Apostila de Fotografia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 81

CURSO DE FOTOGRAFIA 2/81

Elaboração: Raimundo Sampaio


SUMÁRIO

1 HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA .................................................................................... 5


1.1 AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS..................................................................................... 5
1.2 AS VERDADEIRAS FOTOGRAFIAS (BREVE HISTÓRICO) ................................................ 5
1.3 A REVOLUÇÃO FOTOGRÁFICA .................................................................................... 6
1.4 EM RESUMO A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA PASSA PELAS SEGUINTES ETAPAS: .............. 7
2 CÂMARAS....................................................................................................................... 8

3 PARTES DE UMA MÁQUINA ..................................................................................... 9


3.1 OBTURADOR ........................................................................................................ 10
3.2 DIAFRAGMA ......................................................................................................... 11
3.3 LENTES .................................................................................................................. 13
3.4 VELOCIDADE DO OBTURADOR X ABERTURA DO DIAFRAGMA .................................. 13
3.5 OBJETIVAS............................................................................................................ 13
3.5.1 A Necessidade Da Lente .................................................................................. 13
3.5.2 Componentes Básicos Das Objetivas .............................................................. 14
3.5.3 DISTÂNCIA FOCAL........................................................................................ 15
3.6 VISOR ..................................................................................................................... 19
3.7 ALGUNS ACESSÓRIOS........................................................................................ 20
3.7.1 ANÉIS DE EXTENSÃO ................................................................................... 20
3.7.2 ANÉIS DE REVERSÃO ................................................................................... 20
3.7.3 CABO PROPULSOR / ACIONADOR OU DISPARADOR ............................. 21
4 FILME ............................................................................................................................ 21
4.1.1 Sensibilidade do filme...................................................................................... 22
4.1.2 Filmes Reversíveis ........................................................................................... 22
4.1.3 Filmes Negativos ............................................................................................. 22
5 LUZ E COR ................................................................................................................... 23

6 ILUMINAÇÃO .............................................................................................................. 24
6.1 NATURAL .............................................................................................................. 24
6.2 ARTIFICIAL ........................................................................................................... 24
6.2.1 Lâmpada de tungstênio.................................................................................... 24
6.2.2 FLASH ............................................................................................................. 25
6.2.2.1 Flash Eletrônico........................................................................................... 25
6.2.2.1.1 Tipos de Flash........................................................................................ 26
6.2.2.1.2 SUGESTÕES NO USO DO FLASH .................................................... 27
6.2.2.1.3 Flash Circular (para macrofotografia) ................................................... 28
6.3 MEDIÇÃO DE LUZ ............................................................................................... 28
6.4 FOTÔMETRO......................................................................................................... 29
7 EXPOSIÇÃO ................................................................................................................. 29
7.1 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO ............................................................................................ 30
7.2 BRANQUEAMENTO .................................................................................................... 30
7.3 COMPENSAÇÃO DA EXPOSIÇÃO..................................................................... 31
7.3.1 Sub-exposição do tema principal .................................................................... 31
7.3.2 Sobre-exposição do tema principal ................................................................. 31
CURSO DE FOTOGRAFIA 3/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
8 ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO .................................................................. 31
8.1 ELEMENTOS IMPORTANTES NO ENQUADRAMENTO E NA COMPOSIÇÃO ..................... 32
8.2 ENQUADRAMENTO .................................................................................................... 36
8.3 COMPOSIÇÃO ....................................................................................................... 37
9 FOTOGRAFIAS EM “CLOSE-UP” ........................................................................... 41

10 FILTROS.................................................................................................................... 42
10.1 TIPOS DE FILTROS............................................................................................... 42
10.2 FILTROS PARA EFEITOS ESPECIAIS................................................................ 42
11 ACESSÓRIOS ........................................................................................................... 44

12 FOTOGRAFIA DIGITAL........................................................................................ 44
12.1 PRINCÍPIOS DA FOTOGRAFIA .......................................................................... 44
12.1.1 Diferenças entre tradicionais e digitais .......................................................... 44
12.1.2 Controles da câmera e criatividade ................................................................ 45
12.1.3 Automatismo .................................................................................................... 45
12.1.4 O obturador e a exposição .............................................................................. 46
12.1.5 O momento certo ............................................................................................. 46
12.1.6 Obturadores das câmeras digitais................................................................... 47
12.1.7 Usando velocidade de obturador e abertura de diafragma ao mesmo tempo 48
12.1.8 Escolhendo modos de exposição ..................................................................... 49
12.2 RESOLUÇÃO DA IMAGEM................................................................................. 50
12.2.1 A qualidade da imagem ................................................................................... 50
12.2.2 Capacidade de resolução da imagem.............................................................. 52
12.2.3 A tecnologia Foveon........................................................................................ 53
12.2.4 O Tamanho da Imagem ................................................................................... 54
12.2.5 Bits e Bytes ...................................................................................................... 54
12.2.6 Resoluções de Monitor .................................................................................... 55
12.2.7 Resoluções de impressoras e scanners............................................................ 55
12.3 ARQUIVOS E COMPRESSÃO ....................................................................................... 56
12.3.1 Armazenamento da imagem ............................................................................ 56
12.3.2 Imagens em bitmap (ou mapa de bits)............................................................. 56
12.3.3 Formatos de imagens ...................................................................................... 56
12.3.4 Compressão ..................................................................................................... 57
12.3.5 Formatos para câmera digital......................................................................... 58
12.3.6 Cartões de memória ........................................................................................ 60
12.3.7 Equipamentos para armazenamento de arquivos de imagens ........................ 60
12.3.8 Mídias para armazenagem de imagens........................................................... 61
12.4 GERENCIANDO FOTOS ............................................................................................... 64
12.5 IMPRESSÃO ............................................................................................................... 65
12.5.1 Detalhes sobre a impressão............................................................................. 66
12.6 CAPTURANDO IMAGENS POR SCANNERS.................................................................... 67
12.6.1 Aprenda como escanear suas fotos ................................................................. 68
13 DISPONDO AS FOTOGRAFIAS NOS RELATÓRIOS....................................... 69

14 DICAS E RECOMENDAÇÕES............................................................................... 70
14.1 GERAIS ...................................................................................................................... 70
CURSO DE FOTOGRAFIA 4/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
14.2 COMO SEGURAR A MÁQUINA ......................................................................... 71
14.3 CUIDADOS COM A MÁQUINA .......................................................................... 72
14.4 CARREGANDO E REBOBINANDO O FILME............................................................. 72
14.5 AJUSTE DA VELOCIDADE, ABERTURA, FOCALIZAÇÃO.............................................. 74
14.5.1 Velocidade ....................................................................................................... 74
14.5.2 Abertura........................................................................................................... 74
14.5.3 A focalização ................................................................................................... 74
14.5.3.1 Imagem partida ........................................................................................ 74
14.5.3.2 Colar micro-prismas e vidro despolido ................................................... 74
14.6 ERROS MAIS COMUNS ....................................................................................... 74
15 12 PASSOS PARA OBTER UMA BOA FOTOGRAFIA..................................... 75

16 DEZ QUESTÕES BÁSICAS QUE O FOTÓGRAFO DEVE SABER ANTES DE


FOTOGRAFAR..................................................................................................................... 77

17 CURIOSIDADES E QUESTÕES POLÊMICAS ................................................... 78

18 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 80
CURSO DE FOTOGRAFIA 5/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
1 HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA

1.1 AS PRIMEIRAS DESCOBERTAS


A Fotografia nasceu através do método de impressão sobre o papel, executados e
dominados pelos chineses no século VI, época em que, seguramente, não havia
meios de divulgação jornalística eficiente. Passados seiscentos anos, começa a
difusão da fotografia pela Europa com o esforço e curiosidade dos Pioneiros
NIEPCE, FLORENCE, DAGUERRE e TALBOT para torná-la mundialmente
conhecida.

Também no século VI, Leonardo da Vinci descreveu o funcionamento de uma


câmera escura e a utilização prática para a mesma. Construiu uma câmera escura
portátil e substituiu o lado oposto ao do orifício por um pergaminho, através do qual
podia ver a imagem. Desta forma, com o auxílio de seus pincéis, gravava,
pictoricamente, a imagem produzida pela câmera escura. Para que esta imagem não
ficasse invertida, colocou um espelho na parte interna da câmera fazendo com que a
imagem fosse projetada horizontalmente, tornando o trabalho mais cômodo.

Esse método de desenho foi amplamente usado na Europa até fins do séc. XVI. Com
o tempo, foi sendo esquecido e, no século XVII, deixou definitivamente de ser
utilizado.

1.2 AS VERDADEIRAS FOTOGRAFIAS (BREVE HISTÓRICO)

1822 - JOSEPH NICEPHORE NIEPCE, já utilizando a câmera escura de Leonardo


da Vinci, usou papel tratado com cloreto de prata e fixado precariamente com ácido
nítrico, resultando em negativos de baixa densidade.

1826 - FLORENCE, passou a utilizar verniz de asfalto (Betumen da Judéia) aplicado


sobre vidro, além de uma mistura de óleos destinada a fixar a imagem (Heliografia),
com um tempo de exposição de 8 horas.

1830 - LOUIS DAGUERRE, pintor e desenhista francês, usando uma chapa revestida
com iodeto de prata e vapor de mercúrio, (mercúrio aquecido) como agente revelador
e lavando-se a chapa em uma solução de sal de cozinha aquecida, obteve uma
imagem inalterada. . Esta imagem formada é o DAGUERRIÓTIPO, de má qualidade,
com imagem invertida, pouco contraste tonal e com um tempo de exposição entre 15
e 30 minutos.

1835 - JOSEF PETZUAL, matemático Húngaro, fabricou uma lente dupla


(acromática) que, por ter uma grande abertura, era muito mais rápida que as lentes
até então utilizadas, reduzindo drasticamente o tempo de exposição.

1837 - HEARBES FLORENCE, fixou residência no Brasil (Vila de São Carlos -


Campinas na época pequeno lugarejo no interior da província de São Paulo).
Conseguiu, nesta época, fixar cópias fotográficas de desenhos em papel
sensibilizado com o cloreto de ouro, utilizando a urina (em função da amônia
existente em sua composição). O próprio amoníaco (hidróxido de amônia) serviu
como solvente para as provas a base de cloreto de prata.
CURSO DE FOTOGRAFIA 6/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

19 de agosto de 1839 - O governo francês anunciou o nascimento da fotografia na


"Academia de Ciências" e na "Academia de Belas Artes" de Paris, doando ao mundo
a descoberta de um processo fotográfico denominado "Daguereótipo", inventado pelo
pintor LOUIS JACQUES

MANDÉ DAGUERRE (1787 - 1851).

1840 - WILLIAM H. FOX TALBOT, cientista inglês, foi o primeiro a conseguir um


sistema simples para a produção de um número determinado de cópias a partir da
chapa exposta, tendo assim um negativo original (calótipo).

1851 - FREDERIK SCOTT ARCHER, inventor do processo do colóide úmido, ou


seja, uma chapa de vidro com uma solução de nitrato de celulose, na qual havia
iodeto solúvel e uma sensibilização com nitrato de prata. A chapa era umedecida
antes de ser exposta na máquina fotográfica, sendo depois revelada com pirogalol ou
com um sal ferroso.

1871 - RICHARD LEACH MADDOX, inventou a primeira chapa manipulável, usando


gelatina para manter o brometo de prata. Por volta de 1877, placas de alta
sensibilidade, acondicionadas em caixas prontas para serem utilizadas, já eram
encontradas no mercado.

1.3 A REVOLUÇÃO FOTOGRÁFICA

1880 - GEORGE ESATMAN, começa a fabricar e vender a sua própria produção,


fundando a EASTMAN DAY PLATE COMPANY.

1884 - _____. e Willian H. Walker, fabricam um chassi, que comportava um rolo de


papel montado numa base protetora e suficiente para 24 exposições. O chassi
poderia ser encaixado em qualquer câmera padrão, para fotos em chapa.

1886 - _____. Cria-se a Kodak, câmera pequena com um rolo de filme de 6,35 cm,
no qual se obtinham cem exposições circulares. Máquina com uma única velocidade
(1/25s), uma abertura, uma objetiva retilínea de foco fixo e um obturador cilíndrico
acionado em cordão e disparado por meio de um botão.

1889 - HENRY M. RUCHEMBACH, químico da Kodak, aprimora o espesso celulóide


transparente, em filmes de celulóides transparente.

1890 - Já existiam, no mercado, sete modelos de câmera (Kodak) que podiam ser
carregadas à luz natural.

1897 - Modelo dobrável (Kodak) que tirava doze fotografias de 3.80 x 6,35
centímetros.

1900 - Surge a câmera Brownell, modelo mais simples, que tirava foto 6 x 6 cm, em
filme de rolo em cartucho.
CURSO DE FOTOGRAFIA 7/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
1880 - R & J. BECK - Fabricam a primeira máquina de duas objetivas com lentes
interligadas e de foco simultâneo.

1888 - S. D. MACKELLEN - Tirou a patente da primeira máquina reflex na qual o


espelho deslocava-se automaticamente durante a exposição, pois era ligada ao
obturador de cortina.

No início deste século, a história passou a caracterizar-se mais pelo refinamento e


aperfeiçoamento do que por inovações ou invenções:

1924 - A ERMANOX, com chapa única de precisão e diafragma F.1.8;

1925 - A excelente LEICA, precursora de todas as câmeras de 35 mm;

1928 - FRANKE e HEIDECK lançam a Rolleiflex TLR (ou reflex de duas objetivas)

1936 - Surge o filme KODACHROME ( diapositivo - slides) em 16 mm, e 35 mm;

1949 - Surge o polaroide em branco e preto e em cores ;

1950 - A SLR ou reflex mono-objetiva de 35 mm;

1965 - A Instamatic de cartucho 126 mm.

1993 - Cânon EOS 5, que focaliza imagens apenas com a movimentação do olho. O
segredo está no seu visor, que localiza a posição da pupila com uma varredura de
raios infravermelhos.

1994 - Kodak DS 200 ci – digital, sendo o sistema formado pela câmera Nikon 8.008s
com objetiva Nikon e o DSC 200 ci (a parte digital do conjunto). É uma câmera de
imagem computadorizada que permite arquivar até 4,5 mbytes de imagens coloridas
e com ligação direta aos computadores Macintosh ou PC. Podendo arquivar só
imagens Preto e Branco (DS 200 nsi) ou só imagens coloridas (DSC 200 ci).

1.4 EM RESUMO A HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA PASSA PELAS SEGUINTES


ETAPAS:

Ø a imagem era gravada muito suavemente;

Ø a foto ficava completamente preta ao ser observada, pois a luz ambiente enegrecia
toda a chapa;

Ø a chapa tinha que ser exposta à luz por muito tempo e, por este motivo, os objetos
em movimento saiam tremidos, pois sua imagem movimentava-se na chapa durante
a exposição. As soluções foram aparecendo gradativamente :

Ø para que a imagem fosse gravada mais intensamente, foi inventado um processo
físico-químico denominado revelação da imagem. Depois de exposta à luz, a chapa
era submetida ao vapor de mercúrio, intensificando a imagem.
CURSO DE FOTOGRAFIA 8/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Ø para que a imagem não escurecesse sob a ação da luz ambiente, foi criado o
processo de fixação.

Um banho numa solução de tiosulfato de sódio retirava da chapa os sais de prata


que não haviam sido utilizados na gravação da imagem. Assim, a foto podia ser
observada a qualquer luz sem ficar escura. O problema do longo tempo de exposição
foi solucionado de duas formas:

Ø aumentando a sensibilidade dos sais de prata para que a gravação da imagem


fosse mais rápida;

Ø aumentando a quantidade e intensidade dos raios de luz que formam a imagem.

Ø para aumentar a sensibilidade dos filmes, foram feitas misturas com prata e cloro
(Cloreto de prata), prata e iodo (Iodeto de prata) e com prata e bromo (Brometo de
prata).Esta última é a mais usada nos filmes atuais. O problema do aumento da
quantidade e intensidade dos raios de luz foi mais complicado, pois se o orifício da
câmera fosse maior, originaria a desfocalização da imagem.

Este problema foi solucionado, aumentando o diâmetro do orifício e colocando uma


lente convergente, aproveitando mais os raios de luz, chegando ao filme uma
imagem nítida e muito mais luminosa.

2 CÂMARAS
Uma câmara nada mais é do que uma caixa provida de uma lente em uma de suas
superfícies e de um compartimento para o filme na outra. Existe, na máquina, um
obturador, e na objetiva um diafragma. A luz entra na câmara através da objetiva e o
filme é exposto a ela no momento em que se abre o obturador.

Existe uma variedade inacreditável de formatos, qualidades, volumes e tamanhos de


câmaras. Em relação aos filmes em rolo, encontram-se nos formatos
subminiatura/110, 126, meio quadro e quadro inteiro 35mm, 120 (6x6cm, 6x7cm,
6x9cm e 6x4,5cm) e formato grande (superior a 6x7cm).

QUANTO A CONSTRUÇÃO

Tipo Visor
Sistema de visor composto de uma janela pequena podendo ou não dispor de um
"telêmetro"(dispositivo para medir distâncias). Tem como maior desvantagem o erro
de pralaxe, ocasionado pela distância entre a objetiva e o visor fazendo com que a
imagem vista não coincida com a registrada pela lente.
CURSO DE FOTOGRAFIA 9/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Tipo Reflex
De objetivas gêmeas ou "TLR", objetiva superior não desempenha qualquer papel na
exposição do filme, não interfere na qualidade final da imagem. Ambas ficam
próximas uma da outra e o erro de paralaxe é mínimo, algumas possuem indicador
para correção deste erro. Monobjetiva ou "SLR", visor mostra a imagem de maneira
exata como será registrada, graças ao uso de um pentaprisma, situado acima da tela
de focalização, que reflete a luz através da ocular.

Instantâneas
A fotografia tirada é revelada na hora, pela própria máquina através de um
equipamento de processamento automático embutido na câmara. O filme para este
tipo de máquina contém materiais negativos e positivos, dobrados separadamente
em um recipiente que se encaixa na parte posterior da câmara.

3 PARTES DE UMA MÁQUINA

• Câmara Escura
• Obturador
• Diafragma
• Objetiva
• Visor
Além dessas partes principais, existem mais outros dispositivos nas câmaras
profissionais que são: Indicador de foco, Dispositivo de Velocidade, Alavanca de
Avanço, Anel de regulagem do Diafragma, Dispositivo de disparo automático,
Alavanca para enrolar o filme, etc. Existem outros dispositivos, dependendo da
câmara, do modelo, etc.
CURSO DE FOTOGRAFIA 10/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

3.1 OBTURADOR
É o dispositivo da máquina que regula o tempo de
entrada de luz, a fim de impressionar a emulsão sensível
(o negativo). Esta exposição é controlada através da
seguinte relação de velocidades:
B - 1 - 2 - 4 - 8 - 15 - 30 - 60 - 125 - 250 - 500 - 1000 -
2000

B : é a exposição no qual o próprio fotógrafo controla o


tempo em que o obturador permanecerá aberto.
As outras velocidades são controladas pela máquina,
através de ávos de segundos.

Quanto mais tempo estiver aberto mais luz atinge o filme, e se o modelo fizer algum
movimento neste pequeno período de abertura, o negativo pode ficar um pouco
indistinto, embora as vezes este efeito seja adequado - talvez para transmitir
impressão de velocidade - via de regra escolhe-se uma velocidade capaz de
imobilizar qualquer movimento tornando tudo o mais nítido possível.

A velocidade do obturador necessária para preencher esses dois requisitos depende


da velocidade e direção do objeto que está sendo fotografado.

Os tipos de obturadores utilizados pelas máquinas fotográficas são :


A) Guilhotina: é encontrado nos aparelhos mais simples (tipo caixão)

B) Central ou Entre-lentes: é um conjunto de 3 a 5 finas lâminas de metal,


colocadas no corpo da objetiva, que se abrem e fecham em forma de
estrela.

C) Cortina ou Plano Focal: é o mais usado atualmente, e que consiste num


tecido impregnado de borracha ou metal revestido, com uma fenda vertical
ou horizontal de tamanho regulável.

D) Eletrônicos: São encontrados nas câmaras que tem controle de exposição


automático e necessitam de uma pequena pilha para funcionar.
CURSO DE FOTOGRAFIA 11/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Posição do obturador
Obturador de plano focal na máquina

Posição do obturador na
Obturador concêntrico máquina

3.2 DIAFRAGMA
É a parte de objetiva destinada a dosar a quantidade de luz que penetra na máquina
para impressionar o negativo.
O diafragma situa-se entre os dois blocos de lentes que formam a objetiva. Nas
câmaras SLR, existe um anel com uma escala, onde é possível escolher a abertura
do diafragma ideal para a intensidade de luz usada.

Estas são as aberturas de diafragmas encontradas mundialmente:

0.7 - 0.9 - 1.2 - 1.4 - 1.8 - 2 - 2.8 - 3.5 - 4 - 5.6 - 8 - 11 - 16 - 22 – 32

Os números da escala são chamados de números f ou pontos, sendo que o número


maior indica a abertura mínima e vice-versa. O número f é a "razão entre o diâmetro
da abertura e da distância focal da objetiva".

