Karine Aline Novaes

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i

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

PRODUÇÃO DE MUDAS: DIAGNÓSTICO E


SITUAÇÃO ATUAL NOS VIVEIROS DO MUNICÍPIO
DE RONDONÓPOLIS - MT

Karine Aline Novaes

Rondonópolis, MT
Abril/2019
ii

Karine Aline Novaes

PRODUÇÃO DE MUDAS: DIAGNÓSTICO E


SITUAÇÃO ATUAL NOS VIVEIROS DO
MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS - MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade


Federal de Rondonópolis como parte dos requisitos do Curso de
Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental para a obtenção
do título de bacharel em Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. José Adolfo Iriam Sturza

Rondonópolis – MT
Abril/2019
1

Universidade Federal de Rondonópolis


Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas
Engenharia Agrícola e Ambiental

A comissão examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de curso

PRODUÇÃO DE MUDAS: DIAGNÓSTICO E SITUAÇÃO ATUAL NOS


VIVEIROS DO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS - MT

elaborado por
Karine Aline Novaes

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Agrícola e


Ambiental

Comissão Examinadora

_________________________________________
Prof. Dr. José Adolfo Iriam Sturza (Orientador)
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis

_______________________________________
Prof. Dr. Marcos Henrique Dias Silveira
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis
____________________________________________
Prof.ª Márcia Ellen Rocha Pires
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis

Rondonópolis, oito de abril de 2019.


2

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me conceder saúde e capacidade para a concretização desta


pesquisa.
A todos da minha família, em especial: Maria de Fátima Dias, pelo apoio e compreensão
necessários à realização deste curso.
Ao meu orientador José Adolfo Iriam Sturza, por fazer parte de seu projeto de pesquisa
e por me auxiliar e ensinar durante o processo de trabalho de conclusão de curso.
Aos meus amigos de curso por sempre estarem presentes durante todo o período de
graduação, tanto em atividades curriculares quanto extracurriculares e por me ajudar sempre
quando necessário.
3

Nunca desistir

“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um


objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca vencer obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis.”

José de Alencar
4

RESUMO

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro em extensão sendo a savana mais rica em
biodiversidade do mundo. Com alto grau de endemismo, o bioma abriga mais de 11 mil
espécies de plantas nativas já catalogadas, segundo o Ministério do Meio Ambiente. A
consciência a respeito da problemática ambiental cresceu significativamente nos últimos
anos. Com isso, tem aumentado a demanda por produção de mudas para os mais variados
fins. Seja para a horta caseira ou comercial, processos de reflorestamento, jardins públicos
ou residenciais, a instalação de pomares frutíferos ou outras finalidades. Este setor possui
extrema importância socioeconômica para o país, e os estudos sobre o sistema produtivo
de sementes e mudas florestais são de grande relevância, tanto para produção e proteção,
quanto ao paisagismo no âmbito urbano. O município de Rondonópolis – MT foi
selecionado para este estudo devido a concentração de poucas informações relacionadas
à produção de mudas na região, o que torna está uma área de escasso conhecimento quanto
a produção de mudas para a realização de projetos voltados para a área ambiental. A
pesquisa foi realizada a partir de estudo bibliográfico, levantamento e entrevistas junto
aos viveiros de Rondonópolis. Concluiu-se que apenas um viveiro possui produção
assertiva de mudas nativas, os demais não produzem mudas florestais nativas e sua alta
comercialização está voltada para mudas ornamentais. Evidencia-se a existência de
desigualdades na organização da cadeia de espécies florestais nativas e a baixa demanda
de procura na região. Muitos produtores não têm a produção formalizada e não estão
cadastrados no sistema RENASEM.

Palavras-Chave: Viveiros, Mudas, Produção, Rondonópolis-MT


5

ABSTRACT

The Cerrado is the second largest Brazilian biome in extension, being the richest savanna in
biodiversity in the world. With high degree of endemism, the biome shelters more than 11
thousand sorts of already catalogued native plants, according to the Ministry of the
Environment. Awareness of environmental issues has grown significantly in recent years.
Therewith it has been increasing the demand for seedlings production for the most varied aims.
Be for the domestic or commercial vegetable garden, processes of reforestation, public or
residential gardens, the installation of fruitful orchards or other finalities. This sector has
extreme importance socioeconomic for the country, and the studies on the productive system
of seeds and forest seedlings are of great relevance, so much for production and protection, as
for the landscaping in the scope urban. The local authority of Rondonópolis – MT was selected
for this study due to concentration of few information made a list to the production of seedlings
in the region, which compensation is an area of scarce knowledge as for seedlings production
for the realization of projects for turned to the environmental area. The inquiry was carried out
from bibliographical study, lifting and interviews near the nurseries of Rondonópolis. It was
ended that only a nursery has assertive production of native seedlings, the rest do not produce
native forest seedlings and his high marketing is turned for ornamental seedlings. Evidence
itself the inequalities existence shows up in the organization of the chain of native forest sorts
and the low search demand in the region. Many producers have not the formalized production
and are not set up in the system Renasem.

Key words: Biome, Seedlings, Production, Rondonópolis-MT


6

GRÁFICOS

Gráfico 1 – Quantidade de viveiros produtores de espécies florestais no município de


Rondonópolis 22
Gráfico 2 – Tipos de produção de espécies florestais 25
Gráfico 3 – Destinação de mudas encontradas nos viveiros 27
Gráfico 4 – Categorias administrativas dos viveiros 33
Gráfico 5 – Principal comprador segundo os viveiros entrevistados 34
Gráfico 6 – Recipientes utilizados para as embalagens de mudas 35
7

FIGURAS

Figura 1 – Localização de viveiros 20


Figura 2 – Mudas ornamentais nos viveiros boa esperança e Cláudio paisagismo 23
Figura 3 – Produção de mudas florestais nativas no viveiro paraíso 26
Figura 4 - Zona de Infraestrutura Verde de Rondonópolis ano 2006 28
Figura 5 – Localização geográfica do horto florestal 29
Figura 6 - Mudas Florestais distribuídas no horto florestal 30
Figura 7 - Utilização de sacos plásticos e tubetes 35
Figura 8 – Irrigação por aspersores nos viveiros primavera e paraíso 37
1

QUADROS

Quadro 1 – Lista dos viveiros entrevistados 21


Quadro 2 – Lista de espécies produzidas 31
Quadro 3 – Especificação de números quanto ao perfil de cliente 34
11

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 10
2. OBJETIVOS 11
2.1. Geral 11
2.2. Específicos 11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12
3.1. Legislação exigida para a produção de mudas 12
3.2. Demanda no Brasil e Mato Grosso 14
3.3. Características de mudas 15
3.3.1. Mudas Ornamentais 15
3.3.2. Mudas florestais nativas 16
4. METODOLOGIA 18
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 20
5.1. Viveiros entrevistados 20
5.2. Diagnóstico 21
5.3. Destinação de mudas 27
5.4. Capacidade máxima de produção 30
5.4.4. Espécies nativas produzidas nos viveiros 30
5.5. Caracterização administrativa dos viveiros 33
5.6. Perfil de consumidor 33
5.7. Recipientes utilizados para embalagens de mudas 34
5.8. Sistema de irrigação utilizada nos viveiros 36
5.9. Registro dos Viveiros 37
6. CONCLUSÃO 38
7. REFERÊNCIAS 39
ANEXO A 44
ANEXO B 46
10

