Aula de Alimentos

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Características da Obrigação Alimentar

a) Irrepetibilidade:

Trata-se da impossibilidade jurídica de sua restituição. Mesmo que se tenha


pagado errado, não se pode exigir de volta os alimentos que foram pagos.

Por ex., os alimentos gravídicos são pagos em favor do nascituro e/ou da


gestante; ambos são beneficiados e existe uma discussão a esse respeito,
mas o alvo principal é o nascituro.

Por isso, a gestante tem o direito de exigir esse pagamento antes do


momento do parto, visto que ela tem gastos pré-natais.

Imagine que o pai da criança pagou alimentos gravídicos ao longo dos 9


(nove) meses de gestação e que, quando a criança nasceu, ficou provado que
não era seu filho.

Nesse caso, não é possível exigir que os valores pagos sejam devolvidos, pois
os alimentos são, em essência, irrepetíveis, sendo essa uma característica da
obrigação alimentar.

O que pode ser feito é ajuizar uma demanda de natureza indenizatória


contra o verdadeiro pai, que é quem deveria de fato pagar os alimentos.

b) Reciprocidade:

A ideia é simples: aquele que, em tese, tem direito a receber alimentos, da


mesma forma pode vir posteriormente a juízo exigi-los para si, se houver
necessidade. Tal não se aplica, ao menos em regra, na vigência do Poder
Familiar.

Em outras palavras, reciprocidade nos alimentos significa que aquele que


pede pode um dia ter que pagar; ou seja, o pai paga os alimentos para seu
filho e, ao ficar idoso, por ex., pode precisar pedir que o filho pague alimentos
para ele.
Durante o período do Poder Familiar, que em regra é exercido até 18 (dezoito)
anos, essa reciprocidade em geral não fica nítida, pois é muito raro o pai ter
que pedir alimentos ao filho menor.

Assim, em geral os alimentos são recíprocos após o Poder Familiar. Essa


reciprocidade também pode existir entre cônjuges.

c) Imprescritibilidade:

O direito em si (de receber alimentos) é imprescritível, mas não o são as


parcelas vencidas e inadimplidas, que prescrevem. CC. Art. 206. Prescreve: (…) §
2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da
data em que se vencerem.

EXPLICANDO - O DIREITO DE ALIMENTO é imprescritível , o filho tem sempre


o direito de pedor alimentos

mas o pagamento das PARCELAC NAO PAGAS VENCIDAS - precreve em dois


anos, se o filho nao formular o pedido de pagamento em dois anos, ele nao
pode pedir mais, prescreve

Assim, o direito abstratamente considerado não tem prazo, sendo


imprescritível; havendo necessidade de quem pede, capacidade de quem
pague e fundamento, a pessoa tem direito aos alimentos.

Entretanto, se a pessoa exerceu o direito em juízo e o juiz condenou o réu a


pagar, caso existam prestações vencidas, elas prescrevem.
Em outras palavras, o direito que o filho tem de pedir alimentos para o pai
não tem um prazo e poderá ser exercido enquanto houver necessidade (por
ex., se o filho tiver uma invalidez ou uma vulnerabilidade de saúde).

O que tem prazo são as prestações de alimentos já vencidas. Caso um pai


seja condenado a pagar pensão alimentícia a seu filho, mas não tenha
pagado as últimas quatro prestações, essas prestações já vencidas,
inadimplidas, têm prazo prescricional para serem exigidas: 2 (dois) anos.

Caso o filho não cobre nesse período, prescreve e ele não poderá mais
cobrar.

d) Irrenunciabilidade e Incessibilidade (art. 1.707, CC):


ex: mae vai ao forume tenta renunciar o pedido de alimentos do filho,
nao pode os alimentos é irrenunciavel e ainda os alimentos nao podem
ser cedidos a terceiro
Ainda que, durante algum tempo, o indivíduo não tenha exercitado o
direito aos alimentos, nada impede que ele venha a juízo,
posteriormente, exercê-lo, não se configurando renúncia tácita o seu
silêncio.

Há entendimento na jurisprudência quanto à possibilidade renúncia entre os


cônjuges, mas a matéria é polêmica

(REsp 199427 / SP; REsp 1.073.052/SC).


Assim, o direito aos alimentos em regra é irrenunciável, ou seja, não se pode
renunciar a ele. Além disso, não pode ser cedido a terceiro, sendo essa a
incessibilidade.

e) Incompensabilidade e Impenhorabilidade (art.1.707, CC):

O crédito de alimentos, dada a sua especial natureza, não pode ser objeto de
compensação, pois mesmo que o credor (alimentando) seja devedor do
alimentante (responsável pelo pagamento) em dívida de outra natureza, a
garantia do mínimo existencial impõe o reconhecimento, ao menos em regra,
da impossibilidade de compensação. Essa vedação é objeto, inclusive, de
outra previsão legal: art. 373, II, CC/2002. Assim, os alimentos não são
passíveis de compensação nem de penhora.

