Diretrizes para Arborização Urbana

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ARBORIZAÇÃO URBANA:

COMO PLANEJAR E
EXECUTAR
Dra. Renata Cardoso Vieira
ARBORIZAÇÃO URBANA

toda a vegetação arbórea e/ou arbustiva


existente na cidade

Intervenções como o plantio e a manutenção


devem ser idealmente planejadas e/ou
assistidas pelo poder público, com objetivos
definidos e fundamentados de forma técnica
e científica
Porque arborizar?

As árvores urbanas desempenham funções


importantes para os cidadãos e o meio ambiente,
tais como benefícios estéticos e funcionais que
estão muito além dos seus custos de implantação
e manejo

Esses benefícios estendem-se desde o conforto térmico e bem-estar


psicológico dos seres humanos até a prestação de serviços ambientais
indispensáveis à regulação do ecossistema, como por exemplo:
Quais os benefícios da Arborização?
➢ Conforto micro climático

➢ Controle da poluição hídrica

➢ Controle da redução da biodiversidade

➢ Proteção contra ventos

➢ Diminuição da poluição sonora

➢ Absorção de parte dos raios solares

➢ Sombreamento

➢ Absorção da poluição atmosférica, neutralizando


os seus efeitos na população.
Proporcionar sombra:

• As árvores que possuem copa rala podem


interceptar até 80% da radiação solar, enquanto
que as de copa densa, em até 98%;

• Isso mostra a importância das árvores contra a


insolação prolongada e o desconforto térmico;

• Áreas arborizadas quando comparadas àquelas


expostas diretamente ao sol sofrem menos com os
fenômenos de contração e dilatação, diminuindo
seu desgaste.
Proporcionar sombra:
Elevar a permeabilidade do solo e controlar a
temperatura e a umidade do ar:
• A impermeabilização aumentam o escoamento
superficial e as enchentes.

• A ausência de arborização somada a outros fatores como


poluição e elevada concentração de asfalto e concreto
produzem “ilhas de calor”, que são áreas de baixa
umidade relativa e alta temperatura.

• As árvores são como bombas d’água autorreguláveis, pois


abrem seus estômatos quando existem disponibilidade
de água e calor, refrescando o meio pela
evapotranspiração das partículas de água, e fecham
quando situações adversas ocorrem, preservando
condições favoráveis e condicionando o clima urbano.
As árvores podem funcionar como Corredores Ecológicos:
Proporcionam alimento, abrigo e local de nidificação para a fauna silvestre;
Agir como barreira contra ventos, ruídos e alta luminosidade:
Diminuição da poluição do ar:
Ruas bem arborizadas podem reter até 70% da poeira em suspensão;

Mesmo espécies caducifólias, em épocas de perdas de folhas, retêm até


60%.
Quais os benefícios da Arborização?
Sequestrar e armazenar carbono

Bem-estar psicológico
Outros benefícios da Arborização:
• Redução da poluição sonora;

• Aprimoramento da paisagem urbana;

• Contribuição para o controle de enchentes e inundações


à medida que melhora as condições de drenagem das
águas pluviais, reduzindo também os problemas com
erosão e assoreamento;

• Valorização de imóveis, através da sua qualificação


ambiental e paisagística.
Mas nem tudo são flores....
Uma árvore concorre pelo espaço da calçada: no
subsolo com as redes de distribuição de água, gás e
coleta de esgoto; na superfície com os postes, placas e
guias rebaixadas e no nível da copa, com a fiação
telefônica, elétrica, edificações, etc.

Os impactos negativos relacionados


com a presença da arborização urbana
decorrem principalmente da
implantação e do manejo inadequados
e da mudança de uso ocorrida no
espaço urbano.
Aspectos negativos a se considerar...
 Danos físicos e financeiros causados pela queda
de árvores;

 Interferência com a rede de distribuição de


energia elétrica, causando prejuízos às
concessionárias de serviços públicos;

 Interferência com a iluminação de logradouros,


causando problemas de segurança pública;

 Danos às edificações;

 Disseminação de pragas urbanas (cupins e


brocas).
Conflitos com estruturas e equipamentos urbanos:

 Inacessibilidade;

 Postes de iluminação pública, semáforos;

 Quebra de muros e calçadas;

 Entupimento de caixas de esgoto e rede de


drenagem.
Problemas:
 Falta de espaços para o
desenvolvimento radicular;

 Fiação elétrica convencional


de média e alta tensão não
protegida e compactada;

 Solos compactados que


dificultam a aeração e a
infiltração de água;
Problemas:
 Instabilidade das árvores:
• galhos frágeis e dificuldade
para condução

• Brotações ou galhos
epicórmicos

• Grande quantidade de
pedidos de corte

• Maior frequência de
manutenção (poda)
Problemas:
Algumas medidas mitigadoras:

 Plantio em conformidade com normas de


Arborização;

 Ações conjuntas com os órgãos e concessionárias


de serviços públicos;

 Instrumentação dos setores responsáveis pelo


manejo da arborização;

 Aumento da biodiversidade e manejo adequado da


arborização para estabelecer o equilíbrio na
ocorrência de pragas urbanas;

 Conscientização da população a respeito da


importância da arborização e sua participação como
corresponsável no processo = Ed. Ambiental.
Classificação da arborização urbana:
A vegetação urbana é representada por conjuntos arbóreos de
diferentes origens e que desempenham diferentes papéis.

(MELLO FILHO, 1985)

Arborização de parques e jardins


Os parques, normalmente são representados por
grandes áreas abundantemente arborizadas e os
jardins, ou mesmo as praças, são espaços destinados
ao convívio social. Nestes locais pode-se utilizar
árvores de todos os portes, sempre optando
preferencialmente por espécies nativas da
ecorregião.
Classificação da arborização urbana:
Arborização de parques e jardins

Parque Germânia - Porto Alegre. Parque Farroupilha - Porto Alegre.


Classificação da arborização urbana:
Arborização de áreas privadas
Corresponde à arborização dos jardins particulares
como quintais, jardins de hospitais, clubes,
industrias, entre outros.

Condomínio
Alphaville I - Porto
Alegre.
Classificação da arborização urbana:
Arborização nativa residual
São espaços da natureza que se protegeram da
ocupação e que por suas características florísticas,
faunísticas, hídricas, influenciaram no microclima e
são essenciais ao complexo urbano.

Muitas vezes, esses espaços, pela sua grande


diversidade e importância biológica, podem vir a
constituir unidades de conservação.
Classificação da arborização urbana:
Arborização nativa residual

Unidade de Conservação
ReViS São Pedro - Porto
Alegre.

