Manual de Arborização Urbana

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Manual de Arborização Urbana

DIVISÃO DE MEIO AMBIENTE

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA, OBRAS E MEIO AMBIENTE


PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO FERREIRA – SP
Manual de Arborização Urbana

1. ARBORIZAÇÃO URBANA

O Manual de Arborização Urbana de Porto Ferreira, previsto na Lei Municipal nº 3419,


de 07 de fevereiro de 2018, tem como principal objetivo propor procedimentos viabilizem a
manutenção da arborização existente e que estabeleça um planejamento adequado,
especialmente, nos novos loteamentos e áreas verdes que venham a se estabelecer em
nosso município de maneira que se proporcionem padrões mínimos aceitáveis de qualidade
de vida de seus habitantes.
As informações e dados constantes neste manual serão atualizados com novas
técnicas e observações que surgirem ao longo do tempo como resultado de alterações de
legislações ou informações científicas comprovadamente mais adequadas.
Qualquer projeto de arborização deve respeitar os valores culturais, ambientais e
históricos do município. Conjuntamente, deve proporcionar conforto para as moradias, abrigo
e alimento para fauna, compatibilidade florística com a vegetação remanescente, diversidade
biológica, diminuição da poluição (sonora e atmosférica), condições de permeabilidade do
solo e valorização da paisagem urbana.
Para que não haja conflito entre a urbanização e o desenvolvimento da arborização
urbana, deve-se considerar os critérios presentes neste Manual antes da elaboração do
projeto, bem como, consultar os órgãos públicos do município responsáveis pelo
licenciamento de obras e instalações de equipamentos em vias públicas.

2. OBJETIVOS
Este Manual de Arborização Urbana tem por objetivos:
• Divulgar as regras de conduta para procedimentos referentes a Arborização Urbana no
município de Porto Ferreira estabelecidas pela Lei Municipal nº 3419/2018.
• Promover a Arborização Urbana como ferramenta para o desenvolvimento urbano, melhor
qualidade de vida e equilíbrio ambiental.
• Envolver a população no processo de manutenção e preservação da arborização urbana.
• Diminuir a depredação, supressão e mau uso da vegetação urbana.
• Reduzir o número de infrações administrativas relacionadas a danos à Arborização Urbana.
• Afirmar a importância do plantio de espécies nativas regionais buscando a preservação e
manutenção de equilíbrio ecológico.
3. IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO
Os principais benefícios da arborização são:

 Qualidade ambiental;

 Conforto térmico (influencia no microclima);

 Abrigo para avifauna;

 Proteção do asfalto (minimização do índice de refletância solar);

 Redução de ruídos;

 Interceptação da água da chuva pela copa das árvores.

4. DEFINIÇÕES
Arborização Urbana – Conjunto de vegetação de porte arbóreo constantes do Sistema Viário
e Áreas Verdes de domínio público do Município.

Espaço-árvore – área com a finalidade de proteger, preservar, demarcar e especificar a


localização destinada à árvore, possibilitando que haja maior e melhor área para adequação
das raízes contribuindo com o respectivo desenvolvimento, fixação, melhorando as condições
de irrigação, nutrição e consequente diminuição de quedas e doenças.

Áreas Verdes - Praças, jardins, parques, hortos, bosques e as definidas em legislação


específica.

Espécie Nativa – espécie vegetal endêmica de uma determinada região geográfica, não
existindo naturalmente em outras regiões.

Espécie Exótica – espécie vegetal que não é nativa de uma determinada região geográfica.

Espécie Exótica Invasora – espécie vegetal que não é nativa e quando introduzida em
determinadas regiões acaba ocasionando desequilíbrio ecológico devido ao aumento
excessivo na população da espécie.

Muda - exemplar jovem das espécies vegetais.


Poda - compreende um conjunto de operações que se efetuam na planta e que consistem na
supressão parcial do sistema vegetativo lenhoso, tendo como finalidade garantir o
crescimento, a saúde e minimizar efeitos de planejamento inadequado.

Supressão – retirada total de qualquer vegetação de porte arbóreo.

Transplante – retirada provisória de vegetação de porte arbóreo para posterior replantio,


seguindo-se normas técnicas corretas.

Remoção – é a transferência de galhos, troncos de árvores e demais resíduos resultantes da


manutenção de áreas verdes ou manejo de vegetação de porte arbóreo, através da coleta e
depósito em lugar apropriado.

DAP - diâmetro à altura do peito – diâmetro do caule da árvore em uma altura de 1,30m (um
metro e trinta centímetros) medindo a partir do ponto de intersecção entre a raiz e o caule,
conhecido como colo.

4. NORMA ABNT 16246-1


A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou, em novembro de 2013,
a norma NBR 16246-1, cujo tema é: Florestas urbanas – Manejo de árvores, arbustos e outras
plantas lenhosas – Parte 1: Poda, elaborada pela Comissão de estudo especial de Manejo
Florestal.
A Parte 1 da Norma estabelece os procedimentos para poda de árvores, arbustos e
outras plantas lenhosas em áreas urbanas, em conformidade com a legislação aplicável e é
baseado nesta norma que o presente manual foi desenvolvido.

5. PARÂMETROS PARA A ARBORIZAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS


5.1 Espaço árvore
Espaço árvore é o espaço a ser disponibilizado e mantido no entorno das árvores a fim
de garantir condições de infiltração de água e aeração do solo. O espaço árvore deve ser
instalado na proporção de 40% da largura da calçada, sendo o comprimento o dobro dessa
medida. Observação: A largura mínima do calçamento destinada para o trânsito de pedestres
deverá ser de 1,20m (NBR 9050/04), excetuando-se a área a ser destinada para a
arborização.

Abaixo segue ilustração elaborada pela Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio


Ambiente, demonstrando o espaço árvore em uma calçada de 2 metros de largura, que é o
mínimo para que se garanta a acessibilidade. Em uma calçada com 2 metros, o Espaço
Árvore seria de 0,80m x 1,60m. Exemplo de espaço árvore pode ser visto no Piloto de
Floresta Urbana que se encontra nos quarteirões das escolas ETEC Jadyr Salles e EE Dr.
Djalma Forjaz.

