República de Angola Ministério Da Educação/Saúde Instituto Técnico de Saúde de Luanda Instituto Técnico Privado de Saúde Frei Rampazzo

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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DE LUANDA
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE FREI RAMPAZZO

PROJETO DE PESQUISA

MALÁRIA

CONHECIMENTOS ATITUDES E PRÁTICAS DOS MORADORES DO


CONDOMÍNIO DAS ACÁCIAS SOBRE A MALÁRIA, MARÇO DE 2024

LUANDA - 2023
CONHECIMENTOS ATITUDES E PRÁTICAS DOS MORADORES DO
CONDOMÍNIO DAS ACÁCIAS SOBRE A MALÁRIA, MARÇO DE 2024

Trabalho apresentado ao Instituto Técnico


Privado de Saúde Frei Rampazzo, como um
dos requisitos para obtenção do título de
Técnico Médio de Enfermagem.

INTEGRANTES DO GRUPO Nº 07
1. Edmar Diogo Gonçalves
2. Gizela Mário Domingos
3. João Mariano CateteVunda
4. Kayowa Ludimila Lopes Gourgel
5. Laureth Monise Tomé Batalha
6. Lucky Luzia Francisco Victória
7. Maíra Das Dores António Dala
8. Núria Joana Malassa Wanuca
9. Yara Carlota Politano Kango

Orientador
___________________________
Bernardo Domingos Freitas Faria
II

CONHECIMENTOS ATITUDES E PRÁTICAS DOS MORADORES DO


CONDOMÍNIO DAS ACÁCIAS SOBRE A MALÁRIA, MARÇO DE 2024

Aprovado aos _____/_____/ 2024

Trabalho apresentado ao Instituto Técnico


Privado de Saúde Frei Rampazzo, como um
dos requisitos para obtenção do título de
Técnico Médio de Enfermagem.

Banca Examinadora

Presidente __________________________________________________________________

1º Vogal ___________________________________________________________________

2º Vogal ___________________________________________________________________
III

DEDICATÓRIA

Aos nossos queridos pais com muito carinho, dedicamos este trabalho pelos
preciosos conselhos, pela paciência, pelos valores e ensinamentos transmitidos, por todo
apoio e amor que sempre nos deram e demostraram de todas as formas possíveis para que
chegassemos até aqui, pelos esforços que sempre fizeram para custear a nossa trajectória
académica, e pelo constante incentivo, encorajando-nos a seguir em frente durante os 4 anos
de muita luta.
IV

AGRADECIMENTO

Primordialmente, agradecemos a Deus por nos ter dado saúde e força para superar as
dificuldades, por ter nos dado sabedoria, por ter nos guiado durante esta jornada académica, e
por nos proporcionar bem-estar a nível físico e mental.
Aos nossos pais em particular e demais membros da família, estamos gratos pelo
constante incentivo nos momentos difíceis e por compreenderem a nossa ausência enquanto
nos dedicávamos na compilação deste trabalho de conclusão do curso.
Agradecemos a Direcção do Instituto Técnico Privado de Saúde Frei Rampazzo por
proporcionarem um ambiente formativo agradável e por disporem de condições essenciais que
permitiu terminar as aulas com êxitos.
A excelentíssima Directora Maria de Fátima Quintas, que directamente fez parte da
nossa formação, o nosso muito obrigado!
Ao coordenador do curso António Mahula Zangue, que nos incentivou para
superarmos os nossos obstáculos durante o processo de aprendizagem.
Aos nossos professores, por nos proporcionarem o conhecimento e a manifestação do
caracter de efectividade da educação durante o processo de aprendizagem.
Aos nossos colegas, o nosso resultado de confiança e da força de cada um de vós.
Aos nossos queridos pais pelo amor, incentivo, e apoio incondicional. Por
contribuírem para o nosso crescimento como pessoas.
V

EPÍGRAFE

“A humanidade possui três grandes inimigos:


febre, fome e guerra, dessas, sem dúvidas a
maior e a mais terrível e a febre”.

(William Osler)
VI

RESUMO

No presente trabalho, que teve como objectivo geral, descrever os conhecimentos, atitudes e
práticas dos moradores do condomínio das acácias sobre a malária, março de 2024, fez-se o
estudo observacional, descritivo, transversal com a abordagem qualiquantitativa, no univarso
dos moradoras, que residem no condomínio das acácias. Trabalhamos com ma amostra de 50
elementos da faixa etária de 18-45 anos, sendo o instrumento de recolha de dados uma ficha
de inquérito. Dos resultados da pesquisa e depois de um longo tempo de trabalho árduo, o
grupo chegou as seguintes conclusões: dos 50 moradores inqueridos, o género predominante
foi o feminino com (56%), a faixa etária predominante foi a compreendida entre os 25-31
anos com (34%), (64%) concluíram o ensino superior, (94%) indicaram o conceito correcto da
malária, (62%) indicaram que a alternativa que afirmava que a malária é o estado mais
avançado do paludismo, (90%) indicaram a alternativa correcta sobre o quadro clínico da
malária, (100%) assinalaram que a atitude que têm tomado tem sido ir ao hospital mais
próximo de casa e receber a intervenção médica, (84%) assinalaram que o uso de
mosquiteiros, saneamento básico, telas nas janelas de casas, uso de roupas compridas e
repelentes são as as medidas práticas aplicadas pelos moradores. Como futuros técnicos de
enfermagem, conseguimos compreender os conhecimentos, as atitudes e as práticas dos
moradores do condomínio das acácias sobre a malária, e as respostas dos moradores,
demostram que têm se prevenido, e dessa forma contribuido para reduzir o quadro de
mortalidade por malária.

Palavras-chave: conhecimento, atitude, prática, malária, parasita, plasmódium.