1. INTRODUÇÃO

Viveiro é o ambiente ou local onde se desenvolvem as plantas selecionadas. É nele


que as mudas serão cuidadas até adquirir idade e tamanho suficientes para serem levadas ao
local definitivo, onde serão plantadas. Viveiros permanentes ou fixos são aqueles construídos
principalmente visando à comercialização em larga escala e geralmente se localizam
próximos a mercados consumidores (OLIVEIRA, 2016).
Diversas espécies de plantas encontradas nos viveiros apresentam importância
econômica reconhecida tanto pelas populações tradicionais como pela pesquisa, e muitas
delas enquadram-se em mais de um tipo de utilização, por isso são espécies de conhecido
uso múltiplo (RIBEIRO et al. 2008).
O reflorestamento com espécies nativas é um mercado em franca evolução, seja em
projetos de recuperação de áreas degradadas ou na implantação de parques públicos e
privados ou paisagismo, a procura por mudas de espécies arbóreas tem aumentado cada vez
mais.
Para atender esta demanda há necessidade de produção de mudas tropicais arbóreas
típicas do cerrado, por serem plantas rústicas, acostumadas a solos pobres e a baixa
disponibilidade de água, ambiente muito semelhante ao proporcionado pelo ambiente
urbano. Com isso, há falta do mercado quanto a oferta de mudas de qualidade, prejudica o
crescimento do setor. (EMBRAPA, 2002).
No que se refere à qualidade e identidade das mudas, a legislação brasileira teve um
significativo avanço em 2003, com a Lei Federal nº 10.711, que versa sobre as atividades
relativas à produção e comercialização de sementes e mudas no país. Esta legislação institui
o RENASEM – Registro Nacional de Sementes e Mudas, o RENAM – Registro Nacional de
Matrizes e o RNC – Registro Nacional de Cultivares (BRASIL, 2003). Em 2011, o MAPA
emitiu a Instrução Normativa nº 56 que regulamenta a produção, comercialização e utilização
de sementes e mudas de espécies florestais nativas e exóticas, com intuito de garantir a
procedência, qualidade e identidade deste material (BRASIL, 2011).
11

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Diagnosticar e levantar informações do setor de produção de mudas e etapas de


produção, legislação, espécies comercializadas e perfil de consumidor em Rondonópolis.

2.2. Específicos

• Caracterizar as estruturas dos viveiros.

• Avaliar o desenvolvimento das mudas produzidas.

• Levantar a legislação exigida para a produção de mudas.

• Diagnosticar a produção atual de mudas no município e destinos.

• Mapear os viveiros produtores de mudas nativas


12

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Legislação exigida para a produção de mudas

Em 2003, foi aprovada a Lei no 10.711 que institui o Sistema Nacional de Sementes e
Mudas (SNSM), pelo seu regulamento Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004 no âmbito do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e objetiva garantir a identidade
e qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e
utilizado em todo território nacional. Este marco legal apresenta definições de termos técnicos
e botânicos utilizados bem como demais componentes do SNSM, tais como o Registro Nacional
de Sementes e Mudas (RENASEM), o Registro Nacional de Cultivares (RNC), o processo de
produção, análises de laboratório, certificação, documentação, o comércio interno e
internacional, a fiscalização, entre outros. Para o detalhamento dos comandos legais e aderência
conforme a cultura envolvida na produção de sementes ou de mudas, foram publicadas diversas
instruções normativas complementares.
De uma forma geral, a legislação prevê três passos iniciais que o interessado em produzir
sementes ou mudas e seu responsável técnico (RT) devem observar: a inscrição de seu
estabelecimento no RENASEM, a inscrição do material de propagação no MAPA ou sua
aquisição com documentos que comprovem essa inscrição prévia pelo fornecedor e a inscrição
anual dos campos de produção de sementes ou da produção anual de mudas do viveiro.
Com a aprovação da Lei no 10.711, especialistas já afirmavam que esta lei não
contemplava o setor de produção de espécies florestais nativas, e sim, tinha foco no setor de
espécies agrícolas (PIÑA RODRIGUES et al., 2007). Para remediar esse fato, houve diversas
articulações entre as redes de sementes florestais para propor a inserção de regras diferenciadas
para as espécies florestais. Tais discussões resultaram na inclusão do Artigo 47 da lei,
autorizando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a estabelecer
mecanismos específicos e exceções para regulamentação da produção de espécies florestais
nativas ou exóticas (ALONSO, 2013). As discussões também fomentaram a criação da
Comissão Técnica de Sementes e Mudas de Espécies Florestais Nativas e Exóticas, pelo
MAPA, ficando a cargo dessa comissão propor normas e padrões complementares à legislação
no que diz respeito às espécies florestais, dispondo de parâmetros específicos para a produção,
comercialização e utilização de sementes e mudas florestais, tanto nativas como exóticas.
13

Em 2011 foi aprovada a Instrução Normativa (IN) nº 56 do MAPA, que estabeleceu


normas para a regulamentação da produção e comercialização das espécies florestais nativas e
exóticas. Anteriormente à IN 56, eram aplicadas duas outras normativas para as espécies nativas
e exóticas (IN 9/2005 e IN 24/2005); porém, essas normativas eram usadas não apenas para as
espécies florestais, como também para as espécies cultivadas, o que trazia confusão em relação
à aplicação das regras para as culturas florestais, que acabavam ficando à margem da
fiscalização. Quando foi aprovada a IN 56, o grupo de espécies florestais passou a ser legislado
à parte, com regras mais simples do que as exigidas anteriormente, mas ainda desenhadas para
a produção industrial. Como consequência, os produtores de espécies florestais exóticas, cuja
maioria estava em processo de regularização ou já regularizada, não tiveram dificuldades em
cumprir as regras exigidas. O mesmo não pode ser dito para os produtores de espécies florestais
nativas, que ainda apresentavam dificuldades para se regularizar, além de o setor apresentar
peculiaridades que dificultavam atender à norma em sua totalidade.
O esforço de trazer regulamentações para o setor das espécies florestais pode ser
entendido como uma tentativa de organizar a cadeia de produção dessas espécies. Porém, no
caso das espécies nativas, a norma acaba não auxiliando nesse sentido, porque traz exigências
difíceis de serem cumpridas com a atual infraestrutura de produção e análise disponível.
Estudos com a finalidade de diagnosticar a situação da produção de mudas e sementes
nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia (SMASP, 2011; SEA-RJ, 2010; ALMEIDA
et al., 2007) revelaram dificuldades para a estruturação do setor. Entre elas está o cumprimento
da legislação referente à produção de mudas e sementes florestais, a Lei no 10.711/2003 e a IN
56 do MAPA. Tais trabalhos apresentam uma preocupação em relação à não conformidade dos
produtores de mudas e sementes florestais nativas com a normativa.
Além disso, o SNSM apresenta diversas restrições para os pequenos produtores, uma
vez que está voltado principalmente para o setor industrial (SANTILLI, 2012). Existe uma
enorme complexidade de controles e documentação exigidos pelo MAPA sobre todo o processo
de produção, o que demanda tempo e recursos – humanos e financeiros – para realizá-los; tal
fato torna a atividade inviável para pequenos produtores, além de não permitir que organizações
de pequeno porte e com reduzida equipe técnica possam cumpri-los (LONDRES, 2006), outro
grande problema é que mesmo tendo se passado quase 10 anos de sua publicação da Lei nº
10.711/03, muitos donos de viveiros e produtores de sementes florestais ainda a desconhecem,
não a considerando no desempenho de suas atividades, ilustrando uma deficiência da legislação
14

