Manual de Arborização Urbana
Manual de Arborização Urbana
Manual de Arborização Urbana
1. ARBORIZAÇÃO URBANA
2. OBJETIVOS
Este Manual de Arborização Urbana tem por objetivos:
• Divulgar as regras de conduta para procedimentos referentes a Arborização Urbana no
município de Porto Ferreira estabelecidas pela Lei Municipal nº 3419/2018.
• Promover a Arborização Urbana como ferramenta para o desenvolvimento urbano, melhor
qualidade de vida e equilíbrio ambiental.
• Envolver a população no processo de manutenção e preservação da arborização urbana.
• Diminuir a depredação, supressão e mau uso da vegetação urbana.
• Reduzir o número de infrações administrativas relacionadas a danos à Arborização Urbana.
• Afirmar a importância do plantio de espécies nativas regionais buscando a preservação e
manutenção de equilíbrio ecológico.
3. IMPORTÂNCIA DA ARBORIZAÇÃO
Os principais benefícios da arborização são:
Qualidade ambiental;
Redução de ruídos;
4. DEFINIÇÕES
Arborização Urbana – Conjunto de vegetação de porte arbóreo constantes do Sistema Viário
e Áreas Verdes de domínio público do Município.
Espécie Nativa – espécie vegetal endêmica de uma determinada região geográfica, não
existindo naturalmente em outras regiões.
Espécie Exótica – espécie vegetal que não é nativa de uma determinada região geográfica.
Espécie Exótica Invasora – espécie vegetal que não é nativa e quando introduzida em
determinadas regiões acaba ocasionando desequilíbrio ecológico devido ao aumento
excessivo na população da espécie.
DAP - diâmetro à altura do peito – diâmetro do caule da árvore em uma altura de 1,30m (um
metro e trinta centímetros) medindo a partir do ponto de intersecção entre a raiz e o caule,
conhecido como colo.
Ilustração 1 – Exemplo de espaço árvore a ser implantado em calçada com largura maior ou
igual a 2 metros. Elaborado por Thiago L. Terassi – Divisão de Obras e Projetos.
As árvores plantadas deverão ter o entorno permeável, seja na forma de canteiro, faixa
ou piso drenante, permitindo a infiltração de água e aeração do solo, conforme Espaço árvore.
Figura 1: Ilustração Copa x Calçamento – Fonte: Manual Técnico de Arborização Urbana. Prefeitura de São Paulo.
Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arborizacao_1253202256.pdf>.
Acesso em: 01.out.2017
Quadro 1 – Distâncias e limites caracterizados - Adaptado de Manual Técnico de Arb. Urbana. Prefeitur
de S. Paulo. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_arboriza
cao_1253202256.pdf>. Acesso em: 01.out.2017
Tabebuia avellanedae
Ipê-rosa anão Flores rosas Pequeno
var.paulensis
Lagerstroemia indica Resedá Flores róseo-lilases Pequeno
Bauhínia de Hong-
Bauhinia blackeana Dunn Flores de cor rosa Médio
Kong
Senna macranthera
Manduirana Flores amarelas Médio
(Collad.) Irwin et Barneby
Pterocarpus violacues
Aldrago Florada amarela Médio
Vog.
Cojoba sophorocarpa
Siracito Frutos ornamentais Médio
(Benth.) Britton & Rose
Folhagem decorativa que lembra no
Filicium decipiens Samambaia Médio
aspecto as folhas de samambaia
Tibouchina granulosa
Quaresmeira roxa Flores roxas Médio
Cogn.
Quaresmeira,
Tibouchina candolleana Flores roxas Médio
quaresmeira da serra
As flores desabrocham de cor branca
Tibouchina mutabilis Manacá-da-serra mudando de cor indo do violáceo ao Médio
rosado.
Ligustrum lucidum W.T.
Alfeneiro, nória Cachos de frutos roxos Médio
Aiton
Adenanthera pavonina
Ébano oriental Semente vermelha Grande
(L.)
Licania tomantosa
Oiti Folhas com tomentos Grande
(Benth.) Fritsch.*
Cochlospermum
Algodão-da-Índia Flores grandes amarelas Grande
gossypium DC.
Segurinega Guaraiuva
Guaraiúva Tronco marmorizado Grande
Kuhlm.
Poecilanthe parviflora
Coração-de-negro Folhas escuras reluzentes Grande
Benth.
Albizira lebbeck (L.)
