As funções administrativas, típicas do Poder Executivo, conferem relevância ao trâmite dos processos
administrativos, possuindo disciplina específica conforme o ente federado em questão, à exemplo da Lei n°
9.784/1999 que
b) rege direitos e obrigações no âmbito dos processos administrativos federais que tramitam perante o Poder
Executivo, não alcançando aqueles que se processam diante dos outros Poderes, que demandam regulação
própria.
c) impede a movimentação de ofício do processo administrativo sempre que o objeto do mesmo envolver,
direta ou indiretamente, apuração de infração disciplinar.
e) estabelece as garantias dos administrados, introduzindo princípios e direitos a serem observados nos
processos administrativos, de forma a excluir quaisquer aspectos discricionários das decisões que venham a
ser tomadas nos mesmos e assim garantir o adequado contraditório.
A autoridade competente instaurou processo administrativo contra certa empresa, por descumprimento de
normas de proteção ao consumidor, tendo-lhe imposto a pena de multa prevista em lei, a ser paga no prazo
ali fixado, caso contrário o valor seria cobrado judicialmente. Constou do ato de instauração do referido
processo que a empresa, se assim desejasse, poderia impugnar a imposição da penalidade mediante
provocação do Poder Judiciário, sendo-lhe vedada, em razão do pequeno valor da multa, a oposição de
defesa ou recurso administrativo. Nesse caso, o auto de infração é
a) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, cabe ao Estado promover a defesa
do consumidor.
b) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
c) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, é garantido a todos, no âmbito
judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
d) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo legal.
e) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes.
a) deve ser observada a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
e) é vedada a utilização de meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões no caso de solução
de vários assuntos da mesma natureza para evitar que sejam prejudicados direito ou garantia dos
interessados.
84. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
122
Determinado processo administrativo, de âmbito federal, foi iniciado a pedido da interessada Marta, sendo
ela a titular do direito versado no processo. Durante a fase instrutória, a Administração fixou prazo para que
Marta apresentasse documento necessário à apreciação do pedido formulado. Nos termos da Lei nº
9.784/1999, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação
b) suspenderá o trâmite processual por sessenta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o
documento, será o feito obrigatoriamente extinto sem qualquer análise de mérito.
c) implicará o imediato prosseguimento do feito, o qual será apreciado somente com o conjunto probatório
constante nos autos do processo.
d) acarretará a concessão imediata de prazo suplementar de cento e oitenta dias, a fim de que Marta
apresente o documento.
e) suspenderá o trâmite processual por trinta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o documento,
será o processo obrigatoriamente julgado em seu mérito.
85. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Considere as seguintes assertivas concernentes à Lei no 9.784/1999, que regula o processo administrativo
no âmbito da Administração pública federal:
I. As disposições da Lei no 9.784/1999 também se aplicam ao Poder Judiciário, quando no exercício de função
administrativa.
II. A Lei no 9.784/1999 traz o conceito de “entidade”, definindo-a como a unidade de atuação que pode ou
não ter personalidade jurídica.
III. O administrado poderá optar por não prestar informações que lhes são solicitadas, tratando-se tal postura
de um de seus direitos, expressamente previsto na Lei no 9.784/1999.
IV. Um dos critérios a serem observados nos processos administrativos regidos pela Lei no 9.784/1999 é a
indicação dos pressupostos fáticos que tenham determinado a decisão, não se exigindo a indicação de
pressupostos de direito, justamente pela informalidade e objetividade que vigora em tais processos
administrativos.
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
123
d) I, II e III.
e) I.
86. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Mauro, servidor público federal, responsável por determinado processo administrativo de âmbito federal,
deve, de acordo com a Lei nº 9.784/1999, praticar ato no prazo de cinco dias, quando inexistir disposição
legal específica, bem como quando inexistir motivo de força maior que justifiquem prazo diverso. De acordo
com a mesma Lei, o referido prazo
c) pode ser dilatado até o triplo, não sendo necessária justificação para tanto.
d) pode ser dilatado até o dobro, não sendo necessária justificação para tanto.
e) pode ser dilatado para o prazo máximo de trinta dias, mediante comprovada justificação.
87. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal - 2017
Rúbia e Nefertite são partes interessadas em um mesmo processo administrativo de âmbito federal. Em
determinado momento, Rúbia formulou, por meio de manifestação escrita, pedido de desistência total do
pedido formulado. A propósito do tema e, nos termos do que preceitua a Lei n o 9.784/1999, é correto
afirmar que
c) a desistência de Rúbia também poderia ser feita verbalmente, haja vista a informalidade que vigora no
processo administrativo.
d) a desistência não pode ser total, devendo ser parcial, vez que apenas a Administração pública tem o poder
de extinguir integralmente o feito.
e) a desistência de Rúbia somente será admissível se decorrer de fatos supervenientes, isto é, que surgiram
após a instauração do processo administrativo.
88. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa - 2016
Considere:
124
Nos termos da Lei n° 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública
federal, constitui vedação absoluta e que, portanto, não admite exceção, o que consta APENAS em
a) III e IV
b) I e II.
c) I, II e III.
d) IV.
e) I e III.
89. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016
Considere a seguinte situação hipotética: Heitor, é chefe de determinada repartição pública, de âmbito
federal, e responsável por decidir os recursos administrativos interpostos. No momento de prolatar decisão
em recurso administrativo, Heitor recebeu ligação de sua esposa alegando que seu filho não estava bem e
precisaria ser internado. Em razão da circunstância fática ocorrida, Heitor precisou ausentar-se do serviço
público pelo prazo de três dias. Nos termos da Lei nº 9.784/1999, a decisão do recurso administrativo
b) pode ser objeto de delegação, não sendo necessário que o ato de delegação seja publicado no meio oficial.
c) pode ser objeto de delegação, no entanto, o ato de delegação não poderá ser revogado a qualquer
momento, havendo períodos próprios para tanto.
d) não admite delegação, como regra, no entanto, na hipótese narrada, comportará delegação desde que
proferida pela autoridade hierarquicamente inferior a Heitor.
90. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Administrativa – 2016
125
Em determinado processo administrativo, de âmbito federal, a parte interessada, Ana Lúcia, possui domicílio
incerto e, por falha na tramitação do processo, deixou de ser intimada. No entanto, posteriormente, Ana
Lúcia compareceu espontaneamente ao processo. Nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) o comparecimento de Ana Lúcia não supre a falta de intimação, mas é garantido o direito de ampla defesa
à Ana Lucia.
b) a ausência de intimação importa nulidade insanável, razão pela qual o processo deverá ser extinto.
e) a intimação deveria ter sido efetuada por telegrama, por ser a forma adequada de intimação nas situações
de domicílio incerto.
91. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador
Federal – 2016
Em determinado processo administrativo de âmbito federal, foi proferida decisão que acabou atingindo
indiretamente o direito da servidora Cristina. Em outro processo administrativo de âmbito federal, foi
proferida decisão no tocante a interesse e direitos coletivos, razão pela qual uma associação representativa
está pretendendo interpor recurso administrativo. Nos termos da Lei no 9.784/1999,
a) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas os titulares de
direitos que forem parte no processo poderão assim o fazer.
b) tanto Cristina quanto a associação representativa têm legitimidade para interpor recurso administrativo
nos casos narrados.
e) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas a pessoa física,
diretamente afetada pela decisão, poderá assim o fazer, independentemente de ser parte ou não no
processo.
