Karine Aline Novaes
Karine Aline Novaes
Karine Aline Novaes
Rondonópolis, MT
Abril/2019
ii
Rondonópolis – MT
Abril/2019
1
elaborado por
Karine Aline Novaes
Comissão Examinadora
_________________________________________
Prof. Dr. José Adolfo Iriam Sturza (Orientador)
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis
_______________________________________
Prof. Dr. Marcos Henrique Dias Silveira
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis
____________________________________________
Prof.ª Márcia Ellen Rocha Pires
UFMT – Universidade Federal de Rondonópolis
AGRADECIMENTOS
Nunca desistir
José de Alencar
4
RESUMO
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro em extensão sendo a savana mais rica em
biodiversidade do mundo. Com alto grau de endemismo, o bioma abriga mais de 11 mil
espécies de plantas nativas já catalogadas, segundo o Ministério do Meio Ambiente. A
consciência a respeito da problemática ambiental cresceu significativamente nos últimos
anos. Com isso, tem aumentado a demanda por produção de mudas para os mais variados
fins. Seja para a horta caseira ou comercial, processos de reflorestamento, jardins públicos
ou residenciais, a instalação de pomares frutíferos ou outras finalidades. Este setor possui
extrema importância socioeconômica para o país, e os estudos sobre o sistema produtivo
de sementes e mudas florestais são de grande relevância, tanto para produção e proteção,
quanto ao paisagismo no âmbito urbano. O município de Rondonópolis – MT foi
selecionado para este estudo devido a concentração de poucas informações relacionadas
à produção de mudas na região, o que torna está uma área de escasso conhecimento quanto
a produção de mudas para a realização de projetos voltados para a área ambiental. A
pesquisa foi realizada a partir de estudo bibliográfico, levantamento e entrevistas junto
aos viveiros de Rondonópolis. Concluiu-se que apenas um viveiro possui produção
assertiva de mudas nativas, os demais não produzem mudas florestais nativas e sua alta
comercialização está voltada para mudas ornamentais. Evidencia-se a existência de
desigualdades na organização da cadeia de espécies florestais nativas e a baixa demanda
de procura na região. Muitos produtores não têm a produção formalizada e não estão
cadastrados no sistema RENASEM.
ABSTRACT
The Cerrado is the second largest Brazilian biome in extension, being the richest savanna in
biodiversity in the world. With high degree of endemism, the biome shelters more than 11
thousand sorts of already catalogued native plants, according to the Ministry of the
Environment. Awareness of environmental issues has grown significantly in recent years.
Therewith it has been increasing the demand for seedlings production for the most varied aims.
Be for the domestic or commercial vegetable garden, processes of reforestation, public or
residential gardens, the installation of fruitful orchards or other finalities. This sector has
extreme importance socioeconomic for the country, and the studies on the productive system
of seeds and forest seedlings are of great relevance, so much for production and protection, as
for the landscaping in the scope urban. The local authority of Rondonópolis – MT was selected
for this study due to concentration of few information made a list to the production of seedlings
in the region, which compensation is an area of scarce knowledge as for seedlings production
for the realization of projects for turned to the environmental area. The inquiry was carried out
from bibliographical study, lifting and interviews near the nurseries of Rondonópolis. It was
ended that only a nursery has assertive production of native seedlings, the rest do not produce
native forest seedlings and his high marketing is turned for ornamental seedlings. Evidence
itself the inequalities existence shows up in the organization of the chain of native forest sorts
and the low search demand in the region. Many producers have not the formalized production
and are not set up in the system Renasem.
