Despesas Pub.-1

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UNIVERSIDADE CATóLICA DE MOçAMBIQIUE

Faculdade de Gestao de Recursos Naturais e Mineralogia

(FAGRENM)

Tema: Despesas públicas

Cadeira: Finanças Públicas e Direito Financeiro

Curso: Direito

2ᵒ ano

Discentes:

Beauty Memory Kenneth

Celso Eliseu Júlio

Higon Cassiano Marcelino

Júlio Manuel Adriano Cacebola

Tafadzwa Elias Emas Uenganai Moyo

Docente: Gercio Macie

Tete 2022

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Índice

1. Introdução..............................................................................................................................03

1.1. Objectivos.........................................................................................................................03

1.1.1 Objectivo geral................................................................................................................03

1.1.2 Objecto específico..........................................................................................................03

1.1.3 Metodologia....................................................................................................................03

2. Despesas públicas..............................................................................................................04

2.1. Conceito.......................................................................................................................04

2.1.1. Requisitos das despesas públicas..............................................................................04

2.1.2. Distinção da despesa pública e despesa


nacional.......................................................05

3. Tipologias de despesas públicas........................................................................................05

4. Classificações das despesas públicas................................................................................06

5. Elementos das dispesas públicas.......................................................................................09

5.1.1. Tipo de operação.......................................................................................................09

5.1.2. Sujeito da operação...................................................................................................09

5.1.3. Finalidade..................................................................................................................09

6. Instrumento das finanças públicas....................................................................................09

7. Efeitos das despesas públicas............................................................................................10

8. Aumento da despesa e suas


causas.....................................................................................13

9. Conclusão..........................................................................................................................14

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10. Referências bibliográficas...............................................................................................15

1. Introdução

beauty

Neste presente trabalho, que abordaremos em torno das despesas públicas, vimos que é
deveres importante definir primeiramente a receita pública, porque a despesa deve ser
realizada após o cálculo da receita, como ocorre normalmente com as empresas particulares,
e a receita pública é o montante total (impostos, taxas, contribuições e outras fontes de
recursos ) em dinheiro recolhido para o Tesouro Nacional, incorporado
ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades
de investimentos públicos, e as despesas públicas são aplicação do dinheiro arrecadado por
meio de impostos ou outras fontes para custear os serviços públicos prestados à sociedade
ou para a realização de investimentos e essas despesas obedecem certos requisitos.
Apresentaremos também o seu enquadramento legal, a distinção entre despesa pública e
despesa nacional, assim apresentando também os tipos de despesas públicas, a sua
classificação económica onde a despesa é classificada de acordo com os critérios orgânicos,
territorial, econômico, programático e funcional.

Os elementos das despesas públicas, e também deixaremos claro, como é que as despesas
públicas podem ser um instrumento das finanças públicas e no final aparentando os efeitos
destas.

1.1. Objectivos

1.1.1 Objectivo geral: Abordar sobre as despesas públicas.

1.1.2 Objecto específico: Apresentar o enquadramento legal das despesas públicas e


apresentar a sua tipologia, classificação e os seus efeitos.

1.1.3 Metodologia:

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Para a elaboração deste trabalho, foi necessária a consulta de manuais de direito financeiro,
leis e algumas pesquisas.

2. Despesas públicas

2.1. Conceito

As despesas públicas são aplicação do dinheiro arrecadado por meio de impostos ou outras
fontes para custear os serviços públicos prestados à sociedade ou para a realização de
investimentos. As despesas públicas, devem ser autorizadas pelo poder legislativo, por
meio do acto administrativo chamado orçamento público.

O objectivo maior é maximizar o uso dos recursos com o objectivo de obter melhores
resultados. A despesa pública constituí um processo de distribuição de rendimentos e altera
a repartição do nacional.

2.1.1. Requisitos das despesas públicas

As despesas públicas devem obedecer aos seguintes requisitos:

 Utilidade: atender a um número significativo de pessoas;


 Legitimidade: atender a uma necessidade pública real;
 Discussão pública: ser discutida e aprovada pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal
de Contas do respectivo ente;
 Possibilidade contributiva: possibilidade de a população atender à carga tributária
decorrente da despesa;
 Hierarquia de gastos; e
 Ser estipulada (prevista) em lei.

Enquadramento Legal

Nos termos do n.º 1 do artigo 27 da Lei n.º 14/2020, de 23 de dezembro, que cria o Sistema
de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Despesa Pública é todo o dispêndio,
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pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua proveniência ou
natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à sua
reposição.