VII

ABSTRACT

In the present work, which had as its general objective, to describe the knowledge, attitudes
and practices of the residents of the acacia condominium about malaria, March 2024, an
observational, descriptive, cross-sectional study was carried out with the qualitative-
quantitative approach, in the universe of the residents, who live in the acacia condominium.
We worked with a sample of 50 people aged 18-45 years, and the data collection instrument
was a survey form. From the results of the survey and after a long time of hard work, the
group came to the following conclusions: of the 50 residents surveyed, the predominant
gender was female (56%), the predominant age group was 25-31 years old (34%), (64%) had
completed higher education, (94%) indicated the correct concept of malaria, (62%) indicated
that the alternative that stated that malaria is the most advanced stage of malaria, (90%)
indicated the correct alternative regarding the clinical picture of malaria, (100%) indicated
that the attitude they have taken has been to go to the hospital closest to home and receive
medical intervention, (84%) indicated that the use of mosquito nets, Basic sanitation, screens
on the windows of houses, use of long clothes and repellents are the practical measures
applied by the residents. As future nursing technicians, we were able to understand the
knowledge, attitudes and practices of the residents of the acacia condominium about malaria,
and the responses of the residents show that they have been preventing, and thus contributing
to reduce the situation of malaria mortality.

Keywords: knowledge, attitude, practice, malaria, parasite, plasmodium.


VIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos inqueridos quanto ao género..............................…………….


…....25

Tabela 2. Distribuição dos inqueridos quanto à faixa etária .............................………………


26

Tabela 3. Distribuição dos inqueridos quanto ao nível de


escolaridade.....................................27

Tabela 4. Distribuição dos inqueridos quanto ao conhecimento sobre a definição da


malária...28

Tabela 5. Distribuição dos inqueridos quanto ao conhecimento sobre a diferença entra a


malária e o
paludismo............................................................................. .......................................……29

Tabela 6. Distribuição quanto ao quadro clínico dos indivíduos que têm malária
…................30

Tabela 7. Distribuição dos inqueridos quanto à atitude sobre a aparição da sintomatologia da


malária ……......................................................................................................……....………31

Tabela 8. Distribuição dos inqueridos quanto à prática sobre a profilaxia da malária...........…


32
IX

SUMÁRIO
DEDICATÓRIA......................................................................................................................III

AGRADECIMENTO.............................................................................................................IV

EPÍGRAFE...............................................................................................................................V

RESUMO.................................................................................................................................VI

ABSTRACT...........................................................................................................................VII

LISTA DE TABELAS.........................................................................................................VIII

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................11

1.1. Problemática.............................................................................................................12

1.2. Justificativa...............................................................................................................12

1.3. Objectivos..................................................................................................................13

1.3.1. Geral....................................................................................................................13

1.3.2. Específicos..........................................................................................................13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................14

2.1. Definição de Termos e Conceitos............................................................................14

2.2. História da Malária..................................................................................................14

2.3. Epidemiologia...........................................................................................................15

2.4. Etiologia.....................................................................................................................16

2.5. Fisiopatologia............................................................................................................16

2.6. Classificação..............................................................................................................17

2.7. Factores de risco.......................................................................................................17

2.8. Quadro clínico..........................................................................................................18

2.9. Diagnóstico................................................................................................................18

2.10. Prognóstico................................................................................................................19
X

2.11. Tratamento...............................................................................................................19

2.12. Medidas Profiláticas.................................................................................................21

2.13. Cuidados de Enfermagem.......................................................................................21

3. METODOLOGIA...............................................................................................................23

3.1. Tipo de estudo...........................................................................................................23

3.2. Local de estudo.........................................................................................................23

3.3. Universo da pesquisa................................................................................................23

3.3.1. Amostra...............................................................................................................23

3.4. Critério de inclusão..................................................................................................23

3.5. Critério de exclusão..................................................................................................23

3.6. Procedimentos éticos................................................................................................23

3.7. Procedimentos de recolha de dados........................................................................24

3.8. Processamento de dados..........................................................................................24

3.9. Principais variáveis..................................................................................................24

4. APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.............................25

5. CONCLUSÃO..................................................................................................................33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................34

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................35

APÊNDICE

ANEXOS
XI
12

1. INTRODUÇÃO

A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários do género plasmodium,


e transmitida ao homem por fêmeas de mosquitos do género Anopheles, produzindo febre,
além de outros sintomas. Cinco espécies de plasmódio podem causar a doença: P. falciparum,
P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. Transfusão de sangue e agulhas contaminadas
também podem ser modos de transmissão, porém, a infecção não se espalha de pessoa para
pessoa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
A Malária é uma das principais doenças parasitárias tropicais, com uma incidência
que ultrapassa 500 milhões de casos anuais. Em Angola, a malária é a primeira causa de
morte, de doença e de absentismo laboral e escolar. A doença é endémica nas 18 províncias
do país, com a transmissão mais elevada registadas nas províncias nortenhas (Cabinda, Uíge,
Malange, Cuanza Norte), nas províncias do sul (Cunene, Huíla e Kuando Cubango) ocorrem
surtos epidémicos, nota-se um aumento de transmissão durante a estação das chuvas, com um
pico entre os meses de Janeiro à Maio. A doença mata, anualmente, duas vezes mais que a
SIDA e muito mais que qualquer outra doença infecciosa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).
O presente trabalho de conclusão do curso, está estruturado em partes, sendo que na
primeira, far-se-á um enquadramento teórico sobre a malária, na segundo, abordaremos sobre
a metodologia, com realce ao estudo observacional, descritivo e transversal e na terceira,
apresentaremos os dados em tabelas e as respectivas interpretações, que foram colectados,
fazendo recurso a ficha de inquérito, contendo perguntas fechadas.

1.1. Problemática
13

Desde a Antiguidade, a malária sempre foi conciderada uma das principais desgraças
da humanidade. Atualmente, pelo menos 300 milhões de pessoas contraem malária por ano
em todo o mundo, e destas, cerca de 1,5 a 2 milhões morrem. No entanto, quase 3 mil crianças
morrem de malária por dia em África. A malária é sem dúvidas é um problema de saúde
pública de elevada importância, devido a sua alta incidência mundial e às consequências que
traz às pessoas acometidas por ela. Em Angola, a malária continua a ser o principal problema
de saúde pública, e é responsável por grande parte das mortes por infecção no país (MINSA,
2022). Sendo assim, levantamos a seguinte questão de pesquisa:
Que conhecimentos, atitudes e práticas os moradores do condomínio das acácias
têm sobre a malária?

