Estrutura Financeira Indicadores Financeiros

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Indicadores Financeiros:

O que são, os principais


e como analisar

FIA

15 de junho 2021, 15:00


5/5 - (21 votes)
Os indicadores financeiros se relacionam com todos os aspectos de um
ambiente de negócios.

São eles que indicam o status da rentabilidade, a performance ou o retorno


sobre determinado investimento.
Por meio dos indicadores financeiros, empreendedores e investidores
conseguem mensurar com clareza se um negócio vale ou não a pena.

Mas para tomar decisões acertadas, é preciso saber interpretá-los


corretamente. Do contrário, serão inócuos.

Ao longo deste conteúdo, você vai descobrir como ler e interpretar os dados
fornecidos por essas importantes ferramentas e como aplicá-los às
suas decisões de gestão e investimentos.

Quer saber mais sobre o assunto? Então, acompanhe os tópicos a seguir e


saiba mais sobre os principais indicadores financeiros do mercado:

 O que são indicadores financeiros?


 A importância dos indicadores financeiros para o negócio
 Quais são os indicadores financeiros? Veja os principais
 Como analisar os indicadores financeiros?
 O papel da tecnologia na gestão dos indicadores financeiros.
Boa leitura!

O Que São Indicadores Financeiros?


O que são indicadores financeiros?
Indicadores financeiros são medidas quantitativas que revelam a situação
financeira de uma empresa com base em seus resultados contábeis. São
excelentes ferramentas que ajudam tanto o gestor em sua tomada de decisão
quanto o investidor que está em busca da melhor relação risco x retorno para
seu capital.

Os indicadores se baseiam em dados históricos, ou seja, no desempenho


passado.
Por meio deles, é possível descobrir se uma empresa é lucrativa ou não, se
tem margem de lucro alta ou ganha no volume, se está muito ou pouco
endividada, além de várias outras informações de mesma relevância.

De posse dos dados dos indicadores financeiros, um gestor tem argumentos


técnicos para tomar decisões.

Ao mesmo tempo, um investidor consegue avaliar se vale ou não a pena


colocar seu dinheiro em determinado ativo.

Embora considerem dados históricos, os indicadores financeiros são muito


úteis na projeção de resultados futuros.

Investidores da bolsa de valores, por exemplo, que compram ações de


empresas com base na análise fundamentalista, usam com frequência os
indicadores financeiros em suas observações.

Em geral, são investidores interessados em se tornar sócios de boas empresas


e buscam ativos para o longo prazo. Ou seja, estão pensando no futuro.

Imagine uma empresa que tenha reportado lucros crescentes ao longo dos
últimos 10 anos.

Se não houver mudanças importantes no cenário em que a companhia está


inserida, as chances de o negócio continuar sendo lucrativo são boas.

Nesse caso, as análises são realizadas, em grande parte, com o apoio do que
revelam os indicadores financeiros.

A Importância Dos Indicadores Financeiros


Para O Negócio
A importância dos indicadores financeiros para o negócio
Dentro do ambiente empresarial, os indicadores financeiros fornecem
subsídios ao gestor para tomar decisões com base em dados e não em
achismos.

Ao elaborar o planejamento organizacional, a empresa também


estabelece metas e estratégias que precisam ser cumpridas e alcançadas no
curto, médio e longo prazos.
Os indicadores financeiros são ferramentas que vão indicar ao administrador
se as metas estão sendo cumpridas e se a atividade empresarial está sendo
lucrativa.

Decisões importantes, como investir na expansão do negócio ou enxugar


custos e despesas são mais assertivas se tomadas com base em indicadores.

Assim, além de ajudar o administrador a controlar a empresa, sobretudo nas


questões rotineiras, os indicadores financeiros servem também para planejar
melhorias.

Como exemplo, vamos supor que uma loja de conveniência tenha estabelecido
como meta o aumento da margem de lucro em 5% em seis meses com
estratégias de redução de despesas.

Para saber se a meta está sendo alcançada, precisará recorrer aos indicadores
financeiros (margem bruta, margem líquida, custos fixos e variáveis, dentre
outros).

Os indicadores financeiros são tão importantes para os negócios quanto o


painel de instrumentos é para uma aeronave.

O piloto precisa das informações do painel para saber se o avião está na


altitude correta, na velocidade desejada e em perfeito funcionamento.

