Módulo 3 - Gestão de Processos
Módulo 3 - Gestão de Processos
Módulo 3 - Gestão de Processos
Processos
Módulo
3 Gestão de Processos
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente
Diogo Godinho Ramos Costa
Equipe responsável
André Ribeiro Ferreira, 2021.
Enap, 2021
2.1 Indicadores.......................................................................... 18
Referências ..................................................................................... 41
Gestão de Processos
CBOK_v2.0_Portuguese_Edition_Thrid_Release_Look_Inside.
https://www.abpmp-br.org/educacao/bpm-cbok/
2. BPM envolve definição deliberada, colaborativa e cada vez mais suportada por
tecnologia, melhoria, inovação e gerenciamento de processos de negócio ponta a
ponta que conduzem a resultados de negócios, criam valor e habilitam a organização
para alcançar seus objetivos com maior agilidade.
O domínio de conhecimentos referentes a BPM permite aos profissionais obter o Certified Business
Process Professional (CBPP®), sendo esta uma certificação profissional registrada da ABPMP -
Associação International, que atesta conhecimento, experiência e prática em Gerenciamento de
Processos de Negócio (BPM).
Competências:
Normas ISO
A série de normas ISO foram criadas pela Organização Internacional de
Padronização (ISO) com o objetivo de melhorar a qualidade de produtos e serviços.
Ess as normas certificam produtos e serviços em várias organizações no
mundo todo, sendo baseadas num documento de normas que oferece um
modelo padrão para a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade.
No Brasil, ess as normas são compostas pela sigla NBR e são criadas e gerenciadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming é um ciclo de desenvolvimento que tem
foco na melhoria contínua. O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem
O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de gestão e pode ser utilizado
em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independentemente de
sua área de atuação. O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de
ações planejadas é executada; checa-se se o que foi feito estava de acordo com o planejado,
constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou, ao
menos, mitigar defeitos no produto ou na execução.
• Planejamento da qualidade.
• Controle da qualidade.
• Melhoria contínua.
+ Planejamento
2) Identificação do cliente:
• Identifique o grupo que é o próximo a participar no processo de trabalho.
• Identifique a pessoa dentro do grupo.
• Verifique se há clientes indiretos.
• Verifique a sequência do processo até chegar ao cliente final.
+ Organização
+ Controle
2) Reciclagem do Processo:
• Procure identificar as oportunidades de melhoria, se nenhum problema for
detectado.
• Adote a metodologia de análise e solução de problemas, se a avaliação
indicar a existência de um resultado indesejado do processo.
• Recicle o processo.
1) Planejamento da qualidade
2) Manutenção da qualidade:
Garantia do cumprimento dos padrões de trabalho (processos existentes) para manter estáveis
as características do produto/serviço, garantindo assim a satisfação das pessoas. Nesse caso,
• Definir meta-padrão.
• Executar o POP.
3) Melhoria da qualidade:
Melhoria contínua dos padrões de trabalho (processos existentes) para satisfazer cada vez mais
as pessoas.
Nesse caso, temos o gerenciamento das melhorias, que envolve os seguintes procedimentos:
• Identificar o problema.
A seguir apresentamos alguns diagramas para facilitar a sua compreensão dos dois tipos de
gerenciamento: manutenção e melhoria.
2.1 Indicadores
Nesta seção, abordaremos o conceito de indicadores, os principais indicadores aplicados à gestão
de processos; e a orientação para a padronização do processo em procedimento operacional
padrão.
Por que é relevante abordar esse tema? A resposta para tal pergunta é uma máxima, que pode
parecer muito evidente, mas envolve procedimentos cruciais para a melhoria dos processos e
para a gestão organizacional: quem não mede, não gerencia.
h,
Destaque,h
O que são indicadores?
• Dimensões da Qualidade:
{ Qualidade Intrínseca (QI): são as características técnicas asseguradas ao
produto ou serviço, que conferem sua habilidade de satisfazer as necessidades
dos clientes.
{ Custo (C): representa o conjunto de valores que a organização retira da
sociedade (materiais, energia, informação) e aos quais agrega valor para essa
mesma sociedade.
{ Atendimento (A): é a garantia de entrega dos produtos ou serviços (finais ou
intermediários) no prazo, local e quantidade acertadas. O mesmo que entrega.
{ Segurança (S): envolve a segurança física dos servidores e dos usuários do
produto/serviço.