O "f" serve como guia constante e prático para o controle da quantidade de luz que
entra na câmera. Se você regula a objetiva em f/8, a luz transmitida será a mesma
que penetra em qualquer outra objetiva - independente do seu tamanho, forma ou
desenho - desde que regulada também para f 8. Familiarizado com estes números f,
você poderá fotografar a qualquer hora e lugar, com câmeras e objetivas não
utilizadas antes. Cada número f seguinte reduz à metade o fluxo da luz admitido.
CURSO DE FOTOGRAFIA 12/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Desse modo, uma lente ajustada para f5,6 admite a metade de luz de uma lente
ajustada em f4. A variação é enorme, uma objetiva ajustada para f 16 admite
aproximadamente 1/500 vezes menos luz que uma objetiva regulada para f 4.
Exemplo da escala dos números f em objetiva 50 mm: f:22. 16, 11, 8, 5,6. 4. 2,8. 2.
1,8, quanto menor o número f mais aberto o diafragma.
O tamanho da abertura é calibrada em números "f" (admensionais), que obedecem a
uma sequência padrão, estando estes assinalados em um anel existente em torno da
armação da lente. A passagem de um número "f" para o outro indica que a
luminosidade da imagem foi duplicada ou reduzida à metade.

Nem todas as objetivas possuem uma abertura máxima (por exemplo f 1.2), sendo
que em algumas objetivas esta abertura máxima pode ser de f 3.5. Esta abertura
máxima representa a luminosidade da objetiva e representa uma grande vantagem,
pois permite a formação de uma imagem clara sobre o retículo de focalização.

Ø Escala de profundidade de campo: Está indicada por meio de linhas ou números,


localiza-se à frente do anel do diafragma e fornece a profundidade de campo que
teremos na fotografia em relação ao objeto focalizado.

Cada objetiva possui no


máximo oito aberturas
de diafragma. Estes
valores foram
convencionados de
modo que, passando de
um valor ao
imediatamente
seguinte, reduz-se à
metade de luz que
penetra na máquina.

Uma boa foto, depende


da escolha da
velocidade e do
diafragma utilizado. O
segredo de um bom
fotógrafo é saber usar
esses elementos em
harmonia.

Vejamos um exemplo: Caso deseje fotografar um determinado objeto. Ao olhar pelo


visor, o fotômetro de sua máquina indica que com a velocidade de 1/125 o diafragma
deverá estar com uma abertura de 5.6, de acordo com a luz ambiente; entretanto isto
não significa que é a única maneira de fazer a foto.
O uso do diafragma aberto ou fechado e a velocidade rápida ou lenta, é livre, desde
que seja feita a devida compensação e vice-versa.
Com qualquer combinação de velocidade/diafragma, a imagem será gravada, mas
suas cores e significado são diferentes.
CURSO DE FOTOGRAFIA 13/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
O ponto 5.6, é o ponto médio do diafragma. Os pontos numericamente inferiores, dão
desfoque aos objetos distantes.

3.3 LENTES
Ë uma peça de vidro óptico e de formas diferentes, usadas em máquinas e aparelhos
fotográficos.
São as lentes que vão formar as imagens. Não é possível, porém empregar-se lentes
simples pois, se o fizéssemos, sem dúvida obteríamos uma imagem, mas as linhas
retas apareceriam curvas, os objetos brancos apresentariam uma franja colorida em
torno de si, seria praticamente impossível colocar a imagem no centro e nas bordas
simultaneamente, além desta imagem apresentar um aspecto geral nebuloso, sem
definição e sem contraste.
Estes defeitos são corrigidos, mediante a combinação de várias lentes diferentes
num só bloco, que recebe o nome de objetiva.

3.4 VELOCIDADE DO OBTURADOR X ABERTURA DO DIAFRAGMA

A quantidade de luz que alcança o filme depende da abertura do diafragma e da


velocidade de obturação. O tamanho da abertura reflete na profundidade de campo,
ao passo que a velocidade determina a nitidez da imagem (melhor reprodução das
cores).

A exposição correta para uma determinada foto decorre da combinação equilibrada


da velocidade de obturação e abertura do diafragma.

Esta exposição correta dependerá fundamentalmente das condições de luz no local


em que iremos fotografar. Ambientes com pouca luz, dificilmente teremos
profundidade de campo (diafragma fechado) e uma boa reprodução das cores
(tempo de exposição rápido).Um fator que poderá ajudar nesta condição é a
utilização de filmes mais sensíveis (ISO 800).

3.5 OBJETIVAS

É a designação dada a um sistema óptico de várias lentes, dispostas na parte frontal


de uma máquina fotográfica.

A objetiva focaliza a luz, que vai imprimir uma imagem sobre a superfície do filme, e
é formada por um conjunto de elementos ópticos. As lentes desviam os raios de luz,
reunindo-os e reorientando-os. As lentes podem ser divididas em duas categorias
básicas :

Ø lente "Positiva"- mais espessa na parte central do que nas bordas, provoca uma
convergência da luz;

Ø lente "Negativa"- mais fina na parte central provoca uma divergência, formando
uma imagem virtual, e esta não pode ser projetada sobre uma tela.

3.5.1 A Necessidade Da Lente


CURSO DE FOTOGRAFIA 14/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Ao incidir sobre um objeto, a luz normalmente é refletida em todas as direções, não
se forma imagem alguma sobre a tela, em virtude da superposição dos raios, por
esse motivo, necessita-se de um orifício ou de uma lente para controlá-los.

Como a imagem formada por uma lente é muito mais nítida e luminosa em
comparação com a produzida por um orifício, torna-se mais fácil registrá-la no filme.
A lente "reúne" os raios sobre toda a sua superfície e desvia-os de tal modo que
todos os raios, pelos quais ela é atingida, convergem em um outro ponto.

3.5.2 Componentes Básicos Das Objetivas

Ø Anel de Foco: Conforme a objetiva, as lentes são deslocadas para frente e para
trás em relação ao plano do filme, colocando em foco objetos situados a distâncias
diferentes.

Ø Escala de foco: (em metros e pés) - a escala pode variar de acordo com a objetiva.

Ø Escala de abertura do diafragma: O número f indica a abertura do diafragma,


sendo representada por uma escala padrão variável de objetiva para objetiva. O
controle da abertura, em geral, é feito através de um anel situado na objetiva.
Conforme ele é girado uma série de lâminas (palhetas) superpostas abrem ou
fecham a fim de controlar a quantidade de luz que atravessa a lente. Esse
mecanismo denomina-se "diafragma" e o orifício através do qual passa a luz
"abertura".
CURSO DE FOTOGRAFIA 15/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Conforme o tipo de lente, o fotografo tem um ângulo de tomada diferente. Se você colocar o desenho
em posição vertical, verá à esquerda, algumas das diversas lentes modernas - desde à olho de peixe (8mm)
até a teleobjetiva de 1000 mm. O esquema ao centro mostra o ângulo de tomada de cada uma. À direita, as
fotos em cada ângulo - desde 180o até 2,5o. A câmara que bateu as fotos ficou sempre na mesma posição.

3.5.3 DISTÂNCIA FOCAL

Distância focal: é a distância entre o centro óptico da objetiva até a película do filme,
com a objetiva focalizada no infinito.

Quanto menor a distância focal mais amplo será seu ângulo de visão.

As objetivas são definidas segundo suas distâncias focais, como normais, Zoom,
teleobjetivas ou grande-angulares e catalogadas em milímetros.

As objetivas com diferentes distancias focais comportam-se de maneira diferente


quando as velocidades de obturação são lentas. A definição de imagem pode variar
conforme a velocidade utilizada.

A velocidade de obturação mais lenta que se recomenda utilizar com qualquer


objetiva quando se mantêm a câmera nas mãos é 1/ distancia focal.

Exemplo : Com uma objetiva 60 mm, utilizar 1/60s como velocidade mais baixa com
a câmera nas mãos. Com uma objetiva 500mm, utilizar 1/500s como velocidade mais
baixa com a câmera nas mãos.

Tipos de Objetivas (de acordo com a distância focal)

a) Objetiva Normal: Tem aproximadamente a mesma amplitude visual do olho


humano, abrange um ângulo entre 45 a 50 graus do cenário. Sua distância focal é
quase igual à diagonal da fotografia; assim para câmeras de 35 mm, a objetiva
normalmente tem a distância focal 50 mm. Estas são em 95% dos casos, as
objetivas mais "luminosas" dentre todas.

b) Teleobjetiva: Possuem distância focal superior à normal, e por isso fornecem


imagens de objetos distantes que aparecem como se estivessem mais próximos da
câmera. Nos equipamentos de 35 mm, classificamos as teleobjetivas em duas
categorias: as médias, de distância focal até 200 mm, e as longas de distância focal
até 1200 mm.
CURSO DE FOTOGRAFIA 16/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

O emprego de teleobjetivas implica em um maior risco de fotos tremidas. Elas devem


ser usadas sempre com a câmera apoiada sobre um tripé ou caso contrário,
devemos empregar velocidade de obturação rápidas, optando também por filmes
mais sensíveis.

As teleobjetivas distorcem a perspectiva, tornando-as planas e achatadas, também


diminuem a profundidade de campo em relação à normal.

Ex.: 400 mm, 800 mm.

c) Grande Angular: Sua distância focal é inferior ao da objetiva normal e produz


imagens que abrangem um ângulo maior da cena, podendo chegar até 180 graus.
Devido a essa característica, as grande-angulares podem proporcionar perspectivas
bastante diferentes daquela que estamos acostumados a ver normalmente.

Os objetos mais próximos ficam muito maiores, e objetos distantes ficam bem
menores.

Dependendo do que está enquadrado juntos às bordas do quadro (ângulo da


tomada), os objetos retilíneos mais distantes dão a impressão de serem curvilíneos.
Quanto menor a distancia focal, mais acentuada a disparidade aparente dos objetos.
Ex.: 12mm, 24 mm, 28mm, 35 mm.

d) Objetivas Macro: Podem variar a distância focal de 50mm até 135mm. São
objetivas ideais para a fotografia de pequenos objetos.

A sua composição é diferenciada, possui um cilindro helicoidal de foco e podem por


isso, focalizar até a distâncias mínimas, como por exemplo a 23cm.

As melhores objetivas são as de distância focal maiores (ex.: Vivitar 105mm, Medical
da NIKKOR de 120mm, Dental Eye da YASHICA de 100mm, Cânon Auto Focus de
100mm, Pentax de 100mm...).

As objetivas macro são bem mais caras e pesadas do que as objetivas normais.

e) Objetiva Zoom: Permite a variação da distância focal, o que provoca alterações no


tamanho aparente da imagem fotografada. Isso ajuda a enquadrar motivos de difícil
acesso, ou que se movem constantemente. Com uma objetiva zoom, pode-se
abranger distâncias focais de uma grande-angular ou de uma tele-média para tele-
longa. Ex.: 35-105 mm, 70-210 mm, 28- 50 mm, 75-300 mm, 100-500 mm.

À medida que a distância focal aumenta de 28 mm para 135 mm, o ângulo de


tomada se estreita, mostrando mais detalhes do objeto, e a profundidade de campo
diminui.
CURSO DE FOTOGRAFIA 17/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Obs.: Ângulo de Visão: Uma mudança na distância focal eqüivale a uma mudança no
ângulo de visão: quanto menor a distância focal, maior o ângulo. Uma objetiva de 50
ultrapassa 25 graus.

Não se pode falar em “Objetiva Normal ”, “Grande Angular ” ou “Teleobjetivas “sem


que levamos em conta o formato do negativo para o qual serão utilizados. Assim
sendo, convencionou-se chamar de “Normal” uma objetiva, cuja distância focal seja
aproximadamente à diagonal do negativo empregado ao trabalho.

Diversos formatos de película (não estão no tamanho natural)

Portanto, para um negativo de 35 mm, cujo formato exato é 24 x 36 mm e cuja


diagonal mede precisamente 43 mm, a objetiva considerada normal para este
negativo terá uma distância focal aproximada a essa medida, ou seja : Objetivas
compreendidas entre 43 e 55 mm, sendo a medida que mais se encontra é de 50
mm.
Para se conhecer a distância focal de uma objetiva, na grande maioria dos casos
basta o aluno recorrer às informações que vem gravada na própria objetiva. Toda
objetiva traz gravada em si sua respectiva distância focal, com exceção das objetivas
muito simples, encontradas nas câmaras do tipo “caixão”.

1- anel de foco
2- escala de foco (metros e pés)
3- escala de profundidade de campo
4 - escala de abertura do diafragma
(números “f”)
5- parte da lente onde se liga ao corpo
da câmera.

A escala de profundidade de campo é


marcada em cores correspondentes às
dos números “f”.
Tomemos como exemplo, uma câmara SLR que utiliza filme do tipo 135 mm (35mm)
equipada com uma objetiva normal, ou seja, uma objetiva com distância focal de
50mm. O campo abrangido por essa lente será de 46 graus. Se mudarmos a objetiva
e colocarmos uma outra de distância focal de 85mm, estaremos aumentando a
distância focal da objetiva, mas estaremos diminuindo o campo abrangido para 28
graus.
CURSO DE FOTOGRAFIA 18/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

EM RESUMO:

MENOR distância focal - MAIOR campo abrangido e MAIOR profundidade de campo.

MAIOR distância focal - MENOR campo abrangido e MENOR profundidade de


campo.

PROFUNDIDADE DE CAMPO - é o espaço à frente e atras do assunto focalizado,


em que aparecem suficientemente nítidos.
Quanto menor for o diafragma, maior será a profundidade de campo.

Na figura observa-se: “quanto menor for


a abertura do diafragma, tanto maior
será a profundidade de campo”. A figura
nos mostra a variação da profundidade
de campo de uma objetiva de 15 cm de
focal, focalizada em 7m, com variações
do diafragma.

Como a profundidade de campo é a distância entre o primeiro e o último dos objetos,


para sabermos quantos objetos estão focalizados, não basta olhar através do visor
da máquina, isto porque, normalmente as máquinas mantém sempre a abertura
máxima do diafragma, independente da posição indicada no anel selecionador. Por
isso o fotógrafo sempre verá a mesma profundidade de campo. Quando o disparador
é acionado, o diafragma fecha-se até a abertura selecionada e retorna para aposição
totalmente aberta.

A profundidade campo é controlada pela mudança no tamanho da abertura do


diafragma: quando esta é total, a objetiva apresenta uma pequena profundidade de
campo, e quanto mais se reduz a abertura, mais se aumenta a profundidade de
campo.
CURSO DE FOTOGRAFIA 19/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
O recurso mais aplicado, além dos simples efeitos estéticos, é a pré-focalização da
objetiva - após cálculo da distância aproximada e escolha de uma pequena abertura -
para que a profundidade de campo possa cobrir toda a área desejada.

Algumas máquinas mais modernas, têm um dispositivo ao lado externo da lente, que
ao ser acionado lhe fornece a real situação da imagem que será registrada no filme.
Caso seu equipamento não possua esse dispositivo, você encontrará em todas as
objetivas, uma escala numérica referente à profundidade de campo com os limites
dentro do qual os objetos serão focalizados.

Pode-se recorrer também a seguinte operação matemática:

PC = 2 x Dist. mínima x Dist. máxima


Dist. mínima + Dist. Máxima

Resumo de profundidade de campo


Chama-se profundidade de campo a extensão do espaço, à frente e atrás do objeto
focalizado, em que todos os objetos aparecem nítidos.

Numa fotografia de uma pequena flor, devemos focalizar na região mediana, com o
diafragma o mais fechado possível, teremos assim foco antes e depois do local
focalizado.

Essa profundidade aumenta quando distanciamos do objeto a ser fotografado,


quando diminuímos a abertura do diafragma e usamos objetiva de menor distância
focal.
Ø Quanto MENOR a abertura do diafragma, MAIOR é a profundidade de campo (ex.:
f:16);

Ø Quanto MAIOR a distância entre a câmera e o assunto, MAIOR é a profundidade


de campo.
(ex.: Objeto situado a 8 metros);

Ø Quanto MENOR a distância focal da objetiva, MAIOR é a profundidade de campo.


(ex.: Objetiva de 28 mm).

Profundidade de Campo é diferente da profundidade de foco, pois profundidade de


foco refere-se "à parte da objetiva que fica voltada para o filme, onde a imagem
aparenta mais nitidez (plano focal)".

3.6 VISOR
É um dispositivo óptico destinado a focalizar o objetivo a ser fotografado, que podem
ser:
1) Direto ou de Quadro: consiste de um pequeno quadrado com uma lente,
colocado em cima ou ao lado da objetiva principal. Está sujeito ao erro de
paralaxe.
CURSO DE FOTOGRAFIA 20/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

2) Através da Objetiva (nas câmaras SLR)

3) Iconométrico (ou esportivo) : compõe-se de um quadro metálico colocado


no mesmo plano da objetiva. O objeto é visto diretamente, sem qualquer
modificação. Também está sujeito ao erro de paralaxe.

3.7 ALGUNS ACESSÓRIOS


3.7.1 ANÉIS DE EXTENSÃO
São anéis adaptáveis na câmara, que permite a adaptação de outras lentes.

3.7.2 ANÉIS DE REVERSÃO


CURSO DE FOTOGRAFIA 21/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
É um anel adaptador, atarraxado na mesma rosca usada para filtros da lente, e que
permite montar uma objetiva invertida no corpo da câmara. É usado para trabalhos
com distâncias extremamente pequenas.

3.7.3 CABO PROPULSOR / ACIONADOR OU DISPARADOR


É um cabo flexível, de tamanho variável, que é atarraxado no botão disparador da
máquina, permitindo que a máquina seja acionada à distância.
É muito útil quando em fotos com baixa velocidade, evitando que a foto sai tremida.

4 FILME
O filme é um elemento responsável pela gravação da imagem. Para que o filme
possa gravar a imagem, ele tem que ser sensível à luz, isto é, deverá ser composto
por elementos que reajam rapidamente à sua ação. Isto é necessário porque a
imagem é formada pela luz proveniente dos objetos que compõem a cena a ser
fotografada. Os efeitos da luz deverão ser registrados com toda a fidelidade e não
podem estragar-se com o passar dos tempos.
O filme é uma superfície sensível a luz, composto de uma base muito resistente,
sobre a qual está depositadas uma emulsão de gelatina com sais de prata em
suspensão: é esta emulsão a parte verdadeiramente sensível à luz, onde se formará
a imagem.

As partes que compõem um filme são:

1 -Verniz Protetor
2 -Cristais Sensíveis
3 -Gelatina
4 -Acetato de
Celulose
5 -Camada de Halo

1) Verniz Protetor : é a camada que protege o filme contra abrasão, energia


estática , etc.

2) Cristais Sensíveis : é a camada na qualificará gravada a imagem negativa


ou positiva (slide), conforme o filme.

3) Gelatina : é a camada responsável pela sua sustentação e aderência dos


cristais na base.

4) Acetato de Celulose : base do filme.

5) Camada Anti-Halo : é um verniz fosco, avermelhado, verde, cinza o preto,


variando de acordo com o fabricante. Tem o objetivo de absorver o reflexo
do raio luminoso que penetra na câmara ao máximo, dando uma maior
definição da imagem. Esta camada é eliminada na revelação.
CURSO DE FOTOGRAFIA 22/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Como todo profissional deve verificar suas ferramentas antes de iniciar o trabalho, o
fotógrafo deve escolher cuidadosamente o filme que pretende usar a fim de obter um
resultado positivo.

4.1.1 Sensibilidade do filme

Sensibilidade é a capacidade que todo filme possui de reagir aos raios de luz que o
atinge. Quanto mais rápido for a reação, mais sensível será o filme, onde concluí-se
que um mínimo de luz já é suficiente para gravar a imagem.
Os filmes mais sensíveis, reagem mais rapidamente à luz, enquanto que os menos
sensíveis levam mais tempo para registrar a imagem. Atualmente esta sensibilidade
ou rapidez de reação é medida em graus ISO (Institute Standartdization
Organization).

Ex.: o filme 200 ISO é duas vezes mais sensível que o 100 ISO, necessitando
apenas da metade da exposição que o segundo para obter o mesmo resultado.

A velocidade do filme representa o método utilizado para calcular sua sensibilidade à


luz; quanto mais rápido mais sensível ele será.

• Lento: grão fino e uniforme, proporciona alto contraste, boa definição


(necessita de boa luminosidade: ISO 20, 25, 32, 40, 50 e 64)

• Médio: grãos finos, definição suficientemente boa para fotografias comuns


(ISO 80, 100, 125, 160, 200, 250 e 320).