Ilustração 1 – Exemplo de espaço árvore a ser implantado em calçada com largura maior ou
igual a 2 metros. Elaborado por Thiago L. Terassi – Divisão de Obras e Projetos.

Ilustração 2 – Perspectiva isométrica demonstrando o espaço árvore implantado. Elaborado


por Thiago L. Terassi – Divisão de Obras e Projetos.
5.2 Calçamento (passeio público)
Nas árvores e canteiros já existentes só deverão ocorrer ajustes em caso de interesse
do proprietário do imóvel. Em caso de reforma do calçamento ou da propriedade deverão ser
seguidas as regras estabelecidas neste Manual.
Para evitar prejuízos e transtornos, o plantio de árvores deve ser feito apenas em
calçadas (passeios) com largura mínima de 2,40 m em locais onde não é obrigatório o recuo
das edificações, e de 1,50 m nos locais onde esse recuo for obrigatório.
Deve ser levado em conta condições no calçamento que viabilizem a manutenção do
espécime arbóreo bem como garantir o trânsito adequado ao pedestre e às pessoas com
mobilidade reduzida.
A escolha da espécie, quanto ao porte, deve seguir os critérios abaixo:
A) Pequeno Porte:
• Nas calçadas que dão suporte a rede elétrica, em ruas com largura igual ou
superior a 8 metros.
• Nas ruas com largura inferior a 8 metros.
• Nas calçadas laterais de avenidas com canteiros centrais.
B) Médio Porte:
• Nas calçadas opostas a rede elétrica, em ruas com largura igual ou superior a
8 metros.
• Nas calçadas laterais de avenidas com canteiros centrais.
C) Grande Porte:
• Nas calçadas opostas a rede elétrica, em ruas com largura superior a 8 metros.

As árvores plantadas deverão ter o entorno permeável, seja na forma de canteiro, faixa
ou piso drenante, permitindo a infiltração de água e aeração do solo, conforme Espaço árvore.
Figura 1: Ilustração Copa x Calçamento – Fonte: Manual Técnico de Arborização Urbana. Prefeitura de São Paulo.
Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_1253202256.pdf>.
Acesso em: 01.out.2017

5.3 Posicionamento da árvore


As árvores deverão ser plantadas de forma que suas copas não venham a interferir no
cone de luz projetado pelas luminárias públicas.
• O posicionamento da árvore nos calçamentos com largura igual ou superior a 1,50m
e inferior 2,40m deverá estar a uma distância de 0,30cm, sendo esta a medida entre o eixo
central do tronco e o meio fio (guia do calçamento).
• O posicionamento da árvore nos calçamentos com largura igual ou superior a 2,40
deverá estar a uma distância de 0,60cm, sendo esta a medida entre o eixo central do tronco e
o meio fio (guia do calçamento).
O distanciamento do local do plantio (cova) e dos diversos elementos presentes em
vias públicas deve seguir o disposto no quadro 1:

Distâncias mínimas em relação à Características Máximas da Espécie


Pequeno Médio Grande
Porte Porte Porte
Esquina 0a5m 0a5m 0a5m
Iluminação Pública Evitar interferências com o cone de iluminação
Postes 0a3m

Equipamentos de segurança (hidrantes) 0a1m 0a2m 0a3m

Instalações subterrâneas (gás, água, energia) 0a1m 0a1m 0a1m

Ramais de ligações subterrâneas 0a1m 0a3m 0a3m

Mobiliário urbano (cabines, guaritas, telefones) 0a2m 0a2m 0a3m

Galerias 0a1m 0a1m 0a1m

Caixas de inspeção (boca de lobo, bueiros, etc) 0a2m 0a2m 0a3m

Fachadas de edificação 0 a 2,4 m 0 a 2,4 m 0a3m

Guia rebaixada, gárgula, borda de faixa de pedestre 0a1m 0a2m 1,5(R)*

Transformadores 0a5m 0a8m 0 a 12 m

Espécies arbóreas 5,0m** 8,0m** 12m**

* Uma vez e meia o raio da circunferência da base do tronco da árvore adulta.


** Caso as espécies arbóreas sejam diferentes pode ser adotada média aritmética

Quadro 1 – Distâncias e limites caracterizados - Adaptado de Manual Técnico de Arb. Urbana. Prefeitur
de S. Paulo. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arboriza
cao_1253202256.pdf>. Acesso em: 01.out.2017

5.4 Definição das espécies


Dependendo dos tópicos apresentados acima e levando em consideração todas as
recomendações citadas anteriormente, podem-se definir quais espécies são mais indicadas
para cada situação.
Espécies que produzem frutos comestíveis pelo homem ou que se encontram em
experimentação devem ser utilizadas apenas em projeto de pesquisa específico, sendo estas
monitoradas e acompanhadas pelos autores e desenvolvedores do estudo.
As mudas destinadas ao plantio em vias públicas deverão estar em bom estado
fitossanitário, sistema radicular bem formado e consolidado, em embalagens de plástico,
tecido de aniagem ou jacá de fibra vegetal.

5.5 Lista de Espécies


Nome científico Nome Comum Características Porte

Stifftia chrysantha Mikan Rabo-de-cotia Flores em pompons amarelo-ouro Pequeno

Tabebuia avellanedae
Ipê-rosa anão Flores rosas Pequeno
var.paulensis
Lagerstroemia indica Resedá Flores róseo-lilases Pequeno

As flores desabrocham de cor branca


Tibouchina mutabilis Manacá-da-serra
mudando de cor do violáceo ao Pequeno
nana anão
rosado
Eugenia brasiliensis
Grumixama Frutos amarelos ou pretos Pequeno
Lam.*
Proporciona florada que atrai beija- Pequeno
Callistemon citrinum Escova-de-garrafa
flores
Proporciona florada que atrai beija-
Callistemon viminalis Escova-de-garrafa Médio
flores
Possui copa uniforme, com ótima
Senna bicapsularis Canudo-de-pito Médio
sobra e florada abundante
Jacarandá cuspidifolia
Jacarandá mimoso Florada roxa vistosa Médio
Mart
Handroanthus
Ipê amarelo do
chrysotricha (Mart. Ex Casca grossa Médio
cerrado
DC.) Stand

