Contrato Administrativo
Contrato Administrativo
Contrato Administrativo
Curso: Direito
2⁰ano
Tete 2022
1
Indice
1. Introdução……………………………………………………………………………………..03
1.1 Objectivos………………………………………………………..…………………………03
2. Noção de contrato………………………………………………………….………………….04
8.Problematização……….………………………………………....…………………………….15
2
9. Conclusão…………………………………………………………….………………………..17
1. INTRODUÇÃO
Neste presente trabalho que temos como tema contrato administrativo, possui como objectivo
demonstrar e esclarecer questões pertinentes aos contratos administrativos, pretendemos também
explanar como se dão os contratos da administração pública, seu conceito, características,
informações essenciais para entendermos de que forma a Administração publica realizam
contratos para o melhor funcionamento da máquina pública e de contrapartida dar conhecimento
para o que haja o rescindimento do contrato ou sua extinção.
O contrato administrativo se destaca por sua forma peculiar no que diz respeito a sua celebração,
onde a Administração estabelece previamente as regras, independente de ajuste com o particular,
visando sempre o interesse público.
1.1. Objectivos
3
2. Noção de contrato
Contrato é conceituado como uma manifestação recíproca de vontades entre dois entes,
conformando uma relação jurídica bilateral na qual são estabelecidos os respectivos interesses
das partes e com base em uma vontade nascida do consenso, autônoma e diferenciada das
vontades individuais originais, que passará a reger a relação formada.
Muitas vezes, porém, a Administração Pública actua de outra forma, desta feita em colaboração
com os particulares, usando a via do contrato, que é uma via bilateral, para prosseguir os fins de
interesse público que a lei põe a seu cargo. Isso significa que, estes casos, a Administração
Pública, em vez de impor a sua vontade aos particulares, necessidade chegar a acordo com eles
para obter a sua colaboração na realização dos fins administrativos.
De acordo com o n.˚: 1 do art.176 da (Lei n.˚ 14/2021, de 10 de agosto) define o Contrato
Administrativo como "O acordo de vontades pelo qual é constituída, modificada ou extinta uma
relação jurídica administrativa.
4
A escolha dos particulares está sujeita a normas muito restritivas. Pode ser feita através de ajuste
directo, concurso limitado ou concurso público (art. 179º CPA).
A regra geral é que todo o contrato administrativo tem de ser celebrado precedendo concurso
público, salvo se a lei autorizar outro processo (180º LPA).
A liberdade contratual da Administração Púbica não é limitada somente pelas regras legais
relativas à escolha do contraente privado: também a liberdade de conformação do conteúdo da
relação contratual está condicionada pela proibição da exigência de prestações
desproporcionadas ou que não tenham uma relação directa com o objecto do contrato.
Acontece muitas vezes que as leis administrativas preveem a figura da adjudicação. Esta é um
acto administrativo: trata-se do acto pelo qual o órgão competente escolhe a proposta preferida e,
portanto, seleciona o particular com quem pretende contratar. A adjudicação é assim, um acto
administrativo, ou seja, um acto jurídico unilateral, ao passo que o conteúdo é um acto jurídico
bilateral, um acordo de vontades.
Nos termos do nº 2 do 176º as principais espécies de contratos administrativos, são sete (7):
5
Concessão de uso privativo do domínio público: é o contrato administrativo pelo qual a
Administração Pública faculta a um sujeito de Direito Privado a utilização económica exclusiva
de uma parcela do domínio público para fins de utilidade pública.
O regime jurídico dos contratos administrativos é constituído quer por normas que conferem
prerrogativas especiais de autoridade à Administração Pública, quer por normas que impõe à
Administração Pública especiais deveres ou sujeições que não têm paralelo no regime dos
contratos de Direito Privado.
Regime Geral:
6
O Concurso Público é a modalidade de contratação na qual pode intervir todo e qualquer
participante interessado, desde que reúna os requisitos estabelecidos nos Documentos do
Concurso.
A proposta de preços deve ser apresentada em moeda nacional, o Metical, salvo nos casos
excepcionais previstos nos Documentos de Concurso.