• Rápido: grãos enormes, registram imagens com pouca luz, porém incorre em
perda de qualidade na definição (440, 500, 640, 800, 1000, 1250, 1600, 2000)

4.1.2 Filmes Reversíveis


São aqueles que dão como resultado final, transparências coloridas, também
conhecidas como SLIDE, DIAPOSITIVOS ou CROMOS.
Os fabricantes geralmente colocam o sufixo “CHROME” no nome do filme para
designar tal tipo de material. Assim temos: Kodachrome, Fujichrome, Agfachrome, et.
Esses filmes são encontrados em quase todos os tamanhos, desde o profissional até
os filmes de rolo.
Kromo Negativo

4.1.3 Filmes Negativos


São aqueles que fornecem negativos à cores para cópias em papel, geralmente são
designados pelo sufixo “-COLOR”. Assim temos: Kodacolor, Fujicolor, Agfacolor, etc.
CURSO DE FOTOGRAFIA 23/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

5 LUZ E COR
O cérebro interpreta uma ampla variação de cor vista pelos olhos, enquanto o filme
registra as cores de maneira literal, sem levar em consideração um tom generalizado
que talvez seja característicos da fonte de luz. Portanto, o equilíbrio de cor de um
filme deve ser adaptado à “temperatura da cor1” da fonte de luz utilizada, para
produzir o resultado certo.

Atributos básicos das cores

Matiz: é a própria cor, vermelho, laranja, amarelo, verde e azul (cores do espectro).
Algumas cores são resultantes da mistura de duas ou mais matizes.

Saturação: dá proporção em que a cor básica está presente. Na cor pura (uma só
matiz) a saturação é total; por exemplo, no caso do azul-claro, há baixa saturação
pois há pouca quantidade de azul.

Brilho (ou luminosidade): está diretamente relacionado com a capacidade de uma


superfície refletir a luz. Nas superfícies fosca haverá pouco brilho, pois as mesma
refletem pouca luz, já as superfícies claras e lisas refletem muita luz e dão mais
brilho à cor.

Dominando-se estes tres atributos básicos da cor pode-se criar atmosferas


específicas, obter composições harmônicas e jogar com o contraste.

Normalmente, as cenas que possuem uma matiz dominante conferem uma


atmosfera ou um clima especial a foto. Isso ocorre porque as cores possuem
significado simbólicos. Ex.: o branco costuma ser associado à preza, preto simboliza
noite, a ausência o luto. Verdes e azuis evocam cenas da natureza e estão ligados a
ideia de tranquilidade, os vermelhos e amarelos, pressentes no sol lembram o calor.
É claro que essas idéias são convencionais e variam culturalmente ( na Índia o
branco é utilizado nos enterros e o vermelho nos vestidos de noivas). No entanto elas
podem ser facilmente aproveitadas na fotografia.

Deve-se analisar a possibilidade de elevar ou reduzir a temperatura da cor através do


uso de filtros adequados de conversão de cor. Isso permite ao fotografo trabalhar
tanto com luz natural quanto artificial sem trocar de filme, podendo assim economizar
tempo e dinheiro.

Quando um filme idealizado para produzir cores “naturais” para ser usado com um
tipo de luz, é usado com outro, via de regra apresenta resultados desagradáveis.
Deve-se usar o filme para luz do dia com luz natural e o filme para luz tungstênio com
luz artificial, a fim de se obter o equilíbrio correto. De modo inverso, o filtro de
conversão apropriado solucionará esse problema.

1
Temperatura da cor: é a temperatura em graus Kelvin, até o qual um objeto precisa ser aquecido para produzir uma
determinada cor (é possível medir a cor da luz, com base no fato de um objeto começar a emitir, ao se tornar muito quente:
primeiro fica incandescente e adquire cor vermelha, depois branco e por fim caso o aquecimento seja suficiente, azul).
CURSO DE FOTOGRAFIA 24/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

6 ILUMINAÇÃO

6.1 NATURAL

Nada se equipara à luz do céu: a luz natural constitui um dos elementos essenciais à
fotografia; o mau tempo produz tanto impacto sobre a qualidade da luz quanto as
diversas posições do sol.

CHUVA: as superfícies parecem acetinadas, após uma chuva a luz é suave e clara
com se o próprio ar houvesse sido limpo;

MADRUGADA: caracteriza-se por uma luz, límpida e fria;

MANHÃ: perdura excelente luz até 10 horas, o sol neste período lança luz límpida
quase incolor, e as sombras, definidas com clareza, não são ainda escuras por
completo;

MEIO-DIA: não é considerado o melhor horário, visto que o sol encontra-se


diretamente sobre os temas/modelos, e a diferença, referente a exposição, entre as
áreas de sombra e altas luzes é enorme.

TARDE: luz cálida, adequada para reprodução dos tons da pele. Ideal para iluminar
temas por trás, produz sombras longas, azuis e provoca cintilações na água.

6.2 ARTIFICIAL

É uma iluminação conseguida artificialmente por meio de lâmpadas em geral, porém


cada lâmpada emite sua cor predominante, diferente da outra; logo o fotógrafo deve
conhece-las e se for o caso, usar filtros para correção.

Incandescente ------------------------------> Luz Amarelada


Fluorescente --------------------------------> Luz Esverdeada
Flash Eletrônico ----------------------------> Luz Branca ou Azul
Fotolâmpadas -------------------------------> Luz Branca

6.2.1 Lâmpada de tungstênio


versão comum para uso doméstico não produz energia suficiente, mas existe outras
semelhantes denominadas photofloods com vida entre 2 a 6 horas (ligeira redução
de rendimento provocando alterações na qualidade da cor) e tungstênio-halogênio
com vida útil bem mais longa.
CURSO DE FOTOGRAFIA 25/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

6.2.2 FLASH

Acessórios p/ iluminação

6.2.2.1 Flash Eletrônico

A luz do Flash talvez seja a mais conveniente e versátil forma de iluminação. Pode
igualmente produzir luz errada, fotografias incorretas, expostas mais facilmente do
que outras fontes de luz pois possui uma iluminação frontal muito forte.

A finalidade essencial da sincronização consiste em assegurar que o relâmpago (ou


a maior parte dele) se verifique quando o obturador se encontra completamente
aberto.

Todos os OBTURADORES modernos possuem contato de sincronização para a luz


do flash, estes contatos disparam o flash durante o percurso do obturador.

Como o flash é instantâneo, ajusta-se a velocidade de sincronismo da câmera para


que, durante o clarão do flash (altíssima velocidade), a primeira cortina do obturador
esteja totalmente aberta e a segunda cortina ainda não comece a se fechar (toda a
chapa do filme é iluminada igualmente pelo disparo do flash).

Se você escolhe uma velocidade de menor tempo de exposição ex.: 1/500s, você
terá uma fenda estreita - a qual descobre apenas parte do fotografa, teremos assim
uma pequena parte exposta à luz (a parte descoberta no momento do relâmpago)
numa extremidade do quadro e a outra parte escura.

Nas câmeras mecânicas, deve ser consultado o manual, o qual indica a velocidade
que deve ser usada com o flash, geralmente sincronizam com 1/60s, algumas
sincronizam com a velocidade de 1/125s, ou com o símbolo X (1/90s).
CURSO DE FOTOGRAFIA 26/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
A exposição do filme só se modifica quando alteramos a abertura do diafragma, e
esta abertura aumenta quanto maior for a distância do objeto. A determinação da
abertura correta do diafragma é através da tabela que acompanha o flash. A tabela
traz diversas aberturas do diafragma para várias distâncias do objeto de acordo com
a sensibilidade do filme.

A maioria dos flashes que possuem SENSORES ELETRÔNICOS regulam


automaticamente a intensidade da luz refletida, de acordo com a distância e luz
ambiente, permitindo fotos sempre uniformes e perfeitas (Flash TTL).

Essa tecnologia (TTL) é encontrada na maioria das câmaras e "flashs" modernos e


representam uma evolução considerável mas apresentam algumas limitações em
fotografia.

Nas câmeras eletrônicas modernas, quando usamos o flash TTL, ao escolhermos


uma abertura qualquer do diafragma, estamos programando ao mesmo tempo a
intensidade da luz do flash para aquela abertura.

6.2.2.1.1 Tipos de Flash

a) Flash Manual
Tem potência fixa, emitindo sempre a mesma quantidade de luz, possuem tabelas da
distância do objeto, para um determinado diafragma.

A Velocidade é fixa: 1/60s, 1/80

b) Flash Automático
Possui uma unidade sensora, que mede a luz refletida do objeto.

Quando o flash é disparado, e o objeto receber a luz necessária, o disparo com o


flash é anulado.

c) Flash Dedicado TTL


Possuem contatos eletrônicos que trocam informações com os contatos da sapata da
câmara.

d) Flash Incorporado
As câmaras modernas geralmente possuem este flash, que tem potência fraca de
disparo. Possuem eliminação do "olhar-vermelho", e flash de preenchimento.Sua
força luminária é limitada deixando muito a desejar quando necessário fotografar um
objeto em grande aumento.

OBS:
"Flash" frontal exterior - colocado frontalmente em uma inclinação de 85 graus
possibilita boa iluminação com detalhe em imagens de relevo.
CURSO DE FOTOGRAFIA 27/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
O uso de "flash" eletrônicos duplos, de luz refletida e de grande potência apresentam
grande performance, mas exigem maior espaço físico e maior investimento
financeiro.

6.2.2.1.2 SUGESTÕES NO USO DO FLASH

Ø O método mais prático para fotografar com flash consiste em acoplá-lo à máquina
e apontá-lo para o modelo. Entretanto, as fotos obtidas através deste sistema não
têm relevo e apresentam sombras duras.

Ø Nunca apontar o flash diretamente para superfícies refletoras, como espelhos ou


janelas.

Ø Quando a luz do flash é rebatida ( esse efeito é obtido, por exemplo, ao apontar o
flash para o teto), obtêm-se resultados mais satisfatórios pois o modelo é atingido por
uma luz difusa e refletida, produzindo apenas sombras suaves.

Ø Quando se mantêm o flash suspenso longe da câmera para iluminar o modelo por
cima ou por um dos lados, obtêm-se um melhor efeito de relevo e consegue-se
eliminar o problema dos " olhos vermelhos". Pode-se usar um outro flash como luz de
enchimento para as áreas de sombras.

Ø Para clarear áreas de sombra, regule a câmera normalmente, como se não


estivesse usando flash, de modo que ele produza uma superexposição
correspondente a um ou dois pontos.

Ø O sol do meio dia é problemático, sua luminosidade densa, dura e cheia de


sombras desfigura o motivo fotografado. Para amenizá-la, o ideal é usar o flash
como luz de enchimento ou recorrer a um rebatedor de papel de alumínio ou
cartolina branca. Voltados para o sol, eles rebatem a luz, que volta para o motivo,
suavizando sombras e contornos.

Ø Utilizando um papel vegetal ou um lenço branco na frente da cabeça do flash, a luz


se dispersa e suaviza o registro.

Ø Pode-se usar um guarda-chuva como refletor para controlar o flash refletido. Os


modelos comerciais são fabricados com material refletor, e montados sobre um
suporte, porém é fácil improvisar um substituto: basta pintar de branco uma
sombrinha.

Ø Flash Múltiplo - Exemplo: pode-se usar o flash para fotografar interior de edifícios,
ou de uma caverna, deixando-se o obturador da câmera aberto, em "B", e
descarregando-se flash sucessivos, por trás de cada uma das colunas ou
espeleotemas. É preciso tomar cuidado para que a luz do flash não penetre
diretamente na objetiva.

Ø É possível conseguir uma sincronização entre diversos aparelhos de flash quando


se usam células fotoelétricas ou vários cabos conectados. Ao ser descarregado o
flash principal acoplado à câmera, os outros são disparados ao mesmo tempo. A
CURSO DE FOTOGRAFIA 28/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
vantagem desse sistema consiste em permitir o uso de diversos aparelhos de flash,
sem a necessidade de recorrer a cabos de interligação.

6.2.2.1.3 Flash Circular (para macrofotografia)

O flash circular é indispensável para fotos "close-up" ou macrofotografia pois fornece


uma iluminação uniforme e sem sombras, com luz similar à do sol, que garante ótima
reprodução das cores. Devido à curta duração do relâmpago, a luz do flash não afeta
os objetos pelo calor, mesmo à distância de somente poucos centímetros. São
rosqueados na frente das objetivas.

O flash circular oferece grandes vantagens para fotografias científicas e tecnológicas,


em Medicina, Odontologia, Biologia, Eletrônica, Mecânica de Precisão, Metalurgia,
controle de Qualidade e muitos outros campos.

Para determinarmos abertura do diafragma devemos usar a tabela fornecida pelo


fabricante.

As aberturas do diafragma assim calculadas são somente orientativas, pois


dependem muito dos objetos a serem fotografados.

Para objetos claros ou de alto brilho, pode-se fechar um ponto do diafragma, e para
objetos escuros, pode-se abrir um ponto.

"Flash" circular - por longo tempo considerado indispensável para fotografia médica
por possibilitar foto de mucosa e cavidades e ainda diminuir reflexos e sombras
sendo contudo, imperfeito nas fotografias onde o relevo é fundamental.

6.3 MEDIÇÃO DE LUZ

Existem três tipos de luz e cada uma delas pode ser medida, antes de fotografar.

1 -Luz Incidente
2 -Luz Refletida
3 -Luz de Flash

1 - Luz incidente é a luz que cai diretamente sobre o objeto. Este tipo de luz pode ser
medido somente pelos fotômetros manuais, os quais possuem um difusor que
colocado na frente da célula fotoelétrica evita que esta receba a luz com uma
intensidade em demasia. A medição da luz incidente é usada principalmente com
iluminação artificial.

2 - Luz Refletida é a luz que é refletida ou emitida pelo objeto a ser fotografado. Este
tipo de luz também pode ser medido pelo fotômetro TTL ou manual.

3 - Luz de Flash; existe um fotômetro exclusivo para medir este tipo de iluminação.
CURSO DE FOTOGRAFIA 29/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
6.4 FOTÔMETRO

Dispositivo destinado a medir a luminosidade com exatidão, objetivando indicar a


exposição necessária do filme no momento da foto. Podem ser embutidos no interior
da máquina (leitura média, ação central e ação restritiva) ou manuais, chegando
estes as vezes, devido a sua sofisticação, a ser tão caro como uma câmara simples.

Tipos de Fotômetros de mão

Funcionamento: o fotômetro ao ser exposto à luz produz uma corrente fraca, porém
mensurável, com intensidade proporcional à luz, e esta intensidade é medida pelo
galvanômetro. A indicação pode ser através de uma agulha ou pontos luminosos a
depender do sistema.

OBS: é necessário entender que os fotômetros podem ser 'enganados', pois a leitura
deste depende apenas do lugar para onde é apontado. EX: se uma grande área do
céu for incluída na cena cuja luz está sendo medida pelo fotômetro, a luminosidade
média provavelmente será muito maior do que a apresentada por essa mesma cena
sem o céu.

7 EXPOSIÇÃO
A quantidade de luz que atinge o filme é afetada por diversos fatores em especial a
duração da exposição e o diâmetro da abertura. Esta abertura é controlada através
do diafragma, instalados na objetiva, que funcionam basicamente como a íris,
controlando a passagem de luminosidade.

A fim de assegurar uma exposição correta para cada negativo deve existir uma
relação entre ambas e o controle das variáveis é basicamente simples: a exposição é
através das mudanças de velocidades do obturador e do tamanho da abertura do
diafragma.

Portanto se depois de fechar um ponto da abertura o fotografo dobrasse a velocidade


do obturador a exposição líquida permaneceria inalterada. EX: a combinação 1/60
seguido com f8, resulta exposição idêntica 1/30 f11.
CURSO DE FOTOGRAFIA 30/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
7.1 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO

• Superexposição: ocasiona aumento nos detalhes nas áreas de sombra,


queima os detalhes das altas-luzes, e normalmente, resulta em uma
diminuição na gama de contrastes. A saturação, ou densidade das cores
será consideravelmente reduzida, resultando em tons pálidos e lavados.

• Sub-exposição: redução dos detalhes nas áreas de sombra, aumentando a


gama de tons e detalhes nas altas-luzes, e quase sempre um aumento de
contraste. O efeito sobre a tonalidade da cor será um aumento na saturação
das cores, ocasionando o aparecimento de matizes mais vivos e carregados
do que aqueles evidenciados ao olho humano no tema.

Exemplo de sobre e sub exposição de foto, luz natural

Exemplo de sub e sobre exposição, com luz de flash.


7.2 BRANQUEAMENTO

É um artifício utilizado para tirar fotos extras de uma mesma cena, com exposições
maiores ou menores do que a “certa”, como medida de garantia. Existem quatro
maneiras:

a) Variar o número f a partir daquele indicado no fotômetro em meio ponto à mais e


meio ponto à menos, podendo-se variar até dois pontos quando trabalhando com
níveis precários de luz (tirar uma foto em cada situação).

b) Variar a velocidade na mesma proporção que o número f acima, porém mantendo


este constante.

c) Alterando a sensibilidade nominal do filme (puxada2). Ex: ao utilizar um filme de


200 ISO, bater a foto com a fotometragem correta, e em seguida mudar o
indicador da sensibilidade do filme para 150 ISO (meio ponto a mais) fotografar, e
mudá-lo para 300 ISO(meio ponto a menos) e proceder a exposição.

2
puxada: quando se utiliza a alteração da sensibilidade nominal para todo o filme é necessário informar ao laboratório para
efetuar um processamento “puxado” indicando qual foi a ASA utilizada.
CURSO DE FOTOGRAFIA 31/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
d) Utilizando-se filtros de densidade neutra (ND1 e ND2), bater a primeira foto com o
ND1, a segunda sem ele e a terceira com o ND2. A leitura do fotômetro deverá ser
efetuada com o ND1.

7.3 COMPENSAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

Esta deve ser efetuada quando há uma diferença significativa na iluminação entre o
tema principal e o fundo, pois, pelo processo normal da fotometria não se obtem
uma exposição correta.

7.3.1 Sub-exposição do tema principal


Foto na contra-luz ou com fundo muito claro e luminoso (céu brilhante, mar,
janelas iluminadas, etc.), aumentar a exposição para o dobro ou o quádruplo.
Exemplo:
leitura normal p/ dobrar p/ quadruplicar
abertura f16 f11 f8
velocidade 1/250 1/125 1/60

7.3.2 Sobre-exposição do tema principal


Tema muito iluminado (luz de holofote por exemplo) contra fundo escuro,
diminuir a exposição para metade ou um quarto.
Exemplo:
leitura normal p/ metade p/1/4
abertura f4 f5.6 f8
velocidade 1/60 1/125 1/250

OBS: não existe uma exposição correta propriamente dita, mas apenas aquela capaz
de proporcionar o efeito desejado. Podendo-se recorrer tanto a sub-exposição quanto
a sobre-exposição, quando se deseja obter um determinado resultado, ou transmitir
um clima.

8 ENQUADRAMENTO E COMPOSIÇÃO
Estes dois aspectos são de grande importância e interferem sensivelmente na
qualidade da fotografia, sem falar no bom gosto. O enquadramento se dará conforme
for o objetivo do fotógrafo, ou seja, ele poderá enquadrar o objeto de interesse da
maneira como achar melhor, porém não deixando dúvidas ao observador da sua
intenção.

Geralmente, procuramos centralizar o objeto de interesse no espaço do visor.


Quando se tratar de fotos em que o objeto é muito pequeno em relação ao meio
onde se encontra, devemos nos aproximar ao máximo do objeto (se possível), caso
contrário, utilizaremos equipamentos especiais, que nos permitirão registrar o objeto,
sem nos aproximarmos.

Quanto a composição, isto dependerá exclusivamente do fotógrafo. Para realizar


uma foto, é preciso que se faça um estudo prévio do local ou do objeto, analisando
as suas cores, o tipo de iluminação presente e o posicionamento do objeto em
relação à iluminação. Todos estes fatores analisados poderão influenciar
extremamente a foto, além de serem indispensáveis para se obter uma boa foto.
CURSO DE FOTOGRAFIA 32/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
O que está dentro da fotografia é muito mais importante do que os elementos
desnecessários que você deverá deixar de fora. Para uma perfeita composição, você
poderá utilizar da "regra dos terços", que é uma divisão do visor da câmera em um
diagrama com duas linhas imaginárias verticais e duas linhas horizontais.

O visor fica assim dividido em terços (nove terços), sendo que o ponto ideal para
localizar o motivo principal de sua foto será a interseção das linhas. Os quatros
pontos de interseção são chamados por "pontos de ouro", onde o elemento principal
é priorizado.

8.1 ELEMENTOS IMPORTANTES NO ENQUADRAMENTO E NA COMPOSIÇÃO

Alguma vez você já se perguntou por que as fotografias apresentam-se, em grande


maioria das vezes, RETANGULAR? O fotograma assim como os cartões de visita e
de crédito, algumas formas arquitetônicas bem como a maioria dos seres vivos
obedecem um Princípio de Proporção que foi observado desde Pitágoras e
Aristóteles em que foram feitas analogias com o crescimento orgânico, as
harmônicas musicais e a arquitetura.