De acordo com o n.º 2 do artigo acima indicado, constituem condições para a assunção e
realização da despesa, que ela seja legal, se encontre devidamente inscrita no Orçamento do
Estado aprovado, tenha cabimento na correspondente verba orçamental e seja justificada
quanto à sua economicidade, eficiência e eficácia.

2.1.2. Distinção da despesa pública e despesa nacional

A despensa pública constitui um processo de distribuição de rendimento e altera a


repartição do rendimento nacional.

A despesa nacional é constituída pelo consumo dos particulares (consumo privado), das
empresas e do sector publico (despesas do sector publico administrativo).

Pode, então, ver-se que a despesa pública e despesa nacional não são a mesma realidade e
que a despesa pública (relativa ao sector publico administrativo) é parte da despesa
nacional.

3. Tipologias de despesas públicas

Celso

Mais importante do que a arrumação orçamental das despesas públicas é, no entanto, a


consideração da sua natureza económica e, dentro de uma perspectiva de integração entre
economia e finanças, o estudo dos seus efeitos globais.

a) Despesas de investimento e despesas de funcionamento

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Uma primeira distinção, segundo esse critério que se aproxima bastante da classificação de
despesas correntes e de capital, separa as despesas de funcionamento dos gastos de
investimento.

Despesas de investimento seriam aquelas que consistem na formação de capital do estado.


As despesas de funcionamento corresponderiam apenas aos dispêndios necessários ao
normal desenvolvimento da actividade da máquina administrativa.

Apasar da proximidade das despesas de investimento com as despesas de capital, não há


coincidência de critério, já que podem encontrar despesas de capital (como seja o
reembolso de um empréstimo) que não se integram no conceito de despesa de investimento,
e despesas correntes (como o pagamento de juros) que não são despesas de funcionamento.

b) Despesas em bens e serviços e despesas de transferência

Despesas em bens e serviços são aquelas que asseguram a criação de utilidades, por meio
de compra de bens ou serviços do estado, enquanto despesas de transferência são aquelas
que se limitam a proceder a uma redistribuição de recursos, atribuindo-o a novas entidades
que se situam no sector público ou no sector privado.

Assim, no primeiro caso, o estado, ao pagar os serviços prestados por um funcionário,


está a entregar verbas que têm uma contra partida que pode ser incluída num dia grandes
agregados relativos ao rendimento nacional, enquanto, no segundo caso, ao atribuir um
subsídio de desemprego, não há qualquer alteração do nível de rendimento global: há
apenas uma deslocação de rendimento entre grupos sociais (de quem pagou um <<imposto
de desemprego>> para quem recebe um subsídio correspondente).

Claro que em todas as despesas realizadas pelo estado há, em sentido lado, uma
transferência. Só que nos casos das despesas em bens e serviços, está transformação é
acompanhada de uma contrapartida de utilidade (compra de bens ou serviços- incluindo
factores de produção), enquanto que nas despesas de transferência, não há qualquer
contrapartida directa de utilidade final.

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c) Diversidade das despesas de transferência

O conceito de transferência comporta, ainda assim, realidades bastante diversas. Têm-se


pois tentado fazer diversas classificações de transferências.

Uma primeira distinção entre transferência de rendimento das transferências de capital,


sendo as primeiras aquelas que não alteram a situação do património duradouro da Nação.

Exemplo: bolsa de estudos

As segundas aquelas que a alteram.

Exemplo: subvenção do estado para a construção de um imóvel particular ou para


investimento de uma empresa pública.

Outra distinção muito utilizada separa transferências directas e transferências indirectas.


No primeiro caso estaríamos face a despesas que vinham aumentar directamente os
rendimentos disponíveis.

Exemplo: pagamento de uma pensão a um aposentado.

No segundo, haveria apenas um benefício indirecto, traduzido num aumento das


possibilidades de consumo (subsídios a preços, etc.).

Consoante os benefícios das transferências do estado podemos distinguir: as transferências


para o sector público, que beneficiam entidades e são transferências internas do sector

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público; as transferências para unidades produtivas (empresas); e as transferências para
particular e entidades privadas não lucrativas.

Todas transferências internas, que não alteram o rendimento nacional. E a ainda


transferências para o exterior, que beneficiam economias externas e diminuem o
rendimento nacional.

d) Despesas produtivas e reprodutivas

Quanto a produtividade, há despesas públicas que se limitam a criar directamente


utilidades: pela segurança que resulta de haver polícias, pela contribuição que as forças
armadas dão à defesa nacional, pelo que os museus representam de produção cultural. São
gastos simplesmente produtivos.

Outras despesas, porém, contribuem para o aumento da capacidade produtiva, gerando


assim utilidades acrescidas no futuro: são despesas reprodutivas. Assim, o investimento em
estradas, transportes e meios de comunicação; assim, o investimento imaterial em
investigação, educação e saúde.

