Vitor Cavalcante Azevedo - TCC - Ec
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Anápolis – GO
2023
VITOR CAVALCANTE AZEVEDO
ORIENTADORA:
Prof.ª Dra. RAPHAELA CHRISTINA COSTA GOMES
Anápolis – GO
2023
FICHA CATALOGRÁFICA
AZEVEDO, VITOR CAVALCANTE.
Comparativo Orçamentário de Obra que com a Utilização de Tijolo Solo-Cimento. 40 p.
(ENC/UEG, Bacharel em Engenharia Civil, 2023). Trabalho de Conclusão de Curso -
Universidade Estadual de Goiás. Câmpus Central – Sede: Anápolis – CET.
Curso de Engenharia Civil.
CESSÃO DE DIREITOS
_________________________________________________________________________
APROVADO POR:
___________________________________________________________________
Prof.ª Dra. RAPHAELA CHRISTINA COSTA GOMES (UEG)
(ORIENTADORA)
___________________________________________________________________
Prof. ª Dra. JULLIANA SIMAS VASCONCELLOS (UEG)
(EXAMINADOR INTERNO)
___________________________________________________________________
Prof.ª Msc. JULIANA LUÍZA MOREIRA DEL FIACO (UEG)
(EXAMINADOR INTERNO)
RESUMO
Com o considerável crescimento do setor da construção civil, a maior demanda por insumos e
os impactos ambientais associados, torna-se indispensável estudar, aperfeiçoar e buscar novas
técnicas de construção sustentáveis. O tijolo solo-cimento, feito de solo, água e cimento, tornou-
se presente em estudos, pois sua aplicação na construção causa um dano menor ao meio
ambiente, visto que em sua produção não é necessário realizar o processo de queima, reduzindo,
consideravelmente, a emissão de CO2 na atmosfera. Desta forma, ele foi ganhando espaço e
sendo implementado em obras e pesquisas. Contudo, é necessário entender o impacto financeiro
que sua utilização causa nos orçamentos das obras e os benefícios de sua aplicação em relação
ao bloco cerâmico convencional. Assim, neste trabalho foi feito um comparativo entre o custo
de uma obra real, executada com o uso de tijolo solo-cimento, e o custo equivalente caso fosse
utilizado bloco cerâmico convencional, mostrando as principais diferenças e impactos
orçamentários, e as vantagens e desvantagens da utilização do tijolo ecológico.
With the considerable growth in the construction sector, the increasing demand for building
materials, and the associated environmental impacts, it is essential to study, improve and search
for new sustainable construction techniques. The soil-cement brick, made from soil, water, and
cement, has become a subject of research because its application in construction causes less
damage to the environment as it does not require burning during production, significantly
reducing CO2 emissions in the atmosphere. As a result, it has been gaining ground and being
implemented in construction projects and research. However, it is necessary to understand the
financial impact that its use causes on construction budgets and the benefits of its application
compared to conventional ceramic blocks. Therefore, this paper compares the cost of an actual
construction project using soil-cement bricks with the equivalent cost of using conventional
ceramic blocks, with the aim of showing the main differences and budgetary impacts,
advantages and disadvantages of using the eco-brick.
