IV Teorico

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Avaliação

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Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Jefferson Comin

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Avaliação Antropométrica de
Idosos e Pacientes Acamados

Fonte: Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Avaliação Nutricional de Idosos e Pacientes Acamados.

Objetivo
• Discutir os métodos de avaliação nutricional e antropométrica de pacientes acamados e ido-
sos, bem como fórmulas a serem utilizadas nessas populações quando não houver a possi-
bilidade de locomoção desses pacientes ou quando os seus movimentos forem limitados.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades
solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges-


tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre-
tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo,
além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico
espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

Contextualização
Nós sabemos que os idosos correspondem à parcela da população que mais cresce
ao redor do mundo, inclusive em países como o Brasil. O envelhecimento da população
brasileira impactará em diferentes setores, não apenas na economia do país, mas tam-
bém na área da saúde.

A grande preocupação concerne ao atendimento desse público, que invariavelmente


se torna mais susceptível a doenças crônico-degenerativas. Outro aspecto importante a
ser levado em consideração nas atividades corriqueiras de nutricionistas e profissionais
da saúde em hospitais é o correto atendimento para um diagnóstico fidedigno. Contudo,
sabendo que o contato inicial com o paciente é primordial, bem como a correta ava-
liação dessas pessoas, tratando-se de casos em que o paciente está acamado e muitas
vezes até mesmo inconsciente, como devemos proceder?

É exatamente sobre essas situações que discutiremos ao longo desta unidade.

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Introdução
Já é bem estabelecida a importância da avaliação nutricional para o correto diagnós-
tico nutricional, para então embasar o profissional a adotar as estratégias nutricionais
mais eficientes e fidedignas para promover a melhora do estado geral do paciente ou até
mesmo para atuar de maneira profilática nas mais variadas populações.

Ao longo desta unidade, nós discorreremos sobre a avaliação nutricional de pacientes


idosos. Muitas das técnicas utilizadas nesses pacientes podem ser empregadas também
em pacientes acamados, pois, dependendo da situação, é comum trabalharmos com
pessoas idosas que tenham dificuldade de locomoção.

Mas tome cuidado, lembre-se de comparar os dados coletados do seu paciente com
os grupos populacionais corretos.

Avaliação Nutricional de
Idosos e Pacientes Acamados
Senescência
O envelhecimento é marcado a partir do momento em que nascemos. Além disso,
sabemos que durante certo período ao longo de nossa vida seremos marcados pelo
anabolismo, ou seja, pelo crescimento e desenvolvimento dos tecidos, e durante outro
período haverá o catabolismo, o qual faz parte do processo de envelhecimento. Ainda
se tratando do processo de envelhecimento, as características observadas em cada indi-
víduo podem variar, sendo praticamente impossível, ou no mínimo muito difícil, distin-
guirmos quais características foram determinadas por fatores genéticos ou ambientais
(VITOLO et al., 2014).

Conheça o indonésio Saparman Sodimejo, que faleceu aos 146 anos de idade.
Disponível em: https://youtu.be/qhz_r6-WScU

Outro fator é que o envelhecimento ocorre em ritmo constante, diferindo de pessoa


para pessoa. Logo, a idade cronológica pode não ser a forma mais adequada para ava-
liar a habilidade funcional entre diferentes indivíduos. Podemos ainda observar algumas
mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento que aparentam ser praticamen-
te indistinguíveis dos sinais clínicos de deficiências nutricionais e/ou doenças crônicas.
Uma alteração comum que podemos facilmente constatar durante o envelhecimento é a
substituição progressiva da massa corpórea magra pela gordura depositada no tronco,
ao redor de órgãos viscerais e tecido subcutâneo. Uma informação extremamente im-
portante é que a perda proteica de músculos e vísceras leva a alterações metabólicas e

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UNIDADE
Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

funcionais em que a proteína corpórea no idoso sadio é 35% inferior à do adulto jovem,
além de haver a diminuição da densidade óssea, o que torna a osteoporose uma compli-
cação frequente entre idosos.

Figura 1
Fonte: Getty Images

Existem alguns fatores que costumam influenciar o estado nutricional de idosos, entre
eles: a idade, cognição, dentição, mobilidade, autonomia, aspectos familiares (se mora
sozinho ou com família), escolaridade, situação atual e pregressa de saúde e comorbida-
des. Devemos levar em consideração um estado de saúde que capacite aspectos como a
atividade física, capacidade de mastigar, deglutir e digerir alimentos.