Do contrário, voará sem rumo e sem direção.

Dentro das empresas, a lógica é parecida.

Sem os indicadores financeiros, a empresa pode estar perdendo força, se


endividando e caminhando para o fracasso sem que ninguém perceba.

Quais São Os Indicadores Financeiros? Veja


Os Principais
Quais são os indicadores financeiros? Veja os principais
Há diversos indicadores financeiros que podem ser usados para diferentes
tipos de análises, de acordo com objetivos gerais ou específicos.

Alguns indicadores mostram o crescimento de receitas, outros a lucratividade


da empresa ou o retorno sobre o investimento.

É importante ressaltar que não existe indicador infalível. Todos têm falhas,
limitações e o empreendedor ou investidor deve saber disso.
Para revelar informações que demonstrem a real situação da empresa, o
indicador também precisa coletar e processar os dados corretos.

As fontes são os relatórios e demonstrativos da empresa, como DRE,


balancetes e balanço patrimonial.

A seguir, conheça os principais indicadores financeiros, que se revelam úteis


tanto para um gestor de empresas quanto para um investidor do mercado
financeiro.

1 – Margem Bruta

A margem bruta, como o nome sugere, mede o lucro bruto de um negócio


em valor percentual.

O cálculo da margem bruta considera basicamente o faturamento total e o


custo das mercadorias vendidas (CMV) ou do produto vendido (CPV).

A fórmula de cálculo é a seguinte:

 Margem Bruta = Lucro Bruto / Faturamento * 100.


Para encontrar o lucro bruto, basta subtrair do faturamento o custo das
mercadorias ou produtos vendidos.

Feito isso, o passo seguinte é dividir o lucro pelo faturamento e multiplicar


por 100 para achar o valor em percentual.

O indicador financeiro margem bruta tem como objetivo aferir a eficiência


da empresa em relação às vendas.

Quanto maior a margem, melhor.

2 – Margem EBITDA
2 – Margem EBITDA
A margem EBITDA é um dos indicadores mais usados pelo mercado, em
especial para os casos de empresas listadas em bolsa.

Trata-se de um indicador de rentabilidade que visa descobrir o quanto a


empresa é eficiente e rentável considerando seus resultados operacionais.

EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) é


o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA).

São excluídos do cálculo, portanto, os impostos e os elementos financeiros.


Esta é a fórmula usada para o cálculo da margem EBITDA:

 Margem EBITDA = EBITDA/ Faturamento * 100.


Quanto maior a margem EBITDA, mais eficiente é a empresa em gerar lucro e
valor a seus sócios e acionistas, considerando sua atividade principal.

Além de servir como métrica de rentabilidade, o EBITDA também é


parâmetro para avaliar o índice de endividamento de uma empresa: o
indicador Dívida Líquida/EBITDA.

3 – Margem Líquida

Margem líquida segue o mesmo raciocínio: é um indicador financeiro de


rentabilidade que mede o lucro líquido de uma empresa em valor percentual.

A diferença da margem líquida para a margem bruta está na composição do


cálculo.

Ele considera todas as despesas diretas e indiretas, como os custos


relacionados à prestação de serviços e produção ou venda de produtos.

A fórmula utilizada para encontrar a margem líquida é a seguinte:

 Margem Líquida = Lucro Líquido / Receita Líquida*100.


Primeiro apura-se o lucro líquido, ou seja, o dinheiro que efetivamente sobra
após deduzidos todos os custos e despesas.

Em seguida, divide-se o lucro líquido pela receita líquida e multiplica por 100
para achar o valor em percentual.

4 – Custos Fixos E Custos Variáveis

Os custos de uma empresa são diferentes de despesas.


Custos estão relacionados à atividade-fim, como mercadorias, matéria-
prima, funcionários da fábrica, dentre outros.

Despesas são gastos que não têm relação direta com a atividade-fim, como
funcionários do administrativo, conta de telefone e material de limpeza.

Os custos de uma empresa, aqueles indispensáveis ao seu funcionamento,


podem ser fixos ou variáveis.

Custo fixo é aquele gasto que se mantém inalterado mês após mês,
independentemente das oscilações na produção ou venda.

A folha de pagamento dos operários de linha de produção, por exemplo, é um


custo fixo.

O aluguel do prédio da fábrica, também.

Mesmo que a produção caia em alguns períodos e aumente em outros, se não


houver novas contratações, o gasto da folha de pagamento permanecerá.