Regime Especial:
Por contraposição ao Regime Geral (Concurso Público), temos o designado Regime Especial,
que permite à Entidade Contratante adoptar normas distintas das definidas pelo Regulamento.
Regime Excepcional:
7
Por último, existe ainda o Regime Excepcional, o qual permite, com fundamento no “Interesse
Público”, que sejam escolhidos pela Entidade Pública Contratante qualquer um dos seguintes
procedimentos pré-contratuais:
• Concurso Limitado;
• Ajuste Directo.
Importa referir que as contratações feitas ao abrigo do Regime Excepcional regem-se,
subsidiariamente, pelas normas do Concurso Público previstas no Regulamento.
Celebrado o contrato, segue - se a fase da sua execução. Note - se que na formação do contrato
administrativo a administração pública aparece despida dos seus poderes de autoridade,
cumprindo - lhe garantir a efetivação do material das regras e princípios que regera a formação
contratual.
Nenhuma contraente privada pode ser pago por adiantamento sem que preste caução no valor
igual ao pagamento solicitado (n°4). Nos termos do n.º 3 do mesmo artigo, A garantia definitiva
poderá ser dispensada nos casos de contratação de empreitada de obras, fornecimentos de bens e
prestação de serviços de pequena dimensão e na selecção de pessoas singulares para a prestação
de serviços de consultoria.
➢ Modificar, unilateralmente, o conteúdo das prestações, desde que seja mantido o objecto
do contrato e o seu equilíbrio financeiro.
➢ Dirigir o modo de execução das prestações.
➢ Rescindir, unilateralmente , os contratos por imperativo de interesse público devidamente
fundamentado , sem prejuízo do pagamento de justa indemnização.
➢ Fiscalizar o modo de execução do contrato.
➢ Aplicar as sanções relativas à inexecução do contrato.
A Administração pode modificar, unilateralmente, o conteúdo das prestações, desde que seja
mantido o objecto do contrato e o seu equilíbrio financeiro (art. 178, al. a) LPA).
Este poder visa adequar o contrato à dinâmica do interesse público, actualizando as cláusulas
relativas ao conteúdo das prestações, mantendo - se, obviamente, o objecto do contrato e a sua
equação financeira.
9
Deve notar – se que este poder é normalmente exercido nos casos de contratos de longa duração
(contratos de concessão) por as cláusulas neles inscritos não mais corresponderem às
necessidades colectivas actuais.
O poder de modificação unilateral do conteúdo das prestações não pode alterar o objecto do
contrato. Isto é, se o contrato versa sobre o transporte ferroviário, o objecto não pode ser alterado
para o transporte aéreo. Como escreve Marcello CAETANO a propósito " a Administração pode
mudar o contrato mas não pode mudar de contrato; se a Administração quiser mudar de contrato,
deverá então fazer uso do poder de resgate da concessão, e celebrar outro contrato
Com efeito, o poder de modificação unilateral do conteúdo das prestações, e não o objecto do
contrato, deve ser fundamentado e é feito por apostilas, e insere - se na necessidade de alterar
O poder de dirigir o modo de execução das prestações consiste na faculdade que a Administração
pública tem de emanar ordens, directivas e instruções de carácter vinculativo ao contratado
privado sobre o modo de execução técnica, jurídica (por exemplo, a necessidade de interpretar os
conceitos vagos e indeterminados utilizados no contrato) e / ou financeira das prestações
contratuais iniciais ou adicionadas, posteriormente, pelo exercício do poder de modificação
unilateral.
Este poder deve limitar - se ao estritamente necessário para a prossecução do interesse público
em causa e deve processar - se de modo a não perturbar a execução do contrato, com observância
das regras e procedimentos legais ou contratuais aplicáveis e sem diminuir a iniciativa e
responsabilidade do contratante privado. A Administração Pública não dispõe de privilégio de
execução prévia se o contraente privado não acatar as ordens, instruções e directivas emanadas, o
que é dizer não há como impor coercivamente o cumprimento das orientações, mas o
incumprimento das orientações não deixará de ter influência para o curriculum do contraente
privado, até porque é passível de aplicação de sanções.