Unidade de Conservação PNMSH


- Porto Alegre.
Classificação da arborização urbana:

Arborização de ruas e avenidas


Componente muito importante da arborização urbana, porém,
pouco reconhecido, do ponto de vista técnico e administrativo,
devendo ser encarado como um dos componentes do plano de
desenvolvimento e expansão dos municípios.

Av. Oswaldo Aranha e Rua Gonçalo de Carvalho - Porto Alegre.


Planejamento da Arborização Urbana:
Uma vez conhecidas as características do local, deve-se
então, partir para a escolha das espécies a serem
plantadas, observando-se vários critérios, visando
adequar cada planta a cada local.
Encontrar a espécie adequada para cada situação não é
tarefa fácil, pois, inevitavelmente, o atendimento a um
item acaba por inviabilizar outro. A questão é balancear
o que se procura, minimizando o erro na indicação da
espécie.
Uma boa escolha significa diminuição de gastos e
transtornos desnecessários com a manutenção de
árvores colocadas em locais errados.
Quais os fatores básicos a se considerar para a
Arborização?

➢ Características das espécies escolhidas


➢ Condições do ambiente onde ocorrerá o plantio
➢ Largura de calçadas e ruas
➢ Presença de fiação aérea ou subterrânea
➢ Presença de tubulações de água e esgoto
➢ Número de árvores a serem plantadas
➢ Distância entre as árvores da arborização
Nem sempre uma grande quantidade de
árvores implica benefícios para uma
cidade.

Quando não for possível planejar o


plantio de uma cidade, é importante, no
mínimo, analisar a arborização já
existente, de forma quali-quantitativa,
permitindo conhecer a condição da
arborização.
Inventário:
✓ A análise da arborização é realizada por meio de um
inventário.

✓ Pode ser total, em cidades de pequeno a médio porte ou


parcial, por meio de amostragens, em cidades de grande
porte.

✓ A amostragem pode ser aleatória ou sistemática, sendo


esta última utilizada quando as regiões urbanas
apresentam características claramente diferenciadas por
quaisquer motivos.

✓ Recomendam-se amostras menores em maior número


do que o contrário.
Inventário:
✓ O inventário normalmente consta de identificação e
número de espécies que ocorrem, altura da planta,
altura do primeiro galho ou bifurcação, diâmetro da
copa, tipo de raiz (superficial ou profunda), condição
geral da planta, existência de pragas ou doenças,
distância da árvore ao meio fio e às construções ou
muros e espaçamento entre árvores.

✓ Os dados normalmente são anotados em uma planilha e


depois repassados em programas gerais ou softwares
específicos, podendo gerar um trabalho de
geoprocessamento
Inventário – Planilha de Levantamento:
Planejamento da Arborização Urbana:
Em vias públicas, para que não haja ocupação
conflitante no mesmo espaço, é necessário antes da
elaboração do projeto:

1) Consultar os órgãos responsáveis pelo


licenciamento de obras e instalações de
equipamentos em vias públicas, como (caso de
Porto Alegre):

a. Secretaria Municipal de Meio Ambiente e


Sustentabilidade (SMAMS)
b. Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV)
c. Departamento de Esgotos Pluviais (DEP)
d. Departamento de Água e Esgotos (DMAE)
e. Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE)
Planejamento da Arborização Urbana:
2) Levantar a situação das vias envolvidas, incluindo
informações sobre:

• vegetação arbórea
• características da via (expressa, local,
secundária, principal)
• instalações presentes, equipamentos e
mobiliários urbanos subterrâneos e aéreos (rede
de água e esgoto, rede elétrica, cabos, fibras
óticas, telefones públicos,
• sinalização urbana (viária, trânsito, entre outras)
• recuo das edificações.
Planejamento da Arborização Urbana:
3) Para o plantio de árvores em vias públicas,
deverá ser levada em considerada as distâncias mínimas
necessária:
A. Definição de Espécies Adequadas:
a) Resistência a pragas e doenças, evitando o uso de
produtos fitossanitários que muitas vezes são
desaconselháveis em vias públicas;
b) Velocidade de desenvolvimento de média para rápida,
para que a árvore possa perdurar no local após o
plantio e para quando for necessário sofrer uma poda
drástica, tenha a capacidade de se recuperar
rapidamente;
c) A árvore não deve conter frutos grandes - a
frutificação é importante de ser considerada pois serve
de alimento para a avifauna, contudo frutos grandes
devem ser evitados pois podem levar a depredação e a
acidentes;
A. Definição de Espécies Adequadas:
d) Troncos e ramos das árvores devem ter lenho
resistente, para evitar a queda na via pública, bem
como serem livres de espinhos;
e) A espécie escolhida não pode conter toxinas e nem
provocar reações alérgicas;
f) Preferencialmente, a árvore deve ser bonita
esteticamente;
g) As flores devem ser, preferencialmente, pequenas,
não devendo exalar odores fortes e nem servirem
para vasos ornamentais;
h) A espécie deve ser nativa;
A. Definição de Espécies Adequadas:
i) A folhagem deve ser de renovação e tamanho
favoráveis. A queda de folhas e ramos, especialmente
de folhas caducas (que caem no inverno) pode causar
entupimento de calhas e canalizações;
j) A copa da árvore deve ter forma e tamanho
adequados. Copas muito grandes interferem na
passagem de veículos e em problemas com fiação;
k) O sistema radicular deve ser profundo, evitando
espécies com raízes superficiais. As raízes superficiais
podem danificar calçadas, muros e prédios.
A. Definição de Espécies Adequadas:
A. Definição de Espécies Adequadas:

É aconselhável, evitar espécies que tornem necessária


a poda frequente, tenham cerne frágil ou caule e
ramos quebradiços, sejam suscetíveis ao ataque de
cupins, brocas ou agentes patogênicos;
Definição do Porte – pela altura da árvore:
 Árvores de pequeno porte
(entre 04 e 05 metros)

Árvores de médio porte (entre


05 a 08 metros)

Árvores de grande porte (acima


08 metros)
B. Condições do ambiente:

Conhecer as condições ambientais de onde ocorrerá o


plantio é fundamental para o sucesso do mesmo. Uma
espécie plantada em região com clima adverso ao que
necessita para o seu pleno desenvolvimento, poderá
ter alterações de porte, floração e frutificação.
Também poderá sofrer pela falta de adaptação ao
local, vindo a perecer o que caracterizará um
desperdício de investimento e esforço público.
C. Largura de calçadas e ruas:

O critério de largura de calçadas e ruas é


extremamente importante no momento da escolha
da espécie pois o mesmo irá influenciar na questão
do porte da árvore a ser utilizada.

Não se recomenda arborizar ruas estreitas, ou seja,


aquelas com menos de 7 metros de largura.