Atentando-nos à avaliação nutricional que deverá ser feita de maneira individualizada


e considerando os aspectos relativos de cada paciente, podemos dizer que as taxas de nu-
trientes e calorias que contribuem para a saúde do idoso podem ser inadequadas ou exces-
sivas para outro indivíduo de mesma idade e aparência semelhante (VITOLO et al., 2014)

Para entender melhor, veja o esquema da Figura 2.

Fatores econômicos

Ambiente
Comportamento emocional Infecção, doença,
alimentar febre ou estresse
Manutenção fisiológico
Padrão Estresse
Doença Ingestão alimentar corpórea e
cultural psicológico
bem-estar

Estado Nutricional Ótimo Necessidades de nutrientes


Absorção Ingestão de nutriente para manter uma saúde ótima

Figura 2 – Estado nutricional ótimo deve ser alcançado levando em


consideração a ingestão de nutrientes e as necessidades de nutrientes

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Avaliação do Estado Nutricional de Idosos e Pacientes Acamados
A avaliação do estado nutricional de pacientes idosos não envolve técnicas que dife-
rem muito das demais populações, entretanto, é importante considerarmos as limitações
eminentes de cada indivíduo, como, por exemplo, casos de Alzheimer ou até mesmo
aspectos cognitivos e sociais relacionados (ÂCUNA et al., 2004; VITOLO et al., 2014).

Basicamente, podemos falar que a avaliação nutricional pode ser feita por intermédio
de técnicas como:
• Anamnese alimentar, incluída a ingestão;
• Parâmetros bioquímicos;
• Histórico clínico;
• Medidas antropométricas;
• Estado psicossocial.

Veja no esquema a seguir como cada uma dessas ferramentas pode ser utilizada para
que ocorra a correta intervenção alimentar.

Diferença entre a ingestão de nutrientes


Inquérito Alimentar
e necessidades
Acomodação

Aumento da eficiência (aumento da absorção,


diminuição da excreção, metabolismo mais eficaz)

Diminuição das reservas corporais Indicadores Bioquímicos


Adaptação

Alterações bioquímicas e funcionais


Antropometria
causadas pela carência nutricional

Sinais clínicos Indicadores Clínicos


Doença

Doença carencial

Morte Estatísticas Vitais

Figura 3

Dependendo da realidade, pode-se utilizar ainda ferramentas como impedância bioe-


létrica, pesagem hidrostática, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonân-
cia nuclear magnética, entre outras.

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Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

Antropometria de Idosos e Pacientes Acamados


A antropometria é um método de aferição de medidas amplamente estudado em dife-
rentes populações. Normalmente os dados coletados são analisados por meio de fórmu-
las que levam em consideração mais de uma variável. Uma das fórmulas antropométricas
mais populares é o Índice de Massa Corporal (IMC). Para o cálculo do IMC, devemos le-
var em consideração duas medidas: a estatura e a massa corporal (VITOLO et al., 2014).

IMC = Massa Corporal Total/ Estatura2

Contudo, de maneira mais específica pode-se utilizar diferentes pontos de corte para
a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC):

Tabela 1
Referência Magreza Eutrófico Sobrepeso
OMS, 1995 <18,5 18,5 a 25 ≥ 27
Perissinotto e cols. 2002 <20 20 a 30 >30
Lipschitz, 1994 <22 22 a 27 >27

É importante frisar que a caderneta do Ministério da Saúde da pessoa idosa utiliza


dados semelhantes aos preconizados por Lipschitz, 1994.

Suponhamos que você tenha um paciente idoso e que tenha calculado o IMC dele e avaliado
que ele está classificado como Baixo peso. Legal, mas e agora?
Nesse caso, o seu paciente deverá receber uma orientação dietética imediata, seguida, é cla-
ro, de acompanhamento médico e nutricional constantes. Um ponto muito importante a ser
considerado nesse caso é que a principal causa desse diagnóstico costuma ser a deficiência
crônica de energia (baixo consumo de alimentos), e que é comum ter como consequência a
morbidade, mortalidade, o declínio funcional e a dependência para atividades diárias.
Em outa situação, agora com um paciente classificado como “Adequado”. Nesse caso, a
conduta correta a ser adotada é a orientação nutricional para que esses pacientes se man-
tenham nessa classificação. O grande desafio concerne em acompanhar esses pacientes
para que eles não adquiram peso.
É evidente que para casos de sobrepeso e obesidade devemos orientar a evitar o ganho de
peso e a continuarem a avaliação de parâmetros de risco, como valores antropométricos,
bioquímicos e sinais e sintomas clínicos.