Ébano oriental Frutos ornamentais Grande
Benth
Cynnamomum
Canela Opa globosa Grande
zeylanicum BLUME
Lafoensia glyptocarpa
Mirindiba rosa Folhas novas rosadas Grande
Koehne
Syzygium samarangense
(Blume) Merr. & L.M. Jambo rosa Copa densa Grande
Perry
Colubrina glandulosa
Saguaraji-vermelho Planta rústica Grande
Perk.*
Koelreuteria bipinnata
Árvore-da-china Brácteas cor de tijolo Grande
Franch.
8. CONDUTAS OPERACIONAIS
São consideradas condutas operacionais: plantio, poda, supressão e transplante de
vegetação arbórea. As condutas operacionais necessárias poderão ser executadas por:
I - Servidores da Divisão de Meio Ambiente, responsáveis pela arborização urbana e
servidores do Departamento Municipal de Obras e Serviços Municipais;
II - Funcionários de empresas concessionárias de serviços públicos, cadastrados na Divisão
de Meio Ambiente;
III - Soldados do Corpo de Bombeiros e funcionários da Defesa Civil, nos casos emergenciais,
dispensando autorização prévia;
IV - Empresas ou profissionais especializados, devidamente inscritos e cadastrados junto à
Prefeitura Municipal.
V – Munícipe, às suas expensas, em caso de plantio, poda, supressão ou transplante, desde
que autorizados pela Divisão de Meio Ambiente.
9. PLANTIO
9.1 Preparo do local
As dimensões mínimas da cova devem ser de 0,60m x 0,60m x 0,60m (0,216m³). Esta
deve receber, com folga, o torrão, sendo seu espaço excedente preenchido com substrato
adubado, livre de patógenos e com pH estabilizado através da aplicação de calcário. Caso o
substrato retirado do interior da cova apresentar características que lhe conferem boa
qualidade, este deve ser aproveitado para o preenchimento da mesma. Caso as dimensões
do calçamento não permitirem a formação dos canteiros permeáveis, deve ser mantida área
permeável de, no mínimo, 0,60m de diâmetro ao redor da muda.
9.4 Protetores
Estes são indispensáveis em áreas urbanas, principalmente em locais com grande
trânsito de pedestres, e devem atender as seguintes especificações:
. A altura mínima, acima do nível do solo, de 1,60m.
. A área interna deve permitir inscrever um círculo com diâmetro maior ou igual a 0,38m.
. As laterais devem permitir os tratos culturais.
. Os protetores devem permanecer, no mínimo, por 2 (dois) anos, sendo conservado em
perfeitas condições.
. Projetos de veiculação de propaganda nos protetores devem ser submetidos à apreciação
dos órgãos competentes.
11.1 PODA
A poda de árvores em logradouros públicos só será permitida nas seguintes
condições:
I - para condução, visando à sua formação;
II - sob fiação, quando representar riscos de acidentes ou de interrupção dos sistemas
elétrico, de telefonia ou de outros serviços;
III - para sua limpeza, visando somente à retirada de galhos secos, apodrecidos, quebrados
ou com pragas e/ou doenças;
IV - quando os galhos estiverem causando interferências prejudiciais em edificações, na
iluminação ou na sinalização de trânsito nas vias públicas;
V - para a recuperação da arquitetura da copa.
VI - em situações de risco ou proveniente de caso fortuito ou força maior.
Em caso de necessidade, o interessado deverá solicitar a autorização para a poda à
Divisão de Meio Ambiente, via Protocolo da Prefeitura Municipal.
A Divisão de Meio Ambiente analisará o pedido e no caso de deferimento do mesmo,
autorizará a ocorrência da poda.
A solicitação de poda de raiz que motivem problemas estruturais em áreas particulares
(residências, estabelecimentos em geral) deverão vir acompanhados de laudo de responsável
técnico atestando a relação da raiz ao dano causado.
Atentar para realizar o procedimento de poda em dia próximo ao período de coleta
previsto em calendário. A presença de resíduos de poda, sem o devido agendamento, em via
pública, sujeitará o infrator a aplicação de multa, conforme Código de Posturas (Lei nº 1958,
de 27 de setembro de 1995).
A Prefeitura poderá, mediante preço público ou em condições sociais de
vulnerabilidade, ou situação de risco, realizar a poda das árvores.