Tabebuia ochracea Ipê do cerrado Flores amarelas, casca grossa Médio

Bauhínia de Hong-
Bauhinia blackeana Dunn Flores de cor rosa Médio
Kong

Bauhinia forticata Pata de vaca Flores de cor rosa Médio

Cassia fistula L. Chuva-de-ouro Flores em cachos amarelo Médio

Senna macranthera
Manduirana Flores amarelas Médio
(Collad.) Irwin et Barneby
Pterocarpus violacues
Aldrago Florada amarela Médio
Vog.
Cojoba sophorocarpa
Siracito Frutos ornamentais Médio
(Benth.) Britton & Rose
Folhagem decorativa que lembra no
Filicium decipiens Samambaia Médio
aspecto as folhas de samambaia

Ocotea ssp. Canelas Folhagem densa Média

Tibouchina granulosa
Quaresmeira roxa Flores roxas Médio
Cogn.
Quaresmeira,
Tibouchina candolleana Flores roxas Médio
quaresmeira da serra
As flores desabrocham de cor branca
Tibouchina mutabilis Manacá-da-serra mudando de cor indo do violáceo ao Médio
rosado.
Ligustrum lucidum W.T.
Alfeneiro, nória Cachos de frutos roxos Médio
Aiton

Eugenia involucrata DC. Cereja-do-Rio Grande Frutos escuros vermelhos Médio

Sapindus saponária L. Sabão-de-soldado Frutos espumam na água Médio


Callicarpa reevesii Wall.
Calicarpa roxa Flores atraem beija-flores Médio
Ex Walp.*

Plumeria alba Jasmim manga Flores rosa ou vermelhas Médio

Flores de cor branca ou variações de


Prunus sp Cereja ornamental Médio
rosa

Erytrina sp Mulungu Floração vermelha que atrai beija-flor Médio

Tapirira guianensis Raddi Peito-de-pombo Flores de cor creme Grande

Tabebuia pentaphylla Ipê-rosa de El


Florada rosada Grande
(Mart. Ex DC.) Stand. Salvador
Tabebuia roseoalba
Ipê-branco Flores brancas Grande
(Ridl.)
Tabebuia serratifolia
Ipê-amarelo-de-bola Flores amarelas Grande
(Vahl)
Zeyhera tuberculosa
Ipê felpudo Folhagem ornamental Grande
(Vell.) Bur.

Pachira aquática Aubl. Monguba Flores branco-rosadas Grande

Cordia superba Cham. Babosa branco Flores brancas Grande

Caesalpinia férrea Mart.


Jucá Tronco marmorizado Grande
Ex Tul. Var. férrea Benth.
Caesalpinia Inflorescência cônica de cor amarela
Sibipiruna Grande
peltophoroides Benth. viva

Holocalix balansae Mich. Alecrim-de-Campinas Copa densa e perene Grande

Adenanthera pavonina
Ébano oriental Semente vermelha Grande
(L.)
Licania tomantosa
Oiti Folhas com tomentos Grande
(Benth.) Fritsch.*
Cochlospermum
Algodão-da-Índia Flores grandes amarelas Grande
gossypium DC.
Segurinega Guaraiuva
Guaraiúva Tronco marmorizado Grande
Kuhlm.
Poecilanthe parviflora
Coração-de-negro Folhas escuras reluzentes Grande
Benth.
Albizira lebbeck (L.)
Ébano oriental Frutos ornamentais Grande
Benth
Cynnamomum
Canela Opa globosa Grande
zeylanicum BLUME

Lafoensia pacari St. Hil. Dedaleiro Flores de cor creme Grande

Lafoensia glyptocarpa
Mirindiba rosa Folhas novas rosadas Grande
Koehne

Michelia champaca L. Magnólia amarela Sementes vermelhas Grande


Eugenia leitonii Legran
Araça-piranga Casca vermelho-ferrugem Grande
sp.
Melaleuca leucadendron
Melaleuca Flores brancas Grande
(L.) L.

Melaleuca linariifolia Sm. Cajepute A casca do tronco é corticeira Grande

Syzygium samarangense
(Blume) Merr. & L.M. Jambo rosa Copa densa Grande
Perry

Fraxinus americana L. * Árvore-do-céu Copa de forma variável Grande

Colubrina glandulosa
Saguaraji-vermelho Planta rústica Grande
Perk.*

Hovenia dulcis Thunb. Uva-japonesa Flores brancas Grande

Koelreuteria bipinnata
Árvore-da-china Brácteas cor de tijolo Grande
Franch.

Guazuma ulmifolia Lam. Mutambo Copa densa Grande

Pouteria caimito (Ruiz &


Abiu Copa densa Grande
Pav.) Radlk.
Luehea divaricata Mart.
Açoita-cavalo-miúdo Folha esbranquiçada Grande
Et Zucc.
Frutos vermelhos em grande
Cytharexyllum myriantum Pau viola, Pombeiro Grande
quantidade
Madeira extremamente resistente, Grande
Caesalpinia leiostachya Pau ferro
folhas pequenas e delicadas

Poderão ser incluídas novas espécies de acordo com o planejamento de arborização da


Divisão de Meio Ambiente.