Estimativa de massa corporal


É claro que nas situações propostas estamos partindo do pressuposto de que o pa-
ciente consegue se deslocar até uma balança para ser pesado. Contudo, sabemos que
esses pacientes podem apresentar dificuldades para se locomover até o equipamento ou
até mesmo não se sentirem seguros para subirem na balança.

Bom, vamos ver como nós poderemos contornar esse tipo de situação.

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Basicamente, recomenda-se a utilização de uma balança de base larga. O exami-
nador deverá ficar próximo ao paciente, para que ele não se sinta desconfortável ou
vulnerável. Uma outra solução é a utilização da mesma balança (base larga) em conjun-
to com uma cadeira, pois, dessa forma, o paciente poderá se sentar para ser pesado.
Mas atenção: não se esqueça de descontar o peso da cadeira para saber quanto o
paciente está pesando.

Se por algum acaso não houver a possibilidade de levar o paciente até a balança,
vamos ter que resolver de outra forma, correto? Nesse caso, teremos que estimar a mas-
sa corporal total do paciente por meio da utilização de fórmulas. Para isso, precisamos
aferir a circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha (CP), a dobra cutânea
subescapular (DCS) e a altura do joelho (AJ) – veremos adiante como aferir essas me-
didas. Não se esqueça que a CB, CP e AJ devem ser aferidas em centímetros; já a CP,
em milímetros.

Ao mensurar as circunferências, tome muito cuidado para não comprimir os tecidos moles.
É extremamente comum que pacientes idosos e acamados apresentem certa flacidez, prin-
cipalmente nos braços.

Figura 4
Fonte: Getty Images

Os cálculos que deverão ser empregados para a estimativa de massa corporal são os
propostos por Chumlea et al. (1985; 1988). Veja a seguir:
• Gênero masculino:

Massa Corporal = (1,73 X CB) + (0,98 X CP) + (0,37 + DSE) + (1,16 X AJ) – 81,69
• Gênero feminino:

Massa Corporal = (0,98 X CB) + (1,27 X CP) + (0,4 X DSE) + (0,87 X AJ) – 62,35

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Como nós bem sabemos, a massa corporal corresponde à somatória de todos os


compartimentos teciduais do corpo humano e as alterações dessa medida costumam ser
reflexo de desequilíbrios entre ingestão e consumo de nutrientes. Nós ainda podemos di-
zer que as mudanças de peso em um certo período são muito relevantes para a avaliação
nutricional. Para isso, podemos utilizar a seguinte fórmula, levando em consideração o
peso usual (Kg), representado por PU, e o atual (PA), também em quilos:

PU − PA
% PFR ( Percentual de perda ponderal ) = ×100
PU

Veja a Tabela 2 para avaliar a perda de peso recente.

Tabela 2
Tempo Perda de Peso Significativa (%) Perda Grave de Peso (%)
1 semana 1a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 >7,5
6 meses 10 >10

Estimativa de estatura
Sabemos que o ser humano apresenta uma redução de cerca de 1 a 2,5 cm por déca-
da a partir dos 40 anos. Já a OMS, em 1995, relatou uma variação de perda de estatura
de 1,9 até 6,7 cm em homens; e de 2 a 6 cm em mulheres. Esse encurtamento ocorre
em função da redução dos discos intervertebrais, achatamento das vértebras, acentuação
da cifose dorsal, lordose e escoliose. Adicionalmente, pode ocorrer o arqueamento dos
membros inferiores, além do achatamento do arco plantar.

Para aferir a estatura, podemos utilizar as mesmas técnicas que utilizamos em outras
populações, ou seja, empregando o uso do estadiômetro ou até mesmo uma fita métrica
bem presa à parede.

Para aferirmos a estatura, devemos fazer com que o nosso paciente fique de costas para
o estadiômetro, com a face posterior dos joelhos tocando a parede, descalço, com os pés
juntos, em posição ereta, o máximo que conseguir e com a cabeça olhando o horizonte.

Mas existem casos em que o nosso paciente não conseguirá seguir as orientações
preconizadas. Para isso, podemos estimar a sua estatura utilizando a idade (I) em anos
e a altura do joelho (AJ) em centímetros.

Veja as fórmulas a seguir:


• Gênero masculino:

Estatura = 64,19 – (0,04 X I) + (2,02 X AJ)

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• Gênero feminino:

Estatura = 84,88 – (0,24 X I) + (1,83 X AJ)

Figura 5
Fonte: Getty Images

Provavelmente você deve estar pensando: Mas como fazer para aferir a altura
do joelho?