126
a) que detém personalidade jurídica própria, ao contrário da entidade que não é dotada de personalidade
jurídica própria e distinta do ente instituidor.
b) destituído de personalidade jurídica própria, tal qual as entidades que integram a Administração pública
indireta e agem em nome do ente instituidor.
c) que com elas não se confunde, a despeito de ser uma de suas partes integrantes, não possuindo
personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades que são dotadas de personalidade jurídica
própria.
d) representativo do fenômeno denominado descentralização por serviço, o que o distingue da entidade que
constitui unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, característica do fenômeno da
desconcentração.
e) que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos, razão pela qual com eles se confunde para
todos os fins de direito.
127
GABARITOS
1. C 20. E 39. C 58. D 77. B
2. B 21. C 40. E 59. D 78. C
3. D 22. E 41. C 60. A 79. B
4. B 23. C 42. C 61. A 80. E
5. D 24. E 43. A 62. C 81. A
6. D 25. C 44. B 63. B 82. E
7. C 26. E 45. C 64. B 83. A
8. A 27. E 46. C 65. A 84. A
9. C 28. E 47. E 66. A 85. E
10. B 29. E 48. E 67. E 86. A
11. B 30. E 49. E 68. D 87. B
12. E 31. A 50. D 69. E 88. E
13. C 32. B 51. D 70. B 89. A
14. C 33. A 52. B 71. A 90. C
15. E 34. B 53. B 72. E 91. B
16. E 35. A 54. C 73. E 92. C
17. E 36. B 55. C 74. D
18. E 37. A 56. E 75. A
19. E 38. D 57. B 76. D
128
A inovação da Constituição de 1988, em relação ao direito de defesa, concentra-se em dois aspectos até
então intocados: se antes a titularidade era somente dos acusados de crimes, agora passa a ser dos litigantes
e acusados em qualquer processo.
a) Em que pese ser um princípio constitucional explícito incidente sobre o processo administrativo em geral,
a ampla defesa não é princípio expresso na Lei Federal de Processo Administrativo.
b) As sanções, ao serem aplicadas por autoridade competente, não poderão ter natureza pecuniária,
podendo consistir em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
c) A regra expressa na Lei Federal de Processo Administrativo dispõe que o desatendimento da intimação
não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado, sendo
garantido no prosseguimento do processo o direito de ampla defesa ao interessado.
d) São admissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos, desde que em casos
visando à apuração de atos de corrupção.
e) A Administração Pública, a partir de 1988, passou a poder apurar a prática de atos tipificados como crime,
impondo administrativamente penas que antes eram decorrência exclusiva do processo judicial penal.
A partir do texto da Lei nº 9.784/99, com relação ao dever de a Administração Pública decidir, considere as
seguintes afirmativas:
1. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
2. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
3. A lei estabelece previsão expressa, reconhecendo o direito subjetivo público de ingresso com mandado de
segurança em caso de o prazo final de decisão administrativa não ser cumprido após a notificação da
Administração pelo interessado, ainda que tenha sido deferido efeito suspensivo à decisão.
4. Ao órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final, é vedada a elaboração de
relatório ou formulação de proposta de decisão, devendo o processo ser enviado de imediato à autoridade
competente.
O dever de autotutela é um dos mais clássicos do regime jurídico da Administração Pública a incidir no
processo administrativo. Sobre as regras gerais inerentes ao processo administrativo no âmbito federal,
assinale a alternativa correta.
a) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, ressalvados os casos em que
há interesse público predominante.
b) Em processos administrativos que impliquem a existência de efeitos patrimoniais contínuos, não há prazo
de decadência.
c) O prazo prescricional estabelecido em lei para a convalidação de atos administrativos é de dez anos.
e) É vedada a declaração unilateral de extinção do processo, ainda que prejudicado por fato superveniente.
O interesse público em sentido amplo que deve prevalecer sobre o interesse privado, por consistir no
interesse dos indivíduos enquanto membros da sociedade, será sempre o interesse juridicamente tutelado
em detrimento do interesse não protegido pelo ordenamento jurídico.
(HACHEM, Daniel Wunder. Princípio constitucional da Supremacia do Interesse Público. Belo Horizonte:
Fórum, 2011.)
b) reconhece expressamente o interesse público como um dos princípios que regem a Administração Pública.
c) permite a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo vedação em lei, desde que fundada
no interesse público.
e) permite que sejam sanados os atos administrativos que acarretem lesão ao interesse público mediante o
instituto da convalidação.
a) pessoas físicas ou jurídicas que iniciem no processo administrativo sem a titularidade de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação.
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que não possam ser afetados pela
decisão a ser adotada.
c) Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados ou não para
assuntos que importem pretensões equivalentes.
e) O requerimento inicial do interessado deve, sem ressalvas, ser formulado por escrito.
Dentre os princípios fundamentais que norteiam nosso ordenamento jurídico, está o devido processo legal.
Em suma, significa que ninguém poderá ser sentenciado, condenado ou julgado sem os trâmites legais.
Nesse sentido, no que diz respeito à Administração Pública, é correto afirmar que
a) nos processos administrativos deve-se seguir a lei e o direito, com possibilidade, dependendo do caso, de
haver tribunais de exceção.
b) o segredo é a regra nos processos, exceto quando há interesse de incapaz ou determinação judicial sobre
os atos praticados pela Administração.
c) em regra é proibida a cobrança de custas processuais dos agentes que figurarem em processos
administrativos, exceto as previstas em lei.
d) a impulsão dos processos administrativos não pode ser de ofício, dependendo de Inquérito Policial para o
início de sua instrução.
e) os processos administrativos têm como fim a promoção do agente, vedado o atendimento aos interesses
da administração.
“No curso de processo administrativo, a Pessoa Jurídica XYZ faz requerimento a determinada Agência
Reguladora Federal pleiteando sua inclusão em credenciamento de fornecedores. Não obstante o
requerimento, a Agência Reguladora se mantém omissa em sua resposta, mesmo após vencido o prazo legal
de resposta.” Com relação à referida omissão administrativa, assinale a alternativa correta.
a) Caberá a propositura de ação judicial pela Pessoa Jurídica XYZ, para assegurar o direito de resposta, nos
termos da lei federal que dispõe sobre o processo administrativo.
b) Como a omissão não é caracterizada como ato administrativo, não cabe a propositura de ação judicial,
mas reclamação administrativa, com fundamento no direito de petição.
c) A omissão implicará na aceitação tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que o
particular não pode ser prejudicado pela demora imputada à Administração Pública.
d) A omissão implicará na rejeição tácita do requerimento da Pessoa Jurídica XYZ, tendo em vista que
somente podem advir efeitos concretos ao credenciamento de atos praticados pela Administração pública.
a) não é possível, uma vez que não há subordinação hierárquica entre ambos os órgãos da autarquia federal.
b) é possível, salvo com relação a atos de gestão contratual que sejam de competência privativa do
Presidente.
c) é possível, inclusive quanto aos atos de gestão patrimonial que sejam de competência privativa do
Presidente.
d) não é possível, uma vez que somente motivos de índole técnica, social ou jurídica podem ser motivo de
delegação de competência.
“Um servidor do TRE, no decorrer de processo administrativo em que pleiteia afastamento para estudo no
exterior, contraiu doença grave após contaminação por radiação”. Na situação apresentada, à luz das normas
aplicáveis aos servidores federais, é correto afirmar que o servidor
c) tem direito à aposentadoria por invalidez que deve concedida em até trinta dias.
d) somente terá o afastamento pretendido após inspeção realizada por junta médica oficial.