Existem alguns números que divididos entre si apresentam como resultados um


número harmônico em torno de 0,68. Exemplo: 2:3=0,666 ; 3:5=0,6 ; 5:8=0,625. Tais
números obedecem o princípio de proporção assim como uma fotografia 6x9, 10x15
ou mesmo 17x25. Com a relação entre estes números criam-se retângulos, também
harmônicos, chamados Retângulos Áureos.

Retângulo Áureo. Espiral logarítmica, típica de expansão da concha. Estágios


sucessivos são marcados por "quadrados rodopiantes" e retângulos áureos
expandindo-se em progresso harmônico a partir do centro 0. Assim podemos aplicar
uma regra de composição e enquadramento chamada Regra dos Terços. Tal regra
consiste em dividir um retângulo áureo em duas linhas verticais e duas linhas
horizontais.
CURSO DE FOTOGRAFIA 33/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Os pontos de interseção entre as linhas verticais e horizontais, os pontos de ouro


representam locais que, ao enquadrar a foto, distribuem harmoniosamente os
elementos, chamando a atenção e criando uma estética na composição. Ao
enquadrar um elemento isolado do todo, tente priorizar estes pontos.

Pontes, caminhos, estradas, pontas de montanhas, quebra-mar, entre outros


elementos e paisagens, quando enquadrados nas diagonais da fotografia criam
aspectos de continuidade, não "quebrando" a composição da foto. É importante que
se evite ao máximo enquadramentos em que pessoas, plantas e objetos importantes
da composição não sejam cortados durante o enquadramento.

Outra forma de enquadrar paisagens com algum horizonte definido como por do Sol
em montanhas ou mar, é saber primeiro o que priorizar. Caso seja o céu, utilize o
terço inferior para as montanhas e o contrário para priorizar as montanhas Evite
enquadrar o horizonte no meio da fotografia, afim de impedir a competição entre os
elementos que a compõem.
CURSO DE FOTOGRAFIA 34/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Em uma composição cuja preocupação é distribuir os elementos da foto


harmoniosamente requer apenas conhecimentos básicos para o bom emprego da
Regra dos Terços e principalmente bom senso.

Lembre-se que algumas vezes é preciso mudar de ângulo para procurar um melhor
enquadramento, usar um tripé para compor uma foto com calma. Observar o sentido
do crescimento dos elementos. Por exemplo, uma árvore ou uma pessoa. Virar a
câmera na vertical, respeitando o sentido do crescimento destes seres.

Evite preencher a fotografia com vários elementos afim de não compor uma foto
"suja" em que tudo aparece mas nada se evidencia.

O mais importante na composição não é preencher todos os espaços e sim saber


entender os vazios existentes na fotografia.

Alguns Exemplos para enquadramento e composição:

a) Horizonte, É enquadrado da seguinte maneira :

- horizonte alto: localizado no terço superior do visor - ex.: Fotos de uma mata

- horizonte baixo : localizado no terço inferior do visor - ex.: Por do Sol

- horizonte concentrado : no centro do visor.

OBS.: Os dois primeiros enquadramentos são os mais indicados.

b)Céu:

Pode ser o elemento predominante nas fotos de paisagens; sofre mudanças


contínuas e funciona como um refletor, além de ser parte da luz. Nos casos em que
ele representa um fator significativo para a composição de uma foto, é aconselhável
manter as exposições dentro dos limites mínimos exigidos para a produção de
detalhes adequados na sombra.

c)Água:
CURSO DE FOTOGRAFIA 35/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
É elemento importante nas fotos das paisagens, devido à sua capacidade de
reflexão, incorporando uma diversidade enorme de tons e cores.

Podemos ressaltar alguns fatores responsáveis pelas características visuais da água:

- Céu: confere a coloração.

- Reflexão: espelha tons e formas existentes ao seu redor.

- Movimento: ondulações transmitem uma imagem abstrata.

Obs.: Fotos de quedas d’água (cachoeira) podemos fotografar com logo tempo de
exposição (1s, 2s, 4s), fechando o diafragma, deixando a foto com um "efeito véu", o
que é muito interessante e belo.

d) Zoológico:

O fotógrafo obterá fotos mais interessantes, se observar a rotina do animal, pois


assim terá condições de saber seu comportamento nas diversas horas do dia,
podendo, assim, prever seus movimentos. O uso do flash deve ser evitado e, caso
tenha que usá-lo, jamais faça-o sem permissão.

O uso de combinações de lentes como uma grande-angular , uma lente normal e,


talvez a mais importante, uma objetiva longa, presta-se pelo objetivo do motivo,
levando em consideração, principalmente, o enquadramento e a eliminação de
obstáculos comuns em zoológicos.

Eliminando cercas e grades:

As grades dos recintos ou cercas de arame nos zoológicos, podem ser eliminados
quando se encaixa a objetiva entre as suas divisões, ou quando o fotógrafo se
aproxima e usa uma grande abertura do diafragma, com uma objetiva longa e a
maior abertura possível, a uma proximidade maior possível, o obstáculo fica fora de
foco e o resultado é uma fotografia mais natural. Essa técnica torna-se tanto mais
eficaz quanto maior a distância entre o animal e a cerca. Exemplos:

a) Animais Selvagens:

O problema principal consiste em localizá-los, pois a maioria se esconde, podendo


facilmente detectar a presença de um ser humano. Para contornar os problemas de
aproximação, a alternativa consiste no uso de teleobjetivas e camuflagens,
velocidades rápidas e filmes mais sensíveis.

b) Plantas e Flores: podemos ressaltar três métodos para fotografá-las:

- Close-up: destacar as estruturas e detalhes - macrofotografia


CURSO DE FOTOGRAFIA 36/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
- Foco Seletivo: isolar o objeto do fundo - usar fundo com cartolina, panos ou papel
camurça.

- Grupo: enquadrar o grupo vegetal que se deseja - objetiva 50mm ou grande


angular.

OBS.: A melhor hora para se fotografar flores é o início da manhã, pois a luz nesta
hora do dia, oferece maior contraste para mostrar formas e detalhes. A cor define a
forma, contrastes e valores tonais

8.2 ENQUADRAMENTO

Procure enquadrar o tema corretamente, observando o alinhamento das linhas


horizontais e verticais da câmara. Enquadramento significa composição, isto é, a
seleção e o arranjo que se deve fazer do assunto, antes de fotografá-lo. Pode-se
conseguir a melhor composição do assunto de várias maneiras:

- Coloque alguma coisa no primeiro plano para preencher os espaços vazios. Um


portão, uma árvore ou uma pessoa, para servir de moldura à cena.

- Ao fotografar pessoas, procure deixá-las em destaque, para ocupar a maior área


do fotograma. O espaço ocupado pelas pessoas deve ser maior na frente do que
atrás.

- As pessoas devem ser fotografadas em atitudes naturais, assim você conseguirá


maior beleza e naturalidade em suas fotos. Evite poses rígidas e forçadas.
Procure conversar com a pessoa para mantê-la despreocupada. Quando
perceber o momento oportuno, acione o disparador e você verá que os resultados
serão bem melhores.

- Acostume-se a escolher o ângulo a ser fotografado, através do visor da câmara.


Procure examinar o assunto de vários ângulos: mais perto, mais longe, de cima
para baixo, de baixo para cima. Analise bem todos os ângulos e escolha o que
mais lhe agradar e só então aperte o disparador. Se tiver dúvidas, tire duas ou
três fotos de ângulos diferentes e assim será mais fácil estudá-las para escolher a
melhor depois.

- Seja por falta de atenção ou excesso de pressa, evite captar elementos demais
ou fora do tema na sua foto. A foto neste caso torna-se dispersiva, onde a visão
humana tende a fugir do tema principal.

- As fotos por serem bi-dimensionais, são compostas por linhas e planos que, se
não forem organizados e coerentes, a visualização será dificultada, dando a
sensação de desordem. Sendo assim devem ser evitadas as linhas que dividem
as fotos pela metade, tanto nos sentido vertical como no horizontal.

- Quase todas as fotos, possuem um objetivo em ação. Sendo assim esta ação
precisa de um determinado espaço para que possa se desenvolver, do contrário a
ação será cortada e não terá continuidade.
CURSO DE FOTOGRAFIA 37/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

- Para a visão humana, é mais agradável, que a ação se desenvolva da esquerda


para a direita ou de cima para baixo, respeitando-se sempre a regra do “Campo
de Ação”.

- Procure observar atentamente as fotografias feitas por outras pessoas. Os erros


cometidos podem ser evitados nas suas fotos. Esse exercício ajudará a melhorar
sua técnica fotográfica.

Se quiser aperfeiçoar o gosto pela arte fotográfica, visite as exposições de fotografia,


consulte álbuns de reprodução de fotos premiadas, com senso crítico. Observe cada
detalhe, procurando descobrir a regulagem utilizada, os efeitos conseguidos com
lentes, filtros e as possíveis modificações que tornariam a foto ainda melhor. Assim,
estará aguçando sua capacidade de observação. Cada vez que analisamos uma
foto, em todos o seus aspectos, passamos a tirar uma série de conclusões sobre
nossos próprios trabalhos e nossa imaginação começa a vislumbrar uma infinidade
de assuntos a serem fotografados.

8.3 COMPOSIÇÃO

A definição de composição fotográfica é simples: é a seleção e os arranjos


agradáveis dos assuntos dentro da área a ser fotografada. Os arranjos são feitos
colocando-se figuras ou objetos em determinadas posições, às vezes, na mudança
do ângulo de tomada, pode-se deslocar a câmara suavemente, acarretando uma
mudança na composição.
Alguns instantâneos podem se tornar boas composições, mas a maioria das boas
fotografias são criadas. Como cria boas fotos? Primeiro, aprendendo as normas
básicas para uma boa composição. Após ter aprendido o elementar, conclui-se que
uma foto bem composta, frequentemente envolve planejamento cuidadoso e, às
vezes, paciência.
Com a prática, as normas de composição tornam-se parte das idéias quando
estamos procurando motivos fotográficos. Nesta apostila, iremos discutir
simplicidade, regra dos terços, linhas, equilíbrio, enquadramento e fusões. Considere
estes itens não como regras, mas como simples orientações.

A primeira e, talvez, a mais importante das orientações, baseia-se na simplicidade.


Procure formas que dêem maior atenção visual ao centro de interesse da foto. Uma
das formas seria selecionar um fundo suficientemente uniforme, que não roube a
atenção que o assunto principal merece.

Portanto, você pode simplificar suas fotos e reforçar o centro de interesse


selecionando fundos simples, evitando assuntos ão relacionados com o assunto
CURSO DE FOTOGRAFIA 38/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
principal e chegando mais perto. Se você quer fazer o centro de interesse um pouco
mais dinâmico, desloque-o ligeiramente fora do centro.

Você pode usar a regra dos terços como um guia para a colocação do assunto fora
do centro da área fotografada. Vejamos como funciona: Antes de tirar a foto, imagine
a área da fotografia dividida simultaneamente em três terços verticais e horizontais.
As intersecções dessas linhas imaginárias sugerem 4 opções para a colocação do
centro de interesse para uma boa composição. A opção depende do assunto e como
você quer que ele seja apresentado.

Você deve sempre considerar a direção do movimento dos assuntos e, geralmente,


deixar espaço à frente, dentro do qual possam se movimentar.

Você pode usar diagonais como linhas de condução a fim de proporcionar um


direcionamento na foto. É um caminho simples e fácil para os olhos seguirem em
direção ao assunto principal.

Você pode também usar linhas repetidas para chamar a atenção do observador para
o centro de interesse.
CURSO DE FOTOGRAFIA 39/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Uma das mais comuns e atrativas linhas usadas na composição é a chamada curva
em S.

Conseguir bom equilíbrio também faz parte das recomendações para uma boa
composição. O enquadramento e a disposição dos assuntos foram todos
cuidadosamente selecionados a fim de poderem criar uma foto bem equilibrada.

Equilíbrio perfeito é simplesmente arranjar as formas, as cores, as áreas de luz e


sombra que se complementam mutuamente para dar uma aparência bem
equilibrada.
CURSO DE FOTOGRAFIA 40/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Enquadramento é o nosso quinto item para melhorar uma composição fotográfica.


Isto é enquadrar o centro de interesse harmoniosamente com os objetos que se
encontram em primeiro plano. Isto dá à fotografia uma sensação de profundidade,
necessária para que a foto não seja considerada tão-somente um instantâneo.

Lembre-se: nós vemos as coisas em três dimensões, portanto, é mais frequente do


que se imagina as pessoas concentrarem-se somente no assunto principal e não
perceberem que o fundo está interferindo. Evitar fusões é a nossa sexta orientação
para uma melhor composição.

A fusão de fundo é desagradável, e poderá roubar a atenção do centro de interesse.


Fusões de fundo são objetos ou linhas que estão excessivamente juntas ao assunto
principal. Neste caso, a árvore parece estar saindo da cabeça da menina.
CURSO DE FOTOGRAFIA 41/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
9 FOTOGRAFIAS EM ‘‘CLOSE-UP”

Um dos campos mais fascinantes da fotografia é a fotografia em close-up3, porém,


na maioria das vezes recebe pouca atenção do amador.

Embora sejam inevitáveis, as pequenas profundidades de campo valorizam as


fotografias em quase todos os casos, pois a adaptação do cérebro humano leva-o a
enxergar pequenos objetos nitidamente definidos, porém a ver suas bordas já um
tanto indistintas. Assim, ao ser aproveitado nas fotos em “close-up”, esse efeito
reforça a impressão natural do observador. O campo das fotografias em close-up é
ilimitado, repleto tanto de modelos vivos quanto de temas inanimados.

O mais sério de todos os problemas encontrados no registro de imagens em close-up


consiste na obtenção de uma quantidade suficiente de luz, pois quanto mais a
objetiva se aproxima do tema, mais restrito se torna o campo de trabalho e, por
conseguinte, a área iluminada. Para separar essa dificuldade, existem duas
alternativas: exposições longas ou usar flash.

A medida que aumenta a distância entre a lente e o plano do filme, seja por meio de
um fole, seja por meio de tubos de extensão, verifica-se uma perda de luz. Não se
pode mais confiar no valor de exposição obtida com o fotômetro de leitura direta
através da objetiva, e as exposições devem ser mais longas. Na parte externa dos
anéis de extensão, encontram-se gravados os fatores de exposição.

Acessórios utilizados para fotografias em “close-up”: lentes macro, filtros “close-up”,


e foles de extenção.

Máquinas com fole e tubo de extensão montados

3
“Close-up”: são fotografias efetuadas bem próximas ao tema.
CURSO DE FOTOGRAFIA 42/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
10 FILTROS
São peças simples de material transparente e colorido, que podem ser
temporariamente acopladas à parte dianteira da objetiva, utilizados para bloquear a
passagem de determinadas cores e/ou dar efeito a foto.

Com a utilização do filtro, a exposição deve ser aumentada, em função deste impedir
que uma parte da luz atinja o filme. Quanto mais escuro o filtro maior a exposição
necessária a compensação.

O filtro modifica a luz que impressiona o filme, produzindo assim uma imagem muito
mais semelhante aquela que o olho humano consegue capitar.

10.1 TIPOS DE FILTROS

ULTRAVIOLETA (UV) e SKAYLIGHT- absorve a radiação ultravioleta, prestando-


se à obtenção de imagens mais nítidas quando há névoas ou neblina. Este filtro
exerce pouca influência sobre o aspecto visual da foto, e pode ser mantido
permanentemente na objetiva , protegendo-a contra arranhões e acúmulo de sujeira.

DENSIDADE NEUTRA - não afetam o equilíbrio das cores nem o contraste, apenas
reduz a quantidade total de luz que atravessa a objetiva.

FILTRO DE COMPENSAÇÃO DE COR: reforçam suas próprias cores na fotografia,


mediante a filtragem das cores complementares

POLARIZADOR - Destinam-se a manter a saturação de cores nos temas ou modelos


que recebem iluminação direta, reduzir ou eliminar os reflexos de superfícies
refletoras (não metálicas) e penetrar nos reflexos de materiais transparentes; torna o
azul do céu mais escuro.

- Filtro polarizador

10.2 FILTROS PARA EFEITOS ESPECIAIS

FILTRO ESTRELA - a superfície do filtro é riscada por dois ou mais conjuntos de


linhas paralelas que interceptam. Os pontos de intersecção dessas linhas produzem
estrelas de luz, sempre que a cena inclui fontes luminosas.

FILTROS DE DIFRAÇÃO - neste caso, a superfície do filtro também é riscada, mas


por linhas tão próximas entre si que não se consegue distinguí-las a olho nu.
CURSO DE FOTOGRAFIA 43/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
FILTROS DE NEBLINA - como o nome sugere, transforma a imagem num ambiente
nebuloso. Esse filtro é disponível em várias gradações.

FILTROS “CLOSE-UP” – são lentes utilizadas para efetuar fotografias bem próximas
ao tema.

FILTRO DE FOCO CENTRAL - trata-se de uma lente de aumento com um orifício no


centro, onde é possível focar o objetivo principal, enquanto que tudo ao redor ficará
desfocado. É muito usado para eliminar elementos indesejáveis que estão em
primeiro plano.

FILTRO DESPOLIDO - o centro do foco ficará nublado e as bordas perdem a nitidez.

FILTRO COM LENTE CORTADA - trata-se de uma lente de aumento, cortada ao


meio. Assim, metade da foto fica focada e a outra desfocada.

FILTROS GRADUADOS - são construídos de cores diferentes em tons graduados


ou com uma das secções transparentes e outra em cor. Um dia sombrio e chuvoso,
fotografado com filtro graduado amarelo para a área terrestre e azul do céu, é
registrado como uma cena ensolarada e quente.

Aplicação dos filtros

FOTOGRAFIAS DO MAR
UV: realça o contraste das imagens
Polarizador: intensifica o azul do céu, elimina reflexos e realça as cores.
Filtro Âmbar (pouca intensidade): num dia encoberto traz um pouco mais colorido para a imagem.
POR DO SOL
Filtros de tons amarelados ou avermelhados: intensificam ainda mais as cores do por do sol,
provocando forte desbalanceamento das cores a que produz resultados interessantes.
Filtros azuis: aumentam a gama de tons e corrigem os desvios de cores, dando origem a imagens
mais tranquilas.
CÉU
UV: dá maior contraste à imagem e melhora a saturação das cores no céu.
Polarizador: intensifica o azul.
NUVENS
UV e Polarizador: para intensificar o azul do céu e realçar o branco das nuvens.
Graduados: permitem obter efeitos espetaculares, dependendo apenas da criatividade de cada
fotografo.
PAISAGENS AQUÁTICAS
Polarizador: elimina a maior parte dos reflexos e dá à água uma cor mais profunda (quando o
elemento principal é a água e o Sol é forte).
Graduação Cinza: quando há muita diferença de luminosidade entre o céu e a porção d’água.
Azul: determina um equilíbrio mais natural.
Estrelado: dá a forma de estrela a pontos brilhantes, se houver reflexos na água
Vermelho / Laranja: para criar um efeito de por o Sol a qualquer hora do dia.
CURSO DE FOTOGRAFIA 44/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
11 ACESSÓRIOS
São alguns dos acessórios existentes:

• Para-sós de borracha utilizado na frente da lente;


• Visores de borracha (eliminar a luz de trás do fotografo);
• Correias tiracolo, Disparador sincronizado;
• Motor drives, Fole;
• Magazine para filmes( em até 250 fotos);
• Intervalômetro;
• Filtros;
• Lentes de aumento;
• Invólucros impermeáveis (fotos submarinas).