(RIOESBA, 2007; SEA, 2010; SMA, 2011). Além disso, os produtores que conhecem a lei e
seus instrumentos legais, comumente manifestam dificuldades para compreendê-los e adequar-
se aos mesmos (SEA, 2010).

3.2. Demanda no Brasil e Mato Grosso

É provável que nos próximos anos ocorra um relevante aumento na demanda por
sementes e mudas de espécies nativas, que são importantes insumos para a restauração da
vegetação nativa. Diante desta perspectiva, a análise da infraestrutura existente para suprir esta
demanda, assuma um papel estratégico no planejamento das ações de regularização das
propriedades rurais. Informações sobre a localização dos viveiros produtores de mudas nativas,
a capacidade de produção e a qualidade das mudas, são fundamentais para orientar os
proprietários rurais que pretendem restaurar seus imóveis, bem como para direcionar as ações
que visam incrementar a infraestrutura existente. Atualmente, estas informações encontram-se
pouco estruturadas ou são inexistentes em diversas regiões do país (MARQUES et al. 2013).
De forma geral, as secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Agricultura não
apresentam nenhum tipo de cadastro ou levantamento de produtores de mudas de espécies
nativas, exceto alguns estados com destaque São Paulo e Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que,
apesar de algumas regiões apresentarem diagnósticos e cadastros de produtores de mudas,
existe grande dificuldade para acessar estes dados que são pontuais, escassos e encontram-se
dispersos em diferentes instituições – muitas vezes estão desatualizados (MARQUES et al.
2013).
O setor produtivo de essências florestais nativas do Brasil apresenta atraso tecnológico
de mais de 30 anos. As pesquisas em tecnologias para produção de espécies exóticas possuem
destaque no Brasil e, infelizmente, os produtos florestais nativos somente despertaram interesse
na última década (SCREMIN, 2006).

Atualmente, o destino da produção atende principalmente aos processos de restauração


ambiental. Contudo, a geração de tecnologias para o plantio consorciado de espécies, para fins
madeireiros ou para sistemas agroflorestais, ainda é incipiente. Em decorrência do grande
número de espécies de interesse florestal no Brasil e do atraso tecnológico no setor, os
parâmetros técnicos ideais para a produção e comercialização das sementes e mudas florestais
brasileiras são desconhecidos para a grande maioria das espécies (SCREMIN, 2006).
15

A produção de mudas nativas no estado do Mato Grosso é ainda incipiente, mas,


apresenta um grande potencial de crescimento para exploração econômica nessa área.

3.3. Características de mudas

3.3.1. Mudas Ornamentais

A floricultura – entendida como o conjunto das atividades produtivas e comerciais


relacionadas ao mercado das espécies vegetais cultivadas com finalidades ornamentais -
constitui-se em um dos mais novos, dinâmicos e promissores segmentos do agronegócio
brasileiro. Iniciada comercialmente a partir da década de 1950, pelo trabalho e iniciativa de
imigrantes holandeses (na região hoje pertencente ao município de Holambra/SP), japoneses
(em Atibaia/SP) e alemães e poloneses (em Santa Catarina e Rio Grande do Sul), passou a
receber forte impulso de crescimento, notadamente na última década, o qual foi puxado pela
evolução favorável de indicadores socioeconômicos, pelas melhorias no sistema distributivo
destas mercadorias e pela expansão da cultura do consumo das flores e plantas como elementos
expoentes de qualidade de vida, bem estar e reaproximação com a natureza. (SEBRAE, 2015)
A produção de mudas ornamentais, voltada para a comercialização, tem sido uma
atividade rentável nos últimos anos. Isso porque o setor de flores e plantas ornamentais vem se
destacando muito no agronegócio brasileiro. As condições de produção do Brasil, este dotado
de diversidade de solo e clima, permitem o cultivo de infinitas espécies que conferem aos
produtos brasileiros oportunidades de abrirem espaços e de se firmarem no mercado
internacional (LAZIA, 2013).
Dentre as plantas ornamentais comercializadas nos viveiros de Mato Grosso destaca-se
a espécies da família Araceae que tem sua origem nas Américas do Sul e Central são muito
apreciadas pela população local para compor as variedades no design paisagístico dos jardins,
principalmente Syngoniumpodophyllum, Spathiphyllumwallisi e Anthuriumandraeanum. Com
suas belezas estética e visual proporcionam belas paisagens florísticas em residências,
condomínios e mesmo nas praças e rotatórias. Somente as herbáceas representam 36% do total
das espécies presentes e com excelente comercialização pela população da região (SILVA, L;
BISI, J; LEITE, K; 2018).
16

Em contrapartida, a exigência do mercado consumidor por produtos de qualidade e de


maior valor agregado, junto aos efeitos da globalização, concorrem para uma necessidade de
mudança na forma como as cadeias produtivas vêm operando. (LAZIA, 2013).

3.3.2. Mudas florestais nativas

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e


dos Recursos Naturais (IUCN, 2000), entende-se por espécie nativa autóctone (nativa) uma
espécie, subespécie ou táxon inferior, que ocorre dentro de sua área natural de dispersão
potencial (por exemplo, dentro da área que ocupa de maneira natural, ou pode ocupar, sem a
direta ou indireta introdução ou cuidado humano).
Plantas nativas desempenham importante papel no paisagismo moderno, com destaque
para a baixa necessidade de manutenção, regionalismo, diversidade biológica e habitat para a
vida silvestre local (BUCKSTRUP e BASSUK, 1997).
As árvores nativas são importantes na natureza, para manter o equilíbrio nos
ecossistemas. Cada espécie nativa tem características próprias, e deve ser valorizada, por seus
diversos benefícios que podem nos proporcionar:

• Fonte de alimentação e abrigado para fauna nativa;


• As paisagens ficam mais belas e diversificadas;
• Auxilia o equilíbrio ecológico ambiental;
• Interação Lavoura Floresta;
• Contribuem para o controle de erosão dos solos.