Ou seja, não pode haver compensação entre, de um lado, o direito aos


alimentos que o credor tem e, de outro lado, um eventual direito de crédito
que o responsável pelo pagamento tenha contra esse credor.

Ex.: Imagine que Pablo, em uma ação de alimentos, foi condenado a pagar
uma pensão alimentícia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês a seu filho. No
mês passado, o filho de Pablo, brincando de bola na casa do pai, quebrou a
televisão. Pablo então ligou para sua ex-esposa, mãe da criança, e disse que
o orçamento para conserto do aparelho é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais),
informando que descontaria esse valor da pensão daquele mês, pagando
apenas R$ 1.000,00 (mil reais). Entretanto, ele não pode fazer isso, pois os
alimentos são incompensáveis. Quanto à TV quebrada, como a criança é
filho de Pablo, que é responsável por ele enquanto no período em que estiver
com ele, não há o que cobrar. Caso o filho tivesse causado um estrago no
carro do vizinho, por ex., ainda assim Pablo não poderia compensar.

Como o Direito não é uma ciência exata, existem situações em que o STJ
flexibiliza essa incompensabilidade da obrigação alimentar. Observe o
seguinte julgado:

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. NECESSIDADE. EXECUÇÃO.


COMPENSAÇÃO. OUTRAS VERBAS. CARÁTER EXCEPCIONAL.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. NECESSIDADE. POSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. (…) 2. Em casos excepcionais, a regra geral deve ser afastada de forma
a evitar o enriquecimento sem causa do credor de alimentos. Precedentes. 3.
Hipótese em que o devedor dos alimentos pagou as cotas de condomínio e
IPTU de imóvel de sua propriedade e no qual residem gratuitamente os
alimentandos, obrigação esta que, segundo a compreensão das instâncias
do origem, com base nas provas dos autos, deveria ter sido adimplida pelos
ocupantes do bem. (…) (AgInt nos EDcl no REsp 1577110/SP, Rel. Ministro
LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),
Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 08/05/2018, DJe 01/08/2018)
Ex.: Considere que a ex-esposa de Pablo e seus dois filhos moram
gratuitamente em um apartamento dele, e de acordo com o julgado acima,
eles deveriam pagar taxa de condomínio e IPTU. Pablo então foi
surpreendido com a informação de que eles não estavam pagando nenhum
dos dois, de modo que eles seriam desalojados. Com isso, Pablo pagou o
condomínio em atraso e pagou o IPTU à prefeitura, de modo que, nesse mês,
ele precisou compensar o que pagou, o crédito que ele tem (visto que a
obrigação era da ex-esposa e dos filhos), com o débito alimentício que ele
tem perante eles. Nessa situação, o STJ admitiu excepcionalmente a
compensação, pois o devedor de alimentos atuou em favor deles, pagando
as taxas que eles deveriam pagar.

Classificação

1. Quanto à natureza, os alimentos podem ser:

a) Civis ou côngruos: regra geral

aqueles que não se limitam à subsistência, mas também abrangem os gastos


necessários para a manutenção da condição social; são a regra geral e são
mais abrangentes; ou
- abrangente
- mantem a condicao social do credo

b) Naturais:

alimentos naturais são os alimentos básicos, estritamente necessários para


a subsistência.
-basico- o feijao e arroz
2. Quanto à finalidade:

› a) Definitivos: fixados por sentença.

b) Provisórios:

são aqueles fixados liminarmente, na ação de alimentos, segundo o rito


especial da Lei n. 5.478, de 1968. •

A culpa pelo fim do casamento (um dos fundamentos dos alimentos) deve ser
discutida na ação de alimentos?

Esses questionamentos serão respondidos na aula


posterior.

AULA 2

TEMA 10 – ALIMENTOS II
Características

Irrepetibilidade

Trata-se da impossibilidade jurídica de sua restituição. Exemplo: pagou


errado. Alimentos Gravídicos: são pagos em favor do nascituro e/ou da
gestante.
Exemplo: relação de namoro por 4-5 anos, em que a garota engravidou e o
namoro acabou. Obs.: há uma lei que garante à garota o direito de exigir, no
interesse do nascituro, alimentos gravídicos. Obs.: Falsa Imputação de
Paternidade – o filho(a) é de outra pessoa. Reciprocidade A ideia é simples:
aquele que, em tese, tem direito a receber alimentos, da mesma forma pode
vir a juízo exigi-los para si. Tal não se aplica, ao menos em regra, na vigência
do Poder Familiar.