Também deve-se observar a existência ou não de


recuo das casas.

Ruas que apresentam canteiro central seguem os


mesmos critérios apresentados para as demais ruas
(depende da largura do canteiro).
C. Largura de calçadas e ruas:

O Plantio deve ser feito, preferencialmente, em


calçadas com largura mínima de 1,50 m, com
espécies arbustivas.
C. Largura de calçadas e ruas:

Recuo das Porte de árvore


Largura da rua Largura da calçada
edificações (4m) recomendado

Rua Estreita sem recuo -


(< 7m) < 3m com recuo pequeno
sem recuo pequeno
Rua Larga < 3m com recuo médio
(> 7m) sem recuo médio
> 3m com recuo grande

Indicação dos portes das árvores baseado na largura das ruas e


calçadas.
(Miranda, 1970 e Pivetta & Filho, 2002)
C. Largura de calçadas e ruas:

Ao redor das árvores das calçadas devem ser


deixadas áreas permeáveis em tamanhos
adequados, seja na forma de canteiro, faixa ou piso
drenante, permitindo a infiltração de água e
aeração do solo.
D. Presença de fiação aérea ou subterrânea:
A presença de fiação aérea ou subterrânea é um dos fatores mais
importantes no planejamento da arborização das ruas de uma cidade,
podendo interferir de forma decisiva no planejamento.

A fiação aérea pode ser composta pela rede elétrica primária, de alta
tensão; rede elétrica secundária, de baixa tensão e rede telefônica aérea
e TV a cabo.

Esquema mostrando a disposições das redes elétricas e de telefone e a


altura para plantio disponível (Pivetta & Filho, 2002).
D. Presença de fiação aérea ou subterrânea:
A recomendação é que a rede de energia elétrica aérea
seja implantada, preferencialmente, nas calçadas oeste e
norte, e sob elas, árvores de pequeno porte e nas
calçadas leste e sul, árvores de porte médio.

Especificação Altura (m)


Poste 9 a 12
Baixa Tensão 7,2
Alta Tensão 8,20 a 9,40
Telefonia 5,4
Placas de ônibus 3,5
Alturas de instrumentos urbanos que devem ser consideradas no
planejamento da arborização (Pivetta & Filho, 2002).
Rede Elétrica
Na presença de fiação deve ser verificado se a rede é do
tipo compacta ou convencional e, ainda no caso de rede
compacta se esta é isolada ou não.
Rede Elétrica
Convencional não isolada:

• Não desejável para a arborização, tendência de ser


substituída por rede isolada ou compacta;

• Recomendado o plantio de espécies de pequeno


porte, com altura inferior a rede;

• Quando da existência de árvores de grande porte,


estas deverão ser conduzidas por meio de podas
durante a sua formação visando a não interferência
com a rede;

• Sempre que a largura do passeio permitir é


recomendável o plantio fora do alinhamento da
rede;
Rede Elétrica
Rede Elétrica
Compacta ou convencional isoladas:

• Possibilita a condução da árvore entorno da rede;


• Facilita a manutenção das árvores;
• Propicia maior segurança aos operadores durante execução dos
serviços;
• Quando os demais equipamentos e estruturas urbanas permitirem,
possibilita plantio de árvores de tamanhos diversos
D. Presença de fiação aérea ou subterrânea:

 A arborização deve ser feita no lado oposto à


fiação e no lado da fiação recomendam-se árvores
de pequeno porte e distantes 3 a 4 m dos postes
de iluminação.

 Nunca deve plantar palmeiras sob fiação, cuja


altura da espécie adulta seja superior a altura da
fiação. Palmeiras nunca se podam.

 A arborização em locais onde a fiação é


subterrânea e mesmo onde há rede de água
esgoto é feita somente a uma distância mínima de
1 a 2m para evitar problemas. As raízes podem
obstruir canalizações.
E. Estabelecimento de canteiros e faixas permeáveis:

 Em volta das árvores plantadas deverá ser adotada


uma área permeável, seja na forma de canteiro,
faixa ou piso drenante, que permita a infiltração de
água e a aeração do solo.

 As dimensões recomendadas para essas áreas não


impermeabilizadas varia de acordo com cada
legislação municipal, mas de forma geral, deverão
ser em torno de 2m² para árvores com copa
pequena e de 3m² para árvores de copa grande
(diâmetro em torno de 8m).
Posicionamento das árvores em relação aos
equipamentos e estruturas urbanos:

A árvores deverão ser plantadas de forma a não


interferir/conflitar com os equipamentos e estruturas
existentes.
Vias Urbanas
O tipo de tráfego na faixa de rolamento localizada junto à
calçada é determinante na escolha da espécie, em casos de
implantação de mudas arbóreas.

Deve ser observado se nessa faixa a predominância de


veículos de passeio ou se é um corredor exclusivo de ônibus,
por exemplo.

Arquitetura de copa em viário com veículos de grande porte (A) e veículos de


passeio (B) de ônibus.
Vias Urbanas

Quanto a adequação das estruturas viárias às


árvores existentes, muitas das vezes faz-se algumas
modificações:

➢ Controle do tráfego de veículos;

➢ Direcionamento do fluxo de veículos em mão


única, juntamente com aumento de calçadas;

➢ Modificações em vagas de estacionamento;


Áreas urbanas edificadas, arborizadas e eletrificadas
É a situação mais comum de ser encontrada, principalmente nas grandes
cidades. Para trabalhar a arborização é preciso realizar uma avaliação das
condições encontradas:

➢ Os postes estão instalados do lado correto das calçadas, porém as


árvores existentes sob a fiação são inadequadas – é preciso
providenciar a substituição das árvores presentes no local por
árvores com o porte adequado, mas isso não deve ser feito num
único momento.

➢ Os postes estão instalados no lado não recomendado das


calçadas, e, sob fiação, há árvores de médio e grande porte –
deverá ser realizada a substituição das árvores por espécies de
porte menor e feitas podas permanentes ou buscar alternativas
para a iluminação.
ESPÉCIES RECOMENDADAS/MAIS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO
URBANA NO BRASIL
❖ Procura-se diversificar as espécies como forma de evitar a
uniformidade, bem como, evitar problemas de pragas e
doenças.

❖ A recomendação é que, na composição da arborização das


ruas de uma cidade, as populações individuais por
espécies não ultrapassem 10 ou 15% da população total.

❖ A diversificação das espécies não implica no plantio


aleatório.
❖ Manter um padrão dentro das quadras ou mesmo
dentro das ruas e avenidas utilizando uma ou até
mesmo duas espécies.
ESPÉCIES RECOMENDADAS/MAIS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO
URBANA NO BRASIL

Deve-se remover todas as espécies exóticas? A


importância de uma árvore deve ser avaliada caso
a caso. Possui peso diferente a presença de uma
espécie exótica não invasora num espaço urbano
pouco arborizado – área central de uma metrópole
-, logo, essa árvore deve ser mantida e cuidada.