5.6 Lista de Espécies Proibidas


Nome Comum Nome Científico
Eucalipto Eucaliptus spp
Guapuruvu Schizolobium parayba
Figueira Ficus sp
Flamboyant Delonix regia
Paineira Chorisia speciosa
Pinheiro Pinus spp
Tulipa Africana Spathodea campanulla
Murta Muraya paniculata
Amarelinha Tecoma staus
Leucena Leucaena leucocephala
Grevilha Grevilea robusa
Abacateiro Persea americana
Chapéu-de-sol Terminalia catappa
Casuarina Casuarina sp
Pau-de-novato Tripalis sp
Jaqueira Artocarpus heterophyllus
Jambolão Syzygium cumini

6. PARÂMETROS PARA A ARBORIZAÇÃO DE ÁREAS VERDES


Quanto ao posicionamento das árvores em áreas verdes públicas, deve ser
considerado o distanciamento das edificações vizinhas tomando como referência o diâmetro
da copa da árvore e seu local de plantio (cova).
Quanto à definição das espécies deve ser considerado o local do plantio assim como a
interação desejada entre a árvore e a população, porém deve-se priorizar o uso de árvores de
grande porte. Este aspecto depende da qualidade da área verde pública.
As áreas de lazer de um parque, por exemplo, podem receber árvores frutíferas para
consumo humano, assim como espécies odoríferas para formação de um bosque dos
sentidos, isso depende da intenção de determinada área.

7. PARÂMETROS PARA A ARBORIZAÇÃO DE LOTEAMENTOS


Os responsáveis por novos loteamentos ou arruamentos deverão implementar a
arborização urbana, as expensas do empreendedor, contendo responsável técnico, garantia
de implantação e conservação do projeto, período de manutenção, porte, DAP, nº de
espécies, fiação (implantada na face que recebe o sol da manhã - faces sul e/ou leste),
espaço árvore e avaliação pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente
(COMDEMA).
O projeto de Arborização para loteamentos e arruamentos deverá ser elaborado após
o fornecimento das diretrizes fornecidas pela Divisão de Meio Ambiente que garanta o
cumprimento dos objetivos estabelecidos no Planejamento de Arborização Urbana do
município.
É facultado ao interessado, responsável pelos novos loteamentos ou arruamentos, a
apresentação de anteprojeto para análise da Divisão de Meio Ambiente.
O interessado no plano de loteamento ou arruamento assumirá a responsabilidade
pelo plantio e a manutenção das mudas das árvores nas áreas correspondentes ao passeio
público das ruas e avenidas do sistema viário, até que atinjam o porte arbóreo, por no mínimo
36 meses, substituindo as que morrerem, ficando sujeito às penalidades prevista na Lei
Municipal nº 3419, de 07 de fevereiro de 2018, em caso de não cumprimento.
A aprovação final do loteamento ou arruamento pela Prefeitura Municipal fica
condicionada a apresentação do projeto de arborização urbana.
Para a redução de riscos de surtos de pragas e doenças, deve-se ter cuidado desde o
planejamento até a execução do projeto de arborização. Deve se dar preferência às plantas
nativas, com maior rusticidade e mais adaptadas ao local de plantio. Utilizar diversidade de
espécies evitando a formação de grupos homogêneos que favoreçam o desenvolvimento de
pragas e doenças.

8. CONDUTAS OPERACIONAIS
São consideradas condutas operacionais: plantio, poda, supressão e transplante de
vegetação arbórea. As condutas operacionais necessárias poderão ser executadas por:
I - Servidores da Divisão de Meio Ambiente, responsáveis pela arborização urbana e
servidores do Departamento Municipal de Obras e Serviços Municipais;
II - Funcionários de empresas concessionárias de serviços públicos, cadastrados na Divisão
de Meio Ambiente;
III - Soldados do Corpo de Bombeiros e funcionários da Defesa Civil, nos casos emergenciais,
dispensando autorização prévia;
IV - Empresas ou profissionais especializados, devidamente inscritos e cadastrados junto à
Prefeitura Municipal.
V – Munícipe, às suas expensas, em caso de plantio, poda, supressão ou transplante, desde
que autorizados pela Divisão de Meio Ambiente.

9. PLANTIO
9.1 Preparo do local
As dimensões mínimas da cova devem ser de 0,60m x 0,60m x 0,60m (0,216m³). Esta
deve receber, com folga, o torrão, sendo seu espaço excedente preenchido com substrato
adubado, livre de patógenos e com pH estabilizado através da aplicação de calcário. Caso o
substrato retirado do interior da cova apresentar características que lhe conferem boa
qualidade, este deve ser aproveitado para o preenchimento da mesma. Caso as dimensões
do calçamento não permitirem a formação dos canteiros permeáveis, deve ser mantida área
permeável de, no mínimo, 0,60m de diâmetro ao redor da muda.

9.2 Plantio de muda na cova


A muda deve ser retirada da embalagem com cuidado, para não prejudicar o seu
sistema radicular, e apenas no momento do plantio. A região de transição entre caule e raiz
(colo) da muda deve ficar no nível da superfície do solo.
9.3 Tutores
As mudas devem ser aparadas por tutor, quando necessário, fixando-se a ele por
amarrio de sisal ou similar, em forma de “oito deitado”, permitindo certa mobilidade. Estes não
devem prejudicar o torrão, portanto, devem ser fincados no fundo da cova ao lado do torrão. O
tutor deve ter, preferencialmente, altura de 2,30m de sua porção aérea e 0,60m na cova.

9.4 Protetores
Estes são indispensáveis em áreas urbanas, principalmente em locais com grande
trânsito de pedestres, e devem atender as seguintes especificações:
. A altura mínima, acima do nível do solo, de 1,60m.
. A área interna deve permitir inscrever um círculo com diâmetro maior ou igual a 0,38m.
. As laterais devem permitir os tratos culturais.
. Os protetores devem permanecer, no mínimo, por 2 (dois) anos, sendo conservado em
perfeitas condições.
. Projetos de veiculação de propaganda nos protetores devem ser submetidos à apreciação
dos órgãos competentes.

10. PROCEDIMENTOS DE MANEJO


Após o plantio inicia-se o período de manutenção e conservação, quando deverá se
cuidar da irrigação, das adubações de restituição, das podas, da manutenção da
permeabilidade dos canteiros ou faixas, de tratamento fitossanitário e, por fim, e se
necessário, da renovação do plantio, seja em razão de acidentes ou maus tratos.
É proibida a fixação de publicidade em árvores, conforme define a legislação vigente.
No caso do uso de “placas de identificação” de mudas de árvores, essas deverão ser
amarradas com material extensível, em altura acessível à leitura, devendo ser substituída
conforme necessário.