A coleta do material resultante da poda, devidamente autorizada, será realizada pela
Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente, após comunicação da Divisão de Meio
Ambiente, ou ainda, por particular. A coleta poderá ainda ser delegada a empresa
especializada ou Organização Não-Governamental (ONG), devidamente inscrita e cadastrada
junto à Prefeitura Municipal.
Não terá custo, despesa ou tarifa, ao contribuinte/requerente, a coleta de galhos e
troncos de árvore, que tiveram sua poda autorizada previamente pela Divisão de Meio
Ambiente.
O munícipe gerador de resíduos de poda em áreas de domínio privado, de volume
superior a 60 L (sessenta litros), fica obrigado a realizar a remoção. A Prefeitura poderá
realizar a coleta, mediante pagamento de preço público, disponibilidade e prévio
agendamento, junto a Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente.
É PROIBIDO
• Fazer a poda de vegetação sem autorização da Divisão de Meio Ambiente.
• Realizar poda em árvores onde estejam ninhos de pássaros ou colmeia, exceto em situação
de risco. Deve-se aguardar a criação dos filhotes ou remoção da colmeia para a realização da
poda.
• Realizar poda excessiva ou drástica que afete significativamente o desenvolvimento natural
da copa.
• Realizar poda de raízes em árvores da arborização pública, exceto quando executada pela
Divisão de Meio Ambiente.
Poda de Emergência: É aquela que visa à remoção de partes do caule, mesmo sadios,
que podem trazer riscos a integridade física da população, bem como do patrimônio
público e/ou particular.
11.7 Precauções
Quando a poda exige a retirada de grandes volumes de galhos, tanto em quantidade
como em dimensão, existe a necessidade de um planejamento mais cuidadoso. Árvores
localizadas em vias públicas com grande trânsito de veículos e pedestres precisam ter a área
isolada, através do fechamento dos acessos ao local da intervenção. Neste caso, o
procedimento de poda, portanto, depende da comunicação prévia à Seção de Mobilidade
Urbana de Porto Ferreira, que auxiliará na prevenção de acidentes através do isolamento e
sinalização das proximidades da área de trabalho.
Outro aspecto relevante é a presença e proximidade de fiação elétrica. Nesta situação
a companhia de fornecimento de energia do município, ELEKTRO, é quem é responsável pela
poda e, seguindo os preceitos básicos de segurança do trabalho, os cabos localizados na
área de intervenção são desligados temporariamente, evitando acidentes aos técnicos.
12. SUPRESSÃO
É vedado ao munícipe a supressão de árvores em domínio público sem a devida
autorização da Divisão de Meio Ambiente.
Em caso de necessidade de supressão ou derrubada de árvores isoladas, deverá o
solicitante substituí-la, subordinando-se às seguintes exigências e providências:
Encaminhar à Divisão de Meio Ambiente, através do Protocolo da Prefeitura Municipal,
os seguintes documentos para que a solicitação seja analisada:
a) Requerimento ao Chefe de Divisão de Meio Ambiente;
b) Cópia dos documentos pessoais do requerente (CPF e Identidade);
c) Anuência do proprietário do imóvel quando tratar-se de propriedade alugada;
d) Original do instrumento público de mandato, quando o proprietário for representado por
procurador;
e) Justificativa para o corte;
f) Apresentação da ata de assembleia de sua eleição, pelo síndico, com a anuência da
maioria dos condôminos de acordo com o corte solicitado, no caso de árvores localizadas em
condomínios.
A solicitação de supressão em virtude de problemas com a raiz que motivem
problemas estruturais em áreas particulares (residências, estabelecimentos em geral) deverá
vir acompanhada de laudo de responsável técnico atestando a relação da raiz ao dano
causado.
O protocolo do pedido de autorização para supressão e substituição não terá custo ao
requerente. A Divisão de Meio Ambiente analisará o pedido em cinco dias e no caso de
deferimento do mesmo. Deferido o pedido, o requerente deverá proceder ao replantio no
prazo de até 30 dias, efetuando-o em um ponto mais próximo possível do anterior.
Atentar para realizar o procedimento de supressão em dia próximo ao período de
coleta previsto em agendamento. A presença de resíduos de poda fora do período do
agendamento, em via pública, sujeitará o infrator a aplicação de multa, conforme Código de
Posturas (Lei nº 1958, de 27 de setembro de 1995).