1.2. Justificativa
Pensamos que estudar sobre a malária não é uma actividade falida ou desnecessária,
mas sim relevante e oportuna, visto que a malária é uma das doenças infecciosas com maior
impacto a nível da saúde pública nos países em via de desenvolvimento. Os fenómenos da
globalização, as alterações climáticas e a maior mobilidade das populações poderão conduzir
a uma maior disseminação da doença, com o aparecimento de casos de malária em zonas
actualmente consideradas não endémicas. A malária está entre as principais causas de
morbilidade e de mortalidade em Angola, afectando todo o País e todas as faixas etárias,
sendo as crianças menores de 5 anos e as mulheres grávidas, os mais afectados.
A pobreza e a ausência de saneamento básico registrados em zonas rurais e
periféricas em Angola, têm contribuído bastante para a propagação da malária, por isso
consideramos oportuno realizar um estudo sobre a malária, visando conhecer literaturas de
referência sobre a malária, e avaliar o conhecimento, atitude e a prática da população do
condomínio das acácias sobre a malária.
14

1.3. Objectivos

1.3.1. Geral:
 Avaliar o conhecimento, atitude e a prática da população do condomínio das
acácias sobre a malária, março de 2024.

1.3.2. Específicos:
 Caracterizar o perfil sociodemográfico dos inqueridos (género, faixa etária, nível de
escolaridade);
 Indicar o conceito e quadro clínico correcto da malária;
 Assinalar a atitude tomada e as práticas de prevenção contra a malária.

.
15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Definição de Termos e Conceitos


Conhecimento: é um conjunto de informação armazenada por intermédio da
experiência ou da aprendizagem, também pode ser definida como um processamento
subjectivo da informação adquirida por um indivíduo. (MINSA, 2022).
Atitude: é uma norma de procedimento que leva a um determinado comportamento,
e a concretização de uma intenção ou o comportamento habitual que se desenvolve em
circunstancias diferentes determinando a vida dinâmica de cada indivíduo. (OMS, 2023).
Prática: é a realização de uma téoria concreta ou do que foi planejado, tudo que se
consegue executar, fazer, é a ação que se desenrola com aplicação de certos conhecimentos
ou a actividade que visa na obtenção de resultados concretos. (MINSA, 2022).
Malária: é uma doença infecciosa, parasitária, caracterizada por acessos febris
precedidos por calafrios e seguidos por sudorese e cefaleia. É conhecida também como
maleita, impaludismo, sezão, febre intermitente entre outros nomes (TAUIL; FONTES, 2012,
p. 349).
Parasitas: são seres que vivem em função de outros, e podem ser internos ou
externos. Além disso, há parasitas que não interferem no ciclo de vida de seu hospedeiro,
enquanto outros causam doenças e são extremamente prejudiciais para esses organismos
(CÉSAR, 2020).
Plasmodium: é um parasita unicelular protozoário que infecta os eritrócitos,
causando a malária. O seu ciclo de vida, envolve dois hospedeiros (intermediário e
definitivo). Tem como hospedeiro intermediário o ser humano e como hospedeiro definitivo a
fêmea do mosquito do gênero Anopheles (OMS, 2023).

2.2. História da Malária


De acordo com o Ministério da Saúde (2022), Provavelmente a malária surgiu no
continente africano. De lá se espalhou por vários países da Europa e da Ásia e, talvez, tenha
chegado às Américas nos navios dos descobridores. Embora pareça ser uma doença tão antiga
quanto a humanidade, foi só no século 5 a.c. que Hipócrates descreveu-a
pormenorizadamente. Antes dele, a moléstia (malária) era atribuída ao castigo dos deuses ou
aos maus espíritos.
16

O nome malária é derivada de "mal aire" ("mau ar" em italiano) e surgiu no século
XVIII, porque se acreditava que a causa de enfermidade estivesse no ar insolubre de certas
regiões pantanosas. Foi só no final do século XIX, começo do século XX , que se descobriu o
papel dos insetos na transmissão do parasita que causa a doença e as alterações mórbidas que
provoca no organismo infectado.
Em 1898, Ronald Ross descobriu o género causador da malária, e desde então,
diversos esforços se voltaram para a cura de pessoas infectadas; Inicialmente o Quinino foi o
fârmaco utilizado para o tratamento. A malária é uma enfermidade prevalente em todos os
países de clima tropical e subtropical, mas a África é o continente com maior número de
casos, e muitos deles fatais. Assinala-se 25 de Abril, como o dia mundial de combate à
malária, data instituída pela Organização Mundial da Saúde em 2007, com o propósito de
reconhecer o esforço global para o controlo efectivo da malária. (MINSA, 2022).

2.3. Epidemiologia
Segundo a Organização Mundial da Saúde (29 de Março, 2023), Estima-se que em
2010 tenham ocorrido 219 milhões de casos de malária que provocaram a morte a 600 000
pessoas. Ao longo dos 2 anos de pico da pandemia (2020-2021), as interrupções relacionadas
à COVID levaram a cerca de 13 milhões de casos a mais de malária e mais 63.000 mortes por
malária. A Região Africana da OMS continua a carregar uma parte desproporcionalmente
elevada do fardo global da malária. Em 2021, a Região foi o lar de cerca de 95% de todos os
casos de malária e 96% das mortes.
Em 2021, quase metade da população mundial estava em risco de malária. Naquele
ano, havia uma estimativa de 247 milhões de casos de malária em todo o mundo. O número
estimado de mortes por malária ficou em 619 mil em 000. A Região Africana da OMS carrega
uma parcela desproporcionalmente alta do fardo global da malária. Em 2021, a Região foi o
lar de 95% dos casos de malária e 96% das mortes por malária. As crianças menores de 5 anos
foram responsáveis por cerca de 80% de todas as mortes por malária na Região. (OMS, 29 de
Março, 2023)
A malária é uma doença endêmica em todo o território de Angola. Em 2020, a taxa
de incidência da malária foi de 254 casos por 1.000 habitantes a nível nacional. Nos
municípios com risco muito alto, a incidência média é de 939 casos por 1.000 habitantes, com
uma prevalência média de 37,5%1. Em 2022, Angola notificou 9,2 milhões de casos de
malária, representando um ligeiro aumento de 0,4% em relação ao ano anterior. No entanto, a
17