Por outro lado, uma espécie exótica invasora


próxima a áreas verdes abundantes pode se tornar
um perigo para as espécies nativas, devendo ser
planejada sua substituição por espécies mais
adequadas para aquela ecorregião.
ESPÉCIES RECOMENDADAS/MAIS UTILIZADAS NA ARBORIZAÇÃO
URBANA NO BRASIL
Nome científico Nome popular Família
Allophylus edulis Chal-chal Myrtaceae
Goiabeira-da-
Britoa sellowiana serra Myrtaceae
Butia capitata Butiá Arecaceae
Erythroxylum
argentinum Cocão Erythroxylaceae
Eugenia involucrata Cerejeira Myrtaceae
Quais espécies? Eugenia uniflora Pitanga Myrtaceae
Gomidesia palustris Guamirim Myrtaceae
Inga marginata Ingá-feijão Mimosaceae
Jacaranda mimosaefolia Jacarandá Bignoniaceae
Luehea divaricata Açoita-cavalo Tiliaceae
Myrcianthes pungens Guabiju Myrtaceae
Myrciaria cuspidata Camboim Myrtaceae
Psidium cattleyanum Araçazeiro Myrtaceae
Rapanea umbelatta Capororoca Myrsinaceae
Rollinia exalbida Araticum Anonnaceae
Syagrus romanzoffiana Jerivá Arecaceae
Espécies potenciais para serem Tabebuia avellanedae Ipê-roxo Bignoniaceae
utilizadas em vias públicas Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo Bignoniaceae
(Pivetta & Filho, 2002). Vitex megapotamica Tarumã-preta Verbenaceae
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

É necessário ter conhecimento das características das


espécies presentes na arborização de uma cidade.

Em condições de mata natural, fatores como porte, tipo


e diâmetro de copa, hábito de crescimento das raízes e
altura da primeira bifurcação se comportam diferente
em comparação com o ambiente urbano.

No momento da escolha da espécie, deve-se pensar em


fatores como adaptabilidade, sobrevivência e
desenvolvimento no local de plantio.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

Cidades de clima frio = espécies caducifólias (que


perdem as folhas em certos períodos do ano) é
extremamente importante para o aproveitamento do
calor solar nos dias frios, possibilitando a insolação
direta na superfície do solo; já em cidades com outros
climas, as espécies de folhagem perene são mais
adequadas

Em áreas de passeio, deve-se plantar


apenas espécies com sistema
pivotante – raízes que possuem um
sistema de enraizamento profundo –
para evitar o levantamento e a
destruição de calçadas, asfaltos e
muros.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

Crescimento da Planta:

Crescimento rápido
Crescimento lento
Apresentam constituição frágil e
Apresentam folhas com má formação anatômica,
persistentes, boa formação quebrando facilmente com a
de copa (dispensando ação do vento.
podas) e suas raízes são
profundas. As espécies de crescimento
rápido são mais adequadas para
a arborização de praças ou
jardins e canteiros centrais de
avenidas.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

COPA: formato, dimensão e galhos adequados. A dimensão deve ser


compatível com o espaço físico, permitindo o livre trânsito de veículos e
pedestres, evitando danos às fachadas e conflito com a sinalização,
iluminação e placas. O formato da copa deve se adequar, inclusive, ao tipo
de iluminação do local.
Medidas importantes para observar em relação à copa = raio
transversal em relação à construção; raio transversal em relação à rua e
diâmetro longitudinal da copa.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

PORTE: Em canteiros centrais de avenidas e calçadas largas,


pode-se optar pelo uso de árvores de porte grande ou
médio.
Calçadas estreitas devem ter espécies de pequeno ou
médio porte.
Sob fiação, espécies de pequeno porte.

De modo geral, podem-se considerar árvores de pequeno


porte aquelas que na fase adulta tem entre 4 a 5m; as de
médio porte, as que alcancem entre 5 e 8m; e as de grande
porte as que ultrapassem 8m de altura quando adultas.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

Porte de diferentes espécies


utilizadas na arborização
urbana (Gonçalves, 2009).
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

FOLHAS: árvores com folhagem perene são preferidas às de


folhas caducas.

Dentro dessas, as árvores de folhas grandes são melhores


do que árvores com folhas pequenas, pois apresentam
facilidade para a limpeza e são menos prejudiciais aos
serviços de calhas e bueiros.

Em locais com muita poluição atmosférica, deve-se evitar


árvores com folhas largas, grossas ou com presença de
pelos pois podem acumular a sujeira, podendo colocar em
perigo a saúde pública. Folhas lisas são melhores para estes
locais.
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

FLORES: O tipo de flor e, principalmente, as cores devem


estar de acordo com o entorno.

Deve-se evitar o uso de espécies que produzem flores


muito grandes, que, quando caem, tornam as calçadas
escorregadias, representando perigo para o pedestre.

Evitem espécies com perfume muito acentuado ou com


muito pólen porque podem provocar reações alérgicas.

FRUTOS: O uso de espécies frutíferas silvestres com


frutos pequenos pode ser um atrativo para alimentação
da avifauna. Frutos grandes não são recomendados pois
podem representar um perigo para pedestres e veículos
nas vias públicas.
Família Espécie Nome popular
Schinus terebinthifolius Pimenta-Rosa
Frutos Anacardiaceae