4. Classificações das despesas públicas

Júlio

Existem enúmeras classificações das despesas públicas, mas nos termos da alinea b) do nᵒ.1
no art. 30 da Lei n.º 14/2020, de 23 de dezembro, a despesa é classificada de acordo com os
critérios orgânico, territorial, económico, programático e funcional.

E no nᵒ2 do artigo acima mencionado, a classificação económica, tanto da receita como da


despesa, compreende as seguintes categorias:

a) corrente;

b) de capital;

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a) Despesa corrente
As despesas correntes correspondem a um dos subagregados da despesa pública refletindo
genericamente os gastos em bens e serviços consumidos dentro do ano corrente, com vista
à satisfação de compromissos e necessidades sociais e coletivas. Na ótica de contas
nacionais, a despesa corrente é composta por despesas com pessoal, consumo intermédio,
prestações sociais, subsídios, juros e outra despesa corrente.
b) Despesa de capital
A despesa de capital compreende as transferências de capital, sob a forma de subsídios ao
investimento e outras transferências de capital, bem como as despesas de investimento:
formação bruta de capital e aquisições líquidas de cessões de ativos não financeiros não
produzidos. Em contabilidade pública o conceito de despesa de capital inclui ainda as
aquisições de ativos e passivos financeiros.

5. Elementos das dispesas públicas

A diversidade das despesas sugere para maior precisão do conceito , uma delimitação de
alguns traços comuns a todas a realidades que possam ser definidas como tal.

São os seguintes os elementos de agressão:

5.1.1. Tipo de operação

A despesa é uma afetação de recursos, tipicamente em dinheiro a um fim determinado

5.1.2. Sujeito da operação

A despesa só será pública se efetuada pelo Estado ou outro ente público ou funções
públicas

5.1.3. Finalidade

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Para que uma dispensa seja pública deverá destinar-se a um fim público, isto é, deve
destinar-se a fazer necessidades públicas.

6. Instrumento das finanças públicas

As despesas públicas como instrumento das finanças públicas podem ser definidas como o
encargo do Estado ou outro ente público para aquisição de bens ou prestações de serviços
susceptíveis de satisfazer necessidade públicas. As despesas públicas abrange várias e
distintas realidades sendo por isso importante para compreender o conteúdo da actividades
financeira do Estado.

A definição de dispesas , no âmbito público para tomar uma outra magnitude que a da
iniciativa privada, constituem despesas públicas, todos os desembolsos efetuados pelo
Estado no atendimento do serviço público, dos aumentos patrimoniais e encargos
assumidos para satisfação dos compromissos da dívida pública ou no interesse geral da
constituição, das leis ou em decorrência de contratos ou outros instrumentos. Essa definição
vai mais no sentido de privilegiar a despesa em detrimento custo.

A despesa e, assim, terminando como se começou, o conjunto dos dia dispendios do


Estado ou de outra pessoa de Direito público para o funcionamento do serviço público. A
despesa seria entendida como porte do Orçamento destinada ao custeio de determinado
sector administrativo que cumprirá uma função ou atribuição governamental

Para a visão moderna , o estado não é um consumidor mas um ente de redistribuição da


riqueza, uma espécie de "filtro", um aspirador, uma bomba de sucção dos rendimentos da
comunidade e um propulsor de riquezas obtidas por meio das despesas públicas para a
expansão em economia.

7. Efeitos das despesas públicas

Higon

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As despesas públicas têm uma enorme importância na actividade económica, porque
ajudam o Estado a atingir os objectivos determinados por si na prossecução das suas
funções económicas e sociais.

Por exemplo, um incremento das despesas públicas terá uma repercussão positiva na
procura (Consumo e Investimento), porque vai ter um impacto no consumo das famílias
(que desfrutarão de maior rendimento disponível), no consumo público e no investimento
das empresas.

Porém, os efeitos de um acréscimo das despesas públicas variam com o tipo de despesa
pública realizada.

O aumento dos gastos com pessoal e as transferências correntes de pensões de reformado


outros subsídios têm efeitos na redistribuição de rendimentos e no consumo privado,
enquanto que um incremento nas despesas de capital tem consequências no investimento e
na produção, evolução e efeitos económicos

Por causa das diferentes situações entre os países , o estudo do efeito da despesa pública
tornou - se mais complexa , sendo necessário ter em conta os seguintes factores : a
estrutura económica, ou seja, se é um país desenvolvido ou em desenvolvimento, o seu
estado ou situação, ou uma recessão ou um estado de expansão e os meios ou recursos que
terão de financiar tais gastos .

