Vida
Vida
Vida
Muitas empresas vêm dedicando-se à busca de eficiência em custos. Custos minimizados, ativos logísticos otimizados e serviços de excelência prestados aos clientes,
agregam valor aos acionistas e clientes, bem como são fundamentais para que as parcerias na cadeia de suprimentos possam atingir seus objetivos.
A apuração de custos está relacionada a uma das funções da controladoria: subsidiar com informações úteis e oportunas ao processo de gestão das diversas áreas da
empresa, buscando otimizar seu resultado econômico, o que envolve os processos de identificação, classificação, mensuração, acumulação, análise, interpretação e
comunicação das informações operacionais, econômicas, financeiras e patrimoniais, relevantes à tomada de decisão de toda empresa.
O maior obstáculo é que cada vez mais os clientes estão exigindo melhores níveis de serviço, mas, ao mesmo tempo, não estão dispostos a pagar mais por isso. O preço está
passando a ser um qualificador, e o nível de serviço, um diferenciador, perante o mercado. Desta forma, a logística ganha responsabilidade de agregar valor ao produto por meio
do serviço por ela oferecido.
Os custos de armazenagem não são os custos de manutenção de estoques, mas, sim, os custos que envolvem o aluguel dos armazéns, a depreciação das máquinas e dos
equipamentos, a mão de obra, a aquisição de paletes, dentre outros.
Assim, o custo de armazenagem é gerado pela produção que precisa ser guardada, ou seja, o que não foi vendido. São considerados custos fixos, pois não dependem da
quantidade estocada. Se o armazém estiver lotado ou vazio, os preços do aluguel, da mão de obra ou da depreciação serão sempre os mesmos. São custos de grande
importância, uma vez que as exigências dos consumidores vêm crescendo voluptuosamente.
As empresas precisam fazer entregas rápidas e sem erros, e as atividades de armazenamento devem proporcionar a disponibilidade e a agilidade dos produtos.
Os custos da movimentação de materiais envolvem todo o processo que é feito para receber e despachar as mercadorias, por exemplo, os custos com as empilhadeiras,
transelevadores, mão de obra para trabalhar com essas máquinas, etc. Também é um custo indireto, pois, para se transportar um palete cheio ou vazio, o custo é o mesmo.
A escolha dos meios de movimentação é igualmente importante na determinação dos custos, pois um equipamento inadequado pode gerar perdas e aumentar os custos da
empresa. Conhecer os custos de armazenagem e a movimentação nem sempre é fácil. E não saber exatamente o que se gasta com essas funções pode fazer que se tenha
uma percepção desse setor apenas como despesa, já que o setor de armazenagem e movimentação pode ser responsável por até 50% dos custos totais de produção.
Existem alguns fatores que contribuem para o não conhecimento desses custos, já que eles são fixos e indiretos, porém é necessário distinguir, realmente, o que são custos
de armazenagem e movimentação do que são custos totais, localizando as perdas e as ineficiências que podem afetar toda a produção. O tempo ocioso das máquinas, os
gargalos, os estoques volumosos, o uso ineficiente da mão de obra e as perdas de material proveniente da movimentação ineficaz são fatores que aumentam os custos de
armazenagem e a movimentação. Geralmente, são colocados como despesas, o que poderá levar a uma tomada de decisão baseada em dados irreais, elevando,
indevidamente, o preço dos produtos para o consumidor final.
No tocante aos transportes, em um primeiro momento, pensa-se que resume-se, apenas, a movimentar algum objeto de um ponto A para um ponto B. No entanto, é
importante termos em mente que existe uma lógica de integração social muito presente nessa função empresarial.
FIGURA 4 - Transportes de mercadorias, door to door (porta à porta)
Por meio do transporte, é possível existir integração de pessoas, de produtos, de matérias-primas. Essa integração ocorre porque os transportes são realizados em diversos
modais (assunto para a próxima seção desta unidade), possibilitando a superação de distâncias em diversos desafios.
É importante verificar que quanto maior o desafio de integração social, maiores são os custos decorrentes. Vargas (2005) diz que esse processo de integração social entre os
setores de transporte, estoque, armazenamento e movimentação tem sido considerado um fator estratégico importante na promoção de resultados positivos para as empresas.
O mesmo autor afirma que essa integração pode ser chamada de competência logística.
Assim, quanto maior for a integração dos transportes, maior será o reflexo nos preços praticados, ou seja, há um ganho social muito grande com a evolução e a integração dos
transportes e, por consequência, a redução dos custos decorrentes.
Quantas vezes você se perguntou por que determinados produtos são mais caros que outros? Reflita se os custos de logística podem ter relação com essas diferenças de
preços encontradas em produtos similares.
Já sabemos que os custos logísticos são os custos que envolvem todo o processo de aquisição de matéria-prima até a entrega do produto para o consumidor final.
Sabemos, também, que os custos relativos ao transporte são os mais onerosos no processo logístico, porque este, responsável pela distribuição dos produtos, encontra alguns
entraves que podem tornar ainda mais custoso seu processo, por exemplo, a má qualidade das rodovias.
Porém, o meio de transporte rodoviário, apesar de ser o mais utilizado, não é o único. Temos, ainda, outros quatro tipos de modais logísticos que são utilizados com menor
frequência; são eles: ferroviário, marítimo, aéreo e dutoviário.