Tabela Página
Tabela 3.1 - Faixas granulométricas consideradas ideias para o solo-cimento...15
Tabela 3.2 - Tipo e composição do Cimento Portland........................................16
Tabela 3.3 - Tipos de tijolos de solo-cimento.....................................................19
Tabela 5.1 – Orçamento com bloco cerâmico.....................................................29
Tabela 5.2 – Orçamento com tijolo ecológico....................................................30
Tabela 5.3 – Critério de classificação da curva ABC........................................32
Tabela 5.4 – Tabela da curva ABC com bloco cerâmico....................................32
Tabela 5.5 – Tabela da curva ABC com tijolo ecológico...................................33
LISTA DE FIGURAS
Tabela Página
Figura 3.1 - Construção de paredes monolíticas de solo-cimento....................17
Figura 3.2 - Construção com tijolos de solo-cimento......................................,17
Figura 3.3 - Bloco cerâmico para alvenaria estrutural ou de vedação..............23
Figura 3.4 - Curva ABC...................................................................................25
Figura 4.1 - Residência unifamiliar com método de tijolo solo-cimento.........27
Figura 5.1 – Comparação entre os orçamentos.................................................31
Figura 5.2 – Percentual de aumentos entre os orçamentos...............................31
Figura 5.3 – Gráfico da curva ABC com bloco cerâmico.................................33
Figura 5.4 – Gráfico da curva ABC com tijolo ecológico................................34
Figura 5.5 – Relação entre materiais e mão de obra com bloco cerâmico........35
Figura 5.6 – Relação entre materiais e mão de obra com tijolo ecológico.......35
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 12
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................. 28
6 CONCLUSÃO ............................................................................................ 36
7 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 37
8 ANEXOS ..................................................................................................... 40
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
● Utilizar a tabela SINAPI do Distrito Federal de junho de 2021 referente a data e local
da obra;
● Fazer um orçamento sintético da obra considerando o método construtivo convencional,
utilizando bloco cerâmico;
● Utilizar a curva ABC para caracterizar os itens de maior relevância;
● Realizar o comparativo do orçamento de custos de execução de tijolo de solo-cimento
com blocos cerâmicos.
14
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 SOLO-CIMENTO
Segundo Santos (2016) no processo construtivo, o solo é um dos materiais mais antigos
utilizados pelo homem. Grande (2003) afirma que o solo é um dos materiais mais apropriados
para aplicação nas construções graças a sua abundância, facilidade de obtenção, manuseio e
baixo e custo, permitindo sua aplicação em métodos construtivos ao longo do tempo.
O uso desse material teve início em 1915 no Estados Unidos pelo Engenheiro Bert Reno
que, segundo ABIKO (1983), pavimentou uma rua misturando conchas marinhas, areia de praia
e cimento Portland, mas que só em 1935 a Portland Cement Association (PCA) deu inícios as
pesquisas sobre essa nova tecnologia.
De acordo com Lima (2010), as pesquisas com solo-cimento começaram a ganhar
destaque no Brasil a partir de 1930, com a regulamentação de sua aplicação pela Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Já em 1941, toda a pavimentação do aeroporto de
Petrolina-PE foi realizada com solo-cimento e em 1970 a rede pavimentada de solo-cimento
atingiu 7500 km. Desde 1948 o solo-cimento começou a ser utilizado também na construção de
habitações com a construção de duas casas do Vale Florido, na Fazenda Inglesa, em Petrópolis-
RJ.
O solo-cimento, de acordo com a Castro (2008), é resultante da mistura de cimento
Portland, solo compactado e água. Seguindo as proporções, dosagem, métodos de execução
conforme a norma da ABNT NBR 12253/2012.
Ribeiro (2013) afirmou que o solo-cimento é conhecido por apresentar boas
características como a sua resistência à compressão, durabilidade, impermeabilidade e baixa
retração volumétrica, quando submetido à cura adequada.
materiais, seguindo o traço, deve produzir tijolos com qualidade satisfatória após os primeiros
sete dias de cura.
Em síntese, os principais elementos do solo-cimento são:
● Água: segundo Bauer (1994), a água que será utilizada no solo-cimento não deve conter
impurezas para não comprometer as propriedades dos outros materiais, pois as
impurezas presentes na água de mistura podem ser agressivas ao cimento
como sulfatos e matéria orgânica.
● Solo: O solo é o elemento que entra em maior quantidade em relação aos outros
materiais, mas não pode ser qualquer solo. De acordo com Lima (2010), o solo para a
mistura de solo-cimento deve estar limpo, sem raízes, folhas, galhos ou outro material
orgânico. Segundo Silva et al. (2008), o solo ideal deve conter 15% de silte mais argila,
20% de areia fina, 30% de areia grossa e 35% de pedregulho, já que exigem baixo
consumo de cimento. Para Segantini (2000), os solos mais adequados para a fabricação
do solo-cimento são os que possuem as seguintes características geotécnicas segundo
(Tabela 3.1).