11. PROCEDIMENTOS DE PODA

Os procedimentos de poda de árvores devem ser realizados quando extremamente


necessário, uma vez que tal atividade é uma agressão a estes indivíduos vegetais, que
despendem energia para adaptarem-se a um ambiente completamente adverso. Para tanto,
tais ações devem respeitar alguns passos que devem ser tecnicamente avaliados um a um,
para que possam evitar resultados indesejáveis, como a morte do indivíduo arbóreo e os
transtornos que tal situação pode acarretar.
O primeiro fator que deve ser levado em consideração, baseia-se no princípio da
prevenção. Desta forma, os procedimentos de poda tornam-se limitados e muitas vezes
desnecessários durante a vida da árvore. Com isso, cria-se uma relação saudável entre os
cidadãos e a árvore, fato pouco comum devido a sensação de que, de alguma forma, as
árvores atrapalham a população.
Quando a execução do projeto de arborização urbana obedece aos critérios
necessários de implantação, com o decorrer do desenvolvimento da muda, dá-se a segunda
fase, que é a de manutenção. Neste ponto, desde a muda até o indivíduo adulto, os
processos de poda poderão ser aplicados segundo a sua necessidade.

11.1 PODA
A poda de árvores em logradouros públicos só será permitida nas seguintes
condições:
I - para condução, visando à sua formação;
II - sob fiação, quando representar riscos de acidentes ou de interrupção dos sistemas
elétrico, de telefonia ou de outros serviços;
III - para sua limpeza, visando somente à retirada de galhos secos, apodrecidos, quebrados
ou com pragas e/ou doenças;
IV - quando os galhos estiverem causando interferências prejudiciais em edificações, na
iluminação ou na sinalização de trânsito nas vias públicas;
V - para a recuperação da arquitetura da copa.
VI - em situações de risco ou proveniente de caso fortuito ou força maior.
Em caso de necessidade, o interessado deverá solicitar a autorização para a poda à
Divisão de Meio Ambiente, via Protocolo da Prefeitura Municipal.
A Divisão de Meio Ambiente analisará o pedido e no caso de deferimento do mesmo,
autorizará a ocorrência da poda.
A solicitação de poda de raiz que motivem problemas estruturais em áreas particulares
(residências, estabelecimentos em geral) deverão vir acompanhados de laudo de responsável
técnico atestando a relação da raiz ao dano causado.
Atentar para realizar o procedimento de poda em dia próximo ao período de coleta
previsto em calendário. A presença de resíduos de poda, sem o devido agendamento, em via
pública, sujeitará o infrator a aplicação de multa, conforme Código de Posturas (Lei nº 1958,
de 27 de setembro de 1995).
A Prefeitura poderá, mediante preço público ou em condições sociais de
vulnerabilidade, ou situação de risco, realizar a poda das árvores.
A coleta do material resultante da poda, devidamente autorizada, será realizada pela
Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente, após comunicação da Divisão de Meio
Ambiente, ou ainda, por particular. A coleta poderá ainda ser delegada a empresa
especializada ou Organização Não-Governamental (ONG), devidamente inscrita e cadastrada
junto à Prefeitura Municipal.
Não terá custo, despesa ou tarifa, ao contribuinte/requerente, a coleta de galhos e
troncos de árvore, que tiveram sua poda autorizada previamente pela Divisão de Meio
Ambiente.
O munícipe gerador de resíduos de poda em áreas de domínio privado, de volume
superior a 60 L (sessenta litros), fica obrigado a realizar a remoção. A Prefeitura poderá
realizar a coleta, mediante pagamento de preço público, disponibilidade e prévio
agendamento, junto a Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente.

É PROIBIDO
• Fazer a poda de vegetação sem autorização da Divisão de Meio Ambiente.
• Realizar poda em árvores onde estejam ninhos de pássaros ou colmeia, exceto em situação
de risco. Deve-se aguardar a criação dos filhotes ou remoção da colmeia para a realização da
poda.
• Realizar poda excessiva ou drástica que afete significativamente o desenvolvimento natural
da copa.
• Realizar poda de raízes em árvores da arborização pública, exceto quando executada pela
Divisão de Meio Ambiente.

11.2 Aspectos relevantes para obtenção de um bom resultado da poda


Para que seja realizada a poda de determinada árvore, faz-se necessário o
conhecimento das peculiaridades de sua espécie. Levando em consideração o
comportamento fisiológico, fenológico, anatômico, dentre outros, pode-se inferir qual o melhor
método a ser empregado.

11.3 Processo de cicatrização do caule


O importante do processo de cicatrização é o acompanhamento de seu
desenvolvimento, constando um fechamento da região periférica do corte até o fechamento
completo e a formação de um calo. Esta reação depende de alta produção de células, por
isso, é indicada a poda durante o desenvolvimento da muda (no ambiente do viveiro),
momento em que ocorre grande produção de células novas, e em determinado período
fenológico (período de floração, frutificação, enfolheamento, repouso) determinado para cada
espécie.

11.4 Tipos de poda


A poda de árvores é realizada conforme o seu propósito e são descritas abaixo:
 Poda de Formação: É aquela realizada com o intuito de manter o caule ereto
(perpendicular ao solo), através do corte seletivo de ramos e brotos laterais ou
“ladrões”, e a copa a uma altura que não dificulte o trânsito de pedestres e veículos,
assim como sua respectiva sinalização (placas e faróis de trânsito).

 Poda de Limpeza: É aquela realizada para o corte seletivo de ramos doentes,


danificados ou mortos, que, por sua debilidade e risco de queda, podem colocar em
perigo a integridade física da população, assim como podem trazer prejuízos ao
patrimônio público e/ou particular.

 Poda de Emergência: É aquela que visa à remoção de partes do caule, mesmo sadios,
que podem trazer riscos a integridade física da população, bem como do patrimônio
público e/ou particular.

 Poda de Adequação: É aquela realizada em partes do caule da árvore que


comprometem as edificações ou equipamentos urbanos. Este é o tipo de procedimento
menos frequente quando os projetos de arborização urbana atendem as
recomendações técnicas, como por exemplo, o plantio adequado das espécies em
relação às dimensões do calçamento.
Este tipo de poda, muitas vezes é solicitado devido a um remodelamento do meio
urbano do entorno, porém, os novos projetos de urbanização que visam reformar
determinados pontos, devem se adequar àquelas árvores já existentes, e não o
contrário.