Tanto a Constituição Federal de 1988 como a Lei de Processo Administrativo (Lei Federal nº 9.784/99)
preceituam que a Administração Pública deverá obedecer aos princípios do(a):
a) uma pessoa de 58 (cinquenta e oito) anos terá prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância,
nos procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado.
b) salvo disposição legal específica, é de quinze dias o prazo para interposição de recurso administrativo,
contado a partir da ciência da decisão recorrida, e não da sua divulgação oficial.
c) em decisão na qual se evidencie acarretarem lesão ao interesse público e prejuízo a terceiros, os atos que
apresentarem defeitos insanáveis poderão, ainda assim, ser ratificados pela própria Administração.
d) um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial.
e) a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
O processo administrativo, no âmbito da Administração Pública Federal, encontra-se regulado pela Lei nº
9.784/1999. Com base nos seus dispositivos, é correto afirmar que
A a interposição de recurso administrativo, via de regra, depende de caução, conforme ocorre nos processos
judiciais.
B cabe recurso das decisões administrativas, apenas em face de razões de legalidade, não havendo previsão
de recurso para as questões de mérito.
C a Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
D o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários prescreve em três anos, contados da data em que foram publicados, salvo comprovada má-fé.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
A autoridade legalmente competente para julgar o recurso administrativo não pode delegar essa atribuição
a terceiro.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
O não atendimento à intimação para comparecimento pelo representante legal da sociedade importou em
renúncia ao direito da sociedade.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
Apenas a sociedade multada poderá interpor recurso administrativo, pois a lei estabelece que apenas as
partes no processo têm legitimidade para recorrer.
Inconformada com a aplicação de uma multa, uma sociedade privada contratada pelo poder público
ingressou com pedido administrativo de anulação da penalidade. No curso do processo, o representante
legal da sociedade foi chamado a prestar esclarecimentos, mas deixou de comparecer. A decisão final
manteve a multa, razão por que a sociedade interpôs recurso administrativo.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, considerando as disposições legais acerca
de processo administrativo.
Caso a lei seja silente, para que o recurso administrativo interposto seja admitido, será necessário o depósito
prévio do valor da multa imposta.
A desistência do interessado em relação a processo administrativo iniciado por ele próprio implica
arquivamento dos autos, não podendo a administração pública dar prosseguimento ao processo.
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, o recurso administrativo tramitará, no máximo, por duas instâncias
administrativas, salvo disposição legal contrária.
Maria tomou posse recentemente no IPHAN e ficou responsável por desenvolver um projeto cujo objetivo
era restaurar um acervo de pinturas pertencentes ao município do Rio de Janeiro e reformar uma área
específica de um museu municipal, para a exposição das pinturas restauradas. Essas pinturas possuem
grande valor histórico, artístico e cultural, consideradas peças de grande raridade pelo estilo e método de
pintura utilizado. Essa restauração é uma tarefa que somente pode ser realizada por técnico especializado,
e há no país somente uma profissional habilitada para o trabalho.
Se, durante a implementação do projeto, for aberto processo administrativo contra Maria em decorrência
de reclamação anônima, ela não terá direito de acessar quaisquer informações sobre tal processo, incluindo-
se o ato que o motivou, em atendimento ao disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Considerando as disposições da Lei n.º 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo no âmbito
da administração pública federal, e da Lei n.º 8.666/1993, Lei de Licitações e Contratos, julgue o item a seguir.
Caso não haja impedimento legal, um órgão administrativo poderá delegar parte de sua competência a
outros órgãos, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando tal procedimento for
conveniente em razão de circunstância de natureza social.
Tendo como referência as disposições da Lei n.º 9.784/1999 e da Lei n.º 8.666/1993, julgue o item
subsequente.
Processo administrativo somente será iniciado mediante pedido de interessado, sendo vedado à
administração iniciá-lo de ofício, em respeito ao princípio da impessoalidade.
Tendo como referência a jurisprudência dos tribunais superiores relativa a desapropriação, improbidade
administrativa e processo administrativo, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: João, ao ter completado cinquenta anos de idade, apresentou requerimento a órgão
público federal, o que culminou na abertura de processo administrativo. No procedimento, ele anexou
documento probatório da sua condição de portador de doença crônica grave no fígado e requereu à
autoridade competente a declaração da prioridade de tramitação do feito. Assertiva: Nessa situação, o
benefício de tramitação prioritária deverá ser deferido.
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
É legal a suspensão do pagamento se o administrado tiver sido previamente notificado para se manifestar.
Considerando que, tendo detectado risco iminente de prejuízo, em decorrência de suspeita de vício na
concessão de verba de natureza alimentar a determinado administrado, a administração determine a
suspensão de seu pagamento, julgue o próximo item, à luz do disposto na Lei n.º 9.784/1999.
Interposto o recurso administrativo pelo interessado, poderá ocorrer a reformatio in pejus (reforma para
piorar), desde que ele seja cientificado para apresentar suas alegações antes da decisão.
Situação hipotética: Após decisão administrativa que lhe foi desfavorável, publicada no dia 1.º/2/2017, João
decidiu interpor recurso administrativo. Tendo tomado ciência do ato negativo, após busca exaustiva, João
verificou que não havia disposição legal específica para a apresentação do recurso e protocolou-o no dia
2/3/2017, com o intuito de esclarecer os pontos controversos da decisão. Assertiva: Nessa situação, o lapso
temporal descrito caracteriza o recurso como tempestivo, razão por que ele deverá ser conhecido.
A respeito dos poderes administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item
subsequente.
A fim de evitar a anulação de processo administrativo, em regra, deverá ser exigido que os documentos
juntados aos autos tenham firmas reconhecidas.
A Lei n.º 9.784/1999, ao prever que, sem prejuízo da atuação dos interessados, o processo administrativo no
âmbito federal pode ser impulsionado pela própria administração, declara o princípio da(o)
a) finalidade.
b) concordância prática.
c) informalismo.
d) gratuidade.
e) oficialidade.
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
Autoridade competente para a realização de ato administrativo pode escolher renunciar a tal competência,
ainda que a tenha adquirido por delegação.
Com base na Lei n.º 9.784/1999 e no entendimento da doutrina majoritária, julgue o próximo item, acerca
de ato e processos administrativos.
31. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
Alexandre, incumbido de julgar processo administrativo com base na Lei n.º 9.784/1999, após incidente de
suspeição, foi afastado dessa atividade.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção que corresponde ao motivo que pode ter provocado
a suspeição de Alexandre e seu afastamento do processo.
32. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Ao cabo de procedimento administrativo disciplinar, a autoridade responsável por decidir aplicou a pena de
demissão e remeteu a motivação da decisão ao parecer do departamento jurídico do órgão.
b) válida, visto que, tendo a motivação sido declarada no parecer, não há necessidade de repeti-la na decisão.
33. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública
federal, estabelece que é dever do administrado perante a administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo,
a) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
b) tomar ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado.
c) expor os fatos conforme seu entendimento, desde que respeitado o interesse coletivo.
d) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão
Em caso de recurso administrativo interposto perante autoridade incompetente, a legislação prevê que
b) a autoridade competente seja indicada ao recorrente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito federal e trata, entre
outros assuntos, dos direitos e deveres dos administrados e da administração pública, assinale a opção
correta.
a) Do processo administrativo em que seja interessado, o administrado tem direito a: ciência da tramitação;
vista dos autos e obtenção de cópias de documentos, ainda que se trate de processo classificado como
sigiloso.
b) A administração pública tem o dever de motivar suas decisões de forma explícita, clara e congruente, não
podendo fazê-lo mediante simples declaração de concordância com fundamentos de pareceres anteriores.
c) Em qualquer caso, o administrado tem o dever de fazer-se assistir por advogado para que sejam
observados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
d) O administrado tem o direito de formular alegações e apresentar documentos antes e depois da decisão
administrativa, os quais devem ser considerados pelo órgão competente.
e) A administração pública tem o dever de emitir decisão nos processos administrativos, mas não está
obrigada a se manifestar sobre as reclamações dos administrados.
Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta a respeito dos atos do processo
administrativo.
a) Permite-se que tais atos sejam praticados oralmente, dados os princípios da eficiência e da celeridade.
b) Tais atos devem ser praticados, preferencialmente, na sede do órgão administrativo, sendo obrigatória a
ciência ao interessado no caso de virem a ser realizados em outro local.
c) Exige-se o reconhecimento de firma para todos os documentos que forem assinados em razão da prática
dos citados atos.
e) Exige-se forma específica e prevista em lei para a realização dos atos em apreço.
Conforme a Lei n.º 9.784/1999, nos processos administrativos, a administração pública está proibida de
aplicar nova interpretação de forma retroativa, em decorrência do princípio do(a)
a) segurança jurídica.
b) legalidade.
d) oficialidade.
e) finalidade.
Um processo administrativo instaurado no âmbito de um órgão público estará sujeito a nulidade caso
b) haja a recusa de provas apresentadas pelos interessados por serem consideradas protelatórias, mediante
decisão fundamentada.
c) o administrado tenha obtido cópias de documentos do processo para a elaboração de sua defesa.
d) haja a atuação de autoridade que tenha interesse, mesmo que indireto, na matéria.
e) a intimação do administrado ocorra com antecedência de um dia útil, mesmo com o seu comparecimento
no local, na data e na hora determinados.
Com base na doutrina e nas normas de direito administrativo, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Dez anos após a data em que deveria ter ocorrido o primeiro pagamento de vantagem
pecuniária a que José fazia jus, ele apresentou requerimento administrativo ao chefe do setor de recursos
humanos solicitando o pagamento de tal vantagem. O pedido foi indeferido sob o fundamento de ocorrência
da prescrição. José, então, apresentou recurso. Assertiva: Nesse caso, o chefe do setor de recursos humanos
tem o prazo de cinco dias para reconsiderar a decisão; caso não o faça, deverá encaminhar o recurso ao seu
superior hierárquico.
O Tribunal de Contas de determinado estado da Federação, ao analisar as contas prestadas anualmente pelo
governador do estado, verificou que empresa de publicidade foi contratada, mediante inexigibilidade de
licitação, para divulgar ações do governo. Na campanha publicitária promovida pela empresa contratada,
constavam nomes, símbolos e imagens que promoviam a figura do governador, que, em razão destes fatos,
foi intimado por Whatsapp para apresentar defesa. Na data de visualização da intimação, a referida
autoridade encaminhou resposta, via Whatsapp, declarando-se ciente. Ao final do procedimento, o Tribunal
de Contas não acolheu a defesa do governador e julgou irregular a prestação de contas.
É nula a intimação do governador, por ser obrigatório que seja feita por ciência no processo, via telegrama
ou por via postal com aviso de recebimento.
41. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015
Eventuais recursos contra decisão emanada em processo administrativo devem ser dirigidos à autoridade
que a tiver proferido, que tem poder para realizar juízo de retratação e reconsiderar a decisão.
Com base nas disposições da Lei n.º 8.429/1992 e da Lei n.º 9.784/1999, julgue o item a seguir.
Nos processos administrativos, as intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições
legais, no entanto o comparecimento do administrado supre sua falta ou sua irregularidade.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, processo administrativo é uma série concatenada de
atos administrativos, obedecendo a uma ordem previamente estabelecida pela lei, com uma finalidade
específica que enseja a prática de um ato final.
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, nos processos administrativos serão observados, entre outros, o critério
de:
(B) atendimento a fins de interesse geral, permitida, em qualquer caso, a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências;
(C) divulgação oficial dos atos administrativos, vedada qualquer hipótese de sigilo;
(E) interpretação da norma da forma que melhor garanta o fim público, inclusive com aplicação retroativa
de nova interpretação.
Joaquim é servidor público ocupante de cargo efetivo de Consultor na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Por ter praticado ato tipificado em seu regime jurídico funcional como falta disciplinar, Joaquim respondeu
a processo administrativo disciplinar, que culminou com sua demissão.
Inconformado, Joaquim aforou ação judicial pleiteando a reforma do ato administrativo, de maneira que a
demissão seja substituída por pena disciplinar menos severa, tendo por único argumento a ofensa ao
princípio da proporcionalidade do ato sancionatório.
No caso em tela, de acordo com a reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em tese,
a) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que o ato punitivo disciplinar é discricionário e
o controle jurisdicional é restrito e se limita a aspectos formais.
b) é viável a revisão de penalidade imposta em PAD, uma vez que não há discricionariedade no ato disciplinar
e o controle jurisdicional é amplo e não se limita a aspectos formais.
c) não é viável a revisão de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, em razão do princípio da
separação dos poderes, que são independentes e harmônicos entre si.
d) não é viável a revisão da legalidade de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois se trata de
ato administrativo vinculado.
e) não é viável a revisão da legalidade e do mérito de penalidade imposta em PAD pelo Poder Judiciário, pois
se trata de ato administrativo discricionário.
João e Maria, ambos servidores ocupantes de cargo efetivo da Assembleia Legislativa, são casados.
Em razão da função pública exercida, João recebeu requerimento que inaugura processo administrativo em
que é interessada terceira pessoa, que arrolou desde logo como sua testemunha Maria.
Ao receber tal documento, à luz da Lei nº 9.784/99, que trata do processo administrativo, João deverá
a) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, que são exclusivas dos processos judiciais.
b) dar regular prosseguimento ao processo administrativo, eis que não se aplicam as hipóteses de
impedimento e suspeição, pois Maria também é servidora pública efetiva.
c) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de seu impedimento,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
d) comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar no feito, em razão de sua suspeição,
sob pena de cometer falta grave disciplinar.
e) delegar imediatamente sua competência para conduzir o feito em favor de autoridade hierarquicamente
superior, sob pena de nulidade do feito e falta disciplinar leve.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e os ditames da Lei nº 9.784/99, que trata do processo
administrativo, a competência para prática dos atos administrativos deve ser definida em lei ou em ato
administrativo geral e tem as seguintes características gerais:
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o processo administrativo é regido por postulados gerais
inerentes à atuação do Estado, como o princípio:
a) da inércia, segundo o qual a Administração Pública deve ser provocada pelo particular interessado ou pelo
Ministério Público para poder instaurar o processo administrativo;
c) da verdade formal, segundo o qual o processo administrativo admite apenas as provas produzidas
unilateralmente pela Administração Pública;
d) da onerosidade, segundo o qual o particular sucumbente deverá arcar com as custas, emolumentos e ônus
sucumbenciais no processo administrativo;
e) da instrumentalidade das formas, segundo o qual o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo,
desde que mantido o interesse público.
Com o objetivo de aumentar a segurança jurídica dos administrados, determinada entidade administrativa
elaborou um formulário padronizado para determinados assuntos, que importem em pretensão equivalente.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, é correto afirmar que o referido formulário foi elaborado por unidade
Os atos administrativos devem ser precedidos de um processo formal que justifica sua prática e serve de
base para sua legitimidade, documentando todas as etapas até a formação válida da atuação da
Administração Pública.