O mesmo ocorre com o aluguel do imóvel da fábrica.

Os custos com a aquisição de mercadorias ou matéria-prima, por outro


lado, são variáveis.

Se a empresa vende ou produz mais, também precisará gastar mais para


recompor o estoque.

5 – Margem De Contribuição

A margem de contribuição é um indicador financeiro que visa medir quanto


da venda dos produtos e serviços podem contribuir com o pagamento dos
gastos fixos.
Vimos nos tópicos acima a diferença entre custos e despesas (que podem ser
fixos ou variáveis).

Custos estão relacionados diretamente à atividade principal de uma


organização.

Despesas, que também podem ser fixas ou variáveis, são gastos indiretos à
atividade principal.

Para descobrir a margem de contribuição, basta subtrair do preço de venda


os gastos variáveis (que inclui custos e despesas).

Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo.

Vamos supor que um produto tenha preço de venda de R$ 20,00 e gastos


variáveis totais (custos e despesas) de R$ 10,00.

Qual é a margem de contribuição deste produto com os gastos fixos da


empresa?

 Margem de Contribuição = Preço de Venda – Gastos Variáveis.


 Margem de Contribuição = R$ 20,00 – R$ 10,00.
 Margem de Contribuição = R$ 10,00.
Ou seja, depois de pagos os gastos variáveis, o produto deste exemplo ainda
pode contribuir com R$ 10,00 para amortizar os gastos fixos.

A margem de contribuição pode ser unitária, quando calculada considerando


cada um dos itens do mix de produtos/serviços, ou geral.

Pode, ainda, ser medida em percentual.

Importante ressaltar: margem de contribuição não é lucro.


Lucro é o quanto um negócio ganha com a venda de determinado produto,
mercadoria ou serviço.

Margem de contribuição é o indicador que diz por quanto é preciso vender os


produtos/serviços para obter lucro.

6 – Ponto De Equilíbrio

O ponto de equilíbrio marca o momento em que o faturamento se iguala aos


custos e despesas.

Representa a quantidade mínima exigida de receitas para que a empresa cubra


todos os custos sem registrar prejuízo.

O resultado deve ser sempre o menor possível, diferentemente do que ocorre


com as margens de lucro (quanto maior, melhor).

Além disso, quanto mais rápido a empresa chegar ao ponto de equilíbrio, mais
rápido as vendas começam a ser contabilizadas como lucro.

Três informações são necessárias para calcular o ponto de equilíbrio:

1. Margem de contribuição em percentual


2. Custos fixos
3. Despesas fixas.
Ao dividir o total de despesas e custos fixos pela margem de contribuição em
percentual, a empresa descobre o faturamento mínimo necessário para
chegar no zero a zero.

A fórmula de cálculo é a seguinte:

 Ponto de equilíbrio = (custos fixos + despesas fixas) / margem de


contribuição em percentual.

7 – Retorno Sobre O Patrimônio Líquido (ROE)


7 – Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
O ROE (Return on Equity), ou Retorno sobre Patrimônio Líquido, é um
indicador muito utilizado por investidores de ações que se orientam pela
análise fundamentista.

Patrimônio líquido é a diferença entre os ativos (o que a empresa possui) e os


passivos (o que ela deve).

De maneira geral, representa a riqueza de uma organização.


O objetivo do ROE é calcular a eficiência de uma empresa na geração de
lucros a partir dos recursos próprios.

O cálculo normalmente considera os últimos 12 meses.

A fórmula é simples:

 ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido *100.


O lucro líquido é encontrado na Demonstração de Resultado de Exercício
(DRE).

E o patrimônio líquido está presente no balanço patrimonial.

Quanto maior o ROE, melhor.

Significa que a empresa consegue ser eficiente em gerar lucro a partir do


capital aportado pelos sócios.

8 – Retorno Sobre Investimentos (ROI)

O Retorno sobre Investimentos (ROI), também conhecido como taxa de


retorno, mede o quanto rende um investimento em um período de tempo
determinado.

É um indicador usado tanto por investidores quanto por gestores de empresas.

A fórmula de cálculo do ROI é a seguinte:

 ROI = Resultado Obtido – Investimento Aportado/ Investimento


Aportado * 100.
O ROI pode ser aplicado em diferentes situações: ativos financeiros,
campanhas de marketing ou negócio próprio.