 Poda de Raiz: A poda de raiz só é indicada quando há a exposição das raízes em


espécies em que este fato não é com um. Isto pode ser motivado devido à
compactação do solo ou pela presença de lençol freático superficial. As
recomendações para arborização mitigam este tipo de procedimento quando seguidos
corretamente.

Algumas observações pertinentes para este método:


• Evitar o corte de raízes com diâmetro superior a 10m;
• Não eliminar raízes ao redor de toda árvore;
• Quanto maior a quantidade de raízes eliminadas, maior o comprometimento da
estabilidade;
• O corte deve ser realizado a um a distância mínima de 50 cm do tronco da árvore;
• Expor a raiz que será cortada antes de realizar o corte;
• O corte de raízes deve ser realizado com serra bem afiada, sendo o primeiro corte na
extremidade próxima à árvore e o segundo na outra extremidade;
• Proteger as raízes e o solo do ressecamento.

11.5 Equipamentos e acessórios básicos para poda


Cada instrumento utilizado na poda tem uma finalidade, garantindo um trabalho mais
eficiente e seguro. Dependendo do tipo de poda, e características anatômicas do indivíduo
arbóreo, é que serão escolhidas as ferramentas mais apropriadas.
As principais ferramentas são: Tesouras de poda, Podão, Serras manuais, Motosserra,
Foice e machado, Escadas, Cordas, Andaimes, Plataformas elevatórias ou cestos, Gruas,
entre outros.

11.6 Equipamentos de segurança


Os operadores da manutenção de árvores devem usar os equipamentos de segurança
individual, para evitar acidentes, com lesões às vezes graves. Os equipamentos mínimos são:
• Capacete com fixação no queixo e óculos, para evitar a serragem nos olhos, e com
protetores auriculares para os operadores de motosserra;
• Luvas de couro (luvas de raspa);
• Sapatos com solado reforçado, rígido;
• Cinto de segurança, com alça de comprimento variável para troncos de diâmetros
diversos;
• Esporas: as esporas devem ser usadas apenas no desmonte de árvore condenadas;
• Coletes refletores: devem ser de uso obrigatório para os operários que trabalham
no solo, principalmente em vias públicas.
Para o isolamento da área de trabalho são utilizados:
• Cavaletes, Cones de sinalização, Cordas, Fitas plásticas em cores chamativas
e Placas de sinalização.

11.7 Precauções
Quando a poda exige a retirada de grandes volumes de galhos, tanto em quantidade
como em dimensão, existe a necessidade de um planejamento mais cuidadoso. Árvores
localizadas em vias públicas com grande trânsito de veículos e pedestres precisam ter a área
isolada, através do fechamento dos acessos ao local da intervenção. Neste caso, o
procedimento de poda, portanto, depende da comunicação prévia à Seção de Mobilidade
Urbana de Porto Ferreira, que auxiliará na prevenção de acidentes através do isolamento e
sinalização das proximidades da área de trabalho.
Outro aspecto relevante é a presença e proximidade de fiação elétrica. Nesta situação
a companhia de fornecimento de energia do município, ELEKTRO, é quem é responsável pela
poda e, seguindo os preceitos básicos de segurança do trabalho, os cabos localizados na
área de intervenção são desligados temporariamente, evitando acidentes aos técnicos.

12. SUPRESSÃO
É vedado ao munícipe a supressão de árvores em domínio público sem a devida
autorização da Divisão de Meio Ambiente.
Em caso de necessidade de supressão ou derrubada de árvores isoladas, deverá o
solicitante substituí-la, subordinando-se às seguintes exigências e providências:
Encaminhar à Divisão de Meio Ambiente, através do Protocolo da Prefeitura Municipal,
os seguintes documentos para que a solicitação seja analisada:
a) Requerimento ao Chefe de Divisão de Meio Ambiente;
b) Cópia dos documentos pessoais do requerente (CPF e Identidade);
c) Anuência do proprietário do imóvel quando tratar-se de propriedade alugada;
d) Original do instrumento público de mandato, quando o proprietário for representado por
procurador;
e) Justificativa para o corte;
f) Apresentação da ata de assembleia de sua eleição, pelo síndico, com a anuência da
maioria dos condôminos de acordo com o corte solicitado, no caso de árvores localizadas em
condomínios.
A solicitação de supressão em virtude de problemas com a raiz que motivem
problemas estruturais em áreas particulares (residências, estabelecimentos em geral) deverá
vir acompanhada de laudo de responsável técnico atestando a relação da raiz ao dano
causado.
O protocolo do pedido de autorização para supressão e substituição não terá custo ao
requerente. A Divisão de Meio Ambiente analisará o pedido em cinco dias e no caso de
deferimento do mesmo. Deferido o pedido, o requerente deverá proceder ao replantio no
prazo de até 30 dias, efetuando-o em um ponto mais próximo possível do anterior.
Atentar para realizar o procedimento de supressão em dia próximo ao período de
coleta previsto em agendamento. A presença de resíduos de poda fora do período do
agendamento, em via pública, sujeitará o infrator a aplicação de multa, conforme Código de
Posturas (Lei nº 1958, de 27 de setembro de 1995).
Não havendo espaço adequado, no mesmo local ou o mais próximo possível em frente
à mesma propriedade, para plantio da nova muda de árvore, comprovado por análise feita por
técnico legalmente habilitado da Divisão de Meio Ambiente, o responsável deverá doar no
mínimo 5 (cinco) mudas para a Divisão de Meio Ambiente para plantio em outra área da
cidade, com o DAP mínimo de 0,10m (dez centímetros).
A coleta de galhos e troncos de árvores de logradouros públicos, desde que autorizado
previamente pela Divisão de Meio Ambiente, não acarretará nenhum custo, despesa ou tarifa,
ao contribuinte/ requerente.
O munícipe gerador de resíduos de supressão em áreas de domínio privado, de
volume superior a 60 L (sessenta litros), fica obrigado a realizar a remoção. A Prefeitura
poderá realizar a coleta, mediante pagamento de preço público, disponibilidade e prévio
agendamento, junto a Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente.
No caso de supressão de árvore com a justificativa de construção de muro, será
firmado termo de compromisso para a edificação do muro num prazo máximo de até 60
(sessenta) dias, sob pena de imposição das penalidades previstas em Lei, salvo em caso
fortuito e força maior quando então o pedido poderá ser prorrogado.