mortalidade diminuiu em 10%, com 12.480 óbitos devido à doença. Em suma, a malária é
uma preocupação significativa no país. (MINSA, 2022).
2.4. Etiologia
Para Patrícia; Siqueira e Pereira (2003, p. 384), A malária é causada por protozoários
do gênero plasmodium, das seguintes espécies: P. Falciparum; P. Malariae; P. Ovale; P.
Vivax; P. Knowlesi.
Entre a população infectada, a espécie com maior prevalência em Angola é o P.
Falciparum (75%), seguido pelo P. Vivax (20%). Embora o P. Falciparum seja a responsável
pela maioria das mortes, existem dados recentes que sugerem que a malária por P. Vivax está
associada a condições que colocam a vida em risco em igual número com a infecção por P.
Falciparum. O P. Vivax é em proporção, mais comum fora de África; no entanto, com a
exceção do P. Knowlesi – uma espécie zoonótica que provoca malária nos macacos – a
relevância para a saúde pública destas infecções é apenas residual.
O P. Malarie é encontrado na maioria das áreas endémicas, principalmente por toda
África subsariana, porém é muito menos comum que as outras espécies
mencionadas. O P. Ovale é relativamente incomum fora da África, e quando
encontrado, compreende menos de 1% dos isolados. (BREMAN, 2012, p. 1275).
O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasita pela picada
da fêmea do mosquito, até o surgimento dos primeiros sintomas, varia de acordo com a
espécie de plasmódio. Para o P. Falciparum, no mínimo, 7 dias; P. Vivax, de 10 à 30 dias; e o
P. Malarie, de 18 à 30 dias. A profilaxia pode retardar a descoberta de sintomas. (DAVEY,
2012, p. 420)

2.5. Fisiopatologia
No entender de Lippincott (2007, p. 488), Os plasmódios apresentam duas fazes
evolutivas, uma sexuada e outra assexuada. Na malária, o ciclo sexuado acontece no mosquito
(hospedeiro definitivo) e o ciclo assexuado no homem (hospedeiro intermediário). Os
mosquitos Anopheles fêmeas transmitem a malária durante uma alimentação de sangue,
atravez da inoculação de esporozoítos, que procuram e invadem os hepatócitos, e em seguida
se multiplicam. A transmissão da malária ocorre pela picada do mosquito fêmea que esteja
infectado da espécie Anopheles. Durante a picada o mosquito infectado injeta os parasitas no
sangue, que tem duração de 24 à 72 horas de acordo com o parasita.
A infecção de malária desenvolve-se em duas fases: a fase exoeritrocítica (que
envolve o fígado), e a fase eritrocítica ( que envolve os glóbulos vermelhos). Quando um
mosquito infectado perfura a pele de uma pessoa para se alimentar de sangue, os esporozoitos
18

presentes na saliva do mosquito pentram na corrente sanguínea e depositam-se no fígado,


onde infectam os hepatócitos, reproduzindo-se assexualmente, e sem haver manifestação de
sintomas ao longo de 8 à 30 dias.
Depois de um período de dormência no fígado, estes organismos diferenciam-se para
produzir milhares de merozoitos, cada merozoito invade um eritrócito e se alimenta de
hemoglobina, dando início a fase eritricítica do ciclo de vida. O parasita é capaz de abandonar
o fígado sem ser detectado, ao se envolver com a membrana celular, da célula hepática do
hospedeiro. Por fim, o eritrócito rompe-se, liberando hemo (pigmento malárico), restos
celulares, e mais merozoitos, os quais, a menos que sejam destruidos por fagócitos, penetram
em outros eritrócitos.
Alguns esporozoitos P. Vivax não se desenvolvem imediatamente em merozoitos,
produzindo em vez disso, hipnozoitos que permanecem adormecidos por intervalos de tempo
que variam entre alguns meses, geralmente 7 a 10 meses, e vários anos. Após o período de
hibernação, os hipnozoítos são reativados e produzem merozoitos. Os hipnozoítos são
responsáveis pelos longos períodos de incubação e recidivas tardias em infecções por P.
Vivax, embora se desconheça ainda a sua existência em casos de P. Ovale. Os sistemas mais
afectados são: sistema digestório (fígado), sistema urinário (rins), sistema nervoso central
(cérebro), sistema circulatório (eritrócitos). (LIPPINCOTT, 2007, p. 488)

2.6. Classificação
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2023), a malária é classificada em:
 Grave (aguda): apenas o P. Falciparum provoca a malária grave, que é uma
emergência médica, em que os casos fatais podem ser de 20% ou mais;
 Não complicada (simples): pode ser provocada por qualquer um dos
plasmódios.

2.7. Factores de risco


Segundo Pereira (2006, p. 25), Os factores de risco da malária são quaisquer
condições que aumentam a probabilidade de surgimento, agravo e morte pela doença, num
determinado momento. Eles podem ser:
 Biológicos (baixa imunidade);
 Socioculturais (saneamento básico);
 Infraestruturas dos serviços de saúde.
 Económicos (falta de energia elétrica);
19

 Ambientais (má distribuição de resídos sólidos);