9 – Ticket Médio
O ticket médio é um indicador de performance interna, que avalia
basicamente a aceitação dos produtos e serviços de uma empresa perante seus
clientes.

A ideia é saber quanto, em média, cada cliente gasta na sua empresa.

O cálculo do ticket médio pode ser feito considerando períodos de tempo


diferentes, como mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano.

Para descobrir o resultado, basta dividir o faturamento do período pelo


número de vendas, conforme a fórmula a seguir.

 Ticket médio = faturamento total / número de vendas.


O melhor ticket médio é sempre o maior possível.

Quando avaliado considerando referências históricas, permite saber se o valor


médio gasto por cliente permaneceu estável, aumentou ou diminuiu.

Como Analisar Os Indicadores Financeiros?


Como analisar os indicadores financeiros?
Indicadores financeiros são medidas baseadas em dados passados, mas que
ajudam o administrador ou investidor a fazer projeções sobre o futuro.

Vale ressaltar que não há indicador infalível, pois todos possuem alguma
limitação.

Diante disso, uma boa análise deve considerar um conjunto de indicadores


e recortes temporais maiores.
Vamos pegar como exemplo a margem de lucro.

Olhar o resultado de apenas um trimestre é como observar uma fotografia.

Mas quando os resultados de vários trimestres são comparados, temos um


filme que mostra como a empresa tem se comportado ao longo do tempo.

Se observados na forma de gráficos, os resultados ficam ainda mais evidentes.

Para uma compreensão mais completa, é importante considerar mais de um


indicador financeiro.

Assim, alguma informação relevante que faltar em um pode ser


complementada por outro.

O Papel Da Tecnologia Na Gestão Dos


Indicadores Financeiros
O papel da tecnologia na gestão dos indicadores financeiros
A tecnologia contribui muito para a gestão dos indicadores financeiros, tanto
para o investidor quanto para o gestor.

Muito trabalho é poupado com ajuda dos sistemas, softwares e aplicativos.

No âmbito interno das empresas, o processamento de dados por meio das


soluções tecnológicas pode ser feito até mesmo em tempo real.
Depende da necessidade de cada operação.

Caso haja algum problema, como queda brusca nas vendas ou aumento
repentino de gastos, os indicadores captam os desvios e dão à
empresa condições de agir rápido.

Nesse aspecto, é importante ressaltar que os indicadores apontam, mas não


solucionam os problemas.

Se nenhuma decisão for tomada em tempo hábil, não há TI que resolva.

A tecnologia também é uma grande aliada dos investidores que estão sempre
em busca da melhor relação risco x retorno.

No caso das empresas listadas em bolsa, os dados divulgados trimestralmente


são compilados por plataformas que oferecem diversos serviços ao investidor.

Cálculos como ROE, margem EBITDA, margem líquida, endividamento,


dentre vários outros, são oferecidos prontos, poupando o trabalho de calcular
tudo manualmente.

Ao investidor, cabe estudar cada um dos indicadores financeiros, conjugá-los


dentro de uma estratégia de investimentos e analisar as opções
disponíveis no mercado.

Conclusão
Seja para investir no mercado financeiro ou abrir o próprio negócio,
os indicadores financeiros são essenciais à tomada de decisão.

São eles que vão medir a performance e os resultados, permitindo uma análise
capaz de projetar também o desempenho futuro.
No ambiente interno das empresas, os indicadores devem fazer parte de todas
as etapas do planejamento.

Todo empreendimento, por menor que seja, precisa conhecer suas margens de
lucro, retorno sobre o investimento, ticket médio, custos e despesas.

Do contrário, o negócio pode caminhar rumo ao fracasso sem que o


empreendedor se dê conta disso.

O mesmo vale para os investidores.

Portanto, antes de tomar qualquer decisão de investimento, avalie com


cuidado os indicadores.

Os dados observados, somados a outras informações objetivas e subjetivas,


certamente o ajudarão a decidir com muito mais assertividade.

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Aproveite para ler outros conteúdos sobre economia, negócios e


investimentos no blog da FIA.
A liquidez é um índice que expressa a capacidade de converter ativos em dinheiro.
Quanto maior for essa certeza, mais líquido um investimento ou negócio é. Dentro do
cenário das análises financeiras, há diferentes tipos de liquidez que, quando avaliados
em conjunto, podem dar uma ideia clara da situação de uma empresa.