GRÁFICOS
FIGURAS
QUADROS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 10
2. OBJETIVOS 11
2.1. Geral 11
2.2. Específicos 11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12
3.1. Legislação exigida para a produção de mudas 12
3.2. Demanda no Brasil e Mato Grosso 14
3.3. Características de mudas 15
3.3.1. Mudas Ornamentais 15
3.3.2. Mudas florestais nativas 16
4. METODOLOGIA 18
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 20
5.1. Viveiros entrevistados 20
5.2. Diagnóstico 21
5.3. Destinação de mudas 27
5.4. Capacidade máxima de produção 30
5.4.4. Espécies nativas produzidas nos viveiros 30
5.5. Caracterização administrativa dos viveiros 33
5.6. Perfil de consumidor 33
5.7. Recipientes utilizados para embalagens de mudas 34
5.8. Sistema de irrigação utilizada nos viveiros 36
5.9. Registro dos Viveiros 37
6. CONCLUSÃO 38
7. REFERÊNCIAS 39
ANEXO A 44
ANEXO B 46
10
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
2.2. Específicos
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em 2003, foi aprovada a Lei no 10.711 que institui o Sistema Nacional de Sementes e
Mudas (SNSM), pelo seu regulamento Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004 no âmbito do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e objetiva garantir a identidade
e qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e
utilizado em todo território nacional. Este marco legal apresenta definições de termos técnicos
e botânicos utilizados bem como demais componentes do SNSM, tais como o Registro Nacional
de Sementes e Mudas (RENASEM), o Registro Nacional de Cultivares (RNC), o processo de
produção, análises de laboratório, certificação, documentação, o comércio interno e
internacional, a fiscalização, entre outros. Para o detalhamento dos comandos legais e aderência
conforme a cultura envolvida na produção de sementes ou de mudas, foram publicadas diversas
instruções normativas complementares.
De uma forma geral, a legislação prevê três passos iniciais que o interessado em produzir
sementes ou mudas e seu responsável técnico (RT) devem observar: a inscrição de seu
estabelecimento no RENASEM, a inscrição do material de propagação no MAPA ou sua
aquisição com documentos que comprovem essa inscrição prévia pelo fornecedor e a inscrição
anual dos campos de produção de sementes ou da produção anual de mudas do viveiro.
Com a aprovação da Lei no 10.711, especialistas já afirmavam que esta lei não
contemplava o setor de produção de espécies florestais nativas, e sim, tinha foco no setor de
espécies agrícolas (PIÑA RODRIGUES et al., 2007). Para remediar esse fato, houve diversas
articulações entre as redes de sementes florestais para propor a inserção de regras diferenciadas
para as espécies florestais. Tais discussões resultaram na inclusão do Artigo 47 da lei,
autorizando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a estabelecer
mecanismos específicos e exceções para regulamentação da produção de espécies florestais
nativas ou exóticas (ALONSO, 2013). As discussões também fomentaram a criação da
Comissão Técnica de Sementes e Mudas de Espécies Florestais Nativas e Exóticas, pelo
MAPA, ficando a cargo dessa comissão propor normas e padrões complementares à legislação
no que diz respeito às espécies florestais, dispondo de parâmetros específicos para a produção,
comercialização e utilização de sementes e mudas florestais, tanto nativas como exóticas.
13
(RIOESBA, 2007; SEA, 2010; SMA, 2011). Além disso, os produtores que conhecem a lei e
seus instrumentos legais, comumente manifestam dificuldades para compreendê-los e adequar-
se aos mesmos (SEA, 2010).
É provável que nos próximos anos ocorra um relevante aumento na demanda por
sementes e mudas de espécies nativas, que são importantes insumos para a restauração da
vegetação nativa. Diante desta perspectiva, a análise da infraestrutura existente para suprir esta
demanda, assuma um papel estratégico no planejamento das ações de regularização das
propriedades rurais. Informações sobre a localização dos viveiros produtores de mudas nativas,
a capacidade de produção e a qualidade das mudas, são fundamentais para orientar os
proprietários rurais que pretendem restaurar seus imóveis, bem como para direcionar as ações
que visam incrementar a infraestrutura existente. Atualmente, estas informações encontram-se
pouco estruturadas ou são inexistentes em diversas regiões do país (MARQUES et al. 2013).