Nesse contexto, a Lei nº 9.784/99 estabelece que, nos processos administrativos, será observado, entre
outros, o critério de:
a) obrigatoriedade de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar, sob pena de
nulidade absoluta por violação à Constituição da República de 1988;
b) interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que
se dirige, permitida aplicação retroativa de nova interpretação;
c) impulsão procedimental pelos interessados, vedada a atuação de ofício pela própria Administração
Pública;
José, servidor público da Câmara Municipal, no exercício da função pública, ao impulsionar um processo
administrativo, mediante a prática de um ato administrativo, lançou nos autos uma certidão, quando deveria
ter feito um simples termo de informação.
Com base na doutrina de Direito Administrativo, no caso em tela, aplica-se o princípio do processo
administrativo:
a) do contraditório, segundo o qual o interessado no processo administrativo tem o direito público subjetivo
de ver obedecida a forma previamente prevista para o ato, de maneira que o vício é inarredavelmente
insanável;
b) do informalismo, segundo o qual o processo administrativo é impulsionado pelos agentes públicos que
gozam de legitimidade e liberdade para escolher a forma dos atos administrativos, de maneira que não
houve qualquer vício;
c) da verdade formal, segundo o qual a lei estabelece previamente a forma de todo e qualquer ato
administrativo, e o seu desatendimento fere a verdade formal que é buscada em qualquer processo
administrativo, causando invalidade;
d) da instrumentalidade das formas, segundo o qual a forma é o instrumento para que o ato alcance seus
objetivos, de maneira que caso o ato não tenha causado prejuízos e tenha observado o interesse público, o
vício da forma é sanável;
e) da motivação, segundo o qual todo ato administrativo praticado deve ser motivado com elementos
previstos na lei, por meio da forma legal previamente estabelecida, sob pena de nulidade absoluta.
51. FGV/ TRT - 12ª Região (SC) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
José, Técnico Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina, ocupante do cargo em comissão
de supervisor do departamento de recursos humanos do Tribunal, praticou ato administrativo que era de
competência do diretor daquele departamento.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo e a Lei nº 9.784/99, o ato praticado por José:
a) deve ser anulado pela autoridade competente, eis que vícios de competência são insanáveis, com efeitos
ex tunc, pelo princípio da segurança jurídica e para evitar prejuízos a terceiros;
b) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de ato vinculado em razão do vício de
competência, que não admite retificação, devendo atender ao princípio da legalidade e observar o interesse
público;
c) deve ser anulado pela autoridade competente, pois se trata de matéria de ordem pública, regida por
normas cogentes que não admitem a retificação do ato por parte do agente que deveria originalmente tê-lo
praticado;
d) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da ratificação do ato, caso entenda
conveniente e oportuno, desde que sanável o vício e não haja prejuízos a terceiros, bem como seja atendido
o interesse público;
e) pode ser convalidado pela autoridade competente, por meio da prática de novo ato que substitua o
anterior, com efeitos ex nunc, sendo tal aproveitamento um ato vinculado, cuja prática é obrigatória pelo
agente superior.
Consoante dispõe a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, o recurso administrativo:
a) será cabível somente em face de razões de legalidade e não por motivo de mérito da decisão, em respeito
à imutabilidade da coisa julgada administrativa;
b) será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
encaminhará à autoridade superior;
c) dependerá de caução, como regra, para sua interposição, e o valor será equivalente à vantagem econômica
que poderá ser auferida pelo administrado ao final do processo;
d) terá prazo de quinze dias para sua interposição, como regra, a partir da ciência ou divulgação oficial da
decisão recorrida;
e) deverá ser decidido, como regra, no prazo máximo de dez dias, a partir do recebimento dos autos pelo
órgão competente.
a) será efetuada de forma pessoal, vedada a intimação por via postal com aviso de recebimento, telegrama
ou e-mail;
c) importará, quando desatendida, o reconhecimento da verdade dos fatos e a renúncia a direito pelo
administrado;
d) será nula quando feita sem observância das prescrições legais, e o comparecimento do administrado não
supre sua falta ou irregularidade;
a) superior delega a agente administrativo de plano hierárquico inferior atribuição para praticar determinado
ato;
b) superior convalida ato administrativo praticado por agente administrativo de plano hierárquico inferior;
c) superior atrai para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor
hierarquia;
d) inferior pratica determinado ato administrativo que foge à sua esfera de atribuição, em caso de grave risco
iminente;
e) inferior solicita a seu superior hierárquico autorização para praticar ato originariamente fora de sua
atribuição.
Dentre os elementos do ato administrativo, destaca-se a competência, que é o círculo definido por lei dentro
do qual podem os agentes públicos exercer legitimamente sua atividade. Como característica da
competência, destaca-se a:
a) derrogabilidade, segundo a qual a competência de um órgão pode, em regra, se transferir a outro por
acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração, ou seja, apesar de fixada em
norma expressa, a competência pode ser alterada;
b) indelegabilidade, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode, em qualquer hipótese,
ser delegada a outro, ainda que haja norma posterior autorizativa, em respeito ao poder hierárquico e ao
princípio da estabilidade das relações jurídicas;
d) vedação de avocação, segundo a qual a competência de um agente ou órgão não pode ser transferida à
autoridade hierarquicamente superior para atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência
natural de agente com menor hierarquia;
e) discricionariedade, segundo a qual a competência para a prática de determinado ato administrativo pode
ser definida e alterada, caso a caso, de acordo com critérios de oportunidade e conveniência do chefe
administrativo da repartição, mediante decisão fundamentada.
c) o ato de delegação pode ser veiculado por qualquer forma idônea, dispensada, nos termos da lei, a sua
publicação no meio oficial;
Com relação ao processo administrativo, a Lei nº 9.784/1999, detalha, em seu Art. 4º, que são deveres do
administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Assinale:
Com relação ao processo administrativo, regulado pela Lei nº 9.784/1999, assinale V para a afirmativa
verdadeira e F para a falsa.
II - ( ) O requerimento inicial do interessado pode ser por escrito ou por solicitação oral.
III - ( ) Só são legitimados como interessados aqueles que deram início ao processo.
a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, V e F.
e) F, F e V.
a) do devido processo legal, segundo o qual ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal, mas pode sê-lo de seus bens;
b) da inércia, segundo o qual a Administração Pública precisa ser provocada pelo interessado para iniciar o
processo administrativo;
c) do contraditório, segundo o qual o administrado réu é obrigado a se defender com os meios necessários,
sob pena de ser declarado indefeso com a nomeação de defensor dativo;
d) da ampla defesa, segundo o qual ao administrado é assegurado o exercício de sua defesa com os meios e
recursos a ela inerentes;
e) da verdade real, segundo o qual o administrador possui os mesmos poderes e prerrogativas das
autoridades judiciais.