{ Moral (M): é a dimensão da qualidade que mede o nível médio de satisfação
das pessoas de uma organização.
{ Ética (E): trata-se da dimensão da qualidade relacionada ao cumprimento de
normas, regulamentos, leis e códigos de conduta na organização.
Para que os indicadores se tornem viáveis e práticos, devem possuir alguns atributos especiais,
a saber:
+ Representatividade:
Captação das etapas mais importantes e críticas dos processos, no local certo,
para que seja suficientemente representativo e abrangente. Dados desnecessários
ou inexistentes não devem ser coletados. Em contrapartida, dados importantes
devem ser precisos, atender aos objetivos e ser buscados na fonte correta. Este
atributo merece certa atenção, pois indicadores muito representativos tendem a
ser mais difíceis de ser obtidos. Deve-se, portanto, haver certo equilíbrio entre a
representatividade e a disponibilidade para coleta.
+ Simplicidade:
+ Rastreabilidade:
+ Disponibilidade:
Facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo, para as pessoas certas
e sem distorções, servindo de base para que decisões sejam tomadas. De nada
adiantaria informações atrasadas e desatualizadas, embora corretas; ou informações
atuais e corretas, mas para a pessoa errada.
+ Economia:
Não deve ser gasto tempo demais procurando dados, muito menos pesquisando ou
aguardando novos métodos de coleta. Os benefícios trazidos com os indicadores
devem ser maiores que os custos incorridos na medição. Caso contrário, em pouco
tempo a organização estará medindo sua própria falência.
+ Praticidade:
Indicadores da Qualidade
O que são?
Esses indicadores podem ser definidos de duas formas, como Indicadores da Não Qualidade ou
Indicadores da Qualidade.
Para que possam ser calculados, suas fórmulas propõem que comparemos o que foi produzido
(denominador) com:
• O que deixou de ser feito ou foi mal feito (numerador) no caso da Não Qualidade
ou
• O que foi feito corretamente (numerador) no caso da Qualidade.
INDICADORES DA QUALIDADE
O resultado da aplicação deste indicador para um processo que produziu 2000 produtos dos
quais 10 foram considerados defeituosos, é igual a:
Poderíamos definir o indicador deste processo da forma inversa, com um Indicador da Qualidade
da seguinte forma:
INDICADORES DA QUALIDADE
QUADRO RESUMO
ou
ou
Indicadores de Produtividade
O que são?
Os Indicadores de Produtividade são ligados à eficiência, estão dentro dos processos e tratam da
utilização dos recursos para a geração de produtos e serviços. Medir o que se passa, no interior
dos processos e atividades, permite identificar problemas e, consequentemente, preveni-los
para que não tragam prejuízos aos clientes.
Os Indicadores de Produtividade são muito importantes, uma vez que permitem uma avaliação
precisa do esforço empregado para gerar os produtos e serviços. Além disso, devem andar lado
a lado com os de Qualidade, formando, assim, o equilíbrio necessário ao desempenho global da
organização.
Por exemplo: com uma classe de apenas cinco alunos, um professor teria condições de conseguir
oferecer serviços de altíssima q ualidade – seus alunos receberiam muito mais atenção. A
produtividade, entretanto, estaria comprometida: a proporção de um professor para cinco alunos
obrigaria a escola a contratar mais profissionais e aumentar seus custos salariais. Por outro lado,
um professor para cem alunos teria poucas condições para fazer um bom trabalho. Embora a
produtividade aumentasse violentamente, a q ualidade do ensino provavelmente cairia.
Observe, portanto, que deve ser dada igual importância aos Indicadores da Qualidade e da
Produtividade, de modo que, ao melhorar um deles, o outro também melhore. Deve se ter em
Para quantificarmos a Produtividade (interna à organização), devemos comparar o que foi gerado
com o que foi empregado de recursos para isso acontecer. O resultado indicará o quanto está
sendo consumido ou utilizado para cada unidade do que foi produzida, entregue ou prestada.
Como vemos, ao contrário dos resultados dos Indicadores da Qualidade que aparecem na forma
de percentual, os Indicadores da Produtividade são uma relação entre 2 unidades de medida
diferentes, uma que quantifica os recursos consumidos ou utilizados e outra que quantifica as
saídas produzidas.