Segundo (Carrion e Brack, 2012), constata-se o baixo número de espécies nativas em


viveiros e floriculturas brasileiras. Assim, a prospecção de novas possibilidades na produção de
plantas ornamentais tem um amplo caminho a partir das espécies nativas, com grande potencial
de produção e comercialização.
Foi registrado durante o estudo a importância da preservação das espécies nativas que
estão cada vez mais ameaçadas de extinção, pois são exploradas por muitos anos,
principalmente as espécies que fornecem a madeira com várias utilidades e alto valor
econômico.
17

Quanto ao processo produtivo de sementes e mudas das essências florestais nativas deve
ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborados. As mudas destinadas à
comercialização devem possuir excelente qualidade, resultando em produtos valorizados no
mercado, sem problemas fitossanitários e que se estabeleçam eficientemente após o plantio.
18

4. METODOLOGIA

O município de Rondonópolis – MT foi selecionado para este estudo devido


concentração de poucas informações relacionado a produção de mudas na região, o que torna
está uma área de escasso conhecimento quanto a produção de mudas para a realização de
projetos voltados para a área ambiental. A pesquisa é do tipo exploratória e qualitativa. Os
dados para este trabalho foram coletados e analisados no período entre dezembro de 2018 e
janeiro de 2019.
A análise da produção de mudas florestais foi realizada a partir do levantamento de
11 viveiros do município de Rondonópolis – MT, considerando-se como principais fatores:
produção anual, finalidade de produção e destinação de mudas.
As atividades realizadas nos viveiros acompanharam desde o início da produção, e
terminando na comercialização. Todas estas etapas foram estudadas com pesquisa
bibliográfica paralela e de acordo com a necessidade. Uma maior importância foi dada ao
diagnóstico sobre a produção atual de mudas no município de Rondonópolis, para ter um
melhor entendimento da produção na região.
Também foi realizado um estudo das principais variedades de espécies nativas da
região produzidas nos viveiros. Além de um estudo sobre as exigências para a produção de
mudas certificadas e a legislação em vigor.
Os questionários (ver anexos) foram aplicados aos responsáveis pelos viveiros, por
meio de entrevistas realizadas nos viveiros. Este questionário permitiu um maior
entendimento sobre a produção local de mudas. Foi solicitado para cada viveiro uma lista de
espécies mais vendidas.
De posse dos questionários e da lista de espécies comercializadas, os resultados e
dados foram tabulados e consolidados em tabelas e gráficos demonstrativos, para análise
posterior.
Após a coleta de informações, foi realizado uma análise dos dados, eliminando-se as
informações repetidas. Os casos em que não foi possível distinguir quais os tipos de espécies
que o viveiro produzia (nativas ou exóticas) foram também eliminados. Com base nesses dados,
elaborou-se, então, um panorama geral dos produtores de mudas e sementes florestais nativas
no município.
19

A caracterização dos viveiros foi feita por meio de visitas com entrevistas, e telefonemas
realizados nos meses de janeiro e fevereiro de 2019. Utilizou-se um questionário estruturado
(anexo A e B), aplicado nos viveiros. O questionário utilizado foi composto por 22 questões e
organizado em 4 blocos: i) informações básicas; ii) registros ambientais; iii) caracterização; iv)
dados socioeconômicos.

Alguns destes viveiros estavam passando por processo de reestruturação – com vistas a
se adequar à legislação ou mudança de local – e pretendiam reativar a sua produção em um
momento futuro.
20

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões deste trabalho foram estruturados de acordo com os seguintes


tópicos, que serão detalhados nos próximos itens desta seção: a) lista de viveiros entrevistados
b) diagnóstico dos viveiros entrevistados, c) destinação de mudas, d) capacidade máxima de
produção, e) lista de espécies nativas produzidas nos viveiros f) caracterização administrativa
dos viveiros, g) perfil de consumidor, h) recipientes utilizados para embalagens de mudas, i)
sistema de irrigação utilizada nos viveiros e j) Registro dos Viveiros.

5.1. Viveiros entrevistados

A localização dos viveiros visitados é vista na Figura 1.

Figura 1 – Localização de viveiros


Fonte: Google Earth

Foram visitados 11 viveiros que se encontram identificados na Tabela 1.


21

Quadro 1 – Lista dos viveiros entrevistados

Lista de Viveiros
Nome Telefone Endereço

Viveiro Bandeirante (66) 3426-2129 Av. Bandeirantes, 5773


Vila Operária -
Rondonópolis, MT

(66) 99615-0739 Rua José Barriga, 1676


Viveiro Paraíso Jardim Nilmara -
Rondonópolis, MT
Viveiro e Floricultura Flores (66) 99609-8994 Avenenida Paulista, Quadra
do Cerrado 3, Lote 2
Jardins Rondônia, -
Rondonópolis, MT
Viveiro e Floricultura Arvore (66) 99954-1773 Av. Mal Rondon, 385
da Vida Centro –
Rondonópolis, MT
(66) 3421-1838 Av. José Pinto, 253
Viveiro Cravo e Canela Jardim Belo Horizonte -
Rondonópolis, MT
Viveiro e Flor Primavera (66) 3423-4376 Av. Dom Wunibaldo, 810
Vila Aurora –
Rondonópolis, MT
Viveiro e Floricultura Boa (66) 3422-2323 Av. Babaçú
Esperança Parque Sagrada Família -
Rondonópolis, MT
FLORA MT (66) 3023-5810 R. Dom Pedro II, 221
Jardim Sao Francisco –
Rondonópolis, MT
Cooperflora Brasil (66) 3422-0498 Av. Cuiabá, 1332
Centro –
Rondonópolis, MT
Horto Florestal - Rua Elza Teixeira de Araújo
Vila Goulart –
Rondonópolis, MT
(66) 99917-6077 Rodovia do Peixe, Km 1
Savana Viveiro Zona Rural -
Rondonópolis, MT
Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

5.2. Diagnóstico

Durante a execução do trabalho foram realizados levantamentos de informações dos


principais viveiros da região, através de telefonemas e acompanhamentos presencial, apenas
22

um viveiro confirmou produzir espécies florestais nativas os outros dez viveiros praticam a
revenda de mudas florestais nativas e quatro viveiros não trabalham com mudas florestais
nativas. É importante salientar que algumas entrevistas foram feitas por telefone, é possível que
exista viés na amostra. A dificuldade de localizar o responsável pelo viveiro para responder às
questões ou encontrar um telefone ativo foi frequente. Para a grande maioria dos viveiros
entrevistados no município, não existem levantamentos anteriores de informações, dificultando
assim comparações e não permitindo estimar se o universo amostrado possui boa
representatividade.

Gráfico 1 – Comercialização de mudas florestais nos viveiros do município de


Rondonópolis

Comercialização de Mudas Floretais


73,3 %
Nativas

Não Comercialização de Mudas


26,7 %
Floretais Nativas

0 2 4 6 8 10 12
Nº de Viveiros

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Apenas quatro viveiros entrevistados na região não trabalham com mudas florestais, são
eles 2 Ypês, Viveiro e Floricultura Natureza, Cláudio Paisagismo e Viveiro Rondonópolis sua
produção é voltada para mudas ornamentais, frutíferas e flores onde existe uma demanda maior
de consumos tendo como destaque mudas de rosas do deserto onde tem uma procura maior.
A presidente da Associação Floral Mato-grossense (Floral-MT), Luciana Wolff, explica
que o Estado evoluiu significativamente nos últimos anos, tanto na produção, como no
treinamento de pessoas para atuarem na cadeia produtiva das flores, que compreende o cultivo
de plantas nativas, de flores tropicais e folhagens, de espécies ornamentais, os floriculturistas,
23

viveiristas, paisagistas, decoradores e afins. No total, a Floral-MT, criada em 2003, tem cerca
de 35 associados, que atuam em diferentes setores da cadeia.
A Floral-MT tem como meta implementar o setor, tendo como um dos grandes avanços
o aumento da área plantada. Desde de dezembro de 2011, a área cultivada de flores tropicais,
folhagens e plantas ornamentais alcançou um crescimento de aproximadamente 30%, o que é
um fator positivo para todas as pessoas do setor. Além do aumento da produção e
comercialização de plantas, flores e folhagens, decorações com arte floral, paisagismo e afins,
a associação incentiva também a geração de trabalho e renda, melhoria da qualidade de vida,
preservação e conservação do meio ambiente e da biodiversidade, por meio de uma parceria
com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae-MT).
Apesar da produção de plantas ornamentais e flores ter evoluído significativamente, as
dificuldades existem, como em qualquer atividade comercial. Uma delas está no transporte das
plantas, que tem que ser feito em caminhões fechados, refrigerados e por pessoas
especializadas. Outra está no próprio plantio, pois Mato Grosso é um Estado quente e, portanto,
há a necessidade irrigação constante, (TOMAZ, 2009).
Na figura 2 mostra-se viveiros que trabalham com a comercialização de plantas
ornamentais.

Figura 2 – Mudas ornamentais nos viveiros Boa Esperança e Cláudio Paisagismo


Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Economicamente as plantas oferecem rentabilidade, para grandes, médios e pequenos


produtores, também para feirantes, atacadistas, floriculturas e viveiros e gerando positividade
na economia e no PIB (Produto Interno Bruto). Com o estado atual de devastação da natureza,
é importante resgatar espécies com possibilidade de aplicação e divulgá-las, a fim de ampliar a
oferta (CHAMAS e MATTHES, 2000). A inserção de uma espécie vegetal em cultivo é uma
24

forma de conservação (HEIDEN et al., 2006) e ajuda a despertar interesse na sua preservação
a medida que aumenta sua visibilidade e importância econômica.
Segundo os dados desta pesquisa, existe apenas um viveiro que se dedica à produção de
mudas nativas. A grande maioria dos viveiros coleta a quantidade de mudas necessária de outros
centros para atender à demanda interna, sem gerar excedentes passíveis de comercialização.
Esses números corroboram com a hipótese de deficit de mudas.
Alguns viveiros além da produção de mudas nativas também prestam serviços de
plantios para restauração florestal, outros trabalham como paisagismo, mudas de maior porte
para arborização urbana para atender a demanda da região e outros possuem como fonte de
renda principal a produção de mudas de eucalipto.
Em Rondonópolis – MT não existe uma alta demanda por mudas florestais nativas,
tendo relatos de viveirista que ficou um ano inteiro sem vender uma muda sequer, então muitos
viveiristas optam pela produção de eucalipto, existe na cidade a Savana Viveiros e a
COOPERFLORA Brasil que preferiram esse tipo de mercado.
A COOPERFLORA Brasil é uma entidade fundada para reunir os produtores de
eucalipto do estado de Mato Grosso, visando o melhoramento das técnicas de plantio, a correta
formação da cultura, o fomento da cadeia produtiva, o auxílio necessário para acesso ao crédito
rural e a promoção da diversificação de mercado. A entidade abrange os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, tendo como principal meta o desenvolvimento de grandes
polos florestais nas regiões de Mato Grosso, com capacidade de atrair investidores de indústrias
de processamento do eucalipto.
O eucalipto é a espécie mais utilizada para o reflorestamento no Brasil. Isso ocorre
devido ao seu alto índice de rentabilidade, já que o seu cultivo permite a extração da celulose,
carvão vegetal e também a produção de chapas de madeira amplamente utilizadas pela indústria
civil. De acordo com a Associação de Reflorestadores do Estado de Mato Grosso
(Arefloresta/MT), em 2018, o Estado totalizava 187 mil hectares plantados com eucalipto, ainda
segundo Fausto Takizawa, secretário-geral da Arefloresta o problema no setor é que a floresta
plantada está distante da indústria do etanol. A maior concentração da produção de Eucalipto
está na região de Rondonópolis, mas o maior mercado consumidor está no circuito Lucas do
Rio Verde, Sorriso e Sinop (ATRIBUNA, 2018). Os dois viveiros entrevistados nesse trabalho
têm como finalidade de produção voltado para as indústrias de esmagamento de grãos de
Rondonópolis.
25

Cerca de 72,7 % dos viveiros do município de Rondonópolis realizam a compra de


mudas e sementes florestais nativas e ornamentais de outras regiões do Brasil, com destaque
São Paulo e Minas Gerais, porém boa parte não soube especificar nome da empresa que fornece
as mudas, pois não existe somente uma fornecedora e sim várias (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Tipos de produção de espécies florestais

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Uma das empresas fornecedora é a rede de Sementes do Xingu que realizam trocas e
encomendas de sementes de árvores e outras plantas nativas das regiões do Xingu, Araguaia e
Teles Pires. As sementes são coletadas e beneficiadas por 600 coletores, gerando uma renda de
R$ 4,2 milhões repassadas diretamente para as comunidades. As sementes e suas relações
socioculturais, funções e características ecológicas unem agricultores familiares, produtores
rurais, comunidades indígenas, pesquisadores, organizações governamentais e não
governamentais, prefeituras, movimentos sociais, escolas e entidades da sociedade civil. Essa
união se dá por meio da Rede de Sementes do Xingu, uma rede de desenvolvimento
comunitário, que surgiu em 2007, a partir do crescimento da demanda por sementes para
plantios de restauração na região, realizados, principalmente, via semeadura direta dentro da
Campanha Y Ikatu Xingu. Na rede, os coletores que são formados por agricultores familiares,
indígenas e viveiristas organizam-se em grupos coletores, que unidos formam os núcleos
coletores com diferentes organizações sociais, perfis e motivações. A rede visa disponibilizar
sementes da flora regional em quantidade e com a qualidade que o mercado demanda; formar
26

uma plataforma de troca e comercialização de sementes; gerar renda para agricultores familiares
e comunidades indígenas e servir como um canal de comunicação e intercâmbio entre coletores
de sementes, viveiros, ONGs, proprietários rurais e demais interessados por onde circule o
conhecimento que valorize a floresta, o cerrado e seus usos culturais diversos (ARSX, 2013).
Outra fornecedora em destaque é a Holambelo Flores e Plantas, localizada em Holambra
em São Paulo, estando no mercado atacadista de flores, plantas e acessórios a mais de 30 anos,
com filial em Cuiabá.
Existe apenas um viveiro entre os entrevistados que produz mudas florestais nativas em
Rondonópolis, (Figura 3). Com o baixo número de espécies nativas em Viveiros e Floriculturas
na região existe a prospecção de novas possibilidades com grande potencial de produção e
comercialização.

Figura 3 – Produção de mudas florestais nativas no Viveiro Paraíso


Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Foi registrado durante o estudo a importância da preservação das espécies nativas que
estão cada vez mais ameaçadas de extinção, pois são exploradas por muitos anos,
principalmente as espécies que fornecem a madeira com várias utilidades e alto valor
econômico.
A inserção de plantas nativas com potencial ornamental na cadeia produtiva e sua
disponibilização para a comercialização representam um diferencial em um mercado altamente
competitivo, ávido por novidades e com tendência a tornar-se cada vez mais inclinado a
produtos considerados de impacto ambiental reduzido (HEIDEN et al., 2006).
27

5.3. Destinação de mudas

A maioria dos viveiros entrevistados, cerca de 53,80% tem como destinação de


produção de mudas voltado para o paisagismo (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Destinação de mudas encontradas nos viveiros

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

O paisagismo sempre estará atrelado aos serviços de arborização urbana, e este, por sua
vez, visa melhorar a fisionomia do ambiente por meio da implantação de plantas ornamentais e
florestais. A arborização urbana é o conjunto de áreas públicas e privadas com vegetação
predominantemente arbórea ou em estado natural que uma cidade apresenta, incluindo o ato de
implantar árvores em vias públicas, como ruas, avenidas, parques públicos e demais áreas
verdes (MILANO, 1984) de modo que não cause conflito com outros componentes do meio
urbano, como fiações da rede elétrica, meio fio, calçadas e postes. Assim, a arborização vem
como uma ferramenta e serviço público cuja finalidade principal é amenizar os impactos
ambientais adversos devido as condições de artificialidade do meio urbano além dos aspectos
ecológico, histórico, cultural, social, estético e paisagístico, que influenciam a sensação de
conforto ou desconforto das pessoas (CEMG, 2011).
O Artigo 128 do Plano Diretor Municipal de Rondonópolis (PDM/ROO/2006) define
as Zonas de Proteção Paisagística como:
28

Art. 128 As Zonas de Proteção Paisagística (ZPP) compreende as áreas verdes públicas
a serem preservadas, no Perímetro Urbano de Rondonópolis, tais como:
I – Praças;
II – Jardins e jardinetes;
III – Canteiros de avenidas;
IV – Rótulas;
V – Largos e eixos de animação;
VI – Arborização nos passeios públicos.
No mapeamento atual (Figura 4) observa-se áreas verdes no espaço urbano de
Rondonópolis.

Figura 4 - Zona de Infraestrutura Verde de Rondonópolis ano 2006


Fonte: PDM/ROO/2006.

Já para recomposição florestal são 53,80%, com destaque para o horto florestal. Criado
no ano de 1996, o Horto Florestal conta com 91 espécies de árvores nativas catalogadas em
uma área de extensão total de 173.100 m², além de 2.400 m de trilha ecológica e um viveiro
onde se oferecem mudas para doação (OLIVEIRA e NASCIMENTO, 2004; Silva, R.M 2001).
De acordo com o Plano Diretor de Rondonópolis os objetivos da criação do Horto Florestal se
constituem na reprodução de espécies nativas da flora do cerrado (o que não ocorre em
29

Rondonópolis) e projetos de experimentação científica, bem como a educação ambiental e a


pesquisa científica (RONDONÓPOLIS, 2006).
O viveiro localizado no horto florestal (Figura 5) tem seu potencial produtivo voltado a
atender a demanda de restauração florestal para adequação das propriedades rurais, através de
doações de industrias da região. As indústrias têm realizado ações de compensação para
preservação do meio ambiente, assim, fortalecendo o vínculo entre as duas instituições.

Figura 5 – Localização geográfica do horto florestal


Fonte: NOVAES, 2019.

A compensação consiste em destinar uma área fora da propriedade rural, equivalente


em métrica e padrões ecológicos, para a conservação. Segundo o Decreto nº 8.235/2014 que
estabelece normas complementares aos Programas de Regularização Ambiental (previsto na
Lei nº 12.675 e no Decreto nº 7.830/2012) a adequação ambiental poderá ser feita de quatro
formas: i) recuperação; ii) recomposição; iii) regeneração; e iv) compensação. A compensação
só é válida para a RL e deve ser equivalente em extensão à área a ser compensada, deve estar
localizada no mesmo bioma e, no caso de estar localizada em outra UF, deverá ser uma área
identificada como prioritária para conservação pela União ou pelos estados (as áreas prioritárias
foram identificadas pelo Decreto nº 8.235/2014).
Na produção de mudas de espécies arbóreas nativas, a tendência atual dos projetos de
restauração florestal com elevada diversidade, tem esbarrado na dificuldade de se encontrar
30

sistemas efetivos de produção de mudas de variadas espécies. Na prática o que se vê em muitos


viveiros florestais, salvo algumas exceções, é a disponibilidade de mudas de poucas espécies,
demonstrando assim como principais desafios da restauração florestal com alta diversidade: a
coleta da chuva de sementes; emprego correto de técnicas de viveiros; resgate de plântulas;
beneficiamento e armazenamento (MARTINS, 2010).
Atualmente o sistema de distribuição de mudas nativas do Horto Florestal junto a
SEMMA, conforme se observa na Figura 6.

Figura 6 – Mudas Florestais distribuídas no horto florestal


Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

5.4. Capacidade máxima de produção

Com os levantamentos executados nos viveiros apenas um realiza a produção de mudas


florestais nativas, sendo ele o Viveiro Paraíso com uma produção anual de 30.000 mudas por
ano e com capacidade máxima 60.000 de produção de mudas, com 15 diferentes tipos de
espécies produzidas.

5.4.4. Espécies nativas produzidas nos viveiros

No presente trabalho foram reconhecidas diversas espécies nativas do cerrado,


totalizando 7 famílias e 29 espécies. A distribuição das espécies e nome científico e família são
encontradas na Tabela 3.
31

Quadro 2 – Lista de espécies produzidas

Espécie Nativas Nome Científico Família

Amburana Amburana cearensis Fabaceae


Angico-preto Anadenanthera Fabaceae
peregrina (L.) Speg.
Angico-vermelho Anadenanthera Fabaceae
colubrina (Vell.)
Brenan
Aroeira Astronium Anacardiaceae
fraxinifolium Schott
Baru Dipteryx alata Fabaceae
Cedro Cedrela fissilis Meliaceae
Cedro-rosa Cedrela odorata L. Meliaceae
Cumbaru Dipteryx alata Vog. Fabaceae-Papilionoideae
Flamboiã Delonix regia Fabaceae
Gonçaleiro Astronium Anacardiaceae
fraxinifolium Schott
Gonçalo Alves Astronium Anacardiaceae
fraxinifolium
Ingá -feijão inga marginata Willd Fabaceae
Ingá -mirim Pseudopiptadenia Fabaceae
lepstostachya
Ipê-amarelo Handroanthus Bignoniaceae
serratifolius (Vahl.) S.
Grose
Ipê-branco Tabebuia dura Bignoniaceae
Ipê-do-cerrado Handroanthus Bignoniaceae
ochraceus (Cham.)
Mattos
Ipê-roxo Handroanthus Bignoniaceae
heptaphyllus (Vell.)
Mattos
Jacarandá caroba Jacaranda cuspidifolia Fabaceae
Jatobá-da-mata Hymenaea courbaril L Fabaceae
Jatobá-do-cerrado Hymenaea Fabaceae
stigonocarpa Mart. Ex
Hayne
Jenipapo Jenipa americana Rubiaceae
32

Marmelada-do-cerrado Alibertia edulis Rubiaceae


Mirindiba Buchenavia tomentosa Combretaceae
Eichler
Oiti Licania tomentosa Chrysobalanaceae

Oiti-do-sertão Couepia grandiflora Chrysobalanaceae


Pata-de-vaca Bauhinia variegata Fabaceae
Vinhático Plathymenia reticulata Fabaceae Mimosoideae
Benth
Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

As espécies encontradas nos viveiros são de extrema importância para revegetação de


áreas degradadas, devido o rápido crescimento e sombreamento, o que termina por fornecer
proteção ao solo e condições microclimáticas necessárias ao estabelecimento de espécies
advindas de outros biomas.
As famílias com maior representatividade nos viveiros foram Fabaceae e Bignoniaceae,
com treze e quatro espécies cada. Demonstrando a família Fabaceae tem a maior riqueza de
espécies.
Loverde também encontrou resultados semelhantes em seus estudos na UFMT –
Campus Rondonópolis, onde estas famílias apresentaram a maior contribuição para a flora
arbórea (OLIVEIRA et. al. 2010).
O levantamento ambiental das espécies consiste em forte instrumento de difusão de
informações com critérios científicos, fundamentais para preservação e elaboração de
estratégias de conservação.
Sendo assim o levantamento é de suma importância, pois permite observar que as
espécies utilizadas para a conservação ambiental respeitam e valorizam a flora existente o que
favorece a fauna local.
Uma das dificuldades encontradas durante o levantamento refere-se ao conhecimento
do funcionário no repasse de informações. No sistema, não existem filtros de consulta que
permitam organizar as informações por categorias, como produtores de espécies exóticas ou
nativas. Não existe também funcionalidade do sistema para o cadastro e registro, e filtragens
por tipo de espécie e de quantidade produzida. Além disso, no sistema não estão disponíveis
contato telefônico ou endereço eletrônico dos produtores.
33

5.5. Caracterização administrativa dos viveiros

Quanto à caracterização administrativa dos viveiros, nove dos viveiros entrevistados são
privados caracterizando 82%, apenas um viveiro é público caracterizando 9% e apenas um
viveiro está na categoria de outros sendo ele uma cooperativa caracterizando 9%.
Dos nove viveiros privados, oito comercializa mudas florestais, ornamentais e frutíferas
e apenas um comercializa somente eucalipto. Do único viveiro público há somente
comercialização de mudas florestais e frutíferas. Do único viveiro com características
administrativas de cooperativa, existe somente a comercialização de eucalipto, (Gráfico 4).

Gráfico 4 - Categorias administrativas dos viveiros

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

5.6. Perfil de consumidor

Quando questionados sobre os principais compradores de mudas, observou-se que a


maioria dos viveiros respondeu que sua produção era vendida para a iniciativa privada (Gráfico
5). Os volumes médios de comercialização para estes grupos não tiveram como estimar, pois
não existia nos viveiros nenhum dado ou lista de característica de compradores.
34

Gráfico 5 - Principal comprador segundo os viveiros entrevistados

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Dos onze viveiros, nenhum realiza distribuição de mudas para a iniciativa pública, oito
viveiros tem a maior parte da sua venda inclinada para a iniciativa privada, apenas um viveiro
tem como maior parte de perfil de cliente inclinada para comunidades e dois viveiros não
souberam estimar perfil de consumidor (Quadro 2).

Quadro 3 – Especificação de números quanto ao perfil de cliente

Perfil de Cliente Nº de
viveiros
Iniciativa Pública 0
Iniciativa Privada 8
Comunidades em Geral 1
Não sabe 2
Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

5.7. Recipientes utilizados para embalagens de mudas

O processo de transplante das mudas das sementeiras para as embalagens (tubetes ou


sacos plásticos) denomina-se repicagem. Esta atividade tem o propósito de tornar o lote
homogêneo e é complementar à semeadura indireta.
A escolha do recipiente determina todo o manejo do viveiro, o tipo de sistema de
irrigação a ser utilizado, sua capacidade de produção anual, transporte e custos. Dentre os tipos
35

de recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas podem-se citar: saco plástico de
18 cm x 28 cm, tubetes de plástico de 5,5 cm x 19,2 cm em bandejas plásticas e no futuro tubetes
biodegradáveis (Figura 7).

Figura 7 – Utilização de sacos plásticos e tubetes


Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

Cerca de 64% dos viveiros utiliza sacos plásticos, porém seu uso vem diminuindo
gradualmente, devido à grande quantidade de substrato ou solo necessário ao seu enchimento,
peso final da muda pronta, área ocupada no viveiro, diminuindo a produção por m², maior
necessidade de mão-de-obra em relação à outros tipos de recipientes e, dificuldades de
transporte, além de gerar grande quantidade de resíduos no ato do plantio devido ao seu
descarte.
Gráfico 6 – Recipientes utilizados para as embalagens de mudas

Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.


36

Tem como vantagem o baixo custo, a possibilidade de utilização de sistemas de


irrigação simples, e a possibilidade de obter mudas de maior tamanho, valorizadas para
ornamentação, dependendo da espécie semeada.
Outro recipiente também muito utilizado são os tubetes plásticos, cerca de 18% dos
viveiros entrevistados utiliza esse tipo de embalagem, são os recipientes que tem melhor
aceitação no mercado atualmente. Apresenta como vantagens o uso racional da área do viveiro,
permitindo o acondicionamento de um número grande de mudas, a possibilidade de
automatização do sistema de produção de mudas, desde o enchimento dos recipientes, até a
semeadura e expedição das bandejas para a área de germinação. Os tubetes também possibilitam
a sua reutilização, que pode chegar a cinco anos, dependendo da qualidade do plástico utilizado
na sua confecção e do armazenamento adequado à sombra
O uso de tubetes requer um cronograma rígido de produção e expedição de mudas para
o campo. A manutenção das mudas por um período muito além do período de rustificação pode
causar problemas de enovelamento de raízes e deficiências nutricionais, o que se traduz em
menor sobrevivência das mudas no campo no plantio, ou mortes posteriores, por problemas de
má capacidade de absorção de água da planta ou tombamentos pelo vento das árvores devido à
má distribuição das raízes no solo em função do enovelamento acontecido na fase de viveiro.

5.8. Sistema de irrigação utilizada nos viveiros

Dos onze viveiros entrevistados todos utilizam o sistema de irrigação convencional por
aspersão de água, (Figura 8). O tempo que o sistema deve permanecer ligado, e o número de
irrigações ao longo do dia, deve ser determinado pela experiência, observando-se se após a
irrigação se processar o substrato se encontra suficientemente úmido sem estar encharcado, e
se no intervalo entre uma irrigação e outra, não ocorre murchamento das mudas por falta de
água. É importante ressaltar, que para cada etapa de formação das mudas, e para diferentes tipos
de recipientes, existem diferentes sistemas de irrigação, com bicos de diferentes vazões, pressão
de trabalho e área de cobrimento.
37

Figura 8 – Irrigação por aspersores nos viveiros Primavera e Paraíso


Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.

5.9. Registro dos Viveiros

Nesta pesquisa, onze dos cinco viveiros afirmaram estar cadastrados no RENASEM.
Existiu também situações em que os responsáveis dos viveiros tinham receios de passar
informações relacionados registros, outra situação ocorrida foi que, o profissional que respondia
pelo viveiro não tinha habilitação legal para ser responsável técnico, por exemplo, um biólogo.
A exigência do responsável técnico (RT) é apenas um dos pré-requisitos para obtenção do
registro junto ao Mapa. De acordo com a legislação de mudas e sementes é necessário que o
RT seja um engenheiro florestal ou agrônomo.
No que tange às espécies nativas, o que tem sido relatado são esforços isolados. Infere-
se que a muito a ser feito, no desenvolvimento no potencial tecnológico na seleção de genótipos
mais bem adaptados e produtivos às diversas condições ambientais de cultivo, embora no estado
de Mato Grosso especifico o município de Rondonópolis, diversas espécies, incluindo nativas,
vem sendo plantadas, ainda é pouco com relação ao potencial da região.
38

6. CONCLUSÃO

Essa pesquisa buscou traçar um perfil quantitativo, econômico e social da produção de


mudas de espécies florestais nativas do município de Rondonópolis. Acredita-se que essas
informações são necessárias para entender qual é a infraestrutura de mudas que está disponível
para comercialização e quais são as necessidades de melhoria do setor.
Uma das primeiras dificuldades encontradas para traçar esse perfil foi a obtenção de
contatos de produtores de mudas nativas, pois, apesar de existir um cadastro nacional de
produtores de espécies florestais, o RENASEM, não é possível filtrar e fazer pesquisas no
sistema. A impossibilidade de realizar consultas e filtragens para espécies nativas torna inviável
o uso das informações do cadastro para outras finalidades e até mesmo localizar esses
produtores. Além disso, muitos produtores não têm a produção formalizada e não estão
cadastrados no sistema.
A situação encontrada no município de Rondonópolis é preocupante no que diz respeito
a produção de mudas florestais nativas. No trajeto dessa pesquisa observamos que apenas um
viveiro possui produção assertiva de mudas nativas os demais não produzem mudas florestais
nativas e sua alta comercialização está voltada para mudas ornamentais. O que sugere a
existência de desigualdades na organização da cadeia de espécies florestais nativas e a baixa
demanda da procura na região.
Como sugestão, deveríamos arborizar o centro da cidade, facilitando assim a vida da
comunidade com sombras e a melhoria da temperatura, com um projeto de lei por parte de
vereadores, obrigaria os comerciantes a plantarem árvores na frente de seus comércios,
tornando assim uma cidade com o clima mais ameno e mais verde, com isso aumentaria a
demanda de comercialização de mudas nativas florestais no município.
39

7. REFERÊNCIAS

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novembro de 2018.

BRASIL, Lei nº 10711 de 5 de agosto de 2003. Dispõe sobre o Sistema Nacional de


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brasileira de sementes e mudas: Lei 10.711, de 05 de agosto de 2003, Decreto 5.153,
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44

ANEXO A

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
LEVANTAMENTO DE PRODUTORES DE MUDAS FLORESTAIS

Responsável pelas informações:


Data:
Nº de funcionários (*) Nº de associados :

O Viveiro está registrado no RENASEM? (Registro Nacional de Sementes e Mudas):


O viveiro está em dia com TCFA? ( IBAMA) (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental):
Outros registros? (especificar)
Tem irrigação no viveiro? Tipo?
Tem controle da quantidade de água utilizada? (hidrômetro):
Há conhecimento sobre a procedência das sementes e mudas?
Existe uma lista organizada de mudas produzidas no viveiro por espécie?

1. PRODUÇÃO
Produção total anual:
Capacidade máxima de produção:
Nº de espécies produzidas:

2. RECIPIENTES UTILIZADOS
Tubetes de plástico ____________ % da produção tamanho médio da muda:____
Sacos plástico________ % da produção tamanho médio da muda:____
Outros ______________% da produção

3. SUBSTRATO UTILIZADO
( ) Comprado ( ) Produzido no próprio viveiro

4. ADUBAÇÃO
( ) Química ( ) Orgânica ( ) Foliar (liquida)

5. CONTROLE FITOSSANITÁRIO
( ) Plantas invasoras ( ) Doenças ( ) Pragas
Com produtos químicos? ( ) Sim ( ) Não

6. EXPEDIÇÃO DAS MUDAS


( ) Bandeja ( ) Caixas fechadas
45

( ) Caixas vazadas ( ) Diretamente no veiculo

7. PARÂMETROS OBSERVADOS NO CONTROLE DE QUALIDADE


( ) Altura ( ) Diâmetro do colo
( ) Bifurcação ( ) Retidão do Caule
( ) Sanidade ( ) Coesão do substrato
( ) Viscosidade ( ) Qualidade da folhagem
( ) Outros

8. FINALIDADE DA PRODUÇÃO
( ) % Doação ( ) % Vendas a terceiro
( ) % Uso próprio ( ) % Troca

9. DESTINAÇÃO DAS MUDAS


( ) % Recomposição florestal ( ) % Paisagismo
( ) % Arborização urbana ( ) % Outras________________

10.REGIÃO DE DESTINAÇÃO DE MUDAS


( ) % Município de Rondonópolis
( ) % Outros municípios
( ) % Outros estados Quais?___________________
( ) % Não sabe informar

11.PERFIL DE CLIENTE
( ) % Iniciativa Privada
( ) % 3º setor (comunidade em geral sem fins lucrativos)
( ) % Iniciativa Pública
46

ANEXO B

Compensação Ambiental

Viveiro:
Empresas que doam mudas: Ex: Nomes de empresas:
( ) Privada
( ) Publica
Quem pode obter mudar:
Documentação exigida para o recebimento de mudas:
Existe alguma fiscalização:
Custo para manter o projeto:
Existe Licenciamento Ambiental:
Como é avaliado a escolha do local de plantio?
Demanda de procura por mudas: aumentou? É suficiente?
Destino das mudas:
( ) reflorestamento ( ) arborização urbana
( ) paisagismo ( ) Outras

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