É PROIBIDO
Fazer a supressão de vegetação sem autorização da Divisão de Meio Ambiente.

13. TRANSPLANTE
O transplante de vegetação de porte arbóreo, em áreas públicas, será realizado
mediante autorização por escrito da Divisão de Meio Ambiente.
A pedido do requerente e mediante pagamento de preço público a título de fonte de
receita do Fundo Municipal de Meio Ambiente, havendo condições técnicas, o Poder Público
poderá realizar o transplante de árvores em áreas particulares.

14. AGENDAMENTO DE COLETA


A coleta de resíduos da poda e supressão da arborização urbana serão realizadas
pela Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente mediante agendamento prévio e em
manejos devidamente autorizados pela Divisão de Meio Ambiente.
Os resíduos de poda e supressão de árvores e capina gerados no interior de imóveis
deverão ser encaminhados aos ecopontos ou locais definidos pelo Poder Público.

15. CADASTRAMENTO DE EMPRESAS


Os funcionários de empresas concessionárias de serviços públicos deverão fazer
cadastramento junto à Divisão de Meio Ambiente. No cadastro deverão conter os dados de
identificação do funcionário e da empresa concessionária de serviço público a qual ele esteja
vinculado.
As empresas ou profissionais especializados, interessados em realizar os
procedimentos operacionais relativos à Arborização Urbana deverão estar inscritos e
cadastrados:
 No Cadastro Mobiliário Municipal, como Pessoa Física ou Jurídica, de acordo com a
legislação vigente.
 Na Divisão de Meio Ambiente, comprovando capacitação para trabalhos em
arborização.

16. CONSERVAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA


• As mudas deverão receber irrigação adequada, principalmente nos períodos de maior
temperatura ou quando não haja precipitação de chuvas adequadas.
• Deverão ser retiradas brotações laterais, evitando que estes façam competição por
nutrientes com os galhos da copa.
• Deverá haver adequação periódica das estacas ou tutores das mudas.
• Em caso de morte ou supressão de muda, ela deverá ser reposta o mais breve possível.
• A copa ou as raízes deverão ser mantidas íntegras.

17. USO INADEQUADO DE VEGETAÇÃO


É considerado uso inadequado da vegetação do porte arbóreo e áreas verdes:
I - colar placas de qualquer natureza;
II - pregar placas de qualquer natureza;
III - fixar por amarras qualquer tipo de faixa ou de outro objeto qualquer;
IV - pintar os troncos ou galhos, pichar, fixar fios, cabos, pregos, faixas ou objetos
similares em árvores seja qual for o fim;
V - destruir a folhagem ou quebrar os galhos;
VI - utilizar as árvores de maneira que se possa caracterizar outras formas de uso
inadequado e nocivo a estas, como por exemplo, pendurar sacos de lixo.
VII – depositar resíduos ou entulhos em canteiros centrais, praças e demais áreas
verdes municipais;
VIII - anelamentos, envenenamentos, concretagem da raiz e acidentes de trânsito.

18. PENALIDADES
Além das penalidades previstas nas legislações federal e estadual, sem prejuízo das
responsabilidades penal e civil, as pessoas físicas e jurídicas que infringirem as disposições
da Lei de Arborização Urbana, ficam sujeitas às seguintes sanções administrativas:
I - Multa no valor de 150 (cento e cinquenta) UFMs, por árvore abatida com diâmetro à altura
do peito (DAP) igual ou inferior a 0,10m (dez centímetros);
II - Multa no valor de 200 (duzentos) UFMs, por árvore abatida com DAP de 0,11 a 0,30m (de
onze a trinta centímetros);
III - Multa no valor de 450 (quatrocentos e cinquenta) UFMs, por árvore abatida com DAP
superior a 0,30m (trinta centímetros);
IV - Multa no valor de 150 a 450 (cento e cinquenta a quatrocentos e cinquenta) UFMs, por
infração ao artigo 26, de acordo com sua gravidade, a ser confirmadas por uma Comissão
Especial a ser integrada pelo Chefe de Gabinete e pelos Secretários da Secretaria de
Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente e Secretaria de Fazenda.
V – Multa no valor de 180 UFMs, por árvore, no caso de poda drástica em qualquer espécie
vegetal de porte arbóreo.
VI – Multa no valor de 180 UFMs, por mês de atraso e por árvore, pelo não replantio
legalmente exigido.
VII – Multa no valor de 50 UFMs, em caso de poda sem autorização.
VIII – Multa no valor de 50 UFMs, por muda, em caso de omissão do responsável por
loteamento, conforme artigo 22 da Lei Complementar nº 118/2011.
IX – Multa no valor de 80 UFMs, em caso de descumprimento de termo de compromisso para
a edificação de muro num prazo máximo estabelecido conforme artigo 18, § 10, da Lei
Complementar nº 118/2011.
X – Multa no valor de 300 UFMs, em caso de poda sem autorização em árvore declarada
imune ao corte.
XI – Multa no valor de 500 UFMs, em caso de poda drástica ou supressão em árvore
declarada imune ao corte.

As multas serão aplicadas em dobro nos casos de:


I - reincidência da infração;
II - a árvore ser declarada imune ao corte;
III- a poda, a remoção ou a injúria ser realizada no período noturno, fins de semana ou
feriados.