De forma geral, as secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Agricultura não
apresentam nenhum tipo de cadastro ou levantamento de produtores de mudas de espécies
nativas, exceto alguns estados com destaque São Paulo e Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que,
apesar de algumas regiões apresentarem diagnósticos e cadastros de produtores de mudas,
existe grande dificuldade para acessar estes dados que são pontuais, escassos e encontram-se
dispersos em diferentes instituições – muitas vezes estão desatualizados (MARQUES et al.
2013).
O setor produtivo de essências florestais nativas do Brasil apresenta atraso tecnológico
de mais de 30 anos. As pesquisas em tecnologias para produção de espécies exóticas possuem
destaque no Brasil e, infelizmente, os produtos florestais nativos somente despertaram interesse
na última década (SCREMIN, 2006).
Quanto ao processo produtivo de sementes e mudas das essências florestais nativas deve
ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborados. As mudas destinadas à
comercialização devem possuir excelente qualidade, resultando em produtos valorizados no
mercado, sem problemas fitossanitários e que se estabeleçam eficientemente após o plantio.
18
4. METODOLOGIA
A caracterização dos viveiros foi feita por meio de visitas com entrevistas, e telefonemas
realizados nos meses de janeiro e fevereiro de 2019. Utilizou-se um questionário estruturado
(anexo A e B), aplicado nos viveiros. O questionário utilizado foi composto por 22 questões e
organizado em 4 blocos: i) informações básicas; ii) registros ambientais; iii) caracterização; iv)
dados socioeconômicos.
Alguns destes viveiros estavam passando por processo de reestruturação – com vistas a
se adequar à legislação ou mudança de local – e pretendiam reativar a sua produção em um
momento futuro.
20
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Lista de Viveiros
Nome Telefone Endereço
5.2. Diagnóstico
um viveiro confirmou produzir espécies florestais nativas os outros dez viveiros praticam a
revenda de mudas florestais nativas e quatro viveiros não trabalham com mudas florestais
nativas. É importante salientar que algumas entrevistas foram feitas por telefone, é possível que
exista viés na amostra. A dificuldade de localizar o responsável pelo viveiro para responder às
questões ou encontrar um telefone ativo foi frequente. Para a grande maioria dos viveiros
entrevistados no município, não existem levantamentos anteriores de informações, dificultando
assim comparações e não permitindo estimar se o universo amostrado possui boa
representatividade.
0 2 4 6 8 10 12
Nº de Viveiros
Apenas quatro viveiros entrevistados na região não trabalham com mudas florestais, são
eles 2 Ypês, Viveiro e Floricultura Natureza, Cláudio Paisagismo e Viveiro Rondonópolis sua
produção é voltada para mudas ornamentais, frutíferas e flores onde existe uma demanda maior
de consumos tendo como destaque mudas de rosas do deserto onde tem uma procura maior.
A presidente da Associação Floral Mato-grossense (Floral-MT), Luciana Wolff, explica
que o Estado evoluiu significativamente nos últimos anos, tanto na produção, como no
treinamento de pessoas para atuarem na cadeia produtiva das flores, que compreende o cultivo
de plantas nativas, de flores tropicais e folhagens, de espécies ornamentais, os floriculturistas,
23
viveiristas, paisagistas, decoradores e afins. No total, a Floral-MT, criada em 2003, tem cerca
de 35 associados, que atuam em diferentes setores da cadeia.
A Floral-MT tem como meta implementar o setor, tendo como um dos grandes avanços
o aumento da área plantada. Desde de dezembro de 2011, a área cultivada de flores tropicais,
folhagens e plantas ornamentais alcançou um crescimento de aproximadamente 30%, o que é
um fator positivo para todas as pessoas do setor. Além do aumento da produção e
comercialização de plantas, flores e folhagens, decorações com arte floral, paisagismo e afins,
a associação incentiva também a geração de trabalho e renda, melhoria da qualidade de vida,
preservação e conservação do meio ambiente e da biodiversidade, por meio de uma parceria
com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae-MT).