O índice resultante de um Indicador da Produtividade não deve sair em forma de fração, mas
pelo resultado dess a divisão acompanhada da unidade de medida, por exemplo:
Logo podemos considerar que, para uma mesma quantidade de saídas boas produzidas, Eficiência
é:
Ess e valor poderá ser maior que 100% quando alguma melhoria no processo for introduzida e
ele passar a consumir menos recursos que o previsto.
Por exemplo : um processo consumia 5 litros de água por peça fabricada; com a substituição dos
equipamentos usados no processo, passou a gastar 4 litros. A eficiência na utilização do recurso
"água" passou a ser de 5/4 x 100 = 125%.
Quando iss o ocorrer, os padrões usados precisam ser revisados e novos padrões estabelecidos
de acordo com as mudanças ocorridas no processo.
A outra forma de cálculo da Eficiência usada quando consideramos os índices calculados como
saídas por recurso utilizado, é o seguinte
CÁLCULO DE EFICIÊNCIA
Eficiência é a relação entre: o índice de produtividade obtido e o índice considerado como padrão.
Dependendo de como os índices foram definidos, será igual a:
Logo, no cálculo da Eficiência, seria 0,25/0,20 x 100 = 125%, sendo, portanto, o mesmo, pois são
apenas 2 maneiras diferentes de representar a mesma coisa.
Da mesma forma que podemos medir a Ineficácia, medimos também a Ineficiência que definimos
como:
Indicadores da Capacidade
O que são?
Bons índices da qualidade e produtividade não garantirão uma fatia de mercado se, por falta de
capacidade, a organização não puder atender os clientes interessados em seu produto ou serviço
em tempo considerado curto ou razoável, o que à curto prazo afetaria diretamente o Indicador
da Qualidade do processo.
PROBLEMA
- Albert Einstein
-Vilfredo Pareto
Podemos conceituar problema como a diferença encontrada entre uma situação desejada e a
situação do momento, isto é, entre o que se quer e o que se tem, sendo o que se quer a meta
que se deseja alcançar. O problema também é conhecido como o resultado ou efeito indesejado
de um processo , um desvio da condição ou situação desejada; q uando o padrão, meta, objetivo,
alvo ou resultado não é alcançado.
Falhas na comunicação de informações e ideias pela equipe que realiza a análise e melhoria
de processo podem ocasionar dificuldade de conhecimento ou habilidade em articulação,
dificuldade no emprego de linguagem apropriada para a redação do problema.
Além disso, é importante considerar que a emoção envolvida na análise e melhoria de processo
traz conflitos com as necessidades de solução do problema, provocando:
Aversão ao risco, desprezando ideias não convencionais por uma simples de segurança;
Com ess as considerações, percebe-se a importância de usar um método capaz de ajudar nas
etapas de análise e solução de problemas, principalmente nas formas de decisão, que passam
pela decisão de autoridade, decisão da minoria, decisão da maioria e decisão por consenso,
em que o uso de ferramentas de priorização ajuda a minimizar eventuais problemas na equipe,
acelerando, quando necessário, o encaminhamento das decisões e dos resultados da análise.
A partir da correta definição do problema será possível identificar as causas com foco de análise
e, posteriormente, caracterizar a direção da solução dele.
Em geral falamos que tudo é "problema" e quase nunca falarmos em "causa", o que pode gerar
muita confusão .
Problemas podem ter diversas dimensões e diferentes implicações, mas deve-se entender que
o foco para os levantar é o CLIENTE do seu processo. Problemas se encontram na interface
da entrega do produto do processo ao cliente, em virtude dos requisitos dele. Requisitos não
atendidos levam à insatisfação do cliente, o que gera um PROBLEMA. No interior do processo
estão as causas.
Cabe lembrar que a caracterização de um problema pressupõe a existência de algo "errado", que
deve ser "corrigido". Mas o conceito de "errado" é relativo e depende dos critérios utilizados
para avaliação dos fatos e, assim, para reduzir os erros de avaliação, o foco é o c liente.
Redação de “causa” é semelhante à de “problema”: deve ser clara e ter característica negativa,
isto é, apresentar um adjetivo que ajude a caracterizar e entender o problema. Problemas
menores causam problemas maiores em cadeia ou rede, por isso a importância de ferramentas,
tais como o Diagrama de Ishikawa ou o Diagrama de Árvore, os quais permitem análise das
causas em cadeia, relacionadas ao problema escolhido.