Bom, com o paciente deitado em posição supinada (com a barriga para cima), de-
vemos flexionar a perna direita dele em um ângulo de 90° – o comprimento deve ser
medido entre a planta do pé e a superfície anterior da perna, na altura do joelho, você
pode utilizar uma fita métrica ou até mesmo um antropômetro pediátrico.

No link a seguir, nós podemos ver como mensurar a AJ: https://bit.ly/33J8lP4

Outra forma que temos é a de mensurar a envergadura do paciente. Podemos esten-


der os braços do paciente a um ângulo de 90º em relação ao tronco (deixar o paciente
com os braços abertos) e aferir a distância de um dedo médio até o outro. Contudo, a
forma que pode ser mais simples de estimar a estatura a partir da envergadura é a de
posicionar apenas um dos braços do paciente a um ângulo de 90º, e então aferir a dis-
tância do dedo médio até o osso esterno do indivíduo, feito isso, devemos multiplicar o
resultado por 2.

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Avaliação Antropométrica de Idosos e Pacientes Acamados

Veja na Figura 6 como fazemos para estimar a altura utilizando a envergadura men-
surada a partir de apenas um dos membros superiores do paciente.

Figura 6

Circunferências
Como nós já sabemos, as circunferências podem estar facilmente relacionadas com
a distribuição de gordura corporal, sendo que as mais utilizadas são: circunferência do
braço, panturrilha, cintura, quadril e pescoço (FISBERG et al., 2009).

Circunferência do braço
Embora existam orientações para que o braço a ser utilizado para aferir essa medida
seja o braço direito, há quem diga que na verdade deva ser o lado não dominante, o que faz
sentido se pensarmos que provavelmente o lado não dominante será o menos desenvolvido.

Independente de qual orientação você vá seguir, o fato é que o membro a ser avaliado
deverá ser o mesmo nas avaliações subsequentes. Ainda se tratando da circunferência
do braço (CB), essa medida é capaz de refletir os depósitos de massa gorda e massa mus-
cular do braço, sendo que os valores de referência não diferem dos utilizados em adultos.

Veja a fórmula do percentual de adequação:

CB = (CB obtida [cm]/ percentil 50 da CB para idade) X 100


Utilizando esse resultado, você pode também avaliar o estado nutricional de acordo
com os parâmetros desenvolvidos por Blackburn e Thornton (1979), como podemos ver
na Tabela 3.

Tabela 3
Desnutrição Desnutrição Desnutrição
Eutrofia Sobrepeso Obesidade
Grave Moderada Leve
Circunferência
<70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% >120%
do Braço (CB)

Fonte: Vitolo et al. (2014)

Circunferência muscular do braço


Essa é uma medida muito importante para avaliarmos as reservas proteicas do
nosso paciente. Para calculá-la, precisamos da CB e da dobra cutânea tricipital (DCT)
em centímetros. Veja a seguir:

CMB = CB − (π × DCT )

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Tabela 4
Desnutrição Desnutrição
Desnutrição Leve Eutrofia
Grave Moderada
Circunferência Muscular
<70% 70-80% 80-90% 90%
do Braço (CMB)

Fonte: Vitolo et al. (2014)

Circunferência da panturrilha
Essa medida deve ser aferida na região de maior circunferência da panturrilha,
sendo um importante e sensível marcador de desnutrição e uma medida sensível da
massa muscular.

Como medir a panturrilha: https://bit.ly/3buQHRX

Circunferência da cintura e do quadril


Existe muita discussão e confusão acerca do real local onde deve ser aferida a Cir-
cunferência da Cintura (CC), podemos adotar a CC como sendo o ponto médio entre a
última costela e a crista ilíaca.

Ao passar a fita ao redor do paciente, tenha certeza de que a fita não está torta.

A CC pode ser usada para medir o risco de doença aterosclerótica, com valores supe-
riores a 88 cm para mulheres e 102 para homens. Devemos considerar que em idosos a
CC pode sofrer alterações em função de osteoporose ou alterações na coluna vertebral
(decorrentes da senescência).

Na Figura 7 podemos ver a região aproximada da última costela e da crista ilíaca,


mas é importante saber que devemos apalpar a região para garantir a precisão da loca-
lização dos pontos antropométricos.

Figura 7
Fonte: Adaptado de Getty Images

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Após localizar a região a ser tomada como referencial para a aferição, marque-a com
uma caneta (Figura 8).

Figura 8
Fonte: Acervo do conteudista

Como demonstrado na Figura 9, a fita deve ser passada ao redor do tronco do pa-
ciente e no plano horizontal. Tome cuidado para que a fita não enrole nem fique torta.