Annonaceae
Schinus molle
Annona sylvatica
Aroeira-Salso
Araticum
Bactris setosa Tucum
Arecaceae Butia odorata Butiá
Syagrus romanzoffiana Gerivá
Ananas bracteatus Ananás
Bromeliaceae
Bromelia antiacantha Bananinha-do-Mato
Espécies nativas e Cereus alacriportanus Tuna
Lepismium cruciforme Rabo-de-Rato
frutíferas de Porto Cactaceae
Opuntia monacantha Arumbeva
Alegre que podem ser Cannabaceae
Rhipsalis teres
Celtis iguaneae
Cacto-Macarrão
Taleira
utilizadas para a Caricaceae Vasconcellea quercifolia Mamãozinho-do-Mato
Clusiaceae Garcinia gardneriana Bacupari
Arborização Urbana Cucurbitaceae Melothria cucumis Pepininho-Silvestre
Ebenaceae Diospyros inconstans Caqui-do-Mato
(Ingá, 2010). Inga affinis Ingá-Banana
Inga marginata Ingá-Feijão
Fabaceae
Inga sessilis Ingá-Ferradura
Site: Melastomataceae
Inga vera
Leanda australis
Ingá-de-Beira-de-Rio
Pixirica
http://frutaspoa.inga.o Campomanesia aurea Guabirobinha
Campomanesia xanthocarpa Guabiroba
rg.br/ Eugenia involucrata Cereja-do-Mato
Eugenia multicostata Araçá-Piranga
Campomanesia rhombea Guabiroba-Crespa
Eugenia myrcianthes Pêssego-do-Matos
Myrtaceae
Eugenia rostrifolia Batinga
Eugenia uniflora Pitanga
Myrciaria cuspidata Camboim
Myrcianthes punges Guabiju
Plinia rivularis Guaporeti
Psidium cattleianum Araçá
Opiliaceae Agonandra excelsa Saputá
Passiflora caerulea Maracujá-de-Cobra
Passifloraceae Passiflora edulis Maracujá-Azedo
Passiflora elegans Maracujá-de-Estalo
Rosaceae Rubus urticifolius Amora-do-Mato
Sapindaceae Allophylus edulis Chal-Chal
Chrysophyllum gonocarpum Aguaí-Açú
Sapotaceae
Chrysophyllum marginatum Aguaí
Solanaceae Solanum sisymbriifolium Joá-das-Taperas
CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS

TRONCOS: Galhos e ramos resistentes, principalmente à


ação dos ventos. Contudo, não devem ser volumosos e
nem providos de espinhos.

Cuidar!!! Altura do tronco é um fator relevante para


segurança pública (altura mínima desejável 2,20m).

RAÍZES: O crescimento das raízes de uma planta acontece


de forma constante, primeiro em profundidade para
garantir a umidade e depois, de modo horizontal para
priorizar a absorção de nutrientes. No plantio de calçadas,
deve-se priorizar árvores que possuam raízes profundas e
pivotantes.

De modo geral, as raízes possuem comportamento


(formato e profundidade) semelhantes a copa.
RAÍZES:
Relação copa x raiz = espelho
RAÍZES:
RAÍZES:
Comprimento das raízes
2 a 4 vezes além da copa da árvore (jovens ou velhas)
IMPLANTAÇÃO:

O plantio das árvores deve respeitar uma série de


critérios para obter êxito, tanto para implantar a
arborização, como para substituir indivíduos e
espécies já existentes.
Época para o plantio:

O plantio deve ser feito, preferencialmente, na estação chuvosa (dia


nublado e úmido) ou qualquer época do ano desde que se irrigue na
época seca.

Cuidar que o período chuvoso varia para cada região.


Tamanho das árvores - Escolha das mudas:
As mudas que serão plantadas em ruas
e avenidas, de uma maneira geral, de
apresentar algumas características
básicas:
• Serem sadias e vigorosas;

• Apresentarem tronco reto, sem


ramificações laterais até uma altura
mínima de 1,80;

• Apresentarem ramificações
principais (pernadas), em número
de 3 a 4 dispostas de forma
equilibrada;
Tamanho das árvores -
Escolha das mudas:
Características das Mudas:
➢ Altura: 1,80 – 2,50m
➢ D.A.P. ( diâmetro na altura do peito ): 1,5 – 3,0 cm

➢ Altura da primeira bifurcação: 1,8 m

➢ Ter boa formação

➢ Ser isenta de pragas e doenças

➢ Ter sistema radicular bem formado

➢ Ter copa formada por 2 (duas) – 3 (três) galhadas


alternadas
➢ Acondicionadas em embalagem

O Plano Diretor de Arborização de Porto Alegre, RS,


recomenda ainda que o sistema radicular seja embalado
em sacos de 25 x 30cm, latas, tonéis ou recipientes com
capacidade de, no mínimo, 18 litros (CARTILHA, 2002).
Espaçamento:
➢ O espaçamento varia em função do porte das árvores.

➢ Normalmente recomenda-se o diâmetro aproximado


da copa da espécie mais 1m ou, quando se deseja uma
sombra continua, o espaçamento recomendado é igual
ao diâmetro da árvore no seu máximo desenvolvimento.

➢ Para espécies:
➢ Pequeno porte, o espaçamento varia de 5 a 6m;
➢ Médio porte, 7 a 10m;
➢ Grande porte, 10 a 15m de espaçamento.
Espaçamento:
Coveamento:
➢ As dimensões das covas variam com o tipo de solo e com o
tamanho da muda e recipiente utilizado.

➢Quanto pior a qualidade do solo, maior deve ser a cova,


permitindo assim a incorporação de insumos.

➢A cova deve ser maior que o recipiente que contém a muda,


ou maior que o torrão em suas raízes, em caso de transplante
de mudas de regeneração natural.

➢ Normalmente variam de 0,50 x 0,50 x 0,50m a 1,0 x 1,0 x


1,0 m.

➢ As covas normalmente são localizadas a uma distância de


0,50cm da guia da sarjeta.
Coveamento:
Adubação:
➢Não existe uma regra geral para adubação, porque a
mesma varia de acordo com a espécie e o local do plantio.

➢ Em princípio, recomenda-se preencher com uma mistura


de areia, esterco de curral curtido e terra de boa qualidade,
na proporção 1:1:1, incorporando-se adubos químicos
quando a análise de solo indicar, por exemplo, em locais
com solo ácido pode se acrescentar calcário dolomítico.
Canteiro ao redor da muda:
➢ O canteiro ideal para um bom desenvolvimento das
árvores situadas em vias públicas é de 1m², é este canteiro
que vai permitir ao vegetal crescer e ter acesso à agua e
nutrientes provenientes da chuva.

➢ O Plano Diretor de Arborização de Porto Alegre, RS


recomenda que os canteiros tenham área permeável de no
mínimo 1,50m².

➢ Situação errônea: mudas menores do que o recomendado


são plantadas e estas mudas ficam desproporcionais ao
canteiro; e o canteiro, muitas vezes, é reduzido. Porém, à
medida que a árvore vai crescendo, o tronco vai
naturalmente engrossando e quebrando a calçada por
absoluta falta de espaço e não porque a espécie tem a
característica de raízes superficiais.
Canteiro

Estrangulamento do colo pelo


canteiro

Compactação da calçada
25% oxigênio – crescem bem
5% oxigênio – cessa de
crescimento
2% oxigênio – declínio e morte
Grade de proteção do canteiro:

Para evitar acidentes, pode ser feita


uma grade de ferro colocada no
nível da calçada, que é substituída
gradativamente de acordo com o
engrossamento do tronco; esta
grade, no entanto, apresenta um
custo elevado.
Cinta:
➢ A cinta é uma pequenina mureta de concreto ou tijolo, ao redor de
todo o canteiro, feita para evitar que água com detergente ou ácido de
limpar pedra entre no canteiro quando se lava a calçada.