Apesar da produção de plantas ornamentais e flores ter evoluído significativamente, as
dificuldades existem, como em qualquer atividade comercial. Uma delas está no transporte das
plantas, que tem que ser feito em caminhões fechados, refrigerados e por pessoas
especializadas. Outra está no próprio plantio, pois Mato Grosso é um Estado quente e, portanto,
há a necessidade irrigação constante, (TOMAZ, 2009).
Na figura 2 mostra-se viveiros que trabalham com a comercialização de plantas
ornamentais.
forma de conservação (HEIDEN et al., 2006) e ajuda a despertar interesse na sua preservação
a medida que aumenta sua visibilidade e importância econômica.
Segundo os dados desta pesquisa, existe apenas um viveiro que se dedica à produção de
mudas nativas. A grande maioria dos viveiros coleta a quantidade de mudas necessária de outros
centros para atender à demanda interna, sem gerar excedentes passíveis de comercialização.
Esses números corroboram com a hipótese de deficit de mudas.
Alguns viveiros além da produção de mudas nativas também prestam serviços de
plantios para restauração florestal, outros trabalham como paisagismo, mudas de maior porte
para arborização urbana para atender a demanda da região e outros possuem como fonte de
renda principal a produção de mudas de eucalipto.
Em Rondonópolis – MT não existe uma alta demanda por mudas florestais nativas,
tendo relatos de viveirista que ficou um ano inteiro sem vender uma muda sequer, então muitos
viveiristas optam pela produção de eucalipto, existe na cidade a Savana Viveiros e a
COOPERFLORA Brasil que preferiram esse tipo de mercado.
A COOPERFLORA Brasil é uma entidade fundada para reunir os produtores de
eucalipto do estado de Mato Grosso, visando o melhoramento das técnicas de plantio, a correta
formação da cultura, o fomento da cadeia produtiva, o auxílio necessário para acesso ao crédito
rural e a promoção da diversificação de mercado. A entidade abrange os estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, tendo como principal meta o desenvolvimento de grandes
polos florestais nas regiões de Mato Grosso, com capacidade de atrair investidores de indústrias
de processamento do eucalipto.
O eucalipto é a espécie mais utilizada para o reflorestamento no Brasil. Isso ocorre
devido ao seu alto índice de rentabilidade, já que o seu cultivo permite a extração da celulose,
carvão vegetal e também a produção de chapas de madeira amplamente utilizadas pela indústria
civil. De acordo com a Associação de Reflorestadores do Estado de Mato Grosso
(Arefloresta/MT), em 2018, o Estado totalizava 187 mil hectares plantados com eucalipto, ainda
segundo Fausto Takizawa, secretário-geral da Arefloresta o problema no setor é que a floresta
plantada está distante da indústria do etanol. A maior concentração da produção de Eucalipto
está na região de Rondonópolis, mas o maior mercado consumidor está no circuito Lucas do
Rio Verde, Sorriso e Sinop (ATRIBUNA, 2018). Os dois viveiros entrevistados nesse trabalho
têm como finalidade de produção voltado para as indústrias de esmagamento de grãos de
Rondonópolis.
25
Uma das empresas fornecedora é a rede de Sementes do Xingu que realizam trocas e
encomendas de sementes de árvores e outras plantas nativas das regiões do Xingu, Araguaia e
Teles Pires. As sementes são coletadas e beneficiadas por 600 coletores, gerando uma renda de
R$ 4,2 milhões repassadas diretamente para as comunidades. As sementes e suas relações
socioculturais, funções e características ecológicas unem agricultores familiares, produtores
rurais, comunidades indígenas, pesquisadores, organizações governamentais e não
governamentais, prefeituras, movimentos sociais, escolas e entidades da sociedade civil. Essa
união se dá por meio da Rede de Sementes do Xingu, uma rede de desenvolvimento
comunitário, que surgiu em 2007, a partir do crescimento da demanda por sementes para
plantios de restauração na região, realizados, principalmente, via semeadura direta dentro da
Campanha Y Ikatu Xingu. Na rede, os coletores que são formados por agricultores familiares,
indígenas e viveiristas organizam-se em grupos coletores, que unidos formam os núcleos
coletores com diferentes organizações sociais, perfis e motivações. A rede visa disponibilizar
sementes da flora regional em quantidade e com a qualidade que o mercado demanda; formar
26
uma plataforma de troca e comercialização de sementes; gerar renda para agricultores familiares
e comunidades indígenas e servir como um canal de comunicação e intercâmbio entre coletores
de sementes, viveiros, ONGs, proprietários rurais e demais interessados por onde circule o
conhecimento que valorize a floresta, o cerrado e seus usos culturais diversos (ARSX, 2013).