Figura 9
Fonte: Getty Images

Tratando-se da circunferência do quadril (CQ), devemos aferir a área do quadril de


maior circunferência. Uma medida que já fora bastante utilizada é a razão CC/CQ para a
avaliação de risco de acúmulo de gordura abdominal, sendo que, para homens, esse risco
é aumentado quando a razão é superior a 1,0; e mulheres, quando for superior a 0,8.

Circunferência do pescoço
A circunferência do pescoço (CP) apresenta uma boa correlação com o acúmulo de
gordura corporal e consequente aumento de risco cardiovascular, além de ser um parâ-
metro não invasivo de fornecer dados de fácil obtenção.

Os pontos de corte para CP a serem considerados sobrepeso são de 37,9 cm para


homens e 34,7 cm para mulheres; para obesidade, devemos considerar 40 cm para
homens e 36,5 cm para mulheres

Aferição do perímetro do pescoço: https://bit.ly/3du9JJR

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Dobras cutâneas
A aferição de dobras cutâneas apresenta baixo custo e costuma ser fidedigna quando
há a utilização de um aparelho bem calibrado e um avaliador experiente; são medidas
utilizadas com frequência em idosos. As dobras cutâneas tricipital (DCT) e subescapular
(DCSE) correlacionam-se significativamente com a quantidade de gordura subcutânea
do corpo (VANNUCCHI et al., 1996).

Para a aferição da DCSE, devemos aferir 2 cm abaixo da linha oblíqua da escápula,


ou seja, podemos considerar a prega oblíqua, imediatamente a seguir da ponta da es-
cápula direita. Veja os links a seguir.

No caso da DCT, deve-se aferir o ponto médio entre o acrômio e o olécrano na face posterior
do braço: https://bit.ly/2WJO2zI
Subescapular (SB): https://bit.ly/2WE8ylc

Com essas duas medidas em mãos, podemos utilizar o percentual de adequação da


dobra cutânea tricipital de acordo com o gênero e a idade para fazer a avaliação do es-
tado nutricional. Para isso, utilizaremos a seguinte fórmula:

Percentual de adequação da DCT


= DCT aferida / percentil 50 da DCT para idade e gênero

Obs: usar a DCT em mm.

Com o valor obtido, você pode usar a Tabela 5.

Tabela 5
Idade P10 P50 P90
Homens
60 a 69 anos 7,7 12,7 23,1
70 a 79 anos 7,3 12,4 20,6
>80 anos 6,6 11,2 18
Mulheres
60 a 69 anos 14,5 24,1 34,9
70 a 79 anos 12,5 21,8 32,1
>80 anos 9,3 18,1 28,9
Fonte: NHANES III (National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1991)

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Eu Nutricionista
https://bit.ly/2xoP8WZ
Morreu aos 146 anos o Homem Mais Velho do Mundo
https://youtu.be/qhz_r6-WScU

Leitura
Antropometria
https://bit.ly/2JeYk2L
Saúde da Pessoa Idosa: Prevenção e Promoção à Saúde Integral
https://bit.ly/2UgdKdj

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Referências
ACUÑA, K.; CRUZ, T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação
nutricional da população brasileira. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Meta-
bologia, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 345-361, jun. 2004. Disponível em: <http://dx.doi.
org/10.1590/s0004-27302004000300004>. Acesso em: 23 mar. 2020.

BARBOSA, P. S. et al. Circunferência do pescoço e sua associação com parâmetros antro-


pométricos de adiposidade corporal em adultos. Braspen, v. 4, n. 32, p. 315-320, jul. 2017.

FISBERG, R. M.; MARCHIONI, D. M. L.; COLUCCI, A. C. A. Avaliação do consumo


alimentar e da ingestão de nutrientes na prática clínica. Arquivos Brasileiros de Endo-
crinologia & Metabologia, São Paulo, v. 53, n. 5, p. 617-624, jul. 2009. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/s0004-27302009000500014>. Acesso em: 23 mar. 2020.

LIPSCHITZ, D. A. Screaning for nutricional in the elderly. Prim Care, v. 21, n.1,
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PERISSINOTTO, E.; PISENT, C.; SERGI, G. et al. Anthropometric measurements in


the elderly: age and gender differences. BJN, v.87, p.177-186, 2002.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (WHO). World Health Organization.


Physical Status: The use and interpretation of anthropometry. Genebra: World
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VANNUCCHI, H.; UNAMUNO, M. do R. del L. de; MARCHINI, J. S. AVALIAÇÃO


DO ESTADO NUTRICIONAL. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 29, n. 1, p. 5-20,
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Acesso em: 23 mar. 2020.

VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2014.

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