Exemplo: no futuro, quando já estiver idoso(a), pode ser que quem pagava
alimentos ao filho(a) precise pedir alimentos a este filho(a). Poder Familiar:
até 18 anos. Imprescritibilidade O direito, em si (de receber alimentos), é
imprescritível, mas não as parcelas vencidas e inadimplidas, que prescrevem.

Art. 206, § 2º, CC. Prescreve em dois anos a pretensão para haver prestações
alimentares, a partir da data em que se vencerem.

Irrenunciabilidade e Incessibilidade (art. 1.707, CC)

Ainda que, durante algum tempo, o indivíduo não tenha exercitado o direito
aos alimentos, nada impede que ele venha a juízo, posteriormente, exercê-lo,
não se configurando renúncia tácita o seu silêncio.

Há entendimento na jurisprudência quanto à possibilidade de renúncia


entre os cônjuges. Mas a matéria é polêmica

(REsp 199427/SP; REsp 1.073.052/SC). Também não são passíveis de cessão.


Incompensabilidade e Impenhorabilidade (art.1.707, CC) O crédito de
alimentos, dada a sua especial natureza, não pode ser objeto de
compensação, pois mesmo que o credor (alimentando) seja devedor do
alimentante (responsável pelo pagamento) em dívida de outra natureza, a
garantia do mínimo existencial impõe o reconhecimento, ao menos em regra,
da impossibilidade de compensação. Essa vedação é objeto, inclusive, de
outra previsão legal: art. 373, II, CC/2002. A regra geral também é no sentido
da impenhorabilidade. Incompensabilidade – não pode haver compensação
entre, por exemplo, o direito aos alimentos que o credor tem e um eventual
direito de crédito que o responsável pelo pagamento tenha contra esse
credor. Exemplo: o pai paga alimentos ao filho – 5 mil reais por mês – em
determinado mês, o filho foi para a casa do pai e quebrou uma televisão no
valor de 4 mil reais – o pai diz que vai compensar esse valor nos alimentos do
próximo mês, o que não pode, visto que os alimentos são incompensáveis.

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS. NECESSIDADE. EXECUÇÃO.


COMPENSAÇÃO. OUTRAS VERBAS. CARÁTER EXCEPCIONAL.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. NECESSIDADE. POSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. (...) 2. Em casos excepcionais, a regra geral deve ser afastada de forma
a evitar o enriquecimento sem causa do credor de alimentos. Precedentes.

3. Hipótese em que o devedor dos alimentos pagou as cotas de condomínio e


IPTU de imóvel de sua propriedade e no qual residem gratuitamente os
alimentandos, obrigação esta que, segundo a compreensão das instâncias de
origem, com base nas provas dos autos, deveria ter sido adimplida pelos
ocupantes do bem. (...) (AgInt nos EDcl no REsp 1577110/SP, Rel. Ministro
LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO),
Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 08/05/2018, DJe 01/08/2018) Quanto à natureza, os alimentos podem ser: a)
civis ou côngruos: são aqueles que não se limitam à subsistência, mas
também abrangem os gastos necessários para a manutenção da condição
social; (abrangentes) b) naturais: alimentos naturais são os estritamente
necessários para a subsistência. (o básico) Quanto à finalidade: a) Definitivos:
fixados por sentença; b) Provisórios: são aqueles fixados liminarmente, na
ação de alimentos, segundo o rito especial da Lei n. 5.478, de 1968. A culpa
deve ser discutida na ação de alimentos? A pergunta será respondida na
próxima aula.
AULA 3

TEMA 10 – ALIMENTOS III

Quando um juiz condena um réu a pagar alimentos, ele leva em


consideração a culpa pelo fim do casamento, por ex., sendo ela do
credor ou do devedor?

a culpa deve ser discutida na acao de alimenro ?


ex: bete tinha amate e separou de marquin, beth mesmo sendo a culpada
pede alimentos para marquim , pode?

ex: pai de joao pede alimentos porque perdeu tudo em jogos, joao foi o
culpado por perder tudo, mesmo assim joa pode pedir alimentos ao seu filho
mesmo sendo ele culpado ?

(a regra geral no campod e familia é nao discutir culpa, O JUIZ DEVE SE


ANALISAR A NECESSIDADE CAPACIDADE E CONDICAO ECONOMIDA DE QUEM
PAGA

mas há exceções:

HA ARTIGOS NO CC QUEM DESCUTEM CULPA NO CAMPO DE ALIMETOS

A culpa deve ser levada em consideração?


Alimentos x Culpa Art. 1.694.

SÓ PAGA O BASICO- ALIMENTOS NATURAIS

§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a


situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. Exemplo: o
parente se colocou, voluntariamente, em estado de miserabilidade. Obs.: os
alimentos que cobrem apenas o necessário para a subsistência são os
“alimentos naturais” (alimentos necessários).