● pavimentos: onde são compactados no local, com auxílio de fôrmas, porém em uma
única camada. Constituindo placas maciças, totalmente apoiadas no chão.
● tijolos ecológicos: que são produzidos em prensas, dispensando a queima em fornos.
Podendo ser maciços ou vazados. Possuindo grande resistência, e excelente aspecto
(Figura 3.2).
Os tijolos de solo-cimento têm se destacado como uma opção atraente para futuras
construções. Pois apresentam baixo custo de produção e são considerados sustentáveis, por que
em seu processo de fabricação, não se emprega a queima, em comparação com os tijolos
cerâmicos convencionais (RODRIGUES; HOLANDA, 2015).
Com essa tecnologia, inúmeros estudos estão sendo desenvolvidos buscando novas
técnicas na utilização do tijolo solo-cimento na construção civil. Alguns exemplos são: Moura
et al. (2021) utilizou cinza do bagaço de cana-de-açúcar na composição dos tijolos solo-
cimento.
20
Segundo Grande (2003), Santos et al. (2009) e Souza (2006) os tijolos de solo-cimento
possuem as seguintes vantagens em relação aos tijolos comuns, sendo elas:
● Apresentam maior resistência mecânica;
● Possui um sistema de encaixe que auxilia a orientação no assentamento, mantendo as
juntas regulares evitando o surgimento de trincas e fissuras;
● Sua utilização reduz a quantidade de insumos na construção, pois necessita de uma
menor quantidade de material para assentamento e revestimento;
● Não passa pelo processo de queima;
● Possui bom acabamento por conta das suas medidas e texturas regulares;
● Seus furos promovem conforto termoacústico e formam condutores para redes
hidráulica e elétrica, evitando a quebra de paredes, permitindo o embutimento fácil e
rápido das colunas de sustentação.
Para as desvantagens, Morais et al. (2014), afirmam que para a implantação massiva do
tijolo ecológico no mercado se torna inviável por conta da grande demanda existente, onde a
produção do tijolo solo-cimento, em comparação com ao bloco cerâmico convencional, não
consegue suprir a demanda massiva da Construção Civil.
Para Pastro (2007), a partir da escolha do sistema a ser adotado, todos os outros
elementos envolvidos como: projetos, orçamentos, cronogramas, e empreiteiras, devem ser
muito fiéis ao sistema, não deixando misturar dois ou mais sistemas, a não ser que seja para
algum fim benéfico.
A imensa indústria da construção civil é composta por várias áreas, desde aquisição de
materiais/insumos, construção da edificação e terminando nos serviços de aluguel, venda e
serviços técnicos de construção. Frente a isso, é de fundamental importância que os graduados
em engenharia civil ou áreas semelhantes, tenham conhecimento de todos os fatores que podem
alterar o custo final do seu orçamento, facilitando a tomada de decisão, gerando planilhas
orçamentárias e levantamento de valores (CARVALHO, 2019).
Para Goldman (2004), o orçamento de uma obra é uma informação que o empreendedor
quer conhecer, onde é necessário determinar os gastos consideráveis, a fim de analisar se o
empreendimento estudado é viável ou não.
A função do orçamento é estabelecer metas a serem cumpridas para cada setor da
organização. O orçamento é considerado explícito quando a administração central deseja que
seja realizado faturamento previsto em cada setor interno da organização, substancialmente
quando trata-se dos custos programados (KNOLSEISEN, 2003).
Segundo Dias (2011), a parte da engenharia que estuda os custos é denominado
Engenharia de Custo, onde os princípios, normas, experiência e critérios são utilizados para a
resolução de problemas, como: estimativa de custo, orçamentação, avaliação econômica, de
planejamento e de gerência e controle de empreendimentos
24
O tipo de orçamento de uma obra pode variar de acordo com o detalhamento dos
projetos, com base nessa afirmação, é possível considerar, Tisaka (2011) aponta os seguintes
tipos de orçamento de obra de construção.