Outra fornecedora em destaque é a Holambelo Flores e Plantas, localizada em Holambra
em São Paulo, estando no mercado atacadista de flores, plantas e acessórios a mais de 30 anos,
com filial em Cuiabá.
Existe apenas um viveiro entre os entrevistados que produz mudas florestais nativas em
Rondonópolis, (Figura 3). Com o baixo número de espécies nativas em Viveiros e Floriculturas
na região existe a prospecção de novas possibilidades com grande potencial de produção e
comercialização.
Foi registrado durante o estudo a importância da preservação das espécies nativas que
estão cada vez mais ameaçadas de extinção, pois são exploradas por muitos anos,
principalmente as espécies que fornecem a madeira com várias utilidades e alto valor
econômico.
A inserção de plantas nativas com potencial ornamental na cadeia produtiva e sua
disponibilização para a comercialização representam um diferencial em um mercado altamente
competitivo, ávido por novidades e com tendência a tornar-se cada vez mais inclinado a
produtos considerados de impacto ambiental reduzido (HEIDEN et al., 2006).
27
O paisagismo sempre estará atrelado aos serviços de arborização urbana, e este, por sua
vez, visa melhorar a fisionomia do ambiente por meio da implantação de plantas ornamentais e
florestais. A arborização urbana é o conjunto de áreas públicas e privadas com vegetação
predominantemente arbórea ou em estado natural que uma cidade apresenta, incluindo o ato de
implantar árvores em vias públicas, como ruas, avenidas, parques públicos e demais áreas
verdes (MILANO, 1984) de modo que não cause conflito com outros componentes do meio
urbano, como fiações da rede elétrica, meio fio, calçadas e postes. Assim, a arborização vem
como uma ferramenta e serviço público cuja finalidade principal é amenizar os impactos
ambientais adversos devido as condições de artificialidade do meio urbano além dos aspectos
ecológico, histórico, cultural, social, estético e paisagístico, que influenciam a sensação de
conforto ou desconforto das pessoas (CEMG, 2011).
O Artigo 128 do Plano Diretor Municipal de Rondonópolis (PDM/ROO/2006) define
as Zonas de Proteção Paisagística como:
28
Art. 128 As Zonas de Proteção Paisagística (ZPP) compreende as áreas verdes públicas
a serem preservadas, no Perímetro Urbano de Rondonópolis, tais como:
I – Praças;
II – Jardins e jardinetes;
III – Canteiros de avenidas;
IV – Rótulas;
V – Largos e eixos de animação;
VI – Arborização nos passeios públicos.
No mapeamento atual (Figura 4) observa-se áreas verdes no espaço urbano de
Rondonópolis.
Já para recomposição florestal são 53,80%, com destaque para o horto florestal. Criado
no ano de 1996, o Horto Florestal conta com 91 espécies de árvores nativas catalogadas em
uma área de extensão total de 173.100 m², além de 2.400 m de trilha ecológica e um viveiro
onde se oferecem mudas para doação (OLIVEIRA e NASCIMENTO, 2004; Silva, R.M 2001).
De acordo com o Plano Diretor de Rondonópolis os objetivos da criação do Horto Florestal se
constituem na reprodução de espécies nativas da flora do cerrado (o que não ocorre em
29
Quanto à caracterização administrativa dos viveiros, nove dos viveiros entrevistados são
privados caracterizando 82%, apenas um viveiro é público caracterizando 9% e apenas um
viveiro está na categoria de outros sendo ele uma cooperativa caracterizando 9%.