Para Thiago (2004, p. 136), citado por Pereira (2006, p. 25), de um modo geral, todas
as pessoas independentemente do sexo, cor, raça e faixa etária, são suscetíveis a infecção da
Malária. Por tanto, crianças dos 0-5 anos de idade, gestantes, idosos, pessoas com imunidade
adquirida, baixa imunidade, carga parasitária, estado nutricional e geral do paciente, são mais
vulneráveis.
2.8. Quadro clínico
Para Gomes (2003, p. 385), O quadro clínico típico, é caracterizado por febre alta,
acompanhada de calafrios, sudorese profusa, mal estar, cansaço, mialgia e cefaleia, que
ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmodium infectante. Em alguns
pacientes, aparecem sintomas prodrômicos, vários dias antes dos paroxismos da doença, a
exemplo de náuseas, vômitos, astenia, fadiga e anorexia. Os sintomas podem ser leves para
algumas pessoas, especialmente para aqueles que já tiveram uma infecção por malária antes.
Na fase febril, a temperatura pode atingir 41ºc, sendo seguida de sudorese intença. A
fase de remissão caracteriza-se pelo declínio da temperatura (fase da apirexia). A diminuição
dos sintomas causa sensação de melhoria no paciente. Contudo, novos episódios de febre
podem acontecer em um mesmo dia ou com intervalos variáveis, caracterizando um estado de
febre intermitente.
Os sinais da malária grave ou complicada são: hiperpirexia (temperatura acíma de
41ºc), convulsão, hiperparasitemia (acíma de 50.000/mm3), vômitos repetidos, oligúria,
dispneia, anemia intensa, icterícia, hemorragias e hipotensão arterial. As formas graves podem
cursar com alterações de consciência, delírio e coma, e estão relacionados à parasitemia
elevada, acíma de 2% das hemácias parasitadas, podendo atingir até 30% dos eritrócitos.
No entender de Breman (2012, p. 1276):
Na fase adulta, a maioria das infecções maláricas é assintomática. Essa situação com
infecções frequentes ao longo do ano, denomina-se “transmissão estável”, que são
determinadas em regiões da África tropical, onde existe intensa transmissão de
plasmodium falciparum podendo haver mais de uma picada por dia no homem, por
mosquito infectado, as pessoas são repetidamente infectadas durante toda vida.
Pessoas com sintomas graves devem procurar atendimento de emergência
imediatamente. Obter tratamento precoce para malária leve pode impedir que a infecção se
torne grave. A infecção por malária durante a gravidez também pode causar parto prematuro
ou parto de um bebê com baixo peso ao nascer. (GOMES, 2003, p. 385).

2.9. Diagnóstico
Segundo Gomes; Baptista e Igreja (2003, p. 386), o diagnóstico da malária pode ser:
20

 Clínico: é baseado nas manifestações clínicas da doença, associadas aos


achados epidemiológicos;
 Laboratorial: Gota espessa (é a técnica mais usada para o diagnóstico da
malária, e para confirmação específica da doença); Esfregaço sanguíneo (tem
a vantagem de facilitar a identificação da espécie, por permitir maior detalhe
da morfologia do plamódium); Imunotestes (é método bastante rápido, de
fácil manuseio, levando-se em consideração, os seus custos benéficos);
 Diferencial: deve ser feito com outras enfermidades que cursam com febre e
hepatoespenomegalia, com destaque para a febre-amarela, dengue, entre
outros.
O diagnóstico precoce e o tratamento da malária reduzem a doença, previnem mortes
e contribuem para reduzir a transmissão. A OMS recomenda que todos os casos suspeitos de
malária sejam confirmados por meio de testes diagnósticos baseados em parasitas (por
microscopia ou teste de diagnóstico rápido). A malária é uma infecção grave e sempre requer
tratamento com medicamentos. (OMS, 29 de Março, 2023).

2.10. Prognóstico
Quando tratada de forma adequada, uma pessoa com malária pode contar com
recuperação total. No entanto, a malária grave pode progredir muito rapidamente e provocar a
morte num prazo de horas ou dias. Nos casos mais graves da doença, a taxa de letalidade pode
atingir os 20%, mesmo com cuidados intensivos. Durante a infância, a malária pode provocar
anemia ou, no caso de malária cerebral, lesões cerebrais. Alguns dos sobreviventes de malária
cerebral apresentam um risco acrescido de défice neurológica e cognitiva, e manifestam
transtornos emocionais e epilepsia. (GOMES; BAPTISTA; IGREJA, 2003, P. 386)

2.11. Tratamento
Para Siqueira et al ( 2018, p. 98), “após o diagnóstico correcto e oportuno da malária,
o tratamento adequado é essencial para curar o paciente, prevenir o agravamento clínico,
evitar o óbito e interromper a transmissão da doença”.
Para o tratamento da malária, é de extrema importância a identificação do
Plasmodium para um melhor planejamento de terapêutica. Geralmente, é realizada a
associação de dois ou mais antimaláricos diferentes, com intuito de actuarem pelo menos duas
formas do parasita (FREITAS et al, 2007, p. 43).
A OMS aprova as seguintes combinações terapêuticas:
21

 Arteméter + Lumefantrina (A + L);


 Artesunato + Amodiaquina (AS + AQ);
 Dihidroartemisinina + Piperaquina (DHA+PPQ);
De acordo com Van-Dúnem (2014), o tratamento com Arteméter + Lumefantrina
(AL) tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de acordo com o peso ou idade. O
tratamento deve ser administrado em dose única imediatamente após o diagnóstico (hora 0),
repetida 8 horas depois. Continuar com duas dose diárias (12 em 12 horas) em cada um dos
dois dias que se seguem. É importante que o doente complete os 3 dias (6 dose) de tratamento.

Esquema do Tratamento da Malária com Arteméter + Lumefantrina (20/120mg)


Peso Idade Nº de comp./dose Nº total de comp.
< 5 - 14 kg 6m - 2 anos 1 comp. 6 comp.
15 - 24 kg > 3 - 8 anos 2 comp. 12 comp.
24 - 34 kg > 8 - 14 anos 3 comp. 18 comp.
> 35 kg. > 14 anos. 4 comp. 24 comp.
Nº de comprimidos por dose administrados 2x por dia durante 3 dias.
Nº total de comprimidos administrados durante os 3 dias
Fonte: SAMBO, 2017

Esquema do Tratamento da Malária com Arteméter + Lumefantrina (80/480mg)


Peso Idade Nº de comp./dose Nº total de comp. Dias
> 35 kg > 14 anos 1 comp. 6 comp. 3 dias
Fonte: SAMBO, 2017.