Deve-se evitar o uso da palavra “falta”, pois ela, em geral, representa mais efeito do que causa e
permite duplo entendimento. FALTA PESSOAL significa que não tem nenhum? Ou que tem algum,
mas insuficiente? Utiliza-se “falta” quando quiser representar ausência total. Dess a forma, evita-
se duplo entendimento. Além disso, relaciona-se ao processo.
h,
Destaque,h
Principais erros na elaboração de problemas:
É POSSÍVEL QUE A DEFINIÇÃO DO PROBLEMA TENHA QUE SER REVISTA MUITAS VEZES!
f. É possível que a definição do problema tenha que ser revisto várias vezes.
A clara definição do problema tem um impacto muito forte no passo seguinte da Metodologia de
Solução de Problemas que vem a ser o levantamento das causas.
Perguntando de outro modo: quem aplica o MASP ( Método de Análise e Solução de Problemas)
nas empresas?
Os operadores são capazes de resolver problemas? Depende: se tiverem sido treinados para isso,
são. Portanto, a solução de problemas, através do MASP, é feita pelos operadores e supervisores
orientados pelo gerente.
A exigência de conhecer as ferramentas que cada tarefa do MASP geralmente requer é muito
importante: as decisões não são tomadas apenas com base na intuição ou experiência dos
participantes do MASP, mas de acordo com certas metodologias.
Perguntando de outro modo: quem aplica o MASP - Método de Análise e Solução de Problemas
- nas empresas?
h,
Destaque,h
Os sistemas administrativos clicentristas têm o foco no cliente, e os empregados
participam das discussões dos problemas interagindo com seus superiores
hierárquicos. Uma empresa clicentrista não se dá ao luxo de perder as ideias
de seus funcionários apenas porque eles não estão em níveis gerenciais.
• Listar recursos.
• Mapear os processos.
• Capacitar funcionários que atuam nos processos importantes para que possam
elaborar os POP e acompanhar o desempenho dos ICQ.
O mapeamento dos processos importantes é fundamental, pois não é possível melhorar o que
não se conhece. Por isso, a Unidade de Gerenciamento deve identificar o objetivo, o produto
(ou serviço), o gerente, os clientes e suas necessidades, as dimensões da qualidade e os Itens de
Controle da Qualidade (ICQ) relacionados a cada processo importante.
Como fazer?
• Identificar o objetivo
• Identificar o gerente
Como fazer?
• Definir o ICQ (efeito)
• Definir os Itens de Verificação (meios ou causas)
A figura a seguir mostra as possíveis causas (IVQ) para o efeito (ICQ) índice de insatisfação do
cidadão com o atendimento no Setor de Arrecadação: método de trabalho, funcionário, cidadão,
arranjo espacial (layout), material informativo e ambiente.
PROCEDIMENTO OPERACIONAL
PADRÃO PROCESSO:
Tarefa:
O quê? (Preencher com o nome da tarefa)
Local:
Onde? (Local onde será executada a Tarefa)
Cargo:
Quem? (Cargo dos executantes da Tarefa. Apenas 01 Cargo por Tarefa)
Condições necessárias:
........
........
Item de verificação?
(Condições que devem ser atendidas para que a Tarefa possa ser executada)
Atividade:
........
........
Como e quando? ........
Resultado esperado:
Por que?
(O que deve ser obtido com a execução da Tarefa)
Anormalidades – Ação
Verificação e Ação?
(Problemas que podem ocorrer – O que o Executante da Tarefa deve fazer)
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 4ª ed. São Paulo: Makron
Books, 1993.
GUIMARÃES, José Ribeiro Soares; JANUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sintéticos no processo
de formulação e avaliação de políticas públicas: limites e legitimidades. Mimeo. Trabalho
apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu-
MG – Brasil, de 20 a 24 de setembro de 2004.
LIMA, Paulo Daniel Barreto. Excelência em gestão pública: a trajetória e a estratégia do gespública.
Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2007.
MARANHÃO, Mauriti; MACIEIRA, Maria Elisa Bastos. O processo nosso de cada dia: modelagem
de processos de trabalho. Rio de Janeiro : Editora Qualitymark , 2004
KUME, Hitoshi. The QC Story. In: KUME, Hitoshi. Statistical Methods for Quality Improvement.
Tokyo: 3A Corporation, 1992, p. 191-206.