Dos nove viveiros privados, oito comercializa mudas florestais, ornamentais e frutíferas
e apenas um comercializa somente eucalipto. Do único viveiro público há somente
comercialização de mudas florestais e frutíferas. Do único viveiro com características
administrativas de cooperativa, existe somente a comercialização de eucalipto, (Gráfico 4).
Dos onze viveiros, nenhum realiza distribuição de mudas para a iniciativa pública, oito
viveiros tem a maior parte da sua venda inclinada para a iniciativa privada, apenas um viveiro
tem como maior parte de perfil de cliente inclinada para comunidades e dois viveiros não
souberam estimar perfil de consumidor (Quadro 2).
Perfil de Cliente Nº de
viveiros
Iniciativa Pública 0
Iniciativa Privada 8
Comunidades em Geral 1
Não sabe 2
Fonte: Dados de Pesquisa, 2019.
de recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas podem-se citar: saco plástico de
18 cm x 28 cm, tubetes de plástico de 5,5 cm x 19,2 cm em bandejas plásticas e no futuro tubetes
biodegradáveis (Figura 7).
Cerca de 64% dos viveiros utiliza sacos plásticos, porém seu uso vem diminuindo
gradualmente, devido à grande quantidade de substrato ou solo necessário ao seu enchimento,
peso final da muda pronta, área ocupada no viveiro, diminuindo a produção por m², maior
necessidade de mão-de-obra em relação à outros tipos de recipientes e, dificuldades de
transporte, além de gerar grande quantidade de resíduos no ato do plantio devido ao seu
descarte.
Gráfico 6 – Recipientes utilizados para as embalagens de mudas
Dos onze viveiros entrevistados todos utilizam o sistema de irrigação convencional por
aspersão de água, (Figura 8). O tempo que o sistema deve permanecer ligado, e o número de
irrigações ao longo do dia, deve ser determinado pela experiência, observando-se se após a
irrigação se processar o substrato se encontra suficientemente úmido sem estar encharcado, e
se no intervalo entre uma irrigação e outra, não ocorre murchamento das mudas por falta de
água. É importante ressaltar, que para cada etapa de formação das mudas, e para diferentes tipos
de recipientes, existem diferentes sistemas de irrigação, com bicos de diferentes vazões, pressão
de trabalho e área de cobrimento.
37
Nesta pesquisa, onze dos cinco viveiros afirmaram estar cadastrados no RENASEM.
Existiu também situações em que os responsáveis dos viveiros tinham receios de passar
informações relacionados registros, outra situação ocorrida foi que, o profissional que respondia
pelo viveiro não tinha habilitação legal para ser responsável técnico, por exemplo, um biólogo.
A exigência do responsável técnico (RT) é apenas um dos pré-requisitos para obtenção do
registro junto ao Mapa. De acordo com a legislação de mudas e sementes é necessário que o
RT seja um engenheiro florestal ou agrônomo.
No que tange às espécies nativas, o que tem sido relatado são esforços isolados. Infere-
se que a muito a ser feito, no desenvolvimento no potencial tecnológico na seleção de genótipos
mais bem adaptados e produtivos às diversas condições ambientais de cultivo, embora no estado
de Mato Grosso especifico o município de Rondonópolis, diversas espécies, incluindo nativas,
vem sendo plantadas, ainda é pouco com relação ao potencial da região.
38
6. CONCLUSÃO
7. REFERÊNCIAS
Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX). [S. l.], 2013. Disponível em:
http://sementesdoxingu.org.br/site/historia/. Acesso em: 3 fev. 2019.
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CHAMAS, C.C.; MATTHES, L.A.F. Método para levantamento de espécies nativas com
potencial ornamental. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, V.6,
n.1/2,p.2, 2000.