➢ O inconveniente é que esta


cinta impede também a entrada
de água de chuva que escorre
pela calçada.

➢ Preferencialmente, essa cinta,


se presente, deve ser de
concreto e não ultrapassar 5 cm
de altura, além de apresentar
uma forma convexa.
Tutoramento:
➢ Recomenda-se tutorar as plantas que normalmente é
feito utilizando-se estacas de madeira ou bambu, com o
mínimo de 2,50m de comprimento, que são enterradas
a uma profundidade de 0,50cm e 0,15cm de distância do
tronco da muda.

➢ Para prender a muda ao tutor, pode-se utilizar


diferentes materiais, como barbante, sisal ou tiras de
borracha, tomando-se o cuidado de verificar se não está
havendo atrito que possa causar dano à muda e
observar também que materiais que não se decompõem
naturalmente devem ser retirados quando a muda
estiver firme
Grade de proteção da muda:
➢ Para minimizar o problema de vandalismo,
recomenda-se proteger as mudas com grades.

➢O material é bem variável, pode-se utilizar


madeira, ferro, bambu ou tela de arame.

➢ O Plano Diretor de Arborização de Porto


Alegre, RS estabelece como diretriz que as
mudas plantadas tenham protetores metálicos
pelo menos até o terceiro ano após o plantio.
➢ Contudo, em função dos custos, essa diretriz
nem sempre é respeitada.
Plantio propriamente dito:
➢ Dias nublados ou com temperaturas amenas.

➢ Os recipientes das mudas, se não forem biodegradáveis, devem


ser removidos antes do plantio.

➢ Ao colocar na cova, deve-se atentar para que a parte aérea da


planta e a raiz fiquem no mesmo nível do terreno, para evitar
que as raízes fiquem expostas com o tempo ou que ocorra o
afogamento de coleto, o que pode ocasionar a morte da muda.

➢ O material utilizado na cova dever ser um torrão mais firme


que o solo mexido. O importante é que ele seja firme o
suficiente para a sustentação da muda e, ao mesmo tempo, não
impeça o crescimento das raízes (não pode ser completamente
compacto).

➢Após colocar a muda, se faz uma compactação na volta para


evitar que a mesma tombe.
PODAS
Poda:

➢ A poda tem a função de adaptar a árvore e seu


desenvolvimento ao espaço que ela ocupa.

➢ Quando a poda é realizada de maneira incorreta,


pode causar danos irreparáveis às árvores e afetar
definitivamente a sua estética. Uma poda mal
executada pode expor o lenho permitindo a entrada
de fungos e bactérias, responsável pelo
apodrecimento do tronco e galhos, e pelo
aparecimento das cavidades ou ocos. Há muitas
espécies que não se recuperam de uma poda.
Objetivos da Poda:

➢ Conferir à árvore uma forma adequada durante o


seu desenvolvimento

➢ Eliminar ramos mortos, danificados, doentes ou


praguejados

➢ Remover partes da árvore que colocam em risco a


segurança das pessoas

➢ Remover partes da árvore que interferem ou


causam danos incontornáveis às edificações ou aos
equipamentos urbanos.
Época de podar:

A recomendação é que se faça a poda após a floração


visando diminuir a brotação de ramos epicórmicos e,
consequentemente, a intensidade de podas
posteriores, entretanto, podas realizadas no final do
inverno e início da primavera promovem a
cicatrização dos ramos de forma mais efetiva.
Época de podar:

ÉPOCAS E PERÍODOS IDEIAIS PARA PODA


Época de podar:
A época varia com a espécie e o objetivo da poda:
ÉPOCAS E PERÍODOS IDEIAIS PARA PODA
- Frutíferas: após a frutificação
- Ornamentais com flores: após as flores e sementes
- Ornamentais de folhagem: qualquer período (priorizar o
período seco)
- Grama: qualquer período

Podas de rejuvenescimento são mais indicadas ao final do


inverno, pois é quando o crescimento vegetativo é
retomado.

A fase de lua minguante e nova é também ideal, já que a


seiva das plantas refluem para a raiz, fazendo com que a
poda dos galhos e folhas desperdice menos seiva.

A poda no período da tarde permite que as plantas tenham


o período noturno para cicatrizar os cortes.
Ferramentas para Podas:

➢ Tesoura de poda
➢ Facão
➢ Podão
➢ Serra Manual
➢ Motosserra
➢ Foice e Machado
➢ Escada
➢ Corda
➢ Andaime
➢ Plataforma elevatória
EPIs:

➢ Óculos

➢ Capacetes

➢ Cintos de segurança

➢ Luvas de couro

➢ Sapatos com solado reforçado

➢ Esporas e protetores auriculares


Segurança:

Amarrações e
roldanas são
importantes
para remoção
de árvores em
áreas
próximas de
edifícios.
PRINCÍPIOS DA PODA
A poda deve ser feita observando-se alguns procedimentos:

• Analisar a fiação; caso esteja encostada nos galhos,


desligar a rede, testa-la e aterra-la.

• Verificar a existência de fatores que possam causar


acidentes como marimbondos, abelhas, formigas, mandruvás,
plantas com princípios tóxicos, troncos podres, rachados ou
ocos e tomar as devidas precauções.

• Observar se tem botões florais e flores, neste caso,


cortar somente o necessário para resolver o problema e
retornar posteriormente.

• Evitar cortar ou balançar galhos com ninhos de


passarinhos.
PRINCÍPIOS DA PODA
• Feitas as verificações, deve-se sinalizar e isolar a área para
iniciar a operação.

• É condenado o uso de ferramentas de impacto em cima das


árvores, como machado, machadinha, facão, foice, etc.

• Executar a poda começando, de preferência de fora para


dentro da árvore; galhos pesados devem ser cortados em
pedaços, os mais leves descem inteiros e, em ambos os casos,
deve ser usada corda para arria-los. Apenas os galhos cortados
com tesoura de poda podem ser em queda livre.

• A amarração dos galhos deve ser feita antes de qualquer


corte nos mesmos.

• O pessoal que permanece no chão não deve ficar embaixo


da árvore que está sendo podada.
Tipos de Poda:
Existem inúmeros tipos de podas, de acordo com a
literatura que se baseia:

➢ De condução
➢ De conformação
➢ De limpeza
➢ Poda em “V” e em “U”
➢ De rebaixamento(Poda drástica)
➢ Poda em "furo"
➢ Poda de contenção de copa
➢ Poda de formação de copa alta
Tipos de Poda:
Na arborização, a poda é realizada basicamente com quatro
finalidades:
➢ De condução
➢ De conformação
➢ De limpeza
➢ Poda em “V” e em “U”
➢ De rebaixamento(Poda drástica)
➢ Poda em "furo"
➢ Poda de contenção de copa
➢ Poda de formação de copa alta

Nós vamos ver alguns desses tipos!!!