19. DICA – COMPOSTAGEM DOMÉSTICA


A compostagem é um processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo.
Essa transformação é possibilitada pela adição de lixo doméstico orgânico, rico em nitrogênio
e restos de capim, poda, palhadas de milho, de banana, por exemplo, que são ricos em
carbono.
A compostagem caseira é feita com a sobreposição de resíduos orgânicos, formando-
se pilhas ou leiras. A leira deve ter área de, no mínimo, 1m³ (1,0 m de altura x 1,0 m de
largura x 1,0 m de comprimento).
O local deve ser próximo à um ponto de água, com espaço para revirar a pilha, com
terreno de boa drenagem. A terra deve ser revolvida com uma enxada antes de receber a
primeira camada de resíduos.
Cada camada deve ter espessura aproximada de 20 cm. Por exemplo, faz-se uma
camada com restos de capina, poda ou outro tipo de palhada, depois, coloca-se uma camada
de lixo orgânico e assim sucessivamente até esgotarem os resíduos. A primeira e a última
camada devem ser de restos de capina, poda ou outro tipo de palhada.
Depois de cada camada deve-se irrigar. Com a leira pronta não é necessário molhar
até o primeiro reviramento. A temperatura deve ficar em torno de 60°C para manter o
processo de decomposição e ela vai diminuindo a medida que o material se decompõe.
Para acompanhar a temperatura pode-se colocar uma barra de ferro no centro da leira.
As barras de ferro podem ser tocadas periodicamente e devem estar bem quentes. Sendo o
calor suportável ao toque, a temperatura provavelmente será ideal. Caso o calor não seja
suportável deve-se revirar a pilha. Se a barra estiver fria, não está ocorrendo a decomposição
então, o composto deve ser retirado para acontecer aeração e reiniciar o processo. Se o
composto estiver seco durante o reviramento, deve-se umedecê-lo.
O processo de aumento de temperatura deve começar até o quinto dia de formação da
pilha ou leira. Se isso não ocorrer podem haver três motivos: quantidade de lixo orgânico
insuficiente (deve-se adicionar mais e revirar a pilha), excesso de água (deve-se revirar a
pilha misturando as partes internas e externas e adicionar mais capim seco) ou falta de
umidade (deve-se molhar e revirar a pilha uniformemente).
Não deve ocorrer mau cheiro ou insetos durante a decomposição. Se isto ocorrer,
deve-se revirar mais vezes a pilha até que o problema desapareça.
O composto deve estar pronto de 9 a 16 semanas, dependendo do material orgânico
utilizado, das condições ambientais e do cuidado com a leira. Um indicador de que o
composto está pronto é a temperatura não aumentar após ser revolvido. Não se deve usar
composto imaturo na adubação.
Não devem ser misturados no composto: madeiras tratadas com pesticidas ou
envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel encerado ou que contenham qualquer
tipo de plastificação e fezes de animais domésticos. Deve-se evitar gorduras animais, por
serem de difícil degradação, revistas e jornais por terem decomposição lenta e restos de
carne, por atrair animais domésticos.
A maturidade do composto pode ser verificada da seguinte maneira: em copo,
adicionar dois dedos de composto, completar com água e adicionar uma colher de café de
amoníaco. Mexer e deixar descansar para decantar areia, terra e outros materiais insolúveis.
Verificar a coloração do líquido.
Se o líquido ficar escuro como tinta preta e apresentar a maior parte das partículas em
suspensão, o composto está maduro. Se o líquido apresentar cor de chá ou café fraco e a
maior parte do material se depositou no fundo do copo, o composto está cru.
Fontes: Embrapa Circular Técnica 76 - Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico e
Compostagem Doméstica de Lixo, da Fundacentro, ver referências bibliográficas.
20. VOCÊ SABIA...

Conforme Silva Filho (2007),


“As copas das árvores são como caixas de água que além de proporcionarem sombra
evitando que o asfalto e demais superfícies esquentam, estão por meio da evapotranspiração,
liberando água para o ar e assim auxiliando na manutenção da umidade relativa e
temperatura dentro da zona de conforto humano.”

“As árvores auxiliam na amenização de danos causados por excessos de chuvas como as
enchentes nas cidades. Isso é proporcionado pela interceptação da água de chuva pelas
copas das árvores”.

“A vegetação nas cidades pode, dependendo da composição e largura do conjunto de árvores


e arbustos, reduzir ruídos de trânsito e demais fontes de poluição sonora em até dez
decibéis.”

“Publicação do Serviço Florestal Norte Americano indicou que uma única árvore frondosa
possui o efeito refrescante equivalente a 4 aparelhos de ar condicionados ligados durante 20
horas.”

21. LEGISLAÇÃO
Lei Municipal nº 3419, de 07 de fevereiro de 2018
Lei Complementar nº 77, de 20 de dezembro de 2007.
Lei nº 1958, de 27 de setembro de 1995.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Arborização urbana e poda. Porto Alegre, RS: IEM – Instituto de Estudos Municipais,
2009, 145 p.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NORMAS TÉCNICAS. ABNT


NBR 16246-1. Floresta Urbana – Manejo de árvores, arbustos e outras plantas lenhosas.
27.11.2013.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NORMAS TÉCNICAS. ABNT


NBR 9050:1994. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. Segunda edição, 31.05.1994.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. 4 ed. Nova Odessa: Plantarum, vol. 1, 1992. 384 p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas
nativas do Brasil. 2 ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, vol. 2, 1998. 384 p.

SECRETARIA DO VERDE E MEIO AMBIENTE. Manual técnico de arborização urbana.


São Paulo, 2ª ed. 2005. 45 p.

SILVA FILHO, D. F. Planejando a Floresta Urbana. Departamento de Ciências Florestais da


Escola Superior Luiz De Queiroz - Universidade de São Paulo. Boletim de Arborização da
CATI - Coordenadoria De Assistência Técnica Integral, Piracicaba, 2007.

OLIVEIRA, A. M. G.; AQUINO, A. M.; NETO, M. T. C. Compostagem Caseira de Lixo


Orgânico Doméstico. Embrapa Circular Técnica 76. Cruz das Almas, BA: Dezembro, 2005

VALENTE J. P. S.; GROSSI, M. G. L. Compostagem Doméstica de Lixo. São Paulo:


FUNDACENTRO, 2002.

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