12 FOTOGRAFIA DIGITAL

12.1 PRINCÍPIOS DA FOTOGRAFIA


12.1.1 Diferenças entre tradicionais e digitais

Para qualquer pessoa acostumada a fotografar


com máquinas fotográficas tradicionais, o uso da
câmera digital, apesar de incorporar novidades,
não exige muito esforço para adaptação. Vamos
relacionar as principais semelhanças e
diferenças:

• Nas câmeras digitais não se utilizam filmes, e


sim um cartão de memória para armazenamento
das imagens. Esse cartão permite que se grave,
copie e apague (delete) arquivos de imagens
(inclusive vídeo).
• A luz do flash funciona quase como numa
câmera comum, e dependendo do modelo da câmera digital, pode vir embutido no
corpo e/ou utilizando um flash externo através de conexão por sapata ou pino (a
diferença, tecnicamente, é que na fotografia digital existe um pré-disparo para avaliar
a luz branca, ou whitepoint, o que obriga ao uso de flashes especiais)
• As câmeras digitais, além de um visor idêntico às das máquinas fotográficas
tradicionais (não SLR), incorporam talvez a maior novidade que é um visor através
de tela de cristal líquido (LCD) localizado na parte posterior do corpo da câmera. A
principal vantagem é que o fotógrafo vê a imagem exatamente como será
fotografada. A maior desvantagem é que em ambientes de muita luz (sob o sol, por
exemplo), é praticamente impossível usar o visor LCD e, além disso, o uso contínuo
do visor acaba rapidamente com a bateria.
• As objetivas são muito semelhantes, mas na fotografia digital muitas câmeras
incorporam o recurso de zoom digital, além do zoom ótico. Acontece que o zoom
digital é irreal, uma “aproximação”, ou, melhor ainda, uma “ampliação” gerada por
software. Isso resulta numa imagem imprecisa e de cores inconsistentes. De
CURSO DE FOTOGRAFIA 45/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
qualquer modo, mais tarde, através de qualquer software editor de imagens pode-se
ampliar qualquer parte da imagem.
• Os ajustes de foco, velocidade de obturador e abertura de diafragma, nos
modelos mais simples de câmeras digitais, são totalmente automáticos. Contudo, nas
câmeras digitais mais modernas, pode-se regular não apenas cada um desses itens
individualmente, mas também estabelecer “sensibilidade do filme”, ou seja, definir se
a captura da imagem se dará numa sensibilidade correspondente a 100, 200, 400
ASA ou até mais, dependendo da sofisticação do modelo.
• Muitos dos mais modernos modelos de câmeras digitais também incorporam o
recurso de áudio e vídeo, ou seja, é possível filmar alguns segundos ou minutos
(depende da capacidade de armazenamento em cartão de memória do
equipamento). Também é possível anexar “anotações” de voz numa imagem.
As câmeras digitais, diferenciando ainda das tradicionais, vem equipadas com um
cabo (geralmente USB) para conexão da câmera à um computador, para
transferência das imagens, mais uma ou mais baterias recarregáveis de longa
duração, um cabo de áudio e vídeo que pode inclusive ser conectado a uma aparelho
de TV ou videocassete, e o cartão de memória (existem vários tipos que
estudaremos adiante) onde as imagens são armazenadas.

12.1.2 Controles da câmera e criatividade


Câmeras digitais com recursos oferecem controles criativos sobre as imagens. Elas
permitem que se controle a luz e o movimento em fotografias, bem como o que deve
aparecer nítido e o que não deve. Embora a maioria das câmeras digitais simples
sejam totalmente automáticas, algumas permitem que se faça pequenos ajustes que
afetarão a imagem. As melhores câmeras oferecem uma ampla gama de controles,
em alguns casos mais do que se pode encontrar em uma câmera 35 mm SLR. De
qualquer modo, independentemente de quais controles a câmera oferece, os mesmo
princípios básicos estão presentes. Mesmo que a câmera seja totalmente
automática, é possível controlá-la indiretamente, ou tirar vantagem desses efeitos
para controlar as imagens.

12.1.3 Automatismo
Todas as câmeras digitais possuem um modo automático que determina o foco, a
exposição e o balanço de cor (White-balance). Tudo o que o fotógrafo tem a fazer é
apontar a câmera e apertar o botão do disparo.

• Preparando. Ligue sua câmera e deixe no modo automático. Para conservar as


baterias, desligue o monitor LCD e componha a cena pelo visor ótico. Se a câmera
tem capa de lente, lembre-se de removê-la antes de ligar a câmera.
• Enquadrando a imagem. O visor apresenta a cena que está para ser fotografada.
Para enquadrar melhor, experimente o zoom da lente, aproximando ou afastando a
cena para escolher a melhor composição. Atenção, se a imagem aparecer
embaçada, existe um botão de regulagem do foco do visor para ajuste.
• Autofoco. A área que estiver no centro da imagem será utilizada pela câmera
como ponto de nitidez principal. O quanto se pode focar dependerá da câmera que
se estiver usando.
• Autoexposição. A autoexposição programada pela câmera mede a luz refletida
pela cena e usa a leitura para estabelecer a melhor exposição possível.
• Autoflash. Se a luz estiver muito fraca, o sistema de autoexposição irá disparar o
flash da câmera para iluminar a cena. Se o flash será disparado, uma lâmpada de
CURSO DE FOTOGRAFIA 46/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
aviso na câmera, geralmente vermelha, irá piscar quando você pressionar o
disparador metade do caminho.
• Balanço de luz (White balance). O colorido de uma fotografia será afetado pela
cor da iluminação que afeta a cena, assim a câmera automaticamente ajusta o
balanço de cor para fazer os objetos brancos na cena parecerem brancos na foto.

12.1.4 O obturador e a exposição


O obturador mantém a luz longe do sensor exceto
durante uma exposição (foto), quando abre sua
cortina para permitir a luz de atingir o sensor de
imagem. O período de tempo em que a cortina do
obturador fica aberta afeta tanto a exposição da
imagem como o movimento.

Velocidades baixas de exposição do obturador


deixam luz atingir o sensor da imagem por mais
tempo, permitindo uma foto mais brilhante. Velocidades mais rápidas permitem
menos tempo de luz, e assim a foto resulta mais escura.

Em adição ao diafragma (a quantidade de luz que atingirá o sensor de imagem), a


velocidade do obturador é o mais importante controle que se tem para a captura da
imagem na fotografia. Entender a velocidade do obturador é vital quando se pretende
que um objeto apareça nítido ou tremido na fotografia. Quanto mais tempo o
obturador ficar aberto, mais tremido ficará o objeto na imagem (tanto em função de
movimentos do objeto como por qualquer tremor do fotógrafo).

Apesar das câmeras digitais poderem selecionar qualquer fração de segundo para
uma exposição, há uma série de ajustes que tem sido tradicionalmente utilizados
quando se usa uma câmera manualmente (que não podem ser feitas em algumas
câmeras digitais simples). A velocidade tradicional de disparo (listada a seguir das
velocidades mais rápidas às mais lentas), incluem 1/1000, 1/500, 1/250, 1/125, 1/60,
1/30, 1/15, 1/8, 1/4, 1/2, e 1 segundo (em câmeras mais sofisticadas podem chegar a
1/35.000 num extremo e no outro ficar o obturador aberto pelo tempo que o fotógrafo
quiser).

12.1.5 O momento certo


Fotógrafos tornaram-se famosos por
capturar sempre “o momento
certo” quando ações acontecem e
apenas um único momento a
torna interessante. Para isso
precisavam estar sempre pronto.
Nunca se atrapalhar com
controles e oportunidades
perdidas. A grande maioria das
câmeras digitais tem um sistema de
disparo automático que deixa o
fotógrafo livre de preocupações, mas
CURSO DE FOTOGRAFIA 47/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
por outro lado essas câmeras têm problemas que torna os momentos decisivos mais
difíceis de serem obtidos.

Nas câmeras digitais mais simples, amadoras, acontece uma demora entre o
momento de pressionar o disparador e a tomada da foto. Isso porque, no primeiro
momento em que se pressiona o botão, a câmera rapidamente realiza um certo
número de tarefas. Primeiro limpa o CCD, depois corrige o balanço de cor, mede a
distância e estabelece a abertura do diafragma, e finalmente dispara o flash (se
necessário) e tira a foto. Todos esses passos tomam tempo e a ação pode ter já
ocorrido quando finalmente a foto é feita. Assim, fotografia de ação com uma câmera
digital amadora (esportes, por exemplo), é praticamente impossível. Somente as
chamadas câmeras avançadas, ou semi-profissionais, mais as SLR Digitais Pro, têm
capacidade de fazer fotos em sequências rápidas inferiores a um segundo.

Depois ocorre um longo intervalo entre a foto tirada e a disponibilidade da câmera


para uma nova foto porque a imagem capturada primeiro precisa ser armazenada na
memória da câmera. Como a imagem precisa ser processada, uma certa quantidade
de procedimentos são requeridos, e isso pode tomar alguns segundos (que
parecerão uma eternidade para um fotógrafo que precisa fotografar uma ação rápida,
já que não poderá ser feita outra foto enquanto isso tudo não for processado).

Mesmo nas câmeras SLR digitais, com mais recursos, pode ocorrer uma limitação na
quantidade de fotos que se tira em sequência, em função do tempo que a câmera
necessita para gravar a imagem num cartão de memória (o que pode depender da
velocidade de gravação e leitura do próprio cartão). Por exemplo, uma câmera digital
pode fazer fotos numa velocidade de 3 tomadas por segundo, mas até um máximo
de 8 imagens.

12.1.6 Obturadores das câmeras digitais


Quando um obturador se abre, ao invés de expor um filme, na câmera digital ele
coleta luz no sensor de imagem – um dispositivo eletrônico de estado sólido. Como
se viu anteriormente, o sensor de imagem contém uma grade de pequenas
fotocélulas. Conforme a lente foca a cena no sensor, algumas fotocélulas gravam as
luzes mais fortes, outras as sombras, enquanto terceiras os níveis de luzes
intermediárias.

Cada célula converte então a luz que cai sobre ela numa carga elétrica. Quanto mais
brilhante a luz, mais alta a carga. Quando o obturador fecha e a exposição está
completa, o sensor recorda o padrão gravado. Os vários níveis de carga são então
convertidos para números binários que podem ser usados para recriar a imagem.

Uma vez que o sensor tenha capturado a imagem, esta precisa ser convertida, ou
seja, digitalizada, e depois armazenada. A imagem armazenada no sensor não é lida
de uma vez, mas em partes separadas. Existem dois modos de se fazer isso –
usando escaneamento interlaçado (interlaced) ou progressivo.

Num sensor de escaneamento interlaçado, a imagem é inicialmente processada por


linhas ímpares, depois por linhas pares. Este tipo de sensor é freqüentemente
utilizado em câmeras de vídeo porque a transmissão de TV é interlaçada. Num
CURSO DE FOTOGRAFIA 48/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
escaneamento progressivo, as colunas são processadas uma após outra em
seqüência.
12.1.7 Usando velocidade de obturador e
abertura de diafragma ao mesmo tempo
Como tanto a velocidade do obturador como a
abertura do diafragma afetam a exposição (a
quantidade total de luz que atinge o sensor da
imagem), assim se pode controlar se a foto será
mais clara ou escura, mais nítida ou menos
nítida, e assim por diante. A velocidade do
obturador controla o tempo que o sensor da
imagem será exposto à luz e a abertura controla a
quantidade de luz que entrará para compor a
imagem. O fotógrafo, ou o sistema automático da câmera, pode casar uma
velocidade de obturador curta (para deixar entrar luz num período curto) com uma
abertura grande (para deixar entrar mais quantidade de luz); ou uma velocidade de
obturador longa (para deixar entrar luz por um período maior) e uma abertura
pequena (para deixar entrar menos luz). Em termos técnicos, não faz diferença a
combinação usada. Contudo, os resultados não serão os mesmos, daí a magia de se
controlar manualmente a câmera, ao invés de deixar ao sistema automático. É
controlando de forma criativa essa combinação que se pode obter grandes
fotografias.

O objeto sempre se move, ou pelo menos a câmera poderá ser mover num curto
espaço de tempo. Também a profundidade de campo será afetada. A conjugação
desses fatores, e o controle sobre eles, é que fazem a diferença entre fotos
convencionais e fotos de grande qualidade.

Como vimos, cada abertura de um número f/ determina metade ou o dobro da


abertura seguinte (para mais ou para menos). Assim, uma abertura de f/8 deixa
entrar metade da luz de uma abertura de f/5.6. Já uma velocidade de obturador de
1/60 s deixa passar metade da luz que uma abertura de 1/30. Se o fotógrafo mudar a
regulagem de uma exposição que mostra luz correta (balanceada) de f/8 com 1/30 s
para f/5.6 com 1/60, obterá o mesmo resultado técnico correto – só que a
profundidade de campo muda, assim como o controle dos movimentos – portanto, na
primeira foto, teremos maior profundidade de campo com menos velocidade, na
segunda, o contrário. Quanto maiores as diferenças nos controles, mais dramáticos
serão os resultados da foto.

Para fotografia “padrão”, precisa-se de uma média de velocidade em torno de 1/60 e


de abertura f/5.6. Velocidades menores resultarão em tremores (embora um tripé
possa ajudar) e aberturas menores limitarão a profundidade de campo. Uma câmera
automática “pensa” pelo padrão, assim dificilmente se obterão fotos espetaculares
com um sistema automático.

• Para objetos em movimento rápido, será necessária uma velocidade maior para
congelar o movimento (embora a distância focal das lentes, a proximidade do objeto
e a direção do movimento também afetem a nitidez final da foto)
CURSO DE FOTOGRAFIA 49/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
• Para uma máxima profundidade de campo, com a cena nítida do mais próximo ao
mais longinquo, será necessária uma abertura de diafragma menor (embora a
distância focal da lente e a distância aos objetos do cenário também afetem)

12.1.8 Escolhendo modos de exposição


Muitas câmeras oferecem mais de um modo de exposição. No modo totalmente
automático, a câmera faz um ajuste de velocidade e abertura para produzir a melhor
exposição possível. Geralmente, existem dois outros modos, que são muito usados,
o de prioridade de abertura, ou de prioridade de velocidade. Todos oferecerão bons
resultados na maioria das condições de fotografia. De qualquer modo, alternar entre
esses modos pode trazer algumas vantagens.

Vamos examinar cada um desses modos.

• Totalmente automáticos – este modo configura a velocidade e abertura, mais o


balanço de cor (White-balance) e foco sem a intervenção do fotógrafo. Permite que o
fotógrafo preste atenção na cena e ignore a câmera.
• Modo programado – pemite que o fotógrafo selecione uma variedade de
situações como fotos de retrato, cenários, esportes, crepúsculo, etc. Ainda é a
câmera que estabelece a abertura e a velocidade nessas condições.
• Prioridade de abertura – este modo permite que o fotógrafo selecione a abertura
necessária para obter uma certa profundidade de campo enquanto o sistema
combina essa abertura com a velocidade de obturador necessária para correto
balanço da exposição. Usa-se esse modo sempre que a profundidade de campo for
importante. Para ter certeza de um foco geral num cenário, escolhe-se uma pequena
abertura (ex, f/16). O mesmo funciona para uma foto close-up (onde o foco é crítico).
Já para deixar o fundo fora de foco e concentrar a nitidez num único plano,
seleciona-se uma abertura grande, exemplo f/4.
• Prioridade de obturador – este modo permite que se escolha a velocidade do
obturador como prioritária, e é necessária quando se pretende congelar uma imagem
ou tremer propositalmente um objeto, deixando a escolha da abertura para a câmera.
Por exemplo, quando se fotografa ação de esportes, animais ou em fotojornalismo, a
escolha de velocidade de obturador é quase obrigatório, com velocidades maiores,
1/500 por exemplo, para congelar a ação, ou baixas velocidades, 1/8 por exemplo,
para tremer a imagem.
• Modo manual – permite que se selecione tanto a velocidade como a abertura.
Recomendado somente para fotógrafos experientes e profissionais.
Um dos fatores que fazem da fotografia algo tão fascinante é a chance que temos de
interpretar a cena do nosso ponto de vista. Controles de velocidades de obturador e
de abertura são dois dos modos mais importantes de fazer fotos únicas. Conforme o
fotógrafo vai se tornando mais familiar com os efeitos da foto, encontrará a
oportunidade de fazer escolhas instintivamente.
CURSO DE FOTOGRAFIA 50/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.2 RESOLUÇÃO DA IMAGEM

12.2.1 A qualidade da imagem


Existem câmeras de baixo custo e
recursos equivalentes, que se refletem
não apenas na simplicidade de uso
(para fotógrafos inexperientes), mas
também na simplicidade da fotografia
digital gerada. Assim como existem
câmeras extremamente sofisticadas,
cheias de recursos manuais (regulagens
de sensibilidade à luz, abertura
prioritária de diafragma, velocidade de
obturador, etc), mais indicadas para
profissionais e amadores avançados.
Contudo, o ponto fundamental, para simplificarmos, na tecnologia de uma câmera
digital, é a sua capacidade de resolução da imagem. Para entendermos isso, vamos
estudar como as máquinas fotográficas digitais capturam a imagem.

Fugindo do sistema das câmeras tradicionais que utilizam filmes (processos químicos
baseados em halogenetos de prata) para gravar e armazenar uma imagem, as
câmeras digitais usam um equipamento chamado sensor de imagem (image sensor).
Trata-se de chips de silício do tamanho de uma unha, também conhecidos como
CCD (Charge-Coupled Device), que contém diodos fotossensíveis, ou fotocélulas. No
curto espaço de tempo em que o obturador é aberto, cada fotocélula grava a
intensidade ou brilho da luz que a atinge por meio de uma carga elétrica; quanto mais
luz, maior a carga. O brilho gravado por cada fotocélula é então armazenado como
uma série de números binários que podem ser usados para reconstruir a cor e o
brilho dos pontos da tela ou da tinta que imprimirão a imagem a partir de uma
impressora.

Chegamos aqui a um ponto importante - a


relação entre pixels e imagem. OS INVENTORES

As fotografias digitais são feitas de centenas de George Smith e Willard Boyle


milhares ou até milhões de pequenos pontos inventaram os sensores de
imagens, os CCDs, nos
laboratórios Bell, em 1969. Em
1970, os pesquisadores dos
laboratórios da Bell construíram o
primeiro CCD para vídeocâmera.
Em 1975, eles apresentaram a
primeira câmera equipada com
CCD com imagem de qualidade
suficiente para a televisão.

Hoje a tecnologia do CCD atinge


não apenas a televisão comum,
mas também aplicações em vídeo
que vão de monitoramento de
CURSO DE FOTOGRAFIA 51/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
chamados elementos da imagem, ou que vão de monitoramento de
simplesmente pixels. Cada um desses pixels é segurança à televisão de alta
capturado por uma única fotocélula do sensor definição, e do endoscópio à
de imagem ao se tirar uma foto, assim a videoconferência. Fax, copiadoras,
quantidade de fotocélulas do sensor é que scanners, câmeras digitais e
determina a quantidade de pixels numa imagem leitores de barras também
(e conseqüentemente, sua resolução, ou seja, a empregam CCDs para transformar
relação entre nitidez e tamanho da imagem). padrões de luz em informação útil.
Portanto, numa câmera digital, cada fotocélula
captura o brilho de um único pixel. O modo Desde 1983, quando telescópios
como essas fotocé-lulas estão dispostas foram equipados com CCDs, foi
determina a forma física da teia (ou grade, como possível aos astrônomos estudar
queiram), que é por fileiras e colunas simples. objetos milhares de vezes menores
Isso pode ser bem observado se ampliarmos que os mais sofisticados filmes
demais as fotos, pois a imagem aparece comuns podiam detectar, e gravar
montada em pequenos quadrados. imagens em segundos que antes
exigiam horas de exposição.
O computador e a impressora utilizam cada um Atualmente todos os telescópios,
desses pequenos pixels capturados pelas incluindo o Hubble (no espaço),
fotocélulas do sensor da câmera para utilizam sistemas de informação
apresentar a imagem na tela ou imprimir as digital proporcionados por chips
fotos. Para isso, o computador divide a área do CCDs ultrasensíveis.
monitor onde será apresentada a imagem (ou a Pesquisadores em outros campos
página de impressão onde será impressa) numa do conhecimento, como em
teia de pixels, de modo muito parecido ao modo química, utilizam CCDs para
como o sensor divide a imagem ao capturá-la. observar reações químicas.
São utilizados os valores armazenados pelas
fotocélulas para especificar o brilho e a cor de
cada pixel dessa teia – uma forma de
reprodução da imagem por números. Por isso,
endereçar uma teia de pixels individuais desse
modo se chama bit mapping (mapeamento de
bits).

Concluindo, a qualidade da fotografia digital, tanto impressa como a apresentada na


tela, depende principalmente do número de pixels utilizados para criar a imagem
CURSO DE FOTOGRAFIA 52/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
(fator também conhecido como resolução). Esse número, como vimos, é determinado
pela quantidade de fotocélulas existentes no sensor de imagem da câmera.

12.2.2 Capacidade de resolução da imagem


Quanto mais fotocélulas e conseqüentemente mais pixels, melhores serão os
detalhes gravados e mais nítidas as imagens. Se alguém ampliar e continuar
ampliando qualquer imagem digital, chegará um momento em que os pixels vão
começar a aparecerem multifacetados (esse efeito se chama pixelização). Portanto,
quanto mais pixels existirem em uma imagem, mais ela aceitará ampliações com
qualidade; quanto menos pixels, menor a ampliação possível.

Portanto, aqui está a diferença básica entre modelos de câmeras digitais (e seus
preços): a capacidade de resolução da imagem (e sua subseqüente qualidade e
tamanho final). Outras diferenças são pertinentes à quantidade de recursos
disponíveis na câmera e seu grau de automação ou possibilidade de ajustes
manuais.

Voltando a falar sobre resolução, como vimos, os sensores de imagens contém uma
teia (ou grade) de fotocélulas, cada uma delas representando um pixel na imagem
final - assim a resolução de uma câmera digital é determinada pela quantidade de
fotocélulas que existem na superfície de seu sensor. Por exemplo, uma câmera com
um sensor no qual cabem 1600 (largura) x 1200 (altura) fotocélulas gera uma
imagem de 1600 x 1200 pixels. Então, para efeito de terminologia e definição da
capacidade de uma câmera, dizemos simplesmente que ela tem uma resolução de
1600 x 1200 pixels, ou 1,92 megapixels.