O tratamento com AS+AQ tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de


acordo com o peso ou idade. O tratamento deve ser administrado em dose única
imediatamente após o diagnóstico (hora 0), repetida no segundo e no terceiro dia. É
importante que o doente complete os 3 dias (3 doses) de tratamento (VAN-DÚNEM, 2014, p.
10).

Esquema do Tratamento da Malária com Artesunato + Amodiaquina


Peso Idade Dias de Tratamento
Dia 1 Dia 2 Dia 3
25mg/67,5mg 4,5 – 8 kg 2m – 11m 1 1 1
50mg/135mg 9 – 17 kg 1 - 5 anos 1 1 1
22

100mg/270mg 18 – 35 kg 6 - 13 anos 1 1 1
100mg/270mg ≥35 kg >14 anos 2 2 2
Fonte: VAN-DÚNEM, 2014.
O tratamento da Malária com Dihidroartemisinina + Piperaquina é geralmente bem
tolerado; está indicado para todas as espécies de plasmodium. O tratamento com DHA+PPQ
tem a duração de 3 dias e deve ser administrado de acordo com o peso ou idade. O tratamento
deve ser administrado em toma única imediatamente após o diagnóstico (hora 0), repetida 24
horas depois. Continuar com uma toma diária em cada um dos dois dias que se seguem. É
importante que o doente complete os 3 dias (3 tomas) de tratamento.

Esquema do Tratamento da Malária com Dihidroartemisinina+ Piperaquina (40/320mg)


Peso Idade Duo-Cotecxin comprimidos
Dia 1 Dia 2 Dia 3
< 5 - 10 kg 6 m < 1 ano ½ ½ ½
11 - 20 kg 1 < 8 aos 1 1 1
21 - 40 kg 9 < 14 anos 2 2 2
40 - 60 kg > = 14 anos 3 3 3
61 - 80 kg == 4 4 4
> 80 kg == 5 5 5
Fonte: SAMBO, 2017

2.12. Medidas Profiláticas


Para Pitrez et al (2015, p. 308), a profilaxia da malária consiste em:
 Combater o Anopheles com insecticidas nas áreas endémicas habitadas;
 Combater as larvas dos mosquitos (em valas de drenagens, pântanos, charcos,
águas estagnadas em vasos e pneus);
 Proteção individual: uso de medicamentos, uso de mosquiteiros, saneamento
básico, telas nas janelas das habitações, uso de roupas comprindas e
repelentes, de modo a evitar a picada do mosquito.
Desde outubro de 2021, a OMS recomenda o uso amplo da vacina contra malária
RTS,S/AS01 (R21/Matrix-M) entre crianças que vivem em regiões com transmissão
moderada a alta da malária por P. falciparum. A vacina demonstrou reduzir significativamente
a malária e a malária grave mortal entre crianças pequenas (OMS, 2023).
23

2.13. Cuidados de Enfermagem


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (29 de Março, 2023), Os cuidados
de enfermagem prestado aos pacientes com malária em geral, são:
 Precauções com sangue e fluidos corporais;
 Lavar as mãos antes e após higienização do paciente;
 Controlar sinais vitais;
 Controlar os picos febris;
 Proporcionar o repouso no leito;
 Implementar prescrição médica e de enfermagem.
Em casos de pacientes com um quadro não complicado (simples) da doença, os
cuidados de enfermagem são:
 Aplicação de comprensas de água fria e administração de anti-térmicos além
do controle da febre, e de crises convulsivas;
 Aplicação de bolsas de gelo de modo a aliviar a dor em pacientes com
cefaleia constante;
 Administração de antieméticos para prevenção de desidrataçao nos pacientes
com episódios intensos de vômitos;
 Verificação dos sinais vitais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2023), em caso de pacientes com
suspeita ou confirmaçao de malaria grave (aguda), os cuidados de enfermagem são:
 Verificação dos sinais vitais a cada 2hora;
 Monitorização da diurese e observação da coloraçao da urina para pacientes
que apresentem quadros de insuficiência renal;
 Avaliação do nível de consciência com a utilização da escala de Glasgow;
 Ao exame físico atentar para o surgimento da icterícia;
 Atentar-se aos sinais de hipoglicemia, (sonolencia, tonturas, irritabilidade,
alterações de humor, e sudorese).
24

3. METODOLOGIA

3.1. Tipo de estudo


Para a realização do Trabalho de Conclusão do Curso, usamos o estudo
observacional descritivo transversal. O estudo observacional é um estudo que tem por base a
mera observação do fenómeno, retirando qualquer intervenção experimental dos
pesquisadores.

3.2. Local de estudo


O nosso estudo foi realizado no Condomínio Das Acáciasl, sita na província de
Luanda, município do Kilamba Kiaxi.

3.3. Universo da pesquisa


O universo em estudo foi constituído por todos os indivíduos que residem no
Condomínio Das Acáciasl.

3.3.1. Amostra
Do universo da pesquisa, extraímos uma amostragem não probabilística, composta
por 50 indivíduos de ambos os géneros.

3.4. Critério de inclusão


Para o referido estudo foram incluídos todos os indivíduos maiores de 18 anos, que
aceitaram fazer parte da pesquisa, que residem no Condomínio Das Acáciasl, e que estiveram
dispostos a participar do nosso estudo, respondendo ao questionário.

3.5. Critério de exclusão


Foram excluídos deste estudo, todos os indivíduos menores de 18 anos, que residem
ou não no Condomínio Das Acáciasl, e os que não estiveram dispostos a participar do estudo.
25

3.6. Procedimentos éticos


Após a aprovação do projeto de pesquisa, a Direcção do Instituto Técnico Privado de
Saúde Frei Rampazzo dirigio uma carta de solicitação de pesquisa à Direcção do Condomínio
Das Acáciasl, que foi alvo da nossa pesquisa. Para manter o anonimato do participante, no
momento de pesquisa, tivemos o cuidado de fazer a leitura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido perante cada participante.
3.7. Procedimentos de recolha de dados
Os dados foram recolhidos através do instrumento ficha de inquérito (questionário),
que conteve perguntas fechadas.