Neste post, vamos explicar como calcular e analisar os diferentes tipos de liquidez.
Confira!

Qual a importância da liquidez?


A liquidez é fundamental para avaliar o desempenho de um empreendimento, tanto
interna quanto externamente. Gestores e investidores se utilizam dela para
determinar o grau de estabilidade e risco do negócio em determinado momento.

Como explicamos, ela revela o quão rápido um ativo pode ser convertido em dinheiro,
com um mínimo de perdas. Investimentos têm diferentes graus de liquidez: aqueles que
são contratados com prazo para resgate, por exemplo, podem ter liquidez média.

Um CDB diário, em contrapartida, tem alta liquidez, pois o valor investido pode ser
resgatado a qualquer momento. Já o mercado imobiliário tem, em geral, baixa liquidez,
pois não há certeza de venda imediata de um imóvel sem perda no seu valor.

Em se tratando de empresas, a liquidez está diretamente ligada à sua capacidade de


sobreviver e se manter ativa. Para entender melhor como isso funciona, é preciso
conhecer os diferentes indicadores de liquidez.

Para que servem os indicadores de liquidez?


Indicadores de liquidez avaliam a credibilidade de uma empresa no mercado. Em
outras palavras, eles demonstram qual a capacidade financeira que a instituição
tem para cumprir suas obrigações. É como se eles respondessem à seguinte pergunta:
“se todo o passivo da empresa fosse cobrado hoje, ela teria como pagá-lo de imediato?”.

Assim, uma empresa com alto grau de endividamento e pouca capacidade financeira em
curto prazo tem, de modo geral, baixa liquidez. Por outro lado, aquelas que administram
bem seu fluxo de caixa, pensando em honrar seus compromissos em dia, costumam ter
bom grau de liquidez.

Mas os indicadores de liquidez são a forma mais segura de fazer esse diagnóstico,
usando como base as informações do Balanço Patrimonial.

Quais os tipos de liquidez e como calculá-las?


Os quatro indicadores de liquidez utilizados para avaliar a saúde financeira de um
negócio são:

 liquidez corrente: ligada aos compromissos de curtíssimo prazo;


 liquidez seca: representa a capacidade de pagamento em curto prazo;
 liquidez imediata: assim como a anterior, ligada aos compromissos de curto
prazo;
 liquidez geral: gira em torno das obrigações de longo prazo.

Como você pode perceber, cada um dá informações diferentes, mas todos são
complementares. De modo geral, eles fazem a proporção entre os ativos e recebíveis
como o passivo da empresa.

Assim, a regra geral para analisá-los é a seguinte:

 índice de liquidez maior que 1: situação favorável;


 índice de liquidez igual a 1: ativo e passivo se equiparam, situação de
equilíbrio;
 índice de liquidez menor que 1: endividamento, pois a empresa não consegue
quitar suas dívidas de imediato.

Quanto maior for o índice, melhor a situação do empreendimento. Mas, mesmo que o
indicador esteja menor que 1, é preciso avaliar com cuidado se não há muitos ativos
concentrados no longo prazo. Confira, a seguir, cada tipo de liquidez e como calculá-la!

Liquidez corrente

Também chamado de liquidez comum, esse indicador mede a capacidade de uma


empresa cumprir com suas obrigações no curto prazo. Ele representa, em nível de
gerenciamento interno, a saúde do fluxo de caixa.

O cálculo leva em conta os direitos da empresa a curto prazo, que são seu Ativo
Circulante (caixa, bancos, estoques e clientes) e as dívidas de curto prazo, que são o
Passivo Circulante (empréstimos, financiamentos, impostos e fornecedores).

O cálculo é feito da seguinte forma:

LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE / PASSIVO CIRCULANTE

A seguir, vamos fazer um cálculo de exemplo para que você entenda como funciona.
Confira!

No Ativo Circulante:

 caixa: R$20.000;
 bancos: R$100.000;
 estoques: R$400.000;
 clientes: R$ 30.000.

Já no Passivo Circulante:

 empréstimos: R$50.000;
 financiamentos: R$300.000;
 impostos: R$5.000;
 fornecedores: R$100.000.
Nesse caso, a equação seria:

LIQUIDEZ CORRENTE = 550.000/455.000

LIQUIDEZ CORRENTE = 1.2087

De acordo com as regras de análise, esse seria um bom resultado, concorda?