Atualmente as câmeras mais simples geram arquivos de 640 x 480 pixels, enquanto
câmeras de capacidade média estão por volta de 1600 x 1200 pixels, e câmeras de
ponta produzem imagens de 2.560 x 1.920 pixels (perto de 5 megapixels). Importante
notar que isto se refere às câmeras amadoras, pois algumas profissionais já
produzem mais de seis milhões de pixels. Quanto maior a capacidade de resolução,
geralmente maior também o preço.

Outro detalhe importante é que quanto maior a imagem em pixel, maior o tamanho
do arquivo resultante. Por isso, normalmente as câmeras digitais possuem uma
regulagem para o tamanho do arquivo, dando a opção para o fotógrafo de escolher o
modo de resolução. Assim, se alguém vai capturar imagens para a WEB e possui
uma câmera de 3.3 megapixels, pode regulá-la para gerar imagens de apenas 640 x
480 pixels, bem mais fáceis de armazenar e lidar. Por exemplo, uma câmera de alta
resolução, 2048 x 1560 pixels, gera uma imagem média em arquivo JPEG (depende
das tonalidades e intensidade de luz retratadas) de aproximadamente 1,2 MB
(megabytes). Já na resolução de 640 x 480 pixels, no mesmo formato JPEG, gerará
um arquivo de apenas 220 Kb (kilobytes), ou seja, menos de 1/5 do tamanho.

Além da preocupação com espaço de armazenamento e rapidez em transmissão


pela Internet, em termos práticos deve-se levar em conta o tamanho com o qual se
pretende imprimir a imagem. Ainda seguindo os exemplos acima, a imagem de 2048
x 1560 pixels (3.3 MB) pode ser impressa, sem qualquer perda, em alta resolução
(300 dpi), no tamanho de 17,34 x 13 cms, enquanto a imagem de 640 x 480 pixels
permite apenas uma boa imagem impressa no tamanho 5,42 x 4,06 cms. Como se
CURSO DE FOTOGRAFIA 53/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
calcula o tamanho em termos de resolução é assunto que trataremos mais adiante
neste curso, quando abordarmos a impressão.

Tamanho em Tamanho do Tamanho da


Resolução
pixels arquivo impressão

300 dpi 640x480 938.292 bytes 5,42x4,06 cm

300 dpi 800x600 1.456.648 pixels 6,77x5,08 cm

300 dpi 1024x768 2.375.728 bytes 8,67x6,50 cm

300 dpi 1600x1200 5.375.728 bytes 13,55x10,16 cm

300 dpi 2048x1536 9.453.572 bytes 17,34x13,00 cm

Apesar de quanto maior o número de fotocélulas num sensor melhores imagens


serem produzidas, acrescentar simplesmente fotocélulas à um sensor nem sempre é
fácil e pode resultar em problemas. Por exemplo, para se colocar mais fotocélulas
num sensor de imagem, o sensor precisaria ser maior ou as fotocélulas menores.
Chips maiores com mais fotocélulas aumentam as dificuldades de construção e os
custos para o fabricante. Fotocélulas menores, por outro lado, serão menos sensíveis
e irão capturar menos luz que as de um chip normal. Concluindo, colocar mais
fotocélulas num sensor, além de sua complexidade e alto custo, acaba resultando em
arquivos maiores, de difícil armazenamento. Por isso a constante corrida tecnológica
entre os fabricantes na busca de sensores de maior resolução, com qualidade e
preço competitivo.

12.2.3 A tecnologia Foveon


Recentemente, em 2002, surgiu um novo tipo de sensor digital no mercado, o
Foveon X3, que por enquanto equipa apenas uma câmera digital, a Sigma SD9. Este
sensor, do tipo CMOS, é uma verdadeira revolução no mercado, pois apresenta os
sensores de imagem em camadas, e não mais num único nível com três fotocélulas
diferentes para capturar cada cor (como os CCDs comuns). A vantagem desse
sistema, que aproveita a capacidade do silício de absorver as ondas de luz, é que
permite ao sensor funcionar como um filme fotográfico (que também captura a luz em
camadas, embora tenha como sensor uma película química). Assim, cada pixel é
formado por todas as cores, e não por cálculos e interpolações entre as informações
colhidas por três fotocélulas diferentes (o que gera perdas). Teoricamente, com isso
obtêm-se mais resolução, nitidez na imagem, e melhor amplitude de cores, igualando
ou até superando a qualidade da fotografia convencional.

Contudo, a tecnologia ainda está em seu começo, com o amadurecimento, se for


comprovada a sua eficiência, deve se constituir no futuro da fotografia digital.
CURSO DE FOTOGRAFIA 54/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.2.4 O Tamanho da Imagem


Vamos começar por uma pequena revisão do visto até aqui. Como já sabemos, a
qualidade da fotografia digital, tanto impressa como a apresentada na tela, depende
principalmente do número de pixels utilizados para criar a imagem (fator também
conhecido como resolução). Esse número, como vimos, é determinado pela
quantidade de fotocélulas existentes no sensor de imagem da câmera (algumas
câmeras usam o artifício de acrescentar pixels “artificiais”, inflando o tamanho da
imagem, mas na prática isso não funciona; apenas aumenta o tamanho da imagem à
custa da qualidade).

Quanto mais fotocélulas e conseqüentemente mais pixels, melhores serão os


detalhes gravados e mais nítidas as imagens. Se alguém ampliar e continuar
ampliando qualquer imagem digital, chegará um momento em que os pixels vão
aparecer multifacetados (esse efeito se chama pixelização). Portanto, quanto mais
pixels existirem em uma imagem, mais ela aceitará ampliações com qualidade;
quanto menos pixels, menor a ampliação possível.

Como funciona o artifício de acrescentar pixels “fantasmas”, artificiais, na imagem,


para simular maior resolução? Como o leigo pode distinguir entre a realidade e a
ficção no mundo dos pixels e das câmeras digitais?

As questões acima são pertinentes, pois é preciso cuidado com algumas


propagandas de câmeras digitais e também de scanners. Acontece que existem dois
tipos de resolução, a ótica e a interpolada. A resolução ótica é o número absoluto de
pixels que o sensor da imagem consegue capturar fisicamente durante a
digitalização. Ou seja, corresponde exatamente à realidade. Contudo, por meio de
software incorporado na câmera (qualquer programa editor de arquivos de imagem
também pode fazer isso), é possível “acrescentar” mais pixels fictícios, num processo
chamado “interpolação”. Para isso o software avalia os pixels ao redor de cada pixel
que o cerca, para “imaginar” como deveria ser um novo pixel vizinho em termos de
cor e brilho. O que na prática nunca dá certo - as imagens assim geradas
apresentam geralmente inúmeras deficiências. O importante é ter em mente que a
resolução interpolada não adiciona nenhuma informação à imagem – só acrescenta
pixels que fazem o arquivo ficar maior. A qualidade final da fotografia fica geralmente
comprometida.

Contudo, como toda regra tem sua exceção, em nível de software hoje em dia já
existe um que realmente consegue a façanha. Ele não “imagina” nada. Realmente
cria pixels que funcionam. Só que não está embutido em nenhuma câmera digital, é
vendido somente para instalação em computadores - este incrível software, que
recomendamos, é o Genuine Fractals. Alguns fabricantes de câmeras digitais já
estão distribuindo cópias “lights” deste software especial junto com suas câmeras,
como a Nikon.

12.2.5 Bits e Bytes


Quando lemos textos sobre sistemas digitais, freqüentemente encontramos os
termos bit e byte. Alguns conceitos abordados nesta apostila exigem algum
conhecimento básico a respeito, portanto, antes de prosseguirmos, façamos um
pequeno resumo destes conceitos.
CURSO DE FOTOGRAFIA 55/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Um bit é a menor unidade digital, e também a unidade básica de informação que um


computador utiliza. O termo tem como origem o termo binary digit, ou seja, dígito
binário. Pode ser representado por dois possíveis estados, ligado (indicado pelo
número um) e desligado (indicado pelo zero).

Já os bytes são grupos de 8 bits (agrupados para fim de processamento). Como


cada grupo de 8 bits também tem dois estados (ligado-desligado), e o total de
informação contido é 28 , ou seja, 256 combinações possíveis.

É interessante acrescentar ainda que kilobyte é uma medida que representa cem
bytes, enquanto um megabyte corresponde à mil bytes.

12.2.6 Resoluções de Monitor


A resolução de um monitor é definida por sua largura e altura em pixels. Por
exemplo, um monitor pode apresentar na tela 640 x 480 pixels, 800 x 600, 1024 x
768 pixels e assim por diante. O primeiro número é o número de pixels ao longo da
tela (largura), e o segundo o número de linhas.

As imagens apresentadas num monitor são sempre em baixa-resolução. Geralmente


as imagens mostradas na tela são convertidas para uma resolução de 72 pixels por
polegada. Na verdade, não é esse o número exato em cada monitor, mas serve
como base. Por exemplo, um monitor de 14 polegadas terá muito menos espaço
físico para distribuir uma imagem com 800 x 600 pixels do que um monitor de 17
polegadas (onde os pixels terão mais espaço para se espalhar). Por isso, quanto
maior o monitor, o ideal é ir aumentando a resolução padrão na tela para se obter
imagem mais nítida. Um monitor de 21 polegadas, por exemplo, pode perfeitamente
apresentar imagens em 1600 x 1200 pixels, enquanto para um monitor de apenas 14
polegadas isso seria impossível.

12.2.7 Resoluções de impressoras e scanners


As resoluções de impressoras e dos scanners são geralmente definidas pelo número
de pontos por polegadas (em português, a abreviação pouco usada seria ppp,
correspondente ao inglês dpi) que imprimem ou escaneiam. No monitor, como os
pontos correspondem aos pixels, pode-se dizer também pixels por polegada,
enquanto na impressora prevalece o termo pontos por polegada, pois cada pixel
pode ser representado por vários pontos de impressão1. Como comparação, um
monitor tem resolução de 72 dpi, uma impressora jato de tinta caseira de 600 a 1400
dpi, e uma impressora jato de tinta comercial de 1400 a 2880 dpi ou mais. Contudo, é
importante diferenciar entre a resolução da imagem e as resoluções dos dispositivos
de saída.

1 Isso gera confusão para muita gente, pois quando se salva um arquivo de imagem, a
resolução é dada em pixels por polegada, sendo um arquivo de alta resolução geralmente
igual a 300 pixels por polegada, ou seja, 300 dpi (que correspondem à capacidade máxima
de impressão para impressoras de qualquer tipo). Ora, numa impressora jato de tinta, cada
pixel pode ser representado por vários pontos de impressão, e portanto, mesmo que a
resolução da impressora seja de 2880 dpi, na verdade essa resolução diz respeito apenas a
recursos para melhor representar cada pixel na resolução padrão de 300 dpi.
CURSO DE FOTOGRAFIA 56/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.3 ARQUIVOS E COMPRESSÃO

12.3.1 Armazenamento da imagem


Imagens digitais são armazenadas em arquivos de bitmaps – uma série de pixels
individuais. Ao longo dos anos, grande número de diferentes formatos de arquivos de
bitmap foi desenvolvido. Cada um tem suas características únicas que o tornam
interessante para determinado uso. Entretanto, vários desses formatos também
caíram em desuso ou são encontrados somente em circunstâncias especiais.
Conforme novas necessidades surgem, como imagens para serem vistas na WEB,
novos formatos de arquivos aparecem. De qualquer modo, todas as imagens (não-
animadas) que se encontram na WEB ou em programas multimídia, bem como a
maior parte das imagens que se vê impressas, foram criadas ou editadas no
computador como digitais.
12.3.2 Imagens em bitmap (ou mapa de bits)
Imagens em bitmap são formadas por pixels e são definidas por suas dimensões (em
pixels) bem como pelo número de cores incorporadas. Por exemplo, quando se
amplia uma pequena área de uma imagem de 640 x 480 pixels, os pequenos pixels
misturam-se a tons contínuos do mesmo modo que fotos ampliadas num jornal
apresentam uma mistura de pontos indefinidos. Cada um dos pequenos pixels pode
ter uma escala de cinza ou uma cor. Utilizando-se 24 bits de cor, cada pixel pode
assumir qualquer uma das 16 milhões de cores possíveis. Todas as fotografias e
pinturas digitais são em bitmaps, e qualquer tipo de imagem assim pode ser salva ou
exportada. De fato, quando se imprime qualquer formato de imagem numa
impressora laser ou jato de tinta, a imagem é primeiro convertida (rasterized) tanto
pelo computador como pela impressora em bitmap, de tal modo que seja impresso
em forma de pontos.

Bitmaps são amplamente usados mas sofrem de dois problemas inevitáveis:


• só podem ser impressos ou visualizados no tamanho determinado pelo número
de pixels existentes na imagem. Imprimindo-se ou visualizando-se em outro tamanho
pode resultar numa imagem com aberrações óticas.
• para manter a qualidade, o arquivo salvo deve ter informações precisas sobre
cada pixel e cores. Desse modo, os arquivos gerados em bitmap serão muito
grandes. Para diminuir este problema, alguns formatos gráficos, como GIF e JPEG
foram criados para armazenar imagens num formato comprimido.

12.3.3 Formatos de imagens


CURSO DE FOTOGRAFIA 57/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Existem dois tipos de formato para imagens: os formatos próprios de softwares
(padrões), e os formatos de aplicação geral para transferência entre diferentes
mídias e até sistemas operacionais. Conforme novos programas surgem, os
desenvolvedores tem apresentado a tendência de criar formatos próprios para suas
aplicações, que só podem ser “lidos” pelos seus próprios softwares. Parte disso é em
função de levar vantagem sobre a competição, e parte a necessidade de se projetar
novos procedimentos e possibilidades. De qualquer modo, formatos próprios podem
causar problemas quando se quer transferir as imagens para outros programas.

Como formatos próprios são limitados, os formatos para transferência são projetados
para possibilitar que as imagens possam ser abertas por praticamente qualquer
programa. Alguns se tornaram assim padrões – qualquer aplicativo pode abri-los e
salvar imagens com sua extensão.

12.3.4 Compressão
Quando se digitaliza uma foto, o tamanho do arquivo é grande se comparado a
outros arquivos de um computador. Uma imagem de baixa resolução em 640 x 480
pixels, por exemplo, pode ter até 307.200 pixels, o que resulta num tamanho de
arquivo, sem compressão, de quase um megabyte. Portanto, a compressão de
imagens é uma necessidade, ou o disco rígido do computador ficará lotado somente
com as fotos.

Durante a compressão, a informação é duplicada e tudo o que não tiver valor é


eliminado ou salvo de modo resumido, reduzindo o tamanho do arquivo. Quando a
imagem é editada ou apresentada, o processo de compressão é revertido.

Existem dois modos de compressão – com ou sem perda – e a fotografia digital


utiliza os dois modos.

A chamada lossless compression (menos perda) comprime uma imagem de tal modo
que a qualidade é mantida. Embora pareça a ideal, não proporciona redução
significativa do arquivo, que geralmente fica reduzido a um terço do tamanho original.
O padrão mais utilizado é o LZW (Lempel-Ziv-Welch), que tanto em arquivos GIF
como TIFF produz compressão de 50 a 90%.

A maioria das câmeras digitais utiliza o sistema de compressão com perda, já que o
espaço para armazenagem de imagens é extremamente complicado e caro
(falaremos dos cartões adiante) e, em geral, a qualidade é mantida por meio do
JPEG em qualidade máxima de compressão. O formato descarta informações não
importantes da imagem. Por exemplo, se grandes áreas do céu são azuis, só o valor
de um pixel precisa ser salvo – quando a imagem é aberta, aquele valor é aplicado
para todo o conjunto (por isso os tamanhos de arquivos comprimidos variam muito,
pois dependem de quanta informação de cor existe na imagem).

Contudo, como a qualidade é afetada pelo grau de compressão, para o usuário mais
exigente e para profissionais, as câmeras mais avançadas permitem que se opte
pela imagem em TIFF (o que obriga a um cartão de memória de grande capacidade).
CURSO DE FOTOGRAFIA 58/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.3.5 Formatos para câmera digital


Praticamente todas as câmeras digitais salvam as fotos no formato JPEG, embora
algumas poucas (as mais sofisticadas) também o façam em TIFF. Algumas ainda
salvam no modo original em que capturam a imagem, também conhecido como
formato RAW (palavra que significa cru, natural, matéria-prima). Vejamos as
principais características de cada um desses formatos.

JPEG
O formato JPEG (Joint Photographic
Experts Group), que os americanos
pronunciam “jay-peg”, e no Brasil “jota-
peg”, é um dos mais populares,
principalmente para fotos na Web. Ele
tem duas características importantes:

A primeira é que o JPEG utiliza um


esquema de compressão que sofre
perdas, mas o grau de compressão (e
conseqüente perda de qualidade) pode
ser ajustado. Em resumo, muita
compressão, muita perda, pouca compressão, pouca perda.

A segunda é que este formato suporta 24 bits de cores. Já o formato GIF, o outro tipo
de arquivo muito utilizado na Internet suporta apenas 8 bits.

Um detalhe importante é que se uma foto em JPEG for aberta e depois salva
novamente, cada vez que é salva torna a ser comprimida, o que gera mais perda.
Portanto, a perda de qualidade é acumulativa. Para evitar que uma imagem vá se
deteriorando, deve-se abri-la e tornar a salvá-la o menos possível. Uma
recomendação quando se trabalha com imagens em JPEG é salvar um original em
TIFF (formato sem compressão como veremos adiante), e sempre que for necessário
trabalhar nesse formato, para somente no momento de enviar a foto ou disponibilizá-
la por outros meios (como a WEB) gravar a imagem em JPEG.

Em termos práticos, quando se utiliza o formato JPEG, que é praticamente o padrão


utilizado pelas câmeras digitais por causa do problema de falta de espaço para
armazenamento de arquivos, na primeira vez em que o arquivo é aberto a perda é
quase imperceptível em relação a uma mesma foto salva sem compressão. Contudo,
se a mesma imagem for sendo editada, aberta e novamente salva,
consecutivamente, vai chegar um momento em que a perda será notável.

O formato de imagem JPEG pouco tem mudado desde que surgiu. Contudo,
recentemente se trabalhou num novo projeto de formato JPEG pelo Digital Imaging
Group (DIG).O novo formato JPEG tem 20% a mais de compressão com menos
perda de qualidade, ou seja, ficou ainda melhor. Contudo, ainda não está sendo
utilizado pelos softwares mais importantes. Sua extensão pode ser J2K ou JP2.
CURSO DE FOTOGRAFIA 59/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
TIFF
O formato TIFF (Tag Image File Format), foi originalmente desenvolvido para salvar
imagens capturadas por scanners e para uso em programas editores de imagens.
Este formato, sem compressão e sem perda de qualidade, é largamente aceito e
praticamente reconhecido por qualquer software e sistema operacional, impressoras,
etc. Além disso, é o formato preferido para aplicações em editoração eletrônica. O
TIFF também é um modo de cores de 24 bits.

CCD RAW
Quando um sensor de imagem captura informação que gera uma imagem, algumas
câmeras digitais permitem que se salve um arquivo não processado, ainda “cru” (por
isso é chamado RAW). Este formato contém tudo o que a câmera digitalizou. O
motivo para seu uso é livrar o processador da câmera digital da tarefa de realizar os
cálculos necessários para otimização da imagem digital, possibilitando que isso seja
feito no computador. Uma imagem em RAW terá, depois de aberta no computador e
otimizada, de ser salva num formato qualquer para ser utilizada.

Uma vantagem desse formato é gerar um arquivo menor do que no formato TIFF
(pelo menos 60%). Como um computador terá muito mais capacidade de
processamento que a câmera, a imagem final também terá melhor qualidade do que
se for diretamente salva pela própria câmera em formatos JPEG ou TIFF. Contudo,
vale notar que o usuário deverá ter domínio de técnicas de otimização de imagem
para poder aproveitar este formato.

Aqui uma observação importante: de qualquer modo, utilize a câmera que for, o
fotógrafo mais exigente terá que aprender a conviver com softwares editores de
imagens de modo a corrigir pequenos problemas de processamento incorreto gerado
no arquivo da imagem pela câmera digital - os processadores desta sempre serão
mais limitados do que os dos computadores, e assim, a imagem sempre terá algum
trabalho a ser feito. O básico sobre o que fazer e como fazer veremos adiante.

GIFs (.GIF)
O formato GIF (Graphics Interchange Format) é
amplamente usado na Internet, mas principalmente para
artes e desenhos, não para fotografias. Este formato
armazena apenas 256 cores numa tabela chamada
“palette”. Contudo, em termos de fotografia, podemos
deixá-lo de lado a não ser que se pretenda exibir uma
animação – no caso, o GIF funciona bem para isso.