3.8. Processamento de dados


Os dados foram processados, através do Microsoft Word para elabolação de textos, o
Microsoft Excel para elaboração de tabelas, e Microsoft Power point para apresentação do
trabalho.

3.9. Principais variáveis


Sociodemográficas (género, nível de escolaridade e faixa etária,); Variável de
conhecimento (tratamento; manifestações clínicas; tipos de plasmodium; complicações;
cuidados de enfermagem).
26

4. APRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Feita a recolha dos dados sobre os conhecimentos atitudes e práticas dos moradores
do condomínio das acácias sobre a malária, março de 2024, apresentamos os dados em tabelas
e abaixo as respectivas interpretações.

Tabela 1. Distribuição dos inqueridos quanto ao género.

Género Fr %
Masculino 23 46
Femenino 27 54
Total 50 100
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 1, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 27(54%) eram do género femenino e 23(46%) eram do género
masculino.
27

Tabela 2. Distribuição dos inqueridos quanto à faixa etária.

Faixa etária Fr %
18 – 24 16 32
25 – 31 17 34
32 – 38 6 12
39 – 45
> 45 11 22
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 2, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 17(34%) referiram ter idades compreendidas entre os 25-31anos e 6
(12%) referiram ter idades compreendidas entre 32-38 anos.
28

Tabela 3. Distribuição dos inqueridos quanto ao nível de escolaridade.

Nível de escolaridade Fr %
Ensino de base 1 2%
Ensino médio 17 34%
Ensino superior 32 64%
Total 50 100
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 3, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 32(64%) referiram ter terminado o ensino superior e 1(2%) referiram
ter terminado o ensino de base.
29

Tabela 4. Distribuição dos inqueridos quanto ao conhecimento sobre a definição da


malária.

Definição da Malária Fr %
A malária éuma doença sexualmente 2 4%
transmissível.
A malária é uma doença infecciosa causada por
plasmódio, e transmitida pos mosquitos do género 47 94%
anopheles, produzindo febre, além de outros
sintomas.
A malária é uma doença causada por objectos
cortatens. 1 2%
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 4, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 47(94%) definiram correctamente a malária, sendo uma doença
infecciosa causada por plasmódio, e transmitida pos mosquitos do género anopheles,
produzindo febre, além de outros sintomas, e 1(2%) definiu incorrectamente a malária, sendo
uma doença causada por objectos cortatens.
30

Tabela 5. Distribuição dos inqueridos quanto ao conhecimento sobre a diferença


entre a malária e o paludismo.

Diferença entre malária e o paludismo Fr %


Malária é o estado mais avançado do paludismo 31 62%
Paludismo é mais o perigoso 4 8%
Não tem nenhuma diferença 15 30%
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 5, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 31(62%) responderam incorrectamente a diferença entre malária e o
paludismo, dizendo que a malária é o estado mais avançado do paludismo e 4(8%) também
responderam incorrectamente dizendo que paludismo é mais o perigoso.
31

Tabela 6. Distribuição quanto ao quadro clínico dos indivíduos que têm malária.

Quadro clínico Fr %
Febre alta, calafrio, mal estar, cansaço, 45 90%
náuseas, e vómitos.
Diarreia, fome, dor nas pernas, e sono. 2 4%
Falta de apetite, dor no estómago, olhos
amarelados, e dor de dente. 3 6%
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 6, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 45(90%) responderam correctamente o quadro clínico, afirmando que a
sintomatologia da malária é: febre alta, calafrio, mal estar, cansaço, náuseas, e vómitos e
2(4%) responderan incorrectamente, afirmando que a sintomatologia da malária é: diarreia,
fome, dor nas pernas, e sono.
32

Tabela 7. Distribuição dos inqueridos quanto à atitude sobre a aparição da


sintomatologia da malária.

Atitude Fr %
Fazer um tratamento tradicional
Tomar um paracetamol
Ir ao hospital mais próximo de casa 50 100%
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 7, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 50(100%) declararam que a sua atitude quanto a aparição da
sintomatologia da malária, seria ir ao hospital mais próximo de casa.

Tabela 8. Distribuição dos inqueridos quanto à prática sobre a profilaxia da malária.


33

Prática Fr %
Uso de mosquiteiros, saneamento básico, telas nas
janelas de casas, uso de roupas compridas e
repelentes. 42 84%
Uma boa alimentação, tomar banho, limpar a
casa, e dormir bem 8 16%
Total 50 100%
Fonte: Ficha de inquérito

Interpretação: de acordo com os dados da tabela 8, podemos constatar que, dos 50


indivíduos inqueridos, 42(84%) relataram que a sua prática quanto a profilaxia da malária,
tem sido: o uso de mosquiteiros, saneamento básico, telas nas janelas de casas, uso de roupas
compridas e repelentes; ao passo que 8(16%) relataram que a sua prática tem sido; uma boa
alimentação, tomar banho, limpar a casa, e dormir bem

5. CONCLUSÃO
34

Após termos feito a revisão da literatura e análise dos dados colectados no campo de
pesquisa, concluimos que a malária é a principal causa de mortalidade em Angola,
principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, mulheres gestantes, idosos e
indivíduos com baixa imunidade. O fraco saneamento e o desinteresse ou pouco
conhecimento das medidas profilácticas estão na base do elevado índice da mortalidade por
malária. No entanto, este estudo que teve como objectivo geral avaliar o conhecimento,
atitude e a prática dos moradores do condomínio das acácias sobre a malária, março de 2024,
fez-se o estudo observacional, descritivo, transversal com a abordagem qualiquantitativa, no
univarso dos moradoras, que residem no condomínio das acácias, sendo o instrumento de
recolha de dados uma ficha de inquérito. Dos resultados da pesquisa e depois de um longo
tempo de trabalho árduo, o grupo chegou as seguintes conclusões: Trabalhamos com uma
amostra de 50 indivíduos com a faixa etária entre 18-45 anos, sendo (56%) do género
femenino; (64%) terminaram o ensino superior, (94%) sabem o conceito da malária, (62%)
afirmam que a malária é o estado mais avançado do paludismo, (90%) conhecem os sinais e
sintomas da malária, (100%) declararam que ir ao hospital mais próximo de casa é a a sua
atitude quanto a aparição da sintomatologia da malária, (84%) relataram que o uso de
mosquiteiros, saneamento básico, telas nas janelas de casas, uso de roupas compridas e
repelentes são as medidas que utilisam para se prevenir da malária. Como futuros técnicos de
enfermagem, conseguimos compreender os conhecimentos, as atitudes e as práticas dos
moradores do condomínio das acácias sobre a malária, e as respostas dos moradores,
demostram que têm se prevenido, e dessa forma contribuido para reduzir o quadro de
mortalidade por malária.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
35