Liquidez seca

A liquidez seca também traz informações sobre o curto prazo. Entretanto, ela tem uma
diferença simples para a liquidez corrente que pode fazer muita diferença. Aqui, os
estoques não entram no cálculo do Ativo Circulante. A razão disso é que nem sempre
ele pode ser diretamente computado no patrimônio da empresa.

A fórmula para calculá-lo é:

LIQUIDEZ SECA = (ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUE)/PASSIVO


CIRCULANTE

Na prática, isso significa que a liquidez seca calcula a capacidade de pagamento do


Passivo Circulante, se o estoque não for convertido em negócios, ou seja, nem vendido
nem utilizado.

Assim, uma empresa que tem um estoque muito alto pode ter dificuldades em realizá-lo,
ou seja, transformá-lo em dinheiro para cumprir suas obrigações. Por outro lado,
estoques baixos darão como resultado um indicador próximo ao de liquidez corrente.

Tome como exemplo os números que utilizamos no cálculo anterior. Nesse caso, a
liquidez seca seria:

LIQUIDEZ SECA = (550.000 – 400.000)/455.000

LIQUIDEZ SECA = 0,3297

Percebe como um estoque alto pode ser problema para uma empresa? Bastou retirá-lo
do cálculo e o cenário mudou completamente.

Liquidez imediata

Digamos que a liquidez imediata é um indicador mais “exigente”. Como ele olha apenas
para o curtíssimo prazo, o seu cálculo foca apenas no ativo que está à disposição da
gestão — dinheiro em caixa, contas correntes, investimentos de alta liquidez etc.

Esse indicador demonstra o quanto a empresa está preparada para lidar com
emergências de caráter financeiro. Ou seja, diante das incertezas do mercado ou de
imprevistos, ela poderá arcar com os compromissos mais imediatos e manter suas
atividades?
Assim, saem da conta os valores relacionados ao estoque e às contas a receber. E o
cálculo se dá por:

LIQUIDEZ IMEDIATA = VALORES DISPONÍVEIS / PASSIVO CIRCULANTE

Ao utilizar os mesmos valores anteriores (R$20.000 em caixa e R$100.000 no banco),


temos:

LIQUIDEZ IMEDIATA = 120.000/455.000

LIQUIDEZ IMEDIATA = 0,2637

Na prática, é como se a empresa tivesse R$ 0,26 disponíveis para cada R$ 1,00 do seu
Passivo Circulante.

Liquidez geral

Por último, esse indicador, que traz informações sobre médio e longo prazo, inclui em
seus cálculos o seu Ativo Realizável a Longo Prazo e seu Passivo Exigível a Longo
Prazo. Ou seja: tanto seus recebíveis como as dívidas que superam a estimativa de um
ano em seu Balanço Patrimonial.

Assim, a fórmula da liquidez geral é dada por:

LIQUIDEZ GERAL = (ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO


PRAZO)/(PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO)

Se, por exemplo, a empresa que usamos como exemplo tem R$ 40.000 a receber em
parcelamentos que fez para os clientes por mais de doze meses e também contabiliza
parcelas que totalizam R$ 40.000 acima de um ano, a sua liquidez geral será:

LIQUIDEZ GERAL = (550.000 + 40.000)/(455.000 + 40.000)

LIQUIDEZ GERAL = (590.000)/(495.000)

LIQUIDEZ GERAL = 1,1920

Como a liquidez geral fala sobre compromissos mais distantes, ela pode ser usada para
conferir se a empresa vem perdendo ou ganhando liquidez com os anos.

Isso traz boas informações para o Planejamento Estratégico, mostrando que ela deve
aumentar seu patrimônio no curto prazo para ganhar liquidez, por exemplo, ou que pode
financiar seus projetos, pois tem capacidade de pagamento para longo prazo.

Mas é importante não ter uma visão isolada. O ideal, como falamos, é analisar todos em
conjunto, para ter uma situação clara a respeito da saúde financeira do negócio. Assim,
cabe avaliar as necessidades da empresa, a situação do mercado em que ela está inserida
e os objetivos do negócio.
E esse não é um dado importante apenas para a gestão. Quem investe em ações pode
utilizar os indicadores dos diferentes tipos de liquidez para avaliar o grau de segurança
de um investimento em determinada empresa. Essa é uma fonte de informação valiosa!

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