Mais como curiosidade, existem duas versões do GIF na Web; o original GIF 87a e
uma nova versão mais nova, a 89a. Ambas utilizam um processo chamado
interlacing (entrelaçado) – as imagens são armazenadas em quatro passadas ao
invés de uma, como na versão antiga. Assim, quando a imagem é exibida num
browser, vai surgindo uma linha por vez. Outra característica importante é que o
fundo pode ser transparente, para isso é preciso especificar que cor da tabela será
assim considerada; quando o browser abrir a imagem, substituirá a cor selecionada
como transparente pelo que estiver sendo apresentado na janela do browser sob a
imagem.
CURSO DE FOTOGRAFIA 60/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Quanto à animação, uma imagem em GIF consegue simular um pequeno filme, o


que pode tornar interessante para uso com fotos. Só que a resolução tem que ser
baixíssima, e a qualidade muito ruim, já que apenas 256 cores serão apresentadas
(ou até menos). Caso contrário, será muito demorado de carregar a imagem e o
visitante pode se desinteressar.

12.3.6 Cartões de memória


Muito bem, agora que já se tem uma idéia de como uma máquina fotográfica digital
captura e salva a imagem, vamos tocar num ponto muito importante: o
armazenamento das fotos.

Gravar as fotografias (como arquivos de imagem) é uma das tarefas mais difíceis e
(ainda) limitantes para um equipamento digital. O problema é que fotografias em alta
resolução, com qualidade para ser impressa em tamanhos razoáveis, formam
arquivos muito grandes.

Este é, de fato, ainda um dos fatores não resolvidos da fotografia digital. Para se ter
melhor idéia, vamos relacionar formatos de arquivos, resoluções de fotos e tamanhos
estimados de arquivos:

Tamanho
Formato Resolução
(estimado)

TIFF 2048x1536 9,0 MB

JPEG 2048x1536 1,2 MB

JPEG 1600x1200 0,7 MB

JPEG 640x480 0,2 MB

Como se observa pela tabela acima, para se tirar 36 fotografias no formato TIFF em
alta resolução (o que corresponderia a quantidade de fotos de um filme tradicional)
seriam necessários nada mais nada menos que 324 MB de espaço num cartão de
memória. Sim, já existem cartões dessas dimensões, mas ainda custam muito caro.
Para baratear custos, os fabricantes costumam entregar, junto com a câmera,
cartões digitais de 8 ou 16 MB de capacidade. Muito pouco, como se percebe,
quando se fala em altas resoluções. Contudo, quando a idéia são fotos para a
Internet, tipo 640 x 480 pixels (que representam arquivos por volta de 10 kbs), pode-
se tirar centenas de fotos num cartão de memória de 8 MB.

12.3.7 Equipamentos para armazenamento de arquivos de imagens


Com câmeras tradicionais, o filme é utilizado tanto para gravar como armazenar a
imagem. Com câmeras digitais, equipamentos separados realizam essas duas
funções. A foto é capturada pelo sensor de imagem, e depois gravada num
equipamento de armazenamento.
CURSO DE FOTOGRAFIA 61/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Praticamente todos os novos modelos de câmeras digitais usam alguma forma de


mídia de armazenamento removível, normalmente cartões de memória flash.
Também são usados pequenos discos rígidos e até mesmo disquetes.

Qualquer que seja o tipo utilizado, a câmera permite que se remova o equipamento
quando este ficar com o espaço de armazenamento completo e que se insira outro.
O número de imagens que se pode gravar até completar o espaço disponível
depende de uma série de fatores:

A capacidade em tamanho (expressa em Megabytes) do equipamento


A resolução com a qual as fotos são feitas
O quanto de compressão é usada no arquivo salvo
O número de imagens a ser armazenada é importante porque uma vez que se atinja
esse limite não há outra escolha senão parar de tirar fotos ou apagar algumas já
feitas de modo a criar espaço. O quanto de espaço o usuário precisa depende
parcialmente do uso que pretende da câmera.

12.3.8 Mídias para armazenagem de imagens


Desde que cartões de memória flash e discos magnéticos
(rígidos e disquetes) são amplamente usados em câmeras
digitais, vamos examinar e comparar os diferentes formatos
disponíveis.

Em comum:

• Ambos são reutilizáveis, pode-se apagar arquivos


• Normalmente são removíveis, assim podem ser trocados
quando se chega ao limite do armazenamento
• Podem ser removidos da câmera e conectados no computador ou na impressora
para transferir as imagens

Diferenças:

• Discos magnéticos tem partes móveis, enquanto cartões de memória flash não
• Discos magnéticos são geralmente mais baratos (por foto armazenada) e mais
rápidos
• Cartões de memória são menores, mais leves e menos sujeitos a danos

Vejamos agora os principais tipos de equipamentos para armazenamento de fotos


em câmeras digitais.

Cartões de Memória Flash


Conforme a popularidade das câmeras digitais e outros equipamentos portáteis
cresce, também aumenta a demanda por equipamentos de armazenamento baratos
e de pequeno tamanho. O de maior sucesso é o cartão de memória flash, que usa
chips de estado sólido (solid state) para armazenar os arquivos de imagem. Embora
os chips de memória flash sejam similares ao chips RAM usados dentro do
CURSO DE FOTOGRAFIA 62/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
computador, existe uma importante diferença: cartões flash não precisam de baterias
e não perdem as imagens se forem desligados. As fotos são mantidas
indefinidamente sem qualquer energia.

Cartões de memória flash consomem pouca energia, ocupam pouco espaço e são
muito robustos. São também muito convenientes, fáceis de transportar e trocar
conforme o necessário.

Tipos de cartões flash


Existe grande quantidade de cartões de memória flash disponíveis no mercado,
contudo é preciso cuidado pois a maioria deles não são compatíveis. Ou seja, se
uma câmera adota um tipo, dificilmente pode acomodar outro. Quando se investe
num determinado tipo de cartão, fica-se preso ao tipo de câmera que o utiliza e vice-
versa.

Até recentemente, a maioria dos cartões de memória vinham no formato PC Card


(PCMCIA) que eram originalmente usados em computadores tipo notebook. De
qualquer modo, com o crescimento do mercado digital e outros, surgiram novos
formatos ainda menores. Como resultado, existe uma confusa variedade de cartões
de memória incompatíveis uns com os outros, e que são:

• PC Cards
• CompactFlash
• SmartMedia
• xD Cards
• MemorySticks
• Multimedia Cards

Quando os computadores laptop tornaram-se populares, não tinham espaço


suficiente para os acessórios e equipamentos tradicionais dos microcomputadores,
assim surgiram os cartões tipo flash. Chamados inicialmente cartões PCMCIA
(Personal Computer Memory Card International Association), mais tarde tiveram o
nome mudado para PC Cards. De qualquer modo, muita gente os conhece pelos dois
termos.

Seja como for, eles eram usados na maioria dos computadores tipo notebook e logo
em algumas câmeras. Mais ou menos do tamanho de um cartão de crédito, PC
Cards vinham com uma grande variedade de modelos e espessuras, mas eram os do
tipo I e II os usados para memória flash.

Do mesmo modo como Compact Flash e SmartMedia, os PC Cards são compatíveis


com ATA, assim podem ser intercambiados de sistema. Qualquer cartão compatível
ATA pode funcionar com qualquer sistema compatível ATA, incluindo câmeras
digitais e quase todos os computadores portáteis. Estes cartões armazenam até 1.2
GB

Os PC Cards possuem a maior capacidade de armazenamento entre os cartões, mas


por causa das dimensões maiores são usados somente em câmeras digitais
profissionais.
CURSO DE FOTOGRAFIA 63/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Cartões CompactFlash
Os cartões de memória CompactFlash foram desenvolvidos pela SanDisk, e usam a
popular arquitetura ATA que simula um disco rígido. Os cartões tem 36.4 mm de
largura por 42.8 mm de comprimento. É o formato mais usado entre os fabricantes e
atualmente o mais avançado modo de armazenamento para câmeras digitais
destinadas ao consumidor comum e avançado. O CompactFlash type I chega a 1
GB. Existe ainda o CompactFlash type II, de menores dimensões.

Cartões SmartMedia
O modelo SmartMedia é o maior competidor para o CompactFlash e é usado por
alguns importantes fabricantes. Também é baseado na arquitetura ATA. A maior
vantagem do SmartMedia é a simplicidade; não passa de um chip tipo flash num
cartão. Não contém controladores nem circuitos de suporte, o que resulta numa
miniaturização de acordo com os interesses do fabricante. O problema com esta
abordagem é que são necessárias funções de controle, que precisam então ser
construídas na câmera, assim compatibilidade entre velhos modelos e novos
modelos não fica garantida.

Podem armazenar até 128 MB e são menores em tamanho que o CompactFlash.

Cartões xD-Picture Card


Os cartões xD-Picture Card são cartões flash de memória desenvolvidos e de
propriedade de um consórcio formado pela Olympus, FujiFilm e Toshiba. São os de
concepção mais recente, caracterizando-se por dimensões bem diminutas. Surgiram
no final de 2002, e tem ganho espaço no mercado por estarem equipando as novas
câmeras digitais da Olympus e da Fuji. Atualmente atigem capacidade de até 512
MB, e podem chegar, com o desenvolvimento natural por parte de seus fabricantes,
até 8 GB. Os cartões xD-Picture podem representar o fim dos cartões SmartMedia,
vindo a substituí-los.

Cartões Sony MemorySticks


A Sony desenvolveu um novo tipo de cartão de memória flash chamado Memory
Stick. A versão atual tem capacidade para até 128 MB. É um formato próprio de
câmeras Sony

Cartões MultiMedia
Um cartão MultiMedia pesa menos que duas gramas e é do tamanho de um selo
postal. Idealizado inicialmente para telefones celulares e pagers, outros mercados
como fotografia digital e tocadores de música MP3 o adotaram principalmente pelo
tamanho reduzido. Capacidade varia muito, e pode chegar até 1 GB

Discos magnéticos
Disquetes
Um dos mais antigos e baratos meios de armazenagem de informação continua
sendo o velho disquete. Difícil encontrar um computador sem um drive para ele. A
grande vantagem é a simplicidade e o uso universal, sem a necessidade de
instalação de softwares, drivers ou qualquer outro recurso para se acessar a
imagem. Contudo, a grande desvantagem é o espaço extremamente limitado de
armazenagem.
CURSO DE FOTOGRAFIA 64/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Discos rígidos
Um dos pontos fracos dos cartões de memória CompactFlash é a capacidade de
armazenamento relativamente pequena. Para câmeras digitais de alta resolução,
isso é um problema grave. Uma solução é o uso dos ultra-rápidos discos rígidos,
iguais aos dos computadores mas em tamanho miniatura. A solução é da IBM, que
criou o Microdrive, um disco rígido do tamanho de um cartão de memória flash, e que
pode ter até 1 GB de espaço para armazenamento.

O microdrive da IBM é menor em volume e mais leve do que um rolo de filme


tradicional. Tão pequenos que podem ser conectados num slot do CompactFlash
Type II (compatível) numa câmera digital ou num leitor de cartões. O Microdrive
apareceu primeiro nas câmeras mais caras, mas eventualmente, com os preços
caindo, poderá ser adotada por equipamentos mais acessíveis.

12.4 GERENCIANDO FOTOS

Quando se fala de imagens digitais


num computador, existem dois
passos a serem tomados para
quem quer lidar com fotografia:
organizar as imagens de modo a
encontrá-las facilmente, ou seja,
criar uma espécie de álbum de
fotografia virtual, e saber como
retocar as imagens para que estas
fiquem otimizadas tanto para
visualização como para impressão.
Comecemos para organização das
fotos.

Logo que você começa a trabalhar com imagens digitais, vai se deparar com o
problema de como encontrar rapidamente aquela fotografia do aniversário de seu
filho. Ou das últimas férias. E assim por diante. Isso porque, se num álbum real a
gente reconhece as fotos enquanto vai folheando as páginas, no computador a coisa
é um pouco diferente.

Quem está acostumado a organizar seus arquivos de texto ou outro tipo qualquer já
tem noção de alguns princípios de organização. Normalmente a gente adota pastas
com nomes adequados para cada assunto, e vai colocando os arquivos pertinentes
dentro de cada pasta.

Recomendamos o mesmo sistema para fotografias. Independente do software de


catalogamento que você adotar, por princípio sempre é bom ter um sistema pessoal
de organização em seu computador independente de softwares.

Existem inúmeros softwares para gerenciar imagens num micro. Alguns interessam
apenas a amadores, que pretendem visualizar pequena quantidade de imagens na
tela, outros são projetados para profissionais, permitindo gerenciar extensos bancos
de imagens por palavras-chave, inclusive por meio de servidores na Internet.
CURSO DE FOTOGRAFIA 65/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

E se você for levar mesmo fotografia digital a sério, outra recomendação fundamental
é adquirir um gravador de CD-ROM. Assim, é possível armazenar uma quantidade
ilimitada de imagens, mesmo em alta resolução, gravando-se em CDs.

12.5 IMPRESSÃO

Você pode tanto mandar para um


laboratório de modo a fazer cópias em
papel fotográfico comum, como imprimir em
sua impressora caseira (mas use sempre
papel fotográfico para isso, ou terá
decepções).

A resolução em pixels necessários para


bons resultados na impressão depende
muito da impressora que estiver usando.
Em qualquer impressora jato de tinta, serão
necessários pelo menos uns 300 dpi para
simular uma foto. Um detalhe, se a
imagem tiver sido obtida por escaneamento
a partir de uma revista ou folha impressa,
conterá pequenos pontos (retícula) e será mais difícil a imagem ficar correta (existe
um filtro no Photoshop, o Gaussian Blur, para atenuar esse efeito).

Impressoras postscript e profissionais utilizam uma medida de resolução chamada


linhas por polegada (LPI). É baseada na grade que usam para “quebrar” uma
imagem de meio-tons, como uma fotografia, em pequenos pontos (que o computador
chama pixels). Historicamente, essas grades (halftone line screens) têm linhas retas
que variam em largura, e a terminologia LPI permaneceu. Impressoras postscript
alcançam entre 85 e 180 lpi – e estes números podem ser considerados padrões de
impressão. O número menor é usado em impressão para jornais, e o maior em
imagens de alta qualidade. Quando se escaneia fotografias para uso específico,
procure capturar a imagem no dobro do valor de lpi para dpi. Por exemplo, se a
imagem será impressa em 133 lpi, escaneie ao menos em 266 dpi.

Normalmente, as fotos tiradas por câmeras digitais gravam imagens com resolução
de 72 dpi (seja em JPEG ou TIFF). Ocorre que essa é uma opção para uso no vídeo
(WEB), então o primeiro passo, quando se abre um arquivo recém-chegado da
câmera, é converter a imagem para 300 dpi.

Vejamos um exemplo prático. Quando abro uma foto vinda diretamente da minha
câmera digital no Photoshop, ela aparece configurada para 72 dpi. Ora, como essa
imagem tem 2048 x 1536 pixels, se eu imprimir diretamente isso surgirá uma imagem
de 72,25 x 54,19 cms em baixa resolução! Então, basta mudar para 300 dpi, que a
impressão surgirá correta, em alta resolução e no tamanho de 17,34 x 13 cms.

Com 300 dpi a imagem fica correta para o olho humano


CURSO DE FOTOGRAFIA 66/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.5.1 Detalhes sobre a impressão


Para entendermos melhor o processo de impressão
de uma imagem digital, em primeiro lugar é preciso
entender que um pixel não tem tamanho ou forma.
No momento em que “nasce”, é simplesmente uma
carga elétrica. Seu tamanho e aparência são
determinados apenas e tão somente pelo
equipamento que o apresenta. Entender como o
pixel e o tamanho da imagem se relacionam um
como o outro exige um pequeno esforço - mas
nada além do que um conhecimento de matemática
básico.

Um pixel torna-se visível no sensor de imagem de


uma câmera desde o momento exato em que o
obturador abre. O tamanho de cada fotocélula no
sensor pode ser medido, mas os pixels em sí são
apenas cargas elétricas convertidas em números
digitais. Esses números, como qualquer outro número que se imagine, não tem
tamanho físico.

Embora os pixels capturados não tenham dimensões físicas, pela quantidade de


fotocélulas existentes sobre a superfície de um sensor pode-se estabelecer uma
quantidade de pixels na fotografia digital.

Como os pixels armazenados num arquivo de imagem não têm tamanho físico ou
formato, não é de estranhar que o número de fotocélulas não indique por sí mesmo a
definição da imagem ou mesmo seu tamanho. Isso porque as dimensões de cada
pixel capturado e a imagem da qual faz parte são determinados pelo equipamento de
saída. Este equipamento de saída (digamos um monitor ou um impressora), por sua
vez, pode expandir ou contrair os pixels disponíveis na imagem por uma pequena ou
grande área da tela ou do papel de impressão.

Se os pixels de uma imagem são comprimidos numa área menor, a nitidez


perceptível ao olho humano aumenta. Imagens em alta resolução apresentadas em
monitores ou impressas parecem mais nítidas porque os pixels disponíveis na
imagem são agrupados numa área menor – não porque existam mais pixels. Se os
pixels são ampliados, passando assim a mesma imagem a cobrir uma área maior, a
percepção de nitidez da imagem diminui. E se aumentarmos a imagem além de certo
ponto, os pixels passam a parecerem quadrados.

Assim, como no exemplo citado quando abrimos o arquivo da foto recém tirada, ela
aparece com 72 dpi, o que expande a imagem para aquele tamanho enorme de mais
de meio metro, e com certeza torna a foto completamente tomada por visíveis pixels
quadrados.No momento em que determino que a saída deve ser de 300 dpi (a maior
resolução possível), os pixels se agrupam corretamente para o olho humano, e a
imagem a ser gerada diminui para os pouco mais de 17 centímetros.
CURSO DE FOTOGRAFIA 67/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

12.6 CAPTURANDO IMAGENS POR SCANNERS


Mesmo que você não utilize câmera digital,
com certeza mais cedo ou mais tarde terá
que trabalhar com imagens digitais. Tudo o
que precisa para isso será um scanner e
suas fotos (cópias em papel fotográfico),
cromos e negativos. Se não tiver scanner,
poderá também mandar escanear fora e
armazenar a imagem num CD ou disquete.
A resolução de imagens assim tratadas é
geralmente mais alta que a da maioria das
câmeras digitais, portanto a qualidade será
a melhor possível.

Scanners coloridos trabalham criando


imagens vermelhas, verdes e azuis
separadamente, para depois juntá-las para
formar a imagem definitiva. Alguns equipamentos fazem esse trabalho numa única
passada, outros fazem três passadas (mais lento porém geralmente com melhores
resultados). O método utilizado depende do sensor do aparelho. Muitos utilizam
CCDs lineares arranjados em linhas. Os que exigem três passadas usam uma única
linha de fotocélulas e filtros nas cores vermelha, verde e azul na frente do sensor de
modo a capturar uma cor por vez. Outros ainda possuem três linhas de fotocélulas,
cada linha com seu próprio filtro, de modo que capturam todas as três cores numa
única passada.

Quando a imagem é escaneada, uma fonte de luz desliza sobre a foto (ou
documento impresso). Alguns modelos fazem o contrário, “puxam” o documento pela
fonte. A fonte de luz reflete a superfície da foto (ou documento), ou passa através do
slide ou negativo, sendo focado por um sistema ótico (lente e espelho).

A capacidade de resolução ótica de um scanner é determinada pelo número de


fotocélulas em seu sensor. De qualquer modo, a resolução vertical é determinada
pela distância percorrida em cada passada. Por exemplo, um scanner com uma
resolução de 600x1200 possue 600 fotocélulas em seu sensor e se move, entre cada
passada, numa distância de 1/1200 de polegada.

Alguns scanners são projetados para escanear fotos e documentos – operam por
reflexão. Outros são desenhados para lidar com transparências (slides e negativos).
Ainda existem os que são basicamente para documentos mas possuem adaptadores
para transparências, contudo, a qualidade nesse caso geralmente costuma ser
inferior.

Quanto ao tamanho, a maioria dos scanners de reflexão pode escanear imagens no


tamanho A4 ou até maiores. Os scanners para transparências podem escanear
imagens de fotos 35 mm ou maiores. Conforme aumenta o tamanho, também o
custo.
CURSO DE FOTOGRAFIA 68/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
12.6.1 Aprenda como escanear suas fotos

Quando você vai usar um scanner para digitalizar suas fotos, é preciso fazer alguns
ajustes iniciais no software que acompanha o equipamento. Este software (chamado
também de aplicativo, plug-in ou driver) é o programa que gerencia as funções do
scanner e pode ser acionado através de um editor de imagens, como o Photoshop,
ou ser acionado diretamente de sua área de trabalho. Ele vem com o equipamento
que você comprou e deve ser instalado em seu computador segundo as indicações
de cada fabricante.

Os softwares de escaneamento variam de marca para marca de scanner, porém os


ajustes básicos são os mesmos. Sendo assim, as dicas mostradas aqui servirão para
todos. Vamos usar o exemplo do aplicativo de um scanner da marca Microtek.

Quando você liga o programa de escaneamento aparecem duas telas, mostradas


abaixo.

Na tela da esquerda, temos os seguintes


ajustes:
1. Type - indica o tipo de imagem que irá ser
digitalizada. Deve-se escolher a opção de
acordo com o seu original e com a sua
necessidade. Pode-se escolher preto&branco
a partir de uma foto colorida, por exemplo, e
também o número de cores de uma imagem
digitalizada a cores.