Sobre os princípios do processo administrativo, segundo a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta.
b) A eficiência significa que a Administração deverá se pautar pela presteza com resultados positivos e uma
atuação rápida para o serviço público, ainda que não atenda ao interesse público.
c) O direito fundamental de acesso à informação, no tocante aos dados relativos ao indivíduo em si,
constantes de registros ou de bancos de dados de entes governamentais ou de caráter público, é reflexo do
princípio da autotutela.
d) O princípio da proporcionalidade dá azo a que a Administração Pública tome decisões sem necessidade
de adequar os meios aos fins.
e) Nada obsta a que a Administração Pública, na busca de um resultado, tome a providência mais gravosa,
em desatenção à coletividade
O professor José dos Santos Carvalho Filho conceitua processo administrativo como o instrumento que
formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do Estado e dos particulares, a fim de ser produzida
uma vontade final da Administração. Nesse contexto, aplica-se aos processos administrativos o princípio
segundo o qual:
a) ninguém será privado de seus bens sem o devido processo legal, devendo ser respeitadas as normas legais
que regulam o processo administrativo;
b) aos litigantes são assegurados o contraditório e ampla defesa, com limitação estabelecida em cada caso
pelo Administrador aos meios e recursos a ela inerentes, pela supremacia do interesse público;
c) é assegurada a licitude da prova, pois são admissíveis, no processo administrativo, as provas obtidas por
meios ilícitos, para prestigiar a verdade real;
d) exige-se a publicidade de todas as decisões administrativas, não sendo possível qualquer restrição por
sigilo legal;
e) inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a
autoridade de maior grau hierárquico para decidir.
II. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada, salvo quando previsto
expressamente em lei.
III. O pedido com pluralidade de interessados, com conteúdo e fundamentos idênticos, não pode ser
formulado em requerimento único, salvo se previsto em Lei.
Assinale:
Tendo em vista os princípios que regem o processo administrativo, assinale a alternativa que contém apen
as princípios aplicáveis ao processo administrativo.
No que tange ao processo administrativo, regido pela Lei n. 9.784/99, assinale a afirmativa correta.
b)O recurso tramitará por, no máximo, duas instâncias administrativas, salvo disposição legal em contrário.
d) O recurso hierárquico será dirigido diretamente a autoridade superior à que proferiu decisão.
e) O não conhecimento do recurso hierárquico impede que a administração venha a rever o ato de ofício.
Os agentes da Administração Pública podem, no desempenho de suas atribuições, delegar de parte de suas
atribuições a outros agentes públicos. No que concerne à delegação, segundo a Lei n. 9.784/99, é correto
afirmar que
a) a delegação é possível ainda que o órgão que recebe a atribuição não seja hierarquicamente subordinado
ao órgão que efetiva a delegação.
I. Ela deve atender ao interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei.
II. Ela deve ser objetiva no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
III. Ela deve impulsionar, de ofício, o processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
Paulo da Silva é servidor federal e foi designado para compor Comissão Processante destinada a apurar a
responsabilidade de outro servidor público. Ao tomar ciência da designação, Paulo verifica que o servidor
investigado é seu parente de quarto grau, por intermédio de uma irmã adotiva de sua mãe. Diante da
situação relatada e à luz do que dispõem a Lei nº 8.112/90 e a Lei nº 9.784/99, Paulo
(A) é obrigado a comunicar o impedimento à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(B) é obrigado a comunicar a suspeição à autoridade que o designou, abstendo-se de atuar, sob pena de
responsabilidade funcional.
(C) deve prosseguir na Comissão, pois as leis em questão determinam expressamente que parentescos
baseados em adoção são incapazes de gerar incompatibilidade para atuação em processo administrativo.
(D) não está obrigado a comunicar impedimento, mas pode declarar-se em situação de suspeição, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
(E) não está obrigado a comunicar suspeição, mas pode declarar-se em situação de impedimento, solicitando
o afastamento à autoridade que o designou.
Considere a edição de ato administrativo indeferindo pedido administrativo de particular para que o poder
público municipal promova urgentes reparos no leito da rua onde está situada sua residência, em razão do
aparecimento de uma rachadura que vem progressivamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
ele e demais moradores do local. Essa medida
a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo em vista que não são somente os servidores públicos
destinatários dessa atuação, que abrange decisões relativas a outros vínculos jurídicos.
b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somente com autorização judicial o ente público poderia
realizar contratação para aquela finalidade sem a realização de licitação.
c) admite revisão pela própria Administração pública em caso de constatação de inadequação, desde que se
trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de legalidade diretamente.
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que permite à Administração pública superior convalidar ou
anular o ato administrativo, caso reste demonstrada sua inadequação e inconveniência diante da situação
fática.
e) demandará a interposição de recurso administrativo por parte do requerente, sem prejuízo de poder
adotar medidas judiciais para intervenção da obra, diante da situação emergencial caracterizada.
Plínio, administrado que se encontra em condição de interessado em processo administrativo, deseja ver
referido processo no qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos. Em conformidade com a Lei
Federal no 9.784/1999, que regula o Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal,
Plínio
a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter cópias de documentos neles contidos, faz-se
obrigatória a assistência por advogado, já que para tal ato é sempre necessária a representação
b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias de documentos nele contidos sem a assistência
obrigatória de um advogado, já que para tais atos é sempre necessária a representação.
d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, ressalvado o direito de conhecer as decisões proferidas, ato este que obriga
sempre a assistência de um advogado, por meio de representação.
e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias de documentos neles contidos, fazendo-se assistir,
facultativamente, por advogado, sem, contudo, poder formular alegações e apresentar documentos antes
da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a assistência de um advogado, por meio de representação.
71. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo – Administrador – 2018
Diversos mecanismos de controle da Administração pública são passíveis de serem utilizados, sejam eles
internos ou externos à organização administrativa. Dentre as formas de exercício do controle interno da
Administração, considerando o disposto na Lei n° 9.784/1999,
a) o recurso administrativo possibilita que os atos administrativos sejam revistos por razões de legalidade,
sejam eles discricionários ou vinculados.
c) o recurso hierárquico é a mais efetiva, porque enseja análise por autoridade superior, diferentemente dos
demais recursos.
d) a revisão de ofício só pode ter lugar nos atos discricionários, eis que admitem mais de um exame de
conveniência e oportunidade.
e) a interposição de recurso impede o exercício do juízo de reconsideração pela autoridade que proferiu o
ato, sendo imperiosa a submissão à autoridade superior.
72. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Legislativo – Constituição e Justiça – 2018
De acordo com o que dispõe a Lei federal n° 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito
federal, aplicada ao Distrito Federal por força da Lei distrital n° 2.834, de 2001, a competência dos órgãos
públicos
a) não pode ser delegada, salvo em situações excepcionais e devidamente justificadas, em caráter
temporário, não importando renúncia da autoridade delegante, que continua exercendo a competência
concomitantemente.
b) pode ser objeto de delegação, parcial ou total, apenas a órgãos subordinados hierarquicamente e vedada
a delegação da competência para decisão de recursos.
c) não pode ser objeto de avocação, salvo em relação à anulação de atos eivados de vício, cuja revisão
independe da interposição de recurso, podendo ser procedida de oficio.
d) deve ser exercida nos limites cometidos por lei, o que não impede a delegação de competência exclusiva
do órgão, por diploma infralegal, a órgão hierarquicamente superior.
e) é irrenunciável, o que não impede a delegação, nas hipóteses previstas em lei, expressamente vedada em
relação a edição de atos de caráter normativo.
73. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) – Analista Judiciário – Estatística – 2018
No que concerne à competência dos órgãos públicos, na forma disciplinada pela Lei nº 9.784/1999, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública federal, existe expressa vedação
quanto à
a) delegação parcial ou temporária de competência, somente sendo admissível delegação em caráter integral
e definitivo.
b) avocação de competências, ainda que em caráter temporário e excepcional por motivos relevantes e
justificados pelo órgão superior.
c) delegação da competência de um órgão a outro quando este não lhe seja direta e imediatamente
subordinado hierarquicamente.
74. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) – Analista judiciário – Área Administrativa – 2018
a) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, tendo em vista que importa a apuração da verdade
real.
b) admite a utilização de provas obtidas por meios ilícitos, desde que se observe, no trâmite do processo, o
direito de defesa e o contraditório do servidor ao qual se imputa a conduta antijurídica.
c) pode ser impulsionado de ofício, salvo no que se refere à fase de instrução, que depende de especificação
de provas pela Administração pública e pelo acusado.
d) pode se movimentar de ofício, inexistindo a mesma formalidade do processo judicial, não sendo
imprescindível a presença de advogado para defesa técnica do servidor ao qual se imputa conduta
antijurídica.
e) prevê a realização de apenas uma audiência, dita una, que concentra as fases de conciliação, instrução e
decisão.
No que concerne à competência das autoridades administrativas e sua delegação, nos termos disciplinados
pela Lei Federal n° 9.784/1999, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, tem-se que
c) admite-se a delegação para a edição de atos normativos, desde que não gerem efeitos perante terceiros
e) não é passível de delegação a competência exclusiva, salvo para a prática de atos declaratórios.
76. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
Suponha que determinado cidadão tenha interposto recurso administrativo, buscando a anulação de um ato
praticado por autoridade administrativa, consistente na concessão de alvará de funcionamento de
estabelecimento comercial, alegando que, embora não seja titular do direito envolvido, o ato em questão
estaria afetando indiretamente seus interesses. O recurso foi interposto perante a autoridade superior
àquela que proferiu a referida decisão. Diante de tal situação,
a) o recurso não será conhecido, por se tratar de ato vinculado, cujo controle somente é admissível em sede
judicial, quando identificado vício de legalidade.
b) o recurso não será conhecido, eis que, embora apresentado perante a autoridade competente, o
postulante não possui legitimidade para recorrer, podendo, contudo, solicitar a revisão do ato perante a
autoridade que o prolatou.
c) o recurso deverá ser conhecido, desde que apresentado no prazo de 10 dias da publicação do ato
recorrido, podendo a autoridade competente, a seu critério, submetê-lo, previamente, à revisão da
autoridade prolatora.
d) embora o postulante possua legitimidade para recorrer, o recurso não será conhecido eis que interposto
perante autoridade incompetente, o que não impede que o ato seja revisto de ofício pela Administração, se
ilegal e se não operada a preclusão administrativa.
e) embora interposto perante autoridade incompetente e por pessoa não legitimada, o recurso pode ser
conhecido, a critério da Administração, desde que intime o beneficiário do ato para apresentar suas
contrarrazões.
77. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2018
Numa hipótese em que um processo administrativo disciplinar tenha tramitado até a fase final, com
proferimento de decisão aplicando penalidade ao servidor público, e que se tenha verificado a inexistência
de intimação do mesmo no início do procedimento para apresentação de regular defesa,
a) a decisão não pode ser revista administrativamente, tendo em vista que não é obrigatória a apresentação
de defesa e será possível questionar integralmente o resultado no Judiciário.
b) há nulidade, gerando fundamento para anulação dos atos posteriores e retomando-se o procedimento
para conferir oportunidade de defesa ao servidor público.
d) é de rigor a revogação do processo, reabrindo-se prazo para defesa do servidor público, sendo possível,
no entanto, o aproveitamento dos atos praticados que não tenham gerado prejuízo ao servidor.
e) a decisão poderá ser anulada pela própria Administração pública, em razão da obrigatoriedade de
submeter todas as suas decisões em processos disciplinares à instância superior, com recurso obrigatório.
78. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
Um servidor apresentou requerimento para que lhe fossem concedidas, em pecúnia, as licenças-prêmio a
que fazia jus, com base em legislação recém-aprovada pelo ente público cujo quadro integrava. Durante o
prazo para apresentação de recurso administrativo contra a decisão que indeferiu o requerimento, a
Administração pública
a) não poderá rever a decisão administrativa, tendo em vista que o processo administrativo depende de
provocação do interessado.
c) pode anular a decisão proferida, de ofício, no caso de constatar que estava eivada de ilegalidade.
d) deve intimar o interessado para que informe se irá apresentar recurso e, diante da negativa, poderá
exercer seu poder de revisão dos atos administrativos.
e) pode rever a decisão de ofício, desde que tenha sido apresentado recurso pelo interessado, ainda que não
tenha invocado a ilegalidade.
O processo administrativo, nos termos da Lei nº 9.784/99, possui algumas características, expressamente
previstas, que podem diferenciá-lo dos processos judiciais, a exemplo da
a) facultatividade da observância do direito de defesa e do contraditório, que pode ficar para o momento
final, após a decisão.
c) coisa julgada, que demanda concordância das partes para que possa produzir efeitos.
d) instância recursal, que demanda expressa previsão na lei, sob pena de não haver autorização para tanto.
Uma servidora formulou requerimento de contagem de tempo de serviço anterior ao seu ingresso no serviço
público. Houve indeferimento, do qual ela recorreu. A autoridade recorrida encaminhou o recurso à
autoridade superior, que editou ato delegando as decisões sobre recursos administrativos ao seu
subordinado que lhe havia encaminhado o processo. Esse cenário
a) pode conter ilegalidade no caso de a decisão proferida ser recorrível, considerando que em alguns casos
a revisão permite apenas pedido de reconsideração.
b) é aderente a lei, pois antes da apreciação o recurso deve ser obrigatoriamente apreciado como pedido de
reconsideração.
c) é válido e legal, pois a decisão em recurso administrativo não faz coisa julgada, de modo que fica reservado
à servidora recorrer ao Judiciário.
d) apresenta nulidade, pois a delegação poderia ter sido feita à autoridade subordinada, desde que diversa
daquela que proferiu a decisão recorrida, sob pena de supressão de instâncias.
e) contém ilegalidade, pois a competência para decisão de recursos administrativos não pode ser delegada,
em especial para a mesma autoridade que proferiu a decisão recorrida.
As funções administrativas, típicas do Poder Executivo, conferem relevância ao trâmite dos processos
administrativos, possuindo disciplina específica conforme o ente federado em questão, à exemplo da Lei n°
9.784/1999 que
b) rege direitos e obrigações no âmbito dos processos administrativos federais que tramitam perante o Poder
Executivo, não alcançando aqueles que se processam diante dos outros Poderes, que demandam regulação
própria.
c) impede a movimentação de ofício do processo administrativo sempre que o objeto do mesmo envolver,
direta ou indiretamente, apuração de infração disciplinar.
e) estabelece as garantias dos administrados, introduzindo princípios e direitos a serem observados nos
processos administrativos, de forma a excluir quaisquer aspectos discricionários das decisões que venham a
ser tomadas nos mesmos e assim garantir o adequado contraditório.
A autoridade competente instaurou processo administrativo contra certa empresa, por descumprimento de
normas de proteção ao consumidor, tendo-lhe imposto a pena de multa prevista em lei, a ser paga no prazo
ali fixado, caso contrário o valor seria cobrado judicialmente. Constou do ato de instauração do referido
processo que a empresa, se assim desejasse, poderia impugnar a imposição da penalidade mediante
provocação do Poder Judiciário, sendo-lhe vedada, em razão do pequeno valor da multa, a oposição de
defesa ou recurso administrativo. Nesse caso, o auto de infração é
a) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, cabe ao Estado promover a defesa
do consumidor.
b) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
c) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, é garantido a todos, no âmbito
judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
d) compatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, ninguém será privado da liberdade
ou de seus bens sem o devido processo legal.
e) incompatível com a Constituição Federal, uma vez que, nos termos desta, aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes.
a) deve ser observada a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
e) é vedada a utilização de meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões no caso de solução
de vários assuntos da mesma natureza para evitar que sejam prejudicados direito ou garantia dos
interessados.
84. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) – Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017
Determinado processo administrativo, de âmbito federal, foi iniciado a pedido da interessada Marta, sendo
ela a titular do direito versado no processo. Durante a fase instrutória, a Administração fixou prazo para que
Marta apresentasse documento necessário à apreciação do pedido formulado. Nos termos da Lei nº
9.784/1999, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação
b) suspenderá o trâmite processual por sessenta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o
documento, será o feito obrigatoriamente extinto sem qualquer análise de mérito.
c) implicará o imediato prosseguimento do feito, o qual será apreciado somente com o conjunto probatório
constante nos autos do processo.
d) acarretará a concessão imediata de prazo suplementar de cento e oitenta dias, a fim de que Marta
apresente o documento.
e) suspenderá o trâmite processual por trinta dias, e, findo tal prazo, caso Marta não apresente o documento,
será o processo obrigatoriamente julgado em seu mérito.
85. FCC/ TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Considere as seguintes assertivas concernentes à Lei no 9.784/1999, que regula o processo administrativo
no âmbito da Administração pública federal:
I. As disposições da Lei no 9.784/1999 também se aplicam ao Poder Judiciário, quando no exercício de função
administrativa.
II. A Lei no 9.784/1999 traz o conceito de “entidade”, definindo-a como a unidade de atuação que pode ou
não ter personalidade jurídica.
III. O administrado poderá optar por não prestar informações que lhes são solicitadas, tratando-se tal postura
de um de seus direitos, expressamente previsto na Lei no 9.784/1999.
IV. Um dos critérios a serem observados nos processos administrativos regidos pela Lei no 9.784/1999 é a
indicação dos pressupostos fáticos que tenham determinado a decisão, não se exigindo a indicação de
pressupostos de direito, justamente pela informalidade e objetividade que vigora em tais processos
administrativos.
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I.
86. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017
Mauro, servidor público federal, responsável por determinado processo administrativo de âmbito federal,
deve, de acordo com a Lei nº 9.784/1999, praticar ato no prazo de cinco dias, quando inexistir disposição
legal específica, bem como quando inexistir motivo de força maior que justifiquem prazo diverso. De acordo
com a mesma Lei, o referido prazo
c) pode ser dilatado até o triplo, não sendo necessária justificação para tanto.
d) pode ser dilatado até o dobro, não sendo necessária justificação para tanto.
e) pode ser dilatado para o prazo máximo de trinta dias, mediante comprovada justificação.
87. FCC/ TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal - 2017
Rúbia e Nefertite são partes interessadas em um mesmo processo administrativo de âmbito federal. Em
determinado momento, Rúbia formulou, por meio de manifestação escrita, pedido de desistência total do
pedido formulado. A propósito do tema e, nos termos do que preceitua a Lei n o 9.784/1999, é correto
afirmar que
c) a desistência de Rúbia também poderia ser feita verbalmente, haja vista a informalidade que vigora no
processo administrativo.
d) a desistência não pode ser total, devendo ser parcial, vez que apenas a Administração pública tem o poder
de extinguir integralmente o feito.
e) a desistência de Rúbia somente será admissível se decorrer de fatos supervenientes, isto é, que surgiram
após a instauração do processo administrativo.
88. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa - 2016
Considere:
Nos termos da Lei n° 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública
federal, constitui vedação absoluta e que, portanto, não admite exceção, o que consta APENAS em
a) III e IV
b) I e II.
c) I, II e III.
d) IV.
e) I e III.
89. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2016
Considere a seguinte situação hipotética: Heitor, é chefe de determinada repartição pública, de âmbito
federal, e responsável por decidir os recursos administrativos interpostos. No momento de prolatar decisão
em recurso administrativo, Heitor recebeu ligação de sua esposa alegando que seu filho não estava bem e
precisaria ser internado. Em razão da circunstância fática ocorrida, Heitor precisou ausentar-se do serviço
público pelo prazo de três dias. Nos termos da Lei nº 9.784/1999, a decisão do recurso administrativo
b) pode ser objeto de delegação, não sendo necessário que o ato de delegação seja publicado no meio oficial.
c) pode ser objeto de delegação, no entanto, o ato de delegação não poderá ser revogado a qualquer
momento, havendo períodos próprios para tanto.
d) não admite delegação, como regra, no entanto, na hipótese narrada, comportará delegação desde que
proferida pela autoridade hierarquicamente inferior a Heitor.
90. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Administrativa – 2016
Em determinado processo administrativo, de âmbito federal, a parte interessada, Ana Lúcia, possui domicílio
incerto e, por falha na tramitação do processo, deixou de ser intimada. No entanto, posteriormente, Ana
Lúcia compareceu espontaneamente ao processo. Nos termos da Lei nº 9.784/1999,
a) o comparecimento de Ana Lúcia não supre a falta de intimação, mas é garantido o direito de ampla defesa
à Ana Lucia.
b) a ausência de intimação importa nulidade insanável, razão pela qual o processo deverá ser extinto.
e) a intimação deveria ter sido efetuada por telegrama, por ser a forma adequada de intimação nas situações
==31752d==
de domicílio incerto.
91. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Área Judiciária Especialidade Oficial de Justiça Avaliador
Federal – 2016
Em determinado processo administrativo de âmbito federal, foi proferida decisão que acabou atingindo
indiretamente o direito da servidora Cristina. Em outro processo administrativo de âmbito federal, foi
proferida decisão no tocante a interesse e direitos coletivos, razão pela qual uma associação representativa
está pretendendo interpor recurso administrativo. Nos termos da Lei no 9.784/1999,
a) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas os titulares de
direitos que forem parte no processo poderão assim o fazer.
b) tanto Cristina quanto a associação representativa têm legitimidade para interpor recurso administrativo
nos casos narrados.
e) nenhum dos citados têm legitimidade para interpor recurso administrativo, pois apenas a pessoa física,
diretamente afetada pela decisão, poderá assim o fazer, independentemente de ser parte ou não no
processo.
a) que detém personalidade jurídica própria, ao contrário da entidade que não é dotada de personalidade
jurídica própria e distinta do ente instituidor.
b) destituído de personalidade jurídica própria, tal qual as entidades que integram a Administração pública
indireta e agem em nome do ente instituidor.
c) que com elas não se confunde, a despeito de ser uma de suas partes integrantes, não possuindo
personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades que são dotadas de personalidade jurídica
própria.
d) representativo do fenômeno denominado descentralização por serviço, o que o distingue da entidade que
constitui unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, característica do fenômeno da
desconcentração.
e) que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos, razão pela qual com eles se confunde para
todos os fins de direito.
GABARITOS
1. C 41. C 81. A
2. B 42. C 82. E
3. D 43. A 83. A
4. B 44. B 84. A
5. D 45. C 85. E
6. D 46. C 86. A
7. C 47. E 87. B
8. A 48. E 88. E
9. C 49. E 89. A
10. B 50. D 90. C
11. B 51. D 91. B
12. E 52. B 92. C
13. C 53. B
14. C 54. C
15. E 55. C
16. E 56. E
17. E 57. B
18. E 58. D
19. E 59. D
20. E 60. A
21. C 61. A
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30. E 70. B
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36. B 76. D
37. A 77. B
38. D 78. C
39. C 79. B
40. E 80. E