Aula de Alimentos
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a) Irrepetibilidade:
Nesse caso, não é possível exigir que os valores pagos sejam devolvidos, pois
os alimentos são, em essência, irrepetíveis, sendo essa uma característica da
obrigação alimentar.
b) Reciprocidade:
c) Imprescritibilidade:
Caso o filho não cobre nesse período, prescreve e ele não poderá mais
cobrar.
O crédito de alimentos, dada a sua especial natureza, não pode ser objeto de
compensação, pois mesmo que o credor (alimentando) seja devedor do
alimentante (responsável pelo pagamento) em dívida de outra natureza, a
garantia do mínimo existencial impõe o reconhecimento, ao menos em regra,
da impossibilidade de compensação. Essa vedação é objeto, inclusive, de
outra previsão legal: art. 373, II, CC/2002. Assim, os alimentos não são
passíveis de compensação nem de penhora.
Ex.: Imagine que Pablo, em uma ação de alimentos, foi condenado a pagar
uma pensão alimentícia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês a seu filho. No
mês passado, o filho de Pablo, brincando de bola na casa do pai, quebrou a
televisão. Pablo então ligou para sua ex-esposa, mãe da criança, e disse que
o orçamento para conserto do aparelho é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais),
informando que descontaria esse valor da pensão daquele mês, pagando
apenas R$ 1.000,00 (mil reais). Entretanto, ele não pode fazer isso, pois os
alimentos são incompensáveis. Quanto à TV quebrada, como a criança é
filho de Pablo, que é responsável por ele enquanto no período em que estiver
com ele, não há o que cobrar. Caso o filho tivesse causado um estrago no
carro do vizinho, por ex., ainda assim Pablo não poderia compensar.
Como o Direito não é uma ciência exata, existem situações em que o STJ
flexibiliza essa incompensabilidade da obrigação alimentar. Observe o
seguinte julgado:
Classificação
b) Naturais:
b) Provisórios:
A culpa pelo fim do casamento (um dos fundamentos dos alimentos) deve ser
discutida na ação de alimentos?
AULA 2
TEMA 10 – ALIMENTOS II
Características
Irrepetibilidade
Exemplo: no futuro, quando já estiver idoso(a), pode ser que quem pagava
alimentos ao filho(a) precise pedir alimentos a este filho(a). Poder Familiar:
até 18 anos. Imprescritibilidade O direito, em si (de receber alimentos), é
imprescritível, mas não as parcelas vencidas e inadimplidas, que prescrevem.
Art. 206, § 2º, CC. Prescreve em dois anos a pretensão para haver prestações
alimentares, a partir da data em que se vencerem.
Ainda que, durante algum tempo, o indivíduo não tenha exercitado o direito
aos alimentos, nada impede que ele venha a juízo, posteriormente, exercê-lo,
não se configurando renúncia tácita o seu silêncio.
ex: pai de joao pede alimentos porque perdeu tudo em jogos, joao foi o
culpado por perder tudo, mesmo assim joa pode pedir alimentos ao seu filho
mesmo sendo ele culpado ?
mas há exceções:
Deixe-se claro que, em nenhum momento, está-se afirmando aqui que a culpa
afasta completamente o dever de pagar os alimentos. Alias, isso já é questão
pacificada no STJ e, inclusive, já vem sendo decidida monocraticamente
pelos Ministros do STJ diante da consolidação da discussão (...) Apenas está-
se a afirmar que, embora os alimentos sejam devidos apesar da culpa do
alimentado, eles serão estipulados como alimentos necessários, e não como
côngruos”. CARLOS E. E. DE OLIVEIRA – Alimentos naturais para ex-cônjuge ou
parentes culpados. Fonte:
https://www.conjur.com.br/2020-jul-27/direito-civil-atual-alimentos-naturais-
ex-conjuge-ou- -parentes-culpados
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE
SEPARAÇÃO JUDICIAL/DIVÓRCIO. IMPUTAÇÃO DE CULPA AO OUTRO
CÔNJUGE. IRRELEVÂNCIA PARA O EFEITO DE ALIMENTOS, NO CASO
CONCRETO. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (...) 2.
Depreende-se do acórdão recorrido que a questão dos alimentos
devidos ao cônjuge virago foi examinada, exclusivamente, diante do
trinômio necessidade/possibilidade/proporcionalidade, sendo
irrelevante, no caso concreto, para o efeito de alimentos, a culpa da
mulher. 3. Esta Corte já se manifestou no sentido de que, no divórcio
direto, nos termos do art. 40 da Lei 6.515/77, é irrelevante a culpa da
mulher, para o efeito de alimentos (REsp 67.493/ SC, Rel. Ministro
PAULO COSTA LEITE, TERCEIRA TURMA, julgado em 30/10/1995, DJ de
26/08/1996, p. 29.681). (...) STJ - AgInt no AREsp: 343031 MG 2013/0148081-4,
Relator: Ministro LÁZARO GUIMARÃES DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 5ª REGIÃO), Data de Julgamento: 22/03/2018, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 02/04/2018
Alimentos x Indignidade
Exemplo: o filho agrediu o pai. Obs.: depende do caso concreto, visto que a
lei não estabelece o que é um procedimento indigno. Trata-se de um conceito
aberto ou indeterminado, no qual devem se subsumir condutas pautadas por
intensa e manifesta gravidade. Obs.: em caso de “procedimento indigno”, não
são fixados, simplesmente, alimentos mínimos para a subsistência (naturais),
mas se opera a própria exoneração da obrigação alimentar. TJSP
ALIMENTOS.
Demanda proposta pela mãe em face do filho. Inadmissibilidade. Genitora
que cometeu crime de homicídio doloso em face do pai do alimentante.
Conduta repugnante que configura comportamento indigno e ofensivo a
todos os parentes da vítima e afasta o dever alimentar. Aplicabilidade, por
analogia, do art. 1.708 do CC que se evidencia. (TJSP Ap 0017611 74.2011.8.26.0003
7.ª Câmara de Direito Privado j. 25.11.2015, Rel. Des. Rômolo Russo)