Não havendo espaço adequado, no mesmo local ou o mais próximo possível em frente
à mesma propriedade, para plantio da nova muda de árvore, comprovado por análise feita por
técnico legalmente habilitado da Divisão de Meio Ambiente, o responsável deverá doar no
mínimo 5 (cinco) mudas para a Divisão de Meio Ambiente para plantio em outra área da
cidade, com o DAP mínimo de 0,10m (dez centímetros).
A coleta de galhos e troncos de árvores de logradouros públicos, desde que autorizado
previamente pela Divisão de Meio Ambiente, não acarretará nenhum custo, despesa ou tarifa,
ao contribuinte/ requerente.
O munícipe gerador de resíduos de supressão em áreas de domínio privado, de
volume superior a 60 L (sessenta litros), fica obrigado a realizar a remoção. A Prefeitura
poderá realizar a coleta, mediante pagamento de preço público, disponibilidade e prévio
agendamento, junto a Secretaria de Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente.
No caso de supressão de árvore com a justificativa de construção de muro, será
firmado termo de compromisso para a edificação do muro num prazo máximo de até 60
(sessenta) dias, sob pena de imposição das penalidades previstas em Lei, salvo em caso
fortuito e força maior quando então o pedido poderá ser prorrogado.
É PROIBIDO
Fazer a supressão de vegetação sem autorização da Divisão de Meio Ambiente.
13. TRANSPLANTE
O transplante de vegetação de porte arbóreo, em áreas públicas, será realizado
mediante autorização por escrito da Divisão de Meio Ambiente.
A pedido do requerente e mediante pagamento de preço público a título de fonte de
receita do Fundo Municipal de Meio Ambiente, havendo condições técnicas, o Poder Público
poderá realizar o transplante de árvores em áreas particulares.
18. PENALIDADES
Além das penalidades previstas nas legislações federal e estadual, sem prejuízo das
responsabilidades penal e civil, as pessoas físicas e jurídicas que infringirem as disposições
da Lei de Arborização Urbana, ficam sujeitas às seguintes sanções administrativas:
I - Multa no valor de 150 (cento e cinquenta) UFMs, por árvore abatida com diâmetro à altura
do peito (DAP) igual ou inferior a 0,10m (dez centímetros);
II - Multa no valor de 200 (duzentos) UFMs, por árvore abatida com DAP de 0,11 a 0,30m (de
onze a trinta centímetros);
III - Multa no valor de 450 (quatrocentos e cinquenta) UFMs, por árvore abatida com DAP
superior a 0,30m (trinta centímetros);
IV - Multa no valor de 150 a 450 (cento e cinquenta a quatrocentos e cinquenta) UFMs, por
infração ao artigo 26, de acordo com sua gravidade, a ser confirmadas por uma Comissão
Especial a ser integrada pelo Chefe de Gabinete e pelos Secretários da Secretaria de
Infraestrutura, Obras e Meio Ambiente e Secretaria de Fazenda.
V – Multa no valor de 180 UFMs, por árvore, no caso de poda drástica em qualquer espécie
vegetal de porte arbóreo.
VI – Multa no valor de 180 UFMs, por mês de atraso e por árvore, pelo não replantio
legalmente exigido.
VII – Multa no valor de 50 UFMs, em caso de poda sem autorização.
VIII – Multa no valor de 50 UFMs, por muda, em caso de omissão do responsável por
loteamento, conforme artigo 22 da Lei Complementar nº 118/2011.
IX – Multa no valor de 80 UFMs, em caso de descumprimento de termo de compromisso para
a edificação de muro num prazo máximo estabelecido conforme artigo 18, § 10, da Lei
Complementar nº 118/2011.
X – Multa no valor de 300 UFMs, em caso de poda sem autorização em árvore declarada
imune ao corte.
XI – Multa no valor de 500 UFMs, em caso de poda drástica ou supressão em árvore
declarada imune ao corte.
“As árvores auxiliam na amenização de danos causados por excessos de chuvas como as
enchentes nas cidades. Isso é proporcionado pela interceptação da água de chuva pelas
copas das árvores”.
“Publicação do Serviço Florestal Norte Americano indicou que uma única árvore frondosa
possui o efeito refrescante equivalente a 4 aparelhos de ar condicionados ligados durante 20
horas.”
21. LEGISLAÇÃO
Lei Municipal nº 3419, de 07 de fevereiro de 2018
Lei Complementar nº 77, de 20 de dezembro de 2007.
Lei nº 1958, de 27 de setembro de 1995.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arborização urbana e poda. Porto Alegre, RS: IEM – Instituto de Estudos Municipais,
2009, 145 p.