O SINAPI, para o IBGE (2022), tem por objetivo a produção de séries mensais de custos
e índices de custos da construção civil, em vários níveis de agregação técnica e espacial,
permitindo a programação de investimentos e a execução e análise de orçamentos.
Para Carvalho (2019), a curva ABC apresenta várias vantagens para diversas funções,
sendo:
26
4 MATERIAL E MÉTODOS
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O orçamento com tijolo ecológico (tabela 5.2) foi obtido por meio de informações
fornecidas pela proprietária do imóvel.
Com os dois orçamentos foi possível perceber que a vedação utilizando bloco cerâmico
convencional obteve um preço total de R$ 39.299,07, sendo mais elevado em relação a vedação
utilizando tijolo ecológico cujo valor total foi de R$ 33.137,51. Um dos grandes impactos que
levou para esse resultado é justamente uma das vantagens do tijolo ecológico, citado por Souza
(2006), que necessita de menos material para assentamento e acabamento em relação ao bloco
cerâmico.
A partir dos resultados dos orçamentos foi possível confeccionar mais dois gráficos: um
gráfico mostrando os principais valores, sendo eles preço total, materiais e mão de obra (figura
5.1); e, o ou com o percentual de aumentos entre o orçamento feito com bloco cerâmico e o
tijolo ecológico (figura 5.2).
31
R$24.271,41
R$18.637,51
R$15.027,66
R$14.500,00
4%
Mão de obra
Materiais 30%
Um ponto a ressaltar foi o valor da mão de obra nos dois métodos presentes nos gráficos
(figura 5.1) e (figura 5.2). De acordo com Souza (2006), uma das desvantagens do tijolo
ecológico é seu alto valor na mão de obra por ser especializada, entretanto, foi possível observar
que quando se leva em consideração toda a mão de obra que seria necessária para a execução
32
A 20% 80%
B 30% 15%
C 50% 5%
Fonte: Autor (2023)
Com a realização da curva ABC, tanto para o orçamento feito com bloco cerâmico,
quanto para o orçamento com tijolo ecológico, foi possível observar que ambos possuem os
mesmos itens no critério de maior impacto (A), sendo a mão a obra e, respectivamente, o bloco
cerâmico e o tijolo ecológico.
Observa-se que na curva ABC do tijolo ecológico, (tabela 5.5), e (figura 5.4), apresentou
92% dos custos referentes a aquisição de tijolo ecológico e mão de obra. Já a curva ABC do
bloco cerâmico, (tabela 5.4), e (figura 5.3), apresentou somente 62% dos custos referente a
aquisição de bloco cerâmico e mão de obra, onde os outros 38% são advindos de materiais para
acabamento.
Para melhorar a análise do impacto entre os materiais e a mão de obra de cada
orçamento, foi feito dois gráficos para representar melhor esse efeito. Neles são mostrados a
relação no orçamento do bloco cerâmico (figura 5.5) e no tijolo ecológico (figura 5.6).
35
Figura 5.5: Relação entre materiais e mão de obra com bloco cerâmico
38%
62%
Figura 5.6: Relação entre materiais e mão de obra com tijolo ecológico
44%
56%
Nota-se com os gráficos, (figura5.5) e (figura 5.6), que em ambos os orçamentos o preço
dos materiais foi mais elevado em relação a mão de obra. Entretanto, o tijolo ecológico obteve
6% a mais de participação nos gastos com mão de obra, podendo associar esse resultado a sua
necessidade de mão obra especializada.
Contudo, o bloco cerâmico apresentou 6% a mais de participação nos gatos com
materiais, esse acréscimo pode ser explicado pela quantidade de matérias para assentamento e
revestimento que o bloco cerâmico necessita em relação ao tijolo ecológico.
36
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS
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SAGAH, 2017.
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2003.
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8 ANEXOS