Tipos de Poda:
I. Poda de formação: TIPOS DE PODA
Neste tipo de poda, ramos laterais são retirados até uma
altura recomendada de 1,80m visando não prejudicar o
futuro trânsito de pedestres e veículos sob a copa.

Esta poda normalmente é feita no viveiro ou no local


definitivo quando a muda plantada é menor do que o
recomendado.

Cortes de galhos:
Poda boa: < 5cm de diâmetro
Poda ruim: > 5cm de diâmetro

(Silva Filho, 2002)


Tipos de Poda - Folhas
Tipos de Poda – Plantas pequenas ou em fase de crescimento

Poda de ramos laterais e galhos/folhas secas


II. Poda de limpeza: TIPOS DE PODA
Neste tipo de poda eliminam-se os
ramos velhos, em excesso, mortos,
lascados, doentes ou praguejados.

Poda em ramos finos


III. Poda de contenção: TIPOS DE PODA
Este tipo de poda é realizado visando adequar a copa da
árvore ao espaço físico disponível em função de um plantio
inadequado.

Pode ser uma poda leve em galhos e ramos que interferem


em edificações, telhados, iluminação pública, derivações de
rede elétrica ou telefônica, sinalização de trânsito, etc.

A recomendação geral é manter um mínimo de 30% da


copa, mantendo sempre que possível o formato original.
Quando for erguer a copa?

Reter 67% da copa

Remover 33%
III. Poda de contenção:

Poda de contenção
Tomar cuidado com o tipo
de crescimento/arquitetura
da copa.
IV. Poda emergencial: TIPOS DE PODA
Este tipo de poda é realizado visando remover partes da
árvore que ameaçam a segurança da população, das
edificações e outras instalações, como as redes aéreas
elétrica e telefônica.

Por possuir um caráter emergencial, este tipo de poda não


observa o padrão de repouso da espécie a que está sendo
aplicada.

É uma poda realizada para resolver uma emergência, a


duração da interferência é curta e, normalmente, o efeito
estético é desagradável. Posteriormente deve-se tentar uma
poda corretiva buscando manter o formato original ou,
então, substituir por outra espécie mais adequada. A copa
deve manter uma distância mínima de 1,0m da rede aérea,
podendo ser feita em vários formatos: V, furo, L e U.
IV. Poda emergencial:

V, furo, L, U ou rebaixamento (fiação)


V. Poda Drástica: TIPOS DE PODA
É considerada poda drástica aquela que apresenta uma das
seguintes características:

• Remoção total da copa, permanecendo acima do


tronco os ramos principais com menos de 1m de
comprimento nas árvores adultas;

• Remoção total de um ou mais ramos principais,


resultando no desequilíbrio irreversível da árvore;

• Remoção total da copa de árvores jovens e adultas


resultando apenas no tronco.

A poda drástica deve ser evitada sendo sua utilização


permitida apenas em situações emergenciais, ou quando
precedida de parecer técnico de funcionário municipal
autorizado.
V. Poda Drástica:
V. Poda Drástica:
VI. Poda de raízes: TIPOS DE PODA
A poda de raízes é mais complexa do que a poda das copas
uma vez que a capacidade de regeneração das raízes é bem
mais limitada que a regeneração da copa. Adicionalmente, o
corte das raízes afeta diretamente a estabilidade da árvore.

Quando for algo inevitável, deve-se evitar o corte de raízes


grossas (acima de 10mm), não eliminar as raízes em toda a
volta da árvore e não cortar as raízes mais próximas do
tronco.
VI. Poda de raízes:
Corte de raízes:

• Compromete estabilidade
• Diminui absorção de água e sais
minerais
• Cria área de contaminação

Como fazer:
cortar o menor número possível de raízes
cortar a no mínimo 2 m de distancia do tronco
cortar raízes de no máximo 5 cm de diâmetro
nunca cortar a raiz próxima ao tronco
nunca lesionar a base da arvore
nunca utilizar machado, facão ou
retroescavadeira
evitar o dessecamento do solo junto ao
remanescente da raiz
(Seitz, 2006)
TÉCNICAS DE PODA: TIPOS DE PODA
❖ Na poda, procurar eliminar sempre os ramos cruzados
que se roçam e os pendentes inadequados.

❖ Deve-se preservar as estruturas de proteção do galho,


como a crista (parte superior) e o colar (parte inferior) da
inserção do galho no tronco que têm ação decisiva na
cicatrização por apresentarem rápida multiplicação de
células;

❖ O corte deve ser feito logo acima de uma gema


vegetativa e em 45º, para fora a gema.

❖ Para a retirada de ramos mais grossos e para preservar as


estruturas de proteção (crista e colar) o primeiro corte
deverá ser feito de baixo para cima para evitar o
lascamento.
TÉCNICAS DE PODA:
➢ Colar

➢ Crista da Casca

➢ Fossa Basal
TÉCNICAS DE PODA: TIPOS DE PODA
❖ Para a retirada de ramos com tesoura manual, a lâmina
maior da tesoura deve ser inserida no ângulo fechado do
ramo, para que o corte seja adequado.

❖ Ramos epicórmicos que se dirigem para a rede de


distribuição devem ser eliminados, sempre que possível,
junto à base.

❖ Para o corte de troncos ou galhos grossos, usar a “técnica


dos três cortes”, ou seja, com o tronco em posição
vertical, esta técnica permite a orientação da queda da
árvore por meio da “cunha”, reduzindo as chances de
acidente.
Forma Correta dos Cortes:
Ramos:
Forma Correta dos Cortes:
Forma Correta dos Cortes:

TIPOS DE PODA – GALHOS E RAMOS


TIPOS DE PODA – GALHOS E RAMOS
Forma Incorreta dos Cortes:
Tipos de Poda – Plantas pequenas ou em fase de crescimento

Gema Apical: estabilizar


crescimento vertical (altura)

Gema Axial ou Lateral: estabilizar o


crescimento horizontal (lateral)

Caule: sempre nos entrenós ou


colar (o mais próximo possível)

Folhas: sempre na bainha


Tratamentos pós-poda e dendrocirurgias

O tratamento pós-poda e a dendrocirurgia ainda são


assuntos em discussão.

Não se recomenda o tratamento local pós-corte com


produtos corrosivos como piche, tintas, graxas ou
alcatrão, pois destroem o tecido celular da árvore.