10
Poder de rescindir, unilateralmente, os contratos
Nos termos da alínea c) do artigo 178 da LPA, a Administração pode rescindir, unilateralmente,
os contratos por imperativo de interesse público devidamente fundamentado, sem prejuízo do
pagamento de justa indemnização.
Razões:
➢ A primeira é por motivos do interesse público, o facto de terem surgido novas imposições
circunstanciais, que só a modificação unilateral não é suficiente para dar cobro, optando,
neste caso pela resolução do contrato.
➢ A segunda é por motivos de alteração anormal e imprevisível das circunstâncias em que
as partes fundaram a decisão de contratar, afectando - se gravemente a possibilidade real
de continuação do contrato. Neste caso, a origem da resolução contratual é o chamado
fait du prince, ou " facto do príncipe " O " facto do príncipe " tem lugar quando o Estado
edita uma medida, cujo efeito rompe o equilíbrio do contrato e que não estava dentro das
previsões das partes.
Nas duas situações, a Administração deve pagar uma indemnização ao particular contraente
correspondente aos danos emergentes e aos lucros cessantes .
11
se que o contraente privado pode também rescindir unilateralmente o contrato ) e de sequestrar o
contrato , nos casos de concessões.
As multas a aplicar podem consistir numa penalidade ou numa medida compulsória até o faltoso
cumprir com as suas obrigações determinada, às vezes, percentualmente, tendo em conta o valor
do contrato (vinte por cento, que pode dar lugar à rescisão). As multas podem ser determinadas
nos regulamentos, leis ou nas cláusulas contratuais.
A Administração pública pode rescindir o contrato como sanção, nos casos em que o contraente
privado não cumpra grosseiramente com as obrigações assumidas.
Prazos.
➢ Mora por prazo superior a sessenta dias, no cumprimento pela Contratada de obrigações
constantes de cláusulas contratuais, especificações, projectos e prazos de execução ou
fornecimento, ou prazo menor que tenha sido estabelecido nos Documentos de Concurso.
Cumprimento defeituoso reiterado de obrigações contratuais pela Contratada.
➢ Sistemática inobservância pela Contratada das determinações da autoridade designada
para acompanhar e fiscalizar a execução da obra ou serviços.
➢ Declaração de falência, insolvência ou dissolução da contratada.
➢ Morte ou extinção da Contratada.
12
➢ A impossibilidade de acesso à área, local ou objecto para execução das obras ou para
fornecimento de bens ou prestação de serviços nos prazos contratuais, ou de acesso às
fontes de materiais originais especificados nos Documentos de Concurso ou na proposta,
por acto imputável à Entidade Contratante.
➢ O atraso por prazo superior a sessenta dias, nos pagamentos, totais ou parciais, devidos
pela Entidade Contratante em razão da execução das obras, fornecimento de bens ou
prestação de serviços;
➢ O decurso de sessenta dias a contar da recepção da ordem escrita da Entidade Contratante
ordenando a suspensão da execução da obra ou prestação de serviços, por motivos não
imputáveis à Contratada, salvo em caso de força maior ou caso fortuito.
Cumprimento
13
Revogação por mútuo consenso
A revogação por mútuo consenso consiste na extinção dos efeitos do contrato por acordo entre a
entidade contratante e a entidade contratada, celebrado por escrito, fixando - se no acordo as
respectivas consequências jurídicas.
O acordo de revogação segue o princípio da equivalência da forma pela qual foi celebrado o
contrato.
São causas anormais de extinção do contrato administrativo, a ocorrência do caso de força maior
e o caso imprevisto, nomeadamente, as áleas extraordinárias.
O caso de força maior, na terminologia do direito inglês, an act of God, " consiste no facto
Imprevisível e estranho à vontade dos contraentes que impossibilita absolutamente o
cumprimento das obrigações.
O caso de força maior é facto imprevisível, irresistível, inevitável e que escapa à vontade das
partes, que impossibilita parcial ou totalmente a execução do contrato, levando, este facto, à sua
extinção.
O caso de força maior é, um facto superveniente, isto é, não previsto no momento da contratação,
mas a sua causa é conhecida, porém, irresistível, tal causa. É independente da vontade das parte é
imprevista e imprevisivel.