Art. 1.702. Na separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocente e


desprovido de recursos, prestar-lhe-á o outro a pensão alimentícia que o juiz
fixar, obedecidos os critérios estabelecidos no art. 1.694.

Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de


alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada
pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação
judicial.

NESSE ARTIGO ESTA DISCUTINDO CULPA - ASSIM MARQUIM , FOI O CLPADO


DA SEPRACAO DE BETH, PQ ELE TINHAS DUAS ESPOSAS, ELE SERA
OBRIGADO A PAGAR PENSAO A BETH
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de
alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão
para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz
o valor indispensável à sobrevivência. QUANDO O QUE PEDE ALIMENTOS É
CULPADO MAS NOA TEM CONDICAO. ELE SO RECEBERA OS ALIMENTOS
BASICOS NESSERAIOS, NATURAIS

Obs.: pode haver culpa recíproca (quase sempre). Doutrina “Portanto,


entendemos que a discussão de culpa pela situação de necessidade (arts.
1694, § 2º, CC) ou pelo fim do relacionamento matrimonial ou convivencial (art.
1704, CC) ainda é relevante para efeito de estabelecer que os alimentos serão
naturais, e não côngruos.

Deixe-se claro que, em nenhum momento, está-se afirmando aqui que a culpa
afasta completamente o dever de pagar os alimentos. Alias, isso já é questão
pacificada no STJ e, inclusive, já vem sendo decidida monocraticamente
pelos Ministros do STJ diante da consolidação da discussão (...) Apenas está-
se a afirmar que, embora os alimentos sejam devidos apesar da culpa do
alimentado, eles serão estipulados como alimentos necessários, e não como
côngruos”. CARLOS E. E. DE OLIVEIRA – Alimentos naturais para ex-cônjuge ou
parentes culpados. Fonte:

https://www.conjur.com.br/2020-jul-27/direito-civil-atual-alimentos-naturais-
ex-conjuge-ou- -parentes-culpados
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
SEPARAÇÃO JUDICIAL/DIVÓRCIO. IMPUTAÇÃO DE CULPA AO OUTRO
CÔNJUGE. IRRELEVÂNCIA PARA O EFEITO DE ALIMENTOS, NO CASO
CONCRETO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (...) 2.
Depreende-se do acórdão recorrido que a questão dos alimentos
devidos ao cônjuge virago foi examinada, exclusivamente, diante do
trinômio necessidade/possibilidade/proporcionalidade, sendo
irrelevante, no caso concreto, para o efeito de alimentos, a culpa da
mulher. 3. Esta Corte já se manifestou no sentido de que, no divórcio
direto, nos termos do art. 40 da Lei 6.515/77, é irrelevante a culpa da
mulher, para o efeito de alimentos (REsp 67.493/ SC, Rel. Ministro
PAULO COSTA LEITE, TERCEIRA TURMA, julgado em 30/10/1995, DJ de
26/08/1996, p. 29.681). (...) STJ - AgInt no AREsp: 343031 MG 2013/0148081-4,
Relator: Ministro LÁZARO GUIMARÃES DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 5ª REGIÃO), Data de Julgamento: 22/03/2018, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 02/04/2018

Alimentos x Indignidade

INDIGNIDADE NOS ALIMENTOS

Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor,


cessa o dever de prestar alimentos. Exemplo: novo casamento, nova união
estável, relação de concubinato, etc. Exemplo: senhora recebia uma pensão
alimentícia do ex-marido e começou a namorar depois de um tempo – o
marido parou de pagar, mas namorar pode e a senhora teria que continuar a
receber

Obs.: hoje, a regra é que os alimentos entre cônjuges são temporários.


Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos,
se tiver procedimento indigno em relação ao devedor

Exemplo: o filho agrediu o pai. Obs.: depende do caso concreto, visto que a
lei não estabelece o que é um procedimento indigno. Trata-se de um conceito
aberto ou indeterminado, no qual devem se subsumir condutas pautadas por
intensa e manifesta gravidade. Obs.: em caso de “procedimento indigno”, não
são fixados, simplesmente, alimentos mínimos para a subsistência (naturais),
mas se opera a própria exoneração da obrigação alimentar. TJSP
ALIMENTOS.
Demanda proposta pela mãe em face do filho. Inadmissibilidade. Genitora
que cometeu crime de homicídio doloso em face do pai do alimentante.
Conduta repugnante que configura comportamento indigno e ofensivo a
todos os parentes da vítima e afasta o dever alimentar. Aplicabilidade, por
analogia, do art. 1.708 do CC que se evidencia. (TJSP Ap 0017611 74.2011.8.26.0003
7.ª Câmara de Direito Privado j. 25.11.2015, Rel. Des. Rômolo Russo)

A obrigação alimentar é transmissível?

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