Algumas literaturas = calda bordalesa, parafina, pastas


fúngicas; no entanto, como estes tratamentos nem
sempre cessam a decomposição ou paralisa o
apodrecimento, há uma linha que defende acredita que
estes tratamentos são inócuos.
Tratamentos pós-poda e dendrocirurgias

CICATRIZAÇÃO DO CORTE: evitar a proliferação de fungos e


microorganismos que podem prejudicar a planta.

- Hidroasfalto é uma
emulsão a base de água,
utilizada largamente na
construção civil para
impermeabilização de lajes,
vigas de concreto entre
outras coisas.

- Calda Bordalesa: mistura


de cal, sulfato de cobre e
água.
Dicas para Poda:

CUIDADOS

Faça variação do local da poda:


podas sucessivas realizadas nos
mesmos pontos dos galhos
resultam em
“envassouramento”, ou seja,
vários galhos saindo do mesmo
local de um galho, podendo
resultar em um fluxo de seiva
insuficiente e enfraquecimento
dos ramos.
Dicas para Poda:
Remoção das Árvores:
Para a remoção de árvores, deve ser feita uma análise prévia.
Na cidade de Porto Alegre - RS, foram definidos os seguintes
critérios:

 Risco de queda;

 Estado fitossanitário precário sem condições de


recuperação;

 Em casos de obras de interesse social comprovado;

 Total incompatibilidade da espécie com o espaço


disponível.
Gerenciamento da manutenção:
A questão das podas da cidade de Porto Alegre, até
recentemente, em 2016, era normatizada, realizada e
fiscalizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente
(SMAM).

A SMAM mantinha um serviço de arborização urbana


realizado pelos servidores lotados nas Zonais e por uma
empresa terceirizada contratada especificamente para isso.

O serviço pode ser solicitado pelo próprio cidadão através do


156 (telefonia ou site do 156).

Com a publicação da Lei Municipal 757/2015, alguns


aspectos da poda, em área pública ou privativa, e da
compensação vegetal quando do corte de vegetação
atrelado ao licenciamento ambiental foram regulamentados.
Gerenciamento da manutenção:
• A poda de árvores, pública e privada,
só deve ser realizada mediante
autorização do órgão responsável
local.

• Galhos que atrapalhem a fiação


elétrica, pode-se entrar em contato
direto com Companhia de Energia de
sua região.

• O descumprimento acarreta em multa


a quem comete a infração

• Poda radical é crime, pode e deve ser


denunciada.
Aspectos fitossanitários:
✓ Muitas pragas ocorrem em árvores no meio urbano,
porém, muitas não foram identificadas ainda. Algumas
causam problemas crônicos, outros sazonais,
esporádicos ou eventuais.

✓ Os problemas mais frequentes são formigas,


cochonilhas, pulgões, lagartas, fungos e cupins.

✓ Não se recomenda o controle químico de pragas e


doenças no ambiente urbano, então o ideal é procurar
uma orientação técnica de como proceder em cada um
desses casos.
Educação Ambiental:
❖ Divulgação de conhecimentos e informações sobre a
importância da arborização urbana, da preservação e
manutenção do patrimônio público, assim como da
recuperação ambiental;

❖ Sensibilização de empresários, funcionários públicos e


grupos comunitários para estabelecimento de
parcerias.
COMPARAÇÃO DA
ARBORIZAÇÃO POR
REGIÕES:

PORTO ALEGRE,
CURITIBA E SÃO PAULO
Porto Alegre - RS:

Possui inúmeras áreas verdes, sendo 813 praças, 9 parques


e 4 unidades de conservação.

A arborização urbana iniciou na metade do século XIX,


entretanto intensificou-se no século XX durante a década de
30.

A cidade é vista como uma das capitais mais arborizadas do


Brasil.

“Plano Diretor de Arborização de Vias Públicas” – março de


2000.
Porto Alegre - RS:
O inventário amostral registrou 173 espécies de árvores,
mas algumas são mais predominantes (18 espécies), como
a Extremosa e o Ligustro.

A SMAM planta predominantemente espécies nativas, em


especial frutíferas para atuar em duas frentes: propagar as
espécies nativas regionais e também oportunizar condições
de alimento e abrigo para fauna.
Curitiba - PR:
Composta por cerca de 300 mil árvores (uma árvore para
cada cinco habitantes).

Curitiba é a 5.ª grande cidade, entre as cidades – acima de


um milhão de habitantes – mais arborizadas do Brasil,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a partir de dados do Censo Demográfico 2010.

• 93 espécies de árvores plantadas, sendo que 18


delas totalizaram 92% da população

• Das espécies encontradas, apenas 2 somaram cerca


de 40% - Lagerstroemia indica (Extremosa) 24% e
Ligustrum lucidum (ligustro) 14,7%;
Curitiba - PR:
• 15% da população foi originária de plantio irregular;
72% foram classificadas como boas e satisfatórias;

• 3% apresentaram raízes superficiais causando danos


às calçadas;

• Lagerstroemia indica, Tabebuia Alba e T. chrysotricha


apresentaram mais de 50% das árvores com pragas e
doenças;

• A distância das árvores ao meio fio e construções, de


um modo geral, apresentou-se adequada;

• Foi observado plantio inadequado sob fiação


resultando em podas inadequadas;
Curitiba - PR:
• O espaçamento entre foi considerado reduzido para
espécies de grande porte e adequado para os de
pequeno porte;

• A altura do primeiro galho ou bifurcação em 50% das


plantas analisadas estavam aquém dos padrões
desejáveis;

• As podas e tutoramento foram utilizadas de um modo


geral, inadequadamente e, a condição geral da
arborização das ruas da cidade foi considerada boa.
São Paulo - SP:
▪ Conta com mais de 100 parques municipais, 8
parques urbanos estaduais, aproximadamente 5 mil
praças, 2 Áreas de Proteção Ambiental (APA), 3 APA’s
Estaduais e 2 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN), 6 Parques Naturais Municipais e 6
Parques Estaduais e 17.800km de vias públicas.

▪ A arborização de vias públicas e das áreas verdes


municipais é focado no conceito de Florestas Urbanas
surgido nos Estados Unidos e Canadá, na década de
1.960, onde são considerados elementos
constitutivos da paisagem urbana
São Paulo - SP:
▪ A responsabilidade pela
manutenção e remoção das
650 mil árvores plantadas nas
ruas e outras tantas nos
parques da cidade é da
prefeitura municipal.

▪ Já as árvores dentro das


propriedades são de
responsabilidade dos
moradores, mas esses não
podem remover árvores a não
ser que a prefeitura autorize
mediante uma justificativa
adequada.
“As árvores não
podem estar
justapostas aos
demais serviços,
sempre saíram
perdendo”.
Contato:

Renata Cardoso Vieira

E-mail: [email protected]

Telefone: 051 992235856

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