Somente esses factores permitem determinar quais as políticas de gastos é que são as mais
adequadas para produzir o efeito desejado na economia .

Importa agora saber quais são esses efeitos que as despesas criam na economia :

Propensão ao consumo

Já se compreendeu que as despesas reprodutivas são aptas a aumentar o rendimento


nacional, já explicado. Compreende - se que o rendimento disponível, isto é o rendimento
depois de deduzidos os encargos fiscais , tem uma forte relação com o consumo de tal que

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podemos dizer, citando o Prof. Teixeira Ribeiro que" o consumo depende primacialmente
do rendimento disponível .

Propensão ao aforro e ao investimento

A incerteza , principalmente nas famílias de rendimentos mais humildes tem aconselhado a


que parte do rendimento seja destinado ao aforro - propensão ao aforro que pode ser
investido ou entesourado, consoante seja transformado em bens produtivos ou reprodutivos
ou seja constituído em saldos líquidos.

Efeito multiplicação

O investimento particular depende do rendimento que dele se espera - investimento


induzido.

O investimento público não está absolutamente vinculado aos níveis de rendimento e


investimento autónomo . Qualquer que seja o tipo de investimento , ele é útil a economia na
medida em que a despesa feita para a sua constituição transforma se em rendimento
acrescido e aumento de consumo. É o efeito multiplicação que pode verificar - se com
maior ou menor rapidez , isto é , do período do multiplicador. Nem sempre , porém , o
aumento do consumo é consequência directa do efeito multiplicador , podendo ser derivado
dos estrangulamentos ou engarrafamentos .

Princípio da aceleração

Pelo efeito multiplicador compreendemos que o investimento influi no consumo. Este pode,
por sua vez , influenciar o investimento. A maior procura para satisfazer o consumo explica
a necessidade de aumento da produção, para a qual não será suficiente o aumento da
produtividade da capacidade instalada. Impor-se-á o aumento do investimento . Temos o

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princípio da aceleração, pois assiste-se a uma aceleração de procura de bens de capital
(investimento), ainda que instável, derivada do aumento do consumo de bens ou serviços.

Efeito propulsão

A acção combinada do efeito multiplicador e do princípio da aceleração traduz-se no efeito


propulsão, que prova que o aumento do investimento tem, em regra, efeito multiplicador
sobre o consumo que, aumentando, produz um efeito-aceleração sobre o investimento . O
efeito propulsão pode ser explosivo ou apenas produzir efeitos nos períodos iniciais, o que
contribuirá para o consumo de bens importados, a inflação, engarrafamento e a
obsolescência dos equipamentos industriais.

8. Aumento da despesa e suas causas

Tafaz

As causas imediatas do aumento das despesas público podem assim ser identificadas:

 Correlativa expansão das actividades do estado


 Desvalorização monetária
 Aumento da população
 Crescimento do produto nacional bruto.

9. Conclusão

Chegando ao final das nossas pesquisas e consultas, deixamos claro que as despesas
públicas são são aplicação do dinheiro arrecadado por meio de impostos ou outras fontes
para custear os serviços públicos prestados à sociedade ou para a realização de

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investimentos. As despesas públicas, devem ser autorizadas pelo poder legislativo, e nos
termos do n.°1 do artigo 27 da Lei n.º 14/2020, de 23 de dezembro, a despesa pública é
todo o dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie, seja qual for a sua
proveniência ou natureza, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra
obrigado à sua reposição e quanto aos tipos podem ser: despesas de investimento e despesas
de funcionamento, despesas em bens e serviços de transferência, diversidade das despesas
de transferência, despesas produtivas e reprodutivas e consoante a sua classificação
apresentamos a classificação da despesa corrente e despesa de capital, sendo os elementos
das despesas públicas, o tipo de operação, o seujeito de operação e a finalidade, e quando
falamos dos efeitos das despesas públicas frisamos que as despesas públicas têm uma
enorme importância na actividade económica, porque ajudam o Estado a atingir os
objectivos determinados por si na prossecução das suas funções económicas e sociais e por
fim menciona-mos o aumento da despesa e suas causas.

10. Referências bibliográficas

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Franco, S. Finanças Públicas e Direito Financeiro. (4ª.ed.). Palheira: Almedina Coimbra,
2010.

Jund, S. Administração, Orçamento e Contabilidade Pública. (3 ª.ed.). Rio de Janeiro:


Elsevier, 2008.

Jesus, R.D.(2015). Despesas e receitas públicas, acedido á 14 de Setembro em:


pt.slideshare.net.

Waty, T. A. Direito financeiro e finanças públicas. (1ª.ed.). Maputo: W&W editora


limitada, 2011.

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