O meio de transporte rodoviário permite maior flexibilidade ao usuário, pois atinge todas as regiões e permite transportar qualquer tipo de carga. Utiliza, apenas, as rodovias e as
estradas e transporta mercadorias por meio de caminhões, carretas, bitrens ou treminhões, entretanto, apresenta um alto custo de operação, impactando consideravelmente na
competitividade da empresa.
Uma crítica que vem sendo fortemente atrelada a essa modalidade de transporte é sobre sua capacidade poluidora, que é considerada a mais alta dentre todos os meios de
transportes disponíveis.
Outro modal de transporte é o ferroviário, feito por meio de trens que acumulam vagões, formando locomotivas. É o de menor custo e indicado para grandes distâncias e grandes
quantidades de cargas. Suas limitações encontram-se na existência de poucos trilhos disponíveis, além das bitolas (distância entre os trilhos, movendo as rodas de ferros do
trem) não terem um tamanho padrão, podendo encontrar bitolas de metragens diferentes e, com isso, impedindo a carga de chegar ao seu destino final.
Martins e Laugeni (2006) dizem que esse tipo de transporte é caracterizado pelo baixo custo. A indicação desse tipo de transporte é para grandes quantidades de produtos,
longas distâncias e produtos não perecíveis e não frágeis. No entanto, os mesmo autores dizem que esse tipo de transporte não tem muita flexibilidade e os prazos de entrega
são longos e variáveis, além de haver necessidade, em alguns casos, de baldeação para troca de trem, pois há ferrovias que possuem bitola estreita, enquanto outras possuem
bitola larga.
O transporte marítimo movimenta cargas pelos lagos, rios e mares e utiliza, como meios de transporte, navios e barcos. São de custos baixíssimos, possuem fretes pequenos,
transportam grandes cargas para longas distâncias, facilitando as operações comerciais internas e externas, porém é o mais burocrático. Necessita de complementaridade de
outro meio de transporte, por não atingir todas as regiões, e encontra grandes concentrações nos portos, dificultando seu processo de carga e descarga.
Quando se vai realizar a definição dos custos nesse tipo de transporte, Caxito (2014) diz que as principais influências são: as características das cargas, como peso e volume
cúbico, a fragilidade, o tipo de embalagem, o valor do produto em si, a distância entre os portos de embarque e desembarque, por fim, a localização dos portos.
Um elemento muito importante para a definição dos custos de transporte, independente do modal escolhido, é a embalagem do produto. Você estaria disposto a
adquirir produtos com embalagens mais simples em nome de um preço final mais baixo?
O transporte aéreo, assim como o transporte rodoviário, tem alto custo de operação. É feito por aviões, nacional ou internacionalmente. Atinge longas distâncias em tempo
curto, porém a quantidade da carga é limitada e tem alto custo de frete. É utilizado para cargas de alto valor, urgentes, em que tempo de trânsito é importante para manter a
qualidade da carga.
Os preços dos fretes em transporte aéreo são de bastante complexidade para sua elaboração. Caxito (2014) destaca: a tarifa mínima, tarifa aplicada a pequenas encomendas
que não atinjam determinado valor a partir do cálculo por peso; a tarifa geral de carga, que é a tarifa aplicada a expedições que não contenham mercadorias valiosas e que não
estejam enquadradas na tarifa específica ou na tarifa classificada; a tarifa classificada, um desdobramento da tarifa geral, aplicada à bagagem não acompanhada, jornais e
equivalentes, animais vivos, restos mortais, ouro, platina; a tarifa para mercadoria específica, normalmente, é mais baixa, utilizada para mercadorias transportadas regularmente
de um ponto de origem a um ponto de destino determinado; a tarifa normal, que é aplicada a cargas de até 45 kg, em alguns países, até 100 kg; por fim, a tarifa quantitativa, que
é aplicada conforme o peso do embarque, por faixas de 45 a 100 kg, de 100 a 300 kg, de 300 a 500 kg e acima de 500 kg.
O último modal de transporte é o dutoviário, no qual a mercadoria é feita por meio de canos ou dutos, atinge longas distâncias e pode transportar óleos, gases, minérios e grãos
a granel em grandes quantidades. Seus custos de operação são baixos, porém os custos de implantação são muito elevados. Sua inviabilidade se dá na baixa disponibilidade
de dutos existentes.
Confira, a seguir, noQUADRO1, um resumo dos tipos de transportes. Como vimos, os custos de transportes são importantes na tomada de decisão das empresas e influenciam
diretamente o preço final do produto. Outra característica dos meios de transporte é que eles se complementam, possibilitando, assim, que uma carga chegue a qualquer lugar
do mundo.
Todavia, em uma empresa, optar por um tipo ou outro não depende apenas dos custos envolvidos, mas diversos fatores devem ser considerados, como o tipo de carga, a
urgência da carga, o local da entrega, a disponibilidade de acesso para determinados meios de transporte, já que o marítimo e o dutoviário, por exemplo, não atingem todas as
localidades, podendo ser mais baratos, mas menos eficientes.
Cada modalidade possui custos e características operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos, o papel do gestor é,
justamente, reduzir custos no setor de transportes, implica em dizer, também, que o este terá que analisar o custo/preço e os fatores mais adequados, no caso, se a frota será
própria ou terceirizada, a distância da rota, a quantidade da carga.