Devemos sublinhar que ocorrendo caso de força maior e a situação voltando à normalidade, o
particular contraente deve realizar normalmente as suas prestações. As consequências de caso de
força maior, quando verificado com efeito no contrato, é a exoneração do contraente privado das
suas obrigações contratuais que tenham sido afectadas.
14
O caso de força maior pode levar à não extinção do contrato, momento em que se pode repôr o
equilíbrio financeiro; ou pode levar à resolução do contrato.
Diz - se caso imprevisto, " o facto imprevisível e estranho à vontade dos contraentes que,
determinando a modificação das circunstâncias económicas gerais, impede a execução do
contrato ou contribui de modo decisivo para torná-la muito mais onerosa do que nos riscos
normais.
Ocorrido o caso imprevisto, o devedor não fica exonerado da obrigação de cumprir o ajuste
celebrado, sendo lhe, porém, facultado, rescindir o contrato, ser indemnizado ou revisão das
cláusulas de remuneração.
O caso imprevisto leva à alteração das " áleas. Diz - se " álea os acontecimentos futuros que
influem na componente económica ou financeira do contrato. As " áleas " podem ser ordinárias,
quando, embora desfavoráveis às partes. Estas assumiram-nas como risco normal do curso do
tempo na execução do contrato; são extraordinárias as que desafiam todos os cálculos financeiros
possíveis que as partes tinham em vista no momento de celebração do contrato, por exemplo, a
subida galopante dos preços das matérias-primas.
8. PROBLEMATIZAÇÃO
Desta forma, com fundamento nos argumentos apresentados, coloca-se a seguinte questão:
-Até que ponto o contrato de concessão das obras públicas, pode contribuir para a satisfação dos
utentes dessas obras?
15
Em primeiro lugar, é importante frisar que a simples execução de uma obra que era necessária
para o uso público, já contribui para a satisfação dos utentes. Mas a satisfação essa, que deixa de
se averiguar em algum momento, quando esses utentes não participam na formação dos contratos
de concessão das obras públicas, com isso, podendo-se verifica em alguma momento, uma
estipulação de taxas de cobrança aos utentes entre o concedente e o concessionário, não
aceitáveis aos utentes (altas taxas).
Apesar do exemplo acima apresentado, ser de uma construção do sector público, é o que muitas
vezes acontece nos contratos de concessão das obras públicas. Então, incentivamos nós, a
participação dos utentes das obras, na formação dos contratos de concessão das obras públicas.
Outro caso, que mostra claramente a não satisfaçao dos utentes de uma obra pública, é o
caso publicado pelo CDD( centro para democracia e desenvolvimento), no dia 16 de março
de 2022, Director: Prof. Adriano Nuvunga I www.cddmoz.org
˗Longe de ser uma solução para a mobilidade e expansão urbana para o sul da capital, a ponte
por dia. Assumindo que o mês tem em média 20 dias úteis, o utente que usa viatura ligeira gasta
Maputo – KaTembe está a empobrecer muitas famílias. Numa semana apenas, excluído sábado e
domingo, cada utente que usa viatura ligeira precisa de ter 1.600 meticais para fazer duas viagens
16
mensalmente 6.400 meticais, muito acima de salário mínimo nacional.
9. CONCLUSÃO
Tendo desenvolvido o trabalho, concluímos que o contrato o seu núcleo essencial é integrado por
duas vontades relacionadas entre si, portanto, administrativo consiste numa realidade jurídica
essencialmente diferente da figura clássica do contrato em Direito privado, pois o contrato seria
uma forma propugnante a própria essência do Direito público e só poderia ser adoptado pela
Administração pública (Estado), quando este travasse relações de Direito privado; ou quando
muito, aquilo a que se poderia chamar contrato de Direito Público.
Como também concluímos que quando o Estado entra em relações jurídicas com os particulares,
isso quer dizer que a autoridade dos órgãos que nelas se representam está sujeita à observância de
normas de Direito em virtude das quais assume, e se compromete a cumprir, as obrigações.
17
.
18