O documento descreve a história do direito penal brasileiro desde o período colonial até a primeira constituição em 1824. Durante o período colonial, vigoraram as Ordenações Filipinas de 1603, que continham punições cruéis como a morte. A primeira constituição em 1824 introduziu princípios liberais como a proibição de penas cruéis, mas as condições carcerárias permaneceram inadequadas.
O documento descreve a história do direito penal brasileiro desde o período colonial até a primeira constituição em 1824. Durante o período colonial, vigoraram as Ordenações Filipinas de 1603, que continham punições cruéis como a morte. A primeira constituição em 1824 introduziu princípios liberais como a proibição de penas cruéis, mas as condições carcerárias permaneceram inadequadas.
O documento descreve a história do direito penal brasileiro desde o período colonial até a primeira constituição em 1824. Durante o período colonial, vigoraram as Ordenações Filipinas de 1603, que continham punições cruéis como a morte. A primeira constituição em 1824 introduziu princípios liberais como a proibição de penas cruéis, mas as condições carcerárias permaneceram inadequadas.
O documento descreve a história do direito penal brasileiro desde o período colonial até a primeira constituição em 1824. Durante o período colonial, vigoraram as Ordenações Filipinas de 1603, que continham punições cruéis como a morte. A primeira constituição em 1824 introduziu princípios liberais como a proibição de penas cruéis, mas as condições carcerárias permaneceram inadequadas.
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Direito Penal
História do Direito Penal Brasileiro
Introdução A partir de agora será feito um recorte do direito penal brasileiro, de sua história, a Ao estudar o direito penal, aborda-se o que qual não acompanhou – em aspecto aconteceu antes do Estado liberal, antes temporal – a história do direito nos EUA, das revoluções burguesas do fim do século por exemplo. XVIII – período iluminista – antes das ideias de Feuerbach (“pai do direito Enquanto a Europa estava discutindo o penal”). princípio da legalidade no fim do século XVIII, rompendo com o modelo déspota e Fala-se que tudo que aconteceu antes era com o direito penal centralizador, ruim, houve suplícios, como castigos construindo, assim, um direito penal de corporais e penas que atingiam a garantias e princípios, o Brasil estava constituição físico psicológica do ser cortando o corpo de Tiradentes em pedaços humano. e dividindo-o em partes do território Começa-se a afirmar que a pena privativa, nacional. consolidada então no fim do século XVIII, Desta forma, com o objetivo de ilustrar a de origem remota – na prisão de construção do modelo penal no Brasil, que, monastério, pela igreja no século XII; nas na maioria das vezes, pareceu repetidor de penitenciárias em Amsterdã, no fim do raciocínios jurídicos europeus, revela-se século XVI; na colonização dos EUA. O elementar caminhar pelo pensamento penal modelo da pena privativa surgiu como uma brasileiro, sobre as ideias que cercaram a forma de humanizar o direito penal. formação da legislação penal pátria, desde Depois, aborda-se o século XIX, a escola as Ordenações Filipinas até o Código clássica, o positivismo criminológico, dos Criminal do Império de 1830, passando embates entre o determinismo e o livre- pelos Códigos Penais de 1890 e de 1940, arbítrio. No início do século XX, há a com atenção especial à doutrina finalista teoria causal clássica e o sistema Liszt- que inspirou a reforma penal de 1984. Beling. Passa-se também pelo No Brasil Colônia neokantismo, pelo finalismo, pela teoria social da ação, pelo funcionalismo Do descobrimento em 1500 até o ano de teleológico, pelo funcionalismo sistêmico. 1830, o direito penal português, Em seguida, trata-se da teoria significativa representado pelas Ordenações Afonsinas da ação e do funcionalismo redutor. (1447-1521), Manuelinas (1521-1603) e Filipinas (1603-1830) vigoraram no Brasil. Direito Penal Brasileiro Portanto, nesse período, o direito penal No seu Livro V, trazia um direito penal brasileiro foi, na verdade, o direito penal cruel com a possibilidade de pena de português, que, do final do século XVIII “morte natural de fogo”, que era a queima até o ano de 1830, não contemplava as do réu vivo; com a “morte natural na forca novas ideias penais do século das luzes que para sempre”, quando o réu era morto na propagaram um direito penal, em tese, forca da cidade e seu corpo ficava mais humanitário, no qual a pena privativa pendente até apodrecer e cair sobre o solo. de liberdade em substituição ao modelo de No contexto dos crimes sexuais havia uma sanção penal dos suplícios medievais, com preocupação religiosa, que acabava um modelo penal e processual penal gerando a punição desumana tanto de alicerçado em princípios e garantias. condutas que ofendiam a liberdade sexual ↪ as Ordenações Manuelinas não foram quando dos comportamentos imorais ou tão concretizadas quanto afirma a doutrina! que feriam os costumes da época, como, por exemplo, a sodomia. Tais Ordenações foram aplicadas no Brasil Colônia, principalmente as Ordenações ↪ Nas Ordenações Filipinas a Filipinas e o seu Livro V. Assim sendo, o homossexualidade era uma infração punida país não acompanhou as reformas liberais com morte de cabeça para baixo, corpo que ocorrem no fim do século XVIII, queimado e cinzas enterradas. continuando, então, com uma réplica do Primeira Constituição direito penal medieval nas Ordenações Filipinas. Com a Proclamação da Independência do Brasil no ano de 1822, as Ordenações As reformas liberais no século das luzes na Filipinas foram mantidas até a entrada em Europa e a ideia do princípio da legalidade vigor do Código Criminal do Império em na Carta do Código Penal do Rei Dom José 1830. II, da Áustria, não foi algo automático que passou a existir em todos os Estados. Em A Constituição brasileira de 25 de março fato, há uma crítica de que isso se tratou, de 1824, no seu artigo 179 aboliu os na verdade, de uma fachada do Estado de açoites, a tortura, a marca de ferro quente e Direito, isto é, foi previsto formalmente, todas as demais penas cruéis e incorporou mas demorou para ser concretizado. De o princípio da reserva legal e a exigência qualquer modo, o Brasil estava muito do devido processo. distante dessa realidade. O texto ainda afirmou que: ninguém seria Ordenações Filipinas sentenciado senão pela autoridade competente, em virtude de lei anterior, e na As Ordenações Filipinas, cujo conteúdo forma por ela prescrita; nenhuma pena normativo foi inspirado na baixa idade passaria da pessoa do delinquente, média, foram publicadas em 1603, durante revogando com isso a pena de infâmia que, a União Ibérica, por Felipe III (II de até então, era aplicada aos parentes do Portugal). condenado; as cadeias seriam seguras, limpas e bem arejadas, com diversas casas para separação dos réus, conforme as circunstâncias e natureza de seus crimes.
Essa realidade de cadeias limpas e arejadas
não foi concretizada no Brasil até hoje.
↪ Segundo dados do Infopen (Ministério
da Justiça), existem 742.000 pessoas presas no Brasil. Segundo dados do CNMP, o Brasil tem apenas 400.000 vagas para presos.
Portanto, o Brasil não tem, hoje, o espaço
adequado principalmente para presos do regime fechado. Tal incapacidade e omissão do Estado tem levado os Tribunais a decidirem no sentido de promover o afastamento do cárcere – chamado por muitos de “desencarceramento”.