2. DPI - indica a definição da imagem, ou seja,


a qualidade final de sua foto digitalizada. Para
impressões em papel fotográfico aconselha-se
300 dpi. Se a foto será usada apenas no
computador (para ilustrar uma homepage, por exemplo) deve-se escolher 72 dpi.

3. Tamanho - indica o tamanho real da imagem. Pode ser em pixel ou em outras


unidades (cm, mm, etc.). O ideal é sempre escanear a imagem já no tamanho que se
deseja usá-la posteriormente. Se você vai fazer uma impressão no tamanho 10x15
cm, defina este tamanho neste local.

Note que existe um cadeado do lado esquerdo dos números. Ele é usado para você
manter a proporção entre largura e altura inalterada. Depois de definir estes valores,
clique em cima do cadeado, que tomará a forma fechada. Agora, se você alterar um
dos valores, o outro será alterado automaticamente e proporcionalmente.

4. Unidade - é aqui que você escolhe a unidade para o tamanho da imagem (pixel,
cm, etc.)

5. Image size - mostra o tamanho da imagem que será criada após a digitalização.
Quanto maior o número de pixels, maior o tamanho.
CURSO DE FOTOGRAFIA 69/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Na tela ao lado, basicamente você


encontra as seguintes funções:
1. Preview - após colocar a foto no
scanner, clique aqui para ver uma
imagem preliminar da foto que irá
escanear.

2. Área de digitalização -
movimente o cursor até uma das
laterais da imagem, clique e
segure o botão do mouse e vá
arrastando até marcar com a área
pontilhada a região que deseja
escanear. Se você deixou o
cadeado fechado no item 3 da tela
anterior, a área pontilhada irá
representar exatamente aquele
tamanho e proporção que você
escolheu.

3. Scan - pronto! Basta apertar esta tecla e a sua imagem será digitalizada da
maneira que você definiu. Depois de terminado o escaneamento é só salvar a
imagem em seu disco rígido. Escolha o formato JPG ou JPEG, compressão média e
dê um nome para seu arquivo.

13 DISPONDO AS FOTOGRAFIAS NOS RELATÓRIOS.


As fotografias para serem utilizadas no relatório devem ser previamente
selecionadas, levando em consideração os seguintes aspectos:

- O que se quer mostrar ?


- O assunto da fotografia foi citado no texto do relatório ?
- Estados de deterioração da foto não conflitando com o texto (ex: no relatório
cita corrosão leve, e na foto dá a impressão de ser média ou severa – o close
de uma corrosão poderá gerar esta dúvida)
- Bom estado deve ser mostrado como referência para uma avaliação futura
- Evitar as fotos que tenham elementos negativos
- Se necessário faça um corte na foto, deixando apenas o assunto de interesse.

As Fotografias poderão ser incorporadas no interior do relatório, ou em anexos.

Quando as fotografias forem incorporadas nos anexos, deve-se distribuí-las em


seqüência lógica como texto. Não existe obrigatoriedade de fazer-se menção da foto
no interior do relatório.

Quando fizer referencia da foto no interior do texto do relatório, tomar o cuidado de


coloca-la na posição referenciada.
CURSO DE FOTOGRAFIA 70/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Fotografias disposta no corpo do relatório Registro fotográfico


colocado em anexo ao
corpo do relatório

14 DICAS E RECOMENDAÇÕES

14.1 GERAIS

Nas grandes angulares de 28 mm, como o campo de visão é maior, pode ocorrer um
escurecimento nas laterais em função do alcance do flash, melhor utilizar as 35 mm.

Para o caso de fotos onde não desejar dispor a profundidade de campo em “xeque”,
variar a velocidade.

Aberturas do diafragma, a serem utilizadas, em relação ao ângulo formado pelo


assunto em movimento:
CURSO DE FOTOGRAFIA 71/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Através do número guia do flash, calcula-se o alcance deste, em relação a abertura


do diafragma. Divide-se o no guia pela metragem para encontrar a abertura
aproximada.

TABELA CONVENCIONAL PARA FLASH

Abertura ( f ) Distância ( m )
22 0,8
16 1,4
11 2,0
8 3,0
5,6 4,5
4 6,0
2,8 8,0
2 10,0

Fotos de eventos, tirar proveito da profundidade de campo, não perdendo tempo em


focar.

Tabela prática de abertura X hora do dia

abertura ( f ) hora hora


2,8 6 às 7 17 às 18
4 7 às 8 16 às 17
5,6 8 às 9 15 às 16
8 9 às 10 14 às 15
11 10 às 11 13 às 14
16 11 às 12 12:30 às 13
22 Sol a pino

14.2 COMO SEGURAR A MÁQUINA

Segure a câmara com a mão direita, mantendo o dedo indicada cor no botão
do obturador, e apoie-a e focalize com a esquerda. Se você encostar o olho
direito ao visor, terá condições de transportar o filme, sem alterar a posição
da máquina. Empunhe-a como se ela fosse um rifle. A fim de conseguir
estabilidade, encoste os cotovelos ao corpo e conserve os pés ligeiramente
afastados. Acione o disparador com suavidade e firmeza.
CURSO DE FOTOGRAFIA 72/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

A maneira mais Quando não for Embora esta posição Para tirar fotos na
comum de segurar a possível usar um tripé, seja basicamente vertical é preciso
câmara consiste em e a máquina estiver igual à anterior, ela mais uma vez
apoiar seu peso com uma objetiva permite que o segurar a câmara
sobre a mão muito longa, deve-se fotógrafo mantenha com a mão
esquerda de modo escolher uma alta os cotovelos junto ao esquerda ficando a
que ela possa girar velocidade de corpo, podendo direita livre para
os anéis de abertura obturador. Neste caso, contar deste modo fazer a exposição.
e de focalização. é essencial apoiar a com um apoio mais Esse procedimento
câmara por baixo. seguro. reduz o risco de
trepidação.

14.3 CUIDADOS COM A MÁQUINA

− Quando ela não estiver sendo utilizada, protege-la das intempérie.


− Grande parte dos danos é provocada pelas partículas maiores de pó, pois
geralmente emperram a parte mecânica, arranham objetivas e filmes e
desgastam as roscas das lentes.
− A água representa um dos maiores perigos, pois a oxidação prejudica os
movimentos do obturador e do conjunto de engrenagens do obturador, caso caia
na água, principalmente na água salgada, deve receber cuidados técnicos no
prazo máximo de algumas horas, ou ficará inutilizada. O excesso de umidade
também causa oxidação nas partes de aço, formação de humo na lente dando
origem a diversas formas de minúscula vida animal.
− Quando se utiliza a máquina, os filtros ajudarão a proteger a lente contra poeira e
sujidade. Filtros ultravioleta ou suaves, que não interferem na exposição, podem
ser mantidos permanentemente acoplados à objetiva. O para-sol da objetiva
oferece proteção.
− Para limpeza interna e externa, utilize uma escova macia de ar comprimido, ou
um pincel fino e macio.
− Mantenha sempre guardada com a capa, em locais isentos de umidade e poeira,
e utilize saquinhos com sílica gel para evitar a formação de fungos.
− As lentes deverão ser limpas com algodão embebido em água destilada e um
pouco de solução umedecedora.

14.4 CARREGANDO E REBOBINANDO O FILME

A câmera só deverá ser aberta para carregamento ou retirada do filme, e na


penumbra, nunca sob luz direta do sol.
CURSO DE FOTOGRAFIA 73/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

− Abra a tampa traseira da câmera puxando o botão de rebobinamento para cima.


− Ponha o rolo no compartimento e empurre o botão de rebobinamento para baixo.
Se não entrar completamente, empurre-o suavemente enquanto gira para um
lado e para o outro.
− Puxe a ponta do filme e insira-a em qualquer ranhura do carretel receptor.

− Acione suavemente a alavanca de avanço empurrando-a para fora e certifique-se


que os dentes da roda dentada estão encaixando-se nas perfurações do filme.
− Levante a manivela de rebobinamento e gire suavemente em sentido horário,
para tensionar o filme no interior da câmera para evitar abaulamento deste.
− A alavanca de acionamento deverá ser acionada até o fim de seu curso para que
a cortina do obturador seja armada. O contador de exposições avança um
número toda vez que é acionada a alavanca de avanço. Este volta
automaticamente ao "S" toda vez que a tampa traseira for aberta.

Quando o filme chega ao fim a alavanca de avanço não consegue ser acionada,
verificar se o contador de exposição está indicando a última foto prevista.

− Pressione o botão que destrava o rebobinamento, localizado na parte inferior da


câmera, levante a manivela de rebobinamento e gire-o no sentido horário, quando
sentir perda repentina de tensão, parar de girar, abrir a tampa traseira e retirar o
filme.
CURSO DE FOTOGRAFIA 74/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
14.5 AJUSTE DA VELOCIDADE, ABERTURA, FOCALIZAÇÃO

14.5.1 Velocidade
girar o botão, fazendo a graduação coincidir com a marca de ajuste, assegurando
que o botão não esteja numa posição entre dois números.

14.5.2 Abertura
girar o anel correspondente e por o numero desejado em frente ao índice de
abertura/distancia, podendo ser usada posições intermediárias.

14.5.3 A focalização
é feita com telemetro de imagem partida, colar micro-prismas e vidro despolido.

14.5.3.1 Imagem partida


girar o anel de focalização ate alinhar os segmentos da imagem divididos pela
linha centro-horizontal. Se os segmentos não forem alinhados a imagem sairá
desfocada.

14.5.3.2 Colar micro-prismas e vidro despolido


girar o anel de focalização ate que o objeto a ser focado esteja visível na
região central. Se a imagem parece "ondular" no micro-prismas ou não esta
nítida no campo geral (vidro despolido), o foco não esta corretamente
ajustado.

14.6 ERROS MAIS COMUNS

Fundo desagradável: certificar que objetos não crescem na cabeça do modelo.

Imagem cortada: certificar que o tema esta enquadrado corretamente no visor.

Fora de foco: observar a distância mínima para câmeras de foco fixo, e a regulagem
nas de foco regulável.

Imagem tremida: movimento da câmera; segura-la com firmeza e pressionar o botão


do obturador suavemente.
Lente obstruída: impedir que a alça da câmera, dedo ou tampa da objetiva fique na
frente.

Sobre-exposição: luminosidade excessiva; aumentar velocidade e/ou diminuir


abertura.

Sub-exposição: pouca luminosidade; diminuir velocidade e/ou aumentar abertura.

Meio clara e meio escura: sincronismo do flash errado.

Olhos vermelhos: ocorrem quando a luz do FLASH incide diretamente sobre os


olhos do assunto. Procure fazer com que o assunto a ser fotografado não olhe em
direção ao flash (correção com canetas, após a foto pronta).

Calor: o filme exposto muito tempo ao calor, da como resultado cópias com cores
distorcidas (evitar deixar a câmara e filme expostos ao sol).

Fog: névoa que recobre o filme ou papel de cópia; é causado pela luz que atinge
acidentalmente o filme ou pela revelação acima da adequada.
CURSO DE FOTOGRAFIA 75/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

15 12 PASSOS PARA OBTER UMA BOA FOTOGRAFIA

Verifique se a câmara está carregada: teste a tensão da alavanca de transporte do


filme.

Verifique a limpeza da "janela" e do trilho do filme, pois o pó inevitavelmente adere à


este último.

Verifique se o filme está perfeitamente encaixado no carretel receptor, quando na


instalação.
Certifique-se de que a parte posterior da câmara esteja bem fechada.

Veja se as baterias se encontram em bom estado: mantenha algumas de reserva.

Observe se a lente está limpa: dispense especial atenção ao seu elemento posterior.
CURSO DE FOTOGRAFIA 76/81
Elaboração: Raimundo Sampaio

Verifique se a objetiva foi montada na posição correta, e se o fotômetro funciona.

Certifique-se de que o número da regulagem ISO corresponde ao do filme.

Verifique se a máquina já está carregada e, neste caso, com que filme.


Veja se há algum filtro que você não pretende utilizar acoplado a objetiva.

Verifique se a velocidade do obturador é aquela que você tem intenção de usar.

Verifique a leitura obtida pelo fotômetro, corrija se necessário.

Após todos estes passos enquadre o objetivo a ser fotografado, focalize-o, e aperte o
acionador do obturador para registrar o momento desejado.
CURSO DE FOTOGRAFIA 77/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Vale lembrar que caso esteja utilizando flash, verifique o estado das pilhas e se está
ligado.

16 DEZ QUESTÕES BÁSICAS QUE O FOTÓGRAFO DEVE SABER


ANTES DE FOTOGRAFAR

A lei que atualmente regula os direitos autorais no Brasil é a 9.610, de 19 de


fevereiro de 1998.

Esta "cartilha" não pretende reproduzir o texto legal. É apenas uma versão parcial,
adaptada e dirigida aos fotógrafos e consumidores de imagem fotográfica na área
comercial, ainda que legalmente correta e criteriosa. No caso de duvidas, sugere-se
a consulta da lei.

1. Cuidado ao fotografar pessoas, há restrições quanto ao uso da imagem alheia.


Para fins jornalísticos e editoriais não há impedimento desde que não haja dano à
imagem.

2. Cuidado ao fotografar obra de arte que também é protegida, tanto quanto a


imagem de uma pessoa.

3. Fotos para fins pedagógicos, científicos, têm uma redução da proteção do titular
de direito em favor da sociedade que é usuária do conhecimento humano.

4. Obras arquitetônicas são consideradas artísticas, portanto, também estão


protegidas pelo direito do autor.

5. Na publicidade, tenha em mente sempre a regra: nada pode sem a autorização do


titular.

6. Jamais faça remontagem da imagem de uma pessoa. A prática é comum no


design e não é permitida perante a lei.

7. Obra fotográfica bastante conhecida ou notoriamente artística não pode ser


plagiada.

8. Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem que isso
conste expressamente em contrato de cessão de direitos.

9. A interpretação dos contratos de cessão é restrita.

10. O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não ser que
conste no contrato de cessão de direitos.
CURSO DE FOTOGRAFIA 78/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
17 CURIOSIDADES E QUESTÕES POLÊMICAS
A fotografia é protegida por lei?
É. A fotografia é considerada como obra intelectual, e como tal está protegida pelo
art. 7., inc. VII da Lei n. n9610/98:

Art.7.: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por


qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou
que se invente no futuro, tais como:

VII - As obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao


da fotografia.

Quem é o autor? A Lei garante os seus direitos?


O autor é a pessoa física que cria a obra literária, artística ou científica, sendo, no
nosso caso, o próprio fotógrafo. O autor da obra fotográfica poderá ser identificado
pelo seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, pelo pseudônimo ou
qualquer outro sinal convencional.

A obra fotográfica precisa ser registrada? Como é comprovada sua autoria?


Não. O artigo 18 da Lei dos Direitos Autorais exime a obrigação de registro da obra.
No caso específico do fotógrafo publicitário, a autoria de uma foto pode ser
comprovada de muitas maneiras: o orçamento que gerou a foto, o pedido da agência
ou cliente, a Nota Fiscal, as sobras de cromos, provas ou negativos, enfim, tudo o
que ligue a foto ao solicitante e/ou ao fotógrafo.

O fotógrafo de publicidade é autor?


É. A legislação brasileira prevê 02 (duas) hipóteses específicas para o fotógrafo de
publicidade. A primeira está prevista na Constituição Federal, art. 5., inc. VIII, que se
refere à definição da obra feita em co-autoria, ou seja, aquela obra criada em comum
por dois ou mais autores.

E a segunda,está prevista neste mesmo artigo, letra "g", que se refere à obra
derivada, ou seja, aquela que constitui criação intelectual nova resultando
datransformação da obra originária. Na utilização da obra feita em co-autoria será
sempre necessária a autorização dos autores que integram essa obra.

A foto é sempre o produto de um autor, portanto objeto de um direito. Nos casos


onde haja manipulação digital (retoque, fusão etc) posterior, necessáriamente
autorizada, o direito passa a ser compartilhado.

Você precisa saber:


Na composição dos direitos autorais, existe uma divisão: direitos morais e
patrimoniais. Esses direitos protegem e orientam o autor, no que diz respeito à obra
criada por ele. Como autor, há coisas que você pode e coisas que não pode fazer e
esta é a chave para toda a questão ética. Os direitos morais são inalienáveis e
irrenunciáveis, enquanto os direitos patrimoniais
CURSO DE FOTOGRAFIA 79/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
poderão ser cedidos definitivamente ou por prazo determinado.

1. Direitos Morais
São direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing,desistir etc.
Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por encomenda, co-autoria,
colaboração ou outras, pertencendo esses direitos única e exclusivamente ao autor.
Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos Autorais, o fotógrafo tem direito a:
- reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da foto.
- ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional ou indicado na utilização
da foto.
- é o que chamamos de crédito.
- conservar a foto inédita.
- opor-se a qualquer modificação na sua foto.
- no entanto, o fotógrafo pode modificar sua foto, antes ou depois de
utilizada.
- retirar de circulação a sua foto ou suspender qualquer forma de utilização
já autorizada, quando considerar a circulação ou utilização indevida.
- ter acesso, para reprodução, o original único e raro da foto de sua
autoria, mesmo quando se encontre legitimamente em poder de outro.

2. Direitos Patrimoniais
São aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da forma que
quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir sua
profissionalização e sua inclusão no mercado.

Atenção:
A Lei autoriza que, no caso de ausência de menção do prazo em contrato de cessão
de direitos, fica estipulado o prazo de 05 (cinco) anos. Quem for utilizar uma foto
deverá ter autorização prévia e expressa do fotógrafo, por exemplo:
- reprodução parcial ou integral.
- edição.
- quaisquer transformações.
- inclusão em produção audiovisual.
- distribuição fora do contrato de autorização para uso ou exploração
- distribuição mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer meio
que permita acesso pago à foto, inclusive a Internet.
- utilização, direta ou indireta, da foto, através de inúmeros meios de
exibição: áudio-visual, cinema ou processo assemelhado, satélites
artificiais, sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos ou quaisquer
meios de comunicação.
- quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser
criadas.

Problemas Polêmicos
1. O cliente pagou, a foto é dele.
Não, não é. Os direitos patrimoniais da fotografia podem pertencer ao cliente,
dependendo do contrato assinado com o mesmo. Os direitos morais não. Como já
CURSO DE FOTOGRAFIA 80/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
falamos, os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, pertencendo única e
exclusivamente ao autor.

O direito de exploração da obra precisa sempre de autorização formal, a qualquer


tempo. Qualquer trabalho intelectual comercializado é uma concessão de direitos
autorais, por tempo e veículo especificados. Você pode fazer uma cessão patrimonial
de direitos, mas para isso, a Lei exige um contrato específico à parte, pois a
utilização econômica, por parte do cliente, se extingue automaticamente após 5 anos
da morte do autor, voltando o direito de comercialização aos seus sucessores.

Os direitos patrimoniais ficam por 70 (setenta) anos com seus herdeiros. Só na falta
deles a sua foto será de domínio público.

2. O cliente quer "Buy-Out". O que é isso?


Legalmente não é nada. Moralmente, é uma cilada para todos os envolvidos. Perante
a Lei, o autor, isto é, você é responsável pelos Direitos Morais da foto, direitos estes
dos quais você não pode se livrar, nem que queira. Você vende para o cliente a
utilização daquela foto, porque você pode explorá-la comercialmente, mas por um
tempo/espaço/mídia que podem ser qualquer um porém, sempre determinados.

Para haver cessão é necessário um contrato especial e, mesmo este, tem prazo para
terminar! Por quanto e como você vende esta utilização é portanto, arbítrio seu e do
mercado. Porém, a melhor forma (e mais prática) será sempre a praticada nos
moldes e exemplos da própria Lei.

Atenção:
No caso de fotografia para fins comerciais, você não pode sair fotografando nem a
pessoa que você bem entender nem qualquer objeto de autoria conhecida, sem
prévia autorização, porque você estará infringindo a Lei que regula o Direito de
Imagem das pessoas e/ou objetos (propriedades).

18 BIBLIOGRAFIA
Manual de Fotografia 35mm, Julian Calder / J. Garrett

Escola de Fotografia & Tecnologia Digital; Prof. Enio Leite

Tudo Sobre Fotografia - Michael Busselle

Apostila de Fotografia – Curso Pódium

Curso Prático de Fotografia – GLOBO

Curso de Fotografia – Ed. Planeta


CURSO DE FOTOGRAFIA 81/81
Elaboração: Raimundo Sampaio
Apostila de Fotografia – Imagem Digital

Curso de Fotografia – Kodak Profissional

Enciclopédia Abril, vol-05

Enciclop. Delta Universal, vol-06

Enciclopédia Mirador, vol-09

Manuais de Instrução: Yashica FX-3 sup-2000, Vivitar 3000, Canon EOS-500

Revista Fotografe Melhor (noS 4,15, 22, 24, 27, 32 e 35)

Você também pode gostar