Mediante as informações colectadas e realidade constatada no condomínio das


acácias constatada no condomínio, esperamos que seja de grande auxilio para evidenciar a
nececidade de prestar assistência à população a fim de prevenir a malária e evitar a sua
transmissão. O ministério da saúde (MINSA), elaborou com o apoio técnico da OMS, um
plano estratégico, nacional de controle da doença de 2021 à 2025, que está a ser
implementado em todo o território nacional, visando acabar com a malária, reduzindo a
mortalidade e morbilidade, através da prevençáo da transmissáo da doença.
Em suma, é de crucial importâncias fazer o uso de insecticidas na enorme quantidade
de plantas, colocar telas nas janelas, e rever a vala drenagem, ou realizar contantes limpezas,
para evitar as águas estagnadas, no condominio das acácias.
36

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BREMAN, Nicholas. Medicina interna. 15ª edição. Rio de Janeiro: Mc Graw Hell, 2012.

CÉSAR, Cequeira. Ensino e treinamento a distância. São Paulo: CEP, 2020.

DAVEY, Patrick. Compêndio de medicina. Luanda: Instituto Superior Piaget, 2012.

FREITAS, L.; CHAVES, G.; WANNMACHER, L.; OSORIO-DE-CASTRO, C. Malária não


Complicada por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum no Brasil. Rio de Janeiro:
Universidade de Passo Fundo, 2007.

GOMES, Andréia. Manual de infectologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2003.

GOMES, Andréia; BAPTISTA, Rodrigo; IGREJA, Ricardo. Manual de infectologia. Rio de


Janeiro: Revinter, 2003.

LEE, Goldman. Consulta em livro físico. 24ª edição, Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

LIPPINCOTT; WILLIAMS; WILKINS. Doenças da sintomatologia ao plano de alta. 2ª


edição. Rio de Janeiro: LAB, 2007.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2022.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 29 de Março, 2023.

PATRÍCIA, Andreia; SIQUEIRA, Rodrigo; PEREIRA, Ricardo. Manual de infectologia.


Tuando: Revinter, 2003.

PEREIRA, Eleza. Ações de controlo de doenças. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

PITREZ, José; PITREZ, Paulo e colaboradores. Pediatria, consulta rápida. Porto Alegre:
Artes médicas, 2015.

SAMBO, Luís. Directizes e Normas de Conduta para o Diagnóstico e Tratamento da


Malária.2ªed., Luanda:PNCM,2017

SIMON, Cartwrigth. Clínica geral, guia prático de medicina. Lisboa: Climepsi, 2004.

SIQUEIRA et al. Malária na Atenção Básica. Belo Horizonte:Nescon/UFMG, 2018.

TAUIL, Pedro; FONTES, Cor. Condutas em infectologia. 2ª edição, São Paulo: Atheneu,
2012

VAN-DÚNEM, José. Directrizes e mormas de Conduta para o Diagnóstico e Tratamento da


Malária.1ªed.,Luanda:Ministério da Saúde,2014.
APÊNDICE
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SAÚDE
INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DE LUANDA
INSTITUTO TÉCNICO PRIVADO DE SAÚDE FREI RAMPAZZO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO MÉDIO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

FICHA DE INQUERITO

Título: Conhecimentos Atitudes e Práticas dos Moradores do Condomínio das Acácias


Sobre a Malária, Março de 2024

Termo de Concentimento Livre e Esclarecido

O presente inquérito é anónimo e confidêncial, visando recolher informações sobre os


Conhecimentos Atitudes e Práticas dos Moradores do Condomínio das Acácias Sobre a
Malária, Março de 2024.
Agradecemos que responda ás questões com sinceridade, e marque com um (X) dentro do
quadrado a sua resposta.

1. Género:
a) Feminino
b) Masculino
2. Faixa etária:
a) 18 – 24
b) 25 – 31
c) 32 – 38
d) 39 – 45
e) > 45
3. Nível de escolaridade
a) Básico
b) Médio
c) Superior
4. O que é a Malária?
a) É uma doença sexualmente transmissível.
b) É uma doença infecciosa causada por plasmodium, e transmitida por mosquitos
do género Anopheles, produzindo febre, além de outros sintomas.
c) É uma doença causada por objectos correntes.
5. Qual é a diferença entre malária e paludismo?
a) Malária é o estado mais avançado do paludismo.
b) Paludismos é mais perigoso.
c) Não tem nenhuma diferença.
6. Quais são os sinais e sintomas dos indivíduos que têm malária?
a) Febre alta, calafrios, mal estar, cansaço, náuseas e vômitos.
b) Diiarreia, fome, dores nas pernas, e sono.
c) Falta de apetite, dor do estómago, olhos amarelados, e dor de dente.
7. O que farias se tu ou algum familiar apresentar estes sintomas?
a) Fazer um tratamento tradicional.
b) Tomar um paracetamol.
c) Ir ao hospital mais próximo de casa.
8. O que tens feito para se prevenir da malária?
a) Uso de mosquiteiros, saneamento básico, telas nas janelas de casa, uso de roupas
comprindas e repelentes.
b) Uma boa alimentação, tomar banho, limpar a casa e dormir bem.

Instituto Técnico Privado de Saúde Frei Rampazzo,


aos _____ de ___________________ de 20____.

O inquiridor O/A participante


_________________________ _______________________
ANEXOS
Fg. 1: Ciclo de Transmissão

Fg. 2: Picada do Mosquito

Fg. 3: Células Infectadas

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