HEIDEN, G.; BARBIERI, R.L.; STUMPF, E.R.T. Considerações sobre o uso de plantas
ornamentais nativas. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v. 12, n.1, p.2,
2006.
IUCN Red List of Threatened Species. (IUCN) 2016. IUCN Lista Vermelha de Espécies
Ameaçadas. Version 2015.4. Versão 2.010,1. . Downloaded on 16 May 2016. Acesso em:
16 jan. 2019.
https://www.portalagropecuario.com.br/agricultura/floricultura/producao-de-mudas-
ornamentais-para-a-comercializacao. Acesso em: 3 fev. 2019.
LONDRES, F. A nova legislação de sementes e mudas no Brasil e seus impactos sobre
a agricultura familiar. Rio de Janeiro: ANA, 2006. Disponível em:
<http://goo.gl/gfT1R7>. Acesso em: 28 nov. 2018.
OLIVEIRA, M. C.; PEREIRA, D.J. S.; RIBEIRO, J.F. Viveiro e Produção de Mudas de
algumas espécies arbóreas Nativas do Cerrado. Planaltina-DF: EMBRAPA Cerrados,
2005. 76 p. Disponível em: www.cpac.embrapa.br/download/1644/t. Acesso em 2 fev.
2019.
SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. Diagnóstico dos produtores
de mudas florestais nativas do estado de São Paulo. São Paulo: SMA-SP, 2011.
TOMAZ, Wisley. Terra e Criação. Produção de flores ganha espaço em Mato Grosso,
Gazeta Digital, p. 1, 4 de maio de 2009. Disponível em:
http://www.gazetadigital.com.br/suplementos/terra-e-criacao/producao-de-flores-ganha-
espaco-em-mato-grosso/209460. Acesso em: 24 jan. 2019.
TZOULAS, K., KORPELA, K., VENN, S., YLI-PELKONEN, V., KAZMIERCZAK, A.,
NIEMELA, J., & JAMES, P. (2007). Promoting ecosystem and human health in urban
43
areas using Green Infrastructure: A literature review. Landscape and urban planning,
81(3), 167-178. Disponível em:<
https://pdfs.semanticscholar.org/5d8e/c07c68fbfee5c6f1bf10bbda4aca98c7bc3d.pdf>
Acesso em 6 fev. 2019.
44
ANEXO A
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA
LEVANTAMENTO DE PRODUTORES DE MUDAS FLORESTAIS
1. PRODUÇÃO
Produção total anual:
Capacidade máxima de produção:
Nº de espécies produzidas:
2. RECIPIENTES UTILIZADOS
Tubetes de plástico ____________ % da produção tamanho médio da muda:____
Sacos plástico________ % da produção tamanho médio da muda:____
Outros ______________% da produção
3. SUBSTRATO UTILIZADO
( ) Comprado ( ) Produzido no próprio viveiro
4. ADUBAÇÃO
( ) Química ( ) Orgânica ( ) Foliar (liquida)
5. CONTROLE FITOSSANITÁRIO
( ) Plantas invasoras ( ) Doenças ( ) Pragas
Com produtos químicos? ( ) Sim ( ) Não
8. FINALIDADE DA PRODUÇÃO
( ) % Doação ( ) % Vendas a terceiro
( ) % Uso próprio ( ) % Troca
11.PERFIL DE CLIENTE
( ) % Iniciativa Privada
( ) % 3º setor (comunidade em geral sem fins lucrativos)
( ) % Iniciativa Pública
46
ANEXO B
Compensação Ambiental
Viveiro:
Empresas que doam mudas: Ex: Nomes de empresas:
( ) Privada
( ) Publica
Quem pode obter mudar:
Documentação exigida para o recebimento de mudas:
Existe alguma fiscalização:
Custo para manter o projeto:
Existe Licenciamento Ambiental:
Como é avaliado a escolha do local de plantio?
Demanda de procura por mudas: aumentou? É suficiente?
Destino das mudas:
( ) reflorestamento ( ) arborização urbana
